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PSICOLOGIA DA SAÚDE

A psicologia da saúde seria a prática de levar o indivíduo/paciente à busca do


bem-estar físico, mental e social, englobando, assim, a performance de uma abordagem
que teria de incluir a participação de outros profissionais da área.
Para a sua definição, há de se considerar a pessoa inserida no contexto social, o
que vai de encontro a diversas vozes dentro da psicologia que clamem por se criarem
teorias que considerem o homem como um ser histórico, temporal e que traz em seu corpo
sinais de seu tempo e de sua sociedade. Mostra a importância de uma abordagem
totalizante, onde tudo aquilo que possa fazer parte da vida de uma determinada pessoa
seja considerado de maneira plena e absoluta.
Os limites de atuação da psicologia da saúde são amplos, envolvendo todas as
fases do atendimento ao paciente – primário, secundário e terciário. E indo muito além do
próprio enquadramento com as práticas clínica e médica, sua ampliação estende-se
também para uma atuação de intervenção no campo social do paciente.
Entretanto, ainda que não exista uma delimitação formal, podemos enquadrar como
sendo psicologia da saúde aquelas práticas que atuem em uma integração da saúde
mental com a saúde física e social do paciente. Uma psicologia que considere a
compreensão orgânica da psicossomática, da psico-oncologia, os avanços da
psiconeuroimunologia, as especificidades da psicologia hospitalar nos detalhamentos de
sua intervenção nas diferentes doenças apresentadas pelo paciente e, acima de tudo, uma
psicologia que leve em conta a historicidade do paciente.
É aquela psicologia cuja prática se insere na realidade institucional de forma a
modificar até mesmo os níveis de estruturação institucional, se assim se fizer necessário. É
aquela psicologia que considera que a doença é, antes de tudo, uma anomalia de
desequilíbrio entre o físico e o emocional e suas intercorrências com a realidade social do
paciente.
É uma psicologia que acredita na multidisciplinaridade profissional, de modo que o
concurso de diversos profissionais da saúde passe a ser algo não apenas almejado
teoricamente, mas também buscado na idealização da implantação de serviços de
atendimentos.
É ainda aquela psicologia que considera a dor do paciente como única e que se
debruça sobre ela para tentar compreender sua real dimensão e o modo pelo qual
repercute na vida dele. É aquela psicologia que mais do que tentar explicar o sofrimento do
paciente, tenta, principalmente, compreender este sofrimento articulando-o com a sua
realidade existencial.
Uma psicologia ao mesmo tempo clínica, social, hospitalar e institucional e que, por
isso, tem uma visão mais ampla dos conceitos de saúde. Assim, uma psicologia que
decididamente resgata o ser humano em sua condição humana em tudo aquilo que lhe é
inerente.
A Psicologia da Saúde agrega o conhecimento educacional, científico e profissional
da disciplina Psicologia para utilizá-lo na promoção e na manutenção da saúde, na
prevenção e no tratamento da doença, na identificação da etiologia e no diagnóstico
relacionados à saúde, à doença e às disfunções, bem como no aperfeiçoamento do
sistema de política da saúde​ (Matarazzo, 1980).

Alguns trabalhos significativos dentro da prática clínica em psicologia da saúde:

★ Psicologia Hospitalar: É a prática do psicólogo dentro do contexto hospitalar.


★ Psiconeuroimunologia: tanto no microcosmo do organismo humano como no
ecossistema do macrocosmo os sistemas que o compõem trabalham integrados e numa
saudável interdependência. 
★ Psicossomática: Estuda como o fato corporal está integrado no fato psíquico, que, por
sua vez, está integrado no fato relacional ambiental. Esta integração biopsicossocial é o
objeto da ciência psicossomática.
★ Atendimento Domiciliar. O atendimento domiciliar é uma prática que deriva do
atendimento hospitalar e surge no momento em que ocorre um grande movimento pela
desospitalização do paciente.
★ Atendimento de Drogadição. O atendimento ao drogadito é uma das áreas em que o
psicólogo mais tem se tornado presente.
★ Psicologia Institucional: Entidades que cuidam de problemas específicos – Mal de
Parkinson, velhice desamparada, deficiência física etc. Suas práticas também envolvem
a busca do reequilíbrio emocional desse paciente institucionalizado e de que sua saúde
mental o conduzirá a um bem-estar físico.
★ Psicologia Ambiental. É nesse campo, talvez, onde reside grande parte da preocupação
dos estudiosos da saúde em geral, no sentido de se buscar um melhor
redimensionamento das condições de vida de uma pessoa, visando-se alcançar o
chamado bem-estar físico e social. Para Stratton e Hayes (1994), a psicologia ambiental
é o estudo do modo como o meio ambiente influencia e dirige o comportamento
individual. A psicologia ambiental inclui o estudo de fatores como: territorialidade e
espaço pessoal, projeto ergonômico e os atributos físicos dos ambientes arredores.
★ Psicologia da Comunidade. Sua área de atuação é bastante abrangente na medida em
que seu raio de ação envolve todos os aspectos da vida comunitária. Stratton e Hayes
(1994) defendem que a psicologia da comunidade visa melhorar a vida dos membros da
comunidade. O centro de interesse dos psicólogos de comunidade encontra-se, em
especial, nas pessoas com algum tipo de capacidade reduzida, como aquelas que
viveram muito tempo em instituições.
Psicologia da saúde : um novo significado para a prática clínica / Valdemar Augusto Angerami,
organizador — 2. ed. rev. e ampl. — São Paulo: Cengage Learning, 2014.

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