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Psicologia social e da saúde

No âmbito da abordagem dessa cadeira, importa referir que o seu ponto crucial é procurar
entender a psicologia social e psicologia da saúde.

A psicologia social, importa saber que ela estuda as interações sociais, ou a mera expectativa da
sociedade, a forma como as pessoas se relacionam, visa compreender os processos cognitivos e
comportamentais dos indivíduos. E também busca trabalhar com comportamentos de
pequenos grupos, e a família é um dos grupos mais importantes, as atitudes são um dos
conceitos da psicologia social e que são uns dos principais factores que contribuem para a
promoção da saúde.

Psicologia da saúde

Segundo Rodrigues -Marin (1995), estuda os factores emocionais, cognitivas e


comportamentais associados à saúde e as doenças físicas dos indivíduos.

A ONS, define a saúde como um estado positivo de bem estar físico, psicológico, social,
económico e espiritual e não somente ausência de doenças surgindo como um construto
multifactorial, cujo os determinantes influenciam a idade, sexo, os factores hereditários e estilo
de vida individual.

Então a psicologia social e da saúde vai configurar-se como um campo de conhecimento e


prática que trata das questões psicológicas com enfoque mais social, coleti e comunitário,
voltado para a saúde e trabalha dentro de um modelo mais integrado, reconhece a saúde como
um fenómeno multidimensional em que interagem aspectos biológicos, psicológico e sociais e
caminha para uma compreensão mais holística do processo saúde, doença e cuidado.

Factores determinantes da saúde

Entender-se que determinantes sociais da saúde segundo a OMS, são as condições sociais em
que as pessoas vivem e trabalham. Ao abordar as relações entre determinantes sociais e saúde,
consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os factores mais gerais de
natureza social, económica, política e as mediações através das quais esses factores incidem
sobre situações de saúde de grupos e pessoas, porque as relações de determinantes não é uma
simples relação de causa-efeito.

Promoção da saúde

A promoção da saúde é muito mais que efectuar a mera prevenção de doenças, promover a
saúde é não só melhorar a nossa condição de saúde mas também melhorar a nossa qualidade
de vida e nosso bem estar.

A promoção de saúde é o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de


sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controlo deste processo
(World Health Organization, 1986, P. 1).

Existem várias formas de se promover a saúde, mas segundo o Calatayud, a promoção


necessita apoiar - se em conceitos puramente psicológicos, tais como hábitos, atitudes,
motivação, interações pessoais e familiares e habilidades. Pode ser promoções levadas a cabo
de uma forma colectiva, por organizações ou por acções individuais. A promoção da saúde
possui como princípios a equidade, a Interesetorialidade, o empoderamento, a participação
social, a sustentabilidade, a autonomia e a integralidade, e

os determinantes sociais de saúde são o foco da promoção com vista a superação das
desigualdades e iniquidades em saúde e tem uma relação que é directamente proporcional, ou
seja quanto piores forem as situações de vulnerabilidade, mais fortemente os princípios e as
acções de promoção de saúde devem ser colocados. Ela vai possibilitar ampliar a realidade e
enxergar os processos estruturantes que mantêm situações depreciativa da saúde do indivíduo
ou favorecem a sua superação.

A promoção da saúde pode ser o grande núcleo de convergência dos diversos sectores, sejam
ou não governamentais para mirar mudanças estruturais que impactem positivamente a vida
de populações. E ela é global pois é capaz de conferir pertinência as suas diretrizes nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial.
O papel do psicólogo na promoção da saúde no combate ao HIV /SIDA
O HIV/aids é uma doença que ataca o sistema imunológico do indivíduo, deixando-o vulnerável
para adquirir infecções que podem agravar a doença. Além disso, sentimentos de revolta,
culpa, medo e rejeição, são comuns. O acolhimento e o acompanhamento psicológico é de
suma importância para qualidade de vida dos portadores do vírus HIV/aids e de seus familiares.
O psicólogo da saúde ao trabalhar sob a perspectiva de promoção da saúde e prevenção da
doença auxilia o paciente com HIV, a partir do contexto cultura e social a desenvolver
estratégias que otimizem sua condição de vida, levando-se em consideração seus direitos
enquanto cidadão. Medidas preventivas e de promoção à saúde, relacionadas ao HIV são
frequentes na atualidade e a multidisciplinaridade da equipe a atender os portadores é
valorizada. De acordo com Mello (2010, p. 405) “lidar com pacientes de AIDS, é uma tarefa que
exige um grande desprendimento, capaz de suportar frustações e dor, a dor no entrechoque
constante entre a vida e a morte”. Um profissional que tem muito a oferecer, em termos de
ajuda, a portadores do vírus HIV é o psicólogo.Na Psicologia há um vasto campo de atuação,
diversos contextos os quais o psicólogo pode usar de seus conhecimentos e instrumentos para
melhor atender à demanda identificada em cada um deles. Uma das áreas deste campo do
saber é a Psicologia da Saúde, que segundo Alves (2011) trabalha com a promoção da saúde e a
prevenção de doenças em diversos contextos culturais e sociais, buscando a melhoria das
condições de vida do ser humano.

A AIDS em seu aspecto epidêmico trouxe novos desafios éticos para a saúde pública. Por um
lado, reforçou-se a necessidade de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Por
outro, constatou-se que o controle dessas doenças não estava associado somente à vontade
pessoal, ao diagnóstico e ao tratamento, mas também a promoção de transformações
socioculturais e de qualidade das relações humanas. Sabe-se hoje que a prevenção depende
muito mais de atitudes de cuidado de si e dos demais do que de informações científicas.
Podemos promover, desde a infância, o desenvolvimento de muitas competências para a
proteção e o auto-cuidado. Já a promoção caracteriza uma intervenção ou conjunto de
intervenções que, diferente da prevenção, tem como meta ideal a eliminação permanente, ou
pelo menos duradoura, da doença porque busca atingir suas causas mais básicas, e não apenas
evitar que as doenças se manifestem nos indivíduos e nas coletividades. (LEFREVE, 2004). Um
objetivo central da promoção da saúde desde uma perspectiva psicológica é facilitar a
emergência do sujeito da saúde, que aparece como aquelas pessoas e instituições capazes de
se posicionar de forma ativa ante os fatores do modo de vida e das relações humanas que
permitem um desenvolvimento mais sadio de pessoas e instituições. A promoção da saúde
representa uma estratégia promissora para enfrentar o múltiplos problemas de saúde que
afetam a população. Partindo de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus
determinantes, propõem a articulação desaberes técnicos e populares, e a mobilização de
recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu enfrentamento e
resolução. (BUSS, 2000). Alcançar a equidade em saúde é um dos focos da promoção da saúde.
As ações de promoção da saúde objetivam reduzir as diferenças no estado de saúde da
população e assegurar oportunidades e recursos igualitários para capacitar todas as pessoas a
realizar completamente se potencial em saúde. (WHO, 1986).

O papel do psicólogo no apoio psicossociologia aos pacientes de HIV /SIDA

O acolhimento e o aconselhamento do indivíduo no momento de sua descoberta é essencial ,


pois neste momento surgem conflitos em relação às mudanças que a partir deste momento
estarão presente na vida da pessoa sendo: rotina de exames, consultas, medicação e cuidados
preventivos a saúde.

dar apoio psicológico às pessoas cujas vidas estão a ser afectadas pelo HIV; prevenir a infecção
pelo HIV e a sua transmissão a outras pessoas; estimular o diagnóstico de parceiros sexuais;
referir, quando necessário, para outros serviços de saúde especializados, independentemente
do resultado do teste. Essas finalidades são obtidas através de: oferecer aos jovens informação
sobre o HIV/SIDA (formas de transmissão, prevenção, testes); ajudar as pessoas infectadas, as
suas famílias e os amigo a lidar com as possíveis reacções emocionais ao HIV/SIDA (raiva, medo,
negação); discutir as possibilidades de acção adaptadas às necessidades e às circunstâncias do
jovem; encorajar mudanças necessárias para a prevenção ouapoio emocional;

apoio educativo, que trata das trocas de informações sobre HIV/SIDA, suas formas de
transmissão, prevenção e tratamento;avaliação de riscos, que propicia a reflexão sobre valores,
atitudes e condutas, incluindo o planeamento de estratégias de redução de risco controle da
infecção (através do sexo protegido).

Portanto a atuação do psicólogo no acolhimento e atendimento ao portador de HIV é de


grande importância, mas não se limita a isso, pois também trabalha a prevenção para toda
população, levando informações corretas sobre os riscos da transmissão, promovendo a
reflexão sobre questões de preconceitos ainda muito presente em nossa sociedade e que
precisam ser quebrados através do combate a ignorância.

Especificamente, a intervenção do psicólogo pode estar desde o momento do diagnóstico até


a adesão ao tratamento. O trabalho consiste em oferecer uma escuta a fim de identificar os
efeitos da condição de soropositividade. Ou seja, identificar os aspectos subjacentes à doença.
A proposta é que as pessoas possam tratar das questões que emergem diante dessa situação
como medo, angústia, fantasias e as questões psicossociais que por vezes podem influenciar na
adesão ao tratamento, na autoestima e no autocuidado. O que tem se observado é que os
aspectos psicossociais - estigmas, isolamento social e preconceitos - parecem gerar mais
angústia do que propriamente estar com a doença.

As intervenções psicológicas podem promover alterações nos aspectos emocional, psicossocial,


nas estratégias de enfrentamento e na adesão o tratamento, que culminem numa melhora no
estado de saúde geral do indivíduo. Por fim, uma compreensão mais aprofundada dos aspectos
subjetivos possibilita com que se identifiquem situações potencialmente problemáticas, a fim
de que se possam desenvolver estratégias de prevenção e promoção de saúde que implique
numa melhora da qualidade de vida.

Em suma, a Psicologia Social da Saúde tem como características principais a atuação centrada
em uma perspectiva coletiva e o comprometimento com os direitos sociais e com a cidadania.
Rompe, portanto, com enfoques mais tradicionais centrados no indivíduo. A atuação se dá
principalmente nos serviços de atenção primária à saúde, focaliza a prevenção da doença e a
promoção da saúde, e com extrema importância o incentivo dos atores sociais envolvidos para
a geração de propostas de transformação do ambiente em que vivem. Trata-se, portanto, de
um processo de transformação crítica e democráticaque potencializa e fortalece a qualidade de
vida (Spink, 2003).

Referências bibliográficas

AGUIAR, G. S, RONZANI. M. T, psicologia social e saúde colectiva : reconstruído identidades,


psicol. Pesq. V. 1, n°2, 2007.

MACIEL.C.S, DE MENEZES. B. S. T, DA MOURA. S. M. L, psicologia social da saúde, um enfoque


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SANTOS. H. J, JACINTO. C. M. H, atuação do psicólogo da saúde com pessoas portadores do


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Patrícia Resende, Lucas dutra, taciane giesel. Cartilha de prevenção ao assédio moral, secretária
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