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g02363-dez-2023-grad-ead/)

1. Introdução
Seja bem-vindo(a)!

Durante o estudo de , você terá acesso a diversos


conteúdos que possibilitarão iniciar sua jornada nesta área tão importante da
Saúde.

Em 1978, surgiu o campo da Psicologia da Saúde e se iniciaram muitas pesqui-


sas, tendo em vista identi�car fatores de risco e de proteção à saúde do ho-
mem, por exemplo, tipos de comportamento que podem ser de risco, ou méto-
dos de prevenção de diversas doenças.

É importante que você compreenda que a Psicologia da Saúde tem heranças


históricas de origens teóricas diferentes. Historicamente, surgiu a partir da
necessidade de os pro�ssionais da Psicologia atuarem na área da Saúde.

Desse modo, podemos dizer que a Psicologia aplicada à Saúde é uma área no-
va. As pesquisas têm apontado, principalmente, que o comportamento e o esti-
lo de vida do ser humano podem in�uenciar no desenvolvimento ou aumento
de doenças, e se sabe que muitos dos comportamentos que promovem e preju-
dicam manutenção à saúde são desenvolvidos na infância e adolescência.
Portanto, uma abordagem psicológica rende grandes frutos, de modo a refor-
çar comportamentos positivos e inibir os negativos.

Este conteúdo segue o modelo biopsicossocial como base para o estudo de co-
nhecimentos voltados à saúde. Com base nele, será possível observar que tan-
to os comportamentos, quanto as formas de sentir e pensar vão interferir de
maneira negativa ou positiva na saúde em geral.
Iniciaremos o com os aspectos históricos dos conceitos de saúde e do-
ença, e conheceremos a visão de saúde e doença no passado. Além disso, estu-
daremos a perspectiva biopsicossocial.

No , vamos abordar as variáveis psicológicas e de comportamento que


podem in�uenciar a saúde. Com embasamento cientí�co, será possível com-
preender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais in�uenciam a
saúde e a doença. Também, de forma mais especí�ca, abordaremos as variá-
veis que in�uenciam na dor.

No , trataremos de um tema bem atual, o estresse. Estudaremos seu


efeito no nosso organismo, e como usar estratégias de enfrentamento diante
de situações de estresse. Além disso, abordaremos o comportamento saudável
e o comportamento alimentar.

No , o foco serão as doenças crônicas e fatais, e as intervenções psicos-


sociais. Nesse contexto, estudaremos doenças como as cardiovasculares, dia-
betes, câncer, e HIV/Aids serão abordadas no . Por �m, no , trata-
remos de relações de equipes, tipos de equipes, relacionamento entre paciente
e pro�ssional da saúde.

Com o estudo desta disciplina, pretendemos que você se familiarize com os


principais conceitos da Psicologia aplicada à Saúde, possibilitando a constru-
ção do conhecimento e o desenvolvimento de estratégias assertivas no con-
texto da evolução humana, visando ao bem-estar e à saúde de todos. É impor-
tante que você tenha em mente que todos os temas que estudaremos não se
esgotam aqui; pelo contrário, eles abrem a oportunidade de você pesquisar e
se aprofundar nesse conhecimento. Aproveite as indicações nas referências
bibliográ�cas!

Vamos começar? Antes de mais nada, assista ao vídeo de abertura da discipli-


na.
2. Informações da Disciplina
Ementa
A disciplina busca compreender como fatores bi-
ológicos, comportamentais e sociais in�uenciam a saúde e a doença. Inicia
com os fundamentos da Psicologia da Saúde, abordando também as bases bio-
lógicas da saúde e da doença; as variáveis biopsicossociais frente a sofrimen-
to, doença, e dor; aspectos de estresse e saúde; comportamento saudável e
comportamento alimentar; doenças crônicas e fatais e intervenções psicosso-
ciais; fatores que contribuem ou interferem no tratamento; relação de equipe
interdisciplinar na saúde e outros modelos.

Objetivo Geral
Os alunos da disciplina serão capazes de compre-
ender a Saúde em uma perspectiva biopsicossocial. Terão condições de anali-
sar os fundamentos da Psicologia da Saúde, compreender o processo saúde-
doença e as variáveis psicológicas e comportamentais que in�uenciam saúde,
sofrimento e dor. Além disso, estudarão aspectos sobre estresse, doenças crô-
nicas e fatais. Finalizarão seus estudos conhecendo os diferentes tipos de
equipes de saúde.

Ao �nal desta disciplina, de acordo com a proposta orientada pelo professor


responsável e pelo tutor a distância, terão condições de entender os fatores
que in�uenciam a saúde e aqueles prejudiciais que in�uenciam o desenvolvi-
mento de doenças. Para esse �m, levarão em consideração as ideias debatidas
na Sala de Aula Virtual, por meio de suas ferramentas, bem como o que produ-
ziram durante o estudo.

Objetivos Especí�cos
• Conhecer os fundamentos que embasam a Psicologia Aplicada à Saúde.
• Compreender os fatores que in�uenciam a saúde, e as variáveis psicoló-
gicas e de comportamento que in�uenciam sofrimento e dor.
• Analisar o estresse e sua in�uência nas doenças.
• Re�etir sobre como se dão as doenças crônicas e fatais.
• Entender e avaliar o trabalho das equipes de saúde e o relacionamento
entre pro�ssional-paciente.
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Ciclo 1 – Fundamentos da Psicologia da Saúde

Objetivos
• Conhecer os principais conceitos de Psicologia aplicada à Saúde.
• Compreender como se deu a compreensão da saúde e da doença ao longo
do tempo.
• Analisar a perspectiva biopsicossocial e os determinantes de saúde e do-
ença.
• Entender as principais teorias psicológicas.

Conteúdos
• História da Psicologia da Saúde.
• Visão da saúde e da doença no passado.
• Perspectiva biopsicossocial.
• As principais teorias psicológicas.

Problematização
O que é o estudo da Psicologia? Quais os conceitos necessários para compre-
ender melhor esse estudo? Quais as principais teorias que fundamentaram a
Psicologia da Saúde? Qual é a perspectiva da saúde atualmente?

Orientações para o estudo


Durante o estudo deste ciclo, você deverá acessar os links indicados, pois ne-
les você terá acesso a vídeos imprescindíveis para o seu aprendizado. Lembre-
se de que adquirir conhecimentos é algo que só depende de você!
Vamos lá? Bom estudo!

1. Introdução
Durante o estudo deste ciclo, você terá a oportunidade de conhecer os funda-
mentos da Psicologia da Saúde como área de estudos. Nesta disciplina, acres-
centamos o termo “aplicada” à denominação da área, ou seja, “Psicologia
Aplicada à Saúde”, com o intuito de indicar diligência, zelo, ato de colocar em
prática a teoria. Em outras palavras, aqui, entenderemos a Psicologia da Saúde
como uma ciência aplicada.

2. A ciência psicológica e os conceitos de


Psicologia Aplicada à Saúde
Antes de iniciarmos nossos estudos em Psicologia Aplicada à Saúde, é impor-
tante conhecermos e estudarmos um pouco sobre o que é Psicologia e qual a
sua importância para as áreas de Saúde.

A Psicologia é a ciência que estuda os fenômenos psíquicos e o comportamen-


to do ser humano por meio da observação e análise de seu comportamento,
suas emoções e processos psicológicos básicos, como percepção, aprendiza-
gem, linguagem, pensamento, atenção, memória e motivação.

A Psicologia Aplicada à Saúde, por sua vez, oferece a perspectiva de que o


comportamento e/ou o estilo de vida do indivíduo podem contribuir para o de-
senvolvimento ou piora das doenças, e de que é na infância e na adolescência
que há o estabelecimento de bons hábitos e comportamentos que ajudam na
promoção e manutenção da saúde. Tais comportamentos, como hábitos ali-
mentares saudáveis, jogos e atividades físicas, são aprendidos nessas fases da
vida.

Na área da Psicologia Aplicada à Saúde, desenvolvem-se muitas pesquisas,


buscando melhorar a frequência de comportamentos saudáveis pelos indiví-
duos.
Observe o que a�rma Straub em relação ao termo “saúde”:

O termo saúde vem de uma antiga palavra da língua alemã que é representada, em
inglês, pelos vocábulos hale e whole, os quais se referem a um estado de “integrida-
de do corpo”. Os linguistas observam que essas palavras derivam dos campos de
batalha medievais, em que a perda de haleness, ou saúde, em geral resultava de um
grave ferimento corporal (STRAUB, 2014, p. 3).

A Psicologia Aplicada à Saúde foi desenvolvida a partir dos anos 1970. É uma
área recente, que não se interessa especi�camente pela situação, mas sim pe-
la vivência do sujeito com seu estado de saúde ou de doença, por como esse
sujeito participa da tríade de relações: ele com ele mesmo, ele com os outros, e
ele com o mundo. Busca desenvolver, nas pessoas, atitudes e comportamentos
proativos que promovam a saúde e realizem a prevenção de doenças.

Além disso, é importante pensar no ser humano diante do enfrentamento de


seu adoecer – com essa perspectiva, é possível ajudar o indivíduo a desenvol-
ver técnicas de enfrentamento e manejo no processo do adoecimento, consi-
derando a própria doença e suas sequelas (ALMEIDA; MALAGRIS, 2011).

Dessa forma, a Psicologia Aplicada à Saúde contribui não somente para o tra-
balho dos pro�ssionais da área da Psicologia no campo da Saúde, como tam-
bém para o dos pro�ssionais da área da Saúde em geral, no tocante à assistên-
cia, à pesquisa e ao ensino. O conteúdo abordado na Psicologia Aplicada à
Saúde inclui a saúde física e mental, além de abranger conteúdo do campo da
Medicina, buscando fatores sociais, culturais e ambientais em sua ligação
com a Saúde.

Vamos voltar um pouco no tempo e retomar os conceitos que deram origem à


Psicologia da Saúde? Na década de 1960, os estudos estavam voltados para a
área da Economia; a visão era mais materialista, e o conceito de bem-estar
material estava relacionado ao rendimento �nanceiro do indivíduo, ou seja, a
tudo aquilo que o dinheiro podia comprar. Porém, esse conceito foi ampliado,
resultando no de bem-estar global, que pressupõe uma dimensão maior da vi-
da do indivíduo, incluindo a qualidade de vida.
Esse conceito passou por pesquisas diversas e caminhou para a década de
1970 como uma segunda revolução da Saúde. Nesse momento histórico, ainda
havia o modelo biomédico de Saúde, em que se buscava a prevenção de infec-
ções. Nesse contexto, buscou-se um outro desa�o: tratar de comportamentos
como fumar, consumir álcool e drogas, colocar-se em risco. Acreditava-se que
esses hábitos estavam na origem das principais causas de mortalidade da po-
pulação da época (GALINHA; PAIS RIBEIRO, 2005). A Medicina
Comportamental começou, assim, a explorar a ação dos comportamentos
aprendidos na saúde e na doença.

Segundo Almeida e Malagris (2011, p. 186), historicamente:

[...] a Psicologia da Saúde começou com um grupo de trabalho em 1970, na


American Psychological Association (APA), e, em 1978 foi criada a divisão 38, cha-
mada Health Psychology, em resposta a uma crescente área de prática e pesquisa.
Os objetivos básicos da divisão são avançar no estudo da Psicologia como discipli-
na que compreende a saúde e a doença através da pesquisa e encorajar a integra-
ção da informação biomédica com o conhecimento psicológico, fomentando e di-
fundindo a área. Apesar de ser uma disciplina nova, a Psicologia da Saúde tem
crescido rapidamente. A APA publica, desde 1982, a revista Health Psychology, a
primeira o�cial da área. Seguindo a tendência, em 1986, formou-se, na Europa, a
European Health Psychology Society (EHPS, 2003), uma organização pro�ssional
que visa a promover a pesquisa teórica e empírica e suas aplicações para a
Psicologia da Saúde europeia. Cada país-membro possui, ainda, sua associação de
Psicologia da Saúde, que realiza atividades como congressos, simpósios, pesquisas,
dentre outras atividades.

Já nos anos 1980, o conceito de bem-estar foi subdividido em bem-estar subje-


tivo e bem-estar psicológico, com este último se referindo à autoaceitação, à
autonomia, a relações positivas, ao propósito de vida e ao desenvolvimento
pessoal.

Na década de 1990, como consequência dos estudos sobre a subjetividade hu-


mana, um grupo de pesquisadores se organizou para a Primeira Conferência
sobre Psicologia Positiva. Um desses pesquisadores, Martin Seligman, preocu-
pado com a saúde mental, defendia que esta deveria ser vista como um estado
vibrante de tonicidade muscular da mente e do espírito humanos. Os aspectos
envolvidos nesse processo seriam felicidade, otimismo, emoções positivas e
traços de personalidade mais saudáveis (GALINHA; PAIS RIBEIRO, 2005).

A subjetividade, por sua vez, é o processo, ou forma de organização mental,


necessário para a construção do psiquismo, caracterizado pelas experiências,
histórias e singularidade do indivíduo (SOUZA; TORRES, 2019).

De acordo com o modelo biomédico que fundamentava pesquisas e a prática


da Medicina na época, o indivíduo era visto como “máquina”, e a doença seria
produzida pelo próprio corpo humano. No entanto, com o surgimento de ten-
dências na Saúde, como aumento da expectativa de vida, crescimento de no-
vas patologias relacionadas ao estilo de vida (câncer, AVE etc.), passou-se a re-
conhecer a ação de forças biológicas, psicológicas e socioculturais, surgindo,
assim, a nova perspectiva biopsicossocial, que pensa a mente e o corpo em
conjunto.

Agora, para veri�car se compreendeu os conteúdos abordados neste tópico,


responda à questão a seguir.

Neste tópico, conhecemos um pouco sobre o histórico da Psicologia Aplicada


à Saúde; a seguir, veremos como, no passado, os homens lidavam com as do-
enças.

3. Visão da saúde e da doença no passado


De forma sucinta, exporemos como se formou, na história, o conceito de saú-
de. Algumas questões podem ajudar a nos nortear nesse processo: como os
homens lidavam com as doenças? Como entendiam a saúde?

No período pré-histórico (10.000 a.C.), entendia-se que as doenças eram causa-


das por espíritos do mal, tratadas com trepanação. Para a cultura do Antigo
Egito, demônios e punições dos deuses causavam doenças, as quais eram tra-
tadas com magia e formas primitivas de cirurgias.

Na Antiguidade Clássica, Galeno dividiu a saúde em estado neutro e má-


saúde. Além disso, acreditava-se que as doenças poderiam ser causadas por
elementos naturais e sobrenaturais. Hipócrates, nesse período, propôs a pri-
meira explicação racional para a doença: a teoria humoral, baseada nos hu-
mores ou líquidos corporais – bile amarela, bile negra, sangue e �euma
(STRAUB, 2014). Dessa forma, sedimentou as primeiras bases para uma abor-
dagem cientí�ca de cura.

Na Idade Média (470-1450 d.C.), houve uma retomada do caráter religioso, e, no


�nal desse período, com a ocorrência de epidemias, as explicações para as do-
enças passaram a ser ligadas a elementos como “a conjugação dos astros, o
envenenamento das águas pelos leprosos, judeus ou por bruxarias” (BACKES
et al., 2009, p. 3). Na Renascença (1600), a doença passou a ser vista como uma
condição física do corpo, algo separado da mente. Surgiu, nessa época, a teoria
miasmática, que, posteriormente, foi substituída pela teoria microbiana.

Já em 1800, com as novas descobertas da Medicina, uma vez que as células se


tornaram visíveis, abriu-se o caminho para a teoria celular. E, assim, a causa
das doenças passou a ser a ação de organismos microscópicos, e o tratamento
envolvia cirurgia ou imunização (STRAUB, 2014, p. 8).

Desse modo, o empirismo passou a in�uenciar a Medicina, e, no século 19,


com o fortalecimento da Biologia, houve in�uência da patologia celular, da �-
siologia, da bacteriologia e de outras pesquisas nas áreas biológicas. A
Medicina, assim, passou do modelo empírico para o da ciência experimental
(BACKES et al., 2009, p. 3).

No tocante à contemporaneidade, Backes et al. (2009, p. 3) sugerem que:

A promoção da saúde envolve escolhas relacionadas a valores e processos que não


se expressam por conceitos precisos e mensuráveis. Nesse sentido, termos novos
vêm sendo desenvolvidos atualmente, tais como: empowerment e vulnerabilidade,
permitindo abordagens transdiciplinares, envolvendo outras áreas do conhecimen-
to e muitos signi�cados que se originam da consideração da diferença, da subjetivi-
dade e da singularidade do que acontece na esfera individual e coletiva.

Com isso, no século 20, aproximadamente na década de 1970, o modelo biomé-


dico de saúde, considerado reducionista, foi repensado em favor da perspecti-
va biopsicossocial.

 Saiba mais!

No vídeo O que é a análise do comportamento? (https://www.youtu-


be.com/watch?v=lWAz28vKw4E), você conhecerá a prática do analista
do comportamento na Psicologia da Saúde, apresentada pela psicóloga
clínica Amanda Mendes.

Neste tópico, vimos como os homens, ao longo dos tempos, entenderam as


causas das doenças. No próximo tópico, trataremos da perspectiva biopsicos-
social.

4. Perspectiva biopsicossocial
De acordo com a perspectiva biopsicossocial, a saúde é determinada pela inte-
ração entre mecanismos biológicos, psicológicos e sociais ou culturais. E co-
mo eles interferem na saúde?

Para melhor compreender os determinantes ou fatores que in�uenciam na


saúde ou doença, podemos, com base na literatura abordada, agrupá-los nas
seguintes categorias:

Os determinantes �xos ou biológicos, de que são exemplo a idade, sexo e fatores ge-
néticos; os determinantes económicos e sociais, de que são exemplo a posição, o
estrato social, o emprego, a pobreza, a exclusão social; os ambientais, tais como a
qualidade do ar e da água, ambiente social; os de estilos de vida, sendo a alimenta-
ção, atividade física, tabagismo, álcool e comportamento sexual alguns exemplos.
Incluem-se ainda o acesso aos serviços, como educação, saúde, serviços sociais,
transportes e lazer (CARRAPATO; CORREA; GARCIA, 2017, p. 677).

No tocante aos determinantes biológicos, podemos dizer que elementos como


pensamentos, estado de humor e expectativas são considerados eventos bioló-
gicos, visto que foram promovidos pela ação do corpo humano, levando em
consideração toda a conformação genética, incluindo os diversos sistemas,
como imune, nervoso e endócrino (STRAUB, 2014).

Além disso, sabemos que a saúde é um processo dinâmico; genes predispõem


indivíduos a apresentar, ao longo da vida, certos comportamentos, que podem
ser saudáveis ou nocivos. Com isso, aspectos biológicos e psicológicos passam
a interagir de forma ininterrupta. Para a OMS:

O conceito de saúde mental [...] também re�ete a impossibilidade de separação de


ambas [saúdes física e mental], pois ressalta que a saúde mental equivale a um "es-
tado de bem-estar, no qual o indivíduo percebe as próprias habilidades, pode lidar
com os estresses normais da vida, é capaz de trabalhar produtivamente e está apto
a contribuir com sua comunidade (OMS, 2001, p. 25 apud BECKER; ROCHA, 2017, p.
342).

Como exemplo desse fenômeno, podemos citar como pessoas que apresentam
uma vulnerabilidade genética à ansiedade, sendo naturalmente ansiosas, em
conjunto com um sistema nervoso reativo, podem apresentar maior sensibili-
dade ao estresse, di�culdades no enfrentamento e maior cobrança pessoal.

Assim, a ação dos mecanismos biológicos, em interação com os processos �-


siológicos, pode acarretar problemas para um indivíduo no contexto social,
como falta de apoio e nível excessivo de responsabilidade no trabalho. Esses
fatores, interagindo entre si, podem levar o indivíduo a apresentar “gatilhos”
provocados pelo ambiente, que poderão acionar reações �siológicas, como fal-
ta de ar, coração acelerado, angústia ou dor no peito, dor de cabeça, insônia
etc.

Além disso, o contexto psicológico pode atuar sobre o indivíduo, levando-o a


avaliar e interpretar a realidade de acordo com seu funcionamento mental.
Principalmente em situações de estresse, evidências sugerem que algumas
pessoas podem ser cronicamente depressivas, tendo maior tendência a desen-
volver problemas de saúde em virtude de permanecer por muito tempo “rumi-
nando pensamentos”, isto é, elas revivem em pensamento a situação por mui-
to tempo, colocando seu organismo em constante estresse.
Nesses cenários, intervenções psicológicas podem ajudar o paciente a criar
estratégias e aprender a lidar com situações de estresse. De acordo com
Straub (2014), o estresse tem um efeito cumulativo no organismo, principal-
mente sobre o sistema autoimune.

A ação do estresse no contexto social inclui condições de vida caóticas, po-


dendo re�etir em características como gênero, dinâmicas de famílias, comu-
nidades, sociedade, classe econômica, identidade racial, cultural e étnica. E
vale dizer que os indivíduos são todos afetados pelos mesmos fatores históri-
cos e sociais de seu tempo.

Um exemplo recente desse fenômeno que podemos destacar é a pandemia de


Covid–19, que acometeu o mundo entre os anos de 2019 e 2020. As experiênci-
as vivenciadas pelas pessoas nesse período contribuíram para as crenças dos
indivíduos e para comportamentos relacionados à saúde.

As crenças são estados mentais pautados por acreditar que algo é verdadeiro
ou provável. Podem ter in�uência nos comportamentos adotados pelas pesso-
as no que se refere à saúde. Por exemplo, as crenças familiares são socializa-
das e vivenciadas no contexto familiar, e são repassadas ao longo das gera-
ções.

Outras características ligadas a crenças também podem in�uenciar o cuidado


com a saúde, como é o caso, por exemplo, de pessoas que são adeptas de uma
determinada religião e que se negam a receber sangue em cirurgias. Com isso,
nota-se o quão fundamental é a conscientização dos cuidados necessários e
da prevenção de doenças.

A seguir, na Figura 1, é possível conhecer o modelo de determinantes sociais


proposto por Dahlgen e Whitehead.
: adaptado de Buss e Pellegrini Filho (2007, p. 84).

Figura 1 Determinantes sociais: modelo de Dahlgen e Whitehead.

Ao analisarmos o modelo de determinantes sociais de saúde proposto por


Dahlgen e Whitehead, podemos notar como, na base, temos os indivíduos,
com suas diferentes características, como idade, sexo, fatores genéticos; na
camada superior, aparece o estilo de vida dos indivíduos; em seguida, temos
as redes sociais e comunitárias, caracterizadas pela ação das informações,
propagandas etc.; na camada acima, ou seja, a que está em destaque amarelo,
há a ação dos fatores relacionados a condições de vida e trabalho, que pode
contribuir para a saúde ou prejudicá-la (por exemplo, com a exposição a con-
dições perigosas ou estressantes de trabalho, e condições sub-humanas de vi-
da); na última camada estão os macrodeterminantes relacionados à condição
�nanceira, cultural e ambiental da sociedade (BUSS; PELLEGRINI FILHO,
2007).

Assista, agora, ao vídeo a seguir, dedicado aos determinantes de saúde no ido-


so. Sabemos que o envelhecimento da população mundial é um fenômeno no-
vo e que a qualidade de vida está associada, em geral, à saúde. Pensando na
saúde mental da população idosa, esta deverá ter como objetivo melhorar sua
qualidade de vida por meio de hábitos e estilo de vida saudáveis, da integração
à família e ao entorno em que vive. Con�ra o vídeo:
Para veri�car se compreendeu os conteúdos abordados neste tópico, responda
à questão a seguir.

Neste tópico, estudamos como os fatores psicossociais podem ser impactantes


na prevenção de doenças; a seguir, veremos as principais teorias psicológicas:
psicanálise, behaviorismo e Gestalt.

5. As principais teorias psicológicas


Quando falamos em Psicologia, logo pensamos nas teorias que a compõem, as
quais buscam compreender o homem, seu comportamento e sua mente, da
melhor maneira possível.

Neste material, trataremos da psicanálise, do behaviorismo e da Gestalt, bus-


cando ter a melhor compreensão do homem sobre o olhar de teorias diferen-
tes. As três teorias formam a base da Psicologia, tendo sido construídas sob
in�uência �losó�ca e de movimentos cientí�cos que direcionaram o pensa-
mento da época.

Vamos iniciar com a psicanálise.


Psicanálise
A psicanálise, fundada pelo médico vienense Sigmund Freud (1856-1939), é ca-
racterizada por um conjunto de conhecimentos sistematizados que abordam o
funcionamento da vida psíquica. O método utilizado é o interpretativo, e a prá-
tica pro�ssional é realizada por meio da análise (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO,
2018).

Ao descobrir o inconsciente, Freud fez uma contribuição para o mundo e apre-


sentou a da estrutura do aparelho psíquico, dividida em: cons-
ciente, pré-consciente e inconsciente.

Com relação ao , este foi apresentado como um sistema do apare-


lho mental regido por leis próprias e atemporal, não existindo nele a noção de
passado ou presente. No inconsciente, tudo ocorre no aqui e agora.

O está relacionado ao conteúdo acessível à consciência, como


memória, atenção etc. Já o é o momento do aqui e agora, um siste-
ma que recebe as informações do mundo exterior e interior. No consciente,
ocorre a percepção.

Logo depois, Freud apresentou a do aparelho psíquico diante


das descobertas sobre a sexualidade no centro da vida psíquica. Nessa teoria,
destacam-se os conceitos de Id, ego e superego.

Para compor essa teoria, Freud estudou a , buscou embasa-


mento na Filoso�a e em todo o conhecimento da Medicina da época, além de
ter tido in�uência de Darwin.

O é o reservatório da energia psíquica, no qual “se localizam as pulsões de


vida e de morte”. É regido pelo princípio do prazer.

Já o é originado do complexo de Édipo, a partir da interiorização das


regras, proibições, leis. A moral e os ideais são funções do superego, que é o
gerador do sentimento de culpa.
Por �m, o é a parte do aparelho psíquico que equilibra toda a pulsão que
vem do Id, as exigências advindas da realidade e as regras que vêm do supere-
go. O ego é regido pelo princípio da realidade (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO,
2018, p. 43).

Após a constituição do superego, ao longo do desenvolvimento, espera-se que


uma mudança importante possa ocorrer, quando a autoridade externa passa a
ser internalizada pelo ser humano em desenvolvimento. Dessa forma, pode-se
observar que:

Ninguém mais precisa lhe dizer “não”. É como se ele “ouvisse” essa proibição den-
tro dele mesmo. Agora, não importa mais a ação para sentir-se culpado: o pensa-
mento, o desejo de fazer algo mau se encarrega disso. E não há como esconder de si
mesmo esse desejo pelo proibido. Com isso, o mal-estar instala-se de�nitivamente
no interior do indivíduo (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2018, p. 43).

Além de contribuir com esse conhecimento, Freud levou a uma maior com-
preensão da psiquê no tocante àquilo que ele chamou de mecanismos de defe-
sa. Diante de um sofrimento, ou de um acontecimento (tanto do mundo exteri-
or quanto do interior) que o indivíduo entende, geralmente, como doloroso,
constrangedor ou desorganizador, ele tenta evitar a realidade e passa a
“deformá-la” ou “suprimi-la”, afastando esses conteúdos psíquicos de si. Para
isso, utiliza os mecanismos de defesa (BOCK; TEIXEIRA; FURTADO, 2018, p.
43).

São muitos os mecanismos de defesa e todos são inconscientes, ou seja, o in-


divíduo não percebe sua existência na forma de ser e agir no contexto. Bock,
Teixeira e Furtado (2018, p. 43) destacam alguns:
No , o indivíduo não percebe o sentido do todo, considera apenas uma par-
te. Por exemplo, o indivíduo entende a proibição como permissão, pois não “ouviu”
ou não “leu” o que estava escrito, o “não”. Na , o indivíduo regride a eta-
pas anteriores de seu desenvolvimento. Exemplo, quando o indivíduo �ca doente,
passa a apetecer comidas mais leves, “sopinhas”, “caldos”. A é a con�uên-
cia de distorções do mundo externo e interno. Exemplo, um jovem que critica os co-
legas por serem competitivos, e não se dá conta que também o é. Na
o indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convin-
cente e aceitável que justi�ca as deformações. Exemplo, o pudor excessivo (forma-
ção reativa), justi�cado com argumentos morais, ou as justi�cativas ideológicas pa-
ra a destrutividade presente na guerra, no preconceito e na defesa da pena de mor-
te.

En�m, a psicanálise tenta decifrar o inconsciente e ajudar o indivíduo a integrá-lo com


seus conteúdos à consciência. O método utilizado pela psicanálise para compreender o sin-
toma tanto individual quanto social é o interpretativo.

 Saiba mais!

Para �nalizar nossa discussão sobre a psicanálise, assista ao vídeo


A�nal, o que é a psicanálise? (https://www.youtube.com/watch?v=p-
aZn6KyOwM). Nele, Lucas Nápoli explica o que é a psicanálise e como
ela contribui para o sujeito, tornando consciente/visível aquilo que esta-
va obscuro.

Behaviorismo
O termo “behaviorismo” foi cunhado por John B. Watson em 1913, em um arti-
go intitulado A Psicologia como o behaviorista a vê. Esse termo está ligado a
“comportamento”, podendo ser usadas, para indicá-lo, as expressões “compor-
tamentalismo”, “análise comportamental”, “Psicologia Comportamental”, “aná-
lise experimental do comportamento”.

O behaviorismo se originou com Pavlov, médico russo que investigava a sali-


vação de cães. Em um de seus experimentos, Pavlov detectou que o cão passa-
va a salivar não mais com a alimentação em si, mas antecipadamente, diante
da escuta dos passos do tratador, o que foi denominado de teoria dos re�exos
condicionados. Nesse momento, ele compreendeu que os cães haviam apren-
dido um comportamento novo, estavam condicionados diante da possibilida-
de de serem alimentados.

Skinner, considerado neobehaviorista, sucedeu Watson, adotando o behavio-


rismo radical, e defendia que o comportamento está em constante mudança.
Apresentou a ideia de comportamento operante, a qual entende que todo com-
portamento opera sobre a natureza, incluindo todos os movimentos de um or-
ganismo. Além disso, considera que a natureza interfere no comportamento
humano. Por exemplo, a ação que você está realizando neste momento é um
comportamento operante.

Também existe o comportamento respondente ou re�exo, que ocorre de forma


não voluntária, a partir de estímulos antecedentes do ambiente. Esse compor-
tamento foi necessário para a sobrevivência do organismo. Como exemplos,
imagine gotas de limão pingadas sobre a língua, que produzem o re�exo de sa-
livação, o “ar frio na pele provocando um arrepio” (BOCK; TEIXEIRA;
FURTADO, 2018, p. 52).

 Sintetizando o conteúdo de behaviorismo!

Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=VW7_24SwG7M) e as-


sista ao vídeo Skinner – origens do behaviorismo. Nele, você terá uma
explicação sintética sobre os fundamentos do behaviorismo.

Gestalt
Agora veremos a Gestalt, outra escola importante. A palavra “Gestalt” é de ori-
gem alemã e não tem tradução para o português. O signi�cado mais próximo é
“a boa forma” ou “con�guração”. Essa teoria foi iniciada com as pesquisas de-
senvolvidas por Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e
Kurt Koffka (1886-1941), tendo como fundamento a psicofísica. Esses teóricos
se apoiaram nas ilusões de ótica, em que fenômenos podem ser vistos, mas
não existem. Foi a partir desse estudo que se iniciaram as investigações sobre
a percepção humana e a sensação do movimento (CARRASCO, 2023).

Nessa teoria, o pressuposto é que o organismo e o meio constituem partes de


um todo e que tanto uma parte quanto a outra se in�uenciam de modo cons-
tante. Dessa forma, ainda se tem o organismo como unidade integrada, que se
relaciona com o meio por meio do que é de�nido como fronteira de contato.

A Gestalt buscou compreender a relação entre o sujeito e o meio, com a �nali-


dade de conhecer o funcionamento psíquico do primeiro.

O con�ito gerado entre organismo e o meio pode causar a neurose, após sua
internalização pelo indivíduo. Para os gestaltistas, “a neurose é, então, o resul-
tado da tentativa desesperada do indivíduo para evitar o con�ito e recuperar o
equilíbrio na sua relação com o meio” (TENÓRIO, 2003, p. 240).

Algumas imagens são utilizadas na Gestalt, como as �guras-fundo a seguir:


Figura 2 Moça ou velha (https://super.abril.com.br

/comportamento/moca-ou-velha-o-que-voce-ve-nesta-

imagem-pode-indicar-sua-idade).

Figura 3 Faces ou vasos (https://psicoativo.com/2017/01

/percepcao-�gura-fundo-psicologia-da-gestalt.html).

Uma �gura-fundo é aquela cuja percepção por meio do sistema visual se dá,
inicialmente, pelo todo e, posteriormente, pelas partes. Na Figura 3, por exem-
plo, é possível notar a clássica ilusão de “faces e vasos”, conhecida como o
“vaso de Rubin”. Tanto a percepção do branco ou da cor escura se alternam.
 Sintetizando a Gestalt!

A Gestalt é bastante usada no design, tendo base no conhecimento da


Psicologia. Para sintetizar o conteúdo sobre a Gestalt, assista ao vídeo O
que é Gestalt? Descomplicando a psicologia da forma (https://www.you-
tube.com/watch?v=8kQfT9k1Fuw).

Para �nalizar o estudo deste ciclo, re�ita sobre sua aprendizagem e responda à
questão a seguir.

6. Considerações
Neste ciclo, estudamos os conceitos de Psicologia Aplicada à Saúde, seus as-
pectos históricos, a perspectiva da saúde e as abordagens psicológicas de ba-
se. No próximo ciclo, vamos abordar as variáveis psicossociais em situações
de tratamento: saúde, sofrimento e dor.
(https://md.claretiano.edu.br/psiaplsau-

g02363-dez-2023-grad-ead/)

Ciclo 2 – Variáveis Psicossociais em Situações de


Tratamento: Saúde, Sofrimento e Dor

Objetivos
• Compreender como a história de vida pode in�uenciar na determinação
da saúde e da doença.
• Analisar algumas variáveis psicossociais em situações de tratamento.

Conteúdos
• Aspectos da história de vida na determinação de saúde e doença.
• Variáveis psicológicas na promoção da saúde.
• Variáveis que in�uenciam a dor.

Problematização
Quais aspectos da história de vida do indivíduo podem determinar se ele po-
derá ter saúde ou doença? Quais as variáveis psicológicas na promoção da
saúde? Quais variáveis in�uenciam a dor?

Orientações para o estudo


Neste ciclo, você conhecerá alguns aspectos históricos da determinação de
doenças, importante base para os conhecimentos atuais. Além disso, estuda-
remos a dor, como avaliá-la e o seu mecanismo, importante tema para as áre-
as relacionadas à saúde. Lembre-se de acessar os links indicados, para apro-
fundar seus conhecimentos.
Vamos lá, bons estudos!

1. Introdução
No ciclo anterior, estudamos os conceitos de Psicologia aplicada à Saúde, seus
aspectos históricos, bem como a perspectiva da saúde, e as principais teorias
psicológicas. Neste segundo ciclo, vamos abordar alguns aspectos importan-
tes das variáveis que estão relacionadas à saúde, principalmente, aquelas rela-
cionadas à doença.

É fundamental que você compreenda como o comportamento humano pode


ser um fator prejudicial à saúde ou de proteção dela. Para tanto, estudaremos
os fatores biológicos (história pregressa do paciente), psicológicos (a forma co-
mo a pessoa pensa) e sociais (como o indivíduo lida com os outros).

Além disso, o pro�ssional da Saúde precisa conhecer como se dá o funciona-


mento cognitivo do paciente, a forma como ele pensa, quais são as in�uências
familiares, as crenças, os hábitos que ajudam ou prejudicam sua saúde.

2. Aspectos da história de vida na determina-


ção de saúde e doença
No modelo biopsicossocial, compreendemos que o corpo humano é formado
por muitos subsistemas, que eles sofrem in�uência da interação com o ambi-
ente social, e que o sujeito é afetado pelo funcionamento do corpo. Por exem-
plo, pensemos numa pessoa que sofre de �bromialgia: como ela lida com isso
ao longo do tempo? Como se sente?

Compreender o funcionamento dos sistemas físicos contribui para entender-


mos o quanto são necessários hábitos saudáveis. Sendo assim, estudaremos
os processos biológicos que são regulados pelo sistema nervoso.

Sistema nervoso
O sistema nervoso é considerado a parte mais importante do nosso organis-
mo. É como se ele fosse a nossa central de comandos, responsável por receber
e transmitir as informações para todo o corpo.

 Que tal descobrir como funciona o sistema nervoso?

Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=xz-xEKz6AUY) e assista


ao vídeo Como funciona o Sistema Nervoso Central?.

Ao re�etirmos sobre a consciência, logo pensamos em qualidade da mente ou


percepção de si e do mundo, em linguagem, ideias, sentido, signi�cados, esco-
lhas, pensamento, todas essas capacidades que fazem parte da consciência.

Sobre a formação e evolução do sistema nervoso, Campos, Santos e Xavier


a�rmam que:

Do ponto de vista teórico, quando um dado ambiente possui simplicidade e regula-


ridade, portanto previsibilidade, a seleção natural pode favorecer a evolução de um
sistema adaptado e otimizado para aquele ambiente. Seria essa a�rmação "�nalis-
ta" e, portanto, a evolução pré-direcionada? A resposta é obviamente não. A regula-
ridade do ambiente oferece diversas oportunidades de seleção para mutações que
levam o organismo a exibir uma resposta antecipatória ao ambiente. Embora possa
parecer que o sistema faz uma "previsão" de que o ambiente é de uma dada manei-
ra, deve-se ter em mente que o processo evolutivo (que o produziu) não é pré-
determinado; apenas selecionou o organismo mais apto (CAMPOS; SANTOS;
XAVIER, 1997, p. 181).

Então, ao abordarmos a consciência, nos referimos ao sistema nervoso, o qual


se divide em dois: o sistema nervoso central (SNC), que é composto pelo cére-
bro e medula cerebral, e o sistema nervoso periférico (SNP), que contém os
gânglios e nervos do corpo. Con�ra a Figura 1.
: Educa Mais Brasil (https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/sistema-nervoso-periferico).

Figura 1 Sistema nervoso periférico.

Por sua vez, o SNP é subdividido em dois:

• (que controla as ações voluntárias do organis-


mo), o qual envia mensagens vindas do sistema sensorial para o SNC e,
em seguida, para os músculos e glândulas, tudo isso por meio da percep-
ção captada pelos órgãos do sentido (STRAUB, 2014, p. 50).
• (involuntário, que controla as glândulas, os
músculos lisos e cardíacos), o qual liga, por meio dos nervos, o SNC a co-
ração, pulmão, intestino, entre outros órgãos internos. A percepção do in-
divíduo, ao observar a ação dos eventos ocorridos no ambiente, pode esti-
mular seu organismo a reagir, e desencadear respostas do sistema nervo-
so autônomo – por exemplo, a reatividade frente ao estresse pode ocasio-
nar a síndrome do intestino irritável.
O Sistema Nervoso Autônomo, por sua vez, se divide em duas partes: sistema
nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.

O sistema nervoso simpático é formado pelos nervos espinhais originados da


região torácica lombar da medula e compostos por gânglios distribuídos por
toda medula espinal. Uma das ações do sistema nervoso simpático é colocar
em alerta o organismo para “luta”, “fuga” ou “congelamento” diante de situa-
ções de estresse.

Já o sistema nervoso parassimpático atua em um movimento inverso, ou seja,


busca normalizar, acalmar o corpo, reduzindo os batimentos cardíacos e ou-
tras atividades restauradoras.

Vamos a um exemplo:

Em uma situação de estresse, um indivíduo se depara com um animal peçonhento; ele pre-
cisa agir rápido para salvar sua vida, então quem vai agir de forma rápida é o sistema sim-
pático, que libera adrenalina para a ação.

Cérebro e medula espinhal

O cérebro é um órgão seleto do organismo; no homem, representa 2% do peso


corporal e consome 18% da energia corporal, o que o torna distinto e mais
complexo (DALGALARRONDO, 2011).

A estrutura cerebral é formada células nervosas, os neurônios, que processam


as informações que chegam, para que o cérebro execute as ações necessárias.
O cérebro é dividido em duas metades, hemisfério esquerdo e hemisfério direi-
to. Apresenta, ainda, o córtex cerebral, o cerebelo, o tronco encefálico e o hipo-
campo. Cada uma dessas partes é responsável por uma função.

O córtex é responsável pela capacidade de pensar, pela linguagem, julgamento


e percepção; o cerebelo tem a função de manter o equilíbrio do corpo e coorde-
nar os movimentos voluntários dos músculos; o tronco encefálico, primeira
estrutura cerebral a evoluir, é responsável pelas funções involuntárias, como
respiração, batimentos cardíacos, pressão arterial; o hipocampo tem a função
de memória e aprendizado (FIOCRUZ, s. d.).

A medula espinal, por sua vez, controla re�exos vitais como respiração, bati-
mento cardíaco, salivação, respiração, tosse e espirros.

 Saiba mais!

Aprofunde seus conhecimentos sobre o cérebro clicando aqui


(http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S1519-76542010000200005&lng=e&nrm=iso) e lendo Os efeitos da
música no cérebro humano, de Carolina Octaviano (2010).

Teste seu conhecimento sobre o cérebro respondendo à questão a seguir:

Sistema límbico

Localizado na parte central do cérebro, logo abaixo do córtex, o sistema límbi-


co é responsável pelas emoções que acompanham nossos pensamentos, sen-
do muito sensível aos estímulos ambientais. É constituído por “amígdala cere-
bral, hipocampo, hipotálamo e a área septal”. Acredita-se que o sistema límbi-
co esteja relacionado a excitação sexual, agressão e dor (STRAUB, 2014, p. 53).

O ser humano vai desenvolvendo ideias e passa a ser capaz de se comunicar


por meio dos símbolos da fala e da escrita. Essa capacidade cognitiva está di-
retamente relacionada à emoção.

Sobre a relação entre sistema límbico e emoções, a�rmam Barreto e Ponte e


Silva (2010, p. 387):
A partir do desenvolvimento de novas técnicas especializadas de pesquisa em neu-
ro�siologia e em neuroimagem, mais recentemente, vem-se ampliando o interesse
pelo estudo das bases neurais dos processos envolvidos nas emoções, a partir da
caracterização e das investigações sobre o SL. Com base em diferentes resultados,
sabe-se que há uma profunda integração entre os processos emocionais, os cogniti-
vos e os homeostáticos, de modo que sua identi�cação será de grande valia para a
melhor compreensão das respostas �siológicas do organismo ante as mais varia-
das situações enfrentadas pelo indivíduo.

Sabemos que as emoções são estudadas desde a Filoso�a e, atualmente, com o


avanço das neurociências, pesquisas cientí�cas são realizadas nessa área e
acredita-se que a emoção está relacionada aos circuitos cerebrais distintos.

Vale lembrar que “[...] as emoções estão geralmente acompanhadas por res-
postas autonômicas, endócrinas e motoras esqueléticas, que dependem de
áreas subcorticais do Sistema Nervoso, as quais preparam o corpo para a
ação” (BARRETO; PONTE E SILVA, 2010, p. 387).

A anatomia do sistema límbico é composta por uma rede de neurônios ao re-


dor do núcleo central do cérebro, e pode ser considerada a “chave da porteira”,
pois está associada às memórias de medo e agressividade.

 Saiba mais sobre sistema límbico!

Você já parou para pensar sobre como o nosso cérebro reage a determi-
nadas situações que nos deparamos diariamente? Assista ao vídeo
Sistema límbico - Anatomia e funções (https://www.youtube.com/wat-
ch?v=rocMKyP0qOk) e veja como isso acontece!

Cientistas acreditam que alguns dos comportamentos associados ao autismo,


como a di�culdade de fazer contato visual e outros dé�cits no funcionamento
social, estão relacionados ao tamanho e funcionamento anormal da amígdala
(STRAUB, 2014).
Por sua vez, o hipocampo, envolvido no circuito límbico, parece estar relacio-
nado a orientação espacial, aprendizagem e memória.

Já o hipotálamo, localizado logo abaixo do tálamo, contém alguns núcleos que


podem estar relacionados a fome, sede, temperatura do organismo e compor-
tamento sexual, ou seja, acredita-se que tem relação com o sistema de recom-
pensas. Isso indica que certos vícios (álcool, alimentação e outras substânci-
as) podem surgir de uma síndrome de de�ciência de recompensas genética,
na qual há baixo funcionamento e aumento do desejo (STRAUB, 2014). Con�ra,
na Figura 2, um esquema do sistema límbico.

: Maestrovirtuale.com (https://maestrovirtuale.com/sistema-limbico-partes-e-funcoes-com-imagens/).

Figura 2 Sistema límbico.

Ainda sobre o cérebro, vamos mencionar o telencéfalo, conforme observado


por Straub (2014, p. 54):
O telencéfalo composto por 80% do peso do cérebro, formado pelo hemisfério direito
e hemisfério esquerdo, mantém conexões sinápticas. A �na camada super�cial do
cérebro, chamada de córtex cerebral, é o que faz dos seres humanos o que eles são.
Dentro dessa camada de 3 milímetros de espessura, composta por aproximada-
mente 20 bilhões de células nervosas, são encontrados centros neurais que propor-
cionam nossas capacidades sensoriais, respostas motoras hábeis, habilidades lin-
guísticas e capacidade de raciocínio.

Após estudarmos sobre o cérebro e sua comunicação por neurotransmissores,


passaremos para o sistema endócrino. Antes, porém, responda à questão a se-
guir.

Sistema endócrino
O sistema endócrino está conectado ao sistema nervoso, tendo diversas fun-
ções no corpo. Mantém uma comunicação por mensageiros químicos chama-
dos hormônios.

Os hormônios são substâncias químicas, produzidas pelas glândulas endócri-


nas, que percorrem todo o corpo, através da corrente sanguínea, até chegar ao
órgão-alvo.

No corpo humano, temos as glândulas exócrinas e endócrinas. As primeiras


possuem dutos, e secretam secreções para cavidades ou superfície do corpo.
Como exemplos, temos as glândulas sudoríparas, sebáceas, mucosas. Já as úl-
timas não têm dutos, e produzem hormônios no espaço extracelular no entor-
no das células secretoras, que passam para os capilares sanguíneos, e são
transportados pelo sangue para todas as partes do corpo.

 Saiba mais sobre o sistema endócrino!

Clique aqui (https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago


/16212515102012Elementos_de_Anatomia_Humana_Aula_9.pdf) e apro-
funde seus conhecimentos sobre o mecanismo de ação hormonal, com a
leitura de Sistema Endócrino, de José Aderval Aragão (2007).
Na sequência, estudaremos o sistema respiratório, que funciona por meio da
célula, que produz reações químicas, gerando energia e buscando oxigênio.

Sistema respiratório
O ser humano, ao inspirar oxigênio, ajuda a expelir o CO2 do organismo. O pul-
mão é o principal órgão responsável pela respiração, é nele que ocorre a troca
gasosa. Ao respirar, o ar entra pela boca ou nariz, passa por faringe, laringe,
traqueia, brônquios, até chegar aos bronquíolos. Cada bronquíolo tem, no seu
�nal, pequenos sacos chamados de alvéolos (STRAUB, 2014), nos quais ocor-
rem as trocas gasosas.

As vias aéreas conduzem o ar, sendo divididas em vias aéreas anteriores e


posteriores. O ar inalado pelas duas narinas passa a ser aquecido e umidi�ca-
do, indo para a laringe e, depois, para os brônquios e bronquíolos. Con�ra um
esquema do sistema respiratório na Figura 3:
Fonte: Diana (https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/) (2023).

Figura 3 Órgãos do sistema respiratório.

Os mecanismos de proteção do trato respiratório são variados e têm como fun-


ção a inativação de partículas e microrganismos inalados. Partículas grandes,
em aerossol, são �ltradas nas cavidades nasais, e somente as menores são ca-
pazes de atingir os pulmões. Gases, vapores e partículas menores não são �l-
tradas nas vias aéreas, alcançam os alvéolos e podem voltar a ser eliminadas
pelo ar expirado (STRAUB, 2014).

Existem doenças crônicas relacionadas ao sistema pulmonar, como asma ou


outras doenças crônicas não infecciosas. Conhecer o funcionamento do orga-
nismo e o comportamento do indivíduo contribui para a melhor orientação e
prevenção contra elas.

A seguir, estudaremos o sistema digestório, e sua relação com as ações do in-


divíduo e do ambiente.

Sistema digestório
Sabemos que a digestão se inicia na boca, onde ocorre a quebra do alimento
em moléculas. Em seguida, há a deglutição através da faringe e do esôfago, até
o estômago. Ao chegar neste, o bolo alimentar passa por uma estocagem gás-
trica, havendo a ação da saliva e do suco gástrico, gerando o quino, o qual se-
gue para o duodeno-intestinal (ROCHA et al., 2013).

No duodeno-intestinal, ocorrem as transformações digestórias principais,


com a absorção dos alimentos. É a partir do duodeno que o estômago é esvazi-
ado, e ocorrem a absorção e o envio dos nutrientes para o corpo.
Em seguida, o intestino grosso recebe os elementos que não foram absorvidos,
sendo “transformados em fezes compostas de 30% dos alimentos não digeri-
dos, 30% de massa bacteriana sapró�ta, 30% de células descamativas intesti-
nais e 10% de muco e água” (ROCHA et al., 2013, p. 100).

Atenção!
É importante observar que o alimento passa por um processo dentro do organismo.

Por �m, temos o processo defecatório, englobando intestino grosso, cólon e re-
to. O cólon absorve muita água, a qual é proveniente da própria ingestão de lí-
quidos e de secreções gastrointestinais. Algumas doenças são relacionadas ao
aparelho digestório, como gastrite, úlceras, doenças hepáticas que podem che-
gar a atingir o cérebro, ocorrendo a encefalopatia hepática, que pode levar a al-
teração de comportamento, confusão acentuada e esturpor, podendo chegar a
morte (ROCHA et al., 2013).

Após nossa abordagem sobre os processos biológicos do corpo e seus diversos


sistemas, no próximo tópico, vamos falar de dor.

3. Dor
Shakespeare a�rma que "A dor enerva a alma, deixa-a temerosa, degenera-a; a
dor é o veneno da beleza" (apud NEUBARTH, 2011). A dor é um importante si-
nal de que algo não vai bem no organismo.

Sente-se dor a partir do momento em que os sinais nervosos carregados de in-


formações são enviados ao cérebro e se inicia o sofrimento de acordo com a
singularidade do indivíduo. Sabe-se que a dor é um fenômeno “sensorial e
emocional”, e a Psicologia se soma às áreas da saúde nas práticas clínicas de
controle da dor (PORTNOI, 2014).

Pro�ssionais e pesquisadores que atuam na assistência à saúde precisam co-


nhecer a �siologia da dor. Então, o que é dor?

A dor se dá de diferentes maneiras: uma sensação física como de um arra-


nhão; a dor emocional de perder um ente querido, ou de �nalização de um re-
lacionamento, até considerada como estresse severo; a dor de fadiga muscu-
lar; e aquela considerada dor clínica, que necessita de atendimento médico.

Como já mencionamos, a dor é importante para os pro�ssionais da área da


Saúde. Além disso, os familiares de pacientes com dor, o sistema de saúde e a
sociedade sentem o impacto da dor do paciente, particularmente quando esta
é persistente, refratária a tratamentos ou crônica.

Nesse sentido, a dor se torna um importante problema de Saúde Pública e ilus-


tra de forma clara o modelo biopsicossocial – sendo importante lembrar que
esse modelo abrange os mecanismos biológicos, psicológicos e sociais que
ajudam a moldar a resposta à dor.

Como exemplo, imagine um indivíduo que martela seu dedo. São observados
estímulos dolorosos que são processados pelo corpo, a sensação de �sgada.
Em conjunto, ocorre uma resposta emocional que a pessoa pode expressar ou
inibir. Podem ser apresentados também fatores comportamentais, como fra-
queza, em conjunto com fatores sociais, como um pedido de ajuda.

Você sabia que não sentir dor é perigoso para a saúde? E que podemos catego-
rizar a dor?

Straub (2014) classi�ca a dor em três categorias de acordo com sua duração:
aguda, recorrente e crônica.

A é a�itiva e pungente, se localiza em uma área ferida do corpo.


Essa dor é biologicamente bené�ca, pois alerta, avisa, leva à procura por trata-
mento. Dores desse tipo são, por exemplo, as advindas de queimaduras, fratu-
ras, fadiga muscular ou dores do pós-cirúrgico.

A , por sua vez, abrange episódios de desconforto intercalados


com períodos nos quais a pessoa está relativamente sem dor, e que se repetem
por mais de três meses.

Já a é de�nida como aquela que dura seis meses ou mais, ou seja,


abrange muito mais do que o período de cura normal, podendo ocorrer de for-
ma contínua ou intermitente, com intensidade moderada ou grave, e ser senti-
da em quase todos os tecidos do corpo (STRAUB, 2014).

Cabe destacar que a dor crônica está presente em todas as doenças que ma-
tam, ou seja, compreende-se que a dor é a dimensão silenciosa dos doentes
que sofrem dessas doenças, pois, a despeito do controle da doença sistêmica, a
dor é que lhes causa, além de sofrimento, grande perda na qualidade de vida.

Em termos psicológicos, a dor crônica aumenta a vulnerabilidade à infecção e


tem um custo psicológico devastador, pois abala a autoestima e a pessoa pode
apresentar insônia, raiva, sensação de abandono e outras perturbações.

Tomemos um exemplo: indivíduos com dor lombar crônica também tendem a


apresentar taxas mais elevadas de depressão e transtornos da personalidade e
maior probabilidade de beber e usar outras substâncias.

Assista, ao vídeo a seguir que aponta como equipes de saúde podem criar es-
tratégias práticas para lidar com a dor. Ajudar o paciente a buscar alívio para
a dor crônica é importante papel da Saúde Pública.
Dor em câncer
Casos de câncer são outro exemplo em que a dor ocorre em todas as fases da
doença e pode ser o primeiro e único sintoma dela. A dor no câncer é talvez o
modelo mais completo e complexo de dor, pois comporta diferentes origens
para a dor total: a doença, suas complicações, o tratamento e as morbidades
associadas podem contribuir.

Em alguns tipos de câncer, como o de cabeça e pescoço, a dor é muito frequen-


te

No tocante ao tratamento da dor em casos oncológicos, Portnoi (2014, p. 79)


a�rma que:

Saunders ouvia os pacientes em seus contextos cultural e relacional, observava a


maneira como se expressavam, registrava e monitorava os resultados de desenvol-
vimento da dor e o controle dos sintomas na tentativa de não somente entender o
mundo da dor, mas também de mudá-lo. Com tantas novas ferramentas para o alí-
vio do sofrimento do paciente oncológico, Saunders

, , sendo a mor�na o medicamento mais


adequado nesses casos.

Ainda hoje os médicos têm uma formação no modelo biomédico, uma visão
biológica da doença, cuja técnica é voltada para a cura, e não para o cuidado.
Há di�culdades em lidar com as emoções do paciente e com suas próprias
emoções elicitadas na relação com o paciente (PORTNOI, 2014).

O paciente com câncer, com dor crônica, pode não receber a atenção e o trata-
mento adequados pelo médico, podendo ser considerado como paciente-
problema. Sempre é importante considerar fatores como ansiedade, depres-
são, suporte social, e preferências do paciente em termos de plano de trata-
mento.

Mensuração da dor
A mensuração da dor pode ocorrer por meio da observação sistemática do
comportamento, atentando-se a elementos como: tempo que o indivíduo passa
na cama, número de queixas verbais e pedidos de analgésicos.

As escalas de avaliação da dor podem se basear em relatos verbais, nos quais


a pessoa escolhe, a partir de uma lista, a palavra que descreva a dor de forma
mais precisa.

A seguir (Figura 4), veremos um exemplo de escala de faces de dor, que pode
ser apontada pela criança ou adolescentes no próprio leito. A Faces Pain
Scale-Revised (FPS-R) é amplamente utilizada em indivíduos dos 4 aos 16
anos de acordo com Silva e Thuler (2008, p. 345).

: Silva e Thuler (2008, p. 345).

Figura 4 Escala de faces de dor (FPS-R).

Você sabia que existem outras escalas que possibilitam avaliar a dor de um
paciente? Apresentamos apenas um exemplo e sugerimos que você pesquise
sobre as escalas que podem ser usadas para a veri�cação do nível de dor.

A �siologia da dor
Pensemos num exemplo de uma pessoa que sofre uma queda. No momento
desta, ocorrem intensamente reações elétricas e bioquímicas. A dor começa
quando os receptores sensoriais próximos à superfície do corpo, convertendo
um estímulo físico em impulsos neurais.

Ao cair e bater o cotovelo no chão, ocorre uma pressão que ativa os receptores
da pele que recobre o cotovelo, os quais estimulam os neurônios do sistema
nervoso periférico, que transmitem a mensagem ao cérebro. Somente quando
o cérebro registra e interpreta esse impulso neural, sente-se dor. O que ocorre
entre a estimulação dos receptores sensoriais e a interpretação pelo cérebro é
ainda objeto de pesquisas (STRAUB, 2014).

Os terminais nervosos livres contribuem para a experiência de dor. Fatores


psicológicos, como prestar atenção à dor, o estado emocional e a maneira co-
mo se interpreta uma situação, podem determinar se o indivíduo sente dor ou
não.

A percepção de dor é auto-observada, adquirida por meio de processos de


aprendizagem, sendo o relato verbal (oral ou escrito) uma das formas de des-
crever e comunicar essa percepção.

Em todas as culturas, a dor é um tipo de sensação descrita como algo desagra-


dável, independentemente da sua duração (aguda, crônica, episódica) ou da
sua origem (provocada por nocicepção ou desaferentação, mista ou psicogêni-
ca).

A dor nociceptiva é causada pela estimulação dos receptores de dor, como as


terminações nervosas da pele; já a dor por desaferentação é causada pela per-
da ou interrupção das vias sensoriais aferentes. A ausência de inibição causa
uma hipersensibilidade com ativação espontânea das vias dolorosas
(STRAUB, 2014).

En�m, os conhecimentos atuais sobre a �siopatologia da dor permitem me-


lhor compreensão de seus aspectos biopsíquicos, favorecendo a evolução de
novas formas de tratamento para as diversas síndromes e condições doloro-
sas existentes (ROCHA, 2015).

Desejamos que os conteúdos abordados tenham possibilitado a sua aprendiza-


gem e solicitamos que responda à questão a seguir para testar o seu aprendi-
zado.

4. Considerações
Chegamos ao �nal de mais um ciclo e esperamos que você tenha aproveitado
para aprofundar seu conhecimento com as leituras indicadas, pois os temas
abordados neste ciclo são importantes para sua formação. No próximo ciclo,
estudaremos o estresse e seus efeitos.

É fundamental que você saiba que este conteúdo não se completa aqui; pelo
contrário, é importante que você pesquise a bibliogra�a citada ou outras fon-
tes de pesquisa para ampliar seu conhecimento sobre os temas abordados.
(https://md.claretiano.edu.br/psiaplsau-

g02363-dez-2023-grad-ead/)

Ciclo 3 – Enfrentamento do Estresse, Comportamento


Saudável e Comportamento Alimentar

Objetivos
• Compreender as fases do estresse e seu enfrentamento.
• Re�etir sobre o comportamento saudável.
• Analisar o comportamento alimentar.

Conteúdos
• Fases do estresse e seu enfrentamento.
• Comportamento saudável.
• Comportamento alimentar.

Problematização
Quais as fases do estresse? Quais os tipos de estresse e doenças relacionadas a
eles? Quais os comportamentos saudáveis? O que é um comportamento ali-
mentar? Quais os principais riscos da obesidade?

Orientações para o estudo


Neste ciclo, você vai conhecer os mecanismos do estresse e as melhores for-
mas para lidar com ele, bem como a importância de ter um comportamento
saudável para a qualidade de vida. Acesse os links indicados, pois eles são
fundamentais para o seu conhecimento.

Vamos lá, boas leituras!


1. Introdução
No ciclo anterior, estudamos fatores determinantes da nossa vida que podem
afetar a saúde, tais como o funcionamento dos sistemas físicos, dentre os
quais destacamos os sistemas nervoso (especialmente o cérebro), límbico, en-
dócrino, respiratório e digestório. Além disso, vimos como a dor pode ser um
alerta de que algo não está bem e de que o indivíduo deve procurar um médi-
co, e conhecemos também a categorização da dor em aguda, recorrente e crô-
nica.

Neste terceiro ciclo de estudos, vamos tratar das fases e tipos de estresse, os
quais podem afetar a saúde. Além disso, abordaremos mecanismos para lidar
com o estresse, que podem fazer diferença na percepção do mesmo. Por �m,
iremos analisar os comportamentos saudáveis e também o comportamento
alimentar.

2. Fases do estresse
Segundo Shor (apud BRAGA et al., 1999, n. p.):

O homem primitivo trabalhava apenas vinte horas por semana, caçando animais
nas proximidades e colhendo frutos das árvores. Embora também estivesse sujeito
ao estresse pelo medo dos predadores, tempestades e tribos inimigas, o número de
agressões que sofria diariamente era bem mais reduzido.

Algumas situações contribuíram para o aumento do estresse, tais como o en-


frentamento do calor e do frio, a fome, a sede, a presença de doenças etc.

Vejamos, a seguir, algumas de�nições da palavra “estresse”:


Nas ciências físicas, a de�nição do estresse [...] designava um estado de tensão
num sistema induzido por uma força externa que tenderia a deformá-lo. A dilata-
ção de um �o metálico que se observa mediante a colocação de um peso em uma
de suas pontas serviria como exemplo [...] o estresse era facilmente explicado em
termos dos agentes causais, do processo e das consequências observadas (FARIAS,
1985, p. 98-99).

O estresse é, ainda, de�nido como:

[...] um desequilíbrio substancial entre demanda (física e/ou psicológica) e a capaci-


dade de resposta, sob condições em que a falha em satisfazer aquela demanda tem
importantes consequências (WEINBERG; GOULD, 2017, p. 75).

Em 1934, começou a �car famoso o húngaro Hans Selye (1907-1982), jovem en-
docrinologista na McGill University em Montreal pela identi�cação de um no-
vo hormônio (ZUARDI, 2010, p. 1).

Hans administrava uma injeção diária do extrato de ovário bovino nos ratos.
Quando ia inserir a agulha, o rato se mexia, levando-o a errar o local da inje-
ção. Passou a segurar o rato com mais força, o que levava o rato a morder o
pesquisador, que derrubava o animal no chão e precisava correr atrás dele pe-
lo laboratório antes de conseguir concluir a injeção.

Depois de vários meses, ocorreu uma descoberta: a maioria dos ratos havia de-
senvolvido úlceras hemorrágicas, atro�as do timo (que produz linfócitos que
combatem doenças) e aumento das glândulas adrenais.

Para Selye (apud FIGUEIRAS; HIPPERT, 1999, p. 41, grifo nosso):


O estresse é o estado que se manifesta através da Síndrome Geral de Adaptação
(SGA). Esta compreende: dilatação do córtex da supra-renal, atro�a dos órgãos lin-
fáticos e úlceras gastro-intestinais, além de perda de peso e outras alterações. A
SGA é um conjunto de respostas não especí�cas a uma lesão e desenvolve-se em
três fases: 1) , caracterizada por manifestações agudas; 2)
, quando as manifestações agudas desaparecem e; 3) ,
quando há a volta das reações da primeira fase e pode haver o colapso do organis-
mo. Selye a�rma que o estresse pode ser encontrado em qualquer das fases, embora
suas manifestações sejam diferentes ao longo do tempo. Além disso, não é neces-
sário que as três fases se desenvolvam para haver o registro da síndrome, uma vez
que somente o estresse mais grave leva à fase de exaustão e à morte.

Para Selye, duas ideias importantes foram criadas a partir dessa análise. Uma
é de que “o corpo tem uma resposta notavelmente semelhante para muitos es-
tressores diferentes”, e a outra é de que “os estressores, às vezes, podem deixar
as pessoas doentes”. Apesar disso, adotando-se o comportamento correto,
pode-se converter o estresse negativo em algo positivo (STRAUB, 2014, p. 75).

Sabemos que os psicólogos da saúde apontam como estressores os eventos ou


situações adversas que desencadeiam a necessidade de adaptações no en-
frentamento das pessoas, e que o estresse, por sua vez, é um processo por
meio do qual o indivíduo realização a percepção desses eventos que pode con-
siderar como ameaçadores ou desa�adores, e responde (STRAUB, 2014, p. 77).

É importante saber, então, que esse processo envolve a percepção da pessoa,


ou seja, um evento pode ser visto como adverso por uma pessoa, e por outra,
não.

O estresse faz parte da vida. Porém, ao sobrecarregar nossa capacidade de en-


frentamento, pode haver prejuízos à nossa saúde. Às vezes, ele persiste por um
longo período, como quando a pessoa perde um ente querido ou é forçada a se
aposentar.

Vamos re�etir por um momento, para tentar responder a esta pergunta: de on-
de vem o estresse?

Sabemos que ele pode vir de muitas direções, por exemplo, de trabalho, escola,
família, amigos, situações ao acaso, interações com terceiros etc.

Ele, ainda, ocorre em tempo real, quando a pessoa é forçada a lidar com situa-
ções adversas de sua vida, e também pode ocorrer apenas por meio de um
pensamento, por exemplo, quando um indivíduo pensa por diversas vezes em
um fato ocorrido, ocasionando novas descargas emocionais – chamamos esse
movimento de “ruminação mental”.

Os processos biológicos que ocorrem quando sentimos estresse podem diferir


um pouco conforme a �siologia singular e os níveis de reatividade �siológica
de cada indivíduo, mas os mesmos processos básicos afetam todos nós.

Na abordagem biopsicossocial, podemos observar o impacto do estresse em


nossa saúde. Diante dele, processos biológicos passam a ocorrer, de forma bá-
sica, em todas as pessoas. Já os processos psicológicos variam de acordo com
a personalidade e as experiências de vida de cada indivíduo, e a avaliação po-
de considerar uma situação como controlável ou incontrolável (STRAUB,
2014).

Se analisarmos a condição sociocultural de cada um, a avaliação do estresse


pode ter níveis diferentes diante de condições ambientais adversas, como en-
chentes, catástrofes, problemas cotidianos, trabalho e família.

De forma aguda, o estresse provoca uma resposta adaptativa e equipa o orga-


nismo para enfrentar o desa�o. Prepara para uma resposta de luta ou fuga,
distribuindo energia nos locais necessários para essa ação. No corpo, as pupi-
las dilatam, os hormônios do estresse são secretados e a digestão é reduzida.
Essas respostas buscam diminuir o risco para o organismo.

É fundamental observar que, quando os estressores não têm importância e


são percebidos como desa�os em vez de ameaças, eles podem ter efeitos posi-
tivos. E como é isso?

Con�ra um exemplo: se o indivíduo está cansado, voltando para casa do traba-


lho e encontra o trânsito parado ou lento, ele pode se irritar, pensar no
do seu cansaço e da necessidade de enfrentar o trânsito, buzinas etc. Essa
forma de pensar tende a aumentar o estresse.

Agora, se a pessoa pensar que, embora esteja cansada e o trânsito, intenso,


quer chegar bem em casa, e vê esse momento como um , ela pode apro-
veitar esse tempo para escutar a música de que gosta, pensar nas coisas boas
que ocorreram em seu dia e não se incomodar com o trânsito.

A forma como o indivíduo percebe o fenômeno, assim, dá signi�cado a ele e


permite buscar a solução do problema e contribuir para minimizar os níveis
de estresse.

3. Enfrentamento do estresse
As experiências estressantes podem levar o indivíduo a atuar utilizando es-
tratégias de coping (resolução de problemas). “Coping” é uma palavra anglo-
saxônica sem tradução para o português, que representa “formas de lidar
com”, “estratégias de confronto” ou “mecanismos de lidar com os agentes in-
dutores”. Segundo Dias e Pais-Ribeiro (2019, p. 55):

Coping pode ser de�nido como um conjunto de estratégias cognitivas e comporta-


mentais desenvolvidas pelas pessoas para lidar com as exigências internas e ex-
ternas da relação entre o indivíduo e o ambiente.

Assim, podemos dizer que as estratégias de coping estão voltadas à saúde


mental do indivíduo. Elas ajudam as pessoas a lidar com situações estressan-
tes, crônicas ou agudas.

Modelos de coping
As pessoas que realizam coping apresentam sentimentos de con�ança e espe-
rança de que os obstáculos podem ser superados. As in�uências psicológicas
afetam a maneira como avaliamos as situações desa�adoras como controlá-
veis ou incontroláveis, de acordo com a personalidade e a experiência de vida
(STRAUB, 2014).
Se os recursos forem adequados, é provável até que nenhum estresse ocorra;
no entanto, se a ameaça ou desa�o percebido for grande, e os recursos de en-
frentamento são baixos, é provável que ocorra estresse.

Dias e Pais-Ribeiro expõem a seguinte classi�cação de coping:

Originalmente, a teoria de estresse e coping de Folkman e Lazarus propõe um mo-


delo que divide o fenômeno em duas categorias funcionais: coping focalizado no
problema e coping focalizado na emoção [...]. Essa construção baseou-se em análi-
ses fatoriais que geraram dois fatores principais utilizados pelos pesquisadores pa-
ra de�nir os dois tipos de estratégias (Antoniazzi et al., 1998). O coping é visto nessa
formulação como tendo duas funções principais: a regulação de emoções ou an-
gústia (coping focalizado na emoção) e a gestão do problema que está causando o
sofrimento (coping focado no problema). Ambas as formas são usadas em encon-
tros mais estressantes, e as proporções relativas de cada tipo variam de acordo
com a maneira como o encontro é avaliado (por exemplo, como tendo potencial de
controle ou como não passível de controle) (DIAS; PAIS-RIBEIRO, 2019, p. 61).

Diante da situação de estresse, o indivíduo pode ter muitas reações, como o es-
gotamento nervoso ou exaustão física e mental relacionada ao trabalho. Com
isso, há queda na produtividade, o sujeito percebe maior di�culdade para efe-
tuar tarefas que antes realizava com facilidade.

Fatores socioculturais se somam ao estresse, tais como pobreza, violência de


gênero, distância da cultura natal etc.

 Que tal aprender um pouco mais sobre coping?

Para sua melhor compreensão sobre coping, leia o artigo publicado O


conceito de coping: uma revisão teórica (https://doi.org/10.1590
/S1413-294X1998000200006), de Antoniazzi, Dell'Aglio e Bandeira (1998).

Assista, no vídeo a seguir, uma breve exposição sobre como o estresse pode
in�uenciar sua memória e aprendizado, e sobre possíveis estratégias para evi-
tar esses efeitos:
É chegado o momento de testar o seu aprendizado. Para isso, responda à ques-
tão a seguir:

Neste tópico, vimos algumas estratégias para o enfrentamento do estresse. A


seguir, trataremos da importância do comportamento saudável na qualidade
de vida das pessoas.

4. Comportamento saudável
São considerados comportamentos saudáveis aqueles exercidos pelas pessoas
para melhorar ou manter sua saúde. Algumas ações são importantes nesse
sentido, tais como: fazer exercícios diariamente, usar protetor solar, adotar
uma dieta com baixo nível de gordura, ter uma boa noite de sono (ou seja, um
sono renovador), praticar sexo seguro, não fumar, entre outros (STRAUB, 2014).

A adoção de comportamentos saudáveis foi observada entre adultos jovens no


Brasil na seguinte forma:
O comportamento saudável foi in�uenciado por características sociodemográ�cas
(sexo, idade, escolaridade e estado civil), pela disponibilidade de local para praticar
esporte e a autoavaliação de saúde. Além disso, foi associado negativamente a ou-
tros comportamentos relacionados com a saúde, como o consumo de risco de bebi-
das alcoólicas. A prevalência de prática de atividade física regular foi próxima às
encontradas em outros estudos com adultos jovens; a frequência de não fumantes
foi mais elevada. O consumo de frutas e hortaliças não pode ser comparado, pois
estudos realizados entre jovens de outros países mensuram o consumo diário des-
ses alimentos (BARRETO; PASSOS; GIATTI, 2009, p. 12).

Os comportamentos saudáveis ocorrem como num continuum, e alguns deles


podem ter um impacto positivo ou negativo na saúde ou doença (STRAUB,
2014, p. 143). Por exemplo, praticar exercícios e fazer dieta podem ocasionar
uma perda de peso bené�ca; porém, se levados ao extremo, esses hábitos po-
dem desencadear um “efeito sanfona” de perda e ganho de peso que pode ser
prejudicial à saúde, ou mesmo a vigorexia.

: desenvolvida pela autora.

Figura 1 Continuum de saúde ou doença.

Outros comportamentos podem ser considerados de risco, por exemplo, beber


café em demasia e fumar são comportamentos que podem aumentar o risco
de cardiopatias. O abuso de álcool, por sua vez, tem impacto negativo sobre a
saúde física ou mental.

Podemos mencionar, ainda, como comportamento saudável ou de proteção, o


uso do cinto de segurança, cujo potencial de salvar vidas já foi comprovado.
Em contrapartida, a falta de seu uso pode gerar risco à saúde se houver envol-
vimento em um acidente de trânsito.

Vale destacar que alguns comportamentos, sejam eles saudáveis ou não, de-
sencadeiam um efeito imediato e a longo prazo sobre a saúde, como fazer
exercícios físicos ou fumar.
Como sabemos, o ser humano é capaz de adaptar seu comportamento para
atingir objetivos em benefício de sua saúde. Assim, vamos destacar o
proposto por Straub (2014), muito utilizado quando se visa a mu-
danças de comportamento de risco. Ele a�rma que o comportamento muda ao
longo dos cinco estágios. Vejamos quais são eles:

Pré-contemplação. Durante este estágio, as pessoas não estão pensando


seriamente sobre mudar seu comportamento; podem até evitar reconhecer que o
comportamento deva ser mudado.

Contemplação. Neste estágio, as pessoas reconhecem a existência de um


problema (como o hábito de fumar) e estão considerando seriamente a possibilida-
de de mudarem seu comportamento (parar de fumar) em um futuro próximo (em
geral, em seis meses).

Preparação. Este estágio envolve pensamentos e ações. Ao prepararem-


se para parar de fumar, por exemplo, as pessoas obtêm uma receita para um adesi-
vo de nicotina, entram para um grupo de apoio, buscam suporte familiar e fazem
outros planos especí�cos.

Ação. No decorrer deste estágio, as pessoas já mudaram o comportamen-


to e estão tentando manter os esforços.

: Manutenção. As pessoas nesta etapa continuam a obter sucesso em seus


esforços para alcançar seu objetivo �nal. Embora este estágio possa manter-se in-
de�nidamente, sua duração em geral é de�nida de forma arbitrária em seis meses
(STRAUB, 2014, p. 150-151).

Considerando os estágios propostos por Straub, cabe destacar que a qualquer


momento pode haver recaídas, uma ou mais vezes; portanto, recomenda-se
retomar o processo quantas vezes forem necessárias, até que haja a mudança
de comportamento.

Muitos comportamentos promovem a saúde, tais como realizar consultas médicas periódicas, manter
exames médicos em dia, fazer exercícios físicos, ter uma alimentação com baixo teor de gordura, praticar
sexo saudável, evitar café e bebidas com índice alto de cafeína, evitar energéticos com álcool (pois aumen-
ta o risco cardíaco), manter horário de sono de 6 a 8 horas por dia, manter a saúde mental, entre outros.
5. Comportamento alimentar
Para introduzir esse o tema do comportamento alimentar, é importante que
você assista ao documentário Muito além do peso (https://www.youtube.com
/watch?v=8UGe5GiHCT4), que mostra comportamentos alimentares relacio-
nados à obesidade e como os hábitos alimentares da família in�uenciam os
hábitos alimentares da criança.

Para a grande maioria da população, o ganho de peso é gordura e isso preocu-


pa os pro�ssionais da saúde, pois a obesidade é uma doença que está relacio-
nada ao aumento de riscos de desenvolver outras doenças. Para a Organização
Mundial da Saúde (OMS), doença é toda condição que leva a algum tipo de al-
teração funcional, estrutural ou comportamental, provocando sofrimento do
indivíduo (VELLOSO, 2018).

Os maus hábitos alimentares, como de�ciências nutricionais e consumo ex-


cessivo de gordura saturada, carboidratos simples e sódio, podem causar di-
versas alterações relacionadas à saúde. E vivemos em um mundo em que os
meios de comunicação e as redes sociais veiculam ou produzem notícias, re-
presentações e expectativas nos indivíduos com propagandas, informações e
noticiários, o que, muitas vezes, pode levar indivíduos a adotar esses hábitos.

Nesse cenário, o objetivo da Psicologia da Saúde é ajudar as pessoas a alcan-


çar e manter um peso saudável e não necessariamente responder a um ideal
cultural.

Para classi�car alimentação saudável, deve-se considerar muitas facetas, dependendo do


país, da região, da cultura e do momento (BRASIL, 2008).

A obesidade pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes, acidente


vascular encefálico (AVE), hipertensão, doença coronariana e outras condi-
ções crônicas que oneram o sistema de saúde. O ambiente, muitas vezes, faci-
lita que a pessoa mantenha uma alimentação com gordura saturada, açúcares,
diminuição de alimentos com �bras etc.
O indivíduo tem um per�l nutricional que pode levá-lo ou não à obesidade.
Segundo Straub (2014, p. 18):

Os primeiros hábitos alimentares do indivíduo podem estabelecer um padrão vita-


lício, e esse padrão pode levar a problemas mais tarde na vida. De fato, os alimentos
que comemos estão relacionados com 5 das 10 causas principais de morte: doenças
cardíacas, câncer, AVE, diabetes e aterosclerose.

 O que é obesidade?

Para responder esta pergunta e discutir um fenômeno crescente no


Brasil, pesquisadores e especialistas debateram para buscar compreen-
der os aspectos culturais e biológicos relacionados à obesidade. Clique
aqui (https://www.youtube.com/watch?v=-7htACAjApA&t=267s) e assis-
ta à entrevista do programa Ciência Aberta dedicada ao tema obesidade
e saiba mais sobre o assunto.

Quando o indivíduo não consegue manter uma alimentação saudável, che-


gando a prejudicar sua saúde, é necessário que seja realizada uma reeducação
alimentar e, em alguns casos, deve haver a restrição calórica.

Sabe-se que, quando se faz uma restrição calórica, o apetite aumenta e pode
levar o indivíduo a uma compulsão alimentar. Diante disso, a prevenção preci-
sa ser conjunta, articulando dieta e atividade física. Deve-se, além disso, res-
tringir o consumo dos alimentos ultraprocessados, como devemos restringir o
uso do tabaco.

É preciso ressaltar que transtornos psicológicos ligados à alimentação exis-


tem tanto na população mais magra quanto na mais obesa e, independente-
mente do caso, é necessário procurar o pro�ssional da área da Saúde para se
tratar. Existem diversos transtornos alimentares, como os listados a seguir:

• A é uma síndrome que tem por características a


presença de episódios recorrentes de compulsão alimentar, sem critério
para evitar ganho de peso (AZEVEDO; SANTOS; FONSECA, 2004).
• A é uma doença que consiste na compulsão de alimen-
tos por períodos, seguida de expurgação ou vômitos (ROMARO; ITOKAZU,
2002).
• A se caracteriza pela ausência de orexis (apetite), a
pessoa apresenta um comportamento de exagerada restrição alimentar
em busca por um peso e uma forma corporal com características de ser
magra segundo padrões que não correspondem ao senso comum e àquilo
que é recomendado pela medicina (SCHIMIDT; MATA, 2008, p. 388).

O ato de restringir a alimentação geralmente tem início na adolescência, visto


que é um momento em que ocorre o , sendo uma resposta a
uma má aceitação das mudanças corporais dessa fase.

Nesse momento de vida, o adolescente se preocupa com o peso, o qual está as-
sociado a fatores psicológicos do próprio adolescente e dos familiares. Em de-
corrência do apelo sociocultural de ser magro, pode ocorrer uma predisposi-
ção a um transtorno alimentar.

Será que você compreendeu todo o conteúdo estudado neste tópico? Veri�que
sua aprendizagem, realizando a questão a seguir.

6. Considerações
Com isso, �nalizamos o estudo deste ciclo, em que você pôde compreender os
principais fatores causadores do estresse e algumas estratégias de coping pa-
ra o seu enfretamento. Além disso, abordamos a importância de ter hábitos
saudáveis e um bom comportamento alimentar para a saúde e a prevenção de
doenças.

O conteúdo não se esgota aqui; pelo contrário, é importante que você busque
as referências bibliográ�cas citadas, bem como outras pesquisas para apro-
fundar seu conhecimento nessa área.

No próximo ciclo, vamos estudar as doenças crônicas e fatais, e intervenções


psicossociais. Vale apontar, desde já, que as doenças cardiovasculares podem
ser tratadas, diminuindo o risco de morte. O comportamento humano, seus
hábitos e atitudes podem ser um fator de proteção ou de risco para a pessoa.

Até o próximo ciclo!


(https://md.claretiano.edu.br/psiaplsau-

g02363-dez-2023-grad-ead/)

Ciclo 4 – Doenças Crônicas e Fatais e Intervenções


Psicossociais

Objetivos
• Compreender as doenças crônicas e fatais.
• Conhecer os riscos para o adoecimento.

Conteúdos
• Doenças crônicas e fatais: doenças cardiovasculares; câncer; diabetes;
HIV/Aids.
• Riscos para o adoecimento.

Problematização
Quais doenças são consideradas crônicas e fatais? Doenças cardiovasculares
e diabetes aumentam o risco de morte? Como se dá o câncer? Quais os com-
portamentos prejudiciais que podem levar o ser humano a desenvolver
HIV/Aids? Quais os riscos para adoecimento?

Orientações para o estudo


Neste ciclo de aprendizagem, vamos tratar de doenças consideradas crônicas
e fatais. Aproveite para acessar os links indicados; por meio deles, você terá
acesso a artigos ou vídeos importantes para expandir seu conhecimento e fa-
cilitar sua compreensão sobre o tema.

Vamos lá, bom estudo!


1. Introdução
No ciclo de aprendizagem anterior, abordamos como o estresse não é algo re-
cente, pois acompanha o ser humano desde a época das cavernas, e que exis-
tem algumas estratégias que podem auxiliar no seu enfrentamento. Além dis-
so, compreendemos como comportamentos saudáveis e bons hábitos alimen-
tares podem auxiliar na prevenção de algumas doenças.

Neste quarto ciclo de estudos, vamos abordar algumas importantes doenças


que podem ser fatais se não tratadas a tempo. Além disso, estudaremos os ris-
cos para o adoecimento e as intervenções psicossociais para cada patologia
discutida.

2. O funcionamento cardíaco
Como você deve saber, o bom funcionamento cardíaco é uma das áreas da
Saúde que merece sempre uma atenção especial. Por isso, é necessário ter um
maior controle em relação a pressão arterial, níveis de gordura no sangue e tu-
do o que envolve o sistema cardíaco.

O trato vascular é composto por coração, vasos sanguíneos e sangue, e tem co-
mo �nalidade o transporte de nutrientes e metabólicos para o corpo, e faz o
papel de limpeza do resto de células para os órgãos do pulmão, fígado e rins,
que �ltram substâncias (STRAUB, 2014).

Sabemos também que os vasos sanguíneos são atores importantes na circula-


ção sanguínea, são eles que, por meio de dilatação e contração, movimentam o
sangue pelo corpo.

O movimento é cadenciado e é responsável pelo funcionamento circulatório,


ou seja, à medida que as artérias se constringem, a resistência do �uxo san-
guíneo aumenta. Nesse fenômeno, temos a chamada pressão arterial, a força
exercida pelo sangue contra a parede do vaso sanguíneo.

Nesse processo, temos a chamada diástole, que é o momento em que o coração


relaxa, o �uxo de sangue �ui, o órgão se enche de sangue, e a pressão arterial
diminui; em seguida, ocorre a sístole, o coração se contrai, aumentando a pres-
são arterial.

Após conhecermos esses detalhes do sistema cardíaco e entendermos a fun-


ção primordial do coração para a vida humana, vamos de�nir melhor o que é
um coração saudável.

Sabemos que “o coração possui o tamanho de um punho fechado pesando cer-


ca de 300 gramas” (STRAUB, 2014, p. 255), e que ele é composto por três cama-
das de tecido, que são o epicárdio, o miocárdio e o endocárdio. Mais adiante,
explicaremos os três tecidos.

Aqui vamos priorizar o miocárdio, que é dividido em quatro câmaras que tra-
balham em conjunto para trazer e bombear o sangue para o corpo a partir da
eletricidade produzida. Isso mesmo – o coração produz sua própria eletricida-
de.

Observe, na Figura 1, a anatomia do coração.


Figura 1 Anatomia do coração humano (https://www.infoescola.com/anatomia-humana/coracao/).

O coração, em conjunto com os vasos sanguíneos, constitui o sistema cardio-


vascular ou circulatório.

Em cada lado do coração, existe um átrio, que se caracteriza por ser uma câ-
mara superior que coleta sangue e o bombeia para a câmara inferior. Por sua
vez, os ventrículos, que são a câmara inferior, bombeiam o sangue para fora do
coração. Cada ventrículo possui uma válvula de entrada e outra de saída.

Na sístole, temos o movimento de contração dos ventrículos, que, ao se con-


trair, bombeiam o sangue para fora do coração; já na diástole, os ventrículos
relaxam e se enchem de sangue. Assim, os batimentos cardíacos evidenciam
que o coração está bombeando o sangue.

A circulação pulmonar, por sua vez, corresponde à direção sanguínea entre o


lado direito do coração, os pulmões e o átrio esquerdo. Já a circulação sistêmi-
ca corresponde à direção sanguínea entre o lado esquerdo do coração, a maior
parte do corpo e o átrio direito (GUPTA; SHEA, 2022).

 Saiba mais sobre o coração!

Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=pys14iniNUQ) e assista


ao vídeo Anatomia do coração – vascularização, inervação e drenagem
linfática do coração.

Com relação às camadas de tecido cardíaco, como mencionamos, temos qua-


tro: epicárdio, que é a camada mais externa visceral do pericárdio seroso; pelo
lado interno do coração, o Epitélio, formado por células e um número de cama-
das de células; o Miocárdio, uma camada muscular; e o endocárdio, que reves-
te a superfície interna das câmaras e valvas. Observe um esquema dessas ca-
madas na Figura 2:

Figura 2 Camadas do coração (https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/sistema-circulatorio/).

 Saiba mais sobre a anatomia do coração!

Antes de �nalizar este tópico, assista aos vídeos disponíveis na página


Anatomia do coração (https://edisciplinas.usp.br/mod/page/vi-
ew.php?id=2610005).

Em seguida, teste seus conhecimentos respondendo à questão a seguir.


Durante o estudo deste tópico, foi possível compreender como é importante o
funcionamento cardíaco. No próximo tópico, vamos estudar as doenças cardi-
ovasculares.

Antes de prosseguir, que tal você conhecer algumas curiosidades a respeito da


área cardíaca? Nosso coração é estudado desde o século 1º, você sabia?
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre esse histórico.

3. Doenças cardiovasculares
Neste tópico, trataremos da in�uência de fatores de risco, que submetem o co-
ração a uma sobrecarga de funcionamento, ocasionando as doenças cardio-
vasculares.

Estudos apontam que as doenças cardiovasculares são, atualmente, as causas


mais comuns de morbimortalidade no mundo (RIBEIRO; COSTA; RIBEIRO,
2012). Assim, há uma grande necessidade de prevenção de doenças nessa
área, e, nesse sentido, a Psicologia da Saúde busca compreender os mecanis-
mos que podem levar ao agravo e à morte.
No funcionamento cardíaco, quando o suprimento de sangue vindo das artéri-
as coronárias passa por impedimento além do ponto crítico, o risco de o indi-
víduo desenvolver doenças cardiovasculares aumenta consideravelmente.

Dentre as doenças com maior risco de morte, podemos incluir o AVE (Acidente
Vascular Encefálico) e a doença arterial coronariana (quando for crônica), na
qual ocorre a aterosclerose.

Essas doenças se dão de forma insidiosa, ocorrem por muitos anos até que a
pessoa demonstre algum sintoma, resultando a maioria delas da aterosclero-
se. Ocorre uma in�amação no sangue, tornando-se uma in�amação sistêmica,
ocasionando a aterosclerose, que, por sua vez, pode levar a AVEs e ataques
cardíacos.

Por sua vez, a arteriosclerose leva a perda de elasticidade da artéria, é como


um elástico seco que di�culta o transporte dos grandes volumes de sangue di-
ante de um esforço físico. Torna-se assim, um ambiente inóspito, no qual a
formação de coágulos sanguíneos é mais provável, com o risco de bloquear a
artéria.

Para sua melhor compreensão, é importante conhecer a diferença entre ate-


rosclerose e arteriosclerose.

A é uma doença crônica em que o colesterol e outras gorduras se depositam


nas paredes das artérias coronárias, reduzindo a circulação para o tecido cardíaco
(STRAUB, 2014). Já a é uma doença que leva os vasos sanguíneos a perder a
elasticidade. É também chamada de “Endurecimento das Artérias”.

 Como identi�car um caso de insu�ciência cardíaca?

Clique aqui (https://eaulas.usp.br/portal/video?idItem=18430) e assista a


um vídeo que vai apresentar uma discussão de caso de insu�ciência car-
díaca aguda. A discussão do caso ocorreu entre uma professora da USP
(Patrícia Chakur Brum) e um médico cardiologista intervencionista
(David Chakur Brum).

Outras doenças podem ocorrer se não houver acompanhamento e exames de


rotina, como angina de peito, infarto do miocárdio e AVE.

Tanto a aterosclerose quanto a arteriosclerose podem avançar. Na angina de


peito, por exemplo, o indivíduo apresenta uma série de sintomas causados por
baixo nível de oxigênio, presença de isquemia da musculatura cardíaca, que
tem como resultado a dor no peito.

Nota-se que há um movimento mecânico disfuncional, o sangue chega ao co-


ração através de duas artérias coronárias e, quando esses vasos se estreitam
de forma a impedir o �uxo sanguíneo normal, aparece a dor no coração, cha-
mada de angina de peito. Essa dor extrema tende a passar em poucos minu-
tos, sem causar danos permanentes, porém é um importante fator de risco pa-
ra incidentes coronarianos futuros. Os ataques ocorrem geralmente após es-
forço incomum.

Quando falamos de infarto, falamos de morte do tecido. No caso do infarto do


miocárdio, há uma pequena porção do músculo cardíaco que começa a morrer,
ou seja, o infarto do miocárdio abrange a de�ciência crônica no suprimento de
sangue, causando uma lesão permanente no coração (STRAUB, 2014).

Já o AVE é uma doença grave relacionada ao sistema circulatório, e responsá-


vel pela morte ou incapacitação de milhões de pessoas por todo o mundo.
Quando os vasos sanguíneos que levam o sangue para o cérebro sofrem um
bloqueio ou se rompem, o suprimento mínimo de sangue que mantém o bom
funcionamento cerebral é interrompido, causando uma série de problemas
que podem resultar em morte.

Você sabia que o AVE acomete ambos os gêneros e idades diversas? E que di-
versos fatores de risco contribuem para ele, como presença de obesidade, ta-
bagismo, colesterol alto, consumo exagerado de álcool, sedentarismo, uso de
drogas e histórico familiar? E que as pessoas diabéticas ou hipertensas são as
mais propensas a desenvolver o AVE?
É importante atentar-se a estes sintomas: presença de formigamento de um
lado do corpo, perda de visão de um olho, falta de equilíbrio, momentânea dor
de cabeça. Caso alguém apresente esses sintomas, é imperativo procurar aju-
da com urgência (no Brasil, isso é realizando ligando para o número 192).

Existem dois tipos de AVE, hemorrágico e isquêmico. Observe, na Figura 3,


uma ilustração que mostra a diferença entre eles.

Figura 3 Diferença entre AVE isquêmico e AVE hemorrágico (https://dornacoluna.com.br/2021/06/qual-a-diferenca-

entre-avc-isquemico-e-avc-hemorragico/).

Sabemos que problemas de irrigação sanguínea no sistema nervoso central


podem levar à morte cerebral, ou ocasionar sequelas. No AVC isquêmico, há
um bloqueio da circulação sanguínea devido a ateromas, trombose ou embo-
lia. Já no AVC hemorrágico, ocorre um sangramento por rompimento de um
vaso sanguíneo.

Esse assunto requer sempre maior pesquisa; por isso, procure mais informa-
ções em sites cientí�cos e na bibliogra�a indicada, para que você possa apro-
fundar seus conhecimentos. No próximo tópico, vamos passar ao estudo de di-
abetes.
4. Diabetes
Um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares é o diabetes mellitus, que envolve a incapacidade do corpo
de produzir ou utilizar de forma adequada a insulina, hormônio que ajuda a
converter os açúcares e os amidos dos alimentos em energia.

Existem dois tipos básicos de diabetes:

• diabetes juvenil, chamado de diabetes mellitus dependente de insulina ou


diabetes tipo 1;
• diabetes adulto, chamado de diabetes mellitus não dependente de insuli-
na ou diabetes tipo 2.

O , que aparece na infância, normalmente entre as idades de 5 e


6 anos ou mais adiante, durante a adolescência, é uma doença autoimune, em
que o sistema imune ataca as células ilhotas do pâncreas, que produzem insu-
lina e glucagon (STRAUB, 2014).

Em um indivíduo saudável, as ações opostas desses hormônios ajudam a re-


gular o nível da glicose no sangue. O glucagon estimula a liberação de glicose,
fazendo os níveis de açúcar no sangue aumentarem, e a insulina diminui os
níveis de açúcar no sangue, fazendo as células absorverem glicose da corrente
sanguínea mais livremente.

Os sintomas do diabetes tipo 1 incluem sede e urinação excessivas, desejo por


doces, perda de peso, fadiga e irritabilidade. São o resultado da incapacidade
do corpo de metabolizar a glicose como energia, forçando-o a se alimentar
com suas próprias gorduras e proteínas.

O é uma forma mais moderada da doença, que normalmente


aparece após os 30 anos, sendo encontrada em mais de 90% de todas as pesso-
as diabéticas.

Ele resulta da resistência à insulina – também chamada de intolerância à gli-


cose –, uma condição em que as células ilhotas do pâncreas não conseguem
produzir insulina su�ciente e/ou em que há uma insensibilidade à insulina
causada pela diminuição no número de receptores de insulina nas células-
alvo.

Os sintomas incluem urinação frequente, menstruação irregular, fadiga, recu-


peração lenta de cortes e arranhões, secura na boca e dor ou cãibras nas per-
nas, nos pés e nos dedos das mãos.

A diabetes tipo 2 é mais comum entre mulheres, pessoas obesas, membros de


determinados grupos étnicos e indivíduos com baixo status socioeconômico.
Já em relação aos casos graves, observe a orientação de Straub:

Na diabetes, em casos graves de má circulação e perda da sensação nas extremida-


des, a amputação dos dedos dos pés ou dos próprios pés pode ser necessária. De
modo geral, o risco de morte para portadores de diabetes é duas vezes maior que o
de pessoas que não têm a doença (STRAUB, 2014, p. 279).

 Qual a diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2?

Assista ao vídeo Diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2


(https://www.youtube.com/watch?v=FfIIrZ_NtoM), e conheça a explica-
ção do prof. dr. Luiz Carneiro e identi�que qual é a diabetes mais grave
para o fígado.

Ainda existe o chamado diabetes gestacional (https://www.youtube.com/wat-


ch?v=7oJCiOmYgEQ), uma forma temporária de resistência à glicose que, em
geral, ocorre na metade da gravidez, como resultado da incapacidade da mãe
de produzir insulina su�ciente. Ela costuma normalizar após o parto do bebê,
mas as mulheres que o apresentam têm um risco maior de desenvolver diabe-
tes tipo 2, assim como aquelas que deram à luz bebês que pesavam 4 kg ou
mais ao nascer.

Em ambos os tipos de diabetes, podem ser desenvolvidos dois problemas com


o açúcar no sangue: a hipoglicemia (nível muito baixo de açúcar) e a hipergli-
cemia (nível muito alto de açúcar).

Responda à questão a seguir para �nalizamos o conteúdo sobre diabetes.

Agora vamos estudar sobre o câncer.

5. Câncer
De acordo com o Inca (2020, p. 6):

O câncer é um dos problemas de saúde pública mais complexos que o sistema de


saúde brasileiro enfrenta, dada a sua magnitude epidemiológica, social e econômi-
ca. Ressalta-se que pelo menos um terço dos casos novos de câncer que ocorre
anualmente no mundo poderia ser prevenido.

Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças ma-
lignas relacionadas, que têm em comum o crescimento desordenado de célu-
las. Nem todos os tumores são cancerosos. Em termos de malignidade, sabe-
se que as células cancerosas com frequência têm a capacidade de migrar de
seu local de origem e atacar, invadir, destruir tecidos ao redor.

Existem quatro tipos de cânceres, relacionados no Quadro 1 a seguir:

Descrição dos tipos de cânceres.


Câncer que ata-
ca as células
Câncer do sistema linfáti-
epiteliais que
co. Pode ocorrer a doença
cobrem as su- Câncer típico Câncer que
de Hodgkin
perfícies inter- de ocorrer nos ataca o sangue
(https://www.gov.br
nas e externas músculos, os- e o sistema
/inca/pt-br/assuntos
do corpo. sos e nas carti- produtor de
/cancer/tipos/linfoma-
Incluem de lagens. sangue.
de-hodgkin) e o linfoma
mama, de prós-
não Hodgkin.
tata, de pul-
mões e de pele.
: Straub (2014, p.289).

Se observarmos fatores de risco para câncer, as diferenças étnicas desempe-


nham um papel importante. Por exemplo, os afro-americanos tendem a fumar
mais e a seguir dietas mais gordurosas do que os norte-americanos brancos,
dois comportamentos implicados em muitas formas de câncer (STRAUB,
2014).

Além disso, são fatores de risco para câncer uso de tabaco e bebidas alcoóli-
cas; exposição excessiva ao sol; alguns vírus; presença de irradiação; bem co-
mo causas internas, como hormônios, condições imunológicas e mutações ge-
néticas, entre outras.

Diante dos fatores de risco apresentados, alguns cuidados precisam ser toma-
dos, como:

• reduzir o consumo de alimentos e bebidas que promovam o ganho de pe-


so, ou seja, alimentos densos em energia e bebidas açucaradas;
• comer principalmente alimentos de origem vegetal;
• limitar o consumo de carne vermelha e evitar carne processada;
• limitar o consumo de bebidas alcoólicas;
• reduzir o consumo de sal;
• evitar cereais e legumes inteiros que estejam com mofo (não adianta cor-
tar só a parte afetada, pois os fungos já produziram esporos fúngicos em
todo o legume).
 Saiba mais sobre câncer!

Para isso, assista ao vídeo Introdução ao Câncer (https://eaulas.usp.br


/portal/video.action?idItem=6776), de Ema Elissen Flores Diaz e Roger
Chammas.

Lembre-se: é importante que você busque mais conhecimentos sobre câncer


para sua vida pessoal e pro�ssional. A literatura cientí�ca está em constante
produção de novos materiais e as pesquisas não param; por isso sempre é
bom pesquisar. A seguir, vamos estudar HIV e Aids.

6. HIV e Aids
Segundo a Secretaria da Saúde do Paraná (PARANÁ, 2023, n. p.):

A síndrome da imunidade adquirida (aids) é uma doença fatal causada pela infec-
ção do Vírus da Imunode�ciência Humana (HIV). O vírus ataca o sistema imunoló-
gico, que é o responsável por defender o organismo de doenças.

Em termos históricos, sabemos que o HIV é um vírus originado das famílias


de primatas, chimpanzés e macacos. Já a doença conhecida como Aids pas-
sou a afetar o ser humano, e ainda ninguém sabe exatamente como se iniciou
esse processo.

 Saiba mais!

Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=l5jO5nAKGls) e assista


ao vídeo HIV / Aids – uma explicação clara, simples e direta: o que é?
Quais os sintomas? Tem tratamento?, e tenha uma visão geral sobre o as-
sunto.
O HIV é um retrovírus, pois funciona injetando uma cópia de seu próprio ma-
terial genético no DNA da célula T (célula hospedeira). Assim, consegue se re-
plicar dentro das células, fazendo cópias de si mesmo.

O DNA infectado pode permanecer adormecido por determinado período. Um


dia, o linfócito infectado será ativado contra outro vírus ou algum corpo estra-
nho. A partir disso, ele se divide, replicando o HIV. Nesse ciclo, muitas partícu-
las de HIV surgem da célula infectada e invadem outros linfócitos (STRAUB,
2014).

Nesse processo, há um período de incubação prolongado; por isso, a pessoa


contaminada não percebe o vírus do HIV no organismo, somente depois de
longo tempo haverá o surgimento dos sintomas da doença. Ocorre a infecção
das células do sangue e do sistema nervoso, e a supressão do sistema imune.

É importante especi�car que quem é soropositivo não necessariamente tem


AIDS. A principal orientação é que a pessoa diagnosticada com HIV inicie o
tratamento com antirretrovirais imediatamente. Dessa forma, vai conseguir
proteger seu sistema imune.

De acordo com informações do site da Secretaria da Saúde do Paraná


(PARANÁ, 2023), é preciso considerar a chamada janela imunológica, que con-
�gura o tempo entre a infecção pelo HIV e a primeira detecção de anticorpos
anti-HIV, os quais são produzidos pelo sistema imune. Em geral, esse tempo é
de por volta de 30 dias. Nesse período, o vírus já pode ser transmitido, mesmo
que o resultado do teste que detecta os anticorpos anti-HIV seja não reagente.

A pessoa acometida pelo vírus pode apresentar, na primeira fase de infecção,


glândulas linfáticas edemaciadas, dor de garganta, febre, diarreia crônica, dor
óssea, infecções ginecológicas (em mulheres), problemas neurológicos (por
exemplo, esquecimento, desatenção etc.) e, em alguns casos, rash cutâneo.
Esses sintomas, muitas vezes, são tão leves que passam despercebidos ou não
são lembrados.

As vítimas de Aids podem experienciar depressão, em decorrência de possível


afastamento da família e do apoio social, situações de perda de emprego, ou
sofrem com a alteração de sua imagem, com a progressão do tratamento ou da
doença. É importante destacar, porém, que nem todos os portadores de HIV
desenvolvem transtornos psiquiátricos.

A transmissão de HIV se dá por meio:

• sexo (genital, anal, oral) sem o uso de camisinha;


• uso de seringa por mais de uma pessoa (por isso recomenda-se não com-
partilhar seringas);
• transfusão de sangue contaminado;
• gravidez, parto e amamentação (da mãe infectada para seu �lho);
• ferimento por instrumentos cortantes ou perfurantes não esterilizados.

 Saiba mais sobre o HIV!

No vídeo HIV, o professor Dorival Filho apresenta a estrutura do vírus


HIV, seu ciclo dentro da célula e a imediata importância do tratamento
medicamentoso. Clique aqui (https://www.youtube.com/wat-
ch?v=SEiCTPB0fYA) e assista a ele.

Vale lembrar que muitas informações importantes sobre HIV/Aids constam


na literatura e merecem atenção e muito estudo por parte dos pro�ssionais da
Saúde. Tenha sempre em mente que nenhum conhecimento se esgota aqui,
aproveite seu tempo e pesquise!

Faça agora uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua aprendizagem, respon-
dendo à questão a seguir.

7. Intervenções psicossociais
Para �nalizar os temas propostos para este ciclo, faremos um questionamento
relevante: como promover a saúde em uma intervenção psicossocial?

Aos pro�ssionais da saúde, diversas ações são possibilidades de intervenção


psicossocial. Necessariamente, elas se baseiam em recursos disponíveis nos
contextos de atendimento à saúde.

Em um estudo realizado em uma Unidade de Saúde da Família (USF) do mu-


nicípio de Vitória/ES (SOUZA et al., 2015), observou-se que as intervenções são
coordenadas por pro�ssionais da USF: educadora física, psicólogo, enfermeiro,
duas agentes de saúde, uma estagiária de farmácia e um professor universitá-
rio, funcionando como consultoria voluntária. Nesse cenário, foram abordadas
questões éticas, e que buscavam lidar com o fato de que homens procuram as-
sistência de forma tardia ou emergencial. Sobre a experiência, os autores ex-
plicam:

A prática da clínica ampliada pressupõe postura de acolhimento do pro�ssional


em relação às falas dos usuários; a elaboração de questões não só sobre a doença,
mas sobre o estilo de vida; a atenção aos afetos e vínculos construídos entre pro�s-
sionais e entre eles e usuários e a elaboração compartilhada das decisões clínicas.
A clínica ampliada, especialmente importante para a atenção a condições crônicas,
busca promover a corresponsabilização, ou seja, a participação ativa do usuário na
construção de práticas de saúde. Promovem-se alternativas à solução-padrão me-
dicamentosa, alternativas que impliquem na construção de novos estilos de vida, o
que inclui estabelecer e/ou transformar vínculos interpessoais e inserções socio-
culturais (BRASIL, 2009; CAMPOS, 2003 apud SOUZA et al., 2015, p. 935).

Duas ações foram descritas como de apoio ao homem:

• As “ações de sábado”, que visaram promover, aos sábados pela manhã,


trimestralmente, atividades de saúde, recreativas, preventivas e de edu-
cação em saúde, o que permitiu identi�car usuários de álcool.
• Posteriormente, a composição de um Grupo de Homens, no qual se desen-
volviam temas voltados a estratégia de alternar atividades de educação
em saúde e atividades de o�cina terapêutica.

Nas o�cinas terapêuticas ou em grupos de apoio, diversas áreas da saúde po-


dem contribuir, com pequenas palestras, atividades recreativas, grupo de roda
de conversa, grupos de apoio, espaços de escuta com exposições dialogadas
sobre diversos temas. A abordagem destes pode ser iniciada por meio de uma
reportagem, sugestões dos próprios membros, textos literários, jornais, músi-
cas, vídeos, desenhos produzidos pelos participantes etc.

Outro foco de destaque para intervenções psicossociais diz respeito a cuidado-


res de pessoas incapacitadas. Eles também precisam de cuidados, pois a tare-
fa de cuidador é complexa e exigente. Assim, é necessário que o cuidador de-
senvolva competências que o capacitem para o cuidado consigo próprio.

Para esse público, utiliza-se a psicoeducação para alicerçá-lo com conheci-


mentos necessários para lidar com a evolução da doença, o melhor manejo do
cuidado e o seu próprio bem-estar físico e mental.

Os pro�ssionais da Saúde que podem se envolver nas intervenções psicossoci-


ais são: médicos, psicólogos, enfermeiros, �sioterapeutas, terapeutas educaci-
onais, biomédicos, pro�ssionais da Estética, educadores físicos, terapeutas
ocupacionais, entre outros.

As intervenções psicossociais podem ser direcionadas também a grupos de


idosos. A vivência no grupo proporciona re�exão sobre a forma de estar no
mundo, valores, direitos e o importante papel da interação na comunidade.
Observe o que argumentam Rabelo e Neri (2013, p. 45):

Os grupos para idosos são espaços que utilizam o diálogo e a comunicação como a
base de suas atividades. São inúmeros os benefícios advindos da participação nes-
te tipo de proposta de intervenção: trocas sociais, de experiências e di�culdades,
aprendizagens, estímulo das capacidades cognitivas, apoio emocional, favoreci-
mento de sentimentos positivos, compartilhamento de preocupações, dúvidas e
medos e a emergência de soluções criativas para os problemas enfrentados no coti-
diano.

As intervenções psicossociais também ocorreram no período da pandemia de


Covid-19, voltadas para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC). Destaca Batista (2010, p. 35):
Os ensaios clínicos demonstraram a relevância da continuidade do cuidado, inte-
gralmente, e sugeriram-se estratégias viáveis no momento pandêmico, enfatizando
pesquisas mais robustas nessa área.

Muitas outras experiências podem ser desenvolvidas em intervenções psicos-


sociais, podendo ocorrer em grupo de apoio a pacientes oncológicos, o�cinas
de intervenção psicossocial com jovens diabéticos, com pacientes com Aids,
visando melhorar a adesão à terapia antirretroviral, com pacientes na reabili-
tação pós-enfarte do miocárdio, com pacientes com esquizofrenia ou transtor-
nos alimentares, com agentes de saúde comunitários, en�m, muitas modali-
dades podem ser criadas, de acordo com a demanda.

8. Considerações
Neste ciclo, estudamos algumas doenças crônicas e fatais e algumas situa-
ções que levam o indivíduo ao adoecimento.

No próximo e último ciclo, vamos estudar as diferentes equipes de saúde, a


importância da interdisciplinaridade entre as especialidades, e a relação entre
o pro�ssional da saúde e o paciente.

Todo conhecimento sobre as doenças é importante para os pro�ssionais da


saúde, possibilitando desenvolver estratégias de intervenções psicossociais
como medida de ajuda ao manejo e prevenção de doenças.

Além disso, um bom relacionamento entre os pro�ssionais da saúde e o paci-


ente contribui para a adesão ao tratamento.
(https://md.claretiano.edu.br/psiaplsau-

g02363-dez-2023-grad-ead/)

Ciclo 5 – Relação da Equipe Interdisciplinar, e


Relacionamento entre O Paciente e O Pro�ssional da
Saúde

Objetivos
• Compreender os tipos de equipes de Saúde.
• Re�etir sobre o relacionamento entre o paciente e o pro�ssional da saúde.

Conteúdos
• Tipos de equipes de saúde.
• Relacionamento entre paciente e o pro�ssional da saúde.

Problematização
Quais os tipos de equipes de saúde? Como se dá o relacionamento do paciente
com o pro�ssional da saúde?

Orientações para o estudo


Chegamos ao Ciclo 5, no qual nos dedicaremos à relação interdisciplinar, e
também ao relacionamento entre o paciente e o pro�ssional da Saúde. Para
entender melhor esse conteúdo, acesse os links sugeridos, pois por meio deles
você terá acesso a vídeos ou artigos que permitirão um aprofundamento no te-
ma.
1. Introdução
No ciclo anterior, estudamos algumas doenças crônicas e fatais e pudemos lis-
tar alguns dos principais riscos para o adoecimento. Além disso, foi possível
entender a importância das intervenções psicossociais e perceber que vários
pro�ssionais da Saúde podem ser envolver nelas.

Muito conhecimento foi abordado até aqui e, para �nalizar, trataremos de dois
pontos cruciais para os pro�ssionais da Saúde: os tipos de equipe de Saúde em
que se pode estar inserido e como eles funcionam, e os aspectos envolvidos no
relacionamento entre paciente e pro�ssional da Saúde.

Bom estudo!

2. Equipes de Saúde
Quando pensamos em equipe de Saúde, é preciso entender que elas são cons-
truídas no trabalho em grupo, embora os indivíduos que a compõem devam
manter sua singularidade:

Só quando dois indivíduos se veem con�rmados em sua autonomia por seu respec-
tivo defrontante, eles podem chegar de maneira complementária a uma compreen-
são de si mesmos como um Eu autonomamente agente e individuado (HONNETH,
2003, p. 119-120 apud CENCI, 2013, p. 325).

O ambiente de Saúde envolve a presença da equipe de Saúde necessária ao


processo de atendimento dos pacientes. Sendo assim, o campo da Saúde com-
preende pro�ssionais de diferentes áreas de formação, como Serviço Social,
Psicologia, Terapia Ocupacional, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, entre ou-
tras.

O trabalho em equipe tem na sua origem tanto o caráter de racionalização da


assistência médica, no sentido de garantir a melhor relação custo-benefício do
trabalho médico, quanto o esforço por ampliar o acesso e a cobertura da popu-
lação atendida.

As demandas e os fenômenos apresentados, quando analisamos o tema das


equipes de Saúde, exigem uma leitura relacionada às práticas dentro do cam-
po da Saúde e apontam para diferenças entre as equipes de pro�ssionais
(MENDES et al., 2012). Por exemplo, Costa, Enders e Menezes (2008, p. 531)
apresentam o seguinte cenário:

Partindo da realidade prática, observamos, na organização do trabalho em equipe


produzido nas unidades de saúde de um município rural do Nordeste, desa�os co-
mo a incompletude das equipes de saúde da família, a fragmentação da assistência
e dos saberes, a centralidade nas ações isoladas do médico e a concentração das
decisões e das responsabilidades em um único pro�ssional. Tais desa�os muitas
vezes têm como causa o despreparo e a de�ciência na formação dos pro�ssionais,
conformados e acomodados ao modelo assistencial tradicional vigente no âmbito
dos serviços de saúde.

Observa-se que a articulação de pro�ssionais é uma estratégia básica na aten-


ção à Saúde. No entanto, essa articulação pode ser feita segundo diferentes
modelos de equipes, que é necessário conhecer.

E como é realizado o trabalho em equipe?

Ele responde à necessidade de integração das disciplinas e das pro�ssões en-


tendidas como imprescindíveis para o desenvolvimento das práticas de Saúde
a partir da nova concepção biopsicossocial do processo saúde-doença.

 Conheça o SUS!

É importante que você, sendo da área de Saúde, conheça o Sistema Único


de Saúde; para isso, ouça o podcast Saúde Mental em Foco – Rede de
Atenção Psicossocial (Raps) no SUS (https://www.youtube.com
/watch?v=qyEaK0BLD5U&list=PLF_IPfqCqK2pijWSw4YpOU5d6Q3kgjG-
u&index=3), promovido por um programa de entrevistas com professores
e pro�ssionais da área.
A depender da relação entre os diferentes pro�ssionais da equipe, esta pode
ser multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar. Vamos conhecer os
preceitos que fundamentam cada uma em detalhe.

A busca avaliar a pessoa de forma diferente, com to-


dos os pro�ssionais atuando de forma independente, mas buscando estabele-
cer uma relação, possibilitando que o paciente seja visto como um todo, e o
atendimento seja mais humanizado.

Nos serviços públicos de Saúde, as equipes adotam uma visão horizontal e co-
operativa, atuando com foco em uma mesma demanda. A comunicação é fa-
tor principal, e o pro�ssional precisa ter interesse e curiosidade pela área de
seu colega, valorizando seu potencial e dividindo os conhecimentos em prol
da resolutividade (BRASIL, 2004).

Essas equipes, muitas vezes, embora sendo multidisciplinares, mantêm carac-


terísticas interdisciplinares, o que é demonstrado pelo grau de integração en-
tre as áreas e pela intensidade de trocas entre os especialistas. No acolhimen-
to aos usuários, buscam desenvolver projetos terapêuticos e atividades de rea-
bilitação psicossocial.

Já uma ocorre quando os pro�ssionais especialistas


da equipe estabelecem uma relação de colaboração entre si, trocando infor-
mações e conhecimentos relativos à doença, a partir das perspectivas das vá-
rias especialidades. Vilela e Mendes (2003, p. 527) sugerem que:

A interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas entre os especia-


listas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo proje-
to de pesquisa [...]. Interdisciplinaridade também é uma questão de atitude. "É uma
relação de reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente a
ser assumida diante do problema do conhecimento, ou seja, é a substituição de uma
concepção fragmentária para unitária do ser humano". Está também associada ao
desenvolvimento de certos traços da personalidade, tais como: �exibilidade, con�-
ança, paciência, intuição, capacidade de adaptação, sensibilidade em relação às de-
mais pessoas, aceitação de riscos, aprender a agir na diversidade, aceitar novos pa-
péis.
 Aprenda um pouco mais sobre interdisciplinaridade!

Clique aqui (https://doi.org/10.1590/S0103-73312012000400016) e leia o ar-


tigo Trabalho em equipe interdisciplinar de saúde como um espaço de
reconhecimento: contribuições da teoria de Axel Honneth. Este artigo
trará uma re�exão sobre as equipes interdisciplinares, tendo como base
as ideias do �lósofo contemporâneo Axel Honneth. Além disso, ele abor-
da sobre o fenômeno da invisibilidade no contexto do trabalho, dentro de
um grupo que pertence a uma organização.

Para obter ainda mais conhecimentos, sugerimos que pesquise sobre a


“teoria honnethiana”.

Por �m, uma equipe transdisciplinar busca uma interação entre os diversos
conhecimentos da área da Saúde, promovendo um diálogo e buscando a coo-
peração e o contato entre as diversas áreas e seus dispositivos.

Observe, na Figura 1 a seguir, os modelos de equipes:


: desenvolvida pela autora.

Figura 1 Modelos de equipes de Saúde.

Analisando a Figura 1, é possível destacarmos que, na equipe multidisciplinar,


os pro�ssionais de diferentes áreas atendem de forma independente e, se ne-
cessário, conversam entre si.

Na equipe interdisciplinar, os pro�ssionais trabalham de modo mais próximo,


e de forma colaborativa, podendo ser em um mesmo espaço. Por �m, a equipe
transdisciplinar se caracteriza por pro�ssionais de áreas diferentes se unindo
para trocar conhecimentos sobre determinado tema. Por exemplo, a
Bioengenharia, a Bioquímica e a Psiquiatria se unem em prol de uma medica-
ção – assim, cada área do conhecimento contribui para o tratamento mental.

Podemos dizer que os aspectos éticos que fazem parte do cotidiano do cuidar
merecem atenção constante. O diálogo já se inicia no primeiro contato com o
paciente, tornando essa relação mais humanizada, e o pro�ssional deve usar
uma linguagem menos técnica e mais compreensível pelo paciente. Os cuida-
dos com a adequada comunicação, a atitude positiva e a empatia mostram
uma postura mais orientada ao paciente, tendo seu bem-estar como �nalida-
de.

Sabemos que, na prática, o trabalho da equipe multidisciplinar é considerado


um pressuposto que direciona o processo de trabalho em serviços de Saúde,
levando-se em conta fatores que possam interferir no processo saúde-doença
das pessoas a partir da maior interação entre os pro�ssionais e as ações de-
senvolvidas por eles (COSTA; ENDERS; MENEZES, 2008).

Assim, a comunicação também é central no contexto da equipe. A comunica-


ção interativa entre os pro�ssionais da Saúde vai re�etir em uma melhor inte-
ração da equipe, e também na realização dos ajustes necessários para o me-
lhor atendimento aos usuários dos serviços de Saúde.

Este tema de equipes no contexto de Saúde não se esgota aqui. É importante


que você investigue mais. Pesquise em bases cientí�cas. Estude!
Neste tópico, abordamos as formas e a importância do bom relacionamento
entre os membros das equipes de Saúde para o bom atendimento ao paciente.
Por �m, vale dizer que esse processo é contínuo, e a comunicação clara entre
os participantes da equipe deve ser constantemente atualizada, por meio de
reuniões, discussão de casos, estudos e palestras psicoeducativas.

No próximo tópico, estudaremos o relacionamento entre paciente e pro�ssio-


nal da saúde.

3. O relacionamento entre paciente e pro�ssio-


nal da Saúde
Iniciamos nossa abordagem a esse tema importantíssimo com a célebre frase
de Hipócrates: “É melhor conhecer o paciente que tem a doença, do que conhe-
cer a doença que o paciente tem” (STRAUB, 2014, p. 8).

O ser humano é um universo imenso, e cada parte de seu corpo tem função
determinada. No campo mental, podemos identi�car padrões diferentes de
funcionamento que in�uenciam o comportamento e os cuidados (ou a ausên-
cia deles) com a saúde.

 Como ter um bom relacionamento?

Assista ao vídeo A delicada e importante relação médico-paciente!


(https://www.youtube.com/watch?v=oO9-0A_PlMg), em que o médico
Nelio Tombini apresenta uma re�exão sobre a relação entre médico (ou
pro�ssionais da Saúde) e paciente, e nos faz re�etir sobre o quanto consi-
deramos o outro.

No Brasil, pesquisas apontam como base na relação pro�ssional-paciente as-


pectos como compromisso, responsabilidade, cumplicidade e sensibilidade
(SCHIMITH et al., 2011). Outro fator destacado é a con�ança estabelecida e as
habilidades de comunicação, que se mostram parte signi�cativa para a rela-
ção médico-paciente.
Pro�ssionais da Saúde que são bons comunicadores, que são verdadeiros em
suas colocações e parecem menos com “comerciantes”, levando à satisfação
das expectativas de seus pacientes em relação às orientações a que eles têm
direito, tendem a contribuir para a adesão do paciente ao tratamento.

Por exemplo, imagine um paciente que apresentou sangramento urinário.


Quais questões surgem em na mente de? “Será que estou com câncer”, “Será
que vou morrer?”. O pro�ssional da Saúde que faz a adequada escuta de suas
queixas e dúvidas busca identi�car o motivo do sangramento, e desenvolve
uma relação de con�ança com esse paciente e a maior adesão ao tratamento.
Straub (2014, p. 355) a�rma:

Pesquisas têm demonstrado que os elementos centrais do relacionamento entre pa-


ciente e pro�ssional da saúde são a continuidade do atendimento, a comunicação e
a qualidade geral das consultas. Os mesmos princípios são aplicados a esse relacio-
namento independentemente do pro�ssional da saúde (médico, enfermeiro ou téc-
nico médico) ou do sistema de atendimento à saúde. No modelo de cobrança por
serviço, 78% dos pacientes relataram estar “bastante satisfeitos com seus médicos.

Sabemos que a boa comunicação verbal por parte dos pro�ssionais da saúde
contribui para a satisfação do paciente, e a compreensão sobre seu estado de
saúde e seu tratamento, bem como as devidas orientações, vai facilitar a ade-
são. Portanto, é necessário que os pro�ssionais da Saúde ofereçam a orienta-
ção especí�ca e �quem o tempo su�ciente com seus pacientes.

Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo a seguir, que traz co-
mo tema “A oratória como requisito para os pro�ssionais da área de Saúde”.
Trata-se daquela “arte” tão necessária ao pro�ssional para explicar sobre a do-
ença, as possibilidades terapêuticas, para obter melhores dados, e para falar
em público quando requisitado.
A atenção ao paciente pelos pro�ssionais da Saúde propicia comportamentos
mais conscientes da parte dos pacientes, os quais se mostram satisfeitos em
geral. Em contrapartida, quando as orientações chegam com “ruídos” ou de
forma inadequada a pacientes ou familiares, podem causar dor emocional que
não precisaria ocorrer, ou mesmo sofrimento.

Os pacientes reconhecem quando os pro�ssionais demonstram respeito, aten-


ção, afetividade, credibilidade e con�ança. Esses são aspectos importantes no
trato com os pacientes, inclusive em casos provenientes de situações de vul-
nerabilidade, como em abrigos etc.

Outro ponto que devemos destacar é a atenção ao pré-natal. Trata-se de um


momento muito delicado na vida da mulher, em que a sensibilidade aumenta,
o medo se mostra presente, e o papel do enfermeiro é primordial para o esta-
belecimento de interação entre as gestantes e a equipe médica, inclusive im-
pulsionando a adesão ao pré-natal. Nota-se novamente como a habilidade de
comunicação se faz necessária.

Em relação à saúde da mulher, ainda podemos destacar que alguns sentimen-


tos são observados na primeira consulta quando se trata dos procedimentos
envolvidos na prevenção do câncer de colo de útero (exame de Papanicolau),
como vergonha, medo, tensão, desconforto e dor. Nesse contexto, é preciso que
o trabalho do(a) pro�ssional seja pautado por diálogo, paciência, acolhimento,
aproximação e conhecimento do universo das mulheres (SCHIMITH et al.,
2011).

Segundo Humes et al. (2016, p. 31-32):

Observar o comportamento do paciente assistido é mais do que procurar sinais e


sintomas da doença, é observar, além de aspectos orgânicos e psíquicos, suas rela-
ções interpessoais, familiares, sua comunicação verbal e não verbal (o modo como
fala, deambula, gesticula), seu grau de dependência em relação às atividades de vi-
da diária, seus sentimentos, emoções e comportamento (medo ou ansiedade, desejo
ou aversão, indiferença ou interesse). O enfermeiro deve evitar rótulos, como de
queixoso, manipulador, irritado e chato. A observação deve ser isenta de julgamen-
tos e descrita da maneira mais �dedigna possível.

Quando falamos de relações entre pro�ssional da saúde e paciente, não existe


uma fórmula, devendo imperar o bom senso de ambas as partes. Trata-se de
uma relação em que o pro�ssional da saúde tem domínio sobre o conhecimen-
to, enquanto o paciente tem pouco ou nenhum controle; então, é preciso tomar
cuidado para evitar exagerar ao responsabilizar o paciente de forma negativa.

Dessa forma, é importante o desenvolvimento da escuta ativa por parte do pro-


�ssional da Saúde. Essa escuta implica envolver-se na explicação do paciente,
repetir e tentar esclarecer junto a ele os sintomas em uma condição de enten-
dimento, além de criar uma sintonia, reconhecer os sentimentos do paciente e
ajudá-lo a se expressar.

 Aprofunde seus conhecimentos!

Clique aqui (https://www.youtube.com/watch?v=3RcGzzsZD5M) e assista


ao vídeo Relação médico-paciente: como aprimorar as técnicas de comu-
nicação com o paciente. Ele apresenta uma re�exão sobre as práticas da
comunicação médico-paciente e conta algumas experiências do seu dia
a dia, o que possibilita treinar suas habilidades de comunicação.
O treinamento de habilidades sociais e de assertividade por parte dos pro�ssi-
onais da saúde, “começando com uma revisão cuidadosa de suas histórias
médicas, pode contribuir para o desenvolvimento de um conjunto de questões
claras para o médico” (STRAUB, 2014, p. 356).

Isso representa estabelecer um canal de comunicação aberto, em que o paci-


ente seja capaz de expressar seus sentimentos, temores e sintomas, sabendo
lidar com a vergonha ou ansiedade, com amparo da con�ança no pro�ssional.

4. Estudo de caso
A seguir, vamos enriquecer nossa discussão com um estudo de caso, adaptado
de Assumpção Junior (2014, p. 237-240).

Ao analisar os dados apresentados a seguir, tente estabelecer um raciocínio


clínico sobre a situação apresentada. Isso será importante para sua formação
na área da Saúde.

Imagine que você está atuando numa instituição da área da Saúde e, durante
seu atendimento, se depara com o caso de uma criança acompanhada pela
mãe e apresentando sintomas neurológicos e físicos. Con�ra em detalhe os
dados relativos ao caso:
De posse desses dados, é necessário que você faça uma re�exão, primeiro, so-
bre as informações em si e sua compreensão delas e, segundo, sobre o que fa-
zer em seguida. Perguntas que podem guiar seu raciocínio nesse processo são
as seguintes:

1. Há, na descrição, palavras cujo signi�cado você desconhece?


2. Você chegou a levantar hipóteses?
3. Para qual outro pro�ssional da saúde indicaria o caso?
4. Qual exame acredita ser necessário para esse caso?

Agora compare suas respostas a essas questões aos exames listados a seguir,
que poderiam ser pedidos com base nas informações já obtidas, e que revelam,
segundo suas próprias características e objetivos, mais dados sobre o caso.
Talvez todos os passos do processo diagnóstico não tenham �cado claros para
você – por exemplo, como uma informação pode levar a excluir possibilidades
de explicação para o caso (a hipótese de Transtorno Global de
Desenvolvimento é excluída porque o desenvolvimento até os cinco anos foi
apontado como normal, para citar apenas um elemento). Para que a linha de
raciocínio da estrutura diagnóstica �que bem evidente, con�ra o esquema a
seguir:
Dessa forma, o caso foi tratado. A conduta mostra certa carência de psiquia-
tras infantis junto a serviços de Oncologia Pediátrica. Esse caso poderia ser
descrito como uma síndrome mental orgânica em sensu lato.

Ao realizar um estudo de caso, separe a história da paciente de acordo com: identi�cação, queixa principal,
história, exame pediátrico, contexto familiar, exame psíquico, exame neurológico, avaliação psicológica,
avaliação funcional.

5. Considerações �nais
Durante o estudo deste ciclo, e com o exemplo do estudo de caso apresentado,
pudemos observar como a boa relação entre os pro�ssionais da Saúde e entre
estes e o paciente colabora para especi�car um estudo de caso relatado. Além
disso, foi possível notar também que o bom envolvimento entre todos os pro-
�ssionais, por meio de uma comunicação constante, possibilita chegar a um
diagnóstico assertivo sobre a queixa trazida pela mãe sobre a criança.

Com esse estudo, pudemos ter uma visão ampla sobre saúde e doença, e sobre
o quanto o comportamento e as atitudes do ser humano podem contribuir pa-
ra a saúde e longevidade. Em contrapartida, �cou também claro como hábitos
não saudáveis podem diminuir o tempo de vida do indivíduo.

A Psicologia da Saúde, enquanto disciplina, segue no meio acadêmico com


sua linha de pesquisa buscando a proteção da saúde, e a prevenção e minimi-
zação da doença. Aqui �nalizamos este importante conteúdo sobre a relação
pro�ssional-paciente, sendo importante que você se lembre de que esse é um
conteúdo denso – então, aproveite para pesquisar e ler sempre para se manter
atualizado(a), com bom vocabulário na área e ser um modelo diferencial nos
cuidados com a saúde. Sucesso em suas ações e pro�ssão!

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