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Principais Demências

degenerativas e suas
características.

Psicóloga Janynne Caovila


Especialista em Neuropsicologia.
CRP:12/07921
Doença de Alzheimer
 A doença de Alzheimer (DA) responde por
cerca de 60% de todas as demências, o que
a torna a causa principal de demência
(LoGiudice, 2002).
 Quanto ao curso clínico, apresenta-se com
início insidioso e deterioração progressiva.
 O prejuízo de memória é o evento clínico
de maior magnitude.
 A Doença de Alzheimer é uma enfermidade
incurável que se agrava ao longo do tempo,
mas pode e deve ser tratada. Quase todas as
suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por
isso, a doença tenha ficado erroneamente
conhecida como “esclerose” ou “caduquice”.

 A doença se apresenta como demência, ou


perda de funções cognitivas (memória,
orientação, atenção e linguagem), causada
pela morte de células cerebrais.

 Quando diagnosticada no início, é possível


retardar o seu avanço e ter mais controle
sobre os sintomas, garantindo melhor
qualidade de vida ao paciente e à família.
 Seu nome oficial refere-se ao médico Alois Alzheimer,
o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele
estudou e publicou o caso da sua paciente Auguste
Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos,
desenvolveu um quadro de perda progressiva de
memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com
dificuldade para compreender e se expressar),
tornando-se incapaz de cuidar de si.
 Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr.
Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as
alterações que hoje são conhecidas como
características da doença.
 Não se sabe por que a Doença de Alzheimer
ocorre, mas são conhecidas algumas lesões
cerebrais características dessa doença.

 As duas principais alterações que se apresentam


são as placas senis decorrentes do depósito de
proteína beta-amiloide, anormalmente produzida,
e os emaranhados neurofibrilares, frutos da
hiperfosforilação da proteína tau.

 Outra alteração observada é a redução do


número das células nervosas (neurônios) e das
ligações entre elas (sinapses), com redução
progressiva do volume cerebral.
 Estima-se que existam no mundo cerca de
35,6 milhões de pessoas com a Doença
de Alzheimer.
 No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de
casos, a maior parte deles ainda sem
diagnóstico.
Quais são os sinais da Doença de
Alzheimer?
O paciente com Alzheimer pode apresentar:

 Perda de memória recente com repetição das mesmas


perguntas ou dos mesmos assuntos.
 Esquecimento de eventos, de compromissos ou do lugar
onde guardou seus pertences.
 Dificuldade para perceber uma situação de risco, para
cuidar do próprio dinheiro e de seus bens pessoais, para
tomar decisões e para planejar atividades mais complexas.
 Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço.
 Incapacidade em reconhecer faces ou objetos comuns,
podendo não conseguir reconhecer pessoas conhecidas.
 Dificuldade para manusear utensílios, para vestir-se, e em
atividades que envolvam autocuidado.
 Dificuldade para encontrar e/ou compreender palavras,
cometendo erros ao falar e ao escrever.
 Alterações no comportamento ou na personalidade: pode se
tornar agitado, apático, desinteressado, isolado, desinibido,
inadequado e até agressivo.
 Interpretações delirantes da realidade, sendo comuns quadros
paranoicos ao achar que está sendo roubado, perseguido ou
enganado por alguém. Esquecer o que aconteceu ou o que
ficou combinado pode contribuir para esse quadro.
 Alucinações visuais (ver o que não existe) ou auditivas (ouvir
vozes) podem ocorrer, sendo mais frequentes da metade para
o final do dia.
 Alteração do apetite com tendência a comer exageradamente,
ou, ao contrário, pode ocorrer diminuição da fome.
 Agitação noturna ou insônia com troca do dia pela noite.
Diagnóstico:
 É muito comum que os sintomas iniciais da Doença de
Alzheimer (DA) sejam confundidos com o processo de
envelhecimento normal.
 Essa confusão tende a adiar a busca por orientação profissional
e, não tão raro, a doença é diagnosticada tardiamente.
Recomenda-se que, diante dos primeiros sinais, as famílias
procurem profissionais e/ou serviços de saúde especializados
para diagnóstico precoce no estágio inicial da doença, o que
favorecerá a evolução e o prognóstico do quadro.

 Nos quadros de demência da Doença de Alzheimer,


normalmente observa-se um início lento dos sintomas (meses
ou anos) e uma piora progressiva das funções cerebrais.
 A certeza do diagnóstico só pode ser obtida por
meio do exame microscópico do tecido cerebral do
doente após seu falecimento. Antes disso, esse exame
não é indicado, por apresentar riscos ao paciente.

 Na prática, o diagnóstico da Doença de Alzheimer é


clínico, isto é, depende da avaliação feita por um
médico, que irá definir, a partir de exames e da
história do paciente, qual a principal hipótese para a
causa da demência.

 Exames de sangue e de imagem, como tomografia ou,


preferencialmente, ressonância magnética do crânio,
devem ser realizados para excluir a possibilidade de
outras doenças.
Avaliação neuropsicológica
 Faz parte da bateria de exames complementares uma
avaliação aprofundada das funções cognitivas.
 A avaliação neuropsicológica envolve o uso de testes
psicológicos para a verificação do funcionamento
cognitivo em várias esferas.
 Os resultados, associados a dados da história e da
observação do comportamento do paciente, permitem
identificar a intensidade das perdas em relação ao nível
prévio, e o perfil de funcionamento permite a indicação
de hipóteses sobre a presença da doença.

 O mapeamento pode ser útil ainda para a programação


do tratamento de estimulação cognitiva, que considera
as habilidades que merecem investimentos para serem
preservadas e aquelas que precisam ser compensadas.
 http: www.abraz.org.br
Evolução da doença
 A Doença de Alzheimer é caracterizada
pela piora progressiva dos sintomas.
Entretanto, muitos pacientes podem
apresentar períodos de maior
estabilidade.
 A evolução dos sintomas da Doença de
Alzheimer pode ser dividida em três fases:
leve, moderada e grave
Fase leve
 Na fase leve, podem ocorrer alterações como
perda de memória recente, dificuldade para
encontrar palavras, desorientação no tempo e
no espaço, dificuldade para tomar decisões,
perda de iniciativa e de motivação, sinais de
depressão, agressividade, diminuição do
interesse por atividades e passatempos.
Estágio inicial
 O estágio inicial raramente é percebido. Parentes e amigos (e, às vezes,
os profissionais) veem isso como "velhice", apenas uma fase normal do
processo do envelhecimento. Como o começo da doença é gradual, é
difícil ter certeza exatamente de quando a doença começa. A pessoa
pode:

 Ter problemas com a propriedade da fala (problemas de linguagem).


 Ter perda significativa de memória – particularmente das coisas que
acabam de acontecer.
 Não saber a hora ou o dia da semana.
 Ficar perdida em locais familiares.
 Ter dificuldade na tomada de decisões.
 Ficar inativa ou desmotivada.
 Apresentar mudança de humor, depressão ou ansiedade.
 Reagir com raiva incomum ou agressivamente em determinadas
ocasiões.
 Apresentar perda de interesse por hobbies e outras atividades.
Fase moderada
 Na fase moderada, são comuns dificuldades mais
evidentes com atividades do dia a dia:
 Prejuízo de memória
 Esquecimento de fatos mais importantes, nomes de
pessoas próximas.
 Incapacidade de viver sozinho, incapacidade de
cozinhar e de cuidar da casa, de fazer compras,
dependência importante de outras pessoas,
necessidade de ajuda com a higiene pessoal e
autocuidados.
 Maior dificuldade para falar e se expressar com
clareza
 Alterações de comportamento (agressividade,
irritabilidade, inquietação),
 Ideias sem sentido (desconfiança, ciúmes) e
alucinações (ver pessoas, ouvir vozes de pessoas que
não estão presentes)
Fase grave
Na fase grave, observa-se:
 Prejuízo gravíssimo da memória, com incapacidade de
registro de dados e muita dificuldade na recuperação de
informações antigas como reconhecimento de parentes,
amigos, locais conhecidos.
 Dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na
deglutição, dificuldade de entender o que se passa a sua
volta, dificuldade de orientar-se dentro de casa.
 Pode haver incontinência urinária e fecal e intensificação
de comportamento inadequado.
 Há tendência de prejuízo motor, que interfere na
capacidade de locomoção, sendo necessário auxílio para
caminhar. Posteriormente, o paciente pode necessitar de
cadeira de rodas ou ficar acamado.
 *Alertamos para o fato de que essa divisão tem
caráter didático e, muitas vezes, sintomas
classificados em diferentes fases se mesclam em um
mesmo período.

 Há cura para a Doença de Alzheimer?

 Muitos estudos científicos buscam a cura mas, até o


momento, não há previsão de cura para a DA.
 Os tratamentos disponíveis buscam retardar o
desenvolvimento da doença, que é progressiva. É
importante ressaltar que se o tratamento for
iniciado logo na primeira fase da doença, os
resultados tendem a ser mais efetivos.
Demência Vascular (DV)
 Doença de Alzheimer e demência vascular (DV) são as
principais causas de demência relacionadas ao
envelhecimento.
 O termo Demência Vascular tem ampla conotação,
referindo-se a quadros demenciais causados pelas
Doenças Cerebrovasculares, que podem ser aceitos
como fatores desencadeantes para a evolução das
demências.
 A DV é causada por uma série de pequenos
derrames cerebrais (AVC).
 O derrame (infarto) é a interrupção ou o
bloqueio do fluxo de sangue para qualquer
parte do cérebro.
 Multi-infartos significa muitos derrames e
muitas áreas de lesão.
 Se o fluxo sanguíneo for interrompido por
mais de alguns segundos, as células cerebrais
podem morrer por falta de oxigênio. Essa
lesão em geral é permanente.
A DV geralmente ocorre em pessoas com idade
entre 55 e 75 anos e é mais comum nos homens.
As condições médicas que aumentam o risco de
DV incluem:
 fibrilação atrial (taquicardia irregular que cria
a estagnação da circulação, que pode levar à
formação de coágulos sanguíneos)
 derrame(s) prévio(s)
 insuficiência cardíaca
 declínio cognitivo anterior ao derrame
 pressão alta
 diabetes
 aterosclerose (endurecimento das artérias)
Sintomas
 Os sintomas da DV podem aparecer gradualmente com o correr
do tempo ou podem ocorrer subitamente após um acidente
vascular cerebral. Alguns pacientes parecem melhorar e, a seguir,
declinam novamente após outros pequenos acidentes vasculares
cerebrais.

Os primeiros sintomas de demência incluem:


 perder-se em lugares familiares
 dificuldade para executar tarefas rotineiras, como pagar as contas
 dificuldade de lembrar palavras
 perder coisas
 perda de interesse por coisas das quais costumava gostar
 mudanças de personalidade
Diagnóstico
 Os médicos diagnosticam a DV por meio de imagens radiológicas,
exames bioquímicos e testes cognitivos. Cada caso de DV é diferente.
A memória pode sofrer prejuízo grave em um caso e só
comprometimento leve em outro. Para avaliar os danos causados, os
médicos utilizam vários testes.

 Exames de imagem
 Os exames por imagem radiológica podem incluir:
 tomografia computadorizada (TC) cerebral: estudo radiográfico
transversal detalhado do cérebro
 imagem por ressonância magnética (RM) do cérebro: imagem
detalhada do cérebro obtida utilizando-se um campo magnético
associado a ondas de rádio
 eletroencefalograma (EEG): mede a atividade elétrica do cérebro
 Doppler transcraniano (DTC): mede a velocidade do fluxo de sangue
através dos vasos sanguíneos do cérebro.
Qual o tratamento?
 É importante saber que não há nenhuma medicação
que trate diretamente a doença e faça com que o
paciente volte a ser o que ele era antes.
 O tratamento é direcionado aos sintomas do paciente.
 Trata-se com medicamentos específicos os
transtornos do humor (ex: a depressão com
antidepressivos), os quadros delirantes e de
agressividade, os distúrbios do sono.
 As medicações conhecidas como anticolinesterásicos
e a memantina (inibidor do receptor MNDA) utilizadas
para o tratamento de doença de Alzheimer podem ser
úteis em casos cujo comprometimento subcortical é
importante, porém ainda faltam evidências que
comprovem sua eficácia na DV.
 Não há nenhuma indicação para o uso de
vasodilatadores cerebrais ou ginkgo biloba para essa
doença.
Perspectiva
 A DV não tem cura. Embora os
medicamentos e o treinamento
cognitivo possam ajudar a
preservar a função mental, o
paciente continuará a declinar.
 A velocidade de avanço da
demência é variável. Alguns
pacientes morrem logo após o
diagnóstico de DV e outros
sobrevivem por anos.
Demência com corpos de Lewy
É uma perturbação mental provocada pela
presença de corpos de Lewy no cérebro.
 Trata-se de uma doença neurológica rara, que é
muitas vezes confundida com a doença de
Alzheimer.
Demência com Corpos de Lewy

https://www.youtube.com/watch?v=03jNQurkmsk
https://www.youtube.com/watch?v=7i9ysHYmd3Q
https://www.youtube.com/watch?v=zCHjKGweC7A
 A demência com corpos de Lewy é a terceira
causa mais frequente de internamento por
demência, depois da doença de Alzheimer e da
Demência Vascular e afeta principalmente as
pessoas com mais de 50 anos de idade.

 Em 2014 o ator Robin Williams veio a cometer


suicídio e, sua viúva Susan Williams informou que
ele era portador da demência com corpos de
Lewy e que por essa razão a doença
neurodegenerativa tinha alterações no estado de
ânimo, nos movimentos e alucinações.
Quais São Os Sintomas Da
Demência Com Corpos De Lewy?
 A demência com corpos de Lewy é uma perturbação clínica
caracterizada por défices cognitivos múltiplos que são
capazes de interferir nas atividades mais básicas do dia-a-
dia de um paciente.

Trata-se de uma desordem que apresenta os sintomas


principais seguintes:
 Sintomas da doença de Alzheimer, como a perda de
memória, alteração de humor, desorientação, dificuldades
de comunicação, perda de iniciativa e decisão, perda das
habilidades motoras, entre outros.
 Sinais da doença de Parkinson, tais como lentidão de
movimentos, rigidez dos braços e das pernas, passo
irregular e arrastado, postura inclinada, tremores e
diminuição das expressões faciais (rosto sem expressão).
 Alucinações visuais, olfativas e auditivas. A mente leva
o paciente a pensar que está a ver pessoas ou objetos
que não se encontram presentes. Assim como
também o leva a acreditar em cheiros e barulhos
desconexos da realidade.

Sentimentos de desilusão e de depressão.

 Mudanças comportamentais. A pessoa que sofre de


demência com corpos de Lewy tanto se encontra no
seu estado normal, como se apresenta num estado de
sonolência ou de confusão. A flutuação entre estes
dois estados pode ser rápida (minutos ou horas) ou
pode decorrer durante um maior período de tempo
(semanas ou meses).
O Declínio Cognitivo Na
Demência Com Corpos De Lewy
 O declínio cognitivo na demência com corpos de Lewy é
progressivo e interfere na capacidade funcional do indivíduo,
nomeadamente nas suas funções executivas, capacidade de
resolução de problemas e atividades da vida diária.

 É de realçar que a atenção, as tarefas executivas e as


habilidades visuais e espaciais são os domínios cognitivos
mais comprometidos nas fases iniciais, com relativa
preservação da memória. Este aspeto é muito importante,
pois o facto de manter a memória, diferencia-o da doença de
Alzheimer.
 Porém, com a progressão da doença, as diferenças com as
outras demências vão-se esbatendo. Os pacientes que
sofrem de demência com corpos de Lewy costumam
apresentar episódios frequentes de quedas ou síncopes.
Outro aspeto muito importante é a hipersensibilidade ao uso
de neurolépticos, que agravam os sintomas de parkinsonismo,
muitas vezes, sem melhoria dos sintomas psicóticos.
Como Diagnosticar A Demência
Com Corpos De Lewy
 Atualmente, não existe forma de saber como é
que os corpos de Lewy se formam no cérebro,
pois só é possível confirmar que uma pessoa
sofre desta perturbação depois de estar morta,
após a realização da sua autópsia.
 Contudo, apesar de não poder ser confirmada, a
demência com corpos de Lewy pode ser
diagnosticada clinicamente.
 Esse diagnóstico baseia-se nos sintomas
evidenciados pelo paciente, nos medicamentos
que está a tomar, na sua história médica e na
realização de exames neuropsicológicos.
Como Tratar A Demência Com
Corpos De Lewy
 Atualmente, não há cura ou tratamento que impeça ou
que retarde os efeitos progressivos da demência com
corpos de Lewy.
 O tratamento que é realizado visa aliviar os sintomas
principais da perturbação e atrasar a perda da capacidade
mental ao máximo.
 Uma pessoa que sofra de demência com corpos de Lewy
deve estar sempre sob cuidados médicos e sob a
vigilância atenta do cuidador ou familiar responsável.
Como tal, é fundamental exercitar o corpo e a mente e
manter-se socialmente ativo
Demência Frontotemporal
 A demência frontotemporal, também conhecida
como demência do lobo frontal, descreve um
grupo de perturbações caracterizadas por uma
degenerescência das células nervosas,
especialmente aquelas que se encontram nos
lobos frontais e temporais do cérebro.
Início insidioso com alteração de personalidade e distúrbios na
conduta social – características predominantes no início e durante
o percurso evolutivo. Diagnosticada em 5,1% dos pacientes
atendidos no HC-FMUSP (Cognitiva e Comportamento)
Como é feito o diagnóstico das
demências frontotemporais?
 Atualmente, o diagnóstico clínico é realizado de acordo com os
critérios de Lund e Manchester, em 1994, para reconhecer os
sintomas da doença, tais como desinibição, impulsividade, negligência
com a higiene, dificuldade para resolver problemas, agressividade,
depressão, sentimentalismo exagerado.

 Segundo esses critérios, com a evolução da doença, outros sinais


importantes para o diagnóstico se manifestam. Entre eles, podemos
citar perda do controle dos esfíncteres, mudança de hábitos
alimentares, consumo exagerado de tabaco e de álcool. Mesmo as
pessoas que nunca beberam ou fumaram passam a fazê-lo de maneira
compulsiva. Em geral, o último sintoma que aparece é alteração da
memória.

 Outra característica importante dessas síndromes é o


comprometimento da fala. Aliás, as demências frontotemporais
podem ter um perfil rapidamente progressivo, quando surgem os
distúrbios da fala.
Quais são as principais características da
demência frontotemporal?
 A demência frontotemporal é uma doença que
abrange de 5% a 10% dos casos de síndromes
demenciais.
 A prevalência é maior no sexo feminino, na minha
opinião, porque as mulheres vivem mais do que os
homens.
 Assim como a doença de Alzheimer e as
demências vasculares, a DFT é uma enfermidade
frequente e importante, mas seus sintomas podem
passar despercebidos.
Quais são as mudanças
comportamentais que caracterizam o
comprometimento frontal?
 Alterações da atenção, irritabilidade, perda da inibição, do
controle social e da crítica sobre determinadas regras, além
de oscilações de humor.

 As reações de alegria ou tristeza são desproporcionais ao


estímulo. Por exemplo, a pessoa fica extremamente triste ao
assistir a um filme ou ao tomar conhecimento de uma notícia
ruim, mas ninguém ao redor atribui importância ao fato.
 Nos casos mais graves, a síndrome
frontotemporal promove um distúrbio que
afeta a convivência ética do paciente, que pode
desenvolver uma espécie de sadismo.
 Nos casos moderados, merece destaque a
desatenção, o desleixo, a negligência com os
cuidados pessoais e a perda de contato com os
limites estabelecidos.
 O primeiro sinal da doença é a mudança de
comportamento no que se refere à resolução
de problemas do dia a dia com tendência à
impulsividade.
 Começa a chamar a atenção da família a grande
dificuldade que a pessoa mais velha demonstra
diante de problemas já conhecidos e as formas
incoerentes de solução que encontra, muitas
vezes, na base da força.
 Por exemplo: pacientes com alta escolaridade
e que dirigem há muitos anos, de repente,
começam a bater o carro com frequência, não
conseguem estacionar o veículo numa vaga e
se atrapalham até para sair da garage de casa.
Ficam desatentos e se descuidam de observar
os sinais de trânsito e os semáforos.

 Geralmente, as síndromes frontotemporais


passam despercebidas.
Alterações afetivas
 Depressão, ansiedade, pensamentos suicidas,
delírios e alucinações constantes
 Hipocondria e preocupações somáticas
extremas
 Falta de empatia
 Inércia e falta de espontaneidade

Alterações da fala
 Redução progressiva e estereotipada da fala
 Ecolalia
 Mutismo tardio
Em que consiste o tratamento das
demências frontotemporais?
 O tratamento é sintomático.
 Se o paciente apresentar um quadro depressivo,
são indicados medicamentos antidepressivos por
tempo limitado e observa-se a reação.

 Os neurolépticos ajudam a inibir a agressividade e


a impulsividade, mas tudo deve ser feito de
maneira cuidadosa, muito delicada, com bom-
senso e paciência, porque esses pacientes
respondem mal a doses altas de medicação e
tendem a abandonar o tratamento.
Doença de Pick ou Demência
de Pick
 A doença de Pick é uma forma rara, progressiva
e irreversível de demência.
 Ao contrário do Alzheimer que pode afetar
muitas partes diferentes do cérebro, a doença
de Pick afeta apenas certas áreas do cérebro.
Causas:
 A doença de Pick é causada por quantidades
anormais ou tipos de uma proteína das células
nervosas (T Grego) que é encontrada em todas
as células nervosas. Esta proteína anormal é
chamada de corpos de Pick ou células de Pick.
Quantidades anormais ou tipos diferentes
desta proteína nas células nervosas dos
lóbulos frontal e temporal do cérebro causam a
degeneração desses neurônios, o que resulta
em contração do tecido cerebral.
 Esta contração causa os sintomas de
demência da doença de Pick.
Sintomas
 Os sintomas da doença de Pick pioram
progressivamente.
 Muitos dos sintomas podem tornar a
interação social difícil, pois as alterações
comportamentais levam a pessoa a atitudes
desafiadoras em relação aos costumes
sociais aceitáveis.

As alterações comportamentais e

emocionais causadas pela doença de Pick
incluem:
 alteração súbita do humor;
 comportamento compulsivo ou inadequado;
 sintomas parecidos com os da depressão,
como desinteresse pelas atividades diárias;
 dificuldade de manter um emprego;
 competências pessoais e sociais deficientes;
 higiene pessoal deficiente;
 comportamento repetitivo;
 desligamento das atividades sociais.
 As alterações de linguagem e neurológicas
causadas pela doença de Pick incluem:

 diminuição na capacidade de escrita ou de leitura;


 "ecoar" ou repetir o que foi dito;
 incapacidade de falar, dificuldade para falar ou
dificuldade de compreender o que foi falado;
 perda progressiva de memória;
 fraqueza física;
 perda de vocabulário;
 dificuldade em encontrar a palavra certa.
Diagnóstico
 Não há um único teste para determinar se uma pessoa tem a
doença de Pick. Um médico usará o histórico, achados físicos e
testes de imagem especiais para diagnosticar a doença de Pick.

Entre eles:
 o histórico médico completo;
 entrevistas com membros da família sobre o comportamento do
paciente;
 um exame físico e um exame neurológico minucioso;
 testes de fala e escrita;
 ressonância magnética usando ondas magnéticas e de rádio para
mostrar imagens detalhadas do cérebro;
 tomografia computadorizada, um tipo especializado de raio X
usado para examinar a estrutura de tecido e osso;
 PET (tomografia por emissão de pósitrons) que usa um produto
químico radioativo para pesquisar a função do tecido cerebral.
Tratamento
 Atualmente, não há nenhum tratamento que
retarde efetivamente a progressão da doença
de Pick.

 No entanto, existem vários tratamentos que


podem ajudar a diminuir os sintomas
comportamentais associados ao quadro da
doença. Os antidepressivos e os antipsicóticos
são dois dos tipos mais comuns de
medicamentos usados para tratar os sintomas
da doença de Pick.
Doença de Parkinson
 A característica essencial da Demência Devido à
Doença de Parkinson é a presença de uma demência
considerada uma consequência fisiopatológica direta
dessa doença.
 A Doença de Parkinson é uma condição neurológica
lentamente progressiva, é um distúrbio motor com
quatro características principais: rigidez muscular,
tremor em repouso, bradicinesia (lentidão de
movimentos) e instabilidade postural.
 A enfermidade se manifesta quando ocorre
uma falha na produção de dopamina, um
neurotransmissor encarregado de múltiplas
funções, entre elas a transferência de
informações entre os neurônios que regulam a
realização dos movimentos voluntários
automáticos, como andar e conversar ao
mesmo tempo, fazer um gesto com a mão
direita e outro diferente com a mão esquerda,
ou balançar os dois braços enquanto anda, por
exemplo.
A demência associada à DP é caracterizada por
(segundo Guillard et ai., 1991):

 Redução ou falta de iniciativa para atividades


espontâneas;
 Incapacidade de desenvolver estratégias
exitosas para a resolução de problemas
 Lentificação dos processamentos mnésticos;
 Lentificação do processamento global da
informação;
 Prejuízo da percepção visuoespacial;
 Dificuldades de conceitualização;
 Dificuldade na geração de listas de palavras.
Trabalho:

 Escreva um breve resumo sobre o que


você entendeu a respeito das principais
demências e suas características.

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