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Demência e relação

com o processo de
envelhecimento
Módulo 1

DEMÊNCIA E
RELAÇÃO COM O
ENVELHECIMENT
O
MÓDULO I . DEMÊNCIA E RELAÇÃO COM
O ENVELHECIMENTO

OBJETIVOS
• Identificar as diferenças entre
envelhecimento normal e patológico
• Conhecer as perturbações mentais mais
comuns no envelhecimento
MÓDULO I . DEMÊNCIA E RELAÇÃO COM O
ENVELHECIMENTO
Conteúdos
• Definição de demência e de envelhecimento
• Mudanças biopsicossociais do envelhecimento
• Envelhecimento normal vs. Envelhecimento patológico
• Perturbações mentais comuns no envelhecimento
• Causas de demência
• Fatores de risco e fatores protetores
I. DEFINIÇÃO DE
ENVELHECIMENTO
• Envelhecimento

O envelhecimento é definido como um processo multidimensional, complexo e universal,


gradual e irreversível. O envelhecimento não é um estado, mas um processo capaz de
gerar alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas e sociais, que
aparecem como consequência da ação do tempo sobre os seres vivos.
I. MUDANÇAS BIOPSICOSSOCIAIS DO
ENVELHECIMENTO

Envelheciment Envelheciment Envelheciment


o biológico o psicológico o social
ENVELHECIMENT
O BIOLÓGICO
ENVELHECIMENT
O BIOLÓGICO

Sono
•Dormem menos e sonham mais;

• Despertam com mais facilidade.


ALTERAÇÕES NO
FUNCIONAMENTO SENSORIAL E
PSICOMOTOR

Visão

Audição

Olfato

Paladar
TRÊS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL

I. DEFINIÇÃO BAIXO RISCO DE DOENÇAS E DE FUNCIONAMENTO


INCAPACIDADES FUNCIONAIS; MENTAL E FÍSICO
DE EXCELENTES;

ENVELHECIMENT
O

ENVOLVIMENTO
ATIVO COM A VIDA.
I. DEFINIÇÃO DE
DEMÊNCIA
Definida pela primeira vez em 1838 e significa “sem mente”;

Perda progressiva de capacidades cognitivas e funcionais num indivíduo que tinha adquirido
capacidades intelectuais, ou seja, perderam ou estão a perder as competências que se obtiveram.

Conjunto de patologias, normalmente irreversíveis, caracterizadas por um declínio cognitivo que


interfere negativamente com a funcionalidade do indivíduo (Lagarto & Firmino, 2016).

A demência representa um quadro clínico e neuropatológico, cujo estado final é semelhante em


várias doenças.
I. DEFINIÇÃO DE DEMÊNCIA

•Défice cognitivo múltiplo, progressivo que


afeta principalmente a função mnésica,
causando pelo menos um dos seguintes
sintomas: Afasia, Agnosia, Apraxia, Alteração
da função executiva, desorientação espacial,
temporal e alterações comportamentais.
• Deterioração com impacto a nível
funcional
(social e/ou ocupacional)
I.ENVELHECIM EN
TO NORMAL VS.
PATOLÓGICO
• Em Portugal, entre 1960 e 2001 houve
um aumento de 140% do
envelhecimento demográfico;
• A nível mundial prevê-se que, até 2050
haja um aumento exponencial de
pessoas com mais de 80 anos,
I.ENVELHECIMENT passando de um valor de 88 milhões
para 402 milhões.
O NORMAL VS.
PATOLÓGICO
Com o aumento da idade aumenta a
prevalência e incidência de demências;
• De acordo com o INE (Censos 2011), Portugal é
constituído por 10 561 614 Habitantes

I. De toda a população residente, 2 022 504


habitantes apresentam idade igual ou superior a
ENVELHECIMENT 65 anos (20%).
O NORMAL VS.
PATOLÓGICO • O crescimento da população idosa superou o
crescimento da população jovem, (sendo o
ritmo a nível mundial de 1 jovem para 4 idosos)
estimando-se que em 2050 a população jovem
apenas represente 21% da população total.
I. ENVELHECIMENTO NORMAL VS.
PATOLÓGICO
Declínio
Cognitivo

Envelheciment Envelheciment
o Normal o Patológico
Défice Cognitivo Ligeiro
I.Envelhecimento normal vs.
patológico
Défice Cognitivo Ligeiro (DCL)
• Estado transitivo onde o individuo apresenta alterações cognitivas, não suficientes para
ser considerado demência.
• Queixas subjetivas (primordialmente mnésicas) ou alterações de outras funções
cognitivas
• Queixas objetiváveis por teste neuropsicológicos
• Ausência de prejuízo na realização das AVD´s
• Alterações cognitivas não explicáveis por estados confusionais e depressivos
• Ausência de Demência
I. ENVELHECIMENTO NORMAL VS.
PATOLÓGICO
• Problema emergente de Saúde Pública

Dados epidemiológicos, apontam para


a existência de 153 000 pessoas com Cerca de 1% da população nacional sofre
demência em Portugal, sendo 90 000 desta patologia
na forma de demência mais prevalente
(AZH)
Demência

A nível europeu, estima-se que 7,3 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência,
prevendo-se que estes números dupliquem nas próximas 3 décadas. O que significa que em
2040 teremos 14 milhões de europeus com demência, o correspondente a cerca de 150% do
total da população portuguesa de momento.
De acordo com a OMS, um novo caso de demência é diagnosticado a cada 4 segundos
I. PERTURBAÇÕES MENTAIS COMUNS NO
ENVELHECIMENTO
Demência devido a Parkinson Demências
Demência com Corpo2s%de
Lewy Outras
4% 3%
Demência Frontotemporal
2%
Demência de Alzheimer
Demência Mista
10% Demência Vascular
Demência Mista
Demência com Corpos de Lewy
Demência Vascular
Demência Frontotemporal
17D%emência de Alzheimer
62% Demência devido a Parkinson
Outras
I. PERTURBAÇÕES MENTAIS COMUNS NO
ENVELHECIMENTO

• Doenças endócrinas
• Deficiências vitamínicas
Demências reversíveis • Infeciosas
• Toxicas
• Neoplásicas

De possível • Vascular
prevenção • Demência associada ao HIV
Demências
irreversívei
s Prevenção impossível • Doença de Alzheimer
(Degenerativas) • Demência frontotemporal
• Demência de corpos de
Lewy
Doença
de
Alzheimer
I. PERTURBAÇÕES MENTAIS COMUNS
NO ENVELHECIMENTO

Evolução da doença de Alzheimer

Dificuldades em
Esquecer nomes e recordar eventos Perda de capacidade
números de telefone recentes e afastados linguística
A progressão da
doença de Alzheimer
Afeta mais as mulheres ou
os homens?
A maior longevidade das
mulheres justifica o facto
de atingir mais o sexo
feminino

A doença de Alzheimer é
hereditária?
Apenas para um número
DOENÇA DE extremamente reduzido de
casos é que resulta de um
ALZHEIMER problema genético.

Nunes, 2014
I. PERTURBAÇÕES
MENTAIS COMUNS NO
Sinais Prodormais da Demência de Alzheimer (deteção precoce) ENVELHECIMENTO

• 1. Presença de Anosmia
• 2. Alteração da Função Executiva
(Memoria de trabalho, flexibilidade
cognitiva, planeamento,
monitorização)
• 3. Esquecimento “rápido” com
interferência
• 4. Alteração da Fluência Verbal
• 5. Anomia
Demência de Alzheimer

I. Perturbações • Início Insidioso


mentais • Progressão gradual;
comuns no • Degenerativo com alterações do funcionamento
executivo
envelhecimento • Défices cognitivos
• Perda de memória
• Capaz de interferir na realização das atividades
da vida diária de modo autónomo;
Demência Vascular

I. Perturbações
• Existência de Acidente Vascular Cerebral;
mentais • Início insidioso e progressivo;
comuns no • degenerativo com alteração precoce da função
envelhecimento executiva,
• A Doença Cerebrovascular é considerada suficiente
para ser responsável pelos défices neurocognitivos;
• O défice cognitivo é mais proeminente na atenção
complexa e nas funções executivas frontais;
Demência com Corpos de Lewy

I. Perturbações
• Início insidioso;
mentais • Progressão gradual;
comuns no • Défice cognitivo ao nível da atenção e vigília;
envelhecimento • Alucinações visuais;
• Características espontâneas de
Parkinsonismo, com início posterior ao
declínio cognitivo;
Demência Frontotemporal
I. Perturbações
mentais • Início insidioso e progressão gradual;
• Alterações do comportamento;
comuns no
• Declínio cognitivo;
envelhecimento • Declínio na capacidade de linguagem;
Demência devido a Infeção por HIV
I. Perturbações • Evidência de Infeção pelo vírus da
mentais imunodeficiência humana;
• Declínio cognitivo;
comuns no
• Lentificação no processamento da
envelhecimento informação;
FATORES DE
RISCO
BAIXA ESCOLARIDADE/
IDADE DIABETES/COLESTEROL REDUZIDA ESTIMULAÇÃO
COGNITIVA

TÓXICOS AMBIENTAIS
HEREDITARIEDADE DEPRESSÃO
(ALUMÍ NIO, COBRE)

SÍNDROME DE DOWN ANESTÉSICOS TABAGISMO/ALCOOLISMO

TRAUMATISMO CRANIANO
APNEIA DO SONO SEVERO/ CIRURGIA DÉFICES NUTRICIONAIS
CARDÍACA
I. Fatores
protetores na
demência
• Exercício físico
• Estimulação cognitiva
• Alimentação
Referência
s
Almar, K., Aartsen, M., Deeg, D., & Huisman, M. (2017). Capturing the diversity of
successful aging: an operational definition based on 16-year trajectories of
functioning. The Gerontologist, 57 (2), 240–251, doi.org/10.1093/geront/gnv127
Chang C.H., Lee, K.Y., & Shim, Y.H. (2017). Normal aging: Definition and physiologic
changes. Journal of the
Korean Medical Association, 60 (5), 358-363. doi.org/10.5124/jkma.2017.60.5.358
Cosco, D.T., Prina, A.M, Perales, J., Stephan C.M.B., & Brayne, C., (2013). Operational definitions of
successful aging: A systematic review. International Psychogeriatric Association, 26 (3), 373-81. doi:
10.1017/S1041610213002287
Nunes, B. (2014). Alzheimer em 50 questões essenciais. Lisboa: Lidel
Zimerman, G. (2000). Velhice – Aspetos biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed Editora.

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