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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS


CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO


SUPERVISIONADO EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA.

BELÉM-PA
2020
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

Nome: Dienny Dayanny Brito da Costa


Matrícula: 26145251
Área do estágio: Atenção Básica
Local: Estratégia Saúde da Família de Tracuateua
Período: 06/07/2020 à 13/08/2020
Carga horária: 480 horas
Supervisor: Adrielle Cristine Brito Pinheiro Rosa

BELÉM – PA
2020
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 4
2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
3 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 6
3.1 PRÉ NATAL .......................................................................................................... 6
3.2 HIPERDIA.............................................................................................................. 7
3.3 PLANEJAMENTO FAMILIAR .............................................................................. 8
3.4 SAÚDE DA CRIANÇA .......................................................................................... 9
3.4.1 Puericultura ........................................................................................................ 9
3.4.2 Programa de Aleitamento Materno ................................................................... 9
3.5 SAÚDE DA MULHER ......................................................................................... 10
3.5.1 Realização do exame papanicolau ................................................................... 10
3.6 SAÚDE DO HOMEM........................................................................................... 12
3.9 SAÚDE DO IDOSO ............................................................................................. 12
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 14
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 15
APÊNDICES ............................................................................................................. 17
APÊNDICE A – FOTO DA UNIDADE DE SAÚDE .................................................. 18
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1 APRESENTAÇÃO
O estágio supervisionado II foi realizado na Estratégia de Saúde da família (ESF)
de Tracuateua, localizada na Av. Boa Esperança S/N, bairro: Água fria. As atividades
foram realizadas no turno da manhã no horário de 08h00min às 12h00min horas, no
período de 06 de julho de 2020 a 13 de agosto de 2020, com carga horária total estimada
de 490 horas, sob a supervisão da enfermeira Adrielle Cristine Brito Pinheiro Rosa.
A ESF possui uma infraestrutura precária, pois possui somente um consultório de
enfermagem, um consultório médico, uma sala para realização do preventivo, uma sala
de vacina, banheiro, copa e recepção. A maior parte dos atendimentos eram realizados
por demanda espontânea em consequência da quantidade de salas disponíveis, o que
inviabilizava o agendamento por programas.
No que se refere a recursos humanos, a ESF contava somente com uma
enfermeira, uma médica, uma recepcionista e 8 Agente Comunitários de Saúde (ACS’s),
por este motivo a ESF funcionava só no período da manhã
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2 INTRODUÇÃO
A atenção primária se caracteriza pelo conjunto de ações de saúde individuais,
familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde,
desenvolvida por meio de práticas de cuidados integradas e gestão qualificada, realizada
com equipe multiprofissional e dirigida a população em território definido, sobre as quais
as equipes assumem responsabilidade sanitária (BRASIL, 2017).
O profissional de enfermagem desenvolve um papel fundamental na atenção
básica, contribuindo diretamente para a expansão e consolidação dos princípios do SUS,
como a universalidade, equidade e integralidade. Desse modo, o profissional de
enfermagem deve possuir conhecimento técnico e cientifico para desenvolver as ações
que contribuem com a expansão e organização da atenção básica e consequentemente da
Rede de Saúde.
O estágio supervisionado possui a finalidade de proporcionar ao estagiário
aprendizado prático, aprimoramento técnico, cultural, cientifico e de convívio humano,
como complementação da sua formação profissional no ambiente de trabalho. Em virtude
da convivência e da confiança que o estágio proporciona, aumentam as possibilidades de
contratação após a conclusão do curso de graduação.
Os objetivos do estágio foram desenvolver e aperfeiçoar o conhecimento teórico
na área de enfermagem através da prática, vivência dos problemas e desafios do trabalho
profissional da enfermagem na atenção básica.
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3 DESENVOLVIMENTO
3.1 PRÉ NATAL
O pré-natal constitui-se em uma das principais estratégias do Ministério da Saúde
para a prevenção e detecção de doenças no período gestacional. Tem como objetivo
identificar doenças que já estavam presentes no organismo, porém evoluindo de forma
silenciosa, como hipertensão, diabetes, doenças do coração, anemia, sífilis, etc. Permite
também detectar problemas fetais como as más formações. É possível identificar também
aspectos referentes a placenta permitindo o tratamento adequado se encontrada qualquer
alteração, como exemplo descolamento de placenta e placenta prévia (BRASIL, 2013).
A Organização Mundial da Saúde preconizada que sejam realizadas 6 ou mais
consultas de pré-natal durante a gestação. Além disto, as consultas devem ser mensais até
a 28º semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais a partir da 36º semana, vale
ressaltar que não existe alta do pré-natal (BRASIL, 2013).
Na primeira consulta de pré-natal são realizados os testes rápidos (teste rápido de
triagem para sífilis e sorologia para sífilis (VDRL/RPR), teste rápido diagnóstico para
HIV e sorologia para HIV I e II) na Unidade Básica de Saúde (UBS) e solicitados os
seguintes exames de rotina (proteinúria (teste rápido), dosagem de hemoglobina (Hb) e
hematócrito (Ht), grupo sanguíneo e fator Rh, teste de Coombs, glicemia em jejum, teste
de tolerância com sobrecarga oral de 75g de glicose em 2 (duas) horas (dextrosol), exame
sumário de urina (tipo I), urocultura com antibiograma, exame parasitológico de fezes,
colpocitologia oncótica, bacterioscopia do conteúdo vaginal, eletroforese de hemoglobina
(BRASIL, 2013).
O enfermeiro responsável pelo programa de pré-natal possui a responsabilidade
de orientar as usuárias acerca da importância do pré-natal, amamentação e vacinação,
fornecer o cartão da gestante preenchido com as informações da mesma, realizar a
consulta do pré-natal de baixo risco intercalando com o médico, solicitar os exames de
acordo com o protocolo local, solicitar exames complementares, realizar os testes rápidos,
prescrever os medicamentos preconizados para o pré-natal (sulfato ferroso, ácido fólico),
orientar as vacinações contra tétano e hepatite B, Orientar as gestantes sobre a
periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas, Realizar visitas
domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de
aleitamento e orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento famíliar
(BRASIL, 2013).
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As consultas de pré-natal eram realizadas todos os dias. A abertura do pré-natal


era realizada somente após confirmação da gestação, que pode ser realizada através do
beta HCG ou ultrassonografia, as pacientes que chegavam ao consultório sem a
confirmação também podiam realizar o teste rápido de gravidez no consultório e se
positivo, realizavam a abertura do pré-natal. Após a confirmação da gestação, dava-se
início ao acompanhamento da gestante.
Na primeira consulta iniciávamos realizando a anamnese da paciente de modo que
identificar o perfil socioepidemiológico das mesmas através dos antecedentes familiares,
pessoais gerais, ginecológicos, obstétricos, situação da gravidez atual, etc. Após isto,
identificávamos a idade gestacional (IG) da paciente e a data provável do parto (DPP)
através da data da última menstruação (DUM). Após todas as informações necessárias
colhidas, realizávamos o exame físico, onde realizávamos a avaliação nutricional,
verificação da pressão arterial, manobras de Leopold, ausculta dos batimentos cardíacos
fetais, verificação da presença de edemas, exame clinico das mamas e o toque vaginal de
acordo com as necessidades de cada mulher. Por fim, eram solicitados os exames
complementares, prescritas as medicações preconizadas no protocolo da instituição e
agendada a próxima consulta a depender da semana de gestação.
O pré-natal foi o programa mais produtivo no período de estágio, onde foi possível
desenvolver as atividades do profissional de enfermagem com maior autonomia. O
enfermeiro responsável pelo setor foi muito paciente e soube repassar todas as
informações de forma clara e objetiva, além de permitir que o acadêmico desenvolvesse
as atividades práticas, facilitando assim o método de aprendizado.

3.2 HIPERDIA
O Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes Mellitus (HIPERDIA) consiste
no conjunto de estratégias para redução do número de hospitalizações e para atingir o
aumento do acompanhamento e tratamento adequado na atenção básica, dentre essas
ações destacam-se: reuniões mensais com ações educativas estimulam a realização de
atividades físicas, consultas médicas e entrega de medicamentos (SILVA et al., 2015).
As consultas com os usuários do HIPERDIA eram realizadas as terças-feiras no
período da manhã. Após o diagnóstico das patologias, o cadastramento dos usuários era
realizado no sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
(HIPERDIA). Após isto, realizávamos a anamnese e exame físico do paciente. Ao fim,
solicitávamos os exames necessários como hemograma, ureia, creatinina, TGO, TGP, etc.
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e fazíamos as orientações necessárias, como a importância da alimentação adequada,


importância da realização de exercício físico e uso de medicamentos corretamente.
O usuário portador de doenças crônicas deve possuir conhecimento satisfatório
acerca da sua patologia. Deste modo, é papel do profissional de enfermagem realizar esse
esclarecimento, para que o mesmo possa se adaptar e aderir ao tratamento de forma
correta, bem como participar das consultas e reuniões oferecidas pelo programa
HIPERDIA.

3.3 PLANEJAMENTO FAMILIAR


O planejamento reprodutivo consiste no conjunto de ações que buscam regular a
fecundidade. Constitui-se em um direito sexual e reprodutivo, e deve levar em
consideração o contexto de vida de cada usuário e o direito a autonomia do mesmo, em
tomar decisões no que se refere a reprodução, sem qualquer tipo de descriminação
(BRASIL, 2010).
De acordo com a Lei nº 9.263/96 o planejamento familiar é direito de todo o
cidadão e se caracteriza pelo conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta
direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem
ou pelo casal. Em outras palavras, planejamento familiar é dar à família o direito de ter
quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com toda a assistência
necessária para garantir isso integralmente (BRASIL, 1996).
O planejamento familiar tem como objetivo fornecer assistência a concepção e
contracepção, atendimento ao pré-natal, assistência ao parto, puerpério e ao neonato,
controle de doenças sexualmente transmissíveis e controle e prevenção dos cânceres
cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis (BRASIL, 1996).
Na UBS as mulheres eram as que mais frequentavam as consultas de planejamento
reprodutivo em busca do anticoncepcional hormonal. Ao atender as mulheres
realizávamos inicialmente a anamnese, exame físico e buscávamos identificar todas as
dúvidas e necessidades das mesmas, esclarecíamos acerca da importância da utilização
de preservativo nas relações sexuais (caso a mesma não tivesse o desejo de engravidar) e
a utilização correta dos anticoncepcionais. Como os parceiros dificilmente aderiam ao
programa, orientávamos as mulheres a levar as orientações para os mesmos.
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3.4 SAÚDE DA CRIANÇA


3.4.1 Puericultura
De acordo com o Ministério da Saúde a primeira consulta do recém-nascido deve
ocorrer na primeira semana de vida, pois consiste em um momento oportuno para
estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo,
identificar alterações que possam estar presentes no RN, realizar imunizações e verificar
acerca da realização do teste do pezinho. A consulta da puericultura também consiste em
uma oportunidade para reforçar a rede de apoio familiar (BRASIL, 2012).
As consultas da puericultura eram realizadas as segundas, quartas e sextas-feiras.
Inicialmente realizávamos a anamnese da criança de modo que buscávamos avaliar as
condições do nascimento da criança (tipo de parto, local do parto, peso ao nascer, idade
gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período
neonatal e nos tratamentos realizados) e os antecedentes familiares (as condições de saúde
dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o número de irmãos). Após
anamnese era realizado o exame físico completo, com verificação do peso, comprimento,
perímetro cefálico e abdominal, estado geral, face, pele, crânio, olhos, orelhas, audição,
nariz, boca, pescoço, tórax, etc.
Além disto, era necessário avaliar situações de vulnerabilidade à saúde do RN, de
modo que eram considerados sinais de vulnerabilidade: crianças em áreas de risco, baixo
peso ao nascer, prematuridade, asfixia grave ou apgar menor que 7 no 5º minuto,
internações ou intercorrências, mãe com menos de 18 anos de vida, mãe com baixa
escolaridade, história familiar de morte de criança com menos de 5 anos.
Após realização da anamnese, exame físico e identificação de situações de
vulnerabilidade, eram realizadas as orientações com base nos achados, como a
importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, o esclarecimento dos sinais
de perigo em crianças com menos de 2 meses, além das orientações gerais sobre os
cuidados com o recém-nascido, como lavagem das mãos para tocar/carregar a criança,
cuidados no banho e com o coto umbilical, posição supina para dormir, choro noturno,
uso de chupetas, teste do pezinho, calendário vacinal e agendamento da próxima consulta.

3.4.2 Programa de Aleitamento Materno


O programa de aleitamento materno (PROAME) possui como objetivo promover,
proteger e apoiar o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida do bebê, bem
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como as práticas de alimentação saudável, contribuindo assim para a diminuição da


mortalidade infantil. O profissional de saúde possui papel de identificar e compreender o
aleitamento materno no contexto sociocultural e familiar, para isso, o profissional deve
possuir preparo para prestação de assistência eficaz, solidária, integral e contextualiza
(BRASIL, 2015).
O aleitamento materno pode ser definido como aleitamento exclusivo quando a
criança recebe somente o leite materno, sem a introdução de outros líquidos ou sólidos;
aleitamento materno predominante quando a criança recebe além do leite materno, águas
ou bebidas à base de água, sucos de frutas e fluidos rituais; aleitamento materno
complementado quando a criança recebe o leite materno, independente de receber outro
alimento e o aleitamento materno misto quando a criança recebe leite materno e outros
tipos de leite (BRASIL, 2015).
O aleitamento materno possui diversas finalidades, dentre elas a redução da morte
infantil, prevenção de diarreia, infecção respiratória, alergias, redução do risco de
hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes, obesidade, melhora a nutrição e possui
efeito positivo no desenvolvimento da inteligência (BRASIL, 2015).
Os atendimentos ao PROAME eram realizados as segundas, quartas e sextas-
feiras, no mesmo dia da consulta da puericultura, essa união consiste em uma estratégia
para o não abandono das mulheres aos programas. Nas consultas eram realizadas as
orientações acerca da importância da amamentação exclusiva até 6 meses de vida, b as
finalidades da amamentação materna, as técnicas de amamentação, importância da
amamentação nos diferentes momentos, números de mamadas por dia, duração das
mamadas, uso de mamadeira, uso de chupeta, aspecto do leite, manutenção da
amamentação e a importância da alimentação saudável da nutriz.

3.5 SAÚDE DA MULHER


3.5.1 Realização do exame papanicolau
O exame citopatológico, também conhecido como Papanicolau, consiste na
principal estratégia do Ministério da Saúde para prevenção e controle desse tipo de
câncer. A recomendação é que seja realizado em mulheres de 25 a 60 anos, uma vez por
ano e, após dois exames anuais apresentando resultado negativo, pode ser feito a cada três
anos (BRASIL, 2016).
A realização do PCCU era feita de segunda-feira à quinta-feira de 08:00 às 11:00.
Para realização do exame eram necessárias às cópias do RG, CPF, comprovante de
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residência e cartão SUS. A média de mulheres para realização do preventivo era de dez
mulheres no período da manhã e cinco no período da tarde.
Antes do início da coleta, era realizada a organização da sala e dos materiais
utilizados, como o kit do preventivo (espéculo, espátula e escova), álcool, tubos para
armazenamento da lamina, luvas e mascaras, ficha e a ata, maca e verificação do
funcionamento do foco de luz.
No primeiro momento realizávamos a entrevista com a cliente, onde coletávamos
os dados e preenchíamos a ficha de avaliação, realizávamos a identificação da usuária na
lamina com nome da usuária, nome da unidade e o número do prontuário, após a mesma
era encaminhada para o banheiro para retirar suas peças intimas e urinar caso necessário.
Em seguida a cliente era encaminhada para a maca onde realizávamos o
procedimento da coleta que durava em torno de 5 minutos, após a coleta armazenávamos
a lamina no tubo com álcool e agendávamos a data da entrega do resultado do exame.
Além disto, é necessário anotar na ficha de avaliação o que foi visualizado no colo do
útero da mulher, o aspecto da secreção e se havia algum sinal sugestivo de Infecção
Sexualmente Transmissível (IST).
As laminas do exame são encaminhados para o laboratório responsável para
análise no material coletado, juntamente com a ficha de avaliação e os documentos da
cliente, o resultado chegava em torno de quinze dias na unidade. Ao buscar o seu resultado
a cliente deveria levar o cartão que foi entregue no dia da realização da coleta que possui
seu nome, data da realização da coleta e o número do prontuário.
Com o resultado sem alterações a cliente assinava o a ata, pegava o seu resultado
para levar no retorno ao ginecologista. Se o resultado fosse lesão intraepitelial grau I a
cliente era orientada a realizar o exame de preventivo de seis em seis meses como
preconizado pelo Ministério da Saúde. Se o resultado fosse grau II ou II, a cliente era
encaminhada para a casa da mulher, para realização da colposcopia e CAF se necessário.
Todas as mulheres eram muito bem orientadas acerca da importância da realização
do exame preventivo anualmente, tendo em vista que é o principal meio de prevenção
para o câncer de colo do útero. E sobre o tratamento das lesões invasivas, de modo que
quando tratadas e acompanhadas de forma correta, possuem menos chance de
desenvolver o câncer invasivo.
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3.6 SAÚDE DO HOMEM


A Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do homem possui como um de
seus principais objetivos a promoção de ações de saúde que contribuam
significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus
diferentes âmbitos, sejam eles socioculturais, político-econômicos, etc (BRASIL, 2008).
Sabe-se que a construção cultural da masculinidade influencia diretamente na
vulnerabilidade às doenças graves e crônicas, além da morte mais precoce do homem. No
que se refere a esta morbimortalidade, morrem mais homens do que mulheres durante o
ciclo evolutivo de vida, porém muitas destas mortes podiam ser evitadas se não existe a
resistência dos homens em aderir os serviços de saúde, principalmente os serviços da
atenção básica (MOREIRA et al., 2014).
As consultas do programa de saúde do homem eram realizadas todos os dias, por
livre demanda. Porém, a procura pelo serviço era bem escassa e na maioria das vezes o
homem só frequentava a consulta por se sentir “obrigado” pela sua esposa. Na consulta
do homem era realizada a anamnese, exame físico e prescritas as condutas conforme os
achados do profissional de enfermagem. Além disto, o homem era encaminhado para
realização da imunização de acordo com a sua situação vacinal e para realização dos testes
rápidos de HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C, a depender do resultado dos testes o
profissional encaminhava o usuário para a realização do tratamento e acompanhamento.
Foi possível identificar que o homem não adere e não frequenta os serviços de
saúde oferecidos pelo SUS e por este motivo foi possível participar de poucas consultas
com o homem, o que tornou o aprendizado não tão benéfico. Dessa forma, identifica-se
a importância da busca por mais conhecimento e o desenvolvimento de pesquisas acerca
da saúde do homem e de medidas que possam ser adotadas para que essa população possa
ser atendida com mais eficácia.

3.9 SAÚDE DO IDOSO


De acordo com o estatuto do idoso, por meio da Lei nº 10.741 de 1º de outubro
de 2003, é assegurada a atenção integral ao idoso por meio do Sistema Único de Saúde
(SUS), que deve garantir acesso universal e igualitário através do conjunto articulado de
ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, abrangendo a atenção
especial as doenças que afetam preferencialmente a população idosa (BRASIL, 2003).
As consultas de saúde do idoso eram realizadas todos os dias no período da manhã,
também por demanda espontânea. Na consulta, inicialmente perguntávamos se o idoso
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possuía alguma queixa, o uso de medicações, realizávamos a anamnese e o exame físico.


Após realização do exame físico, solicitávamos os exames como: hemograma, glicemia
em jejum, colesterol total, triglicerídeos, parasitológico das fezes, EAS e creatinina sérica.
Para os idosos que já chegavam com resultados de exames solicitados anteriormente,
realizávamos o encaminhamento para a consulta médica. Finalizávamos a consulta
realizando as orientações acerca da alimentação saudável, importância da realização de
atividades físicas, uso correto das medicações e os cuidados que os cuidadores e
familiares devem ter com o idoso para o risco de queda.
É importante dar ênfase para os riscos que o idoso pode sofrer em sua casa e em
seu convívio social, como risco de queda, risco de ser negligenciado, etc. A consulta ao
idoso não deve ser focada somente em aspectos físicos, deve estar voltada para os
aspectos físicos, biológicos e inclusive sociais, de modo que ao identificar qualquer
violência ou negligência, o profissional de enfermagem possui autonomia para tomar as
medidas recomendadas.
Durante a assistência ao idoso foi possível identificar que o mesmo frequenta a
consulta principalmente para renovação da receita das medicações, como a hipertensão e
para verificação da pressão arterial e da glicemia.
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4 CONCLUSÃO
É possível concluir que o conhecimento prático é de suma importância para o
desenvolvimento do profissional. A união do conhecimento teórico prático permite a
identificação das dificuldades e a busca pelo aprimoramento, além de viabilizar a
interação profissional que é indispensável para o desenvolvimento do relacionamento
interpessoal no seu âmbito de profissão.
Lamentavelmente o estágio ocorreu no período da pandemia da COVID-19, o que
limitou a realização das atividades. Além disto, a infraestrutura e as condições da ESF
não eram de qualidade, impossibilitando um atendimento mais qualificado e
consequentemente um melhor aprendizado.
Apesar da falta de recursos e das dificuldades enfrentadas em consequência da
pandemia da COVID-19 foi possível adquirir conhecimento e compreender o fluxo dos
atendimentos oferecidos pela Estratégia Saúde da Família e pelo SUS. É indispensável
que o profissional de enfermagem se adapte as condições com foco no usuário.
Dessa forma, fica evidenciado que em consequência da pandemia o acadêmico
precisa buscar por mais conhecimentos através de estudo individual, realização de cursos
e eventos onlines para uma melhor formação e para que possa desenvolver suas atividades
profissionais com excelência.
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REFERÊNCIAS
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Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / Ministério da
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed. rev. –
Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. – (Cadernos de Atenção
Básica, n° 32). Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_32.pdf. Acessado em 01
ago. 2020.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 300 p.:
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Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf.
Acessado em 01 ago. 2020.

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outras providências. Brasília, 12 de janeiro de 1996; 175º da Independência e 108º da
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Acessado em 05 ago. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do


colo do útero / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação
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17

APÊNDICES
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APÊNDICE A – FOTO DA UNIDADE DE SAÚDE

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