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Enfermagem Gerontológica e
Geriátrica
1º ano - 2º Semestre
2019/2020
Curso:
Licenciatura em Enfermagem
Docente:
Professor Doutor Carlos Magalhães
Vanessa Laranjinha
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Introdução
Gerontologia
Do grego geros, gerontos (velho) designa o estudo do processo de velhice sob todos os aspetos:
Envelhecimento físico
Envelhecimento psicológico
Envelhecimento comportamental
Contexto social do envelhecimento
A gerontologia tem por objeto o estudo de todas as modificações morfológicas, psicológicas e sociais
consecutivas a ação do tempo no organismo (envelhecimento), independentemente de qualquer
fenómeno patológico. Esta disciplina reúne, assim, numerosos investigadores e especialistas,
provenientes de áreas muito variadas.
Geriatria
“Ramo da medicina que se dedica ao idoso, ocupando-se não só da prevenção, do diagnóstico e do
tratamento das suas doenças agudas e crónicas, mas também da sua recuperação funcional e reinserção
na sociedade”.
Cantera, I., & Domingo, P. (1998). Geriatria. Rio de Janeiro: McGraw-Hill
A doença crónica define-se como uma doença de curso prolongado, com evolução gradual dos
sintomas e com aspetos multidimensionais, potencialmente incapacitante, que afeta, de forma
prolongada, as funções psicológica, fisiológica ou anatómica, com limitações acentuadas nas
possibilidades de resposta a tratamento curativo, mas com eventual potencial de correção ou
compensação e que se repercute de forma acentuadamente negativa no contexto social da pessoa por
ela afetada.
A geriatria representa o aspeto terapêutico da gerontologia. Ela estuda os meios para lutar contra os
efeitos do envelhecimento.
Geriatria em Portugal
Em Portugal, é deveras importante, à semelhança do que já sucede na maioria dos países
desenvolvidos, que a formação geriátrica seja institucionalizada e os profissionais e as instituições
adquiram uma visão objetiva e uma prática adequada à realidade dos Cuidados de Saúde que os idosos
necessitam. A existência de uma especialidade de geriatria seria importante para o desenvolvimento
da assistência médica à pessoa idosa.
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A geriatria é uma especialidade médica homologada em vários estados da União europeia (Reino
Unido, Itália, Irlanda, Holanda, Noruega, Suécia, Espanha, ….) e também no Japão, Canadá e EUA,
entre outros. Na Europa a duração mínima da especialidade é de 4 anos.
Enfermagem gerontológica
“Serviço de Saúde que incorpora aos conhecimentos específicos de enfermagem, aqueles
especializados sobre o processo de envelhecimento para estabelecer, no idoso e ao seu redor, as
condições que permitam, entre outras, aumentar as condutas saudáveis, minimizar e compensar as
perdas de saúde e as limitações relacionadas com o idoso”
(Gunter & Miller, 1977, citados por Diogo, 1999, pg. 209)
… Exercício profissional que pode ser desenvolvido numa ampla variedade de serviços (comunidade,
instituições de alta complexidade tecnológica).
“ ... estudo científico do cuidado de enfermagem ao idoso, caracterizado como ciência aplicada com o
propósito de utilizar os conhecimentos do processo de envelhecimento, para o planeamento da
assistência de enfermagem e dos serviços que melhor atendam à promoção da saúde, à longevidade, à
independência e ao nível mais alto possível de funcionamento da pessoa idosa”
(Gunter & Miller, 1977, citados por Duarte, 1999, pg. 223)
Enfermagem gerontológica/geriátrica
Em 1904, o American Journal of Nursing publicou o 1.º artigo de enfermagem acerca do cuidados dos
idosos.
Durante muitos anos, os cuidados aos idosos constituíram um ramo pouco popular da prática de
enfermagem. A gerontologia foi considerada como um sector ocupado por enfermeiras de segunda
categoria. A frustração sobre a falta de valor atribuído a enfermagem geriátrica levou a um apelo à
American Nurses Association (ANA) para a assistência na promoção da situação desta área da prática.
Depois de anos de estudo, em 1961, a ANA recomendou que fosse formado um grupo de especialistas
para a enfermagem geriátrica. Formou-se então um grupo que se tornou em 1966 a Divisão de
Enfermagem Geriátrica. Três anos depois, este grupo foi responsável pelo desenvolvimento dos
Padrões para a Prática da Enfermagem Geriátrica, publicados pela primeira vez em 1970. A
certificação das enfermeiras por excelência na prática de enfermagem geriátrica surge em 1975.
Durante a década de 1970, as enfermeiras começaram a tornar-se crescentemente conscientes do seu
papel na promoção da experiência do envelhecimento saudável para todas as pessoas e na garantia de
saúde aos idosos. Em consequência, manifestaram interesse em substituir o nome da especialidade, de
enfermagem geriátrica para enfermagem gerontológica, com o objetivo desta refletir um âmbito mais
amplo do que o simples atendimento ao idoso enfermo. Em 1976, a Divisão de Enfermagem Geriátrica
transformou-se em Divisão de Enfermagem Gerontológica. A partir daí a especialidade de
enfermagem gerontológica tem revelado um crescimento notável, resultando numa maior
consciencialização acerca da sua complexidade.
Em 1965
Identificam-se os cuidados de enfermagem com os “doentes velhos”.
Não são referidos estágios em serviços de idosos.
A investigação não é referida.
Em 1977
Identifica-se uma tendência para abordar a pessoa idosa de uma forma global.
Continuam a não ser referidos estágios ou trabalhos de investigação.
Em 1987
Abordam-se “aspetos de enfermagem geriátrica”.
Não são referidos estágios em serviços de idosos.
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Em 1995-1999 - Bacharelato
É enfatizado o ensino da Gerontologia e da Geriatria.
É realizado um desenvolvimento integrado teórico-prático e colocada ênfase nos
projetos de natureza interdisciplinar.
Um módulo prático (ao longo de 3 semanas).
Em 1999 – Licenciatura
Lecionada em disciplina autónoma ou módulo (entre 25-60 horas).
Ensino prático em unidade de internamento com idosos (Serviços de Medicina) e
Lares, com duração entre 4 e 8 semanas.
Tendência para a inclusão do tema em estágios de saúde comunitária.
“A formação dos enfermeiros, nomeadamente em cuidados às pessoas idosas tem permanecido aquém
da mudança social ocorrida (aumento do n.º de idosos) e da mudança ocorrida nas instituições e nas
unidades de saúde".
(Costa, 1994)
“Ajudar as pessoas idosas não é tarefa pacífica. Todos os enfermeiros conheceram a infância, a dor, a
doença… contudo, ainda não conheceram a velhice o que torna difícil compreender a complexidade
do vivido pelos idosos e de considerar a velhice como um período de crescimento e evolução"
(Costa, 1998)
Os enfermeiros não devem esperar pela sua velhice para melhor compreenderem os idosos! Devem
avaliar corretamente todas as suas crenças e atitudes pessoais face ao fenómeno do envelhecimento e
aos idosos!
A pessoa idosa possui uma biologia característica e distinta da do adulto, pelo que não pode ser
considerado no restrito de um padrão de atitudes de diagnóstico e terapêutica, convencionadas sem
referência às variáveis próprias da velhice». Assim torna-se imperativo a aquisição de uma
competência específica no âmbito do idoso, pois a especificidade dos cuidados a prestar à pessoa idosa
assim o vão exigir.
Velhice
Etiologicamente, velhice deriva de velho, procedendo do latim veclus, vetulusm, definido
como “pessoa de muita idade”.
Distintos vocábulos se utilizam para denominar as etapas da vida que correspondem a distintas
idades, tais como: infância, juventude, idade adulta, velhice (última etapa da vida)
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Envelhecimento
Por envelhecimento entende-se como um processo que ocorre desde o nascimento até à morte. O
envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, responsável por alterações morfológicas,
bioquímicas e psicológicas, na qual implicam uma perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao
meio ambiente, bem como uma maior vulnerabilidade aos processos patológicos que acabam por
torná-lo dependente e levá-lo à morte.
Idoso/velho
Um idoso é aquele que tem muita idade; indivíduo de idade avançada.
Processo de senescência
O envelhecimento foi durante muito tempo percebido como um fenómeno patológico relacionado com
o desgaste do organismo e fruto das sequelas das doenças patológicas e da idade adulta.
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Tipos de envelhecimento
Problemas de interpretação
Todas as alterações encontradas no idoso serem erroneamente atribuídas ao seu
envelhecimento natural, o que impediria a deteção de processos patológicos passíveis de
tratamento ou mesmo de cura;
Sinais e sintomas explicados pela senescência serem equivocadamente atribuídos a doenças,
determinando a realização de exames e tratamentos desnecessários. Em suma, o próprio
envelhecimento sendo diagnosticado e tratado como doença.
Os órgãos não parecem envelhecer todos ao mesmo ritmo (envelhecimento heterogéneo). Em certos
indivíduos, o envelhecimento primário exprimir-se-á por uma degradação precoce do seu sistema
cardiovascular, noutros por um envelhecimento cerebral precoce, ou ainda por um declínio funcional
de outros órgãos.
O envelhecimento dos sistemas fisiológicos internos é também um processo individual. A involução
não começa no mesmo momento, não se desenvolve ao mesmo ritmo e não atinge o mesmo grau de
degenerescência para todos os sistemas orgânicos. Estas mudanças não são exclusivas, mas antes
sinérgicas.
O envelhecimento é um processo intrínseco, pois as modificações não resultam de um componente
ambiental modificável, apesar de este poder influenciar fortemente sobre a velocidade com que estas
surgem, contudo este não representa a causa do seu aparecimento.
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Apesar do aumento da esperança de vida, o “maximum life span” parece manter-se fixo para cada
espécie, o que corrobora esta característica.
Na maior parte dos países, a esperança média de vida das populações tem aumentado progressivamente
ao longo dos últimos séculos, fruto de vários fatores (são exemplos, os avanços tecnológicos, a
melhoria das condições socioeconómicas, a melhoria dos cuidados de saúde, entre muitos outros),
contudo tal como nos refere Hayflick (1987), a duração máxima de vida pouco se alterou desde que
iniciamos a nossa evolução como seres humanos. Se atendermos ao registo conhecido da longevidade
máxima alcançada pelos membros da espécie humana, verificamos que está atingiu apenas os 122
anos, parecendo existir uma barreira fisiológica inultrapassável.
Síndrome de Hutching-Gilford
Trata-se de uma doença genética da criança, caracterizada por nanismo e por uma aparência geral de
velhice (pele enrugada, cabelos escassos e brancos). Nascem normais e logo (1-2 anos) começam a
apresentar sinais clínicos da doença. A esperança média de vida nas raparigas é de cerca de 14 anos e
nos rapazes é de 16 anos. A probabilidade de uma criança ter esta doença é de 1 em 4 milhões.
Síndrome de Warner
Doença genética caracterizada pela associação de várias perturbações, tais como: esclerodermia
progressiva, osteoporose, perturbações endócrinas, etc. É essencialmente a partir dos 20 anos que
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surgem os sinais característicos da velhice (cabelos brancos, pele rugosa, etc). Morrem antes dos 46
anos. Três pessoas num milhão sofrem desta doença.
Síndrome de Down
Mais comum que as síndromes progeróides anteriormente descritos, no Síndrome de Down
encontramos também características típicas da velhice e patologias mais comuns (Doença vascular,
Alzheimer). Esta Síndrome consiste de um transtorno genético (presença de um cromossoma extra no
par 21 – anomalia denominada de trissomia 21) responsável por um atraso mental (leve a moderado)
e por deformidades físicas.
A senescência não é uma doença, mas pode conduzir a uma quantidade de afeções, porque se
caracteriza pela redução da reserva fisiológica dos órgãos e sistemas. Cedo ou tarde, o equilíbrio
homeostático desregula-se. Os problemas aparecem principalmente em momentos de stress
fisiológico, porque o organismo já não tem as reservas necessárias para resistir às agressões e manter
as funções vitais. À redução fisiológica inerente à idade vêm somar-se as perdas funcionais resultantes
da não utilização e das sequelas de doenças agudas anteriores ou de afeções crónicas.
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Resultados médios:
Até 45-50 anos: 5 segundos
Aos 60 anos: 10 a 15 segundos O tempo aumenta com o aumento da idade
Teste da régua
Uma régua de madeira com 50 centímetros de comprimento é segura pela extremidade superior por
uma outra pessoa, ao nível da graduação 0. Colocar então o polegar e o dedo médio, um de cada lado
da régua, afastados 8 a 10 centímetros, ao nível da graduação 50. Quando a pessoa deixa cair a régua
sem avisar, a pessoa submetida ao teste deve procurar agarrá-la o mais depressa possível. O resultado
é dado pela graduação ao nível da qual se agarra a régua. Repetir o teste três vezes e calcular o resultado
médio em centímetros.
Resultados médios:
Aos 25 anos: 28 centímetros A velocidade de reação diminui com
Aos 60 anos: 15 centímetros o aumento da idade.
Resultados médios:
Aos 20 anos: 30 segundos
Aos 40 anos: 15 segundos
O equilíbrio diminui com o aumento da idade.
Aos 60 anos: 7 segundos
Aos 70 anos: 4 segundos
Supõe-se que nos tempos pré-históricos a velhice fosse extremamente rara. Mesmo no século XVII
talvez apenas 1% da população atingisse os 65 anos, subindo essa proporção para 4% no século XIX.
Entretanto, no mundo Ocidental de hoje, mais de dois terços da população ultrapassarão os 65 anos e
cerca de um terço os 80 anos.
2014-2016:
Homens: 77,61 anos
Diferença = 5,72 anos
Mulheres: 83,33 anos
2015-2017:
Homens: 77,74 anos
Diferença = 5,67 anos
Mulheres: 83,41 anos
2008-2010
Diferença = 6,02
A esperança média de vida aos 65 é o número médio de anos que um indivíduo, ao a9ngir os 65 anos,
pode esperar ainda viver, se subme9do, até ao final da sua vida, às taxas de mortalidade observadas
no momento de referência.
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Envelhecimento demográfico
O envelhecimento demográfico é entendido como um aumento relativo da população idosa. Podem
ser utilizados vários indicados no seu estudo.
Índice de envelhecimento
É o melhor marcador de envelhecimento da população. É um índice determinado através da relação
percentual entre a população de 65 anos ou mais e a população dos 0-14 anos.
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 ≥ 65 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝐼𝐸 = × 100 Existem 𝑥 idosos por cada 100 jovens.
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 0 − 14 𝑎𝑛𝑜𝑠
1 702 120
𝐼𝐸 = × 100 = 102,56 = 103
1 659 561
O índice de envelhecimento, passou de 27 idosos por cada 100 idosos em 1960, para 103
idosos por cada 100 jovens em 2001
Em 2011, eram 128 idosos por cada 100 jovens
Prevê-se que em 2050 sejam 243 idosos por cada 100 jovens
Existem 𝑥 indivíduos em idade não ativa por cada 100 indivíduos em idade ativa.
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O índice de dependência de idosos quase duplicou entre 1960 e 2004, passando de 13 para 25 idosos
por cada 100 indivíduos em idade ativa. Prevê-se que o valor mais do que duplique até 2050.
O índice de dependência de idosos em Portugal foi de 29 por cada 100 indivíduos em idade ativa.
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 20 − 29 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝐼𝑅𝑃𝐴 = × 100
𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 55 − 64
Existem 𝑥 indivíduos a entrar no mercado de trabalho por cada 100 indivíduos a sair do mercado de trabalho.
Em 2011, eram 95 a entrar no mercado de trabalho por cada 100 indivíduos a sair do mercado de
trabalho.
Índice de envelhecimento
Índice de longevidade
Relação entre a população de 75 ou mais anos e a população de 65 ou mais anos. Trata-se de um
indicador adicional de medida de envelhecimento de uma população.
Para dar resposta ao crescente número de idosos, é necessário aumentar o número de profissionais que
lhes dê assistência. Tal como haverá maior necessidade de conhecimento e pesquisa na pessoa idosa.
Teorias deterministas
São teorias que defendem que o envelhecimento é uma consequência direta de um programa genético,
sendo o genoma um tipo de relógio molecular, biológico. São exemplos: a teoria do relógio biológico,
a teoria das telomerases, a teoria imunológica e a teoria neuro-endócrina.
Nas teorias deterministas a explicação reside no facto de que as espécies têm, segundo parece, uma
longevidade máxima marcada, como que estivesse já determinada geneticamente.
Teorias estocásticas
Teorias que consideram que o envelhecimento resulta de alterações aleatórias, de lesões sucessivas
não programadas. São exemplos: a teoria dos radicais livres, a teoria do erro catastrófico, a teoria
da autointoxicação, a teoria do desgaste e a teoria do entrecruzamento.
Estocástico significa um processo ou série de eventos para os quais a estimativa de probabilidade de
certos resultados aproxima-se da possibilidade verdadeira à medida que o número de eventos aumenta.
Qualquer uma das teorias estocásticas justifica o envelhecimento e a morte pelo desgaste e exaustão.
A utilização permanente dos processos de metabolismo, das proteínas e, no que diz respeito ao DNA,
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as continuas lesões que ocorrem nas células dos organismos vivos, impossibilitam que os mecanismos
de reparação consigam corrigir todos os erros, sendo estes erros cumulativos ao longo da vida.
Hayflick ao descobrir que os fibroblastos se multiplicam, durante meses, até 50 vezes, mas, pouco a
pouco, deixam de o fazer e, no final, morrem, abre caminho para a explicação do envelhecimento
como incapacidade progressiva das células para assegurarem a sua substituição, com a morte
consequente. O envelhecimento do organismo seria assim assimilável ao envelhecimento celular, cujo
termo seria a morte da célula. Seria então esse o destino final dos cem biliões de células somáticas
(não germinais) que integram o nosso organismo. O número de duplicações de cada tipo celular
conhecido como “ limite de Hayflick ” (50/60 divisões), já está programado, sendo distinto para cada
espécie, de acordo com a sua longevidade. Hayflick descobriu que o mecanismo que controla e
memoriza o número de divisões encontra-se impresso no material genético, constituindo um ponto de
partida para a busca dos genes da morte, denominados “gerontogenes ”.
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Assim, Hayflick iniciou a teoria do relógio biológico indicando que o processo de envelhecimento
estaria geneticamente programado. Não se trataria de um facto de azar, nem de erro. Existiria um gene
do envelhecimento cuja expressão num determinado momento da vida, provocaria a aparição de
alterações moleculares e celulares, e consequentemente desencadearia alterações dos órgãos e
sistemas. As modernas teorias moleculares revitalizam esta teoria.
O esgotamento do potencial de divisão celular (limite de Hayflick) não parece ser a única explicação
forte para o abrandamento das divisões dos fibroblastos no gel tridimensional do colagénio. A perda
dos fibroblastos com a idade poderia derivar de uma morte pós-mitótica, do tipo apoptose – morte
programada das células cuja duração de vida normal varia de acordo com o respetivo tipo celular. A
teoria relativa à morte celular programada, denominada de apoptose, indica que com o envelhecimento
surge uma expressão de genes suicidas que ativam as endonucleases, que iram fragmentar a cromatina
nuclear, provocando a morte celular.
Teoria imunológica
A teoria imunológica insere-se nas teorias deterministas. São vários os investigadores que defendem
que as transformações que ocorrem ao nível do sistema imunitário podem ter um papel etiológico no
envelhecimento. Segundo esta teoria, o envelhecimento resultaria da formação de anticorpos que
atacariam as células sãs do organismo.
As células do sistema imunitário responsáveis pela resposta imunitária, devem não só reconhecer o
que é específico de um organismo, isto é, as suas componentes normais (o eu), mas também identificar
as macromoléculas do invasor (o não eu) estranhas a esse organismo. As células agem, então, para as
destruir ou neutralizar preservando assim a homeostase. Num organismo em envelhecimento o sistema
imunitário parece deixar de ser capaz de distinguir o "eu" do "não - eu". Neste caso, o sistema
imunitário ataca certas pequenas partes do corpo como fossem invasores. A perda da imunidade
provoca então uma perda do controlo, por parte dos vírus latentes, ou uma insurreição originada por
fenómenos de auto-imunidade.
Teoria neuro-endócrina
A teoria neuro-endócrina insere-se nas teorias deterministas. Berger e Mailloux-Poireier (1995)
referem-nos que segundo vários investigadores o envelhecimento é causado pelo fracasso ou
insuficiência do sistema endócrino no que se refere à coordenação das diferentes funções do corpo.
O sistema endócrino funciona em estreita harmonia com o sistema nervoso, com o objetivo de manter
a homeostase. O controlo endócrino assenta em mensageiros químicos chamados hormonas. Estas
participam na regulação de diferentes fenómenos como o crescimento, a homeostase sanguínea, o
metabolismo dos glúcidos, entre outros.
A maior parte das funções neuro-endócrinas parece diminuir com a idade. Segundo a teoria neuro-
endócrina, a regulação do envelhecimento celular e fisiológico está ligada às mudanças neuro-
endócrinas. A modificação da produção ou da libertação de certas hormonas figura entre estas
mudanças e teria efeitos diretos sobre o envelhecimento através de um ciclo de retroação negativa.
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Para alguns autores a longevidade seria regulada por um relógio biológico que agiria sobre glândulas
endócrinas, sobretudo na hipófise, a fim de provocar a falha do sistema imunitário e circulatório.
Teoria da auto-intoxicação
A teoria da auto-intoxicação está inseridas nas teorias estocásticas. Para Élie Metchnikoff (1845-
1916), a autointoxicação do organismo humano por produtos do metabolismo e da putrefação
intestinal seria responsável pelo envelhecimento do organismo. Este autor, nos seus trabalhos insistiu
sobre o facto de que os produtos de putrefação ao nível do cólon são absorvidos durante toda a vida
do indivíduo, o que vem a explicar o seu efeito tóxico. Afirmou ainda, que os fatores que evitam a
putrefação intestinal devem retardar a velhice.
Está demonstrado, segundo José Reis, que certos produtos do metabolismo têm propriedades tóxicas
apesar do mecanismo natural de defesa do organismo. Estes produtos do metabolismo determinam
alterações maiores ou menores dos vários órgãos ou tecidos, observados principalmente ao nível do
rim, do fígado e do aparelho circulatório, sob a forma de doenças.
Os pigmentos associados com a idade, como por exemplo a lipofuscina, também chamada de pigmento
senil, produz-se provavelmente como resultado das reações de auto-oxidação, cujos produtos se
depositam no interior da célula.
Durante o processo de envelhecimento também se pode produzir o aumento de outros compostos
inativos. O progressivo aumento de ureia e creatinina no sangue seria um bom exemplo dos produtos
metabólicos que afetam todo o organismo.
Assim, atendendo ao referido, cada vez mais se conclui que o processo de envelhecimento biológico
não pode ser explicado através de uma única teoria.
Teoria do entrecruzamento
A teoria do entrecruzamento ou “cross-linking” faz parte das teorias estocásticas. Esta teoria
postulada por Fritz Verzar (1886-1979), argumentava que o envelhecimento se devia ao aumento das
ligações cruzadas (pontes) nas moléculas proteicas e no ácido nucleico, alterando assim a sua atividade
bioquímica, especialmente no colagénio e no ADN.
O colagénio é uma proteína do tecido conjuntivo que podemos encontrar principalmente nos
ligamentos, tendões, músculos, cartilagens, córnea, válvulas cardíacas e vasos sanguíneos. A sua
molécula é constituída por três cadeias interligadas de aminoácidos. O seu entrelaçamento forma uma
estrutura maior, denominada de tropocolagénio. As moléculas de tropocolagénio, unindo-se entre si,
formam uma rede forte e resistente. À medida que o indivíduo envelhece surgem ligações cruzadas
que tornam a estrutura ainda mais resistente e quase inflexível.
Com o aumento da rede de ligações cruzadas no envelhecimento, os processos de difusão seriam
alterados, a permeabilidade dos vasos sanguíneos modificaria-se, resultando na passagem menos
eficiente de nutrientes e metabólitos entre as células e os vasos sanguíneos. As consequências da
difusão inadequada seriam estados precários de função celular e de viabilidade. Observou-se também
que, com o envelhecimento, ocorrem modificações na ação da enzima colagenáse sobre as ligações
cruzadas, sendo o colagénio mais velho mais resistente à ação enzimática.
As ligações cruzadas ocorreriam também entre as cadeias de ADN, pela ação de diversos agentes,
como a radiação e certas substâncias químicas, que modificariam o código e a informação genética.
Provavelmente a razão da existência de imensas teorias justifica-se porque uma teoria por si só
não consegue explicar o processo de envelhecimento.
Teoria da atividade
Se um idoso pretende obter uma maior satisfação na vida, bem como manter a sua autoestima e
conservar a sua saúde, deve manter-se ativa. A velhice bem-sucedida pressupõe a descoberta de novos
papéis ou uma nova organização dos já desempenhados. Consequentemente a sociedade deve valorizar
a idade e facilitar este processo.
Teoria da continuidade
Teoria da continuidade ou teoria do desenvolvimento. Esta teoria contempla que a velhice não se trata
de um período final, separado das outras fases, mas constitui sim uma parte integrante do ciclo de vida,
na qual o idoso dá continuidade aos seus hábitos de vida, nas suas preferências, experiências e
compromissos adquiridos e elaborados durantes a sua vida, pois os mesmos fazem parte integrante da
sua personalidade. O desejo de continuidade, para além de servir como uma meta de adaptação, motiva
as pessoas a efetuarem uma preparação prévia para alterações como por exemplo a reforma.
De acordo com esta teoria, o sucesso do envelhecimento depende da capacidade de cada um para
manter-se e continuar os padrões de comportamento anteriores. A personalidade e os padrões de
comportamento básicos permanecem inalterados com o progresso do envelhecimento. Uma pessoa
que foi afastada e socialmente isolada em uma idade jovem, muito provavelmente, fará o mesmo
quando idosa.
Teoria da desvinculação
Teoria da desvinculação ou teoria da desconexão ou teoria da desinserção. Considera que o
envelhecimento bem-sucedido implica uma separação progressiva da vida social.
Verifica-se um ciclo vicioso entre o idoso e a sociedade, isto é, o idoso afasta-se cada vez mais da
sociedade, esta por suas vez tolera menos relações para com ele, que como processo adaptativo e de
manutenção do seu equilíbrio é saudável para o indivíduo e conveniente para a sociedade, na medida
em que, as instituições podem sobreviver nas mãos de indivíduos mais jovens e atualizados em direção
ao progresso.
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Permite aos indivíduos adaptarem-se mais A desvinculação não tem que ser uma opção
adequada mente às suas perdas. definitiva e irreversível.
Teoria da subcultura
Esta teoria coincide em alguns pontos com a teoria da comparação social, que refere que utilizamos a
comparação para validar os nossos juízos, para estabelecer o nosso nível de aspirações e
inclusivamente a nossa autoestima. Se necessitamos de uma autoestima positiva, uma comparação
com pessoas de nível superior implica uma imagem «negativa da nossa parte, razão porque
procuramos estabelecer comparação com pessoas do nosso meio, similares a nós.
Os idosos que compartilharam uma experiência histórica e social comum, e possuem problemas
idênticos, entendem-se melhor entre si. Desta forma, os idosos formam uma subcultura à parte, uma
minoria social, que lhes ajuda a manter a sua identidade e uma autoestima positiva, pois permite-lhes
estabelecer comparações de si com outras pessoas que estão em situação similar.
Alterações Biológicas
As células especializadas perdem, com os anos, a sua aptidão para desempenhar funções
integradas e são perturbadas na sua interação com as outras células, pela deterioração do meio
extracelular.
Nas células nervosas, cardíacas e hepáticas acumulam-se pigmentos como a lipofuscina.
Descida da quantidade de água intracelular.
Ocorre uma perda dos tecidos de suporte subcutâneos.
O tecido conjuntivo torna-se flexível, conferindo uma maior rigidez ao que faz parte (órgão,
vaso, entre outros). A pontagem do colagénio prossegue ao longo do envelhecimento e leva à
rigidez crescente das fibras.
O tecido muscular atrofia-se e torna-se menos elástico, mesmo nas pessoas fisicamente ativas.
Estima-se que a partir dos 25 anos perdem-se quotidianamente de 50 mil a 100 mil neurónios.
A diminuição do número de neurónios provoca uma redução das fibras e dos feixes nervosos
e uma baixa da capacidade de transmissão ou de receção dos influxos nervosos ao cérebro.
Aumenta o tecido gordo em relação ao tecido magro.
Composição corporal
Composição corporal com base na água, gordura e massa muscular no adulto jovem e no idoso.
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Envelhecimento ósseo
Existem dois tipos de tecido ósseo:
Tecido ósseo cortical, que diz respeito ao osso compacto, que tem como funções a proteção e
a mecânica.
Tecido ósseo trabecular, que diz que ao osso esponjoso, que tem função metabólica
(hematopoiese – processo de formação, desenvolvimento e maturação das células do sangue).
Com o envelhecimento (essencialmente a partir de cerca dos 45/50 anos) aumenta a desmineralização
da massa óssea, correspondendo a uma diminuição da sua densidade, o que coloca o idoso sob maior
risco de fraturas. A perda de osso trabecular excede a perda de osso cortical.
A desmineralização óssea coloca a pessoa idosa sob maior risco de fraturas. A perda de trabéculas
aumenta muito o risco de fraturas de compressão nas vértebras. O corpo das vértebras, que suporta o
peso, é constituído presencialmente por osso esponjoso ou trabecular. Logo ao haver perda de osso
trabecular, o corpo das vértebras fica mais sensível a fraturas.
Em média, aos 80 anos, o homem perdeu aproximadamente 27% de osso trabecular. As mulheres
perdem cerca de 43% de osso trabecular até aos 90 anos. A principal razão das mulheres perderem
mais percentagem de osso trabecular em relação aos homens é a redução de estrogénio, consequência
da menopausa. O estrogénio, nas mulheres, e a testosterona, nos homens, são hormonas que participam
no processo de formação de osso.
As mulheres, devido à menopausa (diminuição de estrogénios) têm mais frequentemente osteoporose.
A densitometria óssea é o exame mais importante para o diagnóstico da osteoporose, visto que avalia
a densidade óssea.
Funções do cálcio:
Participa na constituição dos ossos e dentes = formação estrutural
Regula o ritmo cardíaco
Essencial para a coagulação
Intervém na transmissão do impulso nervoso
Os idosos com o avançar da idade absorvem cálcio com menos eficiência, tal ocorre por diminuição
plasmática da vitamina D. Em termos de alimentação, a dieta dos idosos é, em geral, pouco variada,
32
contendo menos conteúdo de vitamina D porque fazem muitas vezes uma dieta à base de papas. Por
outro lado, o grau de isolação é menor, devido a alterações do estilo de vida: menor atividade física,
dificuldade na deambulação, logo não passam tanto tempo ao ar livre. Por questões culturais, os idosos
usam roupa em excesso e de cor escura devido à viuvez. Por estas razões, a síntese cutânea da vitamina
D mediada pela radiação ultravioleta diminui nas pessoas idosas.
1 – Osteoblastos
2 1*
2 – Osteoclastos
1 2
PTH
* Nos idosos, os osteoblastos estão em menor quantidade. No entanto, é possível aumentar a sua
atividade através do exercício físico.
Envelhecimento articular
Com o envelhecimento ocorre a ossificação do tecido interposto, fazendo com que as suturas do crânio
desapareçam, diminuindo a elasticidade do crânio. As articulações completamente ossificadas
denominam-se de sinostoses. Também ocorre a calcificação de ligamentos e a diminuição do volume
e da qualidade do líquido sinovial, contribuindo para a deterioração da cartilagem articular.
33
Articulações sinoviais
Diartroses – articulações livres (exemplo: joelho)
A ossificação do tecido entreposto das suturas do crânio diminui a elasticidade do crânio, tendo como
consequência o aumento do risco de trauma cranioencefálico (TCE) aquando de uma simples queda.
Quando a cartilagem articular é comprimida, ela exsuda líquido através de poros existentes na camada
externa, e, quando a compressão cessa, o líquido sinovial retorna para a cartilagem. Essa compressão
intermitente é essencial à nutrição da cartilagem articular, pois esta não possui irrigação sanguínea.
Os profissionais de saúde devem efetuar movimentos ativos e passivos com pessoas idosas que
estão acamadas. À luz do processo de envelhecimento biológico diga porque tal tem de ocorrer
ao nível das articulações do joelho.
No joelho, a cartilagem articular não possui irrigação sanguínea. Os movimentos passivos e ativos são,
por isso, importantes para a nutrição da cartilagem articular porque devido ao movimento o líquido
entra e sai pelos poros. Por outro lado, à medida que envelhecemos a quantidade e qualidade do líquido
sinovial diminui.
Para manter o equilíbrio, o idoso tem que se inclinar para a frente de forma a manter o centro de
gravidade. A coluna vertebral acentua devido à desidratação dos discos vertebrais, a coluna vertebral
vai encolhendo e a estatura vai diminuindo. A cavidade torácica diminui também de volume e as
costelas deslocam-se para baixo e para a frente, provocando um risco maior de queda. Esta redução
da caixa torácica, associada à atrofia dos músculos respiratórios, diminui a amplitude respiratória, a
largura dos ombros, e é responsável pela posição inclinada para a frente, de muitos idosos. Este enrolar
do corpo altera a aparência, dificulta a mobilidade e acentua ainda mais o encolher do corpo. Forma-
se uma corcunda, à qual se dá o nome cifose.
Envelhecimento muscular
Com o envelhecimento há uma atrofia dos músculos do organismo, em especial do tronco e das
extremidades (levando a uma deterioração do tónus muscular, a uma diminuição da força, da
resistência e da agilidade). Há uma diminuição das reservas de glicogénio e aumento do tecido gordo
no interior dos músculos.
34
À diminuição da massa muscular dá-se o nome de sarcopenia. Não é possível evitar a sarcopenia,
apenas é possível desacelerar. Com atividade física é possível recuperar massa muscular.
Aos 80 anos a massa muscular máxima perdeu-se aproximadamente 50%. Este declínio inicia-se já a
partir da terceira década de vida, e parece acelerar-se principalmente a partir da quinta década de vida.
O envelhecimento dos músculos é o resultado da atrofia das fibras musculares e do aumento
significativo de tecido não muscular (tecido adiposo e conjuntivo). A atrofia das fibras musculares
tem sido atribuída à perda de neurónios motores, pois cada neurónio motor espinal enerva um grupo
de fibras musculares, e quando este morre, as fibras musculares ficam paralisadas e sofrem um
processo de atrofia e degeneração.
Envelhecimento tegumentar
O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos – glândulas, unhas, cabelos, pelos e recetores
sensoriais. Tem importantes funções, sendo a principal agir como barreira, protegendo o corpo da
invasão de microrganismos e evitando o ressecamento e perda de água para o meio externo.
Epiderme
Camadas da pele
A pele é o maior órgão do corpo e consiste em duas camadas, a epiderme e a derme. A derme é a
verdadeira pele e nela estão embebidos vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos e glândulas
sudoríparas, entre outros. A espessura da derme e da epiderme varia. Por exemplo, camadas espessas
de pele cobrem as plantas dos pés e as palmas das mãos, mas as pálpebras são cobertas com camadas
extraordinariamente finas de pele.
35
A epiderme é a camada mais saliente e é composta por 5 subcamadas, da mais interna para a mais
externa: camada basal, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea. A
camada córnea possui, em 90% da sua composição, queratinócitos, que produzem queratina. A
queratinização é a transformação das células vivas da camada basal em células pavimentosas mortas
da camada córnea. Contém melanócitos, responsáveis pela pigmentação da pele, assim como células
que fazem parte do sistema imunitário, as células de Langerhans, que asseguram um papel importante
na defesa imunológica do organismo.
A derme é a camada mais profunda, chamada de verdadeira pele. Composta essencialmente por
macromoléculas da matriz extracelular ricas em colagénio e que podem representar até 70% das
proteínas dérmicas. A elastina representa 1 a 3% delas, e o resto inclui os proteoglicanos, o ácido
hialurónico e as glicoproteínas de estrutura (a fibronectina, em particular) que enchem os interstícios
entre as fibras e as células. Esta construção macromolecular assenta nos fibroblastos, que formam o
elemento celular principal da derme. O colagénio confere resistência à pele e a elastina confere
elasticidade.
De igual forma que uma casa assenta nos seus alicerces, a pele repousa na hipoderme (camada
subcutânea), que a liga aos ossos e músculos subjacentes e lhe fornece vasos sanguíneos e nervos. Esta
consiste num tecido conjuntivo laxo com fibras de colagénio e de elastina, com quantidades variáveis
de gordura (tecido adiposo). Os seus principais tipos de células são os fibroblastos, as células adiposas
e os macrófagos.
Os anexos da pele abrangem o cabelo, as unhas, as glândulas sudoríparas e as glândulas sebáceas, e
fazem parte de um sistema a que se denomina de sistema tegumentário. O envelhecimento deste
sistema pode ocorrer por diversos fatores, tais como: a raça, o sexo, os genes e as hormonas.
Funções da pele
Assim, a pele é o órgão mais volumoso, assegurando a proteção do organismo face ao meio exterior.
Mas ela desempenha, também, um papel importante como intermediária entre o meio ambiente e o
meio interior do organismo. O seu envelhecimento, influenciado simultaneamente pelos fatores
externos e internos, é muitas vezes considerado como revelador da saúde de todo o organismo. A sua
função biológica é múltipla: isolamento físico e proteção do organismo, regulação térmica e hídrica,
proteção contra as variações físicas da atmosfera e do ambiente (ventos, humidade, radiações). Com
o sistema piloso que lhe está associado, as glândulas sudoríparas e sebáceas, as terminações nervosas
e o sistema de irrigação sanguínea, a pele está certamente entre os mais complexos de todos os órgãos.
A sua função social também é importante, pois a modificação da pele com o tempo traduz, por vezes,
mais a idade biológica do organismo que a sua idade cronológica. Cada um de nós conhece no meio
circundante pessoas que envelhecem «bem» e outras que ganharam recentemente um «ar de velho».
Nos nossos dias, uma vez que a imagem que damos de nós próprios (o famoso look) é determinante
para a carreira e, portanto, para a vida da maior parte dos indivíduos ativos, não espanta que o estudo
do envelhecimento da pele tenha ganho um impulso considerável. A indústria cosmética está entre as
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indústrias mais lucrativas. A arte de embelezar, de rejuvenescer, também muita antiga, já tinha
atingido um elevado grau de sofisticação nas sociedades mesopotâmicas e no Egipto dos faraós.
Envelhecimento da pele
Ao envelhecer, a renovação da epiderme faz-se mais lentamente. Este processo, que se distribui no
jovem adulto por um período de vinte dias, dura mais de trinta dias após os cinquenta anos. Do ponto
de vista macroscópico, a pele envelhecida difere da pele jovem, com atenção especial para rugas,
elasticidade, espessamento e superfície padrão. A primeira manifestação geral do envelhecimento
cutâneo é o adelgaçamento da pele.
Em termos estruturais, com o envelhecimento, na epiderme ocorrem variações no tamanho, na forma
e nas propriedades das células basais, ocorre também uma diminuição do nº de melanócitos
(diminuindo a produção de melanina) e do nº de células de Langerhans (diminuindo a imunidade
celular cutânea) e um aplainamento da união dermo-epidérmica. Os queratinócitos da camada basal
apoiados na lâmina basal dermo-epidérmica, proliferam de forma contínua para substituir a queratina
exfoliada. Este processo prolonga-se durante toda a vida, contudo a proliferação dos queratinócitos
abranda com a idade (por diminuição da atividade mitótica da camada basal ou germinativa).
Com o envelhecimento diminui o número de vasos disponíveis para suprir a pele com nutrientes
necessários. O ácido hialurónico, responsável pelo armazenamento de água, também diminui,
deixando com que a pele perca hidratação e volume.
As proteínas que as distintas células da derme produzem são responsáveis pela resistência,
extensibilidade (capacidade de estirar-se) e elasticidade. O colagénio é uma dessas proteínas, pois as
suas moléculas engancham-se como uma ligadura cruzada, concedendo forma e resistência à pele.
Com o envelhecimento, para além de diminuir o colagénio, constata-se também alterações importantes
na composição das fibras de colagénio, tais como o fenómeno de pontagem.
As fibras elásticas da derme diminuem em número e diâmetro. A perda de elasticidade deve-se às
alterações que surgem nas fibras elásticas (elastina). A pele jovem apresenta uma fronteira dermo-
epidérmica sinuosa, com fibras elásticas que formam uma rede densa vertical, que sobe para as papilas
dérmicas. Com a idade, estas papilas esbatem-se, a fronteira dermo-epidérmica alonga-se, a camada
epidérmica adelgaça, a rede elástica vertical fragmenta-se. A fragmentação da rede elástica vertical
tem implicações no processo de cicatrização.
Com o envelhecimento há perda dos tecidos de suporte subcutâneos, persistência da prega cutânea,
decaimento das faces, queixo e pálpebras, devido ao enfraquecimento dos músculos da face, deste
modo há o alongamento do nariz e orelhas.
As glândulas sudoríparas diminuem em número e tamanho, reduzindo a quantidade de transpiração.
As glândulas sudoríparas são muito importantes para a transpiração, como há diminuição com o
envelhecimento, os idosos não transpiram e não conseguem diminuir a temperatura corporal, e acabam
por ceder a altas temperaturas.
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A capacidade funcional das glândulas sebáceas diminui, implicando uma redução da secreção de sebo.
A pele do idoso torna-se, assim, seca e causa comichão.
O aparecimento das rugas é por certo o sinal exterior mais revelador da velhice. Quando a pele se
relaxa formam-se pregas, rugas e "sacos" (excessos de pele). As rugas, que são pregas permanentes da
pele, começam a desenvolver-se muito cedo. São causadas pela tensão e pelo relaxamento repetitivo
dos músculos (principalmente em áreas de expressão e de maior uso), provocando mudanças
permanentes. Entre os principais fatores que provocam as rugas figuram a perda de elasticidade da
pele, a diminuição do tecido subcutâneo, as radiações solares e a nutrição. Quando causadas pela
atrofia do tecido subcutâneo, as rugas são minúsculas, numerosas, paralelas ou entrecruzadas.
O pescoço é um dos locais onde o processo de envelhecimento é mais evidente. As rugas do pescoço,
que começam a aparecer pelos cinquenta anos, apresentam-se sob diferentes formas (curvilíneas,
paralelas, entrecruzadas, transversais) e são muitas vezes mais aparentes do que as da face. Também
se encontram rugas na base do nariz, por cima e entre as sobrancelhas, em torno dos lábios e da boca,
e ainda nos lobos das orelhas (rugas oblíquas).
Regra geral, a pele foto envelhecida apresenta um enrugamento grosso e sulcado, enquanto que a pele
sujeita ao envelhecimento intrínseco traduz-se em rugas finas.
Os melanócitos (as células que produzem melanina) diminuem em número, reduzindo a quantidade
de melanina na pele e contribuindo para a cor mais clara desta. No entanto, áreas localizadas de
pigmentação extra (hiperpigmentação) resultam na formação de “pontos marrons” denominados
manchas da idade, manchas da velhice ou lentigo senil. O lentigo senil ocorre com mais frequência na
parte dorsal das mãos, no rosto, nos braços e nas pernas.
Com o passar dos anos, diminui o número de vasos sanguíneos disponíveis para suprir a pele de
nutrientes necessários. Os vasos ficam mais frágeis, resultando na ocorrência de púrpura senil (áreas
hemorrágicas sob a pele).
Envelhecimento tegumentar
O envelhecimento também se verifica ao nível dos tegumentos (cabelos, pêlos e unhas) e deve-se a
vários fatores, tais como a raça, o sexo, os genes e as hormonas. Ao envelhecer, os pêlos tornam-se
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mais raros e caem aos poucos, exceto na cara. Em certos locais, como o púbis, as axilas e as
extremidades (pés e mãos) a perda de pêlos é quase completa.
A aparição de pêlos na face é frequente, quer nos homens, quer nas mulheres. Nas mulheres, crescem
sobretudo no queixo, e por cima do lábio superior, enquanto que nos homens crescem nas orelhas e
nas narinas. Estes pêlos inestéticos são duros e abundantes, o que muitas vezes obriga as mulheres a
depilar-se ou barbear-se. Além disso, em alguns idosos, os pêlos das sobrancelhas tornam-se muito
espessos e duros. Todas estas modificações resultam das alterações no equilíbrio das hormonas
androgénicas e estrogénicas.
Para além dos pêlos, também os cabelos sofrem modificações muito importantes no decurso do
envelhecimento. A papila do bulbo piloso ao envelhecer juntamente com a derme, recebe uma nutrição
defeituosa e as células germinais proliferam menos (por redução da atividade mitótica), tal traduz-se
com a ação do tempo, num cabelo mais débil (torna-se mais fino e cresce menos), acabando por chegar
o momento em que ele cai definitivamente. Embora a perda de cabelo seja um fenómeno normal, essa
perda vai-se acelerando à medida que se envelhece. A repartição dos cabelos e dos pêlos, regra geral
atinge o nível máximo aos 40 anos, e a partir daí começa a involução do processo.
A calvície ou a rarefação gradual do cabelo deve-se às predisposições genéticas, raciais e hormonais,
atingindo com mais frequência os homens. Pode começar a manifestar-se desde os vinte anos. Padrões
de calvície nos homens desenvolvem-se do centro do couro cabeludo para as partes laterais. As
mulheres também podem ter calvície do mesmo tipo que os homens. Ao envelhecer, os cabelos mudam
de aparência, tornam-se menos espessos, menos fortes e com menos volume, e vão-se acinzentando
progressivamente. Esta descoloração relaciona-se com a diminuição da atividade dos melanócitos, que
produzem a melanina, agente da coloração dos cabelos.
Para além dos pêlos e dos cabelos, também as unhas se modificam. O crescimento torna-se mais lento
(dado que com a diminuição da vascularização diminui a atividade mitótica da matriz), aparecendo
depois na superfície estrias longitudinais e canelados. Estes fatores, aliados a uma diminuição da
circulação periférica, provocam o espessamento das unhas, que se tornam secas e quebradiças. Este
fenómeno, mais acentuado nas unhas dos pés, designa-se por "onicogrifose".
Melanoma maligno
Indicadores de suspeição da presença de um melanoma
Assimetria – Metade da lesão não é igual à outra metade.
Bordas irregulares – As extremidades do sinal são irregulares.
Coloração – A coloração ou pigmentação não é uniforme.
Diâmetro – Qualquer aumento no tamanho de um sinal superior a 6mm deverá ser
considerado suspeito.
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Nos idosos, a regeneração das escoriações e das feridas cutâneas efetua-se a um ritmo menor do que
na idade juvenil.
Sistema Nervoso
Cérebro
Tálamo
Encéfalo (Crânio) Cerebelo
Hipotálamo
Mesencéfalo
SNC
Tronco Cerebral Ponte
Bulbo
SNP
O Sistema Nervoso é constituído por biliões de células nervosas ligadas entre si – os neurónios. O
encéfalo constitui o centro de controlo do Sistema nervoso e do corpo. Este encontra-se alojado na
caixa craniana. As suas principais regiões são:
O cérebro, que constitui a parte maior do encéfalo, cerca de 7/8 do seu peso total. O cérebro
permite às pessoas ter um pensamento consciente e personalidade. Nele encontram-se os
centros nervosos que governam todas as atividades sensitivas e motoras. A camada externa
cinzenta do cérebro é o córtex. Este divide-se em vários lobos:
Occipital – Processa informações visuais
Temporal – Processa informações auditivas
Parietal – Processa todas as informações somato-sensoriais
Frontal – Envolvido em habilidades motoras
O tronco cerebral coloca em conexão a medula espinhal com os dois hemisférios cerebrais. É
responsável por funções essenciais como a regulação das funções vitais – ritmo cardíaco,
ritmo respiratório.
O cerebelo controla o equilíbrio e a coordenação dos movimentos.
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A transição de um cérebro jovem para um cérebro idoso implica a diminuição do número de neurónios.
No entanto, se houver uma boa psicoestimulação a comunicação entre os neurónios melhora e não se
perde cognição. A psicoestimulação incrementa a neuroplasticidade.
Neuroplasticidade – é a capacidade de gerar novas dendrites e sinapses pelos neurónios
remanescentes.
Com o envelhecimento, ocorre uma diminuição do peso e do volume do cérebro (5 a 10%), ocorrendo
um alargamentos dos sulcos e uma diminuição (atrofia) das circunvoluções cerebrais, uma redução do
aporte sanguíneo e um aumento progressivo da resistência vascular cerebral (por arteriosclerose).
O cérbero masculino diminui de 1450 gramas aos 20 anos para 1300 gramas aos 100 anos. Já o cérebro
feminino diminui de 1300 gramas aos 20 anos para 1200 gramas aos 100 anos.
Com o envelhecimento produz-se uma alteração dos recetores específicos para cada um dos
neurotransmissores e também das moléculas encarregadas da sua destruição e reciclagem (quando
exercida as suas funções biológicas). Logo, a correta atividade de síntese, libertação, união ao recetor
e final inativação do neurotransmissor jogam um papel fundamental no processo de atividade
sináptica. Alguns estudos verificaram a diminuição do número de certos neurotransmissores e
recetores em determinadas locais do cérebro envelhecido.
É óbvio que o cérebro sofre com a idade, uma deterioração histoquímica, contudo apesar de menos
peso, menos neurónios, mais lipofuscina, e se não existir uma doença intercorrente, trata-se de um
cérebro funcionalmente sano. Este facto, a priori paradoxal, reside no facto que o cérebro possui uma
faculdade denominada de plasticidade neuronal (neuroplasticidade), que consiste na possibilidade em
gerar novas dendrites e sinapses pelos neurónios remanescentes, mantendo assim a eficiência dos
circuitos neuronais degenerados. Podemos assim esperar observar efeitos muito positivos dos
programas de otimização dos recursos cognitivos em pessoas idosas.
Quanto ao sistema nervoso periférico, a capacidade de condução dos influxos nervosos diminui com
a idade, e mais particularmente por volta dos 45 anos, tal deve-se à invasão das fibras nervosas pelo
tecido conjuntivo. Os nervos e as fibras nervosas sensitivas e motoras que veiculam os influxos são
atingidos e a sua capacidade de receber e transmitir as mensagens diminui. O número de recetores
sensoriais diminui (os mais atingidos são os que estão ligados à dor e ao tato).
Outros neurónios sensoriais com redução da função são os que monitorizam a pressão arterial, a sede,
a presença de objetos na faringe, a quantidade de urina na bexiga e a quantidade de fezes no reto. Por
isso, as pessoas de idade são mais propensas à hipertensão arterial, à desidratação, a problemas de
deglutição (engasgam-se com maior facilidade), incontinência urinária e obstipação ou incontinência
fecal.
A diminuição dos proprioceptores responsáveis pela posição no espaço arrasta problemas de equilíbrio
e de orientação espacial, bem como na resposta às situações de urgência. A marcha torna-se mais
precária e as quedas são mais frequentes. O organismo sofre igualmente alterações a nível da
motricidade fina e global. Os movimentos motores globais tornam-se mais lentos, os músculos
cansam-se mais rapidamente e os movimentos de motricidade fina tornam-se menos precisos.
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Com o passar dos anos, surge um tremor essencial benigno (denominado de tremor senil quando surge
após os 65 anos) que é comum nos idosos. Este tremor é fino e rápido, afetando essencialmente as
mãos e a cabeça. De referir que frequentemente o tremor da cabeça surge posteriormente ao tremor
das mãos. O tremor da cabeça é um tremor postural por isso desaparece se fixarmos a cabeça do utente
entre as mãos. Em fases mais avançadas pode incluir o mento, os lábios, a língua e a voz. Nos casos
em que o utente tem tremor destas estruturas associado ao tremor das mãos o diagnóstico de tremor
essencial torna-se mais fácil. O tremor essencial benigno, geralmente está ausente durante o repouso,
sendo percetível quando o idoso realiza tarefas voluntárias que requerem precisão.
O tremor essencial não está associado à doença e regra geral não interfere significativamente na
capacidade do idoso de funcionar de forma normal. Se porventura as atividades de vida diária forem
significativamente afetadas, poderá ser necessário recorrer a um tratamento medicamentoso (ex:
propranolol, alprazolam,..).
No Parkinsonismo, por norma, o tremor está presente aquando do repouso do utente; enquanto que no
tremor senil em repouso este tremor está ausente.
Gosto
Diminuição do número de papilas gustativas (por atrofia)
Fragilidade das mucosas
Atrofia da língua
As perdas de paladar com a idade verificam-se especialmente ao nível do gosto doce, contudo dados
recentes indicam que estas perdas são mínimas. A sensação de sabor amargo é uma queixa comum na
velhice, que não está relacionado com a presença e ausência de papilas gustativas, mas sim com uma
boca seca (devido a uma diminuição ou ausência de secreção salivar - xerostomia) que torna
desagradável o sabor do alimento. Atendendo que os idosos constituem um grande grupo consumidor
de fármacos, de salientar que são muitos os medicamentos que contribuem fortemente para o
agravamento da diminuição da secreção salivar.
Olfato
Degeneração do nervo olfativo Diminuição da
Aumento do tamanho do nariz capacidade olfativa
Proliferação dos pelos nas fossas nasais
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Audição
De todas as privações sensoriais que afetam o idoso, a incapacidade de comunicar-se com os outros
devido à perda auditiva, pode ser uma das consequências mais frustrantes, produzindo um impacto
profundo e devastador na vida psicossocial do idoso.
Os recetores das células auditivas constituem uma estrutura chamada cóclea, que está cheia de um
líquido que se desloca pelo efeito das vibrações sonoras. Estes deslocamentos excitam as terminações
dos cílios das células constitutivas da parede interna da cóclea, chamada órgão de Corti. É a este nível
que as vibrações sonoras são transformadas em influxos nervosos.
De todas as privações sensoriais que afetam o idoso, a incapacidade de comunicar-se com os outros
devido à perda auditiva, pode ser uma das consequências mais frustrantes, produzindo um impacto
profundo e devastador na vida psicossocial do idoso.
A maior parte dos idosos sofre modificações importantes do ouvido. Estas mudanças subtis começam
muito cedo na vida e fazem-se de forma muito progressiva. Ligam-se à contínua exposição ao barulho,
e a fatores genéticos, tóxicos ou circulatórios. A maioria das perdas auditivas são mais seletivas do
que totais. Nos idosos, com o envelhecimento, ao nível do ouvido, ocorrem as seguintes alterações:
O pavilhão endurece, torna-se mais espesso, aprofunda-se e alonga-se (aumentando o
pavilhão auricular). Ocorre também uma proliferação de pêlos nos ouvidos dos homens.
Redução da quantidade e da qualidade de cerúmen pelas glândulas ceruminosas, tornando-se
mais seco e mais sólido, ficando facilmente retido no ouvido (logo, ocorre uma maior
acumulação de cera nos ouvidos);
Espessamento do tímpano;
Aumento da rigidez dos ossículos do ouvido médio (otosclerose);
Degenerescência da fibra nervosa de audição (Cóclea - órgão de Corti)
Atrofia do nervo auditivo.
Porque razão encontramos mais cera nos ouvidos das pessoas de idade mais avançada do que
nas mais jovens? Porque a cera que vamos produzindo é de pior qualidade – é uma cera desidratada
e, portanto, tem maior probabilidade de fazem impactação (rolhão de cera).
Constata-se também nos idosos o aumento da presença de acufenos, sensações auditivas anormais
como campainhas, estalinhos e outros barulhos semelhantes. Este problema é devido à
degenerescência progressiva do nervo auditivo.
A perda progressiva da audição que se verifica com a idade denomina-se de presbiacusia. Esta afeção
inicia-se pela incapacidade de ouvir determinados sons, sobretudo as altas-frequências (sons agudos),
que aos poucos, vai-se estendendo também aos sons de média e baixa frequência. Torna-se cada vez
mais difícil fazer a distinção entre os sons da voz e os do ambiente. A linguagem torna-se muitas vezes
ininteligível, bem como o tom de voz normal. As consoantes são menos claramente percebidas do que
as vogais porque se situam numa frequência mais elevada. Os sons são dissociados, e as palavras
confundidas. Numa conversa, a pessoa tem dificuldade em diferenciar os "s" e os "ch", e tem cada vez
mais dificuldade em interpretar a informação recebida. Por outro lado, a acumulação de cerúmen pode
intensificar a presbiacusia. A presbiacusia, entretanto, é um diagnóstico de exclusão, devendo ser
excluídas outras causas para o déficit auditivo sensório-neural.
Todos estes problemas determinam perdas de audição que se tornam mais evidentes por volta dos
cinquenta anos e se agravam de forma acentuada a partir dos 70. Avalia-se que uma pessoa em cada
quatro acima dos 60 anos sofre uma perda de audição suficientemente importante para ser considerada
surda e, seja qual for a idade, a taxa de incidência é mais elevada nos homens do que nas mulheres.
Assim, 45% dos homens e 35% das mulheres com mais de 75 anos têm dificuldades em ouvir.
Questão
O que é a presbiacusia? Como se pode minimizar a presbiacusia?
Visão
As perdas de visão ocorrem de forma muito progressiva. Começam habitualmente muito cedo e
tornam-se mais evidentes entre os 40 e os 50 anos.
Esclerótica
1. Túnica externa ou fibrosa
Córnea
Coróide
Globo ocular 2. Túnica média ou vascular Corpo ciliar
Íris
Tato
A capacidade de perceção táctil e a capacidade de perceção da dor local, diminuem com o avançar da
idade. Tal contribui para o aumento do risco de ocorrerem lesões graves e permanentes para os idosos,
podendo mesmo levar à sua morte (ex: por queimaduras não percebidas).
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Coração
Com o envelhecimento, a camada muscular do ventrículo esquerdo tornar-se mais espessa;
A acumulação de um pigmento marrom-amarelado (a lipofuscina) aumenta no coração do
idoso;
Contrariamente ao que acontece com a maior parte dos órgãos, o coração aumenta de peso;
Aumento do calibre da aorta;
Aparecimento de rigidez valvular.
Vasos
Espessamento do endotélio;
Calcificação da musculatura lisa;
Redução do teor de fibras elásticas;
Perda da integridade das válvulas venosas;
Esclerose dos vasos médios e pequenos.
Diminuição da elasticidade dos vasos;
Tendência para comprometimento da difusão;
Tendência para o acumulo venoso;
Aumento das resistências periféricas.
Trajeto do ar:
Cavidade nasal faringe laringe traqueia brônquios bronquíolos dutos alveolares
alvéolos
Ocorre uma diminuição da motilidade do intestino grosso, o que faz com que a eliminação dos sólidos
pelo intestino sofra transformações. A massa fecal e a frequência de eliminação tendem a diminuir
com a idade.
A obstipação (também denominada de prisão de ventre, intestino preso) representa uma desagradável
experiência física e emocional, relacionada com a eliminação de fezes duras e pouco frequentes. A
eliminação das fezes é difícil e prolongada. É muito frequente nos idosos, podendo ocorrer devido a
uma diminuição peristáltica intestinal e a uma diminuição da sensibilidade de resposta à necessidade
de defecar, quer devido à diminuição da lubrificação do intestino pelas glândulas da mucosa intestinal,
bem como devido à redução da pressão abdominal (por aumento da flacidez da musculatura
abdominal, por aproximação da grade costal às cristas ilíacas, ocasionado por alterações da coluna)
inerentes ao próprio processo de envelhecimento. Contudo, é de salientar que a obstipação ocorre
muitas vezes, quer devido à inatividade, imobilidade e/ou por inadequada ingestão de fibras, quer
devido à existência de patologias múltiplas, causas estas mais frequentes na população idosa. A
obstipação pode conduzir a complicações graves, tais como a formação de fecalomas, a incontinência
fecal e urinária.
Regra geral a atividade imunitária é muito intensa no nascimento e atinge um máximo na adolescência,
depois baixa gradualmente até aos 85 anos, depois do que, este mecanismo parece estabilizar. No
entanto, nem todas as funções imunitárias envelhecem ao mesmo ritmo. São imensos os elementos a
entrar em jogo que se pode globalmente falar de "imunodeficiência relativa". Com o tempo, o
organismo tem dificuldade em se adaptar e diminui a sua margem de segurança, tornando-se mais
frágil à invasão de microrganismos e produzindo menos linfócitos capazes de combater os agentes
stressantes internos e externos.
O timo aumenta em tamanho até a puberdade e, então, começa a atrofiar. Nas pessoas mais idosas
encontramos um timo atrofiado, em que as estruturas funcionais foram substituídas por tecido adiposo,
alterando-se a coloração da glândula de um cinza rosado para amarelo. Atendendo a que o timo é a
sede fundamental da nossa competência imunitária, sobretudo de linfócitos T, é evidente que daqui
resulta num prejuízo imunitário, declinando assim a imunidade celular com a idade. Contudo, a perda
da funcionalidade do timo não implica total incapacidade, porque mesmo com um timo residual ainda
se conseguem amadurecer alguns linfócitos, evidentemente não tantos quanto um jovem.
É curioso como o sistema imunitário se comporta de uma forma tão parecida ao sistema cerebral, que
mantêm no idoso as memórias da sua infância, mas já não as memórias da atualidade. É como se
mantivesse a memória imunológica para a "infeção" que ocorreu quando criança, mas não tivesse mais
a capacidade para produzir a resposta e a memória imunológica para a "infeção" de ontem, o que é
muito preocupante pelas consequências de fragilidade e de falta de adaptação que daí decorrem.
Células citotóxicas – as células assassinas (NK – Natural Killer) que representam entre 5 a 15% da
população linfoide, não necessitam de nenhuma sensibilização antigénica prévia para exercer a sua
ação citotóxica (destruir células infetadas e neoplásicas). A atividade das NK diminui com a idade.
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As alterações psicológicas podem assumir um modelo distinto daquele que caracteriza as alterações
biológicas. A investigação do envelhecimento psicológico normal centra-se fundamentalmente em
duas áreas, são elas: funcionamento cognitivo e personalidade.
Cognição
Uma das opiniões mais generalizadas que existe acerca do envelhecimento cognitivo é a de que a
diminuição das funções cerebrais que se verifica com o passar dos anos, se deve à perda (morte) dos
neurónios, perda esta que é irreversível, pois os neurónios não se dividem nem são substituídos.
A redução da velocidade de processamento dos neurónios, que se verifica com o aumento da idade,
constitui outro dos fatores a ter em consideração, pois esta pode ter muitas consequências sobre a
memória, sobre o rendimento cognitivo. Assim, a velocidade de processamento da informação é um
dos aspetos a ter em consideração aquando da avaliação do funcionamento intelectual do idoso, que
deve contemplar também a avaliação de fatores como a perceção, a atenção e motivação, caso
contrário poderemos obter conclusões confusas e/ou até mesmo contraditórias. Com o
envelhecimento, parece que a perceção e a atenção apresentam défices, que irão afetar a capacidade
de execução do idoso ao nível do tempo requerido para processar um estímulo e ao nível da capacidade
de se manter atento aquando da realização da tarefa. Ao nível do envelhecimento preceptivo, há três
modalidades são essencialmente afetadas: o equilíbrio, a audição e a visão. Os défices sensoriais
auditivos e visuais parecem estar na base do declínio das atividades intelectuais.
Memória e aprendizagem
A memória é uma atividade biológica e psíquica que nos possibilita reter as experiências vividas. O
modelo mais utilizado nos estudos referentes à memória das pessoas contempla três etapas, são elas:
a entrada de dados (memória sensorial), a memória a curto prazo (também denominada de memória
imediata, memória primária), a memória a longo prazo (também denominada de memória secundária,
memória de fixação).
Memória sensorial
A memória sensorial consiste na receção inicial da informação, em que um mecanismo sensitivo
permite conservar uma cópia do estímulo em menos de 1 segundo (alguns autores consideram o
período de memória sensorial de: menos de 2 segundos) - poderíamos chamar esta de “memória a
muito curto prazo”.
Esta memória funciona mais eficazmente nos jovens do que nos idosos, porque estes últimos são mais
lentos a reconhecer os objetos ou elementos a memorizar. Se um determinado dado registado pela
memória sensorial é considerado suficientemente válido, ele é deslocado para a memória a curto prazo.
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Aprendizagem
A aprendizagem está associada à memória. São vários os fatores que podem ser responsáveis pelos
problemas de memória e aprendizagem, tais como:
A motivação
A interferência dos dados
Sentimento de impotência e o estado depressivo
Perda de interesse pelos acontecimentos presentes
Lentidão generalizada
Problemas de perceção
Tendo presente as alterações referidas que são inerentes ao processo de envelhecimento, os programas
de otimização dos recursos cognitivos em pessoas idosas são de extrema importância, sendo que a
escolha do tipo de programa terá que contemplar vários critérios.
Inteligência
A tendência mais recente na avaliação da inteligência dos idosos incide em dois tipos de inteligência:
a inteligência fluida e a inteligência cristalizada.
A inteligência fluida a implica o raciocínio rápido, destrezas não tão dependentes da experiência,
enquanto que a inteligência cristalizada tem por base a experiência e a aprendizagem.
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Estudos acerca da inteligência fluida e cristalizada Os imensos estudos efetuados acerca da inteligência
confirmam que as competências da inteligência cristalizada se mantêm nas pessoas idosas, enquanto
que a fluida declina, contudo não se pode generalizar para todos (pois há indivíduos em que tal não se
verifica).
Personalidade
A personalidade mantém-se relativamente estável, a não ser que surjam problemas graves. Assim, se
a pessoa foi ativa, continua a sê-lo na velhice, sendo que esta pode ser afetada por vários fatores, tais
como o estado de saúde, os antecedentes socioculturais, a pertença ao grupo, as experiências, as
interações familiares atuais e passadas, entre outros.
Paciente geriátrico
Pessoa idosa que apresenta no mínimo dois dos seguintes critérios:
Com idade superior a 75 anos
Com pluripatologia
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Hoje a realidade é distinta, como poderemos observar pelos quadros seguintes. Tendo por base os
óbitos de população com 65 e mais anos, constata-se que os tumores malignos são já a principal
causa de morte no grupo etário dos 65 aos 74 anos. No grupo etário acima (75 e mais anos) as
doenças do aparelho circulatório constituem a causa com maior importância relativa.
Considera-se morte prematura a que ocorre antes dos 70 anos de idade.
Síndromes geriátricos
Não se aplica a uma doença, mas a uma situação clínica, constituída por determinados sinais e
sintomas, que determina reduzida sobrevida e uma acrescida vulnerabilidade a situações de stress. Há
mais de 400 síndromes bem individualizados em vários trabalhos científicos.
Trata-se de uma alteração do estado de saúde dos idosos, cuja etiologia depende de múltiplos fatores
de risco e ou de doenças crónicas concomitantes.
As síndromes geriátricas resultam de interações não completamente compreendidas entre doenças e
envelhecimento dos múltiplos sistemas, produzindo uma gama de sinais e sintomas que levam a
consequências desastrosas para o idoso. Incapacidade, dependência, institucionalização e morte são
desfechos comuns das síndromes geriátricas – delirium, incontinência, queda e imobilidade são
exemplos
Sintomas atípicos
Comparadas com o que acontece com os jovens, as doenças em geriatria podem ser pouco
sintomáticas; por exemplo, muitas infeções podem evoluir sem febre. A dor é outro sintoma que, às
vezes, mostra-se atenuado ou mesmo inexistente, como pode ocorrer aquando de um enfarte do
miocárdio. Os sintomas são menos claros, as doenças aparecem de forma atípica.
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Adaptação à doença
Ocasionalmente, os idosos adaptam o seu modo de vida à doença, o que dificulta a identificação do
problema. Por exemplo, um idoso com insuficiência cardíaca, que sofra de dificuldade respiratória
com o esforço, diminui progressivamente a sua atividade, e o sintoma permanece oculto.
Sintomas sobrepostos
Os idosos podem sofrer de várias doenças ao mesmo tempo, tornando-se difícil detetar novos
sintomas. É de importância capital reconhecer o problema que desajustou o complexo equilíbrio da
saúde.
Diagnóstico
Tratamento
Prioridades
O tratamento indiscriminado da pluripatologia pode provocar mais prejuízo que benefício. Deve-se
dar prioridade ao tratamento de situações reversíveis, antes que se tornem crónicas.
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Uma situação aguda pode desencadear um desequilíbrio global e irreparável, que rapidamente devido
à conjugação de distintos fatores (físicos, fisiológicos, familiares, contextuais e sociais), o idoso entra
num ciclo vicioso, entre a hospitalização e o lar, o lar e a hospitalização, quase sempre numa
rotatividade sequencial e sem fim. Por sua vez, este ciclo vicioso acaba por se constatar não só nos
utentes idosos, mas também nos seus cuidadores, pois estes tornam-se dependentes da dependência
dos idosos, impedindo as possibilidades de ação do idoso.
Quando o utente começa a restabelecer-se, basta ajudá-lo e supervisionar a sua atividade, em vez de
realizá-la por ele, embora isso possa exigir mais tempo.
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Prognóstico e complicações
Pior prognóstico
Nos idosos, as doenças podem ter um prognóstico menos favorável do que nos jovens, já que afetam
um organismo mais deteriorado e com pluripatologia. O prognóstico tem estreita relação com o tipo
de doença, a terapêutica e o estado prévio do utente, e não tanto com o facto de se tratar de um utente
idoso.
Funcional
As doenças podem levar a uma incapacidade para as atividades básicas da vida diária (deambulação,
alimentação, higiene, transferências, vestuário e continência), assim como para as chamadas atividades
instrumentais (tarefas domésticas, uso de transporte, manuseio do dinheiro e controle da própria
medicação). A situação de incapacidade varia, dependendo do grau em que as atividades se vejam
afetadas.
Mental
As doenças podem afetar ao nível cognitivo, limitando a memória e a capacidade de raciocínio e
abstração, e ao nível afetivo, predispondo à depressão.
Social
As doenças podem contribuir para a quebra de relações de convivência que mantinha até então, pode
haver necessidade de institucionalização, de ajuda domiciliar.
A avaliação do idoso deverá ir para além da avaliação clínica, que é prática habitual nas nossas
instituições de Saúde, avaliando também as áreas onde o idoso é habitualmente deficitário como o
estado físico, mental, funcional, social e nutricional, com o objetivo de elaborar um plano geral que
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responda não só aos seus problemas de doença, mas também aos seus problemas psíquicos e sociais
relacionados com as suas incapacidades e necessidades.
Como fazer:
A avaliação multidimensional deverá ser composta por: anamnese; exame físico; avaliação funcional
( AVD: Índice de Katz, Escala de Barthel; AIVD: Escala de Lawton e Brody); exame mental (Estado
cognitivo: Mini Exame Mental; Estado afetivo: Escala de Depressão Geriátrica - Yesavage); avaliação
nutricional; avaliação social e exames laboratoriais.
1. Metodologia:
o Anamnese
o Exame físico
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o Avaliação nutricional
o Exame mental
o Avaliação funcional
o Exames laboratoriais
2. Instrumentos
o História
o Laboratórios e imagiologia
o Inquéritos e entrevistas
o Testes
o Escalas:
AVD – atividades de vida diária
AIVD – atividades instrumentais de vida diária
MMSE – mini mental state examination
GDS – geriatric depression scale
Anamnese
Primeira fase de elaboração da história clínica dum doente, que consiste no interrogatório deste sobre
a doença atual e a história (antecedentes pessoais, antecedentes familiares). Segue-se o exame objetivo
do doente. É, portanto, o conjunto das informações colhidas, junto do próprio doente ou de outras
pessoas, sobre os antecedentes, a história e os pormenores de um caso de doença.
A Anamnese, efetuada por meio de um interrogatório ao idoso, aos familiares ou as pessoas com quem
reside, nem sempre é fácil ou credível. As diminuições do idoso, particularmente ao nível sensorial e
cognitivo, dificultam a recolha e a credibilidade da história. Os familiares ou as pessoas que cuidam
do idoso podem ter motivações capazes de influenciar a informação que dão.
Exame físico
O Exame Físico, sobretudo dos mais diminuídos ou dependentes, pode tornar-se uma tarefa difícil,
implica mais tempo e frequentemente exige uma colaboração por parte dos familiares ou de outros
profissionais da equipa. Pressupõe, por outro lado, o conhecimento das alterações decorrentes do
envelhecimento a nível de aparelhos e sistemas, único modo de não desvalorizar ou sobrevalorizar
determinados achados semiológicos.
Avaliação nutricional
A avaliação nutricional na pessoa idosa é de extrema importância. Frequentemente deparamo-nos com
situações de desnutrição. Também os estados de carência específica de certos micronutrientes são
frequentes. Estes representam importantes fatores de morbilidade e mortalidade neste escalão etário.
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A completa avaliação nutricional do idoso é constituída por: história clínica, inquérito alimentar,
avaliação antropométrica e avaliação bioquímica.
Exame mental
O Exame Mental, frequentemente esquecido na prática habitual, é primordial na avaliação geriátrica.
Não se pretende executar um exame aprofundado, pois este é reservado ao psiquiatra e para os casos
de já comprovada deterioração mental. É antes uma avaliação do estado afetivo e cognitivo do idoso,
recorrendo-se à instrumentos simples que permite, praticada periodicamente, detetar alterações
comportamentais ou deterioração mental em fases incipientes, fazer diagnóstico diferencial de
situações de confusão mental, averiguar riscos iatrogénicos. São diversos os instrumentos que se
podem utilizar com os objetivos referidos. A opção por qualquer deles deve tomar em consideração
não só a sua fiabilidade mas também a sua facilidade de execução no idoso. Os mais adequados são:
o "Mini Mental State Examination" de Folstein (M.M.S.E.) para avaliar a função cognitiva e a
"Geriatric Depression Scale" (G.D.S.) de Yesavage para averiguação do estado afetivo.
Avaliação funcional
A Avaliação Funcional é outra componente que habitualmente é esquecida no exame do idoso. Mais
do que a doença, é frequentemente a restrição ou a perda da funcionalidade que condiciona o futuro
do idoso e a sua qualidade de vida. De igual forma é essa perda que por sua vez motiva situações
patológicas, particularmente do foro mental, que precipitam o idoso num círculo vicioso de
dependência do qual dificilmente sai. A sua perda pode ser responsável por determinar a
institucionalização do idoso.
Existem testes de aplicação fácil que permitem apreciar a situação física do idoso, averiguando a sua
capacidade para executar determinados tipos de exercício: levantar objetos, vestir e despir um casaco,
apanhar uma moeda do chão, rodar 360°, caminhar ou subir escadas, etc.
Nota: A avaliação funcional deve ser feita, sempre que possível no domicílio. Confronta-se assim o
idoso com a realidade dos seus problemas do dia-a-dia, única maneira de avaliar efetivamente esses
problemas e de encontrar a solução mais adequada para os mesmos.
A A.G.C., pelo seu carácter multi e interdisciplinar, pressupõe para a sua correta execução a existência
de uma Equipa Geriátrica Multidisciplinar. A constituição da equipa deve incluir um núcleo mínimo
formado pelo Médico, Enfermeira e Assistente Social, agregando outros profissionais de acordo com
as possibilidades da instituição prestadora de cuidados. Considera-se que, para além dos referidos, a
equipa deve integrar um Psicólogo, Fisioterapeutas, Pessoal Administrativo e Pessoal de Ajuda
Doméstica.
Como é evidente, as funções dos profissionais não se exercem todas na mesma vertente, atuando uns
predominantemente a nível diagnóstico, outros a nível terapêutico e ainda outros a nível de suporte e
ajuda ao idoso. Seja como for, o trabalho da equipa tem a sua expressão funcional nas reuniões de
síntese e na definição dos problemas e medidas de intervenção a partir daquelas.
Enfermagem
“É a ciência e a arte de cuidar” - Cuidar numa perspetiva holística: fisicamente, mentalmente,
emocionalmente e socialmente
Num contexto altamente tecnológico, a simplicidade da arte do cuidar é por vezes
negligenciada.
Enfermagem Gerontológica
Estudo científico do cuidado de enfermagem ao idoso, caracterizado como ciência aplicada
com o propósito de utilizar os conhecimentos do processo de envelhecimento, para o
planeamento da assistência de enfermagem e dos serviços que melhor atendam à promoção
da saúde, à longevidade, à independência e ao nível mais alto possível de funcionamento da
pessoa idosa.
Esta intervenção apenas obterá êxito através de um trabalho multidisciplinar, com base na
complementaridade e não na competitividade.
Enfermagem Gerontológica/Geriátrica
Cuidar da pessoa idosa constitui uma área especializada da enfermagem que implica o
desenvolvimento dos seguintes atributos:
Capacidade de estabelecer uma relação terapêutica com os idosos
Apreciação do idoso como pessoa única
Competência clínica em práticas de enfermagem básica
Boa habilidade comunicacional
Conhecimento das alterações físicas e psicossociais decorrentes do processo de
envelhecimento
Capacidade para trabalhar com e sob supervisão de outros