Mateus Bassi
1. Ética e Moral
[Ética] Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma
reflexão sobre os problemas fundamentais da moral (finalidade e
sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever.
natureza do bem e do mal, o valor da consciência moral etc.), mas
fundada num estudo metafísico do conjunto das regras de conduta
consideradas como universalmente válidas, diferentemente da moral,
a ética está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida
conforme à sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as
razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de
alcançá-las. A moral está mais preocupada na construção de um
conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida cm comum
justa e harmoniosa. ser moral. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p.
XXX).
Abaixo, selecionei trechos de obras que versam sobre a ética aristotélica e alguns
escritos de Aristóteles para lhe auxiliar no bom entendimento dessa filosofia e de como
ela pode se aplicar no seu dia-a-dia.
2. Ética Aristotélica.
“IV. - Aristóteles.
De Estagira, Macedônia (384-322 a. n. e.). Discípulo de Platão em Atenas; mais tarde,
preceptor de Alexandre da Macedônia e fundador da sua própria escola, o Liceu, cujos
discípulos eram chamados de peripatéticos (porque aprendiam enquanto passeavam com
o seu mestre). Aristóteles se opõe ao dualismo ontológico de Platão. Para ele, a ideia não
existe separada dos indivíduos concretos, que são o único existente real; a ideia existe
somente nos seres individuais. Mas, no ser individual, é preciso distinguir o que é
atualmente e o que tende a ser (ou seja, o ato e a potência: o grão é planta em potência e
a planta - como ato - é a realização definitiva da potência). A mudança universal é
passagem incessante da potência ao ato. Existe somente um ser que é ato puro, sem
potência: Deus. Também o homem deve realizar com seu esforço o que é potência, para
realizar-se como ser humano.
O homem, portanto, é atividade, passagem da potência ao ato. Mas qual é o fim desta
atividade? Para onde tende? Com esta pergunta já se entra no terreno moral. Há muitos
fins, e uns servem para alcançar outros. Mas qual é o fim último para o qual tende o
Homem? Deve ficar claro que não se pergunta pelo fim de um homem específico - o
sapateiro ou o tocador de flauta - mas pelo fim do homem enquanto tal, de todo homem. E
Aristóteles responde: a felicidade (Eudaimonia). Mas em que consiste o fim ou o bem
absoluto, como plena realização daquilo que é humano no homem? Não é o prazer (o
Hedoné), nem tampouco a riqueza: é a vida teórica ou contemplação, como atividade
humana guiada pelo que há de mais característico e elevado no homem: a razão.
Porém esta vida não se realiza acidental e esporadicamente; mas mediante a aquisição
de certos modos constantes de agir} L (ou hábitos) que são as virtudes. Estas não são
atitudes inatas, mas modos de ser que se adquirem ou conquistam pelo exercício e, já que
o homem é ao mesmo tempo racional e irracional, é preciso distinguir duas classes de
virtudes: intelectuais ou dianoéticas (que operam na parte racional do homem, isto é, na
razão) e práticas ou éticas (que operam naquilo que há nele de irracional, ou seja, nas suas
paixões e apetites, canalizando-os racionalmente) . Por sua vez, a virtude consiste no termo
médio entre dois extremos (um excesso e um defeito). Assim, o valor está entre a
temeridade e a covardia; a liberalidade, entre a prodigalidade e a avareza; a justiça, entre
o egoísmo e o esquecimento de si. Por conseguinte, a virtude é um equilíbrio entre dois
extremos instáveis e igualmente prejudiciais. Finalmente, a felicidade que. se alcança
mediante a virtude, e que é o seu coroamento, exige necessariamente algumas condições
- maturidade, bens materiais, liberdade pessoal, saúde etc. -, embora estas condições não
bastem sozinhas para fazer alguém feliz.
A ética de Aristóteles - como a de Platão - está unida à sua filosofia política, já que para
ele - como para o seu mestre- a comunidade social e política é o meio necessário da moral.
Somente nela pode realizar-se o ideal da vida teórica na qual se baseia a felicidade. O
homem enquanto tal só pode viver na cidade ou polis; é, por natureza, um animal político,
ou seja, social. Somente os deuses ou os animais não têm necessidade da comunidade
política para viver; o homem, entretanto, deve necessariamente viver em sociedade. Por
conseguinte, não pode. levar uma vida moral como indivíduo isolado, mas como membro
da comunidade. Por sua vez, porém, a vida moral não é um
fim em si mesmo, mas condição ou meio para uma vida verdadeiramente humana: a vida
teórica a qual consiste a felicidade.
Pois bem; para Aristóteles, esta vida teórica que pressupõe necessariamente a vida em
comum é, por um lado, acessível só a uma minoria ou elite, e, do outro, implica numa
estrutura social - como a da antiga Grécia -· - na qual a maior parte da população - os
escravos - mantém-se excluída não só da vida teórica, mas da vida política. Por esta razão,
a verdadeira vida moral é exclusiva de uma elite que pode realizá-la - isto é, consagrar se
a procurar a felicidade na contemplação – no âmbito de uma sociedade baseada na
escravidão. Dentro desse âmbito, o homem bom (o sábio) deve ser, ao mesmo tempo, um
bom cidadão.” (VAZQUEZ, 2005, p. 272-273)
O Conceito de Felicidade (Ética à Nicômaco)
“6. Mas como entendemos o bem? Ele não é certamente semelhante às coisas que
somente por acaso têm o mesmo nome. São os bens uma coisa só, então, por serem
derivados de um único bem, ou por
contribuírem todos para um único bem, ou eles são uma única coisa apenas por analogia?
Certamente, da mesma forma que a visão é boa no corpo, a razão é boa na alma, e
identicamente em outros casos. Mas talvez seja melhor deixar de lado estes tópicos por
enquanto, pois um exame detalhado dos mesmos seria mais apropriado em outro ramo da
filosofia. Acontece o mesmo em relação à forma do bem; ainda que haja um bem único que
seja um predicado universal dos bens, ou capaz de existir separada e independentemente,
tal bem não poderia obviamente ser praticado ou atingido pelo homem, e agora estamos
procurando algo atingível. Talvez alguém possa pensar que vale a pena ter conhecimento
deste bem, com vistas aos bens atingíveis e praticáveis; com efeito, usando-o como uma
espécie de protótipo, conheceremos melhor os bens que são bons para nós e, conhecendo-
os, poderemos atingi-los. Este argumento tem alguma plausibilidade, mas parece colidir
com o método científico; todas as ciências, com efeito, embora visem a algum bem e
procurem suprir-lhe as deficiências, deixam de lado o conhecimento da forma do bem. Mais
ainda: não é provável que todos os praticantes das diversas artes desconheçam e nem
sequer tentem obter uma ajuda tão preciosa. Também é difícil perceber como um tecelão
ou um carpinteiro seria beneciado em relação ao seu próprio ofício com o conhecimento
deste “bem em si”, ou como uma pessoa que vislumbrasse a própria forma poderia vir a ser
um médico ou general melhor por isto. Com efeito, não parece que um médico estude a
“saúde em si”, e sim a saúde do homem, ou talvez até a saúde de um determinado homem;
ele está curando indivíduos. Mas já falamos bastante sobre estes assuntos.
7. Voltemos agora ao bem que estamos procurando, e vejamos qual a sua natureza. Em
uma atividade ou arte ele tem uma aparência, e em outros casos outra. Ele é diferente em
medicina, em estratégia, e o mesmo acontece nas artes restantes. Que é então o bem em
cada uma delas? Será ele a causa de tudo que se faz? Na medicina ele é a saúde, na
estratégia é a vitória, na arquitetura é a casa, e assim por diante em qualquer outra esfera
de atividade, ou seja, o fim visado em cada ação e propósito, pois é por causa dele que os
homens fazem tudo mais. Se há, portanto, um fim visado em tudo que fazemos, este um é
o bem atingível pela atividade, e se há mais de um, estes são os bens atingíveis pela
atividade. Assim a argumentação chegou ao mesmo ponto por um caminho diferente, mas
devemos tentar a demonstração de maneira mais clara. Já que há evidentemente mais de
uma finalidade, e escolhemos algumas delas (por exemplo, a riqueza, flautas ou
instrumentos musicais em geral) por causa dela algo mais, obviamente nem todas elas são
finais; mas o bem supremo é evidentemente final. Portanto, se há somente um bem final,
este será o que estamos procurando, e se há mais de um, o mais final dos bens será o que
estamos procurando. Chamamos aquilo que é mais digno de ser perseguido em si mais
final que aquilo que é digno de ser perseguido por causa de outra coisa, e aquilo que nunca
é desejável por causa de outra coisa chamamos de mais final que as coisas desejáveis
tanto em si quanto por causa de outra coisa e, portanto, chamamos absolutamente final
aquilo que é sempre desejável em si, e nunca por causa de algo mais. Parece que a
felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos
sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a
inteligência e todas as outras formas de excelência, embora as escolhamos por si mesmas
(escolhê-las-íamos ainda que nada resultasse delas), escolhemo-las por causa da
felicidade, pensando que através delas seremos felizes. Ao contrário, ninguém escolhe a
felicidade por causa das várias formas de excelência, nem, de um modo geral, por qualquer
outra coisa além dela mesma.”
Ademais, toda excelência moral é produzida e destruída pelas mesmas causas e pelos
mesmos meios, tal como acontece com toda parte, pois é tocando a cítara que se
formam tanto os bons quanto os maus citaristas, e uma afirmação análoga se aplica aos
construtores e a todos os profissionais; os homens são bons ou maus construtores por
construírem bem ou mal. Com efeito, se não fosse assim não haveria necessidade de
professores, pois todos os homens teriam nascido bem ou mal dotados para as suas
profissões. Logo, acontece o mesmo com as várias formas de excelência moral; na
prática de atos em que temos de engajar-nos dentro de nossas relações com outras
pessoas, tornamo-nos justos ou injustos; na prática de atos em situações perigosas, e
adquirindo o hábito de sentir receio ou confiança, tornamo-nos corajosos ou covardes.
O mesmo se aplica aos desejos e à ira; algumas pessoas se tornam moderadas e
amáveis, enquanto outras se tornam concupiscentes ou irascíveis, por se comportarem
de maneiras diferentes nas mesmas circunstâncias. Em uma palavra, nossas
disposições morais resultam das atividades correspondentes às mesmas. É por isto que
devemos desenvolver nossas atividades de uma maneira predeterminada, pois nossas
disposições morais correspondem às diferenças entre nossas atividades. Não será
pequena a diferença, então, se formarmos os hábitos de uma maneira ou de outra desd e
nossa infância; ao contrário, ela será muito grande, ou melhor, ela será decisiva. ”
Referências:
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Civilização brasileira, 2005.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Editora Schwarcz-Companhia das
Letras, 2007.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de. Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor Ltda, 2008.
FERRAZ, Carlos Adriano. Ética: elementos básicos. 2014.
3. QUESTÔES
1. (UFU MG)
É da mesma maneira, então, que adquirimos as virtudes. Isto é, primeiramente pondo-as
em prática. É assim também que fazemos com as restantes técnicas, porque, ao praticar,
adquirimos o que procuramos aprender. Na verdade, fazer é aprender.
Aristóteles. Ética a Nicômaco, II, 1, 1103 a 33-35.
A partir do fragmento e de seus conhecimentos sobre o assunto, responda:
a) Qual é a relação entre virtude e felicidade, segundo Aristóteles?
b) Como pode o homem adquirir as virtudes éticas?
2. (Unesp SP)
Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira gera-se e cresce
graças ao ensino – por isso requer experiência e tempo –, enquanto a virtude moral é
adquirida em resultado do hábito. Não é, pois, por natureza, que as virtudes se geram em
nós. Adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. As coisas que
temos de aprender antes de poder fazê-las, aprendemo-las fazendo; por exemplo, os
homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tocando esse instrumento.
Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança,
a bravura etc.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco, 1991. Adaptado.)
Responda como a concepção de Aristóteles sobre a origem das virtudes se diferencia de
uma concepção inatista, para a qual as virtudes seriam anteriores à experiência pessoal.
Explique a importância dessa concepção aristotélica no campo da educação.
3. (UFU MG)
Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles propôs a ideia de que a virtude é a disposição
para buscar o meio termo ou a justa medida entre o excesso e a falta em determinada
conduta.
Com base nessa afirmação e em seus conhecimentos sobre a obra de Aristóteles,
assinale a alternativa correta.
5. (ENEM- 2013)
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e
esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das
coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que
amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre
essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.
6. (UNESPAR 2015)
Um dos textos mais importantes da história da filosofia que trata do tema da moral e da
ética é a Ética a Nicômaco, de Aristóteles. Nesta obra, o pensador analisa a natureza e o
caráter das ações humanas e, ao final, sugere que há um bem supremo, que é a
finalidade última das ações humanas. Este bem supremo é:
a) A virtude;
b) A justiça;
c) A felicidade;
d) A liberdade;
e) O meio termo.
7. (Unespar 2016)
Aristóteles foi um dos pensadores mais importantes da história da filosofia no Ocidente,
tanto por sua contribuição para a própria filosofia quanto para as ciências, que partiram de
muitas questões apresentadas pelo filósofo para desenvolver suas investigações. Ele
deixou duas obras dedicadas aos problemas das ciências práticas: Ética a Nicomaco e A
Política. É de conhecimento de todos que, mesmo tendo sido aluno de Platão, Aristóteles
construiu seu próprio pensamento e que, muitas vezes, apresentou ideias contrárias às de
seu mestre. Um exemplo disso é sua Ética a Nicômaco. Marque a alternativa que melhor
caracteriza a obra aristotélica.
b) Trata-se de uma ética baseada na lógica e, portanto, defende que as ações são
consequências do pensamento;
c) Trata-se de uma ética pautada nas virtudes que o homem tem por natureza e
naquelas que ele desenvolve ao longo da sua vida;
8. (Enem 2017)
Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo
o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o
sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida?
Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja
ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o
seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar
a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais
as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve
aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a
estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as
demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos
fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa
finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. ln: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991
{adaptado).
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que:
9. (UFU 2007)
Leia atentamente o trecho de Aristóteles, citado abaixo, e assinale a alternativa que o
interpreta corretamenente.
I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sendo identificada nos objetos, mas não
entre os homens.
II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, ou seja, o bem é definido em função de
um fim.
III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficiente e útil, tal como a arte médica será
eficiente se tivermos o bem como meio de sua prática.
IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à compreensão humana.
De acordo com tais afirmações, podemos dizer que:
Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo:
Abril Cultural, 1973. Livro II, p. 273.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a situada ética em Aristóteles, pode-se
dizer que a virtude ética
b) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a natureza é que
nos torna mais perfeitos.
d) reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta.
Assinale a alternativa que NÃO condiz com a referida definição aristotélica de felicidade:
c) Ter felicidade é obter coisas nobres e boas da vida que só são alcançadas pelos
que agem retamente.
c) fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle.
a) a coragem.
b) a retórica.
c) a verdade
d) a prudência ou a moderação.
GABARITO:
1. A) A relação, segundo Aristóteles, existente entre a virtude e felicidade é que a prática
da virtude leva o indivíduo a alcançar a felicidade (eudaimonia). Os homens que
praticam o justo meio, a moderação entre os dois vícios, quais sejam, o vício por falta e
o vício por excesso, são virtuosos e, consequentemente, alcançam a felicidade visando,
assim, o bem comum.
B) O homem adquire as virtudes éticas com a prática do justo meio (moderação) entre
os dois vícios. A prudência, então, é condição necessária para a escolha do justo meio
e, consequentemente, para o agir de acordo com a virtude, afinal, a virtude ética e o
justo meio constroem-se com o hábito da virtude.
3. A)
4. B)
5. C)
6. C)
7. C)
8. C)
9. D)
10. B)
11. C)
12. A)
13. A)
14. C)
15. D)