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A Psicologia da Saúde é o estudo do comportamento humano em relação à saúde e à doença.


Os antecedentes envolvem o envolvimento dos psicólogos na saúde mental, nos serviços
médicos não psiquiátricos e nos serviços de saúde primários pode ser categorizado em
avaliação e intervenção em psiquiatria, modelo médico e modelo holístico,
respectivamente. Os principais contributos incluem a investigação dos fatores psicológicos
que influenciam a saúde, a doença e as respostas à doença, e desenvolver intervenções de
promoção da saúde, prevenção da doença e prestação de tratamento, bem como analisar e
contribuir para a organização dos serviços de saúde e da prestação de cuidados.

Relação com outros domínios

O papel do psicólogo da saúde estende-se para além da saúde mental, englobando cuidados
inclusivos coordenados com outros profissionais de saúde e especialistas, reconhecendo
também o impacto dos fatores contextuais na saúde e na doença. Este papel enfatiza um
continuum de promoção, prevenção, educação, consultoria e tratamento.
A Psicologia da Saúde, focada na prevenção de doenças ou comportamentos específicos,
prioriza frequentemente os adultos e utiliza modelos racionalistas e cognição social, que
não são adequados para crianças; as crianças têm características e necessidades de
desenvolvimento próprias, e a sua compreensão da saúde e da doença difere dos adultos,
sendo os comportamentos de risco e de proteção impulsionados por processos não
intencionais e adaptativos relacionados com crescimento, exploração e felicidade.

1. Como a abordagem da Psicologia da Saúde pode ser adaptada para melhor atender
às necessidades específicas das crianças, levando em consideração suas características
de desenvolvimento e compreensão única da saúde e da doença? A abordagem da
Psicologia da Saúde para crianças pode envolver a adaptação de modelos mais adequados às
suas características de desenvolvimento, que contrariamente dos adultos, não se foque tanto
em modelos racionais. Isso pode incluir a incorporação de métodos mais lúdicos e sensoriais
para avaliação e intervenção, reconhecendo a importância do jogo e da expressão criativa no
entendimento infantil da saúde e da doença
2. De que maneira os psicólogos da saúde podem colaborar de forma eficaz com outros
profissionais de saúde e especialistas para fornecer cuidados inclusivos e coordenados,
especialmente ao lidar com crianças? Quais são os desafios e oportunidades nessa

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colaboração interdisciplinar? Os psicólogos da saúde podem colaborar eficazmente com
outros profissionais de saúde e especialistas por meio de uma comunicação aberta e trabalho
em equipa. Ao lidar com crianças, isso pode exigir uma abordagem colaborativa que leve em
consideração as perspectivas da criança, dos pais e de outros profissionais. Desafios podem
surgir na comunicação com crianças, mas estratégias como o uso de linguagem adaptada à
idade e técnicas de comunicação não verbal podem ser úteis.
3. Considerando a ênfase da Psicologia da Saúde em promoção, prevenção, educação,
consultoria e tratamento ao longo de um continuum, como os psicólogos da saúde
podem contribuir de maneira significativa para a organização dos serviços de saúde e a
prestação de cuidados, garantindo uma abordagem holística e abrangente,
especialmente no contexto infantil? Para contribuir para a organização dos serviços de
saúde, os psicólogos da saúde podem advogar por abordagens preventivas desde a infância,
promovendo a educação sobre saúde mental, a identificação precoce de fatores de risco e a
implementação de programas de promoção de bem-estar infantil. Além disso, ao considerar o
contexto infantil, os psicólogos podem ajudar na criação de ambientes de cuidado que sejam
sensíveis às necessidades específicas das crianças, garantindo um continuum de cuidados que
engloba prevenção, intervenção e tratamento adaptados à idade

Aula 29/09
Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência
de doença ou incapacidade.
Modelo Biomédico: doenças vêm do exterior e indivíduos são vítimas; foco primordial na
cura. Saúde é a ausência de doença. Doença é a ausência de saúde. Tem uma perspetiva
biologizante e mecanicista em que o paciente é passivo. Há uma submissão à autoridade dos
especialistas (hierarquização dos serviços). Negligência de determinantes psicossociais da
doença.

Modelo biopsicossocial: Os seres humanos são sistemas complexos e a doença é causada por
uma multiplicidade de fatores, que podem ser uma combinação de fatores biológicos,
psicológicos e sociais. Saúde e doença são pontos de um continuum, ao longo do qual os
indivíduos evoluem durante a vida, ocupando pontos diferentes desse continuum em
momentos diferentes. Saúde e doença são dois estados definidos de uma forma mais ou
menos arbitrária e determinados por fatores biológicos, psicológicos e sociais. Doente é
parcialmente responsável e há valorização dos determinantes psicossociais. Mas existem
limitações, como a passividade do doente no processo da doença, valorização da quantidade
de informação invés da qualidade, médico assume mais competências.
O modelo psicossomático clássico inverte o quadro clínico convencional ao afirmar que a
doença é primariamente psicológica, com sintomas físicos que refletem distress psicológico

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profundo ou traços de personalidade imutáveis, e a doença é melhor explicada do que
curável, mantendo a autoridade epistemológica do especialista (neste caso, o psi).
Promoção da saúde e níveis de intervenção: prevenção primária (promoção da saúde - Visa
a prevenção da doença ou lesão antes de esta ocorrer que pode incluir legislação, estrutura
ambiental, proteção a nível populacional, persuasão ou educação), prevenção secundária
(prevenção - evitar a evolução de uma condição cuja cadeia de causalidade já se iniciou, ou
interromper a evolução/reduzir o impacto da doença ou lesão que já ocorreu que inclui o
rastreio, mudanças de comportamentos e hábitos de risco, etc) e prevenção terciária
(intervenção/reabilitação - Visa minimizar o impacto da doença ou lesão em curso e os efeitos
duradouros que inclui tratamento e gestão, adaptação psicológica, programas de orientação e
mobilidade ou grupos de apoio).
1. Como o modelo biopsicossocial aborda a relação entre saúde e doença de maneira
mais abrangente do que o modelo biomédico, e de que forma essa abordagem pode
influenciar a forma como os profissionais de saúde interagem com os pacientes?O
modelo biopsicossocial reconhece que a saúde e a doença são influenciadas por uma
interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Enquanto o modelo
biomédico foca principalmente na cura e na ausência de doença, o biopsicossocial considera a
saúde como um continuum dinâmico. Isso pode impactar a prática clínica ao incentivar
abordagens mais holísticas, levando em conta a influência dos fatores psicossociais na saúde
do paciente e promovendo uma maior participação ativa do paciente no processo de cuidado.
2. Em que medida o modelo psicossomático clássico desafia as concepções convencionais
de saúde, ao afirmar que a doença é primariamente psicológica? Como isso pode afetar
a relação entre o paciente e o profissional de saúde, especialmente no que diz respeito à
autoridade epistemológica? O modelo psicossomático clássico desafia a visão convencional
ao sugerir que a doença tem raízes psicológicas profundas. Isso implica que os sintomas
físicos são manifestações de distúrbios psicológicos ou traços de personalidade. Essa
abordagem pode influenciar a relação paciente-profissional, aumentando a importância da
compreensão psicológica no diagnóstico e tratamento. No entanto, mantendo a autoridade
epistemológica do especialista, destaca a necessidade de uma colaboração eficaz entre
profissionais de saúde mental e física.
3. Como os diferentes níveis de intervenção na promoção da saúde (prevenção primária,
prevenção secundária e prevenção terciária) podem ser integrados de maneira eficaz
para criar um sistema abrangente que atenda às necessidades de indivíduos em
diferentes estágios de saúde e doença? Integrar eficazmente os diferentes níveis de
intervenção requer uma abordagem coordenada e abrangente. A prevenção primária, voltada
para a promoção da saúde, pode ser incorporada por meio de estratégias educacionais e
legislativas. A prevenção secundária, centrada na detecção precoce e na redução do impacto
da doença, pode envolver programas de rastreio e mudanças comportamentais. A prevenção
terciária, concentrada na intervenção e reabilitação, pode incluir tratamento e gestão
contínuos, adaptando-se às necessidades específicas do indivíduo para minimizar o impacto
duradouro da doença.

Aula 06/10

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O objetivo da psicologia da saúde implica utilizar os conhecimentos resultantes da
investigação sobre o comportamento humano, em termos de determinantes e processos
psicológicos, e de metodologias de intervenção, para melhorar os: RESULTADOS EM
SAÚDE (OUTCOMES)
- Negativos: indicadores de mortalidade, de morbilidade, disfunção ou alterações
fisiológicas, biológicas, orgânicas, associadas a mortalidade precoce e morbilidade
(p.e., obesidade)
- Positivos: indicadores biológicos ou orgânicos associados a mais tempo de vida ou
melhor qualidade de vida (p.e., atividade física, peso, etc)
- Objetivos: observáveis e quantificáveis (p.e., consumo de vegetais)
- Subjetivos: p.e., satisfação, qualidade de vida, etc
- Resultados finais: que queremos modificar (p.e., mortalidade precoce)
- Resultados intermédios: avaliam processos comportamentais ou psicológicos que se
comprovaram estar associados a melhor saúde; podem ser moderadores ou
mediadores (p.e., adesão à vacinação)
Determinantes da saúde são fatores pessoais, biológicos, psicológicos, sociais, económicos
e ambientais que determinam o estado de saúde. Estes fatores podem ser proximais
(alimentação) ou distais (nível socioeconómico) e interagir entre si. Podem ser modificáveis
(tabagismo) ou não modificáveis (sexo) e podem ser fatores de risco ou fatores de proteção.
Normalmente não são facilmente modificáveis pelo indivíduo, requerendo uma combinação
de ações.
- Biológicos: Organização celular e dos órgãos e sistemas, funcionamento bioquímico e
hormonal, entre outros
- Comportamentais: Hábitos, rotinas e escolhas que as pessoas fazem nas suas vidas
(determinantes proximais - p.e., uso de substâncias, comportamento alimentar, etc)
- Sociopolíticos: Condições do meio social e da organização sociopolítica dos sistemas
em que se insere (determinantes distais - p.e., acesso aos cuidados de saúde, status
socioeconómico, etc)
- Ambientais: Condições do meio físico em que a pessoa vive
Qualidade de vida: A percepção que um indivíduo tem do seu lugar na sociedade,
influenciado pela sua cultura, valores, objetivos e preocupações pessoais, é um conceito
multifacetado. É moldada por fatores como a saúde física, o bem-estar psicológico, as crenças
pessoais, as conexões sociais, e a sua relação com aspetos significativos da sua envolvente.
Tem duas vertentes: o que a pessoa consegue fazer (funcionamento - autonomia,
independência, capacidade física, autocuidado, sintomas físicos e aspectos fisiológicos
objetivos) e como é que a pessoa se sente (bem-estar - perceção de si, equilíbrio emocional
energia, sintomas físicos subjetivos)
- Outcome
1. Melhorar a compreensão dos efeitos colaterais do tratamento
2. Avaliar a adaptação psicológica à doença
3. Medir a eficácia do tratamento em termos psicológicos
4. Desenvolver estratégias para aumentar o bem-estar
5. Fornecer informação de prognóstico para a resposta ao tratamento e
sobrevivência.

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Principais domínios avaliados na qualidade de vida:
- Saúde e funcionamento: independência física, responsabilidades, saúde própria,
atividades de lazer, atividade sexual, etc
- Status Socioeconómico: independência financeira, emprego, nível de vida, satisfação
com trabalho, suporte emocional, influência de educação, etc
- Domínio psicológico/espiritual: satisfação com vida, metas pessoais, religião, paz de
espírito, controlo sobre vida, autoimagem, autoconceito, etc
- Domínio familiar: felicidade familiar, relações familiares, saúde da família, etc
1. Como os psicólogos da saúde podem integrar eficazmente os resultados negativos e
positivos em seus objetivos de intervenção, considerando indicadores observáveis e
quantificáveis, bem como aspectos subjetivos relacionados à saúde? A integração eficaz
dos resultados negativos e positivos na psicologia da saúde envolve uma abordagem holística.
Ao estabelecer objetivos observáveis e quantificáveis, como o aumento do consumo de
vegetais, os psicólogos podem medir mudanças tangíveis na saúde. Paralelamente, avaliar
resultados subjetivos, como satisfação e qualidade de vida, fornece insights valiosos sobre a
experiência do indivíduo. Uma abordagem abrangente reconhece que a melhoria da saúde vai
além de números e incorpora o bem-estar subjetivo
2. Como os determinantes da saúde, que abrangem fatores biológicos, comportamentais,
sociopolíticos e ambientais, podem ser abordados de maneira integrada em intervenções
psicológicas? Qual é o papel da modificabilidade desses determinantes na eficácia das
intervenções? Abordar os determinantes da saúde de maneira integrada requer uma
compreensão abrangente de como esses fatores interagem. Intervenções psicológicas podem
direcionar comportamentos, como hábitos alimentares, enquanto também consideram
influências sociopolíticas, como o acesso aos cuidados de saúde. A modificabilidade dos
determinantes, sejam eles comportamentais, biológicos ou sociopolíticos, influencia a
eficácia das intervenções, destacando a importância de estratégias adaptadas e abordagens
colaborativas
3. Como os resultados intermédios na psicologia da saúde, como a adesão à vacinação,
podem servir como indicadores cruciais para o sucesso das intervenções? Como os
psicólogos podem equilibrar a necessidade de resultados imediatos com a compreensão
de que mudanças comportamentais podem ser processos graduais? Os resultados
intermédios, como a adesão à vacinação, oferecem insights valiosos sobre os processos
comportamentais associados à saúde. Eles podem funcionar como indicadores cruciais para o
sucesso das intervenções, indicando mudanças comportamentais positivas. No entanto, os
psicólogos devem equilibrar a necessidade de resultados imediatos com a compreensão de
que mudanças comportamentais significativas podem ser processos graduais. Isso destaca a
importância de estratégias sustentáveis e de longo prazo na promoção da saúde.

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Modelos de mudança em saúde: modelos cognitivos
Comportamento de saúde: comportamentos relacionados com o nosso estado de saúde.
Podem ter impacto negativo (p.e., fumar, sedentarismo) ou positivo (p.e., lavar os dentes, usar
cinto de segurança).
Prever e compreender comportamentos de saúde

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- Variabilidade: contribuir para estudar a variação na manifestação de saúde/doença na
comunidade. Existem várias váriáveis - sexo, literacia em saúde, pressão social,
recursos familiares, idade, personalidade, stress, status socioeconomico, perceção
subjetiva de sintomas, etnia, perceção de risco, habilitações académicas, grau de
confiança/eficácia.
- Alvos de intervenção: é possível definir ações preventivas específicas se conhecermos
os fatores que determinam o comportamento
Emergência da cognição: as investigações que prediziam os comportamentos de saúde
deram ênfase aos processos cognitivos.
A cognição é relevante porque:
- características duradouras que moldam o comportamento de saúde e que diferenciam
as pessoas com um mesmo background; permitem a eficácia das intervenções porque
existe estabilidade no tempo que permite uma melhor avaliação
- mediadores do efeito de outros fatores (individuais, sociais, contextuais) no
comportamento de saúde
- são passíveis de mudança e representam uma via possível e interessante para
influenciar os comportamentos de saúde
Desenvolvimento de modelos teóricos
- Construtos- alguns aparecem em vários modelos, porque há alguns que não se podem
evitar, alguns modelos são um pouco estáticos e explica o porque que em certos
comportamentos não resultam tão bem, alargamento a outro tipo de construtos e a
fases de mudança
- Processo- ênfase no comportamento ou na intenção para realizar um comport
- Comportamentos- determinados modelos são mais aplicáveis e preditivos de certos
comportamentos
Para analisar criticamente os modelos temos que saber se o modelo explica uma
percentagem elevada da variância do comportamento de saúde. Adicionalmente saber se o
modelo é parcimonioso ou se contém variáveis que têm uma relação fraca com as restantes
variáveis e/ou com o comportamento de saúde. Por último, saber se estão a faltar variáveis
importantes que podem explicar uma parte importante da variância por explicar.
Utilidade dos modelos teóricos
- apoia as fases de planeamento, implementação e avaliação de intervenções
- descreve e identifica porque é que o problema existe
- ajuda a prever comportamentos em condições específicas e guia os investigadores
para fatores modificáveis
- razões que levam as pessoas a comportar-se de determinada forma (porque?)
- clarifica oq é preciso saber antes de elaborar um programa (como?)
- identifica o que é preciso monitorizar e medir e comparar para efeitos de avaliação (o
que?)
Modelo de crenças em saúde
- resulta de conjunto de crenças ou perceções individuais da ameaça e o equilíbrio entre
custos e benefícios em realizar esse comportamento de saúde
- perceção de ameaça = suscetibilidade (possibilidade de contrair a doença) + gravidade
(crença da gravidade e consequências da doença)

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- balanço = custos envolvidos (constrangimentos financeiros, consequências físicas,
psicológicas ou sociaiS, alteração de estilo de vida) vs. benefícios (ganhos e
consequências positivas em termos físicos, psicológicos, sociais e de saúde)
- pistas para ação - lembranças para usar na realização do comportamento (p.e.,
anúncios, campanhas, história dos outros, conselhos médicos, etc).
- Vantagens: Primeiro modelo em psicologia da saúde com preocupações relacionadas
com temas da saúde pública; barreiras parecem ter mais influência que perceção de
ameaça; pistas de ação são VIP
- Desvantagens: nem todos os fatores são preditores significativos; ênfase apenas no
processamento racional e fatores individuais; dificuldade de operacionalização dos
construtos; não considera o processo de mudança
- Autoeficácia (“vou conseguir…”): confiança para fazer determinada ação
- Motivação para a saúde (“estou preocupada…”): motivação para tornar as questões de
saúde salientes
Modelo de motivação para a proteção
- expande o modelo de crenças para incluir fatores emocionais (medo)
- componentes predizem a motivação para a proteção ou seja a intenção da pessoa para
adotar esse comportamento
- Avaliação de ameaça (medo)= vulnerabilidade (grau de vulnerabilidade ao problema
de saúde) + severidade (crenças acerca das consequências físicas ou sociais)
- Avaliação de confronto= custos de resposta (custos associadas ao comportamento) +
eficácia da resposta (eficácia do comportamento) + autoeficácia (sou capaz de
realizar?)
- Recompensas intrínsecas e extrínsecas (quais são os ganhos?)
- Há interação entre as duas avaliações
- Vantagens: resultados mais consistentes; todos os construtos são manipuláveis;
intenção é mediador
- Desvantagens: tem pontos em comum com o outro modelo; é melhor a explicar a
motivação para a proteção do que o comportamento de saúde em si, e o
comportamento que ocorre comparativamente ao futuro; perceções de ameaça não são
tão bons preditores do comportamento como as de eficácia
Hesitação na vacinação
- Inclusão de componentes nas vacinas que estão a causar doenças sem causa conhecida
- Preocupação com a segurança das crianças
- Questionamento da eficácia ou da necessidade de vacinar (já não há doença!)
- O contexto pandémico por COVID-19

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Modelos Sociocognitivos
- Deu-se a inclusão da cognição social devido a críticas sobre a não consideração da
formação de hábitos e de fatores sociais e ambientais.
- As cognições colocam o indivíduo no seu contexto social
Modelo de ação ponderada - MAP
- Intenção para realizar um comportamento VIP

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- É necessário considerar o contexto social
- Atitudes em relação ao comportamento (avaliações positivas e negativas de um
comportamento e dos resultados) = crenças sobre os resultados + avaliação do
comportamento
- Normas subjetivas (perceção das normas e pressões sociais para ter um
comportamento e avaliação da motivação para ceder) = crenças sobre as atitudes dos
outros … + motivação para se submeter a pressão social
Modelo do comportamento planeado - MCP
- Inclui o controlo do comportamento (comportamento = motivação+capacidade)
- Ênfase na autoeficácia
- Controlo do comportamento (crença de que o indivíduo consegue iniciar ou manter
um comportamento) = fatores de controlo interno (p.e., competências, conhecimentos,
aptidões) + fatores de controlo externos (p.e., oportunidades, obstáculos, apoio social)
Vantagens do MAP e MCP
- Modelo parcimonioso (explica uma maior % da variância na intenção e no
comportamento com poucos construtos)
- Vários comportamentos explicados por estes modelos (p.e., auto-exame, perda de
peso, exercício, uso de contraceção)
- Inclui um nível de irracionalidade (i.e., avaliações subjetivas) e fatores sociais e
ambientais (i.e., crenças normativas)
- Mais variância explicada com upgrades
Desvantagens do MAP e MCP
- Omite o fator temporal (não descreve a ordem das diferentes crenças nem a direção de
causalidade)
- Não é ainda um modelo de mudança de comportamento
- Intenção e comportamento estão apenas moderadamente correlacionadas
- A inclusão de cognições sociais antevê a influência de muitas outras variáveis
preditoras não controladas pelo modelo (p.e., normas morais)
Modelo Dirigido a um Objetivo
- Emoções antecipadas positivas e negativas: “se suceder a fazer x, ficarei feliz”; “se
falhar a fazer x, ficarei desiludido”
- Normas subjetivas: “a pessoa x que é importante para mim acha que eu devia fazer y”
- Atitude: “eu fazer y é bom/mau”
- Comportamento passado/hábito: “regularmente faço x”
- Desejo para realizar o comportamento
- Desejo de atingir objetivos
- Volição comportamental: “eu pretendo fazer x”
Alimentação
- Primeiros anos de vida são período crítico para moldar os padrões alimentares da
criança
- Consumo de açúcares adicionados, consumo de hortícolas e leguminosas, e excesso
de peso são preocupantes
Promover uma alimentação saudável

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- Não focar apenas na nutrição mas também a relação que a criança tem com os
alimentos e os padrões de comportamento que desenvolve
- Mecanismos de autorregulação: capacidade para reconhecer os sinais de fome e
saciedade e começar ou continuar a comer, não iniciar a ingestão, ou parar de comer,
de acordo com os mesmos (aquisição gradual do controlo pelos pais)
- Regra de ouro: Os pais decidem o que come, quando e como; a criança decide se
come esse alimentos e quanto come desse alimento
Preferências alimentares
- Gostar de alimentos doces e rejeitar alimentos ácidos ou amargos
- Interesse pelo sabor salgado a partir dos 4 meses
- Relutância em experimentar alimentos novos (neofobia)
Práticas alimentares
- Coercivas, de estrutura e de promoção da autonomia da criança
- Através destas práticas, os adultos controlam o tipo e a quantidade de alimentos
consumidos, assim como o momento em que as crianças fazem as refeições

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Motivação e mudança
- Predizer comportamento ≠ estudar processos de mudança
- Autoeficácia e autorregulação é VIP
Teoria SocioCognitiva: determinantes principais
- informação/conhecimento: sobre riscos e benefícios ou comportamento de saúde
- autoeficácia: crença na capacidade de realizar determinado comportamento
- expectativas sobre os resultados
- objetivos que as pessoas definem para si
- facilitadores e impedimentos sociais e estruturais influenciam
Promotores de autorregulação
- automonitorização: observação do próprio comportamento
- definição de objetivos: identificação de mudanças que têm de acontecer
- feedback: info sobre a qualidade de desempenho
- auto recompensa
- auto-instrução: diálogo interno antes, durante e depois de realizar determinado
comportamento
- procura de apoio social: procurar pessoas que encorajem seus esforços
Mudanças ambientais que facilitam mudança de comportamento
- motivação com incentivos: dar recompensas ou punições para o comportamento
desejado ou não desejado, respetivamente
- facilitação: fornecimento de novas estruturas ou recursos que facilitem a ocorrência
de determinados comportamentos ou a sua realização

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Teoria da auto-determinação (teoria da motivação)
- motivação intrínseca: realiza comportamento para seu próprio bem-estar
- motivação extrínseca
- integrada - faz o comportamento pq adequa-se aos seus valores e identidade;
- identificada - faz o comportamento pq conduz a resultados que são
valorizados por ele;
- introjetada - faz o comportamento para evitar emoções negativas;
- externa - faz o comportamento para evitar punição ou obter reforço e
- falta de motivação/amotivação: não há motivação
- foca a relação dos processos de motivação com traços individuais, de personalidade
- ênfase nos fatores sociais e culturais que facilitam ou prejudicam a intenção:
- autonomia: comportamento como expressão do self
- competência: pessoa acredita que é capaz de realizar o comportamento
- relação: sentimento de pertença a um grupo
- Aplicação na promoção de estilos de vida saudáveis e na promoção da adesão ao
tratamento (doenças crónicas)
- Autorregulação autónoma é VIP, integrando tanto a motivação intrínseca como a
motivação extrínseca bem internalizada
- Distinção entre autonomia e independência (fundamental para o conceito da
promoção da autonomia em saúde)
- Oferecer conselhos/recomendar vs. orientar e apoiar a autonomia da pessoa (políticas
não controladoras; papel do fornecimento de informação que permita à pessoa tomar
decisões informadas e autónomas)
EAT Family Style
- Desenvolver conhecimentos e competências que permitam aos profissionais de
educação de infância implementar um estilo familiar e utilizar práticas alimentares
responsivas às refeições com crianças entre os 3 e os 5 anos de idade
- 14 sessões, 7 temas
- Sessões online + tutoriais
- Conteúdos interativos
- Vídeos demonstrativos (comportamento em contexto real, verbalizações)
- Definição de objetivos + planos de ação + auto observação (filmagens) + barreiras e
facilitadores

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Mudança em etapas
- fases qualitativamente diferentes
- dimensão temporal VIP (pode não ser linear)
- ênfase na autorregulação e na possibilidade de progredir para etapas seguintes através
de intervenções específicas
Modelo do processo de ação para a saúde - HAPA
- comportamentos = processo com fase de motivação (tomada de decisão e
estabelecimento de objetivos) e fase volitiva (planeamento e ação)

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- existe uma lacuna entre a intenção e o comportamento → planeamento do coping e
ação
- a autoeficácia é um fator determinante em diferentes momentos (3 tipos: tarefa,
coping, recuperação)
Construtos do modelo HAPA
- fases: motivacional e volitiva
- motivacional: Para mudar comportamentos de saúde, é necessário desenvolver
a intenção de mudar, com base nas crenças pessoais sobre autoeficácia em
relação à tarefa, expectativas sobre os resultados (positivos/negativos),
perceção de risco (gravidade, vulnerabilidade), objetivos (intenção)
- volitiva: Depois, essa mudança tem de ser planeada, iniciada, mantida,
antecipando recaídas; os processos de autorregulação têm um papel importante
nesta fase: plano de ação (quando, onde e como) e de coping; auto eficácia em
relação ao coping; autoeficácia em relação à recuperação; ação; barreiras e
recursos
- dimensões: autoeficácia; expectativas sobre os resultados; perceção de risco; planos
de ação e coping; início, manutenção e recuperação dos comportamentos
- estádios e intervenções:
- pré-intencional - perceção de risco, expectativas sobre o resultado,
autoeficácia (tarefa) e intenção; intervenção = discussão dos riscos e recursos
- intencional - planos de ação e de confronto, autoeficácia (confronto);
intervenção= planeamento estratégico
- acional - ação (concretização do comportamento), autoeficácia (recuperação);
intervenção= manutenção e prevenção da recaída
Modelo transteórico de fases de mudança
- aplicação inicial foi na cessação tabágica
- Transteórico = uso das fases de mudança para integrar processos e princípios de
mudança presentes na maior parte dos modelos de intervenção
- Introdução do conceito de prontidão para a mudança
- Fases de mudança
- pré-contemplação: sem intenção de agir nos próximos 6 meses
- contemplação: intenção de agir nos próximos 6 meses
- preparação: intenção de agir nos próximos 30 dias e desenvolve algumas ações
- ação: mudança de comportamento num período até 6 meses
- manutenção: mudança do comportamento por mais de 6 mais
- prevenção de recaída: sem recaídas e com manutenção de níveis elevados de
confiança
- Processos de mudança
- experienciais: aumento da consciência, alívio intenso, reavaliação ambiental,
auto-reavaliação, comprometimento com a mudança
- comportamentais: contracondicionamento, gestão do reforço, controlo de
estímulos, apoio social, mudança nas normas sociais
- Processo de decisão

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- prós= Ganhos concretos para mim e para os outros; Aprovação pessoal e dos
outros
- contras= Custos concretos para mim e para os outros; Desaprovação pessoal e
dos outros
- Autoeficácia (Capacidade percebida para lidar com situações desafiantes ou de alto
risco sem recair nos comportamentos anteriores) vs Tentação (A força do impulso ou
do desejo para voltar a ter um determinado comportamento menos saudável em
situações difíceis)
Limitações HAPA e Transteórico
- HAPA: Necessários mais estudos longitudinais e com intervenção que permitam
validar o modelo e as relações entre constructos; Não é fácil/comum estudar
mudanças de comportamento a longo termo (mas os três tipos de autoeficácia
parecem ser úteis para compreender a manutenção do comportamento)
- Transteórico: Como aplicar este modelo para prevenção de comportamentos de risco?
A partir de que idade começa mudança de comportamento intencional? (ênfase nos
processos de tomada de decisão) Maior aplicação na redução do comportamento do
que na prevenção do comportamento (chegar ao topo da montanha)
Indicadores de comportamentos sexuais de risco na adolescência
- Iniciar cedo a sua atividade sexual (antes dos 13 anos)
- Ter tido vários parceiros sexuais
- Não uso de preservativo ou outra contraceção
- Populações mais vulneráveis em termos socioeconómicos
- Perturbações emocionais na adolescência
- Contexto familiar disfuncional
- Consequências: gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis (impacto
negativo no bem estar físico e emocional, impacto negativo no percurso académico e
profissional, problemas médicos relacionados com a gravidez precoce)
- Porquê ter comportamentos de risco: Necessidade de excitação, emoções novas e
intensas; Comportamentos ocorrem num determinado contexto social; Identificação
com os adultos

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Entrevista motivacional
- método centrado no cliente, diretivo, que visa aumentar a motivação intrínseca para a
mudança através da exploração e resolução da ambivalência
- procura reforçar nas pessoas a sua vontade e prontidão para mudar
- cada pessoa é capaz de identificar, escolher e definir seus objetivos, estabelecer
planos para os atingir, implementar planos e verificar o seu grau de sucesso ou
necessidade de os modificar
- geralmente implica obstáculos e dificuldades e é fundamental para a motivação para a
mudança
- modelo holístico que também dá feedback
- não há a hierarquização paciente-especialista, é uma relação de igual para igual
- é normal sentirmos ambivalência em relação ao desejo de mudança

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- ambivalência é evidente em situações onde existe conflito entre uma recompensa
imediata e consequências adversas a longo prazo
- + motivação intrínseca → + autodeterminação
Três inspirações teóricas
- modelo transteórico de fases de mudança
- resolução de ambivalência (processo decisional + autoeficácia) para aumentar
a motivação
- ajuste da entrevista motivacional em cada fase do modelo
- teoria da autodeterminação
- importância das motivações intrínsecas (+ autodeterminação) para promover a
mudança
- promoção da autonomia, competência e relação
- abordagem centrada na pessoa
- centração no paciente
- diretivo, evoca e amplifica e discrepância; reflexões contingentes para reforçar
a motivação; feedback
3 perguntas importantes
- quanto é que a mudança é importante? willingness
- quando é que se sente confiante para mudar? ability
- até que ponto é que é uma prioridade imediata? readiness
Objetivos da entrevista motivacional
- motivações para mudança tem que partir da motivação interna do paciente - não
impostas no exterior
- é tarefa do cliente e não do psicólogo articular e resolver a sua ambivalência
- a persuasão direta não é eficaz na resolução da ambivalência
- a prontidão para a mudança não é um traço do paciente mas sim produto flutuante da
interação interpessoal
Quando é pertinente usar a entrevista motivacional?
- quando ele reconhece que existe um risco para a saúde mas está ambivalente sobre a
mudança
- não está a aderir ou não há envolvimento em comportamentos de autocuidado
- não reconhece o risco de determinados comportamentos para a saúde
- apresenta crenças resistentes
- ambivalência elevada → confiança baixa → desejo reduzido → baixa importância
Princípios fundamentais na EM
- Expressar empatia (escuta reflexiva, normalizar ambivalência, ter em consideração a
perspetiva do paciente segunda as suas experiências anteriores)
- Jogar com a resistência (tem que se responder de forma diferente quando há
resistência, não impor mas discutir sobre as perspectivas do paciente, “caminhar ao
lado” do paciente)
- Desenvolver discrepância (motivar à apresentação de argumentos de mudança, ajudar
o paciente a entender as suas capacidades para posteriormente verbalizar o que
pretende fazer, promover a autoeficácia)

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- Apoiar a autoeficácia e auto-valorização (acreditar e verbalizar a confiança nas
capacidades do paciente)
Espírito da EM
- colaboração (partilha da jornada com o paciente, pedir feedback, cada um é
especialista nas suas áreas)
- aceitação (valorizar autonomia do paciente, empatia, não há juízos de valor)
- compaixão (validar a exigência do processo, “cuidar”)
- evocação (ajudar o paciente a identificar motivos para mudar e recursos disponíveis
em vez de dizer oq fazer)
O processo na EM
- envolver (estabelecer uma relação de confiança que permita discussão honesta e não
julgadora)
- focar (orientar para o problema, identificando áreas de potencial mudança)
- evocar (tornar presente o desejo de mudança)
- planear (definir como e que mudança pode acontecer; como, onde e quando)
Principais técnicas (OARS + os últimos 2)
- questões abertas - convidar respostas mais longas
- afirmações - reforçar forças. atributos, esforços e passos positivos
- escuta reflexiva - desenvolver, clarificar, empatizar
- sumarização - resumo das ideias principais
- troca de informação - feedback, questionar o que se sabe do tópico
- evocação da change talk vs. réguas da capacidade e de importância: identificar o
desejo, motivos, capacidades e necessidade de mudança; avaliação subjetiva da
importância de mudar e quanto se sentem capazes de o fazer é VIP
- desejo “se pudesse mudar alguma coisa em si o que seria?”
- habilidade “se decidir mudar como é que o faria?”
- razão “se se imaginar a conseguir ser bem sucedido, qual seria o impacto na
sua vida?”
- necessidade “se quiser continuar a avançar neste caminho, qual é o
benefício?”
EM com crianças e adolescentes
- capacidades de raciocínio e de linguagem podem dificultar o uso de algumas técnicas
de EM
- Capacidade limitada para compreender que a saúde e a doença podem ser
determinadas por fatores internos, ou para ligar eventos passados ao estado atual de
saúde
- Dificuldade em compreender aspetos específicos da doença e do tratamento proposto
- Menor autoconhecimento, menor capacidade de mudar o contexto do comportamento
que pretendem mudar, para definir objetivos a médio/longo prazo, ou para
experienciar ambivalência entre comportamento atual e o desejado
EM é eficaz
- adolescentes
- pais de crianças
- álcool, tabaco, alimentação

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17/11
Como mudar comportamentos?
- mudança é difícil e há resistências mas existem questões específicas no momento de
desenhar e implementar esses programas
Roda da Mudança Comportamental
- método sistemático que parte do entendimento da natureza do comportamento a
mudar para definir um sistema apropriado de intervenções e os seus componente
- 3 níveis:
- 1º nível: condições necessários para que a mudança do comportamento ocorra
- 2º nível: processos através dos quais uma intervenção pode mudar o
comportamento
- 3º nível: categorias de políticas públicas que podem ser usadas para apoiar
essas intervenções
1º nível
COM-B
- Capacidade física/psicológica (como é que este comportamento vai ser executado?) +
oportunidade física/social( o contexto cria ou dá oportunidades para o comportamento
ocorrer?) + motivação automática/reflexiva( existe motivação suficiente para realizar
o comportamento?) = comportamento

2º nível
Funções de intervenção

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3ºnível
Categorias de políticas

Etapas do desenho de intervenções de mudança de comportamento


- etapa 1: definir o problema em termos comportamentais, selecionar o
comportamento-alvo, especificar o alvo, identificar o que precisa ser mudado
- etapa 2: identificar as funções de intervenção e as categorias de políticas
- etapa 3: identificar técnicas de mudança de comportamento e a forma de
delivery
A Taxonomia de Técnicas de Mudança de Comportamento (BCT Taxonomy)
- desenvolvida para padronizar a descrição dos conteúdos das intervenções, ou seja,
seus potenciais "ingredientes ativos"
Algumas BCTs
- Monitorização
- conjunto de estratégias que permitem à pessoa registar comportamentos-alvo
- Não estruturada (diário ou registo ideográfico) vs. estruturada (grelhas,
checklists, questionários de frequência; repetição do registo)
- escalas subjetivas permitem medir a intensidade da sensação, emoção,
intenção, impulso: objetivar a subjetividade na quantificação das perceções
visadas
- Modo reativo: o próprio processo de autoobservação interfere com a execução
quantitativa e qualitativa das respostas observadas e vai modificá-las
- Os processos observados são intencionalmente desautomatizados ou tornados
explícitos e objeto de atenção seletiva
- A perceção ou sugestão de (auto)controlo desses processos pode aumentar
gradualmente, de acordo com o objetivo de mudança
- A constatação da mudança durante a monitorização serve de estratégia de
autossugestão motivacional: aumento da reatividade
- Possíveis processos explicativos:
- Aumento da consciência do nível de atividade, frequência, intensidade
do comportamento

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- A atenção (seletiva) requerida pelo processo
- Aumento da autoeficácia decorrente de constatar a sua capacidade de
mudar o comportamento alvo
- Monitorização e feedback
- Este feedback é informativo, permitindo guiar os esforços da pessoa e
pode funcionar como reforço, promovendo o aumento da perceção de
eficácia do comportamento e de autoeficácia da pessoa
- Fornecer informação
- Informação sobre consequências físicas, emocionais, sociais de iniciar
ou manter um determinado comportamento
- Informação sobre antecedentes do comportamento (+
automonitorização)
- Reatribuição (i.e., elicitar causas atribuídas ao comportamento e propor
explicações alternativas; locus de controlo externo vs. interno)
- Instruções sobre como realizar um determinado comportamento
- Definição de objetivos
- Através da exposição a nova informação sobre potenciais riscos ou
problemas, ou em resposta à identificação de problemas, ou
insatisfação com aspetos da saúde, a pessoa define a necessidade de
mudança
- Necessidade de definir objetivos SMART (specific, measurable,
achievable, relevant, and time-bound)
- Resolução de problemas
1. Identificação do problema e dos fatores que influenciam o
comportamento
2. Identificação de alternativas de solução (brainstorming), sem filtro
racionalizador
3. Análise de vantagens e inconvenientes/obstáculos para cada alternativa
4. Verificar se pode combinar alternativas
5. Escolha da alternativa e planeamento da implementação
6. Monitorização dos progressos
7. Eventual necessidade de escolher outra(s) alternativa(s) e fazer novo
planeamento
- Planeamento
- Identificação das situações mais adequadas ou críticas onde o
comportamento ocorre/deve ocorrer e seleciona respostas adequadas a
essas situações
- Definição de um plano de ação (contexto ambiental e/ou interno,
frequência, duração, intensidade; considerando obstáculos e
facilitadores), que se compromete a implementar
- Fortalecimento da associação entre a situação e o comportamento:
facilita a automatização do comportamento e a possibilidade de usar
pistas de ação facilitadoras desta associação
- Contrato comportamental

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- Estabelecer um compromisso público com outra(s) pessoa(s)
relevante(s), que pode constituir uma fonte de orientação e/ou de apoio
social
- Os “pares-peritos” são pessoas que passaram por problemas
semelhantes e foram bem sucedidos. Podem ser fonte de incentivo,
modelagem, instrução, ou apoio social
- O contrato deve especificar os comportamentos que a pessoa deve
desempenhar, as ajudas que precisa receber, e as consequências
positivas intrínsecas ou extrinsecas
- Auto-instrução (self talk)
- A autoinstrução (conversa interna) compreende técnicas que facilitam
os indivíduos a direcionar suas ações para os objetivos desejados ou a
implementar planos de mudança por meio de um diálogo interno
deliberado, usando frases ou dicas curtas e encorajadoras
1. Identificação e desautomatização do discurso interno habitual
2. Identificação de discurso alternativo
3. Treinar o novo discurso
4. Aplicar ao vivo
- Incentivos
- Baseia-se no modelo operante de controlo do comportamento, e no uso
de reforços dos comportamentos desejados/planeados
- Progressivamente, os reforços são retirados para que o comportamento
se mantenha sem esses reforços externos ou estruturados
- Pode implicar o planeamento e gestão de atividades, o uso de sistemas
de vales ou fichas que permitem acumular e adiar o reforço (reforço
programado), ou o uso de lotarias (reforço aleatório)
- Mudanças Ambientais
- Mudar (ou aconselhar mudar) o contexto para facilitar a realização do
comportamento desejado, ou criar barreiras ao comportamento
indesejado (físico ou social)
- Evitar exposição da pistas do contexto que possam facilitar
comportamentos não desejados, que pode envolver mudança de rotinas
- Acrescentar objetos ao ambiente para facilitar comportamentos
desejados
- Intervenção: infância e adolescência
- Orientação desenvolvimentista: adequação à idade/desenvolvimento
cognitivo e socioemocional e às tarefas de desenvolvimento (e.g.,
conceito de saúde; conceito de risco ou perigo e de prevenção, aspetos
motivacionais, autocontrolo, adiamento da gratificação)
- Perspetiva familiar e ecológica: Integração da família; escola;
comunidade. Contextos múltiplos, diferenciados, mas que se interligam
- A aprendizagem de competências básicas fundamentais (de
autocontrolo ou de resolução de problemas) depende da motivação e

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das capacidades cognitivas e socioemocionais da criança e do
adolescente MAS também dos pais

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