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ANÁLISE OBSERVATÓRIA: III

A PSICOLOGIA E SUA CONSTRUÇÃO COMO CIÊNCIA

Segundo Soares (2010), por volta do século XIX, historiadores da medicina


deram uma grande importância e vasta contribuição para o estudo da Psicologia no
Brasil, onde através de seus doutoramentos, assim chamado os trabalhos de
conclusão do curso de medicina, foi possível trazer para o homem de cultura grandes
conclusões interessantes e que contribuíram para esse processo. Com tendência a
Neuropsiquiatria, a Psicofisiologia e Neurologia, as faculdades de medicina, não
excluíam a Psicologia de seus estudos, pois havia muita relação da mesma com os
campos de estudos e suas pesquisas.
Em meados do século XX, Ivan Petrovitch Pavlov inicia seus estudos pautados
nos reflexos condicionados, tendo influência muito grande para a psicologia,
denominando então sua teoria de Psicologia Experimental, onde no Brasil Henrique
Roxo foi o primeiro autor a orientar estudos relacionados ao tema e com bases no
estudo de Binet-Simon associou a Psicologia Experimental à Psiquiatria e à Neurologia
(SOARES, 2010).
Ainda para Soares (2010), com a grande influência benéfica de correntes
doutrinárias que as faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro recebiam no
período, com teses, atividades e ensaios médicos averiguou-se que estes então
traziam um caráter científico, preciso e rico no interesse psicológico, por estarem
voltados aos métodos e técnicas da psicologia de maior objetividade e confiabilidade,
onde diante deste movimento começaram a surgir nos hospitais e clínicas psiquiátricas
os laboratórios de Psicologia.
A atuação do psicólogo brasileiro se consolidou primeiramente no âmbito
privado com o objetivo da prática psicoterápica clínica, assim para Marcon, Luna e
Lisboa (2002) após a década de 60, a área da saúde pública abriu o espaço para a
absorção dos profissionais em diversos segmentos, fazendo com que sua atuação nos
hospitais se tornasse então uma nova área de atuação. Todavia, sabe-se que somente
em 1962 a profissão de psicólogo foi regulamentada no Brasil e o primeiro curso de
Psicologia foi implantado na universidade de São Paulo, quando logo mais tarde em
1987 a 1ª Conferência de Saúde Mental aprovou a redução progressiva de leitos em
hospitais psiquiátricos e sua substituição por serviços alternativos à internação
psiquiátrica, em seguida no ano de 1992 a 2ª Conferência de Saúde Mental aprovou a
rede de atenção integral à saúde mental, com o objetivo de substituir os hospitais
psiquiátricos. No âmbito de sua atuação, embora já se visualizasse a passagem para
um modelo de atenção integral, o psicólogo era visto ainda exercendo seu trabalho
clínico e não um trabalho ligado à saúde ou ao biopsicossocial e que em relação a sua
formação os psicólogos não a tiveram pautados na área da saúde (MARCON; LUNA;
LISBOA, 2002).

A PRÁTICA DA PSICOLOGIA DA SAÚDE

Nas últimas décadas, pesquisas realizadas têm demonstrado que o


comportamento e o estilo de vida dos indivíduos podem ter um impacto significativo
sobre o desenvolvimento ou a exacerbação das doenças. Muitos comportamentos que
auxiliam na promoção e na manutenção da saúde são geralmente desenvolvidos
durante a infância e a adolescência, como hábitos alimentares saudáveis e prática de
atividades físicas. Como especialistas em comportamento e saúde, os psicólogos têm
desenvolvido e implantado programas que visam o aumento da frequência de
comportamentos saudáveis (Miyazaki, Domingos & Caballo, 2001).

No Brasil, as instituições de saúde constituem um novo campo de atuação para


os psicólogos. O crescente interesse pela atuação nessa área específica surge da
necessidade de entender e pensar o processo saúde/doença numa dimensão
psicossocial e de compreender e intervir sobre os contextos do indivíduo ou grupos,
expostos a diferentes doenças e condições de saúde impróprias.

A Psicologia da Saúde é uma área recente, desenvolvida principalmente a


partir da década de 70, cujas pesquisas e aplicações, respectivamente, visam a
compreender e atuar sobre a inter-relação entre comportamento e saúde e
comportamento e doenças. (Miyazaki, Domingos & Caballo, 2001; Barros, 2002).
Também são objetos de estudo os funcionamentos psicológicos habitualmente
saudáveis envolvidos em situações que, mesmo implicando ajuste emocional, não
acarretam alterações no estado de saúde, como por exemplo, a gravidez e o
envelhecimento (Barros, 1999).

A Psicologia da Saúde não está interessada diretamente pela situação, que


cabe ao foro médico. Seu interesse está na forma como o sujeito vive e experimenta o
seu estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo mesmo, com os outros e
com o mundo. Objetiva fazer com que as pessoas incluam no seu projeto de vida, um
conjunto de atitudes e comportamentos ativos que as levem a promover a saúde e
prevenir a doença, além de aperfeiçoar técnicas de enfrentamento no processo de
ajustamento ao adoecer, à doença e às suas eventuais consequências (Barros, 1999).

Dessa forma, a Psicologia da Saúde busca compreender o papel das variáveis


psicológicas sobre a manutenção da saúde, o desenvolvimento de doenças e seus
comportamentos associados. Além de desenvolver pesquisas sobre cada um desses
aspectos, os psicólogos da saúde realizam intervenções com o objetivo de prevenir
doenças e auxiliar no manejo ou no enfrentamento das mesmas (Miyazaki, Domingos &
Caballo, 2001).

Segundo De Marco (2003), o termo “psicologia da saúde” tem sido utilizado


para denominar o conjunto de atividades exercidas por profissionais da área de
psicologia no campo da saúde, não somente nas formas de assistência e pesquisa,
mas também na forma de ensino.

Trindade e Teixeira (1998, 2002) afirmam que o domínio da Psicologia da


Saúde diz respeito ao papel da Psicologia, como ciência e como profissão, nos campos
da saúde e da doença, incluindo as saúdes física e mental e abrange todo o campo da
Medicina, mas ultrapassando-o ao levar em conta os fatores sociais, culturais e
ambientais relacionados com a saúde e com a doença, uma vez que as significações e
os discursos sobre a saúde e as doenças são diferentes consoantes com o estatuto
socioeconômico, o gênero e a diversidade cultural.

Assim, dando relevância à promoção e manutenção da saúde e à prevenção da


doença, a finalidade principal da Psicologia da Saúde é compreender como é possível,
através de intervenções psicológicas, contribuir para a melhoria do bem-estar dos
indivíduos e das comunidades (Trindade & Teixeira, 2002). Matarazzo elaborou uma
definição de Psicologia da Saúde que é até hoje a mais conhecida, como pode ser visto
abaixo nas palavras do autor:

P.S. é o conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais


específicas da Psicologia, utilizadas para a promoção e manutenção da saúde,
prevenção e tratamento das doenças, identificação da etiologia e diagnóstico
(de problemas) relacionados à saúde, doença e disfunções, para a análise do
sistema de atenção à saúde e formação de políticas de saúde (1980, p. 815).

Dessa forma a área se distingue da Psicologia Clínica por compreender o


comportamento no contexto da saúde e doença. Embora possa ser importante
distinguir saúde mental e física, a Psicologia da Saúde focaliza principalmente os
aspectos físicos da saúde e doença e os modelos empregados em saúde mental nem
sempre são os mais indicados (Kerbauy, 2002).

Historicamente, a Psicologia da Saúde começou com um grupo de trabalho em


1970, na American Psychological Association (APA), e, em 1978 foi criada a divisão 38,
chamada Health Psychology, em resposta a uma crescente área de prática e pesquisa.
Os objetivos básicos da divisão são avançar no estudo da Psicologia como disciplina
que compreende a saúde e a doença através da pesquisa e encorajar a integração da
informação biomédica com o conhecimento psicológico, fomentando e difundindo a
área. Apesar de ser uma disciplina nova, a Psicologia da Saúde tem crescido
rapidamente. A APA publica, desde 1982, a revista Health Psychology, a primeira oficial
da área. Seguindo a tendência, em 1986, formou-se, na Europa, a European Health
Psychology Society (EHPS, 2003), uma organização profissional que visa a promover a
pesquisa teórica e empírica e suas aplicações para a Psicologia da Saúde europeia.
Cada país-membro possui, ainda, sua associação de Psicologia da Saúde, que realiza
atividades como congressos, simpósios, pesquisas, dentre outras atividades. Foram
criadas várias revistas especializadas: British Journal of Health Psychology (Reino
Unido), Revista de Psicologia de la Salud (Espanha), Psicologia della Salutte (Itália),
entre outras (Kerbauy, 2002; De Marco, 2003; Castro & Bornholdt, 2004; Sarafino,
2004).

Também em 1978 foi definido pelos participantes da Yale Conference, o campo


de Medicina Comportamental que procurava integrar as ciências comportamentais e
biomédicas. A perspectiva comportamental serviu como base para o campo da
Psicologia da Saúde (Sarafino, 2004; Kerbauy, 2002).
A denominação é problemática, baseada em referenciais teóricos e na
discussão de como denominar uma área que aplica os princípios de psicologia a
problemas de saúde e doença. Os termos comumente encontrados na literatura são:
medicina psicossomática, medicina comportamental, psicologia da saúde e psicologia
hospitalar (Kerbauy, 2002). Bellar e Deardorff (1995, citado por Miyazaki, Domingos &
Caballo, 2001) alertam que a utilização de termos como medicina comportamental,
psicologia médica e medicina psicossomática é “inadequada, confunde e limita o campo
de atuação do psicólogo da saúde” (p. 464). Essa situação se reflete na prática na
forma de confusão quanto à definição do papel profissional do psicólogo atuante na
área da saúde. Neste contexto, faz-se necessário uma explanação das definições de
cada teoria envolvida nessa problemática.

A Medicina Psicossomática é a especialidade médica das enfermidades


etiologicamente determinadas por fatores emocionais, suscetíveis de compreensão
psicanalítica desde que adequadamente interpretados os conflitos inconscientes
específicos (Eksterman, 1975). Explicar os determinantes psicológicos dos sintomas
corporais tem sido o principal objetivo daqueles que se dedicam à Medicina
Psicossomática.

O conceito de Psicossomática integra três perspectivas: a doença com sua


dimensão psicológica; a relação médico-paciente com seus múltiplos desdobramentos;
a ação terapêutica voltada para a pessoa do doente, este entendido como um todo
biopsicossocial (Eksterman, 1975). No Brasil, a grande maioria dos que militam em
Psicossomática são psicanalistas, psiquiatras e psicólogos que trabalham com
referenciais analíticos (Mello Filho, 1992).
Seguindo a vertente de Balint na Inglaterra, um psicanalista húngaro que
realizou obra fundamental sobre a relação terapêutica em Medicina, e dando um
sentido eminentemente prático, Pierre Schneider propõe e define, em 1971, a
Psicologia Médica como um campo de estudo da relação médico-paciente (Mello Filho,
1992 & 2005).
A Psicologia Médica é o braço clínico da concepção psicossomática original,
com uma diferença fundamental: a Psicossomática estuda as relações mente-corpo e
seu foco é a patogenia, enquanto a Psicologia Médica estuda as relações assistenciais
e seu foco é a terapêutica. O primeiro ressalta a questão diagnóstica e o segundo, a
atuação clínica (Eksterman, 1992). Desse modo, “a Psicologia Médica vem a ser o todo
que contém o particular, a visão psicossomática da Medicina” (Mello Filho, 1992, p. 19),
ou seja, a Psicossomática ficou sendo o campo conceitual e a Psicologia Médica o
terreno da prática profissional.

A Psicologia Médica tem como principal objetivo de estudo as relações


humanas no contexto médico. A compreensão do homem em sua totalidade, no seu
diálogo permanente entre mente e corpo, na sua condição biopsicossocial é
fundamental para a Psicologia Médica (Muniz & Chazan, 1992).

Os autores da Psicologia Médica afirmam que o campo é primordialmente


médico, como o próprio nome indica. A “sintomatologia psíquica esconde, mascara o
quadro orgânico que subjaz a estas condições que necessitam de uma abordagem
eminentemente médica. São situações que exigem a presença de um médico no seu
comando” (Mello Filho, 2005, p. 15). Segundo Mello Filho (2005), o doente do corpo,
com sintomas psicossomáticos ou somatopsíquicos, é um paciente para ser assistido, a
princípio, pelo médico. O paciente pode ser assistido pelo psicólogo, pelo assistente
social, por nutricionistas, pelo fisioterapeuta etc, sempre sob supervisão de um médico.

A Medicina Comportamental é uma área do conhecimento relacionada às


ciências da saúde, que reúne técnicas de modificação de comportamento para
prevenção, tratamento ou reabilitação. Fundamenta-se no conceito de que uma grande
parcela das doenças que afetam o homem decorre, principalmente, de comportamentos
disfuncionais. A Medicina Comportamental vem se desenvolvendo desde a década de
70, com o encontro de diversas linhas de pesquisa básica e aplicada sobre o papel
fundamental da cognição, emoção e comportamento para a etiologia, exacerbação,
curso e prognóstico das doenças da área médica (Neves Neto, 2004).

A história da Medicina Comportamental é recente, década de 70, e surge como


uma reação dos profissionais da saúde descontentes com a divisão mente e corpo
difundido pelo modelo biomédico, e insatisfeitos com a Medicina Psicossomática que
somente empregava teorias psicodinâmicas para investigação das causas psicológicas
de diferentes doenças físicas (Neves Neto, 2004). A primeira utilização do termo
Medicina Comportamental foi em um livro no qual tenta diferenciá-la da medicina
psicossomática, já que alguns autores entendiam que esta não cumpria seu papel de
adaptar seus métodos e intervenções para ser mais clinicamente útil e relevante (De
Marco, 2003).

A característica definidora fundamental da Medicina Comportamental é a


interdisciplinaridade, por se tratar de um conjunto integrado de conhecimentos
biopsicossociais relacionado com a saúde e as doenças físicas, ou seja, considera a
saúde e a doença como estados multideterminados por um amplo leque de variáveis,
entre as quais se devem incluir as do tipo somático ou biofísicas, as do tipo psicológico
ou comportamentais e as externas ou ambientais (Caballo, 1996).

O termo “Medicina Comportamental” é utilizado frequentemente e


incorretamente como similar da “Psicologia da Saúde”, porém, sua prática também
inclui terapias psicofisiológicas aplicadas, tais como biofeedback, hipnose e terapia
comportamental de distúrbios físicos, aspectos da terapia ocupacional, medicina,
reabilitação e fisiatria, bem como medicina preventiva (Caballo, 1996; Neves Neto,
2004; Leite, 2010).

Já a Psicologia Hospitalar “é o campo de entendimento e tratamento dos


aspectos psicológicos em torno do adoecimento” (Simonetti, 2004, p. 15). Para lidar
com essa dimensão afetiva/emocional, a Psicologia Hospitalar é a especialidade da
Psicologia que disponibiliza para doentes, familiares e profissional da equipe de saúde,
o saber psicológico, que vem a resgatar a singularidade do paciente, suas emoções,
crenças e valores (Bruscato, 2004).
O objetivo da Psicologia Hospitalar é a elaboração simbólica do adoecimento,
ou seja, ajudar o paciente a atravessar a experiência do adoecimento através de sua
subjetividade (Simonetti, 2004).

De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do


psicólogo no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia, CFP (2010), o psicólogo
especialista em Psicologia Hospitalar atua em instituições de saúde, participando da
prestação de serviços de nível secundário e terciário da atenção à saúde, realizando
atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de
psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto
atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação
diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria.

Ainda segundo o CFP, o psicólogo oferece e desenvolve atividades em


diferentes níveis de tratamento, tendo como principal tarefa a avaliação e
acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou serão
submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente a promoção e/ou a
recuperação da saúde física e mental. Promove intervenções direcionadas à relação
médico/paciente, paciente/família, paciente/paciente e do paciente em relação ao
processo do adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste
processo. Além de atuar em instituições de saúde, atua também em instituições de
ensino superior e/ou centros de estudo e de pesquisa, visando o aperfeiçoamento ou a
especialização de profissionais em sua área de competência, ou a complementação da
formação de outros profissionais de saúde de nível médio ou superior, incluindo pós-
graduação lato e stricto sensu (CFP, 2010).

O termo Psicologia Hospitalar tem sido usado no Brasil para designar o


trabalho de psicólogos em hospitais. Essa denominação é inexistente em outros países
além do Brasil (Sebastiani, 2003; Yanamoto, Trindade & Oliveira, 2002; Tonetto &
Gomes, 2005). Yanamoto, Trindade e Oliveira (2002) e Chiattone (2000) explicam que
o termo Psicologia Hospitalar é inadequado por pertencer à lógica que toma como
referência o local para determinar as áreas de atuação, e não prioritariamente as
atividades desenvolvidas. Assim, o termo denomina um local de atuação e não um
campo de saber.

A APA (2010) demarca o trabalho do psicólogo em hospitais como um dos


possíveis locais de atuação do psicólogo da saúde. Chiattone (2000) refere que a
Psicologia Hospitalar é apenas uma estratégia de atuação em Psicologia da Saúde, e
que, portanto, deveria ser denominada “Psicologia no contexto hospitalar”.

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DA SAÚDE

Como exposto anteriormente, a Psicologia da Saúde é a aplicação dos


conhecimentos e das técnicas psicológicas à saúde, às doenças e aos cuidados de
saúde, visando a promoção e manutenção da saúde e a prevenção da doença. A
finalidade principal da Psicologia da Saúde é compreender como é possível, através de
intervenções psicológicas, contribuir para a melhoria do bem-estar dos indivíduos e das
comunidades (Teixeira, 2004).

Os psicólogos da saúde se direcionam para a compreensão da forma como os


fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam a saúde e a doença. Podem
estar centrados na promoção da saúde e prevenção de doença, trabalhando com os
fatores psicológicos que fortalecem a saúde e que reduzem o risco de adoecer, podem
disponibilizar serviços clínicos a indivíduos saudáveis ou doentes em diferentes
contextos e, podem ainda, estar envolvidos em pesquisa e investigação, no ensino e
formação (Teixeira, 2004).

As funções dos profissionais de Psicologia da Saúde estão se expandindo


à medida que o campo amadurece. A maioria dos psicólogos da saúde
trabalham em hospitais, clínicas e departamentos acadêmicos de faculdades e
universidades onde eles podem fornecer ajuda direta e indireta aos pacientes. Na
atuação clínica, podem fornecer atendimento para pacientes com dificuldades de
ajustamento à condição de doente, como por exemplo, na redução de sentimentos de
depressão no paciente internado. Pode-se também ensinar aos pacientes métodos
psicológicos para ajudá-los a manejar ou gerir os problemas de saúde, como aprender
a controlar as condições de dor (Sarafino, 2004).

A intervenção em Centros de Saúde e Hospitais deve levar em consideração


uma tripla dimensão de intervenção: os pacientes, seus familiares e os profissionais de
saúde. (Romano, 1999; Ismael, 2005). Os campos de atuação clínica podem ser:
prestação de cuidados de saúde na atenção básica e de média complexidade,
unidades de internação hospitalar (alta complexidade), serviços de saúde mental,
unidades de dor, oncologia, serviços de saúde pública, serviços de saúde ocupacional,
consultas de supressão do tabagismo, serviços de reabilitação, entre outros (Teixeira,
2004).

Na América do Norte, o profissional que deseja atuar em Psicologia da Saúde


tem dois caminhos de carreira possível: o psicólogo clínico da saúde e o psicólogo
profissional de saúde. O psicólogo clínico da saúde tem sido definido como alguém que
mescla psicologia clínica, com ênfase na avaliação e tratamento das pessoas em
perigo, no campo de conteúdo da psicologia da saúde (Ogden, 2007).

Para exercer a profissão de psicólogo clínico da saúde, o profissional


deve receber primeiro um treinamento como psicólogo clínico e,
posteriormente, adquirir uma especialização em psicologia da saúde, que envolve a
compreensão das teorias e métodos da psicologia da saúde e sua aplicação ao
ambiente de saúde. Um psicólogo clínico da saúde treinado tende a trabalhar no campo
da saúde física, incluindo stress e controle da dor, reabilitação de pacientes com
doenças crônicas (por exemplo, câncer, Aids ou doenças cardiovasculares) ou no
desenvolvimento de intervenções para problemas como cirurgia invasiva (Ogden,
2007).

No Reino Unido, a British Psychological Society, sancionou recentemente o


termo "Chartered Health Psychology”. Na Europa, Austrália e nos Estados Unidos, é
usado o termo "psicólogo profissional de saúde", ou simplesmente 'psicólogo da saúde'.
Um psicólogo profissional de saúde deve ter competência em três áreas: ensino,
pesquisa e consultoria. Além disso, eles devem ser capazes de mostrar uma base de
conhecimento adequado da psicologia da saúde, concluindo Pós-graduação em
psicologia da saúde. Tendo demonstrado que cumpre as normas exigidas, o
profissional psicólogo da saúde pode trabalhar como professor acadêmico no sistema
de ensino superior, dentro do ambiente de promoção da saúde, em escolas ou em
indústria, e/ou trabalhar em serviços de saúde. Os trabalhos podem abranger o ensino
e a investigação, o desenvolvimento e avaliação de intervenções para reduzir os
comportamentos de risco relacionados à doenças (Ogden, 2007).
No Brasil, como os primeiros movimentos mais consistentes da área de
Psicologia da Saúde foram em hospitais, criou-se um modelo de atuação muito
difundido no país, a Psicologia Hospitalar.

PSICOLOGIA HOSPITALAR

Como já mencionado anteriormente, o termo Psicologia Hospitalar tem sido


usado no Brasil para designar o trabalho de psicólogos da saúde em hospitais.
Algumas pesquisas têm identificado o Brasil como um dos pioneiros mundiais na
construção de uma nova especialidade em Psicologia, a Psicologia Hospitalar, que
agrega os conhecimentos da Ciência Psicologia para aplicá-los às situações especiais
que envolvem os processos doença-internação-tratamento permeados por uma
delicada e complexa relação determinada pela tríade enfermo-família-equipe de saúde.
Não se trata, portanto, de simplesmente se transpor o modelo clássico de trabalho
psicológico e psicoterápico desenvolvido no consultório para o hospital, mas do
desenvolvimento de teorias e técnicas específicas para a atenção às pessoas
hospitalizadas, que em sua grande maioria apresentam demandas psicológicas
associadas ao processo doença-internação-tratamento, tanto como processos
determinantes quanto como reações que podem agravar o quadro de base destes
pacientes, e/ou impor sequelas dificultando ou mesmo inviabilizando seu processo de
recuperação (Sebastiani & Maia, 2005).
De acordo com Simonetti (2004, p. 15) “A Psicologia hospitalar é o campo de
entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento”.
Segundo o autor, o objeto da psicologia hospitalar se refere aos aspectos psicológicos
e não às causas psicológicas. Para o autor, psicologia hospitalar não trata apenas das
doenças com causas psíquicas, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer
doença. Desta forma, toda doença apresenta aspectos psicológicos; toda doença
encontra-se repleta de subjetividade, e por isso, pode-se beneficiar do trabalho da
psicologia hospitalar.

Simonetti (2004) afirma que, diante da doença, o ser humano manifesta


subjetividades: sentimentos, desejos, pensamentos e comportamentos, fantasias e
lembranças, crenças, sonhos, conflitos e o estilo de adoecer. Esses aspectos podem
aparecer como causa da doença, como desencadeador do processo patogênico, como
agravante do quadro clínico, como fator de manutenção do adoecimento, ou ainda
como consequência desse adoecimento. Nesse sentido, o objetivo da psicologia
hospitalar é a elaboração simbólica do adoecimento, ou seja, ajudar o paciente a
atravessar a experiência do adoecimento através de sua subjetividade.

O setting terapêutico na realidade hospitalar é peculiar: o psicólogo deve


adaptar sua atuação visto que os espaços e condições hospitalares são muito
diferentes do setting da atuação clínica em consultório (Ismael, 2005). O espaço físico
não é privativo ao atendimento psicológico, como o valorizado na teoria e modelo de
consultório. O atendimento pode ser interrompido a qualquer momento por médicos,
enfermeiros e técnicos, que estão cumprindo seus deveres e suas funções. Além disso,
pode ser necessário atender ao paciente no meio de outros vários pacientes, se for em
uma grande enfermaria. Nesses casos, há impossibilidade de se manter sigilo.

Diante desses aspectos, a postura do psicólogo é importante para a sua


inserção no hospital – deve ser flexível com o objetivo de contornar as dificuldades e
reconhecer que seu trabalho sofrerá interrupções, adiantamentos e cancelamentos fora
de sua esfera de controle, pois a prioridade das ações médicas tem que ser respeitada.
O psicólogo ainda deve conhecer a doença do paciente a quem ele presta atendimento,
além de sua evolução e prognóstico (Romano, 1999; Ismael, 2005).

Acompanhar a evolução do paciente quanto aos aspectos emocionais que a


doença traz é o objetivo principal do trabalho. Mas o psicólogo pode ainda utilizar de
grupos educativos, que facilitam a conscientização do paciente e família no contexto da
doença e das formas de tratamento, e trabalhos em equipe no sentido de facilitar a
relação equipe/paciente/família.

Alguns locais do hospital são por si só desencadeadores de quadros ou


reações psicopatológicas, independente de certas variáveis como idade, sexo, tipo e
prognóstico da doença (Romano, 1999). Será descrita a seguir a assistência
psicológica nas unidades hospitalares.

No ambulatório clínico é realizada uma investigação especializada e


elucidativa, tratamento e, caso necessário, indicação para internação. Dessa forma, a
investigação pode revelar um resultado definitivo e esclarecedor a uma das duas
hipóteses diagnósticas (positiva ou negativa), fazendo com que o paciente tenha
respostas diversas quanto à ansiedade que envolve o momento. Geralmente o paciente
de ambulatório vem ao psicólogo depois que orientado pelo médico a se submeter a um
acompanhamento psicológico, uma vez observado algum problema emocional a ser
cuidado. O grande desafio do psicólogo é fazer o paciente aceitar a doença e não lutar
contra ela, ajudando-o a conviver com ela sem sofrimento adicional (Romano, 1999;
Ismael, 2005).

Romano (1999) sugere que o psicólogo que atua em ambulatório de um


hospital somente proponha acompanhamento psicológico àqueles pacientes cujo
problema emocional principal guarde estreita ligação com sua patologia orgânica.
Entretanto, diante da escassez de atendimentos clínicos ambulatoriais disponíveis para
a população, o que se vê nos ambulatórios dos hospitais são atendimentos
psicoterápicos que visam aliviar o sofrimento psíquico independente da patologia física
que o paciente possa carregar consigo.

As unidades de emergência ou pronto-socorro exigem prontidão de


conhecimentos porque sempre se está esperando o desconhecido. Por outro lado,
faltam condições para o atendimento adequado, não há vagas que possibilitem a
continuidade do atendimento, e muitos dos pacientes que recorrem às emergências o
fazem para driblar uma longa fila de espera por uma consulta e pela possibilidade de
fazer exames. Nessa situação é até possível que o médico perceba os aspectos
emocionais da queixa do paciente, mas não pode mantê-lo na unidade. O tratamento
do psicólogo deve ser pontual – ter início, meio e fim, uma vez que o paciente nem
sempre ficará internado. O psicólogo precisa ter habilidades que envolvem rapidez de
raciocínio, perícia em ações e contar com o apoio de recursos da comunidade para
encaminhamentos não só pertinentes e com eficiência real, mas que também estejam
disponíveis para acolher prontamente esse paciente (Romano, 1999; Ismael, 2005).

As unidades de internação ou enfermarias são a essência, a característica


principal de um hospital. Como o próprio nome diz, o paciente ficará internado no
hospital. Na hospitalização, o paciente perde sua individualidade, sente uma brusca
ruptura com seu cotidiano, sente-se agredido pela rotina hospitalar e seu horário rígido,
o que acaba por levá-lo ao processo de despersonalização, caracterizado pela
sensação de perda de identidade e autonomia.

As possíveis reações emocionais do paciente envolvem passividade ou


agressividade, argumentação sobre aspectos sem importância, manifestações de raiva
ou depressão pela dificuldade em aceitar não só sua doença, mas todo o processo de
hospitalização e tratamento. Há também o medo da invalidez permanente, de depender
do outro, da dor física, da anestesia em casos de cirurgia e de retornar para casa após
a hospitalização, além das alterações na autoimagem. O paciente enquanto
hospitalizado é incitado a ficar mais introspectivo e reavaliar sua vida e seus valores
(Ismael, 2005).
Nessas unidades, o psicólogo irá abordar com o paciente sua hospitalização, o
que ela significa para o doente e para sua família, além de tentar conhecer um pouco
de sua história de vida e sua doença. As questões psicológicas a serem abordadas
devem ser focais, visando sempre àqueles aspectos estritamente relacionados com a
doença, as dificuldades adaptativas
à instituição hospitalar, o processo do adoecer e os meios diagnósticos. É
importante ressaltar que nessa unidade de atendimento é o psicólogo quem procura o
paciente, oferece ajuda a ele e ficará disponível também para sua família (Romano,
1999; Ismael, 2005).

As unidades de terapia intensiva (UTI) são aquelas destinadas a receber


pacientes em estado grave, com possibilidade de recuperação, exigindo
permanentemente assistência médica e de enfermagem, além da utilização de
equipamentos especializados. Podem acolher pacientes clínicos ou cirúrgicos, e as
ações desempenhadas nesta unidade são diuturnas, rápidas e precisas, exigindo o
máximo de eficiência da equipe, além de conter o limite entre a vida e a morte. Na
maioria das vezes, são áreas restritas à circulação, principalmente de pessoas
estranhas à equipe e onde, geralmente, os familiares têm pouco ou nenhum acesso
(Romano, 1999).

Com o passar do tempo, a UTI modernizou-se em termos tecnológicos e


aumentou também a preocupação com a humanização e com o atendimento
personalizado ao indivíduo. Até a arquitetura buscou soluções menos traumatizantes e
iatrogênicas, já que foi constatado que o ambiente gerava muitas desordens
psicológicas, fruto de distúrbios psíquicos prévio, complicação subjacente à própria
doença ou medicação, impacto emocional da doença, fatores ambientais como
privação de sono, ruídos constantes, monotonia sensorial e ausência de orientação
(Romano, 1999).

Para muitas pessoas a UTI é sinônimo de morte iminente. Esses aspectos são
vividos o tempo todo na rotina diária da unidade, exigindo das pessoas que nela
trabalham e que nela lutam pela vida, um posicionamento muito duro frente à morte.
Muitas vezes essas pessoas se veem obrigadas a refugiar-se no racional para aguentar
a pressão emocional que tudo isso causa. Tem-se, portanto, como objetos da atenção
do psicólogo na UTI uma tríade constituída de paciente, sua família e a própria equipe
de saúde. O sofrimento físico e psíquico do paciente precisa ser entendido como uma
coisa única, pois os dois aspectos interferem um no outro, visando um caminho de
enfrentamento da dor, do sofrimento e eventualmente da própria morte mais digna e
menos sofrida (Angerami-Camon, Trucharte, Knijnik & Sebastiani, 2006). É importante
criar as condições de comunicação nesse momento: o psicólogo deve buscar o “falar”
do paciente, seja através de gestos, olhares ou gemidos, e ser o porta-voz do doente
(Romano, 1999).

A família, igualmente angustiada e sofrida, que se sente impotente para ajudar


seu familiar e que também se assusta com o espectro da morte, também precisa da
atenção do psicólogo e deve ser envolvida no trabalho com o paciente por ser uma das
raras motivações que este tem para enfrentar o sofrimento. O psicólogo deve facilitar,
criar e garantir a comunicação efetiva e afetiva entre paciente/família e equipe,
identificando qual membro da família tem mais condições intelectuais e emotivas para
estar recebendo as informações da equipe (Romano, 1999; Angerami-Camon,
Trucharte, Knijnik & Sebastiani, 2006).
A equipe de saúde também vivencia no seu cotidiano esse significado de viver
e morrer, vivendo sentimentos ambivalentes de onipotência e impotência, a cobrança
da expectativa de todos os envolvidos e a percepção da própria finitude. O psicólogo
deve atuar como facilitador do fluxo dessas emoções e reflexões, detectar os focos de
stress e sinalizar as defesas exacerbadas (Angerami-Camon, 2002).

A organização e funcionamento dos serviços de psicologia em um hospital


geral podem ser de duas formas: Sistema de Consultoria e Sistema de Ligação. No
primeiro, o psicólogo avalia, indica e/ou realiza um tratamento para o paciente que está
sob os cuidados de outros profissionais. A presença do psicólogo é episódica,
respondendo a uma solicitação específica de outro profissional. Sua atuação se baseia
em auxiliar no diagnóstico, no tratamento, no plano de ação, fornecendo orientações ao
paciente, aos familiares e aos membros da equipe (Bruscato, 2004).

No sistema de ligação, o psicólogo está inserido na equipe que cuida do


paciente. O profissional da Psicologia tem um contato contínuo com um dos diversos
serviços/clínicas/departamentos/unidades do Hospital Geral por ser um membro efetivo
das equipes locais, atendendo seus pacientes, participando de reuniões clínicas e
lidando com aspectos da relação estabelecida entre equipes, pacientes e famílias. Os
atendimentos têm caráter informativo, profilático e terapêutico (Bruscato, 2004).

Além dessas formas de atuação, o serviço de Psicologia Hospitalar pode e


deve ainda contar com um setor de cursos e estágios e um setor de pesquisa e
atividades interdisciplinares. Um serviço de Psicologia Hospitalar deve ter por
finalidade, além do desenvolvimento de atividades assistenciais, atividades de ensino e
investigação científica, contribuir para aperfeiçoamento dos padrões profissionais,
éticos e científicos da Psicologia da Saúde (Bruscato, 2004;).
A POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR E OS PAPÉIS DOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Segundo Mota; Martins e Véras (2006) no âmbito hospitalar o movimento de


humanização é voltado para um processo de educação e treinamento dos profissionais
da saúde para tornar a experiência da hospitalização algo mais confortável para o
usuário, desmistificando toda aquela dor que a internação trás a ele, visa melhorar o
atendimento ao usuário e as condições do ambiente de trabalho para os profissionais
da saúde. Partindo desse pressuposto, podemos falar da ética, que é quando alguém
se preocupa com a consequência de sua conduta sobre o outro, mas para que haja
ética é preciso mudar o olhar sobre o outro, mudança essa que culmine no respeito a
ele como ser humano (MOTA; MARTINS; VÉRAS; 2006).
Facilmente se presume que o psicólogo passou a ser bem visto no contexto
hospitalar, nas enfermarias e nos ambulatórios quando sua atenção voltou-se para a
humanização, fazendo compreender a relação dos profissionais da saúde com o
paciente e com os familiares. Estudos apontam que buscar informações sobre a
historia do paciente é algo indispensável em sua atuação, pois é o psicólogo quem
pode oferecer uma escuta, uma ajuda psicológica e oferecer a oportunidade de
confronto do paciente com sua angústia e sofrimento na fase da hospitalização, fase
esta que gera muitas crises (MOTA, MARTINS e VÉRAS, 2006).
Para Salman; Paulaskas (2013), a humanização tem como aspecto fundamental
a valorização do indivíduo como um todo, fazendo com que o psicólogo tenha como
papel a valorização do ser doente do que a patologia do mesmo, aprendendo também
a ouvir seus familiares em um local próprio e adequado, nos deixando claro que para a
prática da humanização dar certo é necessário realizar uma execução reflexiva acerca
dos valores e princípios que norteiam a prática profissional, culminando num
tratamento digno, solidário e acolhedor por parte dos profissionais da saúde ao doente,
garantindo que a humanização busque sempre manter ou melhorar a qualidade da
comunicação, consequentemente a possibilidade de relacionamentos mais saudáveis e
próximos.

Um aspecto importante em relação ao papel dos profissionais da psicologia no


hospital é que este profissional deve estar pautado nos aspectos do adoecer, das
crenças e das fragilidades dos pacientes e de seus familiares, assim para os autores o
psicólogo deve promover a diminuição da angústia e da tensão para então mudar a
impressão que as pessoas têm sobre o hospital,
em contrapartida fazendo os usuários perceberem o hospital como um lugar que
tenta oferecer condições para uma manutenção ou recuperação da saúde, ficando
claro que a atuação do psicólogo hospitalar consiste de uma rápida capacidade de
ação emergencial e para a construção de uma política qualificada em relação à saúde
a humanização deve ser vista como uma das dimensões indispensáveis nesse
processo, onde tenha função de mostrar que além de um programa, sua aplicação tem
objetivo de torna-se uma política que opere em toda rede dos hospitais brasileiros
(MOTA, MARTINS e VÉRAS, 2006).

PACIENTES EM CRISE E O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

Ao trabalhar com o paciente enfermo, o psicólogo lida com o sofrimento físico e


psíquico, tendo que compreender o sujeito em sua integralidade, entendendo e
considerando o conflito determinado pela situação da doença e da hospitalização, o
sofrimento físico, a dor e o mal-estar, destacando que a necessidade do atendimento
psicológico muitas vezes não é percebida pelo paciente, pois diante da situação em si,
todas as preocupações estão voltadas para o corpo doente, fazendo necessário então
que a atuação preventiva no contexto hospitalar se torne real, com o objetivo de
oferecer ajuda para que os pacientes possam alcançar o reconhecimento das
motivações que estão subjacentes a seus problemas, dedicando-se precocemente ao
diagnóstico de transtornos psicológicos do paciente e seus familiares, em trabalho
diário com o objetivo de decodificar suas dificuldades. Com um perfil mais emergencial
e focal, a intervenção pode ser feita pela psicoterapia breve ou pela psicoterapia de
emergência, dando total apoio e suporte ao paciente, considerando o momento de crise
vivenciado pelo mesmo na situação especial e crítica da doença e sua hospitalização,
sendo assim, tanto a psicoterapia de emergência como a intervenção em crise são
caracterizadas como técnicas breves advindas da psicanálise com especificas
adaptações no nível estratégico para situações de emergência ou crise (CHIATTONE,
2011).
Chiattone (2011) ressalta ainda a importância do olhar do psicólogo em relação
aos pacientes hospitalizados, devendo levar em consideração alguns aspectos
importantes nos processos de resolução da crise, sendo eles: os traços de
personalidade dos pacientes, suas atitudes frente a vida, a maturidade interna e o grau
de integração psíquica, as crenças que o mesmo possui sobre sua doença, suas
reações a crises passadas e suas perdas significativas, os sinais psicológicos ou
físicos de depressão, a presença de reações ou sinais paranóides e por fim a doença
instalada, onde a psicoterapia emergencial surge como um apoio caracterizando-se de
um processo de superação dos problemas ligados a situações de natureza traumática,
onde dependendo do olhar que a pessoa tem sobre a situação permite que a mesma
possa expressar livremente seus sentimentos em relação ao seu estado, sendo
indicada a pacientes que passam por sobrecarga emocional muito grande, auxilia o
paciente a atravessar o período critico em que se encontra, determinado pelo processo
da doença e hospitalização, permitindo-lhe buscar a elaboração e integração subjetiva
dos acontecimentos.
Considerando que o hospital é uma instituição marcada pela luta constante entre
a vida e a morte. Um dos princípios significativos da psicologia no contexto hospitalar é
a atuação conjunta do psicólogo e as equipes de saúdes, onde o objetivo é maximizar
nos pacientes a esperança de melhora, cura e minimização ou suspensão do
sofrimento em si, já que a maioria das pessoas tem uma imagem negativa relacionada
ao ambiente hospitalar, marcada por mortes e sofrimentos, sendo um local onde excita
uma batalha constante diante das condutas terapêuticas. Portanto, a atuação do
psicólogo requer uma maturidade que passa pelo exame detalhado de sua posição
diante
da morte e do morrer, sendo de suma importância o profissional elaborar o medo
e a negação em relação a essa problemática, diagnosticar em si as dificuldades de
enfrentamento e elaboração da própria negação da morte para então entender a
negação da própria instituição, do paciente e dos familiares, sendo que muitas vezes
trabalhar com o sofrimento ou perda de significado da existência pelo paciente pode
despertar nos profissionais as mesmas vivências (CHIATTONE, 2011).
Sendo assim, para Chiattone (2011), a tarefa do psicólogo se define pela
capacidade de apoio, compreensão e direcionamento humanizado das diferentes
situações pelas quais passam esses pacientes e seus familiares, e culminar para que
todo programa terapêutico eficaz e humano deva incluir apoio psicológico para o
enfrentamento de todo o processo de doença e possibilidade de morte, pois o manejo
de pacientes hospitalizados inclui a adaptação fisiológica e medica e a adaptação
psicológica e existencial frente a situação traumática em si. Em relação aos pacientes e
seus familiares, o psicólogo deve estruturar um trabalho de psicoterapia pautado num
modelo comunicativo, reforçando o trabalho estrutural e de adaptação dos pacientes e
seus familiares no enfrentamento da problemática vivenciada por ambos, direcionado,
então, em um nível de apoio, atenção, compreensão, suporte ao tratamento,
clarificação dos sentimentos, esclarecimentos sobre a doença e o fortalecimento dos
vínculos pessoais e familiares.
Em segundo plano, o psicólogo hospitalar pode ainda realizar a formação de
grupos com o objetivo de informar, culminando num espaço de reflexão e expressão
dos sentimentos, minimizando o impacto emocional e estresse vivenciados pelos
mesmos. Em relação às equipes de saúde, o psicólogo hospitalar pode sistematizar a
realização de grupos operativos, realizando um treinamento e clarificando o papel de
cada profissional, além de estimular a realização de atividades para a diminuição do
estresse visto que em profissionais da área da saúde o nível de estresse é elevado
(CHIATTONE, 2011).
Para Salman e Paulauskas (2013) apud Cordioli (1998), um dos principais
desafios da psicologia tem sido fundamentar e desenvolver técnicas de intervenção
psicológica quem atendam às demandas específicas de pacientes em ambientes
hospitalares, tendo como objetivo possuir intervenções que levem aos pacientes uma
melhor aceitação de sua doença bem como o tratamento, onde as intervenções com os
pacientes em crise constituam na utilização de técnicas para diminuir a ansiedade,
favorecendo o desenvolvimento de um estado emocional mais tolerável e capaz de
restaurar a estabilidade afetiva e suas relações com o ambiente.
O uso do manejo assistencial centrado na equipe, um diagnóstico diferencial, um
atendimento psicológico de apoio, um manejo ambulatorial, técnicas complementares e
intervenção familiar são fortemente recomendadas, onde a flexibilidade e a criatividade
são condições fundamentais para a percepção das necessidades que cada paciente
apresenta, com isso a construção de um ambiente terapêutico apropriado e a
centralização do trabalho com o paciente em crise gera o melhor manejo das relações
humanas no ambiente hospitalar, o que não é tarefa somente do psicólogo, mas
também dos outros profissionais da área da saúde inseridos nesse contexto, já que os
mesmos possuem um contato mais próximo e contínuos com esses pacientes, no caso
das enfermeiras, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos intensivistas. (SALMAN;
PAULAUSKAS, 2013).
Desse modo, para Salman e Paulauskas (2013), o atendimento psicológico ao
paciente pode ser caracterizado por intervenção focal pautado na psicoterapia breve de
apoio, consistindo em avaliar sua situação, analisar a maneira de enfrentamento e a
manifestação do paciente no momento presente, bem como construir opções de
pensamento e, consequentemente, o comportamento. O que é levado em conta e o
que se espera do terapeuta é que o mesmo possua uma postura ativa no manejo da
assistência, com o intuito de permitir continência das manifestações, expressando
concordância com ideias e atitudes do paciente, assim também reforçar as funções
adaptativas do ego, reassegurando a boa percepção da realidade, além disso, o
psicólogo tem como papel favorecer a percepção de novas formas de enfrentamento
da situação, promovendo o devido suporte para o momento de instabilidade emocional,
favorecendo o vínculo de confiança com a equipe multiprofissional.
A PSICOLOGIA DA SAÚDE E O MODELO BIOPSICOSSOCIAL

Partindo da compreensão de que a saúde e a doença são categorias que trazem


uma carga histórica, cultural, política e ideológica. E tendo em vista que essa revisão
dos valores culturais está sendo acompanhada de profundas alterações no contexto e
na forma de organização social. No campo da ciência e da saúde, também mudou a
percepção de ser humano, temos assistido a implantação de um novo paradigma, que
delineia uma atuação com base numa abordagem holística.
O processo saúde/doença, entendido como um fenômeno coletivo, num
processo histórico e multideterminado, remete-nos a uma atuação integrada com vistas
à saúde, demonstrando a necessidade da interdisciplinaridade. Assim, o movimento da
saúde integral, a visão biopsicossocial, influenciará a nova forma de atuação,
enfatizando a melhoria de qualidade de vida no trabalho e o direito que todo cidadão
tem de receber atenção e cuidados que lhe garantam atendimento global.
Entendemos que o novo paradigma não pode ser apenas científico, pois não
pode haver dicotomia entre ciências sociais e naturais. É preciso, portanto, superar as
distinções tão familiares e óbvias, tais como natureza e cultura, o natural e o artificial, o
vivo e o inanimado, o subjetivo e o objetivo, o coletivo e o individual, dentre outros. O
conhecimento não pode ser particularizado, mas deve ser total, melhor dizendo, holista.
Não podemos separar Psicologia e saúde. A Psicologia precisa ter como campo de
atuação a própria realidade contemporânea em que vivemos (MARTINS E ROCHA
JÚNIOR, 2001).

O FAZER DO PSICÓLOGO DA SAÚDE

A atuação do psicólogo na área da saúde teve seu marco inicial na década de


1950 e se desenvolveu com mais força na década de 1970, visto isto nas áreas
acadêmicas de graduação, pós-graduação, publicação de artigos, encontros científicos
e implementação de práticas.
Tendo grande destaque na década de 1980, quando ocorreu o 1º Encontro
Nacional de Psicólogos da Área Hospitalar. Na época verificou-se uma crescente busca
de profissionais nas Instituições públicas, municipais, estaduais e federais,
especificamente na psicologia da saúde e suas subáreas, para o trabalho em hospitais,
ambulatórios, unidades básicas de saúde, centros de saúde e programas de
orientação, prevenção e educação para a saúde. Na década de 1990 há um maior
reconhecimento da importância do psicólogo da saúde em equipes interdisciplinares.
No trabalho do psicólogo da saúde, Aguiar et al. (2004) destaca alguns pontos
importantes como: a comunicação profissional-paciente, ressaltando que quanto mais
eficiente for a comunicação que tenha clareza e adequação da linguagem na
transmissão das informações, o mínimo de assimetria possível entre o profissional e o
paciente e a participação ativa deste nas ações e decisões que envolvem seu
tratamento.
Independente da instituição onde atua, o psicólogo da saúde pode atuar como
mediador da relação entre os profissionais e o paciente, facilitando a compreensão dos
procedimentos recomendados, assim como pode ajudar estes profissionais na
comunicação mais clara e eficiente com os pacientes.
Outro destaque é dado a comunicação interdisciplinar, o que faz repensar a
prática que leve em consideração as relações humanas e sociais, em oposição a
fragmentação do conhecimento como caminho a ser percorrido no processo de
evolução em direção a um modelo de ciência, onde haja maior cooperação fomentado
por uma visão mais integral do homem.
Segundo Martins e Rocha Júnior (2001) o trabalho de psicólogos em instituições
de saúde remonta ao início do século XX e teve como principal objetivo integrar a
Psicologia na educação médica. Nesta prática, o psicólogo adotou inicialmente o
modelo médico, fundamentado na visão cartesiana, constituindo-se em uma atuação
mais voltada à humanização dos atendimentos.
As principais doenças que atingiam a população eram as doenças infecciosas
como pneumonia e tuberculose. Na atualidade tem-se constatado que as doenças
estão mais relacionadas ao estilo de vida, causas ambientais, ecológicas e padrões
comportamentais, como doenças cardiovasculares, câncer, AIDS, dentre outras.
Desta forma, juntamente com as mudanças no âmbito da saúde e as
necessidades da sociedade, muda também o modelo de profissional de Psicologia no
Brasil, surgindo assim a necessidade de pensar na função social do psicólogo e na
transcendência social da Psicologia (MARTINS E ROCHA JÚNIOR, 2001).
Um passo para esta mudança se deu com a saída dos psicólogos das clínicas
privadas, tornando crescente o interesse na área da saúde, ampliando-se o espaço
público e as demandas do contexto social. Foram mudanças significativas que colocou
os psicólogos diante de novos desafios, conquistando novos espaços de trabalho que
exigiam, cada vez mais, uma especificidade de ação.
A intervenção se daria em Instituições Educacionais, como: escolas, creches,
dentre outros; de Saúde Mental, como: hospitais, centros de saúde, ambulatórios de
saúde mental, hospitais-dia, clinicas psicológicas e ainda em qualquer instituição na
perspectiva das condições e relações de trabalho, ou seja, prevenindo e intervindo
terapeuticamente em situações de diferentes graus de gravidade.
O Psicólogo na rede básica de saúde atuaria na organização dos serviços de
saúde preconizada pelo sistema único de saúde (SUS) que pressupõe uma rede de
serviços integrada e regionalizada, composta por unidades básicas de saúde
(responsáveis pelo atendimento primários), rede de ambulatórios (atenção secundária)
e rede de hospitais cujos níveis vão desde as ações preventivas de baixa
complexidade (na atenção primária) às ações especializadas, que requerem
seguimento (atenção secundária) até as ações especializadas específicas das
situações hospitalares (atenção terciária).
Em centros de saúde, o tipo de intervenção pode ser: psicoterapia de adulto,
triagem, orientação de mães, psicoterapia de adolescentes, psicodiagnóstico, ludo
terapia, grupos de alcoolistas, toxicômanos, aidéticos, tuberculosos, hansenianos,
dentre outros.
Em termos de prevenção pode-se atuar em orientação a puérperas;
planejamento familiar; orientação à terceira idade e a sexualidade dos adolescentes;
lazer, acompanhamento ao desenvolvimento infantil, visando à detecção precoce e
intervenção em problemas e ou atrasos, acompanhamento a grupos de gestantes,
acompanhamento a clientela de programas e subprogramas de saúde de adulto em
problemas específicos de saúde tais como: hipertensos, hansenianos, diabéticos,
desnutridos, etc. (MARTINS E ROCHA JÚNIOR, 2001).
Segundo Angerami-Camon (2009) a psicologia já vem há muito tempo,
buscando expandir seu campo de atuação, tentando ultrapassar a antiga categorização
da psicologia em clínica, organizacional e educacional. Mesmo considerando que
atuais práticas ainda estejam bastante entrelaçadas a estas práticas, nota-se que na
atualidade surgem novos contornos da atuação dos psicólogos.
Esta mudança é vista desde a reestruturação curricular dos cursos de
psicologia, sendo comuns disciplinas que enfocam a psicologia comunitária,
institucional, hospitalar, esportiva, forense, dentre outras. Nota-se que a mudança na
prática, provocou reformulações no âmbito teórico. Um dos pontos chaves deu margem
a uma nova visão de ser humano que levasse em conta sua historicidade, levando a
uma abrangência do contexto social onde o indivíduo está inserido (ANGERAMI-
CAMON, 2009).
Segundo Straub (2005) os psicólogos da saúde estão à frente em trabalhos de
pesquisa, tendo como base o modelo biopsicossocial em inúmeras áreas, como
HIV/AIDS, adesão a regimes de tratamento médico e efeitos de variáveis psicológicas,
culturais e sociais sobre o funcionamento imunológico e sobre diversas patologias,
como: câncer, hipertensão, diabetes, dores crônicas, entre outras.
Os psicólogos da saúde concentram-se em intervenções que visam à promoção
da saúde, também atuam em áreas independentes como a clínica e orientação. As
abordagens de avaliação envolvem medidas de funcionamento cognitivo, avaliação
psicofisiológica, pesquisas demográficas e avaliações de estilo de vida e
personalidade. As intervenções podem envolver o manejo do estresse, terapias de
relaxamento, biofeedback, educação a respeito do papel dos processos psicológicos na
doença, intervenções cognitivo-comportamentais e intervenções individuais ou grupais
(STRAUB, 2005).
FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO DA SAÚDE

Para a concretização de uma prática pautada no novo paradigma, Martins e


Rocha Júnior (2001) apontam que se faz necessário investir em uma formação
adequada, que habilite o profissional a realizar uma análise crítica da realidade
brasileira, que o capacite a detectar alternativas de intervenção, ser capaz de
acompanhar e responder às demandas sociais e políticas para melhoria da qualidade
de vida.
Daí a necessidade de uma visão generalista na formação dos alunos de
psicologia, enfatizando a capacidade de problematizar e buscar soluções com uma
formação teórico-prática, tendo a ética como figura e fundo, permeando todo o curso de
graduação, além de currículos flexíveis. O curso de graduação deve ser entendido
como início de um longo percurso de formação continuada. A especialização posterior,
em nível de pós-graduação, ultrapassa a formação tecnicista, para a responsabilidade
social e compromisso com a ética.
Os cursos de graduação estão assumindo não só o papel de informar sobre a
Psicologia da Saúde, mas também o de despertar o interesse do acadêmico para esse
caminho da Psicologia.
Ainda ao que se refere ao processo de formação, Aguiar et al. (2004) ressaltam
que o psicólogo da saúde deve estar instrumentalizado para responder a fatores
externos, como a mudança nos padrões de morbidade e mortalidade e o avanço de
conhecimento, de tecnologia médica e das normas relativas ao sistema de saúde. Por
isso é necessária uma formação acadêmica adequada que forneça ao profissional,
instrumentos para realizar trabalhos na área da saúde, encontrando alternativas de
trabalhos e formas de intervenção mais condizentes com as necessidades e com o
perfil da população com a qual está lidando.
Desta forma credita-se em uma formação que contemple modelos mais amplos
de atuação, colocando o psicólogo receptivo ao trabalho interdisciplinar, cuja
preocupação maior é o bem-estar da população e com isso aja uma contribuição
efetiva para a melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida (AGUIAR ET
AL, 2004).
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