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Psicologia da Saúde

Anteriormente, a psicologia estava mais voltada para o estudo e tratamento de distúrbios mentais e emocionais. Os
psicólogos começaram a se interessar pelas doenças físicas e pela saúde, indicando um momento de evolução e ampliação
da psicologia no campo da saúde. A psicologia da saúde emergiu como uma área de intervenção específica que visa
compreender e promover a saúde física, bem como prevenir e tratar doenças. Essa abordagem reconhece a interação
complexa entre fatores psicológicos, sociais e biológicos na determinação da saúde e da doença. Ela se concentra em
examinar como os fatores psicológicos podem influenciar a saúde e o bem-estar, bem como como a doença física pode
afetar o bem-estar psicológico.
Essa abordagem enfatiza a importância da promoção da saúde e da prevenção de doenças, não apenas no
tratamento de problemas existentes. Ela reconhece que fatores comportamentais, cognitivos, emocionais e sociais
desempenham um papel crucial na manutenção da saúde e no enfrentamento de doenças. Além disso, a psicologia da
saúde também considera o impacto das crenças, atitudes, motivações e suporte social na adoção de comportamentos
saudáveis e na adesão aos tratamentos médicos.
Os psicólogos da saúde trabalham em colaboração com outros profissionais de saúde para fornecer uma abordagem
integrada e holística ao cuidado dos pacientes. Eles podem ajudar no diagnóstico, no desenvolvimento de planos de
tratamento, na promoção da adesão aos tratamentos e na gestão do estresse relacionado à doença. Também onde ser
centrada na promoção da saúde e prevenção de doença, nos serviços clínicos a indivíduos saudáveis ou doentes e em
pesquisa e ensino. A maioria dos profissionais atua em hospitais, clínicas e departamentos académicos de faculdades e
universidades.

Doença x Saúde
De acordo psicologia da saúde, a saúde e a doença são conceitos complexos e multidimensionais, que envolvem não
apenas aspectos biológicos, mas também psicológicos e sociais. A saúde é vista como um estado de equilíbrio e bem-estar
em todas essas dimensões, enquanto a doença é entendida como um desequilíbrio ou disfunção nessas áreas. É importante
considerar todos esses aspectos para uma compreensão abrangente e uma abordagem integrada para a promoção da
saúde e o tratamento das doenças.
A doença é compreendida como um estado de desequilíbrio ou disfunção nos níveis biológico, psicológico e social
de uma pessoa. Não é apenas uma condição física, mas também inclui fatores emocionais, cognitivos e sociais que afetam
o bem-estar e o funcionamento global do indivíduo. Além disso, a percepção subjetiva da doença também desempenha
um papel importante, ou seja, como a pessoa percebe e interpreta sua condição de saúde.
A saúde é mais do que apenas a ausência de doença, é um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Ela é influenciada por diversos fatores, incluindo fatores biológicos, psicológicos e sociais. Envolve não apenas a ausência
de doença, mas também a capacidade de lidar com os desafios da vida, ter relações saudáveis, alcançar metas pessoais e
encontrar significado e satisfação na vida.

PSICOLOGIA DA SAÚDE 1
Abordagem Psicossocial
É uma perspectiva teórica e prática que reconhece a interação complexa entre fatores psicológicos e sociais na
saúde e doença. Um dos principais objetivos é entender como as pessoas percebem e interpretam a sua saúde e doença.
Essa perspectiva considera que a percepção e a interpretação subjetiva da saúde podem afetar a forma como as pessoas
lidam com a doença, aderem ao tratamento e procuram cuidados de saúde.
Essa abordagem enfatiza a importância de considerar não apenas os aspectos biológicos, mas também os fatores
psicológicos e sociais na compreensão e promoção da saúde. Ela reconhece que a saúde não é apenas a ausência de
doença, mas também um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Na abordagem psicossocial, a psicologia da saúde busca examinar como fatores psicológicos, como crenças, atitudes,
personalidade, habilidades de enfrentamento e estresse, influenciam a saúde. Além disso, ela investiga como os fatores
sociais, como suporte social, ambiente familiar, cultural e comunitário, influenciam os comportamentos de saúde e a
resposta às doenças.
A abordagem psicossocial também se preocupa com a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Ela busca
identificar e intervir em comportamentos de risco, promovendo mudanças positivas nos estilos de vida e incentivando a
adoção de comportamentos saudáveis.

1. Componente Biológico: Esse componente considera os aspectos fisiológicos e bioquímicos do indivíduo. Fatores
genéticos, estrutura cerebral, desequilíbrios químicos e doenças físicas podem desempenhar um papel importante no
desenvolvimento e no curso dos distúrbios mentais. Por exemplo, pesquisas têm mostrado que certas condições genéticas
podem aumentar a suscetibilidade a transtornos como a depressão ou a esquizofrenia.
2. Componente Psicológico: Esse componente concentra-se nos processos mentais, cognitivos e emocionais de um
indivíduo. Aspectos como crenças, pensamentos, emoções, personalidade e história de vida desempenham um papel
significativo no desenvolvimento e na manifestação de problemas de saúde mental. Os psicólogos clínicos exploram esses
fatores através de técnicas como entrevistas, testes psicológicos e observação para entender as causas subjacentes dos
sintomas e problemas.
3. Componente Social: Esse componente leva em consideração os fatores ambientais, sociais e culturais que podem
influenciar a saúde mental de uma pessoa. Relacionamentos interpessoais, influências familiares, ambiente social, nível
socioeconômico, acesso a recursos e normas culturais são alguns exemplos de fatores sociais que podem desempenhar um
papel importante no desenvolvimento e no curso dos problemas de saúde mental. A abordagem biopsicossocial considera
o contexto social de um indivíduo para entender melhor suas experiências e comportamentos.
A ideia central da abordagem biopsicossocial é que todos esses componentes são interconectados e interagem entre
si, afetando a saúde mental de uma pessoa. Por exemplo, uma pessoa com predisposição genética para a depressão
(componente biológico) pode desenvolver sintomas devido a fatores estressantes na vida (componente psicológico) e a falta
de suporte social (componente social). Da mesma forma, um evento traumático (componente social) pode desencadear
reações físicas e emocionais (componente biológico) que, por sua vez, influenciam a forma como a pessoa interpreta a
situação (componente psicológico).

PSICOLOGIA DA SAÚDE 2
Prevenção da doença
A prevenção reconhece a importância dos fatores psicológicos e sociais na promoção da saúde. Ela busca não apenas
abordar os fatores de risco físicos, mas também levar em consideração os fatores emocionais, cognitivos e sociais que
podem influenciar a saúde. Isso inclui o fortalecimento de habilidades de enfrentamento, o suporte social, a educação em
saúde mental e o desenvolvimento de estratégias de resiliência.
Dessa forma, a prevenção visa evitar o surgimento de doenças, reduzir os fatores de risco e promover o bem-estar geral,
por meio de intervenções que abordam não apenas os aspectos físicos, mas também os fatores psicológicos e sociais
relacionados à saúde. Existem diferentes níveis de prevenção na psicologia da saúde:

1. Prevenção primária: o objetivo é reduzir a incidência de doenças por meio da promoção de estilos de vida
saudáveis e da conscientização sobre comportamentos de risco.
Campanhas de conscientização: Essas campanhas têm como objetivo informar e sensibilizar a população sobre os riscos e
consequências de determinados comportamentos de risco, como o uso de drogas, comportamentos sexuais não protegidos
e comportamentos sedentários.
Promoção da saúde mental: Iniciativas que promovem a saúde mental, como programas de redução do estresse,
treinamento em habilidades de enfrentamento, promoção da autoestima e prevenção do suicídio.

2. Prevenção secundária: envolve a detecção precoce, o diagnóstico e o tratamento precoce de doenças, a fim de evitar
complicações e reduzir o impacto da doença na vida do indivíduo.
Exames de rotina: visam identificar precocemente a presença de doenças ou fatores de risco.
Programas de cessação de tabagismo: Oferecimento de suporte e intervenções para ajudar as pessoas a pararem de fumar,
reduzindo assim o risco de doenças relacionadas ao tabagismo.

3. Prevenção terciária: concentra-se na reabilitação e no manejo de doenças crônicas ou incapacitantes, a fim de


reduzir as complicações, melhorar a qualidade de vida e promover a adaptação e a recuperação.
Reabilitação em saúde mental: Oferta de tratamento e apoio contínuos para pessoas que têm doenças mentais crónicas,
ajudando-as a gerenciar sua condição, melhorar a qualidade de vida e prevenir recaídas.
Grupos de apoio e terapia de suporte: Oferecimento de grupos de apoio e terapia para pessoas que enfrentam doenças
crônicas ou incapacitantes, afim de ajudar no manejo da doença e promover o bem-estar emocional e suporte.

4. Cuidados Paliativos: são uma abordagem de cuidados que se concentra na melhoria da qualidade de vida de
pacientes com doenças graves, crônicas ou terminais, e de seus familiares. Os cuidados paliativos são baseados na
prevenção e alívio do sofrimento, no controle de sintomas, no suporte emocional e no apoio espiritual.
Os cuidados paliativos podem ser fornecidos em qualquer fase da doença, desde o diagnóstico até o final da vida. Eles
podem incluir o controle da dor, gestão de sintomas, apoio psicológico, cuidados de enfermagem especializados,
assistência social, aconselhamento espiritual e coordenação dos cuidados com a equipe de saúde.
Esses quatro níveis de cuidados de saúde, primários, secundários, terciários e paliativos, formam uma estrutura abrangente
para atender às diversas necessidades de saúde da população. Cada nível desempenha um papel crucial na prevenção,
diagnóstico, tratamento e gestão das condições de saúde, fornecendo um espectro completo de cuidados para atender às
necessidades de saúde de indivíduos e comunidades.

PSICOLOGIA DA SAÚDE 3
Por exemplo: Maria sofre de obesidade grau II. Encontra-se a ser acompanhada na consulta de nutrição e
endocrinologia. Foi recentemente encaminhada à consulta de psicologia por maior instabilidade emocional e níveis de
frustração reativos a intervenção multidisciplinar. "Eu quero desistir… ando há seis meses a fazer tudo o que me dizem e
ainda só perdi 2 kg, a Dra. diz que o bom porque só perdi massa gorda e não massa muscular.. mas a balança não cede
não aguento mais".
1. A partir do caso da Maria, fundamente os objetivos e os princípios orientadores da intervenção em
psicologia da saúde, explorando os seus principais conceitos e enquadrando o caso em relação ao nível de
prevenção e ao tipo de cuidados mais ajustados.

No caso da Maria, a intervenção em psicologia da saúde é essencial para lidar com sua instabilidade emocional e níveis de
frustração reativos à intervenção multidisciplinar. A intervenção em psicologia da saúde busca atender às necessidades
emocionais e psicológicas, oferecendo apoio e estratégias para enfrentar os desafios relacionados à perda de peso e à
adesão ao tratamento.
A. Objetivos da intervenção em psicologia da saúde:
Promover o bem-estar emocional: ajudar a Maria a lidar com sua instabilidade emocional e frustração, fornecendo
suporte emocional, estratégias de enfrentamento e técnicas de gestão do estresse.
Melhorar a adesão ao tratamento: auxiliar a Maria a manter a motivação, desenvolver estratégias de autorregulação e
superar as barreiras que a impedem de aderir às recomendações médicas e nutricionais.
Promover uma imagem corporal saudável: ajudar a Maria a desenvolver uma imagem corporal positiva e a adotar uma
atitude mais saudável em relação ao seu corpo, evitando a obsessão pela balança e valorizando a saúde e o bem-estar
global.

B. Princípios orientadores da intervenção em psicologia da saúde:


Abordagem multidisciplinar: A intervenção em psicologia da saúde é parte de uma equipe multidisciplinar que inclui
profissionais de nutrição, endocrinologia e outros especialistas, para fornecer uma abordagem integrada e holística ao
cuidado da Maria.
Foco na pessoa como um todo: A intervenção considera os fatores biopsicossociais que altar a saúde de Maria, levando em
conta não apenas sua obesidade, mas também seu estado emocional, motivação, crenças e qualidade de vida geral.
Empoderamento e participação ativa: A intervenção incentiva a participação ativa da Maria em seu próprio cuidado,
promovendo o empoderamento e a autogestão. Ela é encorajada a estabelecer metas realistas, identificar suas próprias
motivações e desenvolver habilidades de enfrentamento.

C. Nível de prevenção e tipo de cuidados mais ajustados:


Considerando o caso da Maria, a intervenção em psicologia da saúde se enquadra no nível de prevenção secundária. Isso
porque ela já foi diagnosticada com obesidade grau II e está recebendo intervenção multidisciplinar. A intervenção
psicológica visa melhorar sua adesão ao tratamento, lidar com a instabilidade emocional e prevenir o agravamento da
condição de saúde. O cuidado mais ajustado seria uma abordagem personalizada que integra apoio emocional, estratégias
de enfrentamento, educação e motivação para promover mudanças comportamentais positivas em relação à alimentação
e à atividade física.
É importante ressaltar que a intervenção em psicologia da saúde não se restringe apenas ao emagrecimento, mas busca
promover a saúde e o bem-estar geral.

PSICOLOGIA DA SAÚDE 4
Promoção da Saúde
A promoção da saúde vai além da prevenção de doenças e envolve a criação de ambientes saudáveis, o
desenvolvimento de habilidades de vida saudáveis, a melhoria do acesso aos cuidados de saúde e a promoção da equidade
na saúde. Ela se concentra em estratégias e intervenções que visam capacitar as pessoas a adotarem comportamentos
saudáveis, melhorarem seu bem-estar e prevenirem o surgimento de doenças. Também envolve a educação em saúde, a
criação de ambientes favoráveis à saúde, o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento e a promoção de estilos de
vida saudáveis.
Educação em saúde: Fornecer informações claras e precisas sobre questões de saúde, incluindo os benefícios de
comportamentos saudáveis e os riscos de comportamentos prejudiciais. Isso pode envolver campanhas de conscientização,
materiais educativos, palestras e workshops.
Promoção de estilos de vida saudáveis: Incentivar a adoção de hábitos de vida saudáveis, como uma
alimentação equilibrada, atividade física regular, sono adequado, controle do estresse e evitar o uso de substâncias nocivas,
como tabaco e álcool em excesso.
Ambientes saudáveis: Criar ambientes favoráveis à saúde, como espaços públicos com áreas verdes, acesso a
alimentos saudáveis, políticas de proibição de fumo em locais públicos e incentivos para a prática de atividade física em
comunidades e locais de trabalho.
Promoção da saúde mental: Focar no bem-estar psicológico e emocional, destacando a importância do
autocuidado, gerenciamento do estresse, busca de apoio social e reconhecimento dos sinais de problemas de saúde mental.
Isso pode envolver programas de redução de estigma, divulgação de recursos de saúde mental e apoio psicológico.
Tanto a nível individual quanto comunitário, existem várias ações que podem ser realizadas para promover a saúde.

Exemplo de como a psicologia da saúde pode ser aplicada na promoção de comportamentos saudáveis:
Imagine uma pessoa chamada Maria que foi recentemente diagnosticada com diabetes tipo 2. Ela fica
preocupada com sua saúde e reconhece a necessidade de adotar um estilo de vida saudável para controlar sua condição.
Nesse momento, Maria é encaminhada para um psicólogo da saúde e iniciam o processo de intervenção colaborativo para
apoiá-la em sua jornada de mudança.

Inicialmente, o psicólogo explora as crenças e atitudes de Maria em relação ao tratamento da diabetes. Eles discutem os
desafios emocionais que podem surgir, como o medo da medicação, a preocupação com a alimentação restrita e a
ansiedade em relação aos exames médicos. O psicólogo esclarece informações sobre a diabetes, seus efeitos e a
importância de aderir ao tratamento.
Juntos, eles estabelecem um plano de ação personalizado. Eles desenvolvem estratégias práticas, como estabelecer
lembretes para tomar a medicação, elaborar um plano de refeições saudáveis e identificar atividades físicas que sejam
prazerosas para Maria.
Ao longo do processo, o psicólogo trabalha com Maria para desenvolver habilidades de autogestão e autoeficácia. Eles
exploram estratégias de enfrentamento para lidar com possíveis desafios, como estresse e tentações alimentares. O
psicólogo também incentiva Maria a buscar apoio social, seja de familiares, amigos ou grupos de apoio, para obter
suporte emocional e compartilhar experiências.

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Durante as sessões de acompanhamento, o psicólogo avalia o progresso de Maria, identifica eventuais dificuldades e
oferece suporte contínuo. Eles celebram as conquistas de Maria, fornecendo incentivo e motivação para que ela mantenha
seus comportamentos saudáveis.
Com o tempo, Maria começa a adotar uma rotina saudável e a perceber melhorias em sua saúde. Ela se sente mais
confiante em relação ao tratamento da diabetes e está motivada a continuar cuidando de si mesma.
Nesse exemplo, a psicologia da saúde desempenha um papel fundamental ao abordar os fatores psicológicos que
influenciam os comportamentos de saúde de Maria. Através de uma abordagem colaborativa, o psicólogo auxilia Maria
na adesão ao tratamento, na adoção de comportamentos de estilo de vida saudável e no fortalecimento de sua capacidade
de enfrentar os desafios que surgem ao longo do caminho.

Intervenção em Crise
A intervenção em crise é uma abordagem terapêutica específica utilizada para ajudar as pessoas durante períodos
de crise psicológica aguda. Essa intervenção busca fornecer suporte imediato e estratégias eficazes para lidar com a crise,
visando estabilizar a pessoa e reduzir o impacto emocional e funcional da situação. O objetivo geral da intervenção é a
recuperação do indivíduo que se encontra em situação de crise, auxiliando-o a retomar um funcionamento o mais
ajustado e adaptado possível, bem como a recuperar um sentido de controlo sobre a sua vida.
A intervenção em crise é realizada em um período relativamente curto, com o objetivo de fornecer suporte imediato
e reduzir a angústia emocional e funcional da pessoa. E importante ressaltar que a intervenção em crise não substitui a
terapia de longo prazo, mas serve como uma intervenção inicial para lidar com a crise aguda. Em muitos casos, a
intervenção em crise pode ser um ponto de entrada para um processo terapêutico mais abrangente, se necessário.

Uma crise psicológica é um estado de desequilíbrio emocional e dificuldades adaptativas que uma pessoa enfrenta
em resposta a eventos estressantes ou traumáticos. Essa condição é caracterizada por uma intensa desorganização
emocional, afetando o funcionamento diário e a capacidade de lidar com as demandas da vida. Ela, geralmente, é
desencadeada por eventos significativos que sobrecarregam a capacidade de enfrentamento da pessoa.
Durante uma crise, a pessoa pode experimentar uma ampla gama de emoções intensas e desorganizadas. A
ansiedade, a tristeza, o medo, a raiva e o desespero são comuns. Essas emoções podem ser avassaladoras, levando a uma
sensação de descontrole emocional e dificuldades para lidar com as demandas cotidianas. A pessoa pode se sentir
inundada por essas emoções, tornando difícil pensar com clareza e tomar decisões.
Além do impacto emocional, uma crise psicológica também pode afetar a saúde mental e física da pessoa. Pode
desencadear ou agravar transtornos mentais, como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático ou
transtornos relacionados ao uso de substâncias. A crise também pode ter um impacto negativo na saúde física, levando a
problemas de sono, dores físicas e outros sintomas somáticos.
É importante ressaltar que uma crise psicológica é uma situação temporária. Com o apoio adequado, o suporte
social, a intervenção terapêutica e o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento eficazes, muitas pessoas conseguem
superar essa fase difícil. O papel do psicólogo clínico é fornecer suportes emocional, estratégias de enfrentamento e
intervenções terapêuticas adequadas para auxiliar a pessoa a atravessar a crise e recuperar o equilíbrio emocional e
funcional.

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Cuidados Intensivos
A crise pode ser vista como um fracasso ou inadequação do coping. Quando uma pessoa é confrontando com um
obstáculo para o qual não tem recursos habituais de resolução de problemas para ultrapassá-lo. O objetivo dos cuidados
intensivos é o de inverter o estado de descompensação.
Os cuidados intensivos se referem a um tipo de intervenção terapêutica especializada e intensiva que é fornecida a
indivíduos que apresentam um quadro clínico grave e complexo. Essa abordagem visa oferecer suporte e tratamento
intensivos para ajudar a pessoa a lidar com suas dificuldades e promover sua autonomia.

A. Avaliação e Triagem: durante a intervenção em crise, é importante realizar uma avaliação rápida e
cuidadosa da situação para identificar possíveis riscos à segurança da pessoa. Se houver risco iminente de suicídio,
violência ou outros danos, medidas apropriadas devem ser tomadas para garantir a segurança a todos os envolvidos.

B. Transferência explícita da responsabilidade: durante uma crise, é importante identificar os recursos


disponíveis para o paciente. O psicólogo auxilia na identificação dos recursos internos e externos, como habilidades,
suporte social, serviços comunitários e profissionais de saúde. Isso ajuda a fortalecer a rede de apoio do paciente e a
oferecer suporte contínuo fora do ambiente terapêutico.

C. Afastamento do ambiente stressor: nem sempre é necessário ou possível, então dependerá do


agravamento da crise e da rede de apoio disponível. Outra opção é o internamento hospitalar que permita um contato
mais proximo e conteúdo com os profissionais de saúde.

D. Diminuir a activação e a angústia: é comum que o paciente se encontre experienciando estes estados
emocionais, sendo desejável que a ativação seja reduzida através de recursos psicológicos (passar tempo falando com o
paciente de modo tranquilizador e interessado/ instruções sobre como gerir a ansiedade através de exercícios de
respiração profunda). Durante uma crise, o suporte emocional é essencial. O psicólogo oferece um ambiente seguro e
empático para que o paciente possa expressar seus sentimentos, medos e preocupações. Isso ajuda o paciente a sentir-
se ouvido, compreendido e apoiado emocionalmente.

E. Reforçar a comunicação adequada: a descompensação pode vir acompanhada de um estado de exaustão


e angústia, descrito como um estado de choque. Independentemente do caso, é importante restabelecer a
comunicação, seja reforçando uma conversa normal e relevante ou desencorajando o comportamento agitado.

F. Estabilização emocional: o psicólogo ajuda o paciente a encontrar estratégias eficazes para lidar com a
intensidade emocional da crise. Isso pode envolver o ensino de técnicas de relaxamento, habilidades de regulação
emocional, práticas de atenção plena e outras estratégias que auxiliam o paciente a acalmar-se e recuperar o equilíbrio
emocional.

PSICOLOGIA DA SAÚDE 7
Por exemplo: imagine que um paciente chamado João está enfrentando uma crise de ansiedade severa devido a um
trauma recente. Ele tem dificuldade em lidar com flashbacks, pesadelos e uma sensação avassaladora de medo. João
procura ajuda em uma clínica de saúde mental e é encaminhado para um psicólogo clínico para cuidados intensivos. O
psicólogo inicia o processo de cuidados intensivos da seguinte maneira:
Primeiro, realiza uma avaliação detalhada da situação de João. Ele conversa com João sobre sua história, o evento
traumático, seus sintomas atuais e seu impacto na vida diária de João. O psicólogo obtém informações sobre os fatores
desencadeantes e identifica a gravidade da crise de João.
Reconhecendo o sofrimento emocional de João, o psicólogo oferece um ambiente seguro e acolhedor para que ele
possa compartilhar suas emoções, medos e preocupações. O psicólogo demonstra empatia e validação, permitindo que
João se sinta ouvido e compreendido. Também ensina técnicas de relaxamento e regulação emocional a João. Eles
praticam exercícios de respiração profunda, técnicas de visualização e estratégias para acalmar sua ansiedade e recuperar
um estado de equilíbrio emocional mais estável.
Eles trabalham para identificar seus recursos internos e externos, explorando as habilidades de enfrentamento de
João, como o apoio de entes queridos, amigos confiáveis e outros profissionais de saúde. O psicólogo também discute
opções de grupos de apoio ou organizações comunitárias que podem oferecer suporte adicional a João.
O psicólogo e João desenvolvem um plano de cuidados individualizado. Eles acordam sessões terapêuticas regulares
para trabalhar no processamento do trauma e no desenvolvimento de habilidades de enfrentamento. O objetivo é ajudar
João a enfrentar sua crise de ansiedade, superar o trauma e desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento para lidar
com o estresse emocional.

Métodos de Intervenção
A escolha do método adequado depende das características individuais do paciente e do contexto clínico. Muitas
vezes, uma abordagem integrada e personalizada, combinando diferentes métodos, pode ser mais eficaz para atender às
necessidades de cada indivíduo.
1. Avaliação Inicial: é a etapa em que o profissional de saúde mental coleta informações detalhadas sobre o paciente
e sua condição de saúde. Isso envolve a realização de uma entrevista clínica, onde são feitas perguntas específicas para
compreender o contexto do problema, os sintomas apresentados, a história pessoal e familiar, os fatores de risco e outros
aspectos relevantes. Além disso, é importante observar o comportamento do paciente e considerar informações de
profissionais de saúde e familiares. A avaliação inicial é essencial para obter uma compreensão abrangente dos problemas
de saúde do paciente e para orientar o planejamento da intervenção.

2. Cuidados Intensivos: são direcionados para pacientes em situações de emergência ou risco iminente para sua
saúde mental. Isso pode incluir pessoas que estão em crise emocional, apresentando comportamento suicida, tendo
ataques de pânico intensos ou sofrendo de transtornos graves. Nesses casos, o objetivo é agir rapidamente para estabilizar
o paciente e garantir sua segurança. Os profissionais de saúde mental podem utilizar técnicas de gerenciamento de crises,
como ajudar o paciente a se acalmar, fornecer suporte emocional imediato e promover um ambiente seguro. Além disso,
podem ser ensinadas estratégias de coping para ajudar o paciente a lidar com a crise de forma mais eficaz.

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3. Aconselhamento: é uma abordagem terapêutica que visa ajudar os pacientes a lidar com seus problemas de saúde
mental e promover mudanças positivas em suas vidas. Nesse método de intervenção, o profissional de saúde mental cria
um ambiente acolhedor e seguro para o paciente se expressar livremente. Através de técnicas como escuta ativa, empatia,
validação emocional e reflexão, o terapeuta ajuda o paciente a explorar seus pensamentos, emoções e comportamentos. O
objetivo é ajudar o paciente a desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesmo, identificar padrões de
pensamentos disfuncionais, aprender habilidades de enfrentamento eficazes e promover mudanças positivas em sua vida.
Em resumo, a avaliação inicial é o processo de coleta de informações sobre o paciente, os cuidados intensivos são
direcionados a situações de emergência ou risco iminente, e o aconselhamento é uma abordagem terapêutica de longo
prazo que visa promover mudanças positivas. Esses métodos são complementares e adaptados às necessidades individuais
de cada paciente, buscando oferecer um cuidado integral e eficaz em Psicologia da Saúde.

Apoio Psicológico
Apoio psicológico e psicoterapia de apoio são abordagens terapêuticas utilizadas na psicologia da saúde para
fornecer suporte emocional e psicológico a indivíduos que enfrentam desafios relacionados à saúde física ou doença.
Apoio psicológico refere-se a uma abordagem que visa fornecer suporte emocional, informações e orientação aos
pacientes durante momentos de estresse, doença ou dificuldades relacionadas à saúde. Ele é frequentemente fornecido por
profissionais de saúde mental e pode ser oferecido individualmente ou em grupo. O objetivo principal do apoio
psicológico é aliviar o sofrimento emocional, melhorar o bem-estar e promover a adaptação saudável às circunstâncias.

A psicoterapia de apoio, por outro lado, é uma forma de terapia que se concentra em fornecer suporte emocional e
estratégias de enfrentamento a pacientes que enfrentam desafios de saúde física. A psicoterapia de apoio geralmente é
oferecida em sessões individuais e tem como objetivo principal ajudar o paciente a lidar com a doença, reduzir o estresse e
melhorar a qualidade de vida. Essa abordagem pode incluir técnicas terapêuticas como a escuta ativa, validação
emocional, educação sobre a doença, treinamento em habilidades de enfrentamento e fornecimento de um ambiente
seguro para expressão de sentimentos.

O apoio psicológico desempenha um papel fundamental no contexto da Psicologia da Saúde. Ele se refere ao suporte
emocional, psicológico e social oferecido a indivíduos que estão enfrentando desafios relacionados à saúde. O objetivo
principal do apoio psicológico é promover o bem-estar emocional, ajudar os indivíduos a lidar com as demandas e
estresses associados à doença ou condição de saúde, e melhorar a qualidade de vida.

O apoio psicológico pode ser oferecido por profissionais de saúde mental dentro de uma abordagem terapêutica
estruturada. No entanto, também pode ser fornecido por outros profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros ou
assistentes sociais, que possuem treinamento básico em habilidades de apoio emocional.
Fases da crise e estabelecendo os principais objetivos de uma psicoterapia de apoio no caso:

PSICOLOGIA DA SAÚDE 9
1. Fase de impacto inicial: Validar as emoções e preocupações, oferecendo um espaço seguro para expressar seus
medos, ansiedades e frustrações relacionados ao enfarte e ao afastamento de sua rotina e família. Fornecer
informações e educação sobre a seu tratamento e os cuidados necessários, cerca ajudando-o na compreensão da sua
condição e a lidar com a incerteza. Além de promover estratégias de enfrentamento saudáveis para lidar com a
angústia, como técnicas de relaxamento, respiração profunda e distração.
2. Fase de reação emocional intensa: o paciente pode vivenciar uma ampla gama de emoções, como ansiedade,
medo, tristeza e irritabilidade, além de experimentar alterações no sono e cansaço extremo. Os principais objetivos da
intervenção nessa fase seriam: Ajudar o paciente a identificar e compreender suas emoções, auxiliando-o no manejo
adequado delas; Explorar estratégias de regulação emocional e manejo do estresse para reduzir a ansiedade e
promover um sono mais regular e descansado. Além de fornecer apoio emocional contínuo e encorajamento,
ajudando-o a encontrar significado e esperança durante sua recuperação.
3. Fase de estabilização gradual: A medida que o tempo passa e o suporte adequado é fornecido, o Manuel começa
a revelar maior tranquilidade e humor mais estável. O objetivo nessa fase seria: desenvolver habilidades de
enfrentamento adaptativas para lidar com os desafios da recuperação, como adesão ao tratamento médico, mudanças
no estilo de vida e cessação do tabagismo; Oferecer suporte para o estabelecimento de metas realistas e motivar afim
de promover mudanças duradouras em sua saúde e bem-estar.
A psicoterapia de apoio teria como objetivo geral fornecer suporte emocional, facilitar a expressão das emoções,
promover estratégias de enfrentamento saudáveis e motivar a mudança positiva em sua saúde física e mental. Essa
abordagem visa auxiliar o paciente a se adaptar ao trauma, lidar com as dificuldades emocionais associadas e adotar
comportamentos de saúde mais benéficos para sua recuperação e qualidade de vida.

Exemplo: Promover o ajustamento emocional e a capacidade de enfrentamento em pacientes com câncer de mama
recém-diagnosticado.
• Fornecer suporte emocional: oferecer um ambiente seguro e acolhedor para que a paciente possa expressar suas
emoções, como medo, tristeza, raiva ou ansiedade relacionadas ao diagnóstico. O apoio psicológico busca validar essas
emoções, reduzir o sentimento de isolamento e oferecer suporte emocional adequado.
• Oferecer informações e educação: é fornecer informações claras e compreensíveis sobre a doença, o tratamento e as
opções de cuidados disponíveis. Isso inclui explicar o processo de tratamento, os possíveis efeitos colaterais, a
importância do autocuidado e a adesão ao plano de tratamento médico. Essas informações ajudam a paciente a
entender melhor sua condição de saúde e tomar decisões informadas.
• Auxiliar no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento: ajudar a paciente a identificar e desenvolver estratégias de
enfrentamento eficazes para lidar com o estresse e a ansiedade associados ao diagnóstico de câncer de mama. Isso pode
envolver o ensino de técnicas de relaxamento, técnicas de respiração, treinamento de habilidades de resolução de
problemas e desenvolvimento de estratégias de autocuidado.
• Facilitar o suporte social: auxiliar a paciente a estabelecer redes de suporte social, seja por meio de grupos de apoio
específicos para câncer de mama, ou incentivando o envolvimento de familiares e amigos próximos. O suporte social
desempenha um papel fundamental no enfrentamento do câncer e no bem-estar emocional da paciente.
• Promover o ajustamento à nova realidade: auxiliar a paciente a lidar com as mudanças físicas, emocionais e sociais
decorrentes do diagnóstico. Isso pode envolver a reconstrução da imagem corporal, o enfrentamento de possíveis
dificuldades de relacionamento, o manejo do estresse e o fortalecimento da resiliência.

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Fatores de Risco x Fatores de Proteção
A psicologia da saúde estuda a relação entre fatores psicológicos e comportamentais e o estado de saúde das pessoas. É
importante destacar que os fatores de risco e de proteção não atuam isoladamente, mas interagem entre si. Uma
abordagem eficaz em psicologia da saúde busca reduzir os fatores de risco e fortalecer os fatores de proteção para
promover uma vida saudável e prevenir doenças.

Os fatores de risco são condições ou características que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver
problemas de saúde física ou mental. Eles podem ser divididos em diferentes categorias:
1. Fatores comportamentais: São comportamentos que contribuem para o surgimento de doenças. Exemplos comuns
incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação não saudável, sedentarismo e uso de drogas ilícitas.
2. Fatores psicológicos: Envolve características e estados mentais que podem afetar a saúde. Estresse crônico, ansiedade,
depressão e baixa autoestima são exemplos de fatores psicológicos que podem aumentar o risco de doenças.
3. Fatores sociais: São fatores relacionados ao ambiente social em que a pessoa está inserida. Baixo nível socioeconômico,
isolamento social, falta de apoio social e desigualdades socioeconômicas são exemplos de fatores sociais que podem
influenciar a saúde.

Os fatores de proteção são condições ou características que atuam como "escudos" ou "amortecedores" contra os
efeitos negativos dos fatores de risco. Eles contribuem para a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Alguns
exemplos de fatores de proteção incluem:
1. Fatores comportamentais saudáveis: Adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de
exercícios físicos, sono adequado e evitar o uso de substâncias nocivas.
2. Recursos psicológicos: Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento (coping), resiliência emocional, autoestima e
autoeficácia. Esses fatores ajudam a lidar com o estresse e a adversidade, reduzindo o impacto negativo na saúde.
3. Suporte social: Ter relações sociais saudáveis e um sistema de apoio social, como família, amigos e grupos comunitários,
pode fornecer suporte emocional, prático e informativo, que promove a saúde e auxilia no enfrentamento de problemas
de saúde.
4. Ambiente saudável: Acesso a recursos e condições adequadas no ambiente, como boa qualidade do ar, água potável,
moradia segura e acesso a serviços de saúde.

Exemplo: "Existem inúmeros fatores de risco para a saúde, como tal a adesão a comportamentos promotores de
saúde é fundamental". A partir da afirmação, explore as diferentes áreas de adesão em saúde, a
importância dos comportamentos de adesão e as consequências da baixa adesão em saúde,
relacionando-os com os principais fatores de risco para a saúde em alguma das áreas / problemáticas
atuais.

A adesão a comportamentos promotores de saúde é de fato fundamental para prevenir doenças e melhorar a
qualidade de vida. Existem várias áreas de adesão em saúde, que abrangem diferentes aspectos do estilo de vida e
comportamentos relacionados à saúde. Alguns dos principais fatores de risco para a saúde incluem o tabagismo,
alimentação inadequada, falta de atividade física, consumo excessivo de álcool, estresse crónico e falta de adesão a
tratamentos médicos.

PSICOLOGIA DA SAÚDE 11
• Tabagismo: A adesão à saúde nessa área envolve deixar de fumar ou evitar o início do hábito. O tabagismo está
associado a várias doenças graves.
• Alimentação inadequada: envolve seguir uma dieta equilibrada e nutritiva, rica em frutas, legumes, grãos integrais
e proteínas magras. A má alimentação está relacionada a doenças crônicas, como abesidade diabetes.
• Falta de atividade física: A demorena, «ronelerato incorporar regularmente exercícios físicos na rotina diária. A
falta de atividade física está associada a um maior risco de obesidade, doenças cardíacas, diabetes tipo 2, etc.
• Consumo excessivo de álcool: consumir moderadamente, de acordo com as diretrizes recomendadas. O consumo
excessivo de álcool pode levar a problemas de saúde, como cirrose hepática, doenças cardiovasculares, dependência e
problemas psicossociais.
• Estresse crônico: adotar estratégias eficazes de gerenciamento do estresse, como exercícios de relaxamento,
práticas de meditação ou atividades de lazer. O estresse crónicos está associado a uma série de problemas de saúde,
incluindo doenças cardiovasculares, distúrbios do sono, transtornos mentais e comprometimento do sistema
imunológico.

A baixa adesão a comportamentos promotores de saúde pode ter consequências significativas para a saúde
individual e pública. Ela está relacionada a um aumento do risco de desenvolvimento de doenças crônicas, maior taxa de
hospitalização, pior prognóstico em casos de doença aguda, aumento dos custos de saúde e menor qualidade de vida.

A falta de adesão a comportamentos promotores de saúde, como parar de fumar e adotar uma dieta mais saudável,
pode ter contribuído para o desenvolvimento da doença. No entanto, sua experiência de internamento parece ter
despertado uma maior conscientização sobre a importância da adesão , levando-o a expressar o desejo de parar de fumar
e mudar seu estilo de vida. Isso demonstra a importância de uma abordagem holística para a saúde, considerando não
apenas o tratamento médico, mas também os comportamentos de adesão necessários para prevenir doenças e promover a
recuperação.

Comportamentos de Saúde
Os Comportamentos de saúde são ações e práticas que uma pessoa adota em relação à sua saúde física, mental e
emocional. Esses comportamentos têm o objetivo de promover a saúde, prevenir doenças e manter um bem-estar geral.
Eles podem abranger várias áreas da vida, como alimentação, atividade física, sono, gerenciamento do estresse, busca de
cuidados médicos regulares e adoção de estratégias de autocuidado. Esses comportamentos são considerados saudáveis
porque estão associados a melhores resultados de saúde e qualidade de vida.
Por exemplo, uma pessoa que adota uma dieta equilibrada, pratica exercícios regularmente, dorme o suficiente e procura
formas eficazes de lidar com o estresse tem mais chances de manter uma boa saúde física e mental.

A psicologia da saúde busca entender os fatores psicológicos que influenciam os comportamentos de saúde das pessoas e
desenvolve estratégias para promover mudanças positivas. Isso inclui promover a adesão ao tratamento, incentivar
comportamentos de estilo de vida saudáveis, ensinar habilidades de gerenciamento do estresse, promover a busca de apoio
social e melhorar a tomada de decisões informadas. Ao abordar esses comportamentos, a psicologia da saúde contribui
para a promoção da saúde física e mental e o bem-estar geral das pessoas.

PSICOLOGIA DA SAÚDE 12
A. Adesão ao tratamento: refere-se à capacidade de uma pessoa seguir as recomendações médicas de forma consistente e
correta. Isso inclui tomar a medicação conforme prescrita, comparecer a consultas de acompanhamento, seguir
recomendações dietéticas e de exercícios, entre outros. É especialmente importante no caso de doenças crónicas, onde
o cuidado contínuo é necessário para o controle adequado da condição.
A psicologia da saúde busca entender os fatores que influenciam a adesão ao tratamento, como crenças e atitudes em
relação ao tratamento, habilidades de autogestão, apoio social e fatores emocionais, e desenvolve estratégias para
promover a adesão.

B. Estilo de vida saudável: incluem hábitos que promovem a saúde física e mental. Isso envolve adotar uma dieta
equilibrada e nutritiva, engajar-se em atividade física regular, dormir o suficiente para descanso adequado, evitar o
consumo de tabaco, álcool excessivo ou drogas ilícitas. Esses comportamentos são fundamentais na prevenção de
doenças crónicas, como doenças cardíacas, diabetes, obesidade e certos tipos de câncer.
A psicologia da saúde busca entender os fatores psicológicos, como motivação, autoeficácia, estresse e influências sociais,
que afetam a adoção e a manutenção desses comportamentos, além de desenvolver estratégias de intervenção para
promover mudanças de comportamento duradouras.

C. Gerenciamento do estresse: O estresse crónico pode ter um impacto negativo na saúde física e mental. Portanto, o
gerenciamento eficaz é importante para manter o bem-estar geral. Isso pode envolver a adoção de estratégias de
relaxamento, como meditação, exercícios físicos, etc. Além disso, aprender a identificar e modificar pensamentos
negativos ou distorcidos e adotar estratégias de enfrentamento saudáveis também são componentes-chave do
gerenciamento do estresse.
A psicologia da saúde trabalha no desenvolvimento de técnicas e intervenções para ajudar as pessoas a lidar com o estresse
de maneira mais eficaz, melhorando sua saúde física e mental.

D. Busca de apoio social: Os relacionamentos sociais desempenham um papel importante na saúde e no bem-estar das
pessoas. Buscar e manter relacionamentos saudáveis e receber apoio emocional podem ajudar a reduzir o estresse,
melhorar o humor e aumentar a resiliência. Além disso, compartilhar problemas e preocupações com outras pessoas
pode proporcionar um senso de pertencimento e suporte, o que contribui para a saúde mental e física. A psicologia da
saúde incentiva a busca de apoio social e desenvolve estratégias para melhorar as habilidades de comunicação,
construção de relacionamentos e estabelecimento de redes de suporte.

E. Tomada de decisões informadas: é fundamental para a promoção da saúde. Isso envolve buscar informações médicas
de fontes confiáveis, entender os riscos e benefícios de diferentes opções de tratamento e fazer escolhas que estejam
alinhadas com as próprias necessidades e valores.

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Quais as Funções do Psicólogo de Saúde na Modificação de Comportamentos?
O psicólogo de saúde utiliza seus conhecimentos e habilidades para ajudar as pessoas a adotarem comportamentos mais
saudáveis e abandonarem hábitos prejudiciais. Aqui estão algumas das funções desempenhadas pelo psicólogo de saúde
nesse contexto:
1. Avaliação e diagnóstico: realiza uma avaliação completa do paciente, examinando seus comportamentos atuais,
hábitos de saúde e fatores de risco relacionados. Isso envolve a coleta de informações relevantes, realização de
entrevistas, aplicação de testes e questionários, e análise de dados para compreender os padrões comportamentais e
identificar áreas problemáticas.

2. Definição de metas: Com base na avaliação, o psicólogo de saúde trabalha com o paciente para definir metas
específicas e realistas relacionadas à modificação de comportamentos. Essas metas são personalizadas de acordo com
as necessidades individuais do paciente e podem abranger áreas como alimentação saudável, atividade física, adesão a
medicamentos, entre outras.
3. Planejamento de intervenções: utiliza estratégias e técnicas psicológicas comprovadas para ajudar o paciente a
modificar comportamentos indesejados e desenvolver comportamentos saudáveis. Isso pode envolver a aplicação de
abordagens comportamentais, cognitivas, motivacionais ou uma combinação delas. O plano de intervenção é
adaptado às necessidades e preferências do paciente.

4. Educação e aconselhamento: fornece informações educativas ao paciente sobre os benefícios de comportamentos


saudáveis e os riscos associados a comportamentos prejudiciais. Além disso, oferece aconselhamento individualizado
para ajudar o paciente a superar barreiras, lidar com resistências, identificar gatilhos e desenvolver estratégias de
enfrentamento eficazes.
5. Monitoramento e feedback: durante o processo de modificação de comportamentos, o psicólogo de saúde monitora
regularmente o progresso do paciente, oferecendo feedback e suporte contínuos.

6. Colaboração interdisciplinar: o psicólogo de saúde trabalha em equipe com outros profissionais de saúde para garantir
uma abordagem integrada e abrangente para a modificação de comportamentos. A colaboração interdisciplinar
permite uma compreensão holística do paciente e ajuda a adaptar o plano de tratamento de acordo com suas
necessidades individuais.

7. Manutenção de resultados: auxilia o paciente na manutenção dos comportamentos saudáveis a longo prazo. Isso pode
envolver estratégias de prevenção de recaídas, suporte emocional contínuo, identificação de desafios futuros e
desenvolvimento de habilidades de autorregulação para sustentar os comportamentos modificados.

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Crenças da Saúde
As crenças de saúde na Psicologia da Saúde referem-se às percepções, convicções e entendimentos individuais
relacionados à saúde, doença, tratamento e comportamentos de saúde. Essas crenças desempenham um papel importante
na maneira como as pessoas percebem e interpretam sua própria saúde e influenciam suas decisões e ações relacionadas à
saúde. Aqui estão alguns exemplos de crenças de saúde comumente discutidas na Psicologia da Saúde:

Crenças sobre a causalidade da doença: As pessoas podem ter diferentes crenças sobre o que causa uma doença.
Alguns podem acreditar que a doença é principalmente resultado de fatores genéticos ou biológicos, enquanto outros
podem atribuir causas externas, como fatores ambientais ou comportamentais. Essas crenças podem influenciar a
percepção de controle e a motivação para adotar comportamentos saudáveis ou procurar tratamento.
Crenças sobre a eficácia do tratamento: As crenças sobre a eficácia do tratamento podem variar de pessoa para
pessoa. Algumas pessoas podem ter uma forte crença na eficácia de tratamentos médicos convencionais, enquanto outras
podem preferir abordagens alternativas. Essas crenças podem afetar a busca por cuidados de saúde e a adesão ao
tratamento prescrito.
Crenças sobre a gravidade e a ameaça percebida: As crenças sobre a gravidade e a ameaça percebida de uma
doença podem influenciar a motivação das pessoas para adotar comportamentos saudáveis. Se alguém percebe uma
doença como altamente grave e ameaçadora, é mais provável que se engaje em comportamentos de prevenção ou
tratamento.
Crenças sobre a responsabilidade individual: Algumas pessoas acreditam que são principalmente responsáveis
por sua própria saúde, enquanto outras podem acreditar que fatores externos desempenham um papel mais significativo.
Essas crenças podem influenciar a motivação para a adoção de comportamentos de saúde e a busca por recursos e
suporte.
As crenças de saúde podem variar de pessoa para pessoa e são moldadas por uma combinação de fatores, como
experiências pessoais, informações recebidas, influências culturais e sociais. Compreender as crenças de saúde de um
indivíduo é essencial para desenvolver intervenções eficazes que promovam comportamentos saudáveis e o bem-estar
geral. O psicólogo de saúde pode ajudar de várias maneiras, utilizando seus conhecimentos e habilidades para promover a
saúde e o bem-estar dos indivíduos.

Suponha que um paciente esteja lutando para aderir a um programa de exercícios regular, mesmo reconhecendo os
benefícios para a saúde. Ele está enfrentando barreiras emocionais, como falta de motivação, autoconfiança reduzida e
medo de fracassar. O psicólogo de saúde pode intervir da seguinte maneira:
1. Avaliação: O psicólogo de saúde realiza uma avaliação completa da situação, conversando com o paciente para
entender suas crenças, motivações, desafios e fatores emocionais envolvidos na falta de aderência ao programa de
exercícios.

2. Identificação de crenças limitantes: O psicólogo de saúde identifica as crenças limitantes do paciente, como "não
sou bom em atividade física" ou "não tenho força de vontade suficiente". Essas crenças podem estar afetando
negativamente sua motivação e confiança.

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3. Reestruturação cognitiva: O psicólogo de saúde ajuda o paciente a reestruturar suas crenças limitantes, desafiando
pensamentos negativos e substituindo-os por pensamentos mais realistas e positivos. Por exemplo, em vez de "não sou bom
em atividade física", o paciente pode adotar a crença de "posso melhorar minha habilidade com a prática e persistência".

4. Definição de metas realistas: O psicólogo de saúde trabalha com o paciente para definir metas de exercício
realistas e alcançáveis, levando em consideração suas preferências, habilidades e disponibilidade de tempo. Essas metas
podem ser divididas em etapas menores e progressivas para aumentar a sensação de realização.

5. Estratégias motivacionais: O psicólogo de saúde utiliza estratégias motivacionais, como reforço positivo,
estabelecimento de recompensas a curto prazo e identificação de benefícios intrínsecos do exercício (como melhor humor
e energia) para aumentar a motivação do paciente.

6. Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento: O psicólogo de saúde ajuda o paciente a desenvolver


habilidades de enfrentamento eficazes para lidar com as barreiras emocionais que surgem durante o processo. Isso pode
envolver técnicas de relaxamento, automonitoramento, resolução de problemas e estratégias de autorreforço.

7. Suporte contínuo: O psicólogo de saúde fornece suporte contínuo ao paciente, oferecendo sessões de
acompanhamento regular para discutir o progresso, revisar estratégias e fornecer feedback encorajador. O psicólogo
também está disponível para esclarecer dúvidas, fornecer suporte emocional e ajustar o plano de intervenção, se
necessário.
Nesse exemplo, o psicólogo de saúde atua como um facilitador, auxiliando o paciente a superar as barreiras emocionais e
adotar comportamentos saudáveis de exercício. O foco está na mudança de crenças limitantes, aumento da motivação e
desenvolvimento de habilidades de enfrentamento para promover a aderência ao programa de exercícios.

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