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Ana Paula Américo Cuna

Ana Maria Trindade

Deolinda Domingos

Gizélia Manuel Chihuho

Joice Jacinto Uetimane

Helder Samuel Muta

Resumo

Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações

4º Ano/Regular

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2024
Ana Paula Américo Cuna

Ana Maria Trindade

Deolinda Domingos

Gizélia Manuel Chihuho

Joice Jacinto Uetimane

Helder Samuel Muta

Resumo

Trabalho de pesquisa a ser apresentado na


disciplina de Etica e Deontologia
Profissional , do curso de Licenciatura em
Psicologia Social e das Organizações da
Universidade Pedagógica de Maputo
solicitado pelo docente:

PhD Camilo Ussene

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2024
Índice
0.Introdução...............................................................................................................................................4
1.Ética Aristotélica....................................................................................................................................6
2.A FILOSOFIA ISLAMICA ou ARABE...............................................................................................8
2.1.O islamismo e a ética.........................................................................................................................9
2.2.Ética islâmica.....................................................................................................................................9
3.Filosofia Cristã...............................................................................................................................11
3.1.Relacao da Etica e Filosofia Cristã..............................................................................................12
3.2.Características da Filosofia Cristã................................................................................................13
4.Conclusão.......................................................................................................................................14
0.Introdução
O presente resumo e uma sumbla sobre a Etica em diferentes facetas, nomeadamente a Ética e a
Religião, Ética Aristotélica. Sendo a Ética um modo de regulação de comportamentos que
provem do individuo e que assenta no estabelecimento por si próprio de valores para dar sentido
as suas decisões e acções . Sendo a ética um objecto de analise por filósofos desde os tempos
remotos procurando perceber os princípios que norteiam e guiam o homem racional a uma vida
social tranquila e apaziguada.

Palavra chave: Ética ,Filosofia e Religião


1.Ética Aristotélica

A filosofia aristotélica constitui uma visão sistemática e integrada do conhecimento, com a


valorização da ciência empírica, da ética e da política. Aristóteles divide o conhecimento da
seguinte forma: prático (práxis), produtivo (poiesis) e teórico. O conhecimento prático abrange
principalmente o estudo da ética e da política. A ética é um saber prático e pressupõe três
elementos fundamentais da filosofia aristotélica: o uso correto da razão, a boa
conduta (eupraxia) e a felicidade (eudaimonia).

Aristóteles desenvolveu uma reflexão ética perguntando-se sobre o fim último do ser humano.
Para o quê tendemos? E respondeu: para a felicidade. Todos nós buscamos a felicidade. E o que
Aristóteles entende por felicidade? Uma atividade conforme a razão – realização do que há de
mais característico do ser humano – e a virtude (ARISTÓTELES, 1987, Livro I). “A felicidade é,
para Aristóteles, a actividade da alma segundo sua virtude (excelência). E tal virtude, ou
excelência, reside na sua actividade racional” (FERRAZ, 2014, p. 43).

Para Aristóteles a felicidade está ligada à atividade humana, sendo um tipo de atividade em
conformidade com a “reta razão” e com a virtude (areté). Isso quer dizer que a vida virtuosa é
racional. A felicidade implica a educação da vontade em conformidade com os princípios
racionais da moderação e, finalmente, está fundamentalmente ligada à política, uma vez que o
homem é definido como animal político e sua conduta ética tem expressão na pólis e a partir dela
é julgada. É na sociedade – na pólis – que os homens podem alcançar o bem supremo: a
felicidade, daí porque, em Aristóteles, ética e política são inseparáveis. “A política que também é
uma ciência prática não se dissocia da ética, elas apenas se diferenciam pelo fato de a primeira
apresentar uma dimensão social, coletiva, enquanto a outra se restringe ao particular, individual”
(AMARAL; SILVA; GOMES, 2012, p. 12)
1.1.Dedução da virtudes a partir das partes da alma

Aristóteles divide a alma em três partes, duas irracionais, isto é, a alma vegetativa ou nutritiva e a
alma sensitiva, e uma racional, a alma intelectiva. E dado que cada uma dessas partes tem a sua
atividade peculiar, cada uma tem uma peculiar virtude ou excelência. A parte irracional da alma
parece comum a todos os seres vivos e é de natureza vegetativa. É a parte responsável pela
nutrição e pelo crescimento.

As virtude dianoéticas

Acima das virtudes éticas, segundo Aristóteles, estão as virtudes da parte mais elevada da alma
racional, chamadas virtudes dianoéticas, virtudes intelectuais, ou virtudes da razão. Pois bem,
duas são as partes ou as funções da alma racional. A parte científica (intelecto especulativo) tem
a ciência como objeto. A parte calculativa opinativa (intelecto prático) tem o contingente por
objeto. Assim, a primeira conhece as coisas necessárias e imutáveis; permite-nos contemplar as
coisas cujos primeiros princípios são invariáveis. A segunda conhece as coisas variáveis e
mutáveis; permite-nos contemplar as coisas passíveis de variação .

1.2.A perfeita felicidade


Dado que o soberano bem é a atividade da alma segundo a virtude melhor e mais perfeita , cuja
atividade faz nossa felicidade, é claro agora em que ela consistirá. Sendo, com efeito, o intelecto
o que há de mais elevado em nós, a felicidade consistirá na atividade contemplativa. A atividade
contemplativa do intelecto será a felicidade perfeita. A virtude suprema e o princípio da
felicidade é um estado estritamente intelectual Para Aristóteles, a sabedoria filosófica é
reconhecidamente a mais perfeita e a mais agradável das atividades conforme o intelecto
especulativo.
A amizade e a felicidade

Aristóteles dedica dois livros da Ética a Nicômacos ao tema da amizade. Ela é uma forma de
virtude moral ou é concomitante com a virtude moral, além de ser extremamente necessária na
vida. De todos os bens que concorrem à felicidade, a amizade, após a sabedoria e a virtude, é o
mais estimável e mais indispensável ao homem. De fato, ninguém deseja viver sem amigos,
mesmo dispondo de todos os outros bens . A amizade ajuda as pessoas a pensar, agir, manter-se
unidas, e praticar a justiça, pois considera-se que a mais autêntica forma de justiça é uma
disposição amistosa. Assim, a amizade não é apenas necessária, ela é também uma das coisas
mais nobilitantes .

2.A FILOSOFIA ISLAMICA ou ARABE


Faz parte dos chamados “estudos islâmicos’’ os filósofos desse ramo buscam alcançar uma
harmonia entre os ensinamentos religiosos do islão e a razão de um ponto de vista ocidental, a
filosofia islâmica teve o grade mérito de despertar a renovação filosófica da cultura medieval.

A palavra islã significa submissão incondicional a vontade de “Allah’’ DEUS.

Manual que fundamenta a filosofia islâmica.

Seus seguidores, os” muçulmanos” acreditam que sua fé foi revelada por Allah ao profeta
Maomé, cuja as palavras foram reunidas no livro sagrado, o alcorão.

Os cinco pilares do islamismo.

1- A profissão da fé- ( a chahada)’com um deus único e absoluto (ala) e “Muhammad’’ é seu


profeta;
2- Orações diárias-(salate), 5 vezes ao dia as 5:30h, 12:00h, 15:30h;18 :00 e 19:30h
3- Esmola –(zarae);
4- Jejum durante o ramadã – (sahum);
5- Peregrinação a meca.
2.1.O islamismo e a ética

Encontramos o alcorão, na sunna do nobre profeta e nas lições dos imanes da cada profética a
confirmação da importância da educação e purificação.

O Islã, quando apresentou a sua ética e cultura, não o fez apenas com conselhos morais, mas agiu
colocando-as em prática, instilando seus valores no íntimo da pessoa e da sociedade.
Encontramos em seu programa cultural o significado da recompensa e do castigo, tanto neste
mundo como no Outro. Ele se concentrou na continuidade da vida do ser humano após a morte,
lembrando continuamente que este mundo é uma plantação para a Outra Vida: o ser humano
colherá amanhã o que plantou hoje; o Islã também destacou o papel da lei na orientação da vida
social.

Aqui, cabe fazer uma distinção na cultura e ética islâmicas: muitas vezes, o que o indivíduo faz
para si mesmo acaba tendo repercussão nos meios sociais. Quando o muçulmano, por exemplo,
adota um órfão, ele visa obter a satisfação de Deus, exaltado seja, e a recompensa do Paraíso.
Com isso, proporciona à criança uma vida tranquila e nobre e à sociedade um bem, com a
educação de um membro que será útil e que servirá a sua sociedade e o seu país.

O islã com a sua mensagem mundial, convoca as sociedades para uma ética que se coaduna com
a natureza humana. Ela não anula os costumes sociais e as tradições existentes nas sociedades em
uma sociedade determinada, a não ser que sejam contrários a essência divina do islã.

2.2.Ética islâmica
Ética e moral (akhlaq) no Isla, se volta para o tratamento da questão da excelência do caráter do
muçulmano, visto que, a filosofia islâmica acredita que o caráter é a base para o bem-estar de
toda a comunidade (JANTALIA, 2016)

Rahim (2013, p. 508, tradução nossa), considerando a obra do filósofo muçulmano Al-Farabi,
considera a ética islâmica uma ciência que estuda a alma humana, ou, referenciando-se em Ibn
Taymiyyah, é a ciência que investiga as condutas, especificamente sobre o que se deve fazer e o
que se deve evitar. Em síntese é uma ciência voltada para orientar o comportamento dos
indivíduos de modo a guiá-los em sua busca por se aproximar de Deus. No intuito de se alinhar
ao Adallah (justiça divina), a sujeição do fiel manifesta-se na sanidade da Comunidade (Ummah)

Os atos do fiel não se restringem a grupos, mas devem ter uma dimensão universal, totalizante.
Cada cidadão, portanto, assume a responsabilidade de gerir e reformar a sociedade,
preocupando-se com questões coletivas (MUSAUI, 2006. p. 43 citado por SILVA & CASTRO,
2020).

As teorias teológicas, cujos principais representantes são os mutazilitas e os asharitas,


caracterizam-se por uma ética de cunho racionalista, que foi significativa para o
desenvolvimento ulterior da ética islâmica. A corrente dos mutazilitas, teólogos considerados
“racionalistas”, estabelecia que valores como a justiça e o bem têm uma existência real,
independente da vontade de Deus. A posição dos mutazilitas poderia ser chamada de
“racionalismo parcial”, uma vez que eles defendiam a tese de que o que for “justo”, “bom” e
“reto” pode ser, em apenas alguns casos, conhecido pela razão e, em outros, somente pela
Revelação e fontes derivadas. Essas fontes são as tradições (hadīths), o consenso comunitário
(ijmā‘) e o juízo por analogia (qiyās), todas derivadas da suprema fonte, que é o Corão. Os
teólogos “racionalistas” mutazilitas encontraram na ética a maneira de harmonizar a razão com a
Revelação, complementando, sempre que necessário, uma com a outra, mas jamais opondo uma
à outra (PEREIRA, 2010).

Os mutazilitas são considerados os primeiros pensadores genuínos em questões éticas, pois


formularam teorias que serviram de base para ulteriores elaborações, sobretudo nos círculos
teológicos. Seus argumentos definem o que é justo e bom quando são apresentadas qualidades
reais ou relações entre atos. O justo e o bom são definidos “verdadeiros” quando as requeridas
qualidades e relações estão presentes no argumento; quando, ao contrário, nele estão ausentes, o
argumento é considerado falso e, portanto, não se chega à definição do que é justo e bom.

Os asharitas não rejeitaram de todo os métodos discursivos dos mutazilitas, mas proclamaram
uma ética “voluntarista”, isto é, uma ética que defende a vontade divina acima de tudo. Sendo
Deus o Criador e o Legislador supremo, Sua vontade é a fonte última do ser e do bem no mundo.
Desse modo, configura-se o “voluntarismo ético”, que prega a supremacia da vontade de Deus,
em que os valores morais devem ser compreendidos somente à luz da vontade divina. É
considerado “justo”, “bom” e “reto” o que for aprovado e prescrito por Deus.

3.Filosofia Cristã

Filosofia cristã é o conjunto de ideias filosóficas iniciadas pelos seguidores de Jesus Cristo do
século II aos dias de hoje, ou seja, é um campo vasto e intricado que se desenvolveu ao longo de
séculos de reflexão e debate dentro da tradição cristã. Ela aborda uma ampla gama de questões
fundamentais, desde a natureza de Deus e a criação do universo até a ética individual e a
metafísica da alma humana (DE BONI, 1995:139). Para compreender plenamente a Filosofia
Cristã, é necessário explorar diversos tópicos importantes que moldaram seu desenvolvimento ao
longo da história.

Esta filosofia surgiu com o intuito de unir ciência e fé, partindo de explicações racionais naturais
tendo o auxílio da revelação cristã. Vários pensadores acreditavam que havia uma relação
harmoniosa entre a ciência e a fé, outros afirmavam que havia contradição e outros tentavam
diferenciá-las. Esta mesma discussão era questionada nos campos da filosofia e da fé onde
diversos filósofos relacionavam o pensamento grego com o pensamento cristão (GILBERT,
1999:19). Um dos pilares fundamentais da Filosofia Cristã é a crença na existência de Deus
como o criador e sustentador do universo onde a prova cosmológica, teleológica e ontológica são
argumentos comuns usados para defender a existência de Deus, sendo a revelação divina através
da Bíblia também considerada uma fonte crucial de conhecimento sobre o divino e seu
entendimento.
3.1.Relacao da Etica e Filosofia Cristã

A relação entre a Filosofia Cristã e a ética é profunda e intrínseca, pois a ética cristã é
fundamentada nos ensinamentos e valores do Cristianismo, os quais têm sido objeto de reflexão
filosófica ao longo dos séculos. Para entender essa relação de forma exaustiva, é necessário
explorar como a Filosofia Cristã influencia e molda a ética cristã e como essa ética, por sua vez,
ressoa nos princípios filosóficos subjacentes (SALES; 2007:72).

Em primeiro lugar, a Filosofia Cristã fornece uma base metafísica e teológica para a ética cristã.
A crença na existência de Deus como criador e sustentador do universo, por exemplo, é essencial
para a compreensão dos fundamentos da moralidade cristã (GILBERT, 1999:27). A ideia de que
os seres humanos são criados à imagem de Deus confere uma dignidade inerente à humanidade,
estabelecendo assim uma base para os valores éticos que afirmam a importância da vida humana,
da justiça e da compaixão.

Além disso, Gilbert (1999:28), afirma que a ética cristã é fortemente influenciada pelos
ensinamentos éticos de Jesus Cristo, registrados nos Evangelhos e interpretados pela tradição
teológica e filosófica. O mandamento do amor ao próximo, por exemplo, é central na ética cristã
e tem sido objeto de extensa reflexão filosófica sobre a natureza e o alcance do amor, assim
como suas implicações éticas para a conduta humana.

A Filosofia Cristã também contribui para a compreensão da natureza do bem e do mal e dos
princípios morais que orientam a conduta humana (SALES; 2007:74). Através da análise de
conceitos como o pecado, a redenção e a graça divina, os filósofos cristãos exploraram as raízes
e as implicações da moralidade cristã, bem como as tensões éticas enfrentadas pelos indivíduos
em sua busca por uma vida moralmente virtuosa.
4.Conclusão

Ao culminar este resumo chegamos a conclusão que a ética de Aristóteles é uma ética do bom
senso, fundada nos juízos morais do homem bom e virtuoso. Neste sentido, mostraremos que a
ética de Aristóteles se articula a partir de uma pergunta fundamental: qual é o bem supremo do
homem e o fim a que tendem todas as coisas? Evidenciaremos, então, que o bem supremo do
homem é a felicidade. É a actividade da alma conforme a razão e a virtude. É a actividade
contemplativa do intelecto. Por fim, mostraremos brevemente que a verdadeira felicidade do
homem bom e virtuoso está na síntese entre a vida contemplativa e a vida activa.

O cristianismo surge como religião fundamentada em fatos históricos que envolvem Jesus de
Nazaré e um pequeno grupo de galileus. Coube a estes o anúncio do aparecimento do Messias
esperado pelos profetas do Antigo Testamento.

A relação entre a Filosofia Cristã e a ética é profunda e intrínseca, pois a ética cristã é
fundamentada nos ensinamentos e valores do Cristianismo, os quais têm sido objeto de reflexão
filosófica ao longo dos séculos. Para entender essa relação de forma exaustiva, é necessário
explorar como a Filosofia Cristã influencia e molda a ética cristã e como essa ética, por sua vez,
ressoa nos princípios filosóficos subjacentes.

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