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Disciplina: Saúde do idoso / Tema: Alzheimer / Integrantes: Douglas

Roger, Edriana De Jesus Fernandes, Layana Precilius e Victória Rabelo.

A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo


do tempo, mas pode e deve ser tratada. A doença se apresenta como
demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e
linguagem), causada pela morte de células cerebrais. E quando diagnosticada
no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os
sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

Porém, não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são
conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. As duas
principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do
depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os
emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Outra
alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios)
e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume
cerebral.

As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea. As áreas


comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios)
responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem
planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a ser
atingidas, posteriormente, ampliando as perdas.

Desse modo, os pacientes podem apresentar: perda de memória recente com


repetição das mesmas perguntas ou dos mesmos assuntos. Esquecimento de
eventos, de compromissos ou do lugar onde guardou seus pertences.
Dificuldade para perceber uma situação de risco, para cuidar do próprio
dinheiro e de seus bens pessoais, para tomar decisões e para planejar
atividades mais complexas. Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço.
Incapacidade em reconhecer faces ou objetos comuns, podendo não conseguir
reconhecer pessoas conhecidas. Dificuldade para manusear utensílios, para
vestir-se, e em atividades que envolvam autocuidado.

Dificuldade para encontrar e/ou compreender palavras, cometendo erros ao


falar e ao escrever. Alterações no comportamento ou na personalidade: pode
se tornar agitado, apático, desinteressado, isolado, desinibido, inadequado e
até agressivo. Agitação noturna ou insônia com troca do dia pela noite. Porém,
os sintomas não são os mesmos para todos os pacientes com demência,
mesmo quando a causa de demência é a mesma. Nem todos os sintomas
aparecerão em todos os pacientes. Como uma doença de curso progressivo, o
quadro clínico do paciente com demência sofre modificações. Com a evolução
da doença, há o aparecimento de novos sintomas ou o agravamento dos
sintomas existentes.

A Doença de Alzheimer é caracterizada pela piora progressiva dos sintomas.


Entretanto, muitos pacientes podem apresentar períodos de maior estabilidade.
A evolução dos sintomas da doença pode ser dividida em três fases: leve,
moderada e grave. Na fase leve, podem ocorrer alterações como perda de
memória recente, dificuldade para encontrar palavras, desorientação no tempo
e no espaço, dificuldade para tomar decisões, perda de iniciativa e de
motivação, sinais de depressão, agressividade, diminuição do interesse por
atividades e passatempos.

Na fase moderada, são comuns dificuldades mais evidentes com atividades do


dia a dia, com prejuízo de memória, com esquecimento de fatos mais
importantes, nomes de pessoas próximas, incapacidade de viver sozinho,
incapacidade de cozinhar e de cuidar da casa, de fazer compras, dependência
importante de outras pessoas, necessidade de ajuda com a higiene pessoal e
autocuidados, maior dificuldade para falar e se expressar com clareza,
alterações de comportamento (agressividade, irritabilidade, inquietação), ideias
sem sentido (desconfiança, ciúmes) e alucinações (ver pessoas, ouvir vozes de
pessoas que não estão presentes).

Na fase grave, observa-se prejuízo gravíssimo da memória, com incapacidade


de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações
antigas como reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos,
dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição, dificuldade
de entender o que se passa a sua volta, dificuldade de orientar-se dentro de
casa. Pode haver incontinência urinária e fecal e intensificação de
comportamento inadequado. Há tendência de prejuízo motor, que interfere na
capacidade de locomoção, sendo necessário auxílio para caminhar.
Posteriormente, o paciente pode necessitar de cadeira de rodas ou ficar
acamado.

No entanto, não existe um exame específico para fazer o diagnóstico da


Doença de Alzheimer ou para a maioria das outras formas de Demência.
Utilizam-se vários exames e avaliações para determinar se os sintomas se
encaixam em certos critérios e para excluir outras causas possíveis para esses
sintomas. Na avaliação pode ser usado: histórico pessoal, exame físico, testes
laboratoriais, avaliação do estado mental, avaliação cognitiva, exame
neuropsicológico, exame radiológico e técnicas de imagiologia.

Quanto aos fatores de risco, a idade é indicada como o principal para o


desenvolvimento de demência da Doença de Alzheimer (DA). Após os 65 anos,
o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. As mulheres
parecem ter risco maior para o desenvolvimento da doença, mas talvez isso
aconteça pelo fato de elas viverem mais do que os homens.Os familiares de
pacientes com DA têm risco maior de desenvolver essa doença no futuro,
comparados com indivíduos sem parentes com Alzheimer. No entanto, isso não
quer dizer que a doença seja hereditária.

Embora a doença não seja considerada hereditária, há casos, principalmente


quando a doença tem início antes dos 65 anos, em que a herança genética é
importante. Esses casos correspondem a 10% dos pacientes com Doença de
Alzheimer. Pessoas com histórico de complexa atividade intelectual e alta
escolaridade tendem a desenvolver os sintomas da doença em um estágio
mais avançado da atrofia cerebral, pois é necessária uma maior perda de
neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso,
uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva
constante e diversificada ao longo da vida.

Outros fatores importantes referem-se ao estilo de vida. São considerados


fatores de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo.
Esses fatores relacionados aos hábitos são considerados modificáveis. Alguns
estudos apontam que se eles forem controlados podem retardar o
aparecimento da doença.

Até o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer. Os avanços da


medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma
qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. Na Doença de
Alzheimer, acredita-se que parte dos sintomas decorra de alterações em uma
substância presente no cérebro chamada de acetilcolina, que se encontra
reduzida em pacientes com a doença. Um modo possível de tratar a doença é
utilizar medicações que inibam a degradação dessa substância.

As medicações que atuam na acetilcolina, e que estão aprovadas para uso no


Brasil nos casos de demências leve e moderada, são a rivastigmina, a
donepezila e a galantamina (conhecidas como inibidores da acetilcolinesterase
ou anticolinesterásicos). A memantina é outra medicação aprovada para o
tratamento da demência da Doença de Alzheimer. Ela atua reduzindo um
mecanismo específico de toxicidade das células cerebrais. É possível também
que facilite a neurotransmissão e a neuroplasticidade.

O uso da memantina, isoladamente ou associada aos anticolinesterásicos, é


indicado no tratamento das pessoas com Doença de Alzheimer nas fases
moderada a grave. Além disso, há evidências científicas que indicam que
atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de
habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade. Portanto, as
intervenções oferecidas acima, aliada ao tratamento farmacológico quando
combinadas, podem obter melhores resultados.

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