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SíNDROME DA INSUFICIêNCIA

DAS FUNçõES COGNITIVAS:


DEMÊNCIAS
MSC. NADIA P. COSTA
PANORAMA GERAL
• Atualmente as principais causas de mortalidade entre os idosos
brasileiros são as doenças do aparelho circulatório, as neoplasias e as
doenças do aparelho respiratório, correspondendo a 60% dos óbitos em
homens e mulheres.

• Um aumento expressivo no número de doenças neurológicas


características das fases mais tardias da vida vem comprometendo a
qualidade de vida das pessoas. As demências estão constituindo um
sério problemas de saúde pública em todo o mundo.
PANORAMA GERAL
• Hoje temos no mundo 18 milhões de idosos com demência, sendo
61% desses estão nos países em desenvolvimento. Daqui a 20 anos
haverá 34 milhões de idosos nessa situação e a grande maioria (71%)
nos países mais pobres.

• No Brasil aproximadamente temos aproximadamente 1,2 milhões


de idosos com algum grau de demência.
DEMêNCIAS

• Demência é um termo que choca a grande maioria dos leigos que o


associa à ideia de loucura. Em medicina, porém, a palavra demência
tem significado diferente.

• Ela é empregada para definir quadros que se caracterizam por


deficiência cognitiva persistente e progressiva. Essa falta interfere
nas atividades rotineiras do indivíduo, embora ele custe a perder a
consciência do mundo que o cerca.
DEMêNCIAS

• A demência é uma síndrome causada por inúmeras doenças que leva


ao declínio cognitivo progressivo do indivíduo.

• As causas mais comuns são: demência de Alzheimer, demência


vascular, demência mista, demência dos corpúsculos de lewy, e
outras como: frontotemporal e doença de Huntington.
DEMêNCIAS

• Aproximadamente 60 doenças podem levar à demências.

• Ainda temos doenças potencialmente reversíveis de demências,


destacando-se hidrocefalia, hipotireoidismo, deficiência de tiamina
e/ou folatos e doenças neuroinfecciosas.
DOENçA DE ALZHEIMER

• Forma mais comum de demência. Devido a degenerações


progressivas de estruturas cerebrais de regiões do hipocampo, lobos
frontal, parietal e temporal, caracterizada principalmente pela atrofia
cortical do cérebro.

• Essa lesão vai levar à morte neuronal, incapacitando os caminhos


neuronais essenciais para o aprendizado e recuperação de memórias.
DOENçA DE ALZHEIMER

• Desenvolvimento progressivo de déficits cognitivos variados,


manifestados concomitantemente por comprometimento da memória
(incapacidade de aprender informações novas e lembra-se de
informações previamente aprendidas),

• associados a outros distúrbios, como afasia, apraxia, agnosia e


transtornos de funções execu tivas, causan do sig nificativo s
comprometimento nas funções social e ocupacional e declínio
significativo com relação aos níveis prévios de funcionamento.
DEMêNCIA DE ALZHEIMER

• O curso da doença é caracterizado por início gradual e declínio


contínuo, indo da fase leve à fase bem avançada da demência.
DEMêNCIA VASCULAR
• Progressivo comprometimento das artérias cerebrais e redução do
fluxo sanguíneo cerebral, morte dos neurônios, atrofia cerebral e
demência.

• Ocorre, principalmente, em consequência de múltiplos infartos ou


infartos lacunares, levando a conhecida “evolução em degraus”.

• Pode também ocorrer episódio único de acidente vascular


encefálico isquêmico ou hemorrágico, em uma determinada área do
cérebro.
DEMêNCIA VASCULAR

• O aparecimento da demência é repentino, podendo estar associado a


evento neurológico identificável, causando uma alteração específica
da área cerebral acometida pela lesão.

• Neste caso o exame de imagem é indispensável para o diagnóstico,


revelando à imagens de infartos cerebrais.
DEMêNCIA VASCULAR

• Hoje se sabe que a demência vascular, depois do Alzheimer, talvez seja a


causa mais importante de demência.

• Ela se caracteriza por múltiplos infartos que vão ocorrendo no cérebro ao


longo da vida do indivíduo, que tem uma pequena isquemia, depois outra
e mais outra.

• Essas alterações vão se somando como que em degraus e estão associadas


a uma história de declínio da competência cognitiva.
DEMêNCIA MISTA
• Quando o mesmo indivíduo é portador de alterações sugestivas de
doença de Alzheimer e tem imagens cerebrais com área de
comprometimento vascular.

• Normalmente tem uma evolução mais flutuante e cursa com


alterações de memória, linguagem, praxia e outras funções
cognitivas.

• É a terceira causa de demência mais conhecida.


DEMêNCIA POR CORPOS DE LEWY

• Apresenta aspectos clínicos da doença de Alzheimer e de Parkinson,


por isso pode ser facilmente confundida com o Alzheimer.

• Está entre as causas mais comuns de demências.

• Trata-se de uma patologia degenerativa primária do sistema nervoso


central, em que estruturas intracelulares anômalas, conhecidas como
corpos de lewy, incluem-se de forma difusa no córtex cerebral do
hipocampo, amígdala e parte compacta da substância negra.
DEMêNCIA POR CORPOS DE LEWY
• Clinicamente apresenta-se com frequentes alucinações visuais,
déficits cognitivos flutuantes, episódios de delírio, parkinsonismo e
sintomas motores, como disartria (dificuldade de utilizar os
músculos da fala, ou então a fraqueza destes) e dificuldade de
coordenação dos movimentos voluntários.

• A evolução é progressiva como na doença de Alzheimer.


DEMêNCIA POR CORPOS DE LEWY
• O diagnóstico é feito pelo quadro clínico. (delírio, alucinações, quedas, perda transitóra de
consciência).

• Não se caracteriza por atrofia hipocampal como na doença de Alzheimer.

• O diagnóstico de certeza também só seria possível pela anatomia patológica da biópsia cerebral.

• Tratamento: psicóticos e neurolépticos.

• O tratamento é semelhante, porém a resposta aos neurolépticos, utilizados comumente nos distúrbios
psiquiátricos, não é muito boa.
DEMêNCIA POR CORPOS DE LEWY

• É uma forma de degeneração marcada por grandes oscilações no desempenho do dia a


dia.

• Num momento, o indivíduo aparentemente está bem, mas minutos ou horas depois
apresenta estado de confusão mental, mostra-se sonolento ou incapaz de responder
perguntas que respondera algumas horas antes.

• Essas grandes oscilações acompanhadas por alucinações visuais – a pessoa começa a ver
coisas que não existem – merecem atenção especial, porque o tratamento é possível,
embora difícil e a melhora menos expressiva.
DEMêNCIA FRONTOTEMPORAL

• Doença também degenerativa de causa ignorada, que provoca alterações de comportamento


muito próximas daquilo que o leigo entende convencionalmente por demência. O paciente
começa a manifestar um comportamento diferente do que tinha até então.

• É o caso do profissional liberal muito sério e compenetrado, de pouca conversa, que passa a
beber, a fazer comentários inadequados e a tomar atitudes inconvenientes até do ponto de
vista sexual.

• Encontrei um familiar que diante desses pequenos deslizes definiu bem a situação: “Quem
não o conhecia antes, não percebe nada; mas quem o conhecia, não o reconhece mais tal a
mudança de personalidade por que passou”.
DEMêNCIA FRONTOTEMPORAL
• Embora as mudanças de personalidade chamem mais atenção, há também um
comprometimento intelectual importante. Nesses casos, em geral, os pacientes recorrem a
um psiquiatra. O tratamento ajuda a melhorar o comportamento e as relações sociais, mas
não consegue interferir na evolução da doença, que lamentavelmente ainda não é bem
conhecida.

A doença frontotemporal corresponde de 5% a 10% dos casos de demência. Afeta
indivíduos em torno dos 50 ou 60 anos e é muito parecida com a neuro-sífilis, uma
doença mais comum no passado, que também afetava as regiões frontotemporais e
provocava alterações de personalidade.
DEMÊNCIA DE HUNTINGTON

• Inciando-se entre a terceira e quinta década de vida.

• Doença genética – herdada pelo gene autossômico dominante, localizado no


cromossomo 4.

• Ela é causada por atrofia do núcleo caudado, que pode ser observado na tomografia
axial computadorizada ou ressonância magnética cerebral

• Clinica: movimentos coreiformes involuntários, rigidez e demência de curso lento e


progressivo.
DEMÊNCIA DE HUNTINGTON

• Alterações no comportamento, sintomas depressivos ou psicóticos.

• Com a progressão da doença déficits de memória e funções visuo-espaciais vão


ficando graves.

• Há déficits no raciocínio sequencial e na capacidade organizacional.

• A linguagem se mantem relativamente preservada.

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