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MINISTÉRIO DA SAÚDE
INSTITUTO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE
HOSPITAL PEDIÁTRICO DAVID BERNARDINO
LUANDA, 2022
INSTITUTO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE
HOSPITAL PEDIÁTRICO DAVID BERNARDINO
LUANDA, 2022
ii
Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
Monografia para obtenção de Título de Especialista em Pediatria
Banca examinadora:
Presidente de Júri
__________________________________________
1º Vogal
__________________________________________
2º Vogal
__________________________________________
iii
Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
Monografia para obtenção de Título de Especialista em Pediatria
DEDICATORIA
Ao meu esposo,
Aos meus filhos,
Aos meus Irmãos,
iv
Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
Monografia para obtenção de Título de Especialista em Pediatria
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus todo-poderoso, por tudo que tem feito por mi, em toda vida e por ter me
proporcionado o internato de pediatria, em particular, que eu queria desde que me
conheço como gente. A minha família pela força, coragem e apoio incondicional durante
todo este tempo, o meu muito obrigado.
Cada dia que fossemos para o hospital e voltamos com alegria de que estamos bem e que
vamos continuar.
Ao meu orientador, Dr. Francisco Domingos, por tão logo se disponibilizou, pela entrega
e pelo papel importante que desempenhou, ao estar sempre disposto e pronto para me
orientar, o meu muito obrigado. Agradeço em especial a Drª Silvia Silvestre por ter me
recebido na equipa 2 (dois) de braços abertos, a minha chefe de equipa, Dr. Tomás
Segundo, Dr. Jorge Júlio e Maria Joaquina pelos ensinamentos. As Dras. (Joaquina
Magalhães, Andrea, Sandra Capita, Elizete João, Tiago, Victoriano, Pinilli e Lourdes
Dembe) por terem orientado a minha primeira apresentação (Jornal Club), o meu muito
obrigada. Ao colectivo de médicos, e em especial ao Dr. Severino Chova de Azevedo
(Oncologista), que tudo fizeram durante todo internato para que chegássemos, a onde
chegamos, o meu muito obrigado. Aos colegas internos o meu muito obrigado;
Aos estagiários que cruzaram o meu caminho, durante todo este período, aos
Enfermeiros, Técnicos de diagnósticos, Vigilantes, Maqueiros, Motoristas, Auxiliares
de limpeza, o meu muito obrigado.
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Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
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EPIGRAFE
Agostinho Neto
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Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
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Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
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LISTAS DAS TABELAS Pag
Tabela nº: 1. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas 20
portadoras de HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo a
Faixa Etária e o Gênero, no período de Janeiro de 2015 a Dezembro de
2020.
Tabela nº: 2. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas 21
portadoras de HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo a
residência no período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
Tabela nº: 3. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas 22
portadoras de HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo o
perfil serológico e tempo de seguimento no período de Janeiro de 2015
a Dezembro de 2020.
Tabela nº: 4. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas portadoras 23
de HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, o uso de TARVS no período
de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
Tabela nº: 5. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas portadoras 24
de HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo as doenças
oportunistas no período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
Tabela nº: 6. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas, 25
portadoras de HIV/SIDA seguidas em consultas externas, segundo o
desfecho, no período de Janeiro de 2018 a Dezembro de 2020.
Tabela nº: 7. Distribuição das crianças e adolescentes estudadas portadoras 26
de HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo o perfil materno no
período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
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Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
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ÍNDICE
DEDICATORIA .............................................................................................................. iv
AGRADECIMENTO ....................................................................................................... v
EPÍGRAFE ...................................................................................................................... vi
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 16
4. RESULTADOS .......................................................................................................... 21
5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 29
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 32
7. LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 33
8. RECOMENDAÇÕES................................................................................................. 34
ix
Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
Monografia para obtenção de Título de Especialista em Pediatria
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 35
10.ANEXOS ................................................................................................................... 39
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Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
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RESUMO
Introdução: O HIV é um problema muito mais comum entre crianças. Todos os anos,
aproximadamente 160 mil crianças são infectadas e aproximadamente 100 mil crianças
morrem. Nos últimos anos, os novos programas criados para administrar a terapia
antirretroviral (TAR) a mulheres grávidas e crianças reduziram o número anual de novas
infecções e mortes. Objectivo: Descrever o perfil das crianças e adolescentes portadoras
de VIH seguidos em consultas externas no Hospital Pediátrico David Bernardino no
período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020. Metodologia: Foi realizado um estudo
observacional, descritivo e retrospectivo. Resultados: A faixa etária dos 5 – 9 anos foi
representada com 35,0% (105/300) dos casos, seguida da faixa etária de 1 - 4 anos
representada com 27,3% (82/300) dos casos. O gênero foi representado com 61,7%
(185/300), e 28,3% (85/300) casos vinham do município de Luanda, seguido de 18,3%
(55/300) e 15,0% (45/300) dos casos vinham do município de Viana e Cacuaco
respectivamente; 81,7% (245/300) dos casos tinham feito os testes serológicos para
confirmação para o HIV, 40,0% (120/300) dos casos tinham carga viral Indetectável,
50,0% (150/300) dos casos tinham um seguimento clínico superior a 10 anos, 70,0%
(210/300) dos casos não fizeram a profilaxia, 70,0% (210/300) dos casos estavam em uso
continuo do TARVS, 66,7% (200/300) dos casos estavam em uso da 1ª linha do TARVS,
31,7% (95/300) dos casos apresentavam doença oportunista, 13,3% (35/95) dos casos
eram Tuberculose, 11,7% (35/95) dos casos eram Pneumonia e 3,3% (10/300) dos casos
eram infecção de pele, 53,3% (160/300) dos casos estavam em seguimento clinico, 21,7%
(65/300) dos casos resultaram a óbito, 15,0% (45/300) dos casos abandonaram o
tratamento. O perfil materno, 50,0% (150) das mães tinham feito o diagnóstico de HIV
durante o parto e 26,7% (80) das mães tinham feito o diagnóstico de HIV durante a
gestação, 56,7% (170) das mães não tinham realizado o corte de transmissão vertical e
30,0% (90) das mães realizaram o corte de transmissão vertical, 66,7% (200/300) das
mães realizaram parto eutócico e 20,0% (60/300) das mães foram submetidas a cesariana,
36,7% (110) das mães amementaram as crianças, 31,7% (95) das mães estavam sobre o
uso continuo de TARVs. Conclusão: Os dados observados neste estudo são bastante
preocupantes e revela uma grave falha na assistência materno - infantil, especialmente
aquela voltada para prevenção da transmissão.
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Maria Virginia Fragoso dos Santos Neto Vieira
Monografia para obtenção de Título de Especialista em Pediatria
ABSTRACT
Introduction: HIV is a much more common problem among children. Every year,
approximately 160,000 children are infected and approximately 100,000 children die. In
recent years, new programs created to deliver antiretroviral therapy (ART) to pregnant
women and children have reduced the annual number of new infections and deaths.
Objective: To describe the profile of children and adolescents with HIV followed in
outpatient consultations at the David Bernardino Pediatric Hospital from January 2015 to
December 2020. Methodology: An observational, descriptive and retrospective study
was carried out. Results: The age group of 5 - 9 years was represented with 35.0%
(105/300) of the cases, followed by the age group of 1 - 4 years represented with 27.3%
(82/300) of the cases. The gender was represented with 61.7% (185/300), and 28.3%
(85/300) cases came from the municipality of Luanda, followed by 18.3% (55/300) and
15.0% (45 /300) of the cases came from the municipalities of Viana and Cacuaco
respectively; 81.7% (245/300) of the cases had undergone serological tests for HIV
confirmation, 40.0% (120/300) of the cases had an Undetectable viral load, 50.0%
(150/300) of the cases had clinical follow-up of more than 10 years, 70.0% (210/300) of
the cases did not undergo prophylaxis, 70.0% (210/300) of the cases were in continuous
use of ART, 66.7% (200/300 ) of the cases were using the 1st line of ART, 31.7% (95/300)
of the cases had opportunistic disease, 13.3% (35/95) of the cases were tuberculosis,
11.7% (35/95) of the cases were Pneumonia and 3.3% (10/300) of the cases were skin
infection, 53.3% (160/300) of the cases were in clinical follow-up, 21.7% (65/300) of the
cases resulted in death, 15.0% (45/300) of the cases abandoned treatment. The maternal
profile, 50.0% (150) of the mothers had been diagnosed with HIV during childbirth and
26.7% (80) of the mothers had been diagnosed with HIV during pregnancy, 56.7% (170)
of the mothers had not performed the vertical transmission cutoff and 30.0% (90) of the
mothers performed the vertical transmission cutoff, 66.7% (200/300) of the mothers
underwent eutocic delivery and 20.0% (60/300) of the mothers underwent cesarean
section, 36.7% (110) of the mothers breastfed the children, 31.7% (95) of the mothers
were on continuous use of ARTs. Conclusion: The data observed in this study are very
worrying and reveal a serious failure in maternal and child care, especially that aimed at
preventing transmission.
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1. INTRODUÇÃO
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2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
Descrever o perfil das crianças e adolescentes portadoras de VIH seguidos em consultas
externas no Hospital Pediátrico David Bernardino no período de Janeiro de 2015 a
Dezembro de 2020.
2.2. ESPECÍFICOS
Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico das crianças;
Citar o perfil materno e seguimento pré - natal;
Analisar o desfecho das crianças portadoras VIH em seguimento.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
Idade;
Gênero;
Local de residência;
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Teste serológico para HIV;
Ano de ocorrência (diagnóstico)
Tempo de seguimento
Uso de TARV
Profilaxia com TARV
Carga viral
Doenças Oportunistas
Desfecho
3.5.2. Perfil epidemiológico e clinico materno:
Diagnóstico materno de HIV
Corte de transmissão vertical (Protocolo ACTG 076)
Tipo de parto
Aleitamento materno
Tempo de aleitamento materno
Uso de TARV
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Carga viral: Corresponde a número de cópia do virus circulante. Categorizado em
indetectável, detectável, menor que o limite mínimo e não informado.
Aleitamento materno: Corresponde se os doentes receberam o leite materno em algum
momento. Categorizado em sim, não e ignorado.
Tempo de aleitamento materno: corresponde o periodo (mês) em que a mãe amamentou o
doente. Catergorizada em menor 1 mês, até 6 meses, 7 – 12 meses, maior de 12 meses.
Doenças Oportunistas: Corresponde a existência de doença em função da fragilidade do
sistema imunológico. Categorizado em sim ou não.
Desfecho: representa o resultado final de cada criança internada. Categorizada em Alta, Óbito,
transferência e Fuga.
Diagnóstico materno de HIV: corresponde ao periodo de diagnóstico de infecção pelo HIV.
Categorizado em antes da gestação, durante da gestação, durante a gestação, durante o parto,
após o parto e ignorado.
Corte de transmissão vertical: Corresponde ao tratamento com TARV realizado durante a
gestação. Categorizado em sim ou não, caso usou, completo, incompleto e ignorado.
Tipo de parto: corresponde a forma como foi feito o parto. Categorizado em cesárea, vaginal
e ignorado.
Uso materno de TARV: Corresponde ao uso continuo do TARV mesmo após o nascimento
da criança. Categorizado em sim ou não.
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gráficos, e projectados em Microsoft PowerPoint 2010 em forma de frequência e
perecentagem.
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4. RESULTADOS
A tabela nº 1 retrata a distribuição das crianças segundo a faixa etária e o gênero, onde faixa
etária dos 5 – 9 anos foi representada com 35,0% (105/300) dos casos, seguida da faixa etária
de 1 - 4 anos representada com 27,3% (82/300) dos casos e a faixa etária de 10 – 14 anos
presentada com 23,7% (71/300) dos casos. Quando a gênero, 61,7% (185/300) dos casos eram
masculino e 38,3% (115/300) dos casos eram feminino.
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Tabela nº: 2. Distribuição das crianças e adolescentes portadoras de
HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo o local de residência no
período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020
Variáveis N %
Residência
Belas 30 10,0
Cacuaco 45 15,0
Cazenga 35 11,7
Icole Bengo 7 2,3
Kilamba Kiaxe 35 11,7
Luanda 85 28,3
Quissama 3 1,0
Viana 55 18,3
Outras 5 1,7
Total 300 100,0
A tabela nº2. Retrata a distribuição das crianças e adolescentes, segundo o local de residência.
O municipio de Luanda foi representado com 28,3% (85/300) casos, seguido do municipio de
Viana representada com 18,3% (55/300) dos casos e municipio de Cacuaco representada com
15,0% (45/300) dos casos.
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Tabela nº: 3. Distribuição das crianças e adolescentes, portadoras de
HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo o perfil serológico e
tempo de seguimento no período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020
Variáveis N %
Testes Serológicos para HIV
Sim 245 81,7
Não 55 18,3
Total 300 100,0
Carga Viral
Detectável 110 36,7
Indetectável 120 40,0
Desconhecida 70 23,3
Total 300 100,0
Tempo de Seguimento
< 5 anos 45 15,0
5 – 10 anos 105 35,0
> 10 anos 150 50,0
Total 300 100,0
A tabela nº3. Retrata o perfil serológico das crianças. Quanto à realização de teste de
confirmação para HIV, notamos que 81,7% (245/300) dos casos tinham feito os testes
serológicos para confirmação para o HIV. Quanto à carga viral notamos que 40,0% (120/300)
dos casos tinham carga viral Indetectável, seguido de 36,7% (110/300) dos casos tinham a
carga viral detectável e vale realçar que 23,3% (70/300) dos casos a carga viral eram
desconhecida (não estavam anotados no processo clinico). Em relação ao tempo de seguimento
clinico 50,0% (150/300) dos casos tinham um seguimento clínico superior a 10 anos e 35,0%
(105/300) tinham um seguimento clinico de entre 5 – 10 anos.
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Tabela nº: 4. Distribuição das crianças e adolescentes portadoras de
HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, o uso de TARVS no
período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
Variáveis N %
Profilaxia
Sim 80 25,7
Não 210 70,0
Desconhecidos 10 3,3
Total 300 100,0
Uso de TARVS
Sim 210 70,0
Não 90 30,0
Total 300 100,0
Linhas de TARVS
1ª linha 200 66,7
2ª Linha 60 20,0
Desconhecida 40 13,3
Total
Fonte: Formulário de recolha de dados
A tabela nº4. Retrata a distribuição das crianças segundo o uso do TARVS. Quanto ao uso da
profilaxia com o TARVS notamos que 70,0% (210/300) não fizeram a profilaxia e 25,7%
(80/300) dos casos foram submetidas à profilaxia. Quanto ao uso continuo de TARVS notamos
que 70,0% (210/300) dos casos estavam em uso continuo do TARVS e 30,0% (90/300) dos
casos não estavam em uso continuo do TARVS. Quando a linha de tratamento, notamos que
66,7% (200/300) dos casos estavam em uso da 1ª linha do TARVS e 13,3% (40/300) dos casos
não estava descrito as linhas que estavam em uso.
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Tabela nº: 5. Distribuição das crianças e adolescentes portadoras de
HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo a doenças
oportunistas no período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
Variáveis N %
Doenças oportunistas
Sim 95 31,7
Não 205 68,3
Total 300 100,0
Tabela nº5. Retrata a distribuição das crianças e adolescentes, segundo as doenças oportunistas.
Quando a doença oportunista, notamos que 68,3% (205/300) dos casos até ao momento não
tiveram nenhuma doença oportunista e 31,7% (95/300) dos casos apresentavam doença
oportunista. Quanto ao tipo de doenças oportunistas, notamos 13,3% (35/95) dos casos tinham
Tuberculose, 11,7% (35/95) dos casos tinham Pneumonia e 3,3% (10/300) dos casos tinham
infecção de pele.
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Tabela nº: 6. Distribuição das crianças e adolescentes, portadoras de
HIV/SIDA seguidas em consultas externas, segundo o desfecho, no período
de Janeiro de 2018 a Dezembro de 2020.
Variáveis N %
Desfecho
Abandono 45 15,0
Óbito 65 21,7
Seguimento 160 53,3
Desconhecido 30 10,0
Total 300 100,0
Fonte: Formulário de recolha de dados
A tabela nº6. Retrata a distribuição das crianças e adolescentes segundo o desfecho, onde
notamos que 53,3% (160/300) dos casos estavam em seguimento clinico, 21,7% (65/300) dos
casos resultaram a óbito, 15,0% (45/300) dos casos abandonaram o tratamento e 20,0%
(30/300) dos casos eram desconhecidos.
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Tabela nº: 7. Distribuição das crianças e adolescentes portadoras de
HIV/SIDA, seguidas em consultas externas, segundo o perfil materno
no período de Janeiro de 2015 a Dezembro de 2020.
Variáveis N %
Diagnóstico de HIV
Antes da Gestação 10 3,3
Durante a Gestação 80 26,7
Durante o Parto 150 50,0
Após o Parto 5 1,7
Desconhecido 55 18,3
Total 300 100,0
Tipo de Parto
Eutócico 200 66,7
Cesária 60 20,0
Desconhecido 40 13,3
Total 100 100,0
Aleitamento Materno
Sim 110 36,7
Não 120 40,0
Desconhecida 70 23,3
Total 300 100,0
A tabela nº7. Retrata a distribuição das crianças e adolescentes segundo o perfil materno,
notamos que 50,0% (150) das mães tinham feito o diagnóstico de HIV durante o parto, 26,7%
(80) das mães tinham feito o diagnóstico de HIV durante a gestação e 18,3% (55) das mães,
não foram encontrados informações se em que momento haviam realizado o diagnóstico.
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Quanto ao corte de transmissão vertical baseado no protocolo ACTG 076, 56,7% (170) das
mães não tinham realizado o corte de transmissão vertical, 30,0% (90) das mães realizaram o
corte de transmissão vertical e 13,3% (40) das mães nos processos clínicos não foram
encontrados informações se haviam feito ou não o corte de transmissão vertical.
Quanto ao tipo de parto, 66,7% (200) das mães realizaram parto eutócico, 20,0% (60) das mães
foram submetidas a cesariana e 13,3% (40) das mães não foram encontrados em processos
clínicos as informações sobre o tipo de parto realizado.
Quanto ao aleitamento materno, 40,0% (120) das mães não amamentaram as crianças, 36,7%
(110) das mães amamentaram as crianças e 23,3% (70) das mães não foram encontradas
informações nos processos clínicos se chegaram ou não amamentar as crianças.
Quanto ao uso continuo de TARVS, 43,3% (130) das mães não estavam sobre o uso de TARVs,
31,7% (95) das mães estavam sobre o uso continuo de TARVs e 25,0% (75) das mães não
foram encontradas informações nos processos clínicos se estavam ou não a realizar o uso
continuo do TARVs.
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5. DISCUSSÃO
O objectivos deste estudo foi descrever o perfil das crianças e adolescentes portadoras de VIH
seguidos em consultas externas no Hospital Pediátrico David Bernardino no período de Janeiro
de 2015 a Dezembro de 2020.
Segundo Tereza e colaboradores, 2015, referia que o HIV/AIDS apresentava-se como um dos
problemas preocupantes para a esfera da saúde pública mundial em virtude do contínuo
crescimento da infecção da população, mas actualmente no mundo todo, o HIV é um problema
muito mais comum entre crianças. Aproximadamente 1,7 milhão de crianças têm infecção
por HIV. Todos os anos, aproximadamente 160 mil crianças são infectadas e
aproximadamente 100 mil crianças morrem. Nos últimos anos, os novos programas criados
para administrar a terapia antirretroviral (TARV) a mulheres grávidas e crianças reduziram
o número anual de novas infecções e mortes na infância em 33% a 50%. No entanto, as
crianças infectadas ainda estão longe de receber TARV com a mesma frequência que adultos.
A síndrome é caracterizada pela diminuição quantitativa e qualitativa dos linfócitos T,
fragilizando a atuação do sistema imunológico. A diminuição da atuação do sistema
imunológico do indivíduo faz com que o indivíduo fique suscetível a várias infecções por
inúmeros microrganismos oportunistas, as coinfecções.
Os dados observados em nosso estudo são bastante preocupantes e revela uma grave falha na
assistência materno - infantil, especialmente aquela voltada para prevenção da transmissão.
Dentre elas, destacam-se a diagnóstico tardio de infecção pelo HIV em gestantes, a baixa
aplicação do protocolo ACTG 076, a prática de aleitamento materno pelas gestantes infectadas
pelo HIV e a não triagem para o tipo de parto.
Estes resultados observados suscitam que sejam levantados alguns questionamentos como:
Houve atraso no início do pré-natal? foram solicitados exames sorológicos para o HIV durante
o pré-natal? Se foram realizados, os exames foram entregues em tempo hábil? O presente
estudo não permite responder a esses questionamentos dado o limite das informações
constantes nos prontuários, porém, deve-se destacar a importância do pré-natal para adoção das
estratégias de redução na transmissão vertical do HIV.
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Sobre os 4 tipos de coinfecções predominantes neste estudo, os dados são similares aos de
outros estudos como o de Ribeiro, Lima e Loureiro em 2009, que mostrou que a coinfecção
HIV e tuberculose é uma das principais responsáveis pelo acréscimo da morbidade e
mortalidade em pacientes com imunodeficiência, pois o HIV potencializa a ocorrência de
tuberculose e essa diminui a sobrevida de indivíduos infectados pelo HIV.
Sobre a correlação das variáveis tipo de coinfecção e evolução do tratamento que obteve um
valor alto de significância neste estudo, é corroborado pelo estudo de Brasil (2013), cujo
mostrou, que tuberculose ativa, sob qualquer apresentação clínica, é um sinal de
imunodeficiência, portanto, a coinfecção TB-HIV deve caracterizar o portador de HIV como
sintomático e indicar o início da terapia antirretroviral (TARV), independentemente da
contagem de linfócitos T-CD4+. Evidenciando que o início precoce da TARVs nesses casos
reduz a mortalidade, especialmente em indivíduos com imunodeficiência grave.
Embora não seja considerada doença oportunista, a pneumonia bacteriana foi incluída como
variável uma vez que a mesma torna-se importante em evolução, por possuir maior gravidade
e frequência, sendo 200 vezes mais comum nos pacientes com HIV/AIDS do que nos
imunocompetentes (BARBOSA e SOUZA, 2008).
A elevada frequência de parto vaginal, observada em nosso estudo, tem sido reportada por
outros autores. No estudo de Yoshimoto cols, foi documentado que 50% dos partos foram por
essa via. Tem sido observado que a maioria das transmissões verticais do HIV ocorre durante
ou próximo ao período intraparto sugerindo que intervenções obstétricas, como parto cesariano,
podem reduzir essas taxas. No início de 2005, o Estudo Colaborativo Europeu divulgou dados
indicando que o parto cesariano pode reduzir a transmissão vertical do HIV-1, mesmo em
pacientes com cargas virais inferiores a 1.000 cópias/ml (European Collaborative Study,2005).
Foi observada uma grande frequência de mães vivendo com HIV que amamentam seus filhos,
algumas por até 12 meses. Diversos estudos têm demonstrado que o aleitamento materno pode
ser associado com a transmissão vertical do HIV, podendo determinar um risco adicional de
transmissão entre 7 e 22% (Rosseau et.al, 2004 e The Breastfeeding and HIV International
transmission Study Group,2004 ). Calcula-se que ocorram 8,9 transmissões por cada 100
crianças em um ano de aleitamento. Um estudo na África não encontrou associação entre taxa
de transmissão vertical do HIV e duração do aleitamento materno quando comparou
amamentação por menos versus por mais de quatro semanas (The Breastfeeding and HIV
International transmission Study Group,2004).
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Monografia para obtenção de Título de Especialista em Pediatria
Desde 1994, estudos têm comprovado que o Protocolo ACTG 076 reduz a transmissão vertical
do HIV de 25,5% para 8,3%6,14. A despeito deste conhecimento, observamos em mais de 90%
das gestantes. Resultado diverso foi relatado por Vasconcelos cols que observaram em quatro
cidades de diferentes regiões brasileiras que, 24% das gestantes e 7,6% dos recém-nascidos
não haviam usado o Protocolo ACTG 076. Yoshimoto cols estudaram prospectivamente 64
recém-nascidos em São Paulo, e observam que no grupo de 20 crianças que usou o protocolo
de forma incompleta três se infectaram, enquanto, no grupo que utilizou o protocolo completo,
nenhum foi infectado.
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6. CONCLUSÃO
Neste estudo foi constatado que a maioria das crianças e adolescentes eram do sexo masculino,
estavam na faixa etária de 5 – 9 anos e de 1 - 4 anos, vinham do municipio de Luanda, seguido
dos municipios de Viana e de Cacuaco, tinham feito os testes serológicos para confirmação
para o HIV, estava em uso da linha de TARV, e com um seguimento clínico superior a 10 anos.
Menos da metade das crianças e adoelescentes tinham carga viral indetectável e quase ¼ dos
casos foram considerados desconhecidos por falta de registro no processo. A maioria dos casos
não chegaram a fazer uso de profilaxias da doença, porque já eram casos confirmados e que
por tanto estavam a fazer o uso continuo de TARVS. Também foi notado a maioria não
chegaram a desenvolver doenças oportunistas, e os que desenvolveram, mais de ¼ dos casos
tinham Tuberculose, seguida de Pneumonia e menos de ¼ tinham infecção de pele (etiologia
não esclarecidas). Mais da metade dos casos estavam em seguimento clinico, e quase ¼ dos
casos resultaram a óbito, e menos de ¼ dos casos abandoram o tratamento.
Relativamente ao perfil materno, notamos que metade das mães das crianças e adolescentes
tiveram o tinham feito o diagnóstico de HIV durante o parto, e ¼ dos casos o diagnóstico de
HIV tinham sido feito durante a gestação. Ainda assim mais da metade das mães não tinham
realizado o corte de transmissão vertical baseado no protocolo ACTG 076, e tiveram parto
eutócico (Via Vaginal), e apenas menos de ¼ dos casos foram submetidas a parto distócico
(Cesareana), e mais de ¼ dos casos amamentaram as crianças, e apenas mais de ¼ das mães
estavam sobre o uso continuo de TARVs.
Os dados observados neste estudo são bastante preocupantes e revela uma grave falha na
assistência materno - infantil, especialmente aquela voltada para prevenção da transmissão.
Dentre elas, destacam-se a diagnóstico tardio de infecção pelo HIV em gestantes, a baixa
aplicação do protocolo ACTG 076, a prática de aleitamento materno pelas gestantes infectadas
pelo HIV e a não triagem para o tipo de parto.
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7. LIMITAÇÕES
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8. RECOMENDAÇÕES
Orientar os profissionais para estarem atentos aos primeiros sinais e sintomas, já que estas
crianças chegam muito tarde, umas até mesmo em fazem terminal.
Estudos prospectivos ou mesmo caso controlo para melhor acompanhamento ou obter algumas
respostas relativamente as características das crianças com HIV e o seguimentos dos mesmos
em consulta externa para melhor preenchimento dos processos clínicos para facilitar a obtenção
de dados.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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10.ANEXOS
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FICHA DE RECOLHA DE DADOS
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE ESPECIALIZAÇÃO DE PÓS - GRADUADA EM CIÊNCIAS DE SAÚDE
HOSPITAL PEDIÁTRICO DAVID BERNARDINO
DIRECÇÃO PEDAGÓGICA E CIENTÍFICA
Perfil de doentes seguidos em consultas externas de HIV no Hospital Pediátrico David Bernardino no
período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020.
FORMULÁRIO
Parte I – Perfil epidemiológico e clínico do doente
Id do estudo: Iniciais: Ano:_____
Idade: ____ Meses Sexo: Masculino Feminino
Teste serológico: Sim Não
Tempo de seguimento: ____ Meses ____ Dias
Residente em que municípios:
Belas Cacuaco Cazenga Icole Bengo Kilamba Kiaxe
Luanda Quissama Sambizanga Viana Outros
Uso de TARV:
Sim Não
Caso sim, qual: 1ª linha 2ª linha 3ª linha
Uso de profilaxia com TARV:
Sim Não
Carga viral:
Indectável Detectável
Caso, detectável: Quantidade _____________ Cópias/ml
Doenças oportunistas:
Sim Não
Desfecho:
Abandono Óbito Mantém Seguimento Desconhecido
Por quanto tempo: _________ Meses e ________ dias
Parte II – Perfil epidemiológico materno
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TERMO DE ANUÊNCIA
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
TERMO DE ANUÊNCIA
Declaramos para os devidos fins que estamos de acordo com a execução do projeto de pesquisa
intitulado “Perfil de doentes seguidos em consultas externas de HIV no Hospital Pediátrico
David Bernardino no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020.cujo a pesquisadora é
oMaria Virgínia Fragoso dos Santos Neto Vieira, sob a coordenação e a responsabilidade
do (a) Prof. Francisco Domingos, Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da
Universidade Agostinho Neto - Luanda, o qual terá o apoio desta Instituição.
___________________________________
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