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CADERNO DE AULAS PRÁTICAS DE PATOLOGIA

PARA A 1ª PROVA

TODAS AS IMAGENS RETIRADAS DO ROBBINS


ESTÃO COM A BORDA VERMELHA!! DEGENERAÇÕES
AULA PRÁTICA 1
» Mecanismo intracelular.
» Lesão celular reversível caracterizada pelo acúmulo de substâncias no interior da célula.
» É reversível pois a célula retorna ao seu estado normal após a retirada do agente causador da lesão.
» Não é a agressão responsável pela lesão celular, mas a reação celular ou tecidual à agressão.
» A resposta celular à agressão, consiste sempre em modificações funcionais ou morfofuncionais da cé-
lula. Somente quando a reação (resposta) celular, alterar o ajuste entre as várias funções, é que aparece
a lesão nas células, no interstício ou em ambos.
» A primeira lesão é sempre de ordem molecular.
» Podemos dizer que processos patológicos diversos, produzidos por agentes diferentes, podem apre-
sentar uma série de alterações comuns.
» As degenerações são, portanto, indicações de lesão celular inespecífica, não sendo a princípio ligada a
uma etiologia específica e considerada uma resposta celular a agressões variadas.
» As causas mais comuns de lesão celular são isquemia, infecções, tóxicos e lesões for agentes físicos
(traumas, radiação e térmico).
» As degenerações são agrupadas de acordo com a natureza da substância acumulada:
o Degenerações por acúmulo de água e eletrólitos ↣ degeneração hidrópica;
o Degenerações por acúmulo de proteínas ↣ degenerações hialina e mucoide;
o Degenerações por acúmulo de lipídeos ↣ esteatose e as lipidoses;
o Degenerações por acúmulo de carboidratos ↣ glicogenoses e mucopolissacaridoses.
▪ Na maioria dos casos, o acúmulo de carboidratos em células deve-se a deficiências de enzimas
responsáveis por sua metabolização

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


1 ª D EGENERAÇÃO – D EGENERAÇÃO H IDRÓPICA
 Também pode ser chamada de tumefação turva, de degeneração granular, de edema intracelular ou
de degeneração vacuolar.
 Há aumento do volume celular.
 Causada por agressão física, química e biológica (mais comum).
 Patogênese
o O estado de choque é uma hipoperfusão dos tecidos, por lentificação do fluxo na microcirculação. O
menor fluxo causa anóxia generalizada das células e, portanto, menor síntese de ATP pelo ciclo de
Krebs.
o A falta de ATP leva à parada de funcionamento da bomba de Na/K da membrana, além de várias
outras bombas iônicas da célula. Em particular, a bomba de Na/K é responsável pelo equilíbrio iô-
nico da célula em relação ao ambiente extracelular, que implica em bombeamento contínuo do íon
Na para fora.
o Após cessar o funcionamento da bomba, há um acúmulo de íons Na no interior do citoplasma e, con-
sequentemente, uma atração da água por osmose.
o Em resumo, acontece um transtorno no equilíbrio hidroeletrolítico da célula, com alterações
nas bombas de Na/K, causada por uma alteração na produção e consumo de ATP, por danos
diretos à membrana celular ou por danos às proteínas que formam os complexos enzimáti-
cos da bomba de Na/K. Devido à parada de funcionamento da bomba, há um acúmulo de íons
Na no interior da célula (no citoplasma) e, por consequência, há uma entrada de água, por
osmose, para o interior da célula.
 Agentes causadores:
o Hipóxia (a mais comum);
o Toxinas com atividade de fosfolipases;
o Agressões geradoras de radicais livres;
o Inibidores da respiração celular.
 Exemplo:
o Agente lesivo ↣ Hipóxia;
o Redução da síntese de ATP mitocondrial;
o Diminuição da atividade da bomba de Na/K;
o Retenção de Na ↣ aumento da osmolaridade;
o Entrada de água na célula ↣ célula tumefeita;
o Tumefação das mitocôndrias com redução das cristas;
o Redução do K intracelular (essencial para o adequado funcionamento mitocondrial).
‒ A célula começa a fazer respiração anaeróbica, consumindo glicose e, consequente-
mente, reduzindo o estoque de glicogênio. Reduz o pH da célula. Alteração nas proteí-
nas do DNA nuclear. Destruição das membranas ribossomais. Diminui a síntese pro-
teica. Deposição de lipídios.
 Importância do cálcio:
o A redução do ATP compromete a bomba de Ca, que vai levar a um aumento da sua concen-
tração no citoplasma e nas mitocôndrias. Nas mitocôndrias, o fosfato vai se precipitar, o que
vai levar a uma redução ainda maior da síntese de ATP.
o Além disso, vai ocorrer uma diminuição da síntese proteica e da renovação da membrana
celular, levando a um aumento ainda maior da permeabilidade. Ou seja, haverá um grande
fluxo de cálcio para dentro da célula.

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 Expressão morfológica da degeneração hidrópica
o Principalmente em órgãos parenquimatosos;
o Fígado, rins e coração;
o Processo reversível;
o Consequências funcionais leves;
o “Balonização hepatocelular”

Hepatócitos Balonizados Hepatócitos Normais (para comparação)

MICROSCOPIA
 Túbulos Renais

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 Coração
Processos: Degeneração hidrópica. Necrose
coagulativa. Esta foto mostra miocardiócitos
normais (N), com degeneração hidrópica (se-
tas) e com necrose coagulativa (flechas), todos
cortados transversalmente. Os miocardiócitos
com degeneração hidrópica mostram-se volu-
mosos, com abundantes espaços claros entre os
feixes de miofibrilas que se coram em róseo e se
dispõem em pequenas filas arqueadas. As célu-
las com necrose coagulativa têm diâmetro me-
nor, o citoplasma é homogêneo e uniforme-
mente eosinófilo.

MACROSCOPIA
 Aspecto macroscópico da degeneração hidrópica
o Aumento de peso e volume dos órgãos
o Aumento na consistência do órgão (fica mais duro)
o Pálido
 Fígado com degeneração hidrópica e esteatose
o O fígado estava com peso e consistência aumentados, além de estar pálido e um pouco amare-
lado.
 DIFERENCIAR A DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA DA ESTEATOSE (NA MACROSCOPIA)
o A degeneração hidrópica é vista pela palidez e pelo enrijecimento (aumento da consistência,
duro) do órgão. Já a esteatose se apresenta com um órgão de cor amarelada e macio.

2 ª D EGENERAÇÃO – D EGENERAÇÃO G ORDUROSA (E STEATOSE )


 O nosso organismo não está conseguindo converter a gordura em alguma outra coisa.
 Acúmulos anormais de TRIGLICERÍDES dentro das células parenquimatosas.
o FÍGADO, coração e rins
 Principais Causas:
o Toxinas;
o Desnutrição proteica;
o Diabetes mellitus;
o Obesidade;
o Anóxia;
o Tóxico infecciosas.
 No ultrassom abdominal ↣ Esteatose Hepática
 É reversível
o Exercícios Físico (“queimar gordura”) ou medicamentos (estatinas)
 Pessoas magras com muita gordura ↣ genética
o Por exemplo: dislipidemia familiar (que possui uma prevalência maior entre aqueles que são
descendentes de italianos)
 Crianças desnutridas com esteatose (será melhor discutido abaixo)
o Para metabolizar a gordura, são necessários aminoácidos

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 Álcool
o Substância química que eleva o acúmulo de gordura
o Nas hepatopatias devido ao alcoolismo, geralmente, é possível observar esteatose.
o No alcoolismo ↣ Corpúsculo de Mallory (degeneração hialina)
QUANDO E COMO OCORRE A ESTEATOSE HEPÁTICA ?
A esteatose hepática não é uma doença. É uma alteração morfofisiológica dos hepatócitos que ocorre em consequên-
cia de diversas desordens metabólicas. No ser humano, é observada principalmente em:
1. Desnutrição crônica.
2. Diabetes mellitus descompensado.
3. Alcoolismo crônico.
4. Obesidade.
MECANISMOS BÁSICOS DA ESTEATOSE
O hepatócito normalmente sintetiza lipídeos e os exporta para o tecido de armazenamento, que é o tecido adi-
poso. Em condições normais de boa alimentação e metabolismo não há acúmulo de triglicérides no hepatócito. A
esteatose pode decorrer de duas alterações básicas e não mutuamente exclusivas:
a) Excesso de oferta de ácidos graxos ao fígado.
Há chegada de lipídios (na forma de ácidos graxos livres) em excesso ao hepatócito, provenientes do tecido
adiposo, excedendo a capacidade do hepatócito de processá-los e reexportá-los.
Este mecanismo é observado tanto no jejum ou desnutrição como no diabetes descompensado. Ambos cau-
sam intensa mobilização de ácidos graxos no tecido adiposo. A ativação da lipase hormônio-sensível é excessiva
devido principalmente à falta de insulina. Lembrar que o indivíduo que não come nada não produz insulina ne-
nhuma e o mesmo ocorre no diabetes juvenil ou tipo 1. A quantidade de ácidos graxos que aportam ao fígado é
muito maior que a capacidade de metabolização pelos hepatócitos, ou de síntese de VLDL. Em consequência, há
esterificação e acúmulo no citoplasma dos hepatócitos na forma de triglicérides (esteatose).
b) Deficiência na produção de lipoproteínas, basicamente do tipo VLDL.
A deficiência de produção de VLDL pelos hepatócitos dificulta a exportação de triglicérides do fígado para ou-
tros tecidos. Isto pode ocorrer por:
1. Diminuição na síntese de proteínas.
2. Diminuição na síntese de fosfolípides.
Na inanição há falta tanto de aminoácidos como de colina na dieta. A colina pode ser sintetizada no organismo,
mas isto exige uma reação envolvendo a metionina, que é um aminoácido essencial. Portanto, a falta de metionina
se traduz em deficiência de colina. Como os triglicérides não podem ser empacotados em VLDL, não podem ser
exportados, e acumulam no hepatócito dando esteatose.
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS TAMBÉM PODEM CAUSAR ESTEATOSE HEPÁTICA
Produtos tóxicos de várias naturezas podem prejudicar a síntese proteica nos hepatócitos. Um exemplo é o te-
tracloreto de carbono, usado na indústria de lavagem a seco. Um metabólito do CCl 4 é o radical livre CCl3• que é
muito reativo, atacando as membranas do retículo endoplasmático rugoso e causando dispersão dos ribossomos.
Isto leva a inibição da síntese proteica e a esteatose (pelo mecanismo visto acima).

POR QUÊ O ALCOÓLATRA TEM ESTEATOSE ?


• O alcoólatra é frequentemente um desnutrido crônico.
• O álcool é tóxico e potencialmente lesivo aos hepatócitos.
• O metabolismo do álcool produz acetil-CoA em excesso, que acaba sendo utilizado para síntese de ácidos graxos
pelo hepatócitos e, portanto, de triglicerídeos. Além disso, o metabolismo de grandes quantidades de etanol con-
some grande parte do NAD+ que é utilizado como aceptor de elétrons no ciclo de Krebs.
O álcool é metabolizado no fígado pela enzima álcool desidrogenase a acetaldeído. Este sofre a ação da enzima ace-
taldeído desidrogenase, produzindo acetil CoA. Nas duas reações, há liberação de elétrons e íons H+ que são captados (acei-
tos) por NAD+, formando NADH + H+. Como há muito álcool para ser metabolizado, há produção de NADH em excesso, com
consumo de NAD+. Fica faltando NAD+ para aceitar elétrons
no ciclo de Krebs. Com isto, o ciclo de Krebs como um todo é
inibido, levando a acúmulo de acetil-CoA (que é quebrado no
ciclo de Krebs para dar CO2 e água). O excesso de acetil-CoA
(que é matéria prima para a síntese de lipídeos) é desviado
para síntese de ácidos graxos, causando esteatose.

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Relembrando – Lipídios...
» Dieta ou reserva orgânica (tecido adiposo)
» 25 a 105 g de gordura/dia – TG, fosfolipídios, colesterol e vitaminas lipossolúveis
» Bile (sais biliares, fosfolipídios e colesterol)
» Partículas de TG
» Lipases pancreáticas – TG = ácidos graxos + monoglicerídeos
» Micela = vitaminas + colesterol + ácidos graxos + monoglicerídeos = 1000 moléculas
» Enterócito jejunal – REL – ácidos graxos convertidos em TG
» TG + fosfolipídios + colesterol + vitaminas + proteínas – no REL
» Quilomícrons no fígado – voltam a ser ácidos graxos!!!
» Utilização para gerar energia!!
» Conjugação com outras proteínas, colesterol, TG, ...
» Nos adipócitos – convertidos em TG e acumulados (glicose ajuda!!)

 Patogênese
1. Entrada excessiva de ácidos graxos livres
A) Kwashiorkor
‒ Fome, jejum e doenças consumptivas – ESTIMULARIA A MOBILIZAÇÃO DE LIPÍDIOS,
MAS ...
‒ SEM PROTEÍNAS, CARBOIDRATOS E LIPÍDIOS – NÃO DÁ!!!
‒ Dieta rica em carboidratos ↣ a habilidade para estocar fica limitada
‒ Ácidos graxos – TG = esteatose
‒ “Distrofia farinácea” – a criança é gordinha, mas é desnutrida
‒ Deficiência de apolipoproteínas = esteatose
‒ Redução da albumina = edema!!
‒ Esteatose Hepática
B) Marasmo
‒ Atrofia do Fígado
‒ Dieta sem carboidratos, proteínas e gorduras
‒ Criança entra em hipóxia devido à redução do débito cardíaco
Achados clínicos e laboratoriais Marasmo Kwashiorkor
Alteração de crescimento
+++ +
(peso e altura)
Atrofia Muscular +++ +++
Gordura Subcutânea Ausente Presente
Edema Ausente Presente
Dermatoses Raras Comuns
Alteração de Cabelos + +++
Hepatomegalia Rara Frequente
Atraso no Desenvolvimento ++ ++
Atividade Física Diminuída Muito Diminuída
Diarreia +++ +++
Albumina Sérica Normal Baixa
Água Corporal Aumentada Muito Aumentada
Potássio Corpóreo Baixo Muito Baixo
Anemia Comum Muito Comum
C) Aumento da ingestão de alimentos
‒ Dieta Hipercalórica
‒ Esteatose Transitória

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D) Adrenalina, GH e corticosteroides
‒ Aumentam a mobilização de lipídios dos depósitos, gerando ácidos graxos livres
2. Decréscimo da síntese proteica
A) Agentes Químicos
‒ Tetracloreto de carbono
‒ Etionina e fósforo
‒ Álcool
‒ Falta de metionina
‒ Hepatotoxinas (colites e pancreatites)
‒ Drogas (tetraciclina, bismuto, arsênico e paracetamol)
REDUÇÃO DE LIPOPROTEÍNAS

3. Diminuição da oxidação dos ácidos graxos


A) Hipóxias (anemias, ICC, choque, insuficiência respiratória, etc.)
‒ Redução de O2
‒ Diminuição do ATP
‒ Aumento de Acetil-CoA no Ciclo de Krebs
‒ Aumento da síntese de ácidos graxos
‒ Aumento e acúmulo de triglicerídeos
B) Álcool
MAIOR FORMAÇÃO DE TG!
4. Aumento da formação de TG
A) Álcool – maior esterificação de ácidos graxos
MAIOR ESTERIFICAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS!
5. Aumento de TG plasmáticos
A) Álcool
B) Diabetes
↠ Aumento do colesterol, aumento de TG e aumento dos ácidos graxos livres!
↠ Ação da Insulina: inibe a lipólise – aumenta a permanência dos TGs no plasma.
↠ Pouco uso da glicose – aumenta ácidos graxos
“Em geral, o diabético é gordo e o gordo é diabético!”
6. Obstáculo na liberação de lipídios
A) Álcool
B) Ácido Orótico (Vitamina B13)
IMPEDE A CONJUGAÇÃO DE TG À PROTEÍNAS!
 Toxinas – Álcool
o O fígado com esteatose libera hepatotoxinas, que alteram a função mitocondrial, o que pro-
voca um aumento da síntese e uma redução da degradação.
o Etanol oxidado gera Acetil-CoA – ácidos graxos
o Transporte de lipoproteínas prejudicado
o Agravada pela desnutrição
 Expressão Morfológica – MICROSCOPIA
o Vacúolos claros dentro das células parenquimatosas
o XILOL – dissolve a gordura das células, deixando um espaço vazio à microscopia
o LEMBRAR! Três substâncias podem deixar esse aspecto vacuolizado na célula:
1. Glicogênio – PAS (Ácido Periódico de Schiff)
2. Gordura – SUDAN 4 ou OIL RED
3. Água – Por exclusão

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o No fígado
‒ Microgoticular – inicial – ao redor do núcleo
‒ Macrogoticular – avançada – sinetóide, núcleo na periferia
‒ Cistos gordurosos – gordura extravasada
 Expressão Morfológica – MACROSCOPIA
o Aumento de peso e volume do fígado, que pode alcançar até 3 kg.
o Diminui consistência e elasticidade
o Coloração amarelada
o No rim: aumento do peso, de volume, da palidez e do amarelamento
o No coração: depósitos de gordura no endocárdio (coração tigróide) e aspecto uniforme-
mente amarelado com flacidez muscular.
MICROSCOPIA

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MACROSCOPIA

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OBS: D E G E N E R A Ç Õ E S (E ST E A T O S E ) ↣ C O L O R A Ç Ã O PELO S U D A N (M I C R O SC O P I A )

3 ª D EGENERAÇÃO – D EGENERAÇÃO POR A CÚMULO DE C OLESTEROL


 Colesterol
o Essencial para síntese da membrana celular
o Em células normais, não se acumula no citoplasma
 Célula Espumosa: depósito de colesterol dentro da célula.
 Acúmulos observados em várias doenças:
o Aterosclerose
‒ Doenças de artérias de grande ou médio calibre caracterizadas pelo acúmulo, na íntima,
de lipídios, carboidratos complexos, componentes do sangue, células e material interce-
lular”. OMS
‒ Placas ateromatosas, ateromas – lesão elevada com centro mole, amarelado, composta
por lipídios, coberta por cápsula fibrosa branca.
o Xantomas, xantelasma e xantomatoses
‒ Principalmente ma pele ou nas mucosas.
o Colesterolose

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o Doença de Niemann-Pick tipo C ↣ doença de depósito lisossômico causada por mutações
que afetam uma enzima envolvida no transporte do colesterol, resultando em acúmulo de
colesterol em múltiplos órgãos.

4 ª D EGENERAÇÃO – D EGENERAÇÕES H IALINAS


 DEFINIÇÃO: Produção e acúmulo de proteínas no interior de células ou em tecidos, que tomam
aspecto hialino (homogêneo e eosinófilo). Hialino vem de hyalos, que significa vidro. Portanto, as
proteínas têm histologicamente aspecto homogêneo e brilhante, ou refringente, que lembra vidro,
e cor rósea forte quando coradas por hematoxilina e eosina.

CLASSIFICAÇÃO
SIMPLIFICADA

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 Degeneração Hialina Extracelular
o Periesplanites e pleurites
o Cicatrizes
o Vasos (HAS, diabetes, LES)

 Degeneração Hialina Intracelular


o Degeneração de Russel (Corpúsculo de Russel)
‒ Observa-se uma área central onde encontram-se neutrófilos e piócitos caracterizando o
pus. Em torno, circunscrevendo a supuração, observa-se tecido conjuntivo com processo
inflamatório crônico e fibroplasia (cápsula). Na área de processo inflamatório crônico
pode-se observar inúmeros linfócitos e plasmócitos. Alguns plasmócitos apresentam de-
generação hialina (Corpúsculos de Russel-setas).
‒ Observar os corpúsculos de Russel (acúmulo e cristalização de imunoglobulinas – mate-
rial proteico no interior dos plasmócitos) que se caracteriza por uma estrutura arredon-
dada, de aspecto fortemente róseo (ou eosinófilo) e homogêneo.
‒ Presente em doenças autoimunes.
MICROSCOPIA

o Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima


‒ Depósito de proteína nos hepatócitos
‒ Presente em doenças infectocontagiosas
‒ O citoplasma das células atingidas condensa-se e transforma-se em massa homogénea,
intensamente acidófila.

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‒ O núcleo também se condensa e as células, agora arredondadas, desprendem-se das vi-
zinhas.
‒ Os corpúsculos de Councilman constituem uma alteração típica de febre amarela,
mas não são patognômicos, pois podem ser encontrados na hepatite pelo vírus B e em
algumas febres hemorrágicas virais.
MICROSCOPIA

o Corpúsculo de Negri
‒ É uma alteração patognomônica da raiva.
‒ Inclusão viral citoplasmática encontrada em neurônios, principalmente do hipocampo
(em células piramidais) e do cerebelo (em células de Purkinje), mas podem ser encon-
trados em qualquer outra região do SNC.
‒ Corpúsculo redondo, ovalado, eosinófilo (rosa), geralmente menor que uma hemácia.
‒ Em imunofluorescência e microscopia eletrônica demonstrou-se ser constituído de vírus
rábicos completos margeando um centro de proteínas virais.
MICROSCOPIA

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o Degeneração Hialina de Mallory
‒ Depósito hialino dentro do hepatócito, cuja causa mais frequente é o uso exagerado de
álcool.
‒ O fenômeno ocorre no citoplasma de hepatócitos em um paciente alcoólatra crônico.
‒ O álcool, se ingerido em altas doses, pode levar à precipitação de proteínas do citoesque-
leto, que normalmente não são visíveis em microscopia óptica. Estas formam, então,
os corpúsculos hialinos de Mallory, um manifestação morfológica altamente caracterís-
tica, mas não patognomônica, da ação tóxica do etanol sobre o fígado.
‒ A alteração hialina de Mallory é uma material grumoso hialino (homogêneo e eosinófilo)
no citoplasma de hepatócitos, geralmente visualizável em meio aos vacúolos lipídicos
(filamentos e grumos acidófilos no citoplasma dos hepatócitos).
‒ Geralmente associa-se à esteatose (acúmulo de triglicérides no citoplasma dos hepató-
citos, também por efeito do álcool).

MICROSCOPIA

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o Glomerulopatia de Kimmelstiel-Wilson
‒ A lesão de Kimmelstiel-Wilson é um exemplo de degeneração hialina conjuntiva, por de-
posição de proteínas no interstício tecidual (em contraposição às degenerações hialinas
celulares, em que proteínas se acumulam no interior de células, como na alteração hia-
lina de Mallory dos hepatócitos).
‒ Este acúmulo de material hialino em lóbulos glomerulares é considerado altamente ca-
racterístico, embora não patognomônico da nefropatia diabética.
‒ Habitualmente, a lesão de Kimmelstiel-Wilson ocorre em um tufo capilar apenas.
‒ Tomam aparência de nódulos ovoides ou esféricos na matriz mesangial da periferia dos
tufos capilares.
‒ Os nódulos são PAS-positivos, indicando alto conteúdo de grupos açúcar.
‒ Em microscopia eletrônica, demonstra-se sua posição no mesângio, isto é, fora dos capi-
lares.
‒ Estas lesões nodulares são frequentemente acompanhadas por acúmulos de material hi-
alino em alças capilares ou aderentes à face interna da cápsula de Bowman (gotas cap-
sulares).
MICROSCOPIA

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o Baço em glacê
‒ Depósito de proteína no interstício
‒ Espessamento da cápsula + cor branca
‒ Não é patológico, apenas estético.
‒ Atrito
‒ MICROSCOPIA: aparece rosa (corada com eo-
sina)
‒ MACROSCOPIA: branco
o Degeneração de Zenker
‒ É secundária a processos degenerativos e necróticos celulares, associados à coagulação
focal de proteínas citoplasmáticas que levam ao aparecimento de massas homogêneas
acidófilas (hialinas).
‒ Ocorre, principalmente, na musculatura esquelética dos retro abdominais, gastrocnêmio
e diafragma nos casos de doenças febris graves, como a febre tifoide, difteria e no choque
anafilático.
‒ O sarcoplasma desses músculos se coagula e forma estriações, assumindo aspecto róseo,
homogêneo (hialino) nos cortes rotineiramente corados pela HE.
‒ MACROSCOPIA: Estrias e máculas amarelo-esbranquiçadas.
‒ MICROSCOPIA: Perda de estriação e homogeneização vítrea eosinofílica das fibras.

Síndrome de Gaucher
↠ É uma doença genética, progressiva, caracterizada pela ausência de uma importante enzima, a β-glicosidase.
↠ Está relacionada com o metabolismo dos esfingolipídios
↠ A ausência dessa enzima causa o acúmulo de um tipo de gordura dentro de algumas células, que, por sua vez, se
acumulam em alguns órgãos.
↠ Conhecidas como “células de Gaucher”, elas se acumulam principalmente nos tecidos do fígado, baço, pulmão e
medula óssea, além de rins e gânglios. Em menor escala, podem se acumular nos tecidos do cérebro, afetando o sis-
tema nervoso central.
↠ Os órgãos que contém essas células aumentam de tamanho.
↠ Ao M.O., as células ficam com uma característica específica ↣ “Célula em Papel Amassado”

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5 ª D EGENERAÇÃO – D EGENERAÇÃO A MILOIDE
Amiloidose
‒ Síndrome que agrupa processos patológicos diversos, que apresentam depósito intercelular e inters-
ticial na parede dos vasos, de substância hialina, amorfa, proteinácea, que, com acúmulo progres-
sivo, induz atrofia por compressão e atrofia de células adjacentes.
AMILOIDE
‒ Características Peculiares
o Estrutura molecular beta (específica)
o Cora pelo “Vermelho do Congo”
o É pouco solúvel
o Composta por fibrilas ramificadas
‒ Existem 3 formas principais:
‒ Classificação (Tipos Etiopatogenéticos da amiloidose)
o Amiloidose de Origem Imunológica ↣ Causada em última análise por alguma disfunção do Sis-
tema Imunológico. Existem 2 tipos:
▪ Amiloidose Primária
Decorre de um descontrole da resposta imunológica.
É vista no Plamocitoma ou Mieloma Múltiplo, quando plasmócitos anormais aumen-
tam a produção de precursores de globulinas e de Amiloide tipo B (de origem imunoglobu-
línica).
Os sítios de deposição mais frequentes são o coração, os pulmões, os músculos, a lín-
gua, os pequenos vasos, a pele, o trato gastrointestinal e os nervos.
▪ Amiloidose Secundária
Decorre da exaustão do Sistema Imunológico, em consequência de superestimulação
e/ou da carência de fatores que o tornem eficiente.
É visto nas Doenças Crônicas Caquetizantes (Tuberculose, osteomielite, lepra, sífilis,
artrite reumatoide, carcinomas e sarcomas, etc...).
Os sítios de deposição mais frequentes são o fígado, o baço, os rins, a adrenal, o pân-
creas e os linfonodos.
O mecanismo mais provável é o da supressão da ação dos linfócitos T com manuten-
ção da imunidade humoral ou o do esgotamento do mecanismo pelo qual imunocomplexos
ou proteínas desnaturadas são normalmente eliminadas da circulação pelo Sistema Mono-
cítico Fagocitário. Com a catabolização incompleta, resíduos são depositados nos tecidos.
o Amiloidose de Origem Endócrina
▪ Deposição de Amiloide em concomitância à ocorrência de neoplasias de origem neuro ecto-
dérmica.
▪ É vista no Carcinoma medular da tireoide, no gastrinoma e no insulinoma - quando se for-
mam complexos de precursores de hormônios polipeptídios análogos às subunidades de
Amiloide.
o Amiloidose localizada, de origem neurológica
▪ Doença de Alzheimer, principalmente.
‒ O acúmulo de amiloides pode dificultar o funcionamento de um órgão ou tecido.
‒ No rim ↣ Síndrome Nefrótica, Hipoalbunemia.
‒ No coração ↣ Arritmias.
‒ No Trato Gastrointestinal ↣ Diarreia, constipação, dificuldade de deglutição ou fala.
‒ Características Macroscópicas

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o Aumento de volume e de consistência;
o Palidez (isquemia pela compressão vascular, associada à própria natureza da substância ami-
loide);
o Tensão capsular e friabilidade (predisposição a rupturas/não se recomenda biópsias hepáticas
quando se suspeita de amiloidose ↣ tal procedimento poderia causar rupturas e hemorragias
graves pela diminuição dos fatores de coagulação);
o Superfície de corte pálida, translúcida, homogênea (lardácea tipo toucinho quando a deposição
amiloide é difusa) ou “em Sagú” (se focal, perifolicular);
o Reação de metacromasia característica com o Iodo.
‒ Características Microscópicas
o Material hialino, eosinofílico, amorfo, homogêneo, birrefringente, metacromático (i.e., cora-se
com cor diferente daquela que cora os demais tecidos);
o Histoquímica: Róseo à HE; PAS positivo; Vermelho (em vez de verde ou roxo) aos corantes Verde
Metileno, Violeta de Cresila e Violeta de Genciana. O melhor corante para a identificação do ami-
loide é o Vermelho Congo (que cora o amiloide em alaranjado em contraste com o róseo de
fundo). Ao exame com luz polarizada, o amiloide corado com Vermelho Congo mostra uma re-
fringência verde (as vezes vermelha ou azul amarelada) e ao exame com Ultra Violeta mostra
uma fluorescência avermelhada.
GLOMÉRULO NORMAL GLOMÉRULO COM AMILOIDOSE
ESPAÇO DE BOWMAN SEM O ESPAÇO DE
PRESENTE BOWMAN

CAPILARES

POUCOS NÚCLEOS E
MUITOS NÚCLEOS AMILOIDES POUCOS CAPILARES

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‒ Consequências
o A deposição progressiva de Amiloide acaba levando à atrofia compressiva do parênquima adja-
cente.
▪ Nos rins: É um dos componentes da "Síndrome Nefrótica" (Proteinúria + hipertensão arte-
rial + Insuficiência renal com uremia + obliteração glomerular com diminuição da filtração
glomerular).
▪ No coração: Leva à "Insuficiência Cardíaca refrataria aos digitálicos".
▪ Na adrenal: Pode determinar "Doença de Addison" (Insuficiência adrenal).
▪ No fígado e baço: Compressão parenquimatosa + friabilidade = Predisposição a ruptu-
ras (que no caso do fígado, geralmente, determina hemorragia grave e letal em virtude da
diminuição dos fatores de coagulação).

6 ª D EGENERAÇÃO – D EGENERAÇÃO M UCOIDE OU M IXOMATOSA


Degeneração mixomatosa é uma doença comum caracterizada pela de-
terioração de tecidos conjuntivos do interior do coração (mixoma). Geral-
mente envolve a válvula mitral e causa perda de elasticidade resultando pro-
lapso da válvula mitral. Raramente produz problemas graves, exceto quando
associado a outros problemas cardíacos quando pode agravar uma insufici-
ência cardíaca. Quando associado a problemas de colágeno em todo o orga-
nismo, a degeneração é mais extensa e envolve todas as válvulas cardíacas.
Alteração real ou aparente da SFA, que se apresenta entumecida, basó-
fila , metacromática, com dissociação das fibras colágenas e com fibroblastos
apresentando núcleos hipercromáticos e estrelados, resultando no apareci-
mento de material de aspecto mucoide.

Degeneração mixomatosa da valva aórtica

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A TEROSCLEROSE
Revisando: Camadas da Artéria NÃO CONFUNDIR ATEROSCLEROSE COM
ARTERIOSCLEROSE!
Arteriosclerose é um processo de endureci-
mento, perda de elasticidade e espessamento
progressivo das paredes das artérias (endoté-
lio), induzido pela hipertensão arterial e que
acompanha o processo natural de envelheci-
mento. Este processo é o responsável pelo au-
mento progressivo da pressão sistólica sem
aumento da pressão diastólica.
- A aterosclerose será explicada abaixo.
A aterosclerose é uma inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na
parede das artérias do coração (entre o endotélio e o tecido elástico interno) e de outras localidades do
corpo humano, de forma difusa ou localizada. Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das
artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma.
Com o passar dos anos, há o crescimento das placas, com estreitamento do vaso, podendo chegar à
obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região. Com isso, o território afetado recebe uma
quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas.
‒ Há o espessamento da túnica íntima.
‒ A placa de ateroma é um processo inflamatório
Na placa notam-se lípides (aparecem como área vazia porque se dissolveram na preparação do mate-
rial com álcool e xilol) e cristais de colesterol (deixam pequenas fendas no tecido). Próximo ao colesterol
há um pequeno grupo de macrófagos fagocitando lípides, o que torna seu citoplasma finamente espumoso
↣ Histiócitos xantomizados (com infiltração de colesterol) ↣ célula de Marchan.
‒ Mulher antes da menopausa ↣ há uma alta concentração de HDL no sangue devido ao estrógeno.
‒ Principal removedor das placas de ateroma ↣ alimentação (radicais livres ↠ limpam as artérias).
‒ Formação de uma circulação colateral!
o Essa formação de circulações colaterais permite que, no momento em que houver uma obstrução
completa, com consequente interrupção do fluxo sanguíneo daquele vaso, ainda haja um cami-
nho para o sangue chegar nas regiões que seriam afetadas, reduzindo a gravidade da situação.
o Devido a maior concentração de HDL no sangue de mulheres que ainda não passaram pela me-
nopausa (como consequência do estrogênio), não há uma grande formação de circulações cola-
terais. Assim, após a menopausa, quando já não há tanto desse hormônio, há uma maior susceti-
bilidade a um infarto fulminante, pois a “limpeza” já não é feita na mesma intensidade e, como
não houve a formação de circulações colaterais prévia, ao ocorrer uma obstrução grande ou com-
pleta, a mulher não consegue irrigar parte do coração ↣ requer mudança de hábitos intensa após
a menopausa (alimentação e exercícios físicos).
A aterosclerose pode se apresentar em 5 graus:
1. Grau 1 ↣ a artéria possui estrias (não possui elevações visíveis)
2. Grau 2 ↣ a artéria possui placas (não possui elevações visíveis)
3. Grau 3 ↣ ateroma protuso no lúmen da artéria (há uma elevação visíveis)
4. Grau 4 ↣ caracterizada por uma confluência, ou seja, quando os graus 1, 2 e 3 aparecem juntos
5. Grau 5 ↣ a placa já apresenta ulcerações, calcificações (a calcificação não é do tipo metastática,
mas sim do tipo distrófica) e trombos móveis.

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Pacientes com grau 5 apresentam alto risco de eventos cerebrais embólicos intraoperatórios, durante ci-
rurgia cardíaca, que provavelmente resulta em deslocamento de um ateroma e de um trombo.
‒ Apresentação Clínica: As lesões ateroscleróticas são frequentemente assintomáticas. Os pacientes sin-
tomáticos podem apresentar angina pectoris provocada pelo esforço, fadiga, dispneia e claudicação
intermitente dos membros inferiores devido a isquemia.

MICROSCOPIA:

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MACROSCOPIA

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E STEATO -H EPATITE
Ao contrário da esteatose leve, a esteatose hepática moderada à grave pode causar inflamação e
lesão do fígado. Quanto maior e mais prolongado for o acúmulo de gordura, maiores serão os riscos de
lesão hepática. Quando há gordura em excesso de forma crônica, as células do fígado podem inflamar e
sofrer danos. Este quadro é chamado de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa.
Portanto, a esteatose hepática é um estágio anterior ao desenvolvimento da esteato-hepatite, que,
como o próprio nome diz, nada mais é que uma hepatite causada por excesso de gordura.
A esteato-hepatite é um quadro bem mais preocupante que a esteatose hepática, já que cerca de
20% dos pacientes com essa condição evoluem para cirrose hepática. No entanto, nem todo paciente com
esteatose hepática irá evoluir para esteato-hepatite (a maioria não evolui).
‒ É um processo inflamatório, o qual é assintomático na maioria dos pacientes.
‒ Irá apresentar necrose e fibrose do tecido hepático
‒ Esteato-hepatite Alcoólica (já discutida) X Esteato-hepatite Não Alcoólica.
o A esteato-hepatite não alcoólica é uma síndrome que ocorre em pacientes que não são alcoolis-
tas, mas que apresentam uma lesão hepática que é histologicamente indistinguível da esteato-
hepatite alcoólica.

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o Fatores de risco:
▪ Obesidade;
▪ Dislipidemia;
▪ Intolerância à glicose.
o A patogênese da esteato-hepatite não alcoólica não é completamente entendida, mas provavel-
mente tem relação com resistência insulínica (p. ex., como na obesidade e na síndrome metabó-
lica).

V ESÍCULA BILIAR
‒ Mucosa interna verde ou castanha.
‒ Objetivo da peça apresentada em aula: mostrar as estrias na superfície ↣ macrófagos ricos em coles-
terol na mucosa.
o Formam xantomas;
o Colesterolemia ↣ cálculos ↣ fator de risco para neoplasias;
o Dislipidemia ↣ genético.
‒ Fatores de risco:
o Alimentação (principal fator de risco);
o Genética.

X ANTOMATOSE - L IPIDOSE X ANTELASMA P ALPEBRAL - L IPIDOSE

Observações Importantes!
↠ Xantoma, xantelasma e aterosclerose são consequências do acúmulo de colesterol.
↠ Esteatose é consequência do acúmulo de triglicerídeos.

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Roteiro da Aula Prática de Degenerações - Macroscopia
RESPONDA:
1. Esteatose Hepática
a. Principais Agentes Etiológicos
b. Etiopatogênese
c. Descrição Morfológica Macroscópica
2. Degeneração Hialina
a. Principais Agentes Etiológicos
b. Etiopatogênese
c. Descrição Morfológica Macroscópica
3. Colesterolose
a. Principais Agentes Etiológicos
b. Etiopatogênese
c. Descrição Morfológica Macroscópica
4. Aterosclerose
a. Principais Agentes Etiológicos
b. Etiopatogênese
c. Descrição Morfológica Macroscópica
d. Fisiopatogênese

NECROSES
INTRODUÇÃO FEITA POR CAROL PRETTI – TURMA 66
AULA PRÁTICA 2
“O estresse celular é tamanho que a lesão celular passa a ser irreversível, ou seja, a célula morre (necrose).”
» É o tipo de morte celular que está associado à perda da integridade da membrana e extravasamento
dos conteúdos celulares, culminando na dissolução das células, resultante da ação degradativa de en-
zimas nas células lesadas letalmente.
» Os conteúdos celulares que escapam sempre iniciam uma reação local do hospedeiro, conhecida
como inflamação, no intuito de eliminar as células mortas e iniciar o processo de reparo subsequente.
o Autólise: degradação enzimática de todos os componentes celulares causadas por enzimas da
própria célula liberadas dos lisossomos após a morte celular, independentemente de ter havido
morte do indivíduo o morte focal no organismo vivo
» As enzimas responsáveis pela digestão da célula são derivadas dos lisossomos das próprias células que
estão morrendo ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados como parte da reação inflama-
tória às células mortas.
» Quando a agressão é suficiente para interromper as funções vitais – produção de energia e as sínteses
celulares – os lisossomas perdem a capacidade de conter as hidrolases no seu interior.
o Os lisossomas contêm hidrolases capazes de digerir praticamente todos os substratos celulares.
o As hidrolases saem para o citosol, são ativadas pelas altas concentrações de Ca 2+ no citoplasma e
iniciam o processo de autólise.
» É da ação das enzimas que dependem as alterações morfológicas observadas após a morte celular.
» Características da Necrose
o Perda da integridade da membrana
o Digestão enzimática da célula

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o Extravasamento do conteúdo da célula
o Uma reação do hospedeiro
» A necrose é caracterizada por alterações no citoplasma e no núcleo das células lesadas:
o Alterações citoplasmáticas. As células necróticas exibem aumento da eosinofilia (coloração ró-
sea do corante eosina), atribuível em parte às proteínas citoplasmáticas desnaturadas que se ligam
à eosina e, em parte, à perda do RNA citoplasmático, perdendo a basofilia (coloração azul do co-
rante hematoxilina).
o A célula pode ter aparência homogênea mais vítrea do que as células viáveis, principalmente por
causa da perda de partículas de glicogênio.
o Quando as enzimas já digeriram as organelas citoplasmáticas, o citoplasma se torna vacuolado e
parece “roído por traças”.
» À M.E., as células necróticas caracterizam-se pela descontinuidade das membranas das organelas e das
membranas plasmáticas, pela dilatação acentuada das mitocôndrias com a presença de grandes den-
sidades amorfas, pelo rompimento dos lisossomos e figuras de mielina intracitoplasmáticas.
» Alterações nucleares ↣ Assumem um dos três padrões, todos devidos à degradação da cromatina e
do DNA.
o picnose nuclear – DNA concentrado (contração e condensação da cromatina, o núcleo fica bem
menor do que o habitual), célula mais arredondada e citoplasma bastante basófilo
o cariorrexe – DNA fragmentado, vai se dispersando no citoplasma
o cariólise – DNA disperso, forma uma espécie de sombra (digestão e dissolução da cromatina),
basofilia esmaecida devido à atividade da desoxirribonuclease (DNase)
» Dentro de 1-2 dias, o núcleo da célula morta desaparece totalmente. A microscopia eletrônica mostra
profundas alterações nucleares que culminam na dissolução do núcleo.
» As células necróticas podem persistir por algum tempo ou ser digeridas por enzimas e desaparecer.
As células mortas são substituídas por figuras de mielina que são fagocitadas por outras células ou,
mais tarde, degradadas em ácidos graxos. Esses ácidos graxos se ligam a sais de cálcio, resultando em
células mortas calcificadas.
As lábeis são aquelas que continuam a se multiplicar durante a vida toda
Célula Label
Exemplos: células epiteliais, hematopoiéticas e linfoides.
As estáveis normalmente não se dividem, contudo têm a capacidade de proliferar
quando estimuladas.
Célula Estável
Exemplos: células das glândulas (fígado, pâncreas, salivares e endócrinas) e
as células derivadas do mesênquima (fibroblastos e osteoblastos).
As permanentes são aquelas que perderam totalmente a capacidade de se dividir.
Célula Permanente
Exemplo: células do sistema nervoso central e musculares.

» TIPOS DE NECROSE
o Necrose de coagulação ou isquêmica;
o Necrose por liquefação;
o Necrose caseosa;
o Necrose gordurosa;
o Necrose enzimática
o Necrose gomosa;
o Necrose hemorrágica;
o Necrose fibrinóide;
o Necrose gangrenosa (gangrena).

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N ECROSE DE C OAGULAÇÃO OU I SQUÊMICA – I NFARTO B RANCO
 É o tipo mais comum de necrose, tendo a isquemia como a causa mais frequente (falta nutriente para
os tecidos afetados).
 Quando a necrose isquêmica é causada por uma obstrução vascular, chama-se de infarto. No entanto,
esse tipo de necrose pode ser causado, também, por tumores.
 Apesar da necrose, a arquitetura básica dos tecidos mortos se mantém preservada por algum tempo.
 Uma das características da necrose de coagulação é a chamada “célula fantasma” ↣ permanência das
células necróticas no tecido como restos ‘fantasmas’, que são removidos lentamente por fagocitose a
partir da periferia da área necrótica.
 Há, ainda, perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular (células “apa-
gadas”).
 O único tipo de necrose que permite a identificação do tipo tecidual, por manter o mesmo contorno
celular.
 Macroscopicamente, a área atingida é amarelo-esbranquiçado, sem brilho, com limites mais ou menos
precisos, de forma irregular ou triangular (depende do órgão que foi atingido e do tipo de circulação
presente nesse órgão) e faz saliência na superfície do órgão. Em torno da área esbranquiçada há uma
região com a presença de um halo avermelhado (hiperemia ativa que tenta compensar a isquemia
ocorrida, ou seja, o sangue tenta chegar à região).
 Os tecidos afetados adquirem textura firme.
 Microscopicamente, além de alterações nucleares, especialmente cariólise, as células necrosadas apre-
sentam citoplasma com aspecto de substância coagulada (o citoplasma torna-se acidófilo – eosinofílico
- e granuloso, gelificado) devido à coagulação das proteínas celulares, e de aspecto homogêneo com
coloração opaca.
 Nas fases iniciais do processo, os contornos celulares são nítidos, sendo possível identificar a arquite-
tura do tecido necrosado; mais tarde, toda a arquitetura tecidual fica perdida.
 Este tipo de necrose ocorre devido hipóxia celular, toxinas bacterianas e agentes químicos.
 A necrose de coagulação é característica de infartos (áreas de necrose isquêmica) em todos os órgãos
sólidos, exceto o cérebro.
 Aparentemente, não há rompimento de membrana porque nesse tipo de necrose há predomínio de
proteínas desnaturadas.
o Supostamente, a lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais, como também as enzimas, bloque-
ando assim a proteólise das células mortas; como resultado, células anucleadas e eosinofílicas persistem
por dias ou semanas. Os leucócitos são recrutados para o sítio da necrose e suas enzimas lisossômicas di-
gerem as células mortas. Finalmente, os restos celulares são removidos por fagocitose.
 Entre as estrias ↣ entra um tecido inflamatório
 Como detectar um infarto? Clínica, eletrocardiograma, ENZIMAS.
 Na microscopia, não se vê um infarto fulminante. As alterações de isquemia só são visíveis após alguns
dias e se o paciente estiver vivo.
 Paciente infartado ↣ 7° ao 10° dia ↣ dias mais perigosos ↣ o tecido cardíaco está muito inflamado.
 Tempo hábil de 40 minutos: o paciente fez um quadro de isquemia que não foi letal ↣ consegue sobre-
viver por até 40 minutos ↣ tempo para buscar ajuda.
 Nas mulheres
o Os hormônios estrógenos protegem as mulheres ↣ evitam a osteoporose, fecham a cartilagem de
crescimento e fazem uma proteção vascular (impede a deposição de placas);
o Por isso, é atípico acontecer um caso de uma mulher infartada antes da menopausa.
o Problema: quando a mulher chega à fase da menopausa, a concentração de hormônios cai e, como
consequência, a mulher vira um grande alvo a infartos piores, uma vez que, como não ocorreram

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infartos menores e mais leves previamente, não foram formadas as chamadas circulações colate-
rais.
 O infarto pode ocorrer pela obstrução por uma placa de ateroma ou um trombo, ou ainda por um es-
pasmo na musculatura arterial.
 Diabetes
o Lesões vasculares;
o Gangrenas (nos membros inferiores e superiores e nas vísceras – apendicite aguda gangrenosa)

MICROSCOPIA
MIOCÁRDIO NORMAL MIOCÁRDIO COM INFARTO

Necrose coagulativa. A, In-


farto renal em forma de cunha
(em amarelo). B, Vista micros-
cópica da borda do infarto, com
células renais normais (N) e cé-
lulas necróticas no infarto (I),
mostrando contornos celulares
preservados mas com perda
dos núcleo e um infiltrado in-
flamatório (visto como núcleos
das células inflamatórias entre
os túbulos necróticos).

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MACROSCOPIA

No coração, os infartos afetam mais a porção interna do miocárdio que a externa porque as artérias coronárias correm no epicárdio e vão
dando ramos perfurantes ao longo de seu curso. Como o endocárdio é a porção mais distal do território, é mais vulnerável. Aqui há um in-
farto anêmico envolvendo o músculo papilar (cor mais pálida). Externamente a este há uma área mais escura, de hiperemia reativa ao in-
farto. Isto ocorre porque a área necrótica funciona como estímulo inflamatório, causando vasodilatação nos tecidos vizinhos. Uma conse-
quência benéfica é que isto facilita a chegada de células fagocitárias, que participam na eliminação do produto necrótico.
N ECROSE POR L IQUEFAÇÃO OU L IQUEFATIVA
 O tecido se liquefaz.
 Por ter predomínio de digestão enzimática, na necrose de liquefação o tecido se liquefaz, ou seja, o
aspecto é líquido.
 Geralmente, essa necrose forma cavidades com infiltrado neutrofílico e inflamatório que originam o
exsudato purulento.
 Na necrose liquefativa, ao contrário da coagulativa, a eliminação do material necrótico é rápida, le-
vando de algumas horas a poucos dias.
 No cérebro, a eliminação se dá por ação de macrófagos (chamados células grânulo-adiposas ), que sur-
gem na área infartada já nas primeiras 24 horas após a morte tecidual. Isto é favorecido porque, devido
a peculiaridades do tecido nervoso, não há interrupção completa da circulação, mesmo em infartos
extensos, permitindo a chegada de macrófagos do sangue.
 Admite-se também que a riqueza de lípides do tecido nervoso favoreça o caráter liquefativo, isto é, o
rápido amolecimento do material necrótico.
 É bastante observada no sistema nervoso central, e suas causas podem ser toxinas bacterianas, subs-
tâncias tóxicas ou isquemia no sistema nervoso central.
 Em outros tecidos, ocorre devido infecção bacteriana com acúmulo de leucócitos.
 Processo: Necrose Liquefativa (amolecimento cerebral)
o Esta área de necrose tem causa e mecanismo de formação semelhantes ao da necrose coagulativa,
ficando mais liquefeita por causa do conteúdo em água e lipídeos, característicos do sistema ner-
voso. Por este motivo, a consistência do tecido acometido é extremamente amolecida e friável.
 Úlcera: área em que se forma um nicho na pele, na mucosa, dentre outros locais.
o Encontra-se necrose liquefativa;
o Junto com a necrose liquefativa, pode ocorrer uma degeneração fibrinóide (necrose fibrinóide) ↣
estado de hipersensibilidade.

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 Na Macroscopia, o órgão se apresenta com uma superfície amarelada, fibrinoso.
 Espinhas e Abcessos ↣ evolui para uma coleção.
 Isquemia no cérebro ↣ Leva a Necrose Liquefativa
 Peça apresentada em aula (macroscopia): Útero com um tumor benigno (mioma)
o A pessoa não morreu devido a esse tumor;
o Ele é indolor;
o Possível ver a formação de cistos ↣ tecido curando da necrose.

MICROSCOPIA

O córtex infartado mostra maior celularidade (concentra- Na substância branca, focos de edema são vistos como áreas
ção de núcleos por unidade de área) que o normal. Isto se mais claras. Aí é fácil observar as células grânulo-adiposas,
deve à tumefação e proliferação das células endoteliais, que cujo citoplasma espumoso contém restos dos axônios mie-
línicos necróticos. O grande e rápido afluxo das células grâ-
MACROSCOPIA
é uma resposta do tecido à anóxia.
nulo-adiposas à área necrótica é o elemento principal para
a liquefação da necrose.

Nesta peça houve um extenso infarto de parte do território da A. cerebral mé- Necrose liquefativa.
dia em que o paciente sobreviveu à fase aguda. A necrose no cérebro é do tipo li-
Um infarto do cérebro, mostrando a dissolução do tecido.
quefativo, sendo rapidamente removida por células fagocitárias (chamadas célu-
las grânulo-adiposas). Resta uma cavidade parcialmente preenchida por vasos
e gliose, um tecido cicatricial próprio do sistema nervoso central. A região infar-
tada retraiu, deixando aquele hemisfério menor que o contralateral normal. O ter-
ritório da A. cerebral média inclui o córtex cerebral e a substância branca de maior
parte da convexidade dos hemisférios cerebrais, e os núcleos da base menos o nú-
cleo caudado (que é território da A. cerebral anterior). O tálamo e o hipocampo
são supridos pela A. cerebral posterior.

N ECROSE C ASEOSA
 O termo caseosa ( do latim, caseus = queijo) é derivado da aparência macroscópica friável e branco-
amarelada, com aspecto pastoso e seco da área de necrose, semelhante a queijo branco.

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 É encontrada mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa, mas não é patognomônica dessa
doença.
 Ocorre secundariamente nos granulomas, que se formam nos processos inflamatórios crônicos relaci-
onados, especialmente, com a tuberculose.
 Ao exame microscópico, pela coloração de hematoxilina e eosina, a área necrótica exibe uma coleção
de células rompidas ou fragmentadas e restos granulares amorfos róseos delimitados por uma borda
inflamatória distinta; essa aparência é característica de um foco de inflamação conhecido como gra-
nuloma.
o Ao contrário da necrose de coagulação, a arquitetura e detalhe celular estão completamente des-
truídos e os limites celulares são precisos.
 Microscopicamente o granuloma apresenta área amorfa, acidófila (eosinofílica), fissurada, de células
necróticas, com restos nucleares basofílicos (fragmentos e núcleos picnóticos e cariorrexis).
 Pode apresentar focos de calcificação em seu interior.
 É chamada assim porque a área necrosa adquire aspecto MACROSCÓPICO DE MASSA DE QUEIJO. Mi-
croscopicamente, a principal característica é a transformação das células necróticas em uma massa
homogênea, acidófila, contendo alguns núcleos picnóticos e, principalmente na periferia, núcleos fra-
gmentados (cariorrexe).
 Ao exame microscópico, a área necrótica exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas e
restos granulares amorfos encerrado dentro de uma borda inflamatória nítida.
 Essa aparência é característica de um foco de inflamação conhecido como granuloma.
 Se o processo foi iniciado por inflamação aguda, como na infecção bacteriana, o material é frequente-
mente amarelo cremoso e é chamado de pus. Normalmente, a necrose forma cavidade com infiltrado
neutrofílico e inflamatório que originam o exsudato purulento (abscessos, pústulas).
 A cronicidade e a presença de lipídeos especiais impedem: a resolução e liquefação do tecido.
 Faz a destruição do pulmão e do hilo renal.
 Em caso de uma pneumonia curada
o Área grande ↣ evolui para o encistamento;
o Área pequena ↣ fibrose e calcificação.
 Caso a necrose atinja um vaso sanguíneo (no caso da pneumonia), haverá hemoptise (tosse com san-
gue) no caso de ser um vaso pequeno e, no caso de ser um vaso grande, haverá uma hemorragia (o
paciente pode vir a óbito)

Aneurisma de Rasmussen
É descrito como uma erosão da adventícia e média de uma artéria brônquica que dilata para o interior
de uma cavidade pulmonar, levando a hemoptise maciça. Embora pouco frequente, a formação aneu-
rismática é encontrada em pacientes com tuberculose pulmonar.

MICROSCOPIA

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Na imagem, nota-se uma imensa
área de necrose caseosa (es-
trela azul); uma área de calcifi-
cação distrófica (estrela preta);
e mais um granuloma (círculo
azul) – repara que no seu inte-
rior há um gigantócito (cabeça
de seta azul).

Pneumonia organizada avançada. Os exsudatos foram convertidos em mas-


sas fibromixoides ricas em macrófagos e fibroblastos.

MACROSCOPIA

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Necrose caseosa. Tuberculose do pulmão, com uma grande
área de necrose caseosa, contendo detritos amarelo-esbran-
quiçados caseosos.
N ECROSE G ORDUROSA OU E STEATONECROSE OU N ECROSE E NZIMÁTICA
 A necrose gordurosa é um termo bem estabelecido no vocabulário médico, mas que, na verdade, não
denota um padrão específico de necrose.
 De fato, ela se refere a áreas focais de destruição adiposa, tipicamente resultantes da liberação de li-
pases pancreáticas ativadas na intimidade do pâncreas e na cavidade peritoneal. Isto ocorre na emer-
gência abdominal calamitosa, conhecida como pancreatite aguda.
o Nesse distúrbio, as enzimas pancreáticas escapam das células acinares e dos ductos liquefazem
as membranas dos adipócitos do peritônio (omento maior).
o As enzimas liberadas quebram os triacilgliceróis contidos dentro dessas células.
o Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, produzindo áreas calcárias brancas ma-
croscopicamente visíveis (saponificação da gordura), que permitem ao cirurgião e ao patologista
identificarem as lesões.
 Este extravasamento faz com que enzimas pancreáticas ativadas quebrem as membranas dos adipóci-
tos e o ésteres de triglicerídeos contidos nestas células. Os ácidos graxos liberados se combinam com
o cálcio e produzem massas acidófilas (eosinofílicas), visíveis como áreas brancas (saponificação), que
permitem que o cirurgião e o patologista identifiquem as lesões (por eles chamados de “lesões em
pingo de vela”).
 Necrose do tecido adiposo, mais comum na pele (hipoderme), mama e retroperitônio.
 Lesões traumáticas, isquêmicas ou químicas podem levar à ruptura de células adiposas.
 O exemplo mais observado é na Pancreatite Aguda.
o A ação das lipases pancreáticas libera ácidos graxos dos triglicerídeos e estes reagem com os íons
Ca2+ dos líquidos intersticiais, formando sabões insolúveis de cálcio, que têm aspecto semelhante
à cera de vela.
o Os próprios ácidos graxos livres e as enzimas pancreáticas são lesivos às células vizinhas intac-
tas, favorecendo à disseminação da necrose.
 Ao exame histológico, os focos de necrose exibem contornos indistintos de adipócitos necróticos, com
depósitos de cálcio basófilos, circundados por uma reação inflamatória.
 Macroscopicamente: Fica amarelado (amarelo mais vivo) e amolecido
o Principal agente: trauma (mulheres são as mais afetadas ↣ impacto nas mamas e nos glúteos).
o Na pancreatite aguda não houve trauma.

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MICROSCOPIA
Esteatócitos irregulares com núcleos não periféricos e
material necrótico amorfo rosa interposto e células in-
flamatórias, incluindo células gigantes de corpo estra-
nho respondendo a células necróticas de gordura.

MACROSCOPIA

N ECROSE G OMOSA
 É uma variedade de necrose por coagulação, na qual o tecido
necrosado assume aspecto compacto e elástico como borra-
cha (goma), ou fluído viscoso.
 Encontrada na sífilis tardia ou terciária (goma sifilítica).

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N ECROSE H EMORRÁGICA – I NFARTO V ERMELHO
 Área avermelhada devido à intensa hemorragia o órgão necrosado, que ocorre em órgãos frouxos
como o pulmão, com intensa circulação colateral.
 Este tipo de infarto pode ser causado por obstrução arterial ou venosa.
 Infarto Hemorrágico.
 O órgão deve ser de dupla circulação.
o Ocorre uma grande obstrução (ou uma obstrução completa) do fluxo sanguíneo, provavelmente
devido a um trombo em uma das artérias responsáveis pela irrigação do órgão. Ao tentar “com-
pensar” a redução do fornecimento sanguíneo, a outra artéria (não obstruída) acaba se rom-
pendo, levando a uma hemorragia.
 Quando o órgão é de dupla circulação (como o pulmão) é possível ter embolia, sem ter infarto pulmo-
nar (a artéria não obstruída compensa a artéria obstruída nas áreas afetadas).

MICROSCOPIA

Aumento de 4x

Notar na imagem a completa desorganização do


parênquima pulmonar com área de hemorragia
(círculos) e necrose (quadrado).

Aumento de 10x

Na imagem nota-se a presença de hemorragia (cír-


culo) e necrose das células que compõe os alvéolos
(cabeças de seta); nota-se também a presença do
septos interalveolares (setas).

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


MACROSCOPIA:

N ECROSE F IBRINÓIDE
 O termo fibrinóide quer dizer semelhante a fibrina: é um material hialino, portanto, amorfo, homogê-
neo e eosinófilo (ou seja, de coloração róseo-brilhante), de aspecto grumoso ou filamentoso. Ocorre
em pequenas artérias (portanto, maiores que arteríolas) em duas situações básicas: em algumas do-
enças autoimunes e na hipertensão arterial maligna.
 O tecido necrosado assume um aspecto hialino e acidófilo.
 Em certas artérias, e dependendo do plano de corte, a distribuição da substância fibrinóide lembra
uma chama, daí a comparação clássica destas lesões a “chama de vela”

MICROSCOPIA

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


N ECROSE G ANGRENOSA (G ANGRENA )
 Não é um padrão específico de morte celular, mas o termo ainda é usado comumente na prática clínica.
Em geral, é aplicado a um membro, comumente a perna, que tenha perdido seu suprimento sanguíneo
e que sofreu necrose de coagulação, envolvendo várias camadas de tecido.
 É causada por uma isquemia periférica ↣ ausência de fluxo sanguíneo ↣ hipóxia.
 Existem dois tipos de gangrena:
o Gangrena Úmida
‒ Quando uma infecção bacteriana se superpõe, a necrose de coagulação é modificada pela
ação liquefativa das bactérias e dos leucócitos atraídos (mumificação contaminada com
bactérias). Assim, possui um odor muito forte e característico.
‒ Apresenta uma necrose preta, contendo pus.
MACROSCOPIA

o Gangrena Seca
‒ Ocorre quando predominam os fenômenos coagulativos. A área necrótica perde água para
o ambiente, ficando seca, retraída e com aspecto mumificado. Fica também negra, por alte-
ração da hemoglobina. Não fede!
‒ Apenas o trombo + mumificação;

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


MACROSCOPIA

↣ Sempre que há cura por fibrose, o órgão vai ter alguma perda de função.
↣ Curas por fibrose ↠ geralmente são dolorosas.
↣ O processo de cicatrização das necroses apresentadas é doloroso
 Exceção: as necroses isquêmicas doem na hora em que está ocorrendo a morte celular. Após esse
momento, não há mais dor

Roteiro da Aula Prática de Necroses - Macroscopia


1. Tipos
2. Correlacionar com Agentes Etiológicos
3. Descriminação macroscópica dos tipos de necrose
4. Evoluções da Necroses

PIGMENTOS E CÁLCULOS
AULA PRÁTICA 3 – MACROSCOPIA
PIGMENTOS
» Pigmento (do latim pigmentu = cor para pintar) é a designação dada a substâncias que possuem cor
própria e que têm origem, composição química e significado biológico diverso.
» Denomina-se pigmentação o processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos
em certos locais do organismo.
» Pigmentação patológica pode ser sinal de alterações bioquímicas pronunciadas, sendo o acúmulo ou a
redução de determinados pigmentos um dos aspectos mais marcantes em várias doenças.
» O acúmulo anormal de pigmentos ou a sua diminuição também são indicativos de que a célula sofre
agressões. Uma pigmentação anormal é mais um sinal de perda da homeostase e da morfostase celular,
portanto, é patológica.
» O espectro de cores das pigmentações patológicas geralmente abrange os tons retratados na figura
abaixo, principalmente com relação aos pigmentos endógenos.

» A pigmentação patológica pode ser exógena, cujos pigmentos são de origem externa ao organismo, ou
endógena, formada a partir de pigmentos naturais do corpo.
» A patologia das pigmentações centra-se no fato de que estão presentes não somente cores diferentes
no local, mas também substâncias estranhas aos tecidos, provocando as chamadas reações inflamató-
rias.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


» Os agentes pigmentadores exógenos constituem fatores de agressão, cuja presença indica que o tecido
está sofrendo algum tipo de lesão não necessariamente provocada pelo pigmento.
» Podem ser causados por:
o Alterações na formação do pigmento (HIPER ou HIPOPRODUÇÃO)
o Alterações na distribuição do pigmento (LOCALIZAÇÃO ANORMAL)
/

A patologia das pigmentações centra-se no fato de que estão presentes não somente cores diferen-
tes no local, mas também, e principalmente, substâncias estranhas aos tecidos, provocando as chamadas
reações inflamatórias. Os agentes pigmentadores exógenos, assim, constituem, antes de mais nada, fatores
de agressão, ao contrário dos agentes pigmentadores endógenos, naturais no organismo, cuja presença
indica que o tecido está sofrendo algum tipo de agressão não necessariamente provocado pelo pigmento.

P IGMENTAÇÃO E XÓGENA
 Pigmentação por pigmentos de origem externa ao corpo.
 De acordo com a via de introdução do pigmento no organismo:
o Via inoculação (cutânea);
o Via ingestão (oral);
o Via inalação (respiratória).

VIA INOCULAÇÃO (CUTÂNEA)


Tatuagem
‒ Feita por sais de enxofre, mercúrio, ferro e outros corantes.
‒ A fagocitose, feita por macrófagos, desses pigmentos pode provocar a transferência destes para linfo-
nodos regionais.
‒ Cor: varia conforme o tipo de pigmento presente.

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‒ TATUAGEM POR AMÁLGAMA
o Áreas de coloração azulada na mucosa bucal decorrente
da introdução de partículas de amálgama na mucosa;
o Essa introdução pode ser devida a lesão na mucosa no
local da restauração no momento de inclusão do amál-
gama na cavidade.

VIA INGESTÃO (ORAL)

Argirismo ou Argiria
‒ Intoxicação por sais de prata (“Argentum”).
‒ Mais comumente associada à administração excessiva e prolongada durante o já ultrapassado trata-
mento de cistites e oftalmias.
‒ Com deposição nos glomérulos renais, glândulas sudoríparas e sebáceas e derme superficial de com-
plexos prata-proteína, produzindo uma pigmentação cinzenta azulada permanente na pele e na mu-
cosa oral.

Plumbismo ou Saturnismo
‒ Intoxicação com sais de chumbo ("Plumbum").
‒ Mais comumente associada à ingestão de capins contaminados com fumaça de fundições ou com água
poluída por minas de chumbo.
‒ Com deposição de sulfeto de chumbo nos ossos (principalmente no fêmur) e na mucosa oral odonto-
gengival produzindo uma linha escura -"Linha do chumbo", além de graves lesões no sistema hemato-
poiético, no SNC e nos rins.

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Pigmentação Bismútica
‒ Intoxicação com sais de bismuto.
‒ Mais comumente associada ao tratamento com compostos bismúticos ou como doença profissional.
‒ Com deposição de sulfureto de bismuto principalmente nas gengivas com o aparecimento da "linha
bismútica".
‒ Atualmente é raro de ser visto, sendo comum na terapia para sífilis.

Carotenose ou Lipocromatose Exógena


‒ A ingestão excessiva de pigmentos vegetais (caroteno, xantofila, etc...) lipossolúveis (cromolipídeos ou
lipocromos exógenos) determina coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem efeitos deletérios
conhecidos.
‒ As células que mais captam tais pigmentos são as células epiteliais da adrenal, dos testículos e da ve-
sícula seminal, as luteínicas do corpo lúteo, as células de Kupffer do fígado, as células ganglionares e
os adipócitos.
‒ A quantidade de carotenoide nos tecidos variam conforme a espécie e está na dependência da eficiên-
cia relativa na conversão de caroteno para vitamina A.
‒ A carotenose deve ser diferenciada da icterícia e da esteatose com base na seguinte prova:
1. Fragmento flutua = Esteatose
Fragmento ↣ Copo com água e éter + Agitação ↣ 2. Éter se cora = Carotenose
3. Água se cora = Icterícia

A pessoa fica laranja.

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VIA INALAÇÃO (RESPIRATÓRIA)
As "Pneumoconioses" (Pneumo = pulmões + Conios = poeira + osis = estado de...) são alterações pul-
monares e de linfonodos regionais decorrentes da inalação de partículas provindas do ambiente (poei-
ras/poluição do ar). Não são verdadeiramente distúrbios pigmentares.
A gravidade de uma pneumoconiose dependerá:
- do tipo da partícula inalada (qualidade);
- do tempo de exposição à poeira (quantidade);
- da presença ou não de infecção associada.

TIPOS DE PNEUMOCONIOSES

Antracose
‒ Pigmentação por sais de carbono.
‒ Comum sua passagem pelas vias aéreas, chegando aos alvéolos pulmonares e aos linfonodos regionais
por intermédio da fagocitose do pigmento.
‒ Cor: varia do amarelo-escuro ao negro.
‒ A antracose em si não gera problemas, mas sua evolução pode originar disfunções pulmonares graves,
principalmente em profissões que constantemente entram em contato com a poeira de carvão.
‒ Macroscopicamente verifica-se um pontilhado preto acinzentado, mais intenso nas porções mais ven-
trais. Linfonodos regionais também escurecidos.
‒ Microscopicamente observa-se grânulos enegrecidos histoquimicamente resistentes a todos solven-
tes, nos alvéolos e nos septos interalveolares, as vezes dentro de macrófagos.

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Silicose
‒ Inalação de sílica ("terra") sendo altamente irritante, determinando por isso mesmo reações violentas
(nódulos altamente fibróticos - de natureza granulomatosa), além de predispor à infecções pulmona-
res.

Outras Pneumoconioses
‒ Asbestose: Inalação de silicato de magnésio (amianto);

‒ Silicossiderose: de minério de ferro (Hematita);


‒ "Calcinose": de Carbonato de cálcio (cal);
‒ Beriliose: de Berílio;
‒ Cadmiose: de cádmio;
‒ Plumbose: de chumbo;
‒ Cuprose: de cobre;
‒ Argirose: de sais de prata;
‒ Hidrargirose: de sais de mercúrio;
‒ Bismutose: de sais de bismuto.

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P IGMENTAÇÃO E NDÓGENA
 Pigmentação por pigmentos produzidos dentro do corpo.
 Lipofuscina
 Ácido Homogentísico
 Melanina
 Derivados da hemoglobina, ou pigmentos hemoglobínicos: pigmentos biliares, hematoidina e hemos-
siderina.
 Hematina, pigmento malárico.
 Pigmento Esquistossomótico.

Ácido Homogentísico (Ocronose ou Alcaptonúria)


‒ Em condições normais, a degradação oxidativa da tirosina resulta na formação do ácido Homogentí-
sico.
‒ Deficiência da enzima ácido homogentísico 1,2-dioxigenase impede a degradação da enzima e, então,
seu acúmulo no plasma e, eletivamente nas cartilagens, pele e tecido conjuntivo sendo excretado pela
urina.

Lipofuscina (Pigmento da Atrofia Parda)


‒ Grupo homogêneo de pigmentos pardacentos, derivados da oxidação de lipídeos ou de lipoproteínas,
geralmente insaturadas.
‒ Ocorrem em condições de senilidade ou caquexia (caracterizando a "Atrofia Parda") numa grande va-
riedade de tecidos (coração, músculos esqueléticos, fígado, adrenais, neurônios, tireóide e paratire-
oide, rins, ovários, testículos e mesmo em linfonodos).
‒ São resistentes aos solventes lipídicos, reduzem os sais de prata, são negativos para os corantes para
ferro e se coram com corantes lipídicos (sudanofílicos).
‒ Suas características, no entanto, podem variar de tecido para tecido, e em um mesmo tecido, de tempo
para tempo.
‒ Características macroscópicas: Empardecimento do órgão, de fácil evidenciação em tecidos muscula-
res. caracterizando a "Atrofia Parda".
‒ Características microscópicas: Grânulos pardo amarelados ou marrom escuros, fluorescentes, ferro-
negativos, PAS positivos. distribuídos esparsamente no citoplasma ou próximo aos polos dos núcleos
nas fibras musculares.
‒ Características ultraestruturais: Massas irregulares compostas de corpúsculos eletrodensos de tama-
nho variados, embebidos numa matriz de menor densidade.
‒ Acredita-se que a lipofuscina seja resultado de autofagia.
‒ Assim, os lipídeos oriundos dos componentes celulares fagocitados seriam parcialmente digeridos no
interior dos fagolisosomos produzindo os pigmentos.
‒ As variações tintoriais poderiam estar relacionadas com as fases do processo de autofagia.

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MICROSCOPIA:

Hemossiderose Sistêmica
‒ Acúmulo anormal de hemossiderina nos tecidos, especialmente nos macrófagos da derme, do fígado,
do baço, da medula óssea, linfonodos e pulmões.
‒ A deposição sistêmica de hemossiderina ocorre em consequência do aumento da absorção intestinal
do ferro.
‒ ↑ absorção intestinal do ferro ↣ anemias hemolíticas.
‒ Características macroscópicas: Quando intensa, a hemossiderose determina uma coloração ocre amar-
ronzada, facilmente detectável no fígado, no baço, nos linfonodos, no miocárdio e no pâncreas.
‒ Características microscópicas: Grânulos brilhantes dourados ou pardacentos, azul da Prússia positi-
vos, de tamanhos variados, entre as células (nos linfonodos, principalmente) ou dentro de macrófagos
e/ou células epiteliais.

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Processo: Hemossiderose, fibrose e icterícia. Superfície de corte transversal de órgão fixado em formol. Pode-se consta-
tar um aumento moderado no tamanho do órgão, a coloração está castanho-avermelhada ou bronzeada. Existem faixas
ou estrias de coloração esverdeada. A consistência está moderadamente aumentada. Este órgão é proveniente de paci-
ente portadora de forma grave da anemia falciforme, cujas hemácias têm maior fragilidade e menor vida média, levando
ao quadro de hemólise crônica. Por este motivo, sofreu inúmeras transfusões de sangue ao longo da vida. Com isso houve
um maior depósito de hemossiderina nas células e no interstício hepático, levando ao desenvolvimento da hemosside-
rose e posterior estímulo a neoformação conjuntivo-vascular que retraiu e endureceu algumas áreas do órgão. A icterícia,
responsável pela coloração esverdeada, representa a hemólise mais recente. A coloração esverdeada é devido a oxidação
da bilirrubina em biliverdina pela fixação em formol.

Hemossiderina
‒ É um pigmento resultante da degradação da hemoglo-
bina que contém ferro.
‒ É originada da lise de hemácias, de dieta rica em ferro
ou da hemocromatose idiopática (alteração da con-
centração da hemoglobina nos eritrócitos).
‒ Sua cor é amarelo-acastanhado.
‒ Possui aspectos granular amorfo, de ocorrência prin-
cipalmente intracelular, em locais onde esteja ocor-
rendo desintegração excessiva de hemácias.

Hemocromatose
‒ Distúrbio raro do metabolismo do ferro, no qual uma quantidade excessiva de ferro é absorvida pelo
intestino ou entra no organismo via transfusão, levando á deposição , ao longo dos anos, de pigmen-
tos semelhantes à hemossiderina, no interstício, nos macrófagos, e mesmo em células epiteliais da
pele, fígado, rins, pâncreas e glândulas salivares.
‒ Esta deposição excessiva irrita e acaba por determinar fibroplasia e atrofia parenquimatosa, levando
com frequência à cirrose hepática e à atrofia das ilhotas de Langerhans do pâncreas - "Diabete Bron-
zeada".

Pele de cor bronze ou cinza.

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Hematinoses
‒ Ocorrência de pigmentação resultante da catabolização anormal da Hb, sob ação de ácidos (em tecidos
fixados com formol não tamponado e não neutralizado, ou em tecidos com pH muito alto ou baixo e que
tenham hemorragias - exemplo: Úlcera péptica...) ou de enzimas digestivas de parasitos hematófagos.
‒ São divididas em:
o Hematina acida formolínica ou "Pigmento do Formol": Comum em tecidos hemorrágicos quando
fixados em formol ácido, sendo também indício de autólise post mortem. Apresenta-se como grâ-
nulos bronzeados ou preto esverdeados, não reagindo com o Azul da Prússia. Não tem significado
patológico, mas pode ser confundido com outros pigmentos importantes. Presente na Leishma-
niose Visceral (calazar).

o Hematina ácida hidro clorídrica ou "Pigmento da úlcera": Formada pela ação do ácido clorídrico
sobre a Hb, frequentemente observada nas proximidades de ulceras gástricas.
o Hematina malárica ou "Hemozoina" ou ainda "Pigmento Palúdico": Resulta da digestão enzimá-
tica da Hb pelo Plasmodium spp., que com a ruptura das hemácias, libera grânulos castanho es-
curos no interstício para os macrófagos do baço, fígado e outros órgãos.

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o Hematina esquistossomótica ou "Pigmento esquistossomótico": Resulta da digestão enzimática
da Hb no tubo digestivo do Schistosoma mansoni (ingestão de hemácias, digestão e regurgita-
mento, de maneira intermitente), levando à formação de grânulos castanho escuros, semelhantes
à hemozoina, que se acumulam nas células de Kupffer.

Bilirrubina
‒ É o produto da lise do anel pirrólico, sem a presença de ferro.
‒ Conjugada ao ácido glucurônico pelo hepatócito, a bilirrubina torna-se mais difusível, não se concen-
trando nas células que fagocitam hemácias, o que provoca um aumento generalizado desse pigmento,
denominado de icterícia.
‒ Icterícia

‒ Tem sua origem nos casos de lise hemática, de doença hepatocítica ou de obstrução das vias biliares.
‒ Acredita-se, hoje, que a bilirrubina seja originada da hematoidina, pigmento que se cristaliza próximo
às hemácias rompidas.

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Pigmentos Melânicos
‒ Pigmento granular de cor castanho enegrecida e de natureza proteica, insolúvel nos solventes comuns,
que não contem ferro nem gordura e resiste aos ácidos e álcalis, sendo entretanto destruído pela oxi-
dação (H2O2).
‒ Dá cor escura à pele, ao cabelo, à íris, à retina, corpo ciliar e coroide, à mucosa oral de cães, aos cascos
e chifres (conforme a raça).
‒ Função: Proteger contra radiações em geral (principalmente Ultra Violeta - que é penetrante.).
‒ Exposição aos raios ultravioleta provocam esses aumentos de melanina.
‒ Os aumentos localizados da melanina podem se manifestar sob as seguintes formas:
o Nevus celulares
▪ São má formações de aspecto tumoral, também considerados por alguns como verdadeiras
neoplasias benignas ("nevoblastomas"), oriundos dos melanócitos e melanoblastos.
▪ Localização heterotópica dos melanoblastos (camada basal da epiderme). Os nevus podem
ser planos (ditos juncionais) ou elevados (dérmicos ou intradérmicos).

o Melanomas
▪ Manchas escuras de natureza cancerosa. Há o aumento da quantidade de melanócitos , os
quais encontram-se totalmente alterados, originando esse tumor.

o Melanose
▪ Cutânea ou visceral.
▪ As máculas de melanina se dispõem caracteristicamente em "tabuleiro de xadrez", com li-
mites nítidos.
▪ Não tem significado clínico.

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o Acantose Nigricans
▪ Dermatopatia idiopática do homem, de curso crônico, caracterizada por hiperpigmentação,
alopecia e liquenificação, de maneira progressiva, circunscrita e simétrica.
▪ Afeta principalmente a região das axilas, flancos, abdome, região inguinal, face interna dos
membros posteriores e escroto.
▪ Comum na diabetes não controlada.

o Efélides ou Sardas;

o Albinismo;
▪ Despigmentação generalizada congênita (geralmente condicionada por gene autossômico
recessivo) decorrente da incapacidade dos melanócitos de sintetizar a tirosinase (ou tiro-
sina oxidase), importante na síntese da melanina.

o Vitiligo o Mancha mongólica.


▪ Comum nas mãos; causada pela diminuição da ▪ Mancha escura, principalmente
quantidade de melanócitos produtores de pig- na região do dorso e sacral.
mento na epiderme, manifestando-se clinica-
mente como manchas hipocromadas.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


Roteiro da Aula Prática de Pigmentos - Macroscopia
1. Tipos
2. Consequências de seus depósitos
3. Identificar o órgão acometido.

CÁLCULOS
» Lembrar dos tipos de calcificação.
» A calcificação patológica é a deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos, junto com quanti-
dades menores de ferro, magnésio e outros sais minerais. Há duas formas de calcificação patoló-
gica. Quando a deposição ocorre localmente em tecidos mortos, é conhecida como calcificação distró-
fica; ela ocorre apesar de níveis séricos de cálcio normais e na ausência de alterações no metabolismo
do cálcio. Em contraste, a deposição de sais de cálcio em tecidos normais é conhecida como calcificação
metastática, e quase sempre resulta da hipercalcemia secundária a algum desequilíbrio no metabo-
lismo do cálcio.

Calcificação Distrófica.
A calcificação distrófica é encontrada em áreas de necrose, sejam elas do tipo coagulativa, caseosa ou
liquefativa, e em focos de necrose enzimática da gordura. A calcificação quase sempre está presente nos ate-
romas da aterosclerose avançada. Também se desenvolve comumente nas valvas cardíacas envelhecidas ou
danificadas, dificultando ainda mais a sua função (Fig. 2-34). Qualquer que seja o local da deposição, os sais de
cálcio aparecem macroscopicamente como delicados grânulos ou grumos brancos, muitas vezes palpáveis como
depósitos arenosos. Às vezes, um linfonodo tuberculoso é praticamente convertido em pedra.
» Morfologia. Histologicamente, com a coloração de rotina de hematoxilina e eosina, os sais de cálcio
exibem aparência granular, amorfa e basofílica, algumas vezes formando grumos. Podem ser intrace-
lulares, extracelulares, ou se encontrar em ambas localizações. Com o passar do tempo, pode ocorrer
a formação de osso heterotópico no foco da calcificação. Eventualmente, células necróticas individu-
ais constituem um foco de cristalização que é ampliado pelo depósito de minerais. A aquisição pro-
gressiva de camadas externas cria configurações lamelares chamadas de corpos de psamoma (ou
apenas, psamomas, do grego psammos = areia) devido à sua semelhança a grãos de areia. Alguns tipos
de cânceres papilares (p. ex., da tireoide) são capazes de formar psamomas. Na asbestose, sais de ferro
e cálcio se acumulam em torno das espículas delgadas de asbesto no pulmão, criando formas exóticas
de halteres com contas.
Embora a calcificação distrófica seja simplesmente um sinal indicador de lesão celular prévia, ela, com
frequência, é causa de disfunção do órgão. Este é o caso na doença valvar calcificada e na aterosclerose. O
cálcio sérico é normal na calcificação distrófica.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


Calcificação Metastática.
A calcificação metastática ocorre nos tecidos normais sempre que há hipercalcemia. A hiper-
calcemia também acentua a calcificação distrófica. Há quatro causas principais de hipercalcemia:
(1) aumento da secreção do paratormônio (PTH) com subsequente reabsorção óssea, como no hiperpa-
ratireoidismo devido a tumores das paratireoides, e secreção ectópica de proteína relacionada ao
PTH por tumores malignos;
(2) destruição de tecido ósseo, decorrente de tumores primários da medula óssea (p. ex., mieloma múl-
tiplo, leucemia) ou metástases esqueléticas disseminadas (p. ex., câncer de mama), remodelamento
ósseo acelerado (p. ex., doença de Paget) ou imobilização;
(3) distúrbios relacionados à vitamina D, incluindo intoxicação por vitamina D, sarcoidose (na qual ma-
crófagos ativam um precursor da vitamina D) e hipercalcemia idiopática da lactância (síndrome de
Williams), caracterizada por sensibilidade anormal à vitamina D;
(4) insuficiência renal, que causa retenção de fosfato, provocando hiperparatireoidismo secundário.
Causas menos comuns incluem intoxicação por alumínio, que ocorre em pacientes sob diálise renal
crônica, e na síndrome leite-álcali, que resulta da ingestão excessiva de cálcio e antiácidos absorvíveis
como o leite ou carbonato de cálcio.
A calcificação metastática pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, mas afeta principalmente os
tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias pulmonares. Embora em
localização bastante diferente, todos esses tecidos excretam ácido e, portanto, têm um compartimento in-
terno alcalino que os predispõe à calcificação metastática. Em todos esses locais, os sais de cálcio morfolo-
gicamente se assemelham aos descritos na calcificação distrófica. Assim, eles ocorrem como depósitos
amorfos não cristalinos ou, em outras vezes, como cristais de hidroxiapatita.
Em geral esses sais minerais não causam disfunção clínica, mas, ocasionalmente, o envolvimento
maciço dos pulmões produz achados radiográficos e comprometimento respiratório notáveis. Depósitos
maciços no rim (nefrocalcinose) podem, com o tempo, causar lesão renal.

C ÁLCULOS DE V ESÍCULA B ILIAR (B ILIARES )


 A litíase biliar conhecida popularmente como cálculos biliares é uma patologia cujos cálculos são for-
mados em virtude de componentes anormais da bile.
 São divididos em dois tipos principais: os cálculos de colesterol, que são responsáveis por 80% do
total, e os cálculos pigmentares, que são constituídos principalmente por bilirrubinato de cálcio, onde
contém < 20% de colesterol e são classificados em tipos “pretos” e “marrons”.
 Possíveis causas
o A vesícula biliar armazena bile. O fluido é produzido no fígado e usado no intestino delgado para
digerir a gordura. A bile contém colesterol, água, bilirrubina e sais biliares.
o Os cálculos biliares são formados devido às seguintes condições:
▪ Absorção excessiva de sais biliares na bile
▪ Absorção excessiva de água na bile
▪ Excesso de colesterol na bile
▪ Inflamação da parede da vesícula biliar
 Uma situação que pode levar à formação de cálculos é a alta ingestão de dieta hipercalórica e hiperli-
pídica.
o Quando o indivíduo possui uma dieta rica em gorduras durante muitos anos, a quantidade de
colesterol na bile aumenta, pois o colesterol é produto do metabolismo das gorduras no corpo.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


Neste caso, os outros componentes da bile estão normais, porém o colesterol, em excesso, irá se
depositar e formar os cálculos.
 Além de fatores ambientais, tem-se como fatores de risco a predominância do sexo feminino, sobre-
tudo na gravidez e com o aumento da idade, devido a predisposição genética (história familiar), na
obesidade, em algumas doenças (doença de Crohn, cirrose, diabetes tipo 2, síndrome metabólico).
 Cálculos biliares são depósitos duros como cristais de rocha que se formam dentro da vesícula biliar.
 Os cálculos biliares variam em tamanho ↣ eles podem ser do tamanho de um grão de areia, como
também podem ser grandes como uma bola de golfe.
 Estudos de necropsias em adultos revelaram cálculos em 12% dos homens e 24% das mulheres. A
prevalência exata varia dependendo das populações estudadas.

TIPOS
• Cálculos biliares de colesterol: este é o
tipo mais comum de cálculo biliar, que
muitas vezes aparece na cor amarela. Es-
tes cálculos biliares são compostos princi-
palmente de colesterol não dissolvido,
mas podem conter outros componentes;
 Podem ser únicos ou múltiplos;
 A deposição é em camadas;
 Mistos – multifacetados;
 São mais firmes.

• Cálculos biliares pigmentados


(bilirrubina): Estas pedras cos-
tumam ser marrons ou pretas e
se formam quando a bile con-
tém muita bilirrubina, um com-
posto produzido no momento
em que o corpo quebra as he-
mácias do sangue.
 São menores do que os
cálculos biliares de coles-
terol;
 São mais moles (de menor
consistência);
 Possuem alto risco de obs-
trução do colédoco.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


CORRELAÇÃO CLÍNICA E CIRÚRGICA
‒ Independente do tamanho do cálculo, quando existente, há a recomendação de retirada do cál-
culo, por meios cirúrgicos ou não.
o Cálculos Pequenos ↣ Grande risco de obstrução do seu colédoco.
o Cálculos Grandes ↣ Aumento o risco de neoplasias.

FATORES DE RISCO
• Esses fatores de risco aumentam as chances de desenvolver cálculos biliares.
 Idade: mais de 60 anos
 Sexo:
o Mulheres entre 20 e 60 anos
o Mulheres com altos níveis de estrogênio devido à gravidez, uso de contraceptivos orais ou
terapia de reposição hormonal
 Obesidade
 Raça: tribo indígena de Pima e outros nativos americanos, mexicanos-americanos e europeus
do norte
 Uso de medicamentos para reduzir o colesterol
 Diabetes
 Perda rápida de peso e jejum
 Cálculos biliares anteriores
 Doenças da vesícula biliar e ductos biliares
 Doenças do sangue, incluindo anemia falciforme

COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS
• Cálculos biliares não tratados podem bloquear o duto cístico ou duto biliar comum. Esse bloqueio
pode acarretar nos seguintes problemas:
 Colecistite aguda ou crônica
o Inflamação da vesícula biliar.
 Colangite
o Inflamação de um ou mais canais biliares.
 Coledocolitíase
o Presença de cálculos nos ductos biliares.
 Pancreatite
o Inflamação do pâncreas.
 Neoplasia de vias biliares
o Câncer nos tubos delgados que transportam o fluido digestivo bílis pelo fígado.
 Obstrução intestinal.
o Condição gastrointestinal em que o material digerido é impedido de passar normalmente
pelo intestino.

C ÁLCULOS R ENAIS
 Calculose renal, conhecida vulgarmente por pedra no rim, é a presença no trato urinário de um cál-
culo formado a partir de sais minerais presentes na urina.
 Os cálculos renais formam-se no rim e são geralmente expelidos do corpo na urina.
 Os cálculos de pequena dimensão podem passar pelo trato urinário sem causar sintomas.
o No entanto, quando um cálculo cresce mais do que 5 mm pode causar o bloqueio da uretra, pro-
vocando dor intensa na parte inferior e posterior do abdómen.

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 A presença de um cálculo pode também causar sangue na urina, vômitos ou dor ao urinar.
 A formação de maior parte dos cálculos tem origem na combinação de fatores genéticos e ambientais.
 Algumas das causas conhecidas de pedras nos rins em crianças incluem:
o Demasiada oxalato na urina
o Demasiado cálcio na urina ou no sangue
o Demasiado ácido úrico na urina
o Pequenas bactérias em torno das quais uma pedra pode se formar
o Uma anomalia herdada da maneira como o corpo administra a cistina
o Corpos estranhos no trato urinário, como endopróteses ou cateteres.
o Função anormal do trato urinário, como bexiga neurogênica .
 Os cálculos formam-se no rim quando existem elevadas concentrações de minerais na urina.
 Os cálculos podem ser classificados de acordo com a sua localização:
o Nefrolitíase (no rim)
o Uretrolitíase (na uretra)
o Cistolitíase (na bexiga);
 Ou podem ser classificados em função da sua composição química
o Oxalato de cálcio
o Ácido úrico
o Estruvite
o Cistina
 Quando um cálculo não causa sintomas, não é necessário tratamento. Quando causa sintomas, geral-
mente a primeira medida é a administração de analgésicos.
 Em todo o mundo, entre 1% e 15% das pessoas são afetadas por um cálculo renal pelo menos uma vez
na vida.
 Geralmente afeta mais homens que mulheres (com exceção do cálculo de estruvita).
 Como e por que se forma o cálculo renal?
o Há uma precipitação dos cristais, que normalmente eliminados pela urina, e consequentemente
a formação da pedra. Algumas são decorrentes de excesso de ácido úrico ou oxalato de cálcio
na urina, de infecções urinárias de repetição, de falta de citrato ou de uma doença chamada cis-
tinúria. Em mais de 50% dos casos, quer em homens, quer em mulheres, as pedras são formadas
por oxalato de cálcio. Feito o diagnóstico, recomenda-se uma avaliação metabólica, porque a
abordagem terapêutica e o prognóstico podem ser diferentes de acordo com o tipo de cálculo.
 Normalmente, o cálculo é unilateral, ou seja, acomete apenas 1 rim.
 Os cálculos muito grandes acabam por não conseguirem migrar no trato urinário. Já os pequenos con-
seguem, o que leva ao risco de obstrução.

TIPOS
• Existem quatro tipos de cálculos renais, sendo que um se diferencia do outro no que diz respeito à sua
formação e principais características.
• Os tipos de pedras no rim existentes são:
 Cálculos de Cálcio
o São os mais comuns.
o Ocorrem mais frequentemente em homens do que em mulheres e aparecem e aparecem no
geral entre 20 e 30 anos.
o Tendem a reaparecer após tratamento.
o O cálcio pode combinar-se com outras substâncias, como o oxalato, o fosfato ou o carbonato
para formar a pedra nos rins.

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o Algumas doenças do intestino delgado, dietas ricas em vitamina D e distúrbios metabólicos
aumentam o risco de formação dos cálculos de oxalato e cálcio.
 Cálculos de Cistina
o Estes podem aparecer em pessoas que têm cistinúria, uma doença renal hereditária e que
afeta tanto homens quanto mulheres.
 Cálculos de Estruvita
o Encontrados principalmente em mulheres com infecção do trato urinário.
o Esses tipos de pedra nos rins podem crescer muito e bloquear o rim, o ureter ou a bexiga.
 Cálculos de Ácido Úrico
o Correspondem a 7% de todos os cálculos renais tratados.
o Formam-se principalmente em pacientes que têm ácido úrico elevado.
o São mais frequentes em homens do que em mulheres.
o Podem, ainda, ocorrer juntamente com dietas ricas em proteína, gota ou quimioterapia.
o Fatores genéticos também podem contribuir para o surgimento de pedras no rim deste tipo.

FATORES DE RISCO
• Alguns fatores são considerados de risco, pois contribuem para o surgimento do cálculo renal.
 Histórico familiar
o A presença de familiares que possuem ou já possuíram cálculos renais, aumenta o chance de
um indivíduo desenvolver tal condição.
o Além disso, um indivíduo que já apresentou a doença alguma vez possui risco aumentado de
desenvolver a doença (novamente) em relação a um indivíduo que nunca apresentou.
 Predisposição Genética
 Adultos acima dos 40 anos são mais propensos a desenvolver pedra nos rins.
 Homens são mais suscetíveis aos cálculos renais do que mulheres, exceto nos cálculos de estru-
vita.
 Baixa hidratação.
 Altas temperaturas.
 Dietas ricas em proteína, sódio (sal) ou açúcar também são consideradas fatores de risco.
 Obesidade
 Doenças do trato digestivo (como inflamação gastrointestinal e diarreia crônica) e cirurgias
(como a de bypass gástrico).
o Isso ocorre pois estas situações podem causar mudanças no processo de digestão que afetam
diretamente na absorção de cálcio e água, aumentando as chances de formação de substân-
cias capazes de levar à formação de pedras
 Outras doenças, como acidose, lesões renais tubulares, cistinúria, hiperparatireoidismo, doenças
no trato urinário e alguns medicamentos também podem aumentar os riscos de cálculo renal.

CÁLCULOS CORALIFORMES: UM CASO À PARTE


Um cálculo é denominado coraliforme quando passa a ocupar o rim em sua quase totalidade (pelve
renal e cálice) e tem este nome por sua aparência semelhante a um coral. Acometem pacientes com infec-
ções recorrentes causadas pela bactérias do gênero Proteus, as quais aumentam o pH urinário e favorecem
a precipitação de sais, em especial da estruvita (combinação de fosfato, amônia e magnésio).
Em virtude de seu tamanho avantajado, a eliminação natural deste tipo de pedra é impossível, sendo
necessária a intervenção cirúrgica. Se não for tratado, este cálculo pode levar à destruição do rim. Além de
dor e perda da função, os pacientes podem sofrer infecção renal e mesmo generalizada, podendo levar à
insuficiência renal e morte.

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TRATAMENTO
• O tratamento depende do tamanho e localização dos cálculos renais. O tratamento pode incluir:
 Água
o Para cálculos renais pequenos, fazer com que seu filho beba muita água ajudará seu corpo a
eliminar pedras na urina. O médico pode lhe dar um recipiente especial para pegar o cálculo
ao removê-lo, para que possa ser analisado. Se o seu filho tiver dificuldade em reter líquidos,
pode ser necessário que você seja hospitalizado para receber fluidos através de um IV. O
médico também pode dizer ao seu filho sobre analgésicos e antibióticos até que a pedra seja
removida.
 Cirurgia
o Uma cirurgia pode ser necessária se o cálculo:
• É muito grande ou está crescendo
• Causa sangramento ou ferimentos no rim
• Causas de infecção
• Bloqueia o fluxo urinário
• Não é removido sozinho

RELAÇÃO COM A HIDRONEFROSE


A hidronefrose ocorre quando a urina se acumula nos rins e não consegue drenar para fora da be-
xiga. Os rins ficam inflamados devido ao excesso de urina. A inflamação pode causar danos. Um ou ambos
os rins podem ser afetados.
Isto não é uma condição ↣ é um sinal de outra condição que está afetando os rins ↣ a inflamação pode
levar a danos nos rins.
A hidronefrose é causada por problemas do trato urinário, como uma obs-
trução que impede a drenagem da urina dos rins. A obstrução pode ser de-
vido a:
➢ Um defeito congênito que causa um estreitamento no local onde o ure-
ter (tubo que vai do rim para a bexiga) se conecta à bexiga.
➢ Cálculos renais
➢ Coágulos sanguíneos
➢ Tumores
➢ Tecido cicatricial ou lesão do trato urinário
Outras causas incluem:
➢ Uma condição chamada refluxo pode fazer com que a urina flua de volta
para os rins da bexiga
➢ Função anormal da bexiga devido a problemas nervosos

RELAÇÃO COM A PIELONEFRITE


Pielonefrite é uma doença inflamatória infecciosa, potencialmente grave, causada por bactérias. Ela
acomete o parênquima renal, onde se localizam as estruturas funcionais produtoras de urina, e o bacinete
(ou pelve renal), porção dilatada do rim, com o formato aproximado de um funil, cuja função é facilitar o
fluxo da urina pelos ureteres, a fim de que seja armazenada na bexiga e depois eliminada pela uretra.
A pielonefrite pode ser uma enfermidade aguda ou crônica. Na forma aguda, a infecção bacteriana
surge de uma hora para outra e compromete o funcionamento dos rins. Embora na maior parte das vezes
seja um episódio reversível, se não tratada, pode evoluir para uma doença renal crônica, uma complicação
potencialmente grave.

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Na forma crônica, os rins vão perdendo a capacidade de funcionamento aos poucos, por causa de
uma doença subjacente (hipertensão arterial e diabetes tipo 2, por exemplo) ou de infecções agudas repe-
tidas ou mal curadas, que podem levar à falência dos rins.
Causas:
A E. coli (Escherichia coli), bactéria gram-negativa que habita normalmente os intestinos,
é responsável por aproximadamente 90% dos casos de pielonefrite. Ela penetra no organismo pela
uretra, alcança a bexiga, sobe pelos ureteres e se instala em um ou nos dois rins, comprometendo
seu funcionamento. Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Pseudomonas são outros agentes infec-
ciosos que podem estar associados aos episódios da doença.
Embora menos comum, a causa da pielonefrite pode ser uma infecção por bactérias gram-
positivas, entre elas o Staphylococcus aureus. Proveniente de focos infecciosos em outros órgãos,
essa micróbio pode disseminar-se na corrente sanguínea e infectar os rins. É a chamada via hema-
togênica de transmissão da enfermidade, que pode espalhar a bactéria por todo o organismo pro-
vocando sepse, um processo infeccioso bastante grave, conhecido no passado como “infecção ge-
neralizada”.
Fatores de Risco:
O trato urinário é dotado de mecanismos de defesa que impedem a proliferação de germes
patogênicos. Além disso, o acesso de microrganismos às vias urinárias superiores é dificultado
pelo fluxo contínuo da urina, que os arrasta para fora do corpo, e pela presença de esfíncteres,
espécie de válvulas que se fecham depois que a urina passa rumo ao exterior.
No entanto, mesmo assim, existem algumas condições que aumentam o risco de desenvolver
pielonefrite. São elas:
➢ Anatomia feminina;
➢ Obstrução no trato urinário – cálculos renais, gravidez, malformações anatômicas, uso
prolongado de cateteres urinários, aumento benigno da próstata são condições que, além de
retardar o fluxo da urina e o esvaziamento completo da bexiga, favorecem a proliferação de
bactérias que podem alojar-se nos rins;
➢ Sistema imunológico debilitado;
➢ Refluxo vesicuretral – retorno de pequenas quantidades de urina da bexiga urinária para os
ureteres e para os rins durante a micção por mau funcionamento das válvulas existentes no
trato urinário;
➢ Diabetes, bexiga neurogênica, rins policísticos e cistites de repetição.

ATEROSCLEROSE
↣ É possível cobrar a aterosclerose no conteúdo de calcificação.
↣ As calcificações, nessa condição, são do tipo ‘distrófica’ e se apresentam nas placas de ateromas graves.

Roteiro da Aula Prática de Cálculos – Macroscopia


Cálculos Biliares Cálculos Renais
1. Tipos (2); 1. Tipos (4);
2. Características; 2. Características;
3. Prevalência em grupos; 3. Quando ocorrem;
4. Consequências. 4. Prevalência em grupos;
5. Consequências.

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DOENÇAS DE DEPÓSITOS - AMILOIDOSE
AULA PRÁTICA 4 - MICROSCOPIA
» A amiloidose é uma condição associada a diversas doenças hereditárias e inflamatórias nas
quais depósitos extracelulares de proteínas fibrilares são responsáveis por dano tecidual e
comprometimento funcional.
» Essas fibrilas anormais são produzidas pela agregação de proteínas deformadas (que são solúveis na
sua configuração dobrada normal).
» A presença de grande quantidade de grupos de açúcares carregados nessas proteínas adsorvidas con-
fere as características de coloração dos depósitos que pensava-se que tinham semelhança com o amido
(amilose).
o Dessa forma, os depósitos foram chamados de amiloide, um nome que está firmemente enraizado
apesar da constatação de que os depósitos não estão relacionados com o amido.
» O amiloide é depositado no espaço extracelular em vários tecidos e órgãos do corpo em uma variedade
de situações clínicas.
» À microscopia óptica e com as colorações de hematoxilina e eosina, o amiloide se apresenta como uma
substância amorfa, eosinófila, hialina e extracelular.
» Com o acúmulo progressivo, ele invade e produz atrofia por pressão das células adjacentes.
» Para diferenciar o amiloide de outros materiais hialinos ↣ coloração pelo vermelho Congo, que sob a
luz comum confere uma cor rósea ou vermelha aos depósitos teciduais, porém quando observado à
microscopia polarizante (sob uma luz polarizada), o amiloide apresenta uma birrefringência verde
(específico).
» Problemas no metabolismo
» Erros inatos do metabolismo ↣ falta congênita de enzimas
» Características do material depositado
o Alzheimer – beta amiloide depositado

PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS AMILOIDES

A Natureza Química do Amiloide


Aproximadamente 95% do material amiloide consiste em proteínas fibrilares, sendo os 5% restan-
tes o componente P e outras glicoproteínas. As três formas mais comuns de amiloide são as seguintes:
1. A proteína AL (cadeia leve do amiloide) é composta por cadeias leves de imunoglobulinas com-
pletas, fragmentos aminoterminais das cadeias leves, ou por ambos. Ocorre em pacientes com
mieloma múltiplo. Os Rins são os principais órgãos acometidos.
2. A proteína fibrilar amiloide tipo AA (associada ao amiloide) é derivada de uma única proteína
não Ig produzida pelo fígado. As fibrilas AA são derivadas por proteólise de um precursor maior no
soro, chamado proteína SAA. Se deposita, principalmente, na polpa do baço.
➢ Observado na vigência de doenças inflamatórias crônicas, como lepra lepromatosa, tuberculose,
osteomielite, bronquiectasias, e artrite reumatoide, com duração de anos.
➢ A Proteína A (SAA = proteína associada a amiloide no soro) é sintetizada no fígado, circula ligada a
lipoproteínas de alta densidade e está presente normalmente em concentrações baixas, mas au-
menta até 100 x em doenças inflamatórias crônicas, como parte da resposta de fase aguda.
▪ Essa forma de amiloidose está associada à inflamação crônica e costuma ser chamada amiloi-
dose secundária.
➢ Um fragmento não digerível da SAA é o monômero do amiloide AA.

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3. A proteína β-amiloide (Aβ) constitui o centro das placas cerebrais encontradas na doença de
Alzheimer, bem como o amiloide depositado nas paredes dos vasos sanguíneos cerebrais em indiví-
duos com essa doença. A proteína Aβ é um peptídeo derivado por proteólise de uma glicoproteína
transmembrana muito maior, chamada proteína precursora do amiloide.

Muitas outras proteínas bioquimicamente distintas também podem ser depositadas, como o ami-
loide, em diversas situações clínicas. Entre essas causas mais raras de amiloidose, as proteínas mais comu-
mente envolvidas são as seguintes:
‒ A transtiretina (TTR) é uma proteína normal do soro que se liga e transporta tiroxina e retinol. Di-
versas formas mutantes distintas da TTR (e seus fragmentos) são depositadas em um grupo de dis-
túrbios geneticamente determinados, referidos como polineuropatias amiloides familiares. A TTR
normal também é depositada no coração de indivíduos com mais idade (amiloidose sistêmica senil).
o Nestor mencionou essa proteína devido sua alta prevalência em Portugal.
o A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF), também conhecida como paramiloi-
dose ou doença de Corino de Andrade (vulgarmente doença dos pezinhos).
o É uma doença rara, genética e congênita que possui uma alta prevalência no vilarejo de Póvoa
de Varzim, em Portugal.
▪ Haviam muitos casamentos consanguíneos nesse vilarejo, fazendo com que o gene (que
era recessivo) se manifestasse mais vezes do que o comum no resto do mundo.
o É chamada, também, de “doença dos pezinhos” pelo fato de estar associada aos pés e à dificul-
dade em caminhar.
o As mutações desestabilizam a TTR, tornando-a insolúvel e suscetível à formação de fibras ami-
loides, que se acumulam em diversos tecidos do corpo humano, afetando principalmente o
sistema nervoso periférico e autonômico.
‒ A β2-microglobulina, um componente das moléculas do MHC classe I e uma proteína normal do soro,
foi identificada como a subunidade fibrilar do amiloide (Aβ2m) na amiloidose que complica a evolu-
ção de pacientes em hemodiálise por longos períodos.
‒ Em uma minoria de casos de doença por príons no sistema nervoso central, proteínas priônicas do-
bradas de forma errada agregam-se no espaço extracelular e adquirem as características estruturais
e de coloração da proteína amiloide.
‒ Além disso, outros componentes menores estão sempre presentes no amiloide. Esses incluem com-
ponente P do amiloide sérico, proteoglicanas e glicosaminoglicanos altamente sulfatados. A proteína
amiloide P sérica contribui para a deposição de amiloide por estabilizar as fibrilas e diminuir sua
remoção.

A amiloidose resulta da dobradura anormal de proteínas que se tornam insolúveis, agrega-


das, e se depositam como fibrilas nos tecidos extracelulares. Normalmente, as proteínas dobradas de
forma errada são degradadas dentro das células, em proteossomos, ou fora das células, por macrófagos.
Parece que na amiloidose esses mecanismos de controle de qualidade falham, resultando no acúmulo de
proteínas dobradas de forma errada fora das células.
Clinicamente, o padrão sistêmico ou generalizado é subclassificado em amiloidose primária, quando
está associada a algum distúrbio plasmocitário, ou amiloidose secundária, quando ocorre como uma com-
plicação de um processo inflamatório crônico adjacente ou processo de destruição tecidual. A amiloidose
hereditária ou familiar constitui um grupo separado, embora heterogêneo, com diversos padrões distintos
de envolvimento de órgãos.

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MORFOLOGIA
Não há padrões consistentes ou distintivos de distribuição dos depósitos de amiloide nos órgãos ou
tecidos em nenhuma das categorias citadas. No entanto, algumas generalizações podem ser feitas. Na ami-
loidose secundária aos distúrbios inflamatórios crônicos, rins, fígado, baço, linfonodos, glândulas suprar-
renais, tireoide e muitos outros tecidos são normalmente afetados. Embora a amiloidose associada a pro-
liferações de plasmócitos não possa ser distinguida com certeza da forma secundária pela sua distribuição
pelos órgãos, ela envolve com maior frequência o coração, o trato gastrointestinal, o trato respiratório, os
nervos periféricos, a pele e a língua.
Qualquer que seja o distúrbio clínico, a amiloidose pode ou não ser aparente no exame macroscó-
pico. Quando o amiloide se acumula em quantidades maiores, o órgão está frequentemente aumentado e
o tecido se mostra cinza, com consistência firme. Histologicamente, o depósito amiloide é sempre ex-
tracelular e começa entre as células, frequentemente próximo das membranas basais. À medida que o
amiloide se acumula, ele invade as células, circundando-as e destruindo-as. Na forma associada com a pro-
liferação de plasmócitos, depósitos perivasculares e vasculares são comuns.
É um material proteico, acelular, fissurado e que se cora pela eosina (eosinofílico).

RIM
A amiloidose do rim é a forma mais comum e potencialmente mais grave de envolvimento dos ór-
gãos. Macroscopicamente, os rins podem ser de tamanho e cor normais ou, em casos avançados, podem
estar diminuídos em razão da isquemia causada pelo estreitamento vascular induzido pela deposição de
amiloide no interior das paredes arteriais e arteriolares.
Histologicamente, o amiloide é depositado primariamente nos glomérulos, mas o tecido intersticial
peritubular, as artérias e arteríolas também são
afetados. Os depósitos glomerulares aparecem
primeiramente como espessamentos sutis da
matriz mesangial, acompanhados geralmente
por um espessamento irregular das membranas
basais dos capilares glomerulares. Com o passar
do tempo, os depósitos mesangiais e os depósitos
ao longo das membranas basais causam estreita-
mento capilar e distorção do tufo vascular glome-
rular. Com a progressão da amiloidose glomeru-
lar, as luzes capilares obliteram-se, e os gloméru-
los obsoletos são preenchidos por massas conflu-
entes ou fitas largas e entrelaçadas de amiloide.

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BAÇO
A amiloidose do baço pode ser inaparente macroscopicamente ou pode causar esplenomegalia mo-
derada ou acentuada (até 800 g). Por razões completamente misteriosas, vê-se um de dois padrões de
deposição. Em um, os depósitos são limitados aos folículos esplênicos, produzindo grânulos semelhantes
a tapioca à inspeção macroscópica, designados “baço com grãos de sagu”. No outro padrão, o amiloide en-
volve as paredes dos seios esplênicos e a estrutura de tecido conjuntivo na polpa vermelha. A fusão dos
depósitos iniciais dá origem a grandes áreas de amiloidose em forma de mapa, criando o designado “baço
lardáceo”.

Baço em sagú. Baço lardáceo.


FÍGADO
Os depósitos podem ser inaparentes macroscopicamente ou podem causar hepatomegalia mode-
rada a acentuada. O amiloide aparece primeiramente no espaço de Disse e depois invade progressivamente
as células do parênquima hepático adjacente e os sinusóides. Com o passar do tempo, ocorrem deformi-
dade, atrofia por pressão e desaparecimento dos hepatócitos, causando substituição total de grandes áreas
de parênquima hepático. São frequentes o envolvimento vascular e os depósitos nas células de Kupffer. A
função hepática normal geralmente está preservada, apesar de algumas vezes haver envolvimento bas-
tante severo do fígado.

Amiloide hepático.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
 Amiloidose Renal ↣ insuficiência renal
 Amiloidose no Cérebro ↣ Doença de Alzheimer
 Amiloidose macular (pele) → depósito na papila dérmica, não possui cura.
 O plasmocitoma propicia o aparecimento da amiloidose.
o Plasmocitoma é uma neoplasia por células plasmocitárias da mesma origem, restrita, sem dis-
seminação para outros órgãos, exceto, em alguns casos, para linfonodos regionais.

Síndrome de Gaucher
↠ Não está relacionada com a amiloidose, mas foi falada, novamente, nessa aula.
↠ A criança com a Síndrome de Gaucher irá apresentar baixa estatura, esplenomegalia e defeitos na coluna.
↠ É uma doença genética, progressiva, caracterizada pela ausência de uma importante enzima, a β-glicosidase.
↠ Está relacionada com o metabolismo dos esfingolipídios.
↠ Processo intracelular de depósito de cerasina (glicocerebrosídeo).
└ O defeito se encontra em uma enzima que é responsável pela transformação da cerasina, tendo como conse-
quência o seu depósito.
↠ Nos paciente com a Síndrome de Gaucher, o baço servia como um filtro das células com deposição. Caso seja feita
a retirada do baço, será retirado o filtro desse indivíduo e essas células (com deposição) se proliferarão para todo o
organismo (o paciente irá a óbito em pouco tempo).

↠ A ausência dessa enzima causa o acúmulo de um tipo de gordura dentro de algumas células, que, por sua vez, se
acumulam em alguns órgãos.
↠ Conhecidas como “células de Gaucher”, elas se acumulam principalmente nos tecidos do fígado, baço, pulmão e
medula óssea, além de rins e gânglios. Em menor escala, podem se acumular nos tecidos do cérebro, afetando o sis-
tema nervoso central.
↠ Os órgãos que contém essas células aumentam de tamanho.
↠ Ao M.O., as células ficam com uma característica específica ↣ “Célula em Papel Amassado”

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MACROPATOLOGIA
AULA PRÁTICA 4
Nessa aula, cada grupo de alunos recebeu uma peça e teve 20 minutos para pesquisar as informações a
baixo.
1. Identificar a peça (em sua maioria, o órgão);
2. Identificar as modificações visíveis no órgão;
3. Caso exista alguma doença, qual seria?

Ú TERO P UERPERAL
 Hipertrofia e Hiperplasia fisiológicas.

MORFOLOGIA
Útero aumentado de volume medindo com superfície externa parda e rugosa e relação corpo:colo
de 4:1. Ao corte, observa-se cavidade uterina dilatada com endométrio pardo-vinhoso e friável. O miomé-
trio encontra-se espessado.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA
O puerpério pode ser definido como sendo o período em que se segue ao parto, no qual ocorrem
manifestações involutivas e de recuperação das modificações orgânicas que surgem durante a gestação e
o parto. É caracterizada pela involução e regeneração da musculatura uterina e da mucosa vaginal. O prin-
cipal problema associado a este período corresponde à presença de hemorragia, que pode ocorrer por
retenção de restos placentários, laceração do canal de parto ou mesmo atonia/hipotonia uterina (nos casos
de aumento excessivo do volume uterino, atividade excessiva do útero ou manobras que comprometam
sua contratilidade). Caso esse sangramento seja excessivo, a paciente pode apresentar choque hipovolê-
mico e até mesmo morte.
‒ Manchas escuras são sangramento em virtude de distúrbio de coagulação que pode ter causado a he-
morragia e a consequente histerectomia
‒ Síndrome de Sheehan: falta de sangue na hipófise que pode ser causada pela hipovolemia ligada a he-
morragia no útero. Compromete 1º os hormônios somatotróficos.

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C ORAÇÃO COM H IPERTROFIA DO V ENTRÍCULO E SQUERDO
 Hipertrofia.

MORFOLOGIA
Coração exibindo ao corte transversal em suas cavidades ventriculares, aumento da espessura da
parede ventricular esquerda medindo até 6cm de espessura e com diâmetro diminuído da luz da cavidade.

CAUSAS
É uma adaptação celular devido à sobrecarga de esforço no Ventrículo Esquerdo.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA
A evolução clínica da hipertrofia concêntrica do VE é bastante variável. Muitos pacientes são assin-
tomáticos ou oligossintomáticos, e muitas vezes, a primeira manifestação pode ser a morte súbita. Nos
pacientes sintomáticos, as queixas mais comuns são dispneia (devido à disfunção ventricular diastólica),
angina (devido ao fenômeno da isquemia miocárdica) e síncope (devido à redução do débito cardíaco). No
exame físico, pode-se observar um ictus propulsivo à palpação, sopro sistólico ejetivo e ausculta de bulhas
acessórias (principalmente B4).

OBSERVAÇÕES:
‒ Microlesões geram mais sarcômeros em paralelo = maior força de contração da fibra e maior volume
da célula
‒ Seja qual for o estímulo, em algum momento a hipertrofia da massa muscular deixa de ser capaz de
compensar a sobrecarga = Insuficiência
‒ Músculo (adulto) NÃO faz hiperplasia, pois não possui capacidade de sofrer divisão

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B AÇO COM E SPLENOMEGALIA
 Hiperplasia e Hipertrofia.

MORFOLOGIA
Aumento do volume do baço, que normalmente pesa 150 g e tem até 13 cm de comprimento em seu
maior eixo.

CAUSAS
Pode ser causado por diversos motivos:
o Hipertrofia do baço por estímulo a resposta imune devido à infecção;
o Hipertrofia por aumento na destruição de eritrócitos;
o Doença mieloproliferativa;
o Doença inflitrativa;
o Neoplasias;
o Doença de Chagas;
o Leishmaniose visceral (calazar);
o Aumento na pressão venosa;
o Doenças de depósito (como na Doença de Gaucher e na Amiloidose).

APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Quando o baço aumenta de tamanho, a sua capacidade de reter e armazenar células sanguíneas
aumenta. A esplenomegalia pode reduzir o número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas circulantes
(levando, respectivamente, a anemia, leucopenia e plaquetopenia, condição denominada hiperesple-
nismo).

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A DENOMIOSE NO Ú TERO
 Hiperplasia patológica.

MORFOLOGIA
Presença de glândulas e estroma endometrial (o revestimento interno do útero) dentro do miomé-
trio (a camada muscular grossa do útero), podendo levar ou não à hipertrofia das fibras musculares uteri-
nas, com aumento do volume do órgão, nunca, porém, tão acentuado como nos casos dos miomas. A ade-
nomiose pode ser focal, envolvendo apenas o útero, ou difusa. Neste último caso, o útero torna-se mais
pesado e volumoso.

CAUSAS
A causa da adenomiose é desconhecida, embora possa estar associada a algum trauma uterino que
possa ter rompido a barreira entre o endométrio e o miométrio, o que pode ocorrer, por exemplo, em razão
de gravidez, operação cesariana ou ligadura de trompas.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Clinicamente a presença de adenomiose uterina leva a um aumento do fluxo menstrual (menorra-
gia) e das cólicas uterinas (dismenorreia), diminuindo assim a qualidade de vida das pacientes. A adeno-
miose ocorre tipicamente em mulheres entre 35 e 50 anos, possivelmente porque nesta faixa etária as
mulheres têm excesso de estrógeno. Após os 50 anos, devido à menopausa, as mulheres não produzem
tanto estrógeno.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66


B AÇO COM E SPLENOMEGALIA ( DEVIDO À D OENÇA DE G AUCHER )
É causada por uma doença de depósito. As características e as apresentações clínicas já foram apre-
sentadas antes. É importante comentar que só foi possível identificar a causa da esplenomegalia pois havia
uma etiqueta na peça.

C ÂNCER DE M AMA
 Hiperplasia patológica do estroma (ductos, matriz intercelular e fibroblastos), com proliferação fi-
broide e hipertrofia patológica.

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Q UELOIDE
 Cicatriz hipertrófica patológica;
 Cicatrizes fibroproliferativas;
 Tumoração benigna.
 NÃO desaparece.
 Cicatrização é uma degeneração hialina?
o Cicatrização é um processo de reconstrução resultante de uma lesão,
dessa forma não podemos analisar esse processo como uma degeneração,
além de não apresentar

H IPERPLASIA B ENIGNA DA P RÓSTATA


 Hiperplasia patológica hormonal;
 Proliferação das glândula da submucosa no lobo mé-
dio/zona de transição;
 Comum em idosos.
 Consequências:
o Dificuldade de urinar (diversas idas ao banheiro e
pouco volume urinado) → hipertrofia da bexiga (es-
forço para urinar) → bexigoma (hipertrofia da bexiga
chega a um limite e ela se torna flácida) → risco de in-
fecção e cálculo na bexiga (acúmulo de urina)

Ú TERO COM M IOMA M EROANENCEFALIA


 Tumor benigno;  Agenesia de parte do encéfalo (Não há tecido
 Hiperplasia patológica. nervoso do mesencéfalo para cima);
 Não fechamento do neuroporo rostral.

VICTÓRIA PAGUNG TURMA 66

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