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DESCRIÇÃO
O estudo da Bioética. Relação entre os conceitos de Bioética, saúde e práticas de cuidado.
Teoria da Bioética. Juramento de Hipócrates. Principais conceitos em Bioética. Regra dos
direitos. Ética normativa.

PROPÓSITO
Compreender o conceito de vulnerabilidade e sua relação com a Bioética e os direitos
humanos, assim como fornecer aos acadêmicos informações necessárias para que eles
possam avaliar como as reflexões bioéticas podem ser aplicadas no seu dia a dia.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar temas como respeito à pessoa, vulnerabilidade e ética na saúde

MÓDULO 2

Definir os fundamentos da Bioética


INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos construir um aprendizado baseado na reflexão sobre o posicionamento da
Bioética e da sua ligação com os direitos humanos e a dignidade constitucional. Procurando,
assim, uma melhora pessoal com cientificidade, com nobreza, num sentido digno de conjunto,
com concretude ideal de explorar os direitos sobre a vida no campo da ciência.

MÓDULO 1

 Identificar temas como respeito à pessoa, vulnerabilidade e ética na saúde

INTRODUÇÃO
Antes de iniciarmos nossa discussão sobre a temática deste módulo, proponho a reflexão
sobre algumas situações.

 EXEMPLO

Imagine que você está a caminho da faculdade e um morador de rua pede a você alguma
ajuda financeira ou que você observa um idoso com dificuldade para atravessar a rua. Em
ambas as situações, você pode optar por ajudar ou não.

Nos casos supracitados, a moral tem uma grande influência, pois está relacionada a seus
valores individuais, ou seja, possibilita sua reflexão sobre a situação vivenciada, oferecendo a
ajuda precisa.

Agora, vamos pensar sobre uma outra situação.


 EXEMPLO

Suponha que você está no ônibus voltando para seu lar e observa uma pessoa jogando uma
embalagem pela janela, em via pública.

Olhando para esta situação, pela visão ética, esta pessoa deveria jogar a embalagem em uma
lixeira. A decisão tomada no caso acima é entendida como algo inapropriado eticamente, pois
além de sujar a via pública, essa pessoa pode estar incentivando a outros indivíduos cometer o
mesmo ato.

ÉTICA E MORAL: QUAL É A REAL


DIFERENÇA?
Quando pensamos sobre ética e moral, observamos que são conceitos utilizados normalmente
como sinônimos, porém não são.

Ao falar sobre a Ética, estamos falando de um ramo da Filosofia, aquela que estuda os valores
morais do ser humano, sua convivência em sociedade, julgando condutas que são adequadas
ou não, olhando para o que é certo, o que é errado, bom ou ruim.

Quando pensamos neste conceito, nós estamos falando de uma matéria, cujo objetivo é
estudar os valores morais do ser humano e suas relações com outros seres semelhantes a ele.
Podemos dizer ainda que a Ética é algo imutável, pois ela é o estudo dos valores morais.

Agora ao pensarmos no conceito de moral, imaginamos algo mais concreto. Ela representa um
conjunto de regras que variam de acordo com a cultura e os costumes vigentes em um
determinado grupo social. A moral pode ser definida como o campo de atuação da própria
ética.
Veja a seguir a diferença entre a ética e a moral.

A palavra ética vem do grego ethos, que significa conduta ou modo de ser. A Ética estuda
sobre a moral e as formas de conduta. Normalmente, é consistente, ou seja, ela não muda.
Somete em casos extraordinários que há a mudança de um pensamento ético, mas, na maioria
dos casos, a ética tem características universais e permanentes, não sofrendo as influências
do tempo. Ela deve ser universal, pois deve abarcar e envolver a todos, explicando as formas
morais de modo racional (COHEN, 1988).


Já a moral, vem da palavra latina moralis, que significa costume. A moral é a regra de conduta
aplicada a um grupo ou a uma determinada cultura. Ela em si provém de um sistema social. Se
origina na cultura. A moral, diferentemente da ética, não tem características permanente e
universal, mas sim temporal, dependendo de cada cultura e sociedade. Portanto existem várias
morais. Dessa forma, a moral tende a ser consistente dentro de um determinado contexto,
aplicada da mesma forma a todos, porém varia em cada cultura (COHEN, 1988).

 RESUMINDO

ÉTICA MORAL

ORIGEM GREGA ETHOS


ORIGEM LATINA MORALIS (COSTUME)
(CONDUTA)

FAZ UMA REFLEXÃO SOBRE A DIZ RESPEITO ÀS REGRAS DE UMA


MORAL CULTURA

É PERENE, CONSISTENTE TEM ORIGEM NA CULTURA

NÃO MUDA EXISTEM VÁRIAS MORAIS


EXPLICA A MORAL DE MODO A MORAL É ALGO DE ORDEM PRÁTICA,
RACIONAL SEM REFLEXÃO

É UNIVERSAL É O OBJETO DE ESTUDO DA ÉTICA

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O campo da moral se dá no campo prático, enquanto o campo da ética ocorre no campo


teórico.

Podemos simplificar que a moral é o conjunto de normas e princípios que se baseiam em uma
cultura e nos costumes de uma determinada sociedade. A ética é o conjunto e a reflexão sobre
a moral, nos dizendo como viver em sociedade.

DA ÉTICA PARA A VIDA


A ética é um valor social e guia de princípio, crenças e ações. Como abordado anteriormente,
por mais que a Ética estude a moral, elas em si não se confundem, principalmente na filosofia
antiga. Neste modelo, a ética era considerada e vista como o modo de melhor viver e conviver
tanto da vida privada, como na vida comunitária.

A ética antiga abrangia vários campos que hoje são separados da Ética, tais como
Antropologia, Psicologia, Sociologia, Economia, Pedagogia e Política, sendo que ambas são
campo de convívio comunitário, pois, na antiguidade, a atitude ética não está desvinculada do
fazer social e da educação. Os conceitos de dever, vontade e responsabilidade são próprios da
especulação ética.
A concepção ética antiga foi vista sobre várias dimensões:

Os pré-socráticos deram a visão ontológica.


Pitágoras via a ética de forma matemática. A partir dele, ela sai do campo ontológico e entra
em questões práticas.

Para Sócrates, a ética é um bem viver. Viver está intimamente ligado ao conhecimento, em
uma vivência virtuosa, pois, para Sócrates, virtude é conhecimento, devido ao fato de que
todos buscam o bem e a virtude e a justiça é inegavelmente boa.

Posteriormente, com a Revolução Industrial, ocorreu uma mudança nos campos da Filosofia. A
Ética passou a tomar parte de uma autonomia, se desvinculando dos outros campos inclusos
nela. Com isso, deixou de ser um modo de vivência comunitária e tornou-se um ramo da
Filosofia, que se detém agora no estudo das normas/morais das sociedades, explicando
costumes. A moral se aproxima da ética, pois torna-se o seu campo de estudo. Porém, mesmo
com essa aproximação, as duas não se misturam.

Atualmente, há subdivisões em campos dentro da própria Ética que são:

Metaética, teoria da significação dos termos e proposições morais e como seus valores podem
ser determinados.

Normativa, que estuda os meios práticos de se determinar as ações morais.

Ética Aplicada, que estuda como a moral é aplicada em situações específicas.

Ética Descritiva ou Ética Comparativa, que estuda as visões, descrições e crenças sobre a
moral.

Ética Moral, que é a reflexão sobre o valor das ações morais, seja no âmbito coletivo, seja no
âmbito individual.

No entanto, por mais que a Ética tenha obtido características científicas, ela não é ciência, mas
Filosofia. Todo pensamento filosófico deixa em aberto e a ética, por mais que possua critérios
de permanência, se modifica em casos extraordinários e a ciência em si tem caráter de
determinação.

VULNERABILIDADE E ÉTICA DO CUIDADO


Quando falamos sobre cuidado, ética do cuidado e vulnerabilidade, a questão fundamental
começa por ser uma questão antropológica. Só podemos pensar propriamente o cuidado
ancorados em uma base filosófica antropológica.

Para refletir sobre a vulnerabilidade e o cuidado, é importante entender dois tipos de correntes
antropológicas que estudam tais elementos. De um lado, temos:
A antropologia do corpo na linha de um pensamento dualístico, que é um exemplo
paradigmático da antropologia cartesiana, que nos faz uma caracterização do corpo como
objeto e que, deste conceito, passa uma apresentação do corpo como máquina. Porém, esta
linha de pensamento repercute-se em uma outra em que dualismos que são extremamente
importantes no contexto da relação com o corpo humano.

Em primeiro lugar, temos um dualismo entre a razão e a afetividade/paixão (que são definidas
por Descartes como ações do corpo sobre a alma).

Em um segundo lugar, há um dualismo entre sujeito e objeto, um dualismo simultaneamente


fisiológico e ético, que se centraliza em um sujeito que vê e o objeto é aquilo que é visto.

Em terceiro lugar, temos a caracterização de uma razão técnico-instrumental como via de


acesso ao corpo/objeto e, finalmente, uma centralização no ser individual (FABRIZ, 2003).

Essa matriz antropológica citada anteriormente contrapôs-se ainda no século XVII a uma
antropologia do corpo formada no pensamento unificador que caracteriza o ser humano a partir
da sua unidade, não com um dualismo substancial entre o corpo e alma, mas corpo e ideia de
corpo, não sendo apenas modos de uma única substância. Também as emoções e as paixões
são pensadas a partir desta perspectiva como variação da pulsão de vida e da potência de agir
do homem, reaproximando razão e afetividade, postulando, ao mesmo tempo, a elaboração de
uma razão emotiva num processo de libertação ou de salvação, que passa pela afirmação da
potência de agir e da pulsão de vida do próprio ser humano, tudo isso integrado à natureza.
Portanto, não há um isolamento do homem, mas uma reintrodução do homem na
natureza (FABRIZ, 2003).

A vulnerabilidade afeta o ser humano como um todo na sua dimensão física e corpórea, na sua
dimensão psíquica-espiritual.

A vulnerabilidade é caracterizada como a exposição do ser humano ao que é exterior, numa


relação marcada pela assimetria (FABRIZ, 2003). Ela tem diversos sentido, veja a seguir:

NO SENTIDO DO SENSO COMUM


Em que ser vulnerável é estar sujeito a algum tipo de vulneração, agressão ou dano.

NA ECOLOGIA
Usa esse conceito relacionado a populações que estão sujeitas ao impactos de desastres
ecológicos.

NA PSICOLOGIA
É utilizado como a susceptibilidade a determinadas reações negativas diante dos impasses,
dos problemas enfrentados pelas pessoas.

NO SERVIÇO SOCIAL
O pensamento se volta à perspectiva da vulnerabilidade social, a uma densidade de cidadania.

NA BIOÉTICA
Em que foca na pesquisa em seres vivos, ligada às pessoas que estão ligadas a protocolos de
pesquisa terem condições ou não de perceberem qual é o risco que elas estão correndo ao
participar da pesquisa, quais são os ganhos que elas podem ter e como elas podem se
defender de qualquer tipo de encaminhamento que seja desfavorável a elas.

NO DIREITO
Está vinculado aos direitos humanos. A partir desse ponto, há uma migração para a saúde,
especialmente na época da epidemia do HIV/AIDS. A partir deste momento, a vulnerabilidade
na saúde passa a discutir o quanto que determinados grupos populacionais estão mais ou
menos cobertos pelas suas garantias em termos de direitos humanos.
ÉTICA NA SAÚDE
Vamos iniciar com uma breve reflexão.

Você provavelmente tem algum ente querido, avô, filho, esposa, mãe, pai. Já parou para
pensar que aquele senhor inconsciente que você está cuidando poderia ser o seu avô?
Parou para imaginar como você gostaria que cuidassem dele?

Pois é exatamente neste pensamento que a sua assistência ao paciente deve se basear.

PARA A ÉTICA, A VIDA É UMA TEIA, ONDE TODOS OS


FIOS SÃO IMPORTANTES, INSEPARÁVEIS E
COPRODUTORES UNS DOS OUTROS. PORTANTO,
AGIR COM ÉTICA É PREZAR PELA SAÚDE E PELA
VIDA DO PRÓXIMO, NÃO ESQUECENDO QUE VOCÊ,
ENQUANTO PROFISSIONAL, TAMBÉM É HUMANO,
QUE PASSA POR ADVERSIDADES TODOS OS DIAS,
MAS VOCÊ ESCOLHEU COMO PROFISSÃO O CUIDAR.
É POR ISSO QUE VOCÊ PRECISA ESTAR ATENTO À
MANUTENÇÃO DE UMA POSTURA CONSCIENTE,
SOLIDÁRIA E RESPONSÁVEL.

(FABRIZ, 2003).

Voltemos ao caso anterior. Aquele senhor do qual falamos é um paciente que possui câncer
terminal. Ele não tem mais consciência para decidir sobre sua própria vida, não possui
familiares e a medicação de que ele precisa para continuar vivo lhe causa muitas dores. Ele
pede para que você pare de lhe medicar, implora para que você o deixe morrer.

Como você lidaria com esta situação?

É muito difícil pensar sobre o fim da vida e lidar com este inevitável acontecimento, porém
veremos como a ética na Saúde pode ajudar.

 ATENÇÃO

Vale lembrar que a Bioética trabalha com a valorização da vida e é regida por quatro princípios
básicos: a beneficência, a não maleficência, a autonomia e a justiça.

Entenda o significado de cada um desses princípios:


PRINCÍPIO DA BENEFICÊNCIA

Está relacionada ao dever de ajudar, fazer o bem ou promover o bem, mas também está
relacionada ao dever de avaliar os riscos de uma situação e seus benefícios potenciais.

SAIBA MAIS
É o dever de buscar o máximo de benefícios, mas preocupando-se por diminuir ao mínimo os
danos e riscos.

Voltando ao caso clínico, será que os benefícios da medicação são maiores que os efeitos
colaterais que ela causa? Será que o seu atendimento está promovendo o bem de fato?
PRINCÍPIO DA NÃO MALEFICÊNCIA

Trata sobre não se abster de causar danos ou colocar pacientes em risco. Neste item, é muito
importante a realização de uma boa avaliação e, para isso, é preciso competência profissional.

SAIBA MAIS
Sendo assim, também é um preceito da Bioética a constante capacitação, já que o campo da
saúde compreende os conhecimentos científicos e técnicos somados às práticas sociais, éticas
e políticas. Para o senhor do caso em questão, mesmo sem consciência para decidir sobre sua
vida, é o respeito que você tem pela sua dor, é o tempo que você despende tentando encontrar
medicações e técnicas que diminuam o seu sofrimento.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA

Está relacionado ao decidir por si mesmo. Ainda que tenha perdido esse poder, o senhor no
leito espera de você respeito à dignidade, à privacidade e à liberdade.

SAIBA MAIS
Nesse princípio, é mais fácil imaginar o dilema no atendimento a um paciente que se recusa a
continuar um tratamento. Tirando as peculiaridades de cada situação, o mais importante é que
você não esqueça que seu dever é fornecer informações técnicas para orientar a decisão, mas
sem manipular o paciente. Se após você explicar com dedicação a importância do tratamento e
os danos que a não medicação pode causar e, ainda assim, o paciente optar por não continuar
com a terapia, seu desejo precisa ser respeitado. A única exceção aqui é no caso em que o
bem-estar público está acima do bem-estar de um único individual. Por exemplo, quando um
paciente contaminado com agente biológico de alta infectividade decide não se tratar. Como a
sua decisão coloca em risco a saúde pública, você não poderá permitir que ele deixe a unidade
de saúde sem o encaminhamento correto por mais que esta decisão vá contra a sua vontade.

Esse é o momento em que você irá se esbarrar no princípio da justiça, que trata sobre a
distribuição adequada de direitos e deveres. Ser justo com o senhor do caso é enxergar sua
necessidade. O que você deveria fazer nesse caso? A decisão é sua e deve ser tomada junto
ao corpo técnico da instituição. Se os cuidados a este senhor se igualam como você cuidaria
de si mesmo, isto é sinal de que provavelmente você está agindo da maneira correta.

Assim, a ética na Saúde não se restringe apenas ao código de ética. Ela se estende ao direito
a pessoa como cidadã ou ser social. Sua essência é a liberdade, mas com compromisso e
responsabilidade. É o princípio universal da responsabilidade que rege todas as questões
éticas, seja ela individual, pública ou planetária.

OS QUATRO NÍVEIS DO DISCURSO MORAL


E CONDUTA PROFISSIONAL
Assista ao vídeo com a apresentação dos quatro níveis do discurso moral e conduta
profissional pela especialista Carine Sena.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Definir os fundamentos da Bioética

O QUE É A BIOÉTICA?
 Van Rensselaer Potter.

Os desenvolvimentos científicos, tecnológicos e sociais que passaram a ocorrer no século XX


relacionados às ciências biológicas e ao cuidado com a saúde, acabaram entrando em
diversos momentos em conflito com concepções já existentes em relação ao tratamento e às
obrigações morais dos profissionais da saúde e da sociedade com relação aos indivíduos
doentes (MOTTA, 2012).

O conceito de bioética idealizado por Potter, apesar de inicialmente não se referir a isso,
passou a remeter então ao crescente interesse na ética das relações da saúde. Após isso, a
Bioética foi abordada em diversas perspectivas e a maioria delas voltadas para as ciências
biomédicas.

A Bioética é composta por algumas teorias. Veja a seguir:


O UTILITARISMO
Foca no ato correto que deve ser tomado em cada circunstância e esse ato correto vai ser o
que for mais positivo para um maior número de pessoa. No utilitarismo, é importante, em
algumas situações, olhar para as necessidades de todos os indivíduos envolvidos e tomar uma
decisão (MOTTA, 2012).

BASEADA NA OBRIGAÇÃO OU KANTISMO


Aquela que determina a adequação de uma ação, não baseada em suas consequências, mas
por certas características que vão estar presentes nessa ação.

BASEADA NA VIRTUDE ÉTICA DO CARÁTER


Foca nos agentes que realizam as ações e as escolhas em uma determinada situação. Ela dá
maior destaque às virtudes e ao caráter virtuoso desses agentes.

BASEADA NOS DIREITOS, INDIVIDUALISMO LIBERAL


Dá ênfase aos direitos presentes em uma situação e no peso e na força que eles vão ter
naquele momento como determinante para a tomada de decisões.

BASEADA NA COMUNIDADE, COMUNITARISMO


Considera que o que é fundamental na ética provém de valores comunitários, como o bem
comum ou práticas tradicionais de uma certa comunidade.

A ÉTICA DO CUIDADO
É baseada nos relacionamentos. Coloca o afeto e o compromisso emocional como
determinantes para a tomada de decisões.

A CASUÍSTICA
É uma abordagem a partir de casos concretos. Foca em decisões práticas a partir de situações
específicas. Considera que a moralidade apropriada surge desta análise específica de cada
caso concreto.

A ABORDAGEM PRINCIPIALISTA
Considerada como a teoria mais difundida na Bioética, se baseia em um conjunto de quatro
princípios que norteiam as decisões e discussões das grandes questões da área: justiça,
autonomia, não maleficência e beneficência.
A Bioética se trata de uma matéria transdisciplinar, que permite a cooperação, interação de
diversas outras matérias. Ela é dividida em duas esferas:

Situações emergentes são aquelas em que a sociedade tem que lidar agora, como a aplicação
da tecnologia em saúde e os conflitos resultantes. Nesse contexto, encontramos situações
como a fertilização in vitro, a eugenia, a clonagem.


As situações persistentes, por outro lado, estão com a sociedade desde os seus primórdios.
Podemos pensar nas situações que envolvem o aborto, o direito de morrer etc.

É possível perceber que a Bioética vem para tentar trazer alguma solução para tais conflitos
éticos. Podemos dizer que ela é uma aplicação prática da ética em saúde.

É POR ISSO QUE FOI TÃO IMPORTANTE ESTRUTURAR


UMA DISCIPLINA NA ACADEMIA QUE PUDESSE
COMPORTAR OS DIÁLOGOS PROVENIENTES DESSES
DILEMAS.

(MOTTA, 2012).

O filósofo Albert Jonsen defende que há acontecimentos cruciais para o nascimento da


Bioética. A seguir, conheça um pouco mais da história da Bioética.
UM POUCO DA SUA HISTÓRIA
O primeiro ocorreu em 1962, quando a jornalista Shana Alexander publicou um artigo intitulado
Eles decidem quem vive e quem morre, que tratava dos desdobramentos da criação do comitê
de ética hospitalar em Washington. O comitê de Seattle, como ficou conhecido, tinha missão de
disponibilizar decisões acerca da alocação de recursos em saúde. O primeiro desafio do comitê
foi discutir a disposição das máquinas de hemodiálise para pacientes renais crônicos. O grande
problema que esse comitê estava enfrentando foi o de existir um número muito maior de
paciente do que de máquinas. Os médicos então delegam esta decisão para outra pessoa. A
partir daí surgiu uma grande ruptura na ética da medicina, pois os médicos pela primeira vez,
passaram a delegar essas decisões a pessoas que não necessariamente eram da área da
saúde (RAMOS, 2009).

O segundo acontecimento crucial para a história da Bioética aconteceu em 1966, quando


Henry Beecher, um médico anestesista, publicou um livro com 22 relatos de pesquisas
financiadas por instituições governamentais, farmacêuticas, laboratórios, usando pessoas que
ele considerava cidadãos de segunda classe (prisioneiros, idosos, pessoas que não tinham
capacidade moral de se defender contra os abusadores) (RAMOS,2009).

Esses pesquisadores estavam injetando em idosos senis hospitalizados células vivas


cancerígenas, sem informá-los que estavam fazendo isso, com a finalidade de perceber como
que o sistema imunológicos do corpo humano respondiam às células de câncer. É possível
perceber que nem mesmo o direito à informação era levado em consideração.

Outro caso que desperta o interesse é o de Tuskegee. Foi um estudo que aconteceu entre as
décadas de 1930 e 1970, conduzido pelo serviço de saúde pública americano. Utilizaram 400
pessoas negras que já possuíam a sífilis. Ou seja, se aproveitaram da vulnerabilidade
socioeconômica dessa população para ver como era o desenvolvimento da sífilis. Eles
conduziram o caso esse grupo que acreditava estar sendo tratado, porém estava recebendo
um placebo, para observar qual era o desenvolvimento da sífilis (RAMOS,2009).

Importante ressaltar que, em 1928, Alexander Fleming já tinha descoberto a penicilina,


que estava disponível como fármaco desde 1941. Então, foi uma escolha do serviço
americano dar placebo, usando a desculpa que, depois que o antibiótico tinha sido
inventado, não seria mais possível acompanhar o desenvolvimento da doença, sendo
considerado um grande absurdo.

Precisamos lembrar que, na época, o grande desenvolvimento tecnológico não estava sendo
acompanhado devido à falta de responsabilidade moral destes pesquisadores.
Diante de todos esses casos que vieram a público, a opinião pública cobrou um
posicionamento moral e ético, com a delimitação de normativas e parâmetros de pesquisas
clínicas com estes sujeitos de pesquisa.

Kant (1987) diz que o ser humano nunca pode ser tomado com um instrumento, a humanidade
sempre tem que ser o fim dela mesma. Ou seja, os fins não justificam os meios.

O terceiro acontecimento que efetivou a história da Bioética ocorreu em 1967, quando o


médico Christiaan Barnard realizou o primeiro transplante de coração na África do Sul com
sucesso. O que motivou o escândalo na mídia internacional foi o coração utilizado porque, até
aquele momento, o critério utilizado para permitir a utilização seria o paciente ter falecido por
parada cardiorrespiratória.

Como o médico iria comprovar a causa do falecimento? Ele tinha matado um paciente
para salvar outro?

A partir daí, houve a buscar por novos critérios. A escola médica de Harvard se encarregou de
buscar por novos critérios em 1968, porém estes parâmetros de morte só foram divulgados em
1975, quando começaram a estudar a possibilidade de um transplante pela morte cerebral e
não mais cardiorrespiratória. No Brasil, esse tema é tratado pela lei 9.434/1997, que trata sobre
os transplantes de órgão e que adota abertamente este critério de morte cerebral.

Todos esses acontecimentos foram cruciais para a história da Bioética, pois cada um trouxe
uma transformação de ética aplicada para o mundo. Essa é a importância da Bioética e foi por
isso que ela se disseminou de uma forma muito rápida, pois ela trazia respostas a angústias de
problemas éticos-morais devido aos desenvolvimentos tecnológicos. Ela trouxe respostas de
quais eram os critérios da morte, novos parâmetros morais de pesquisa médica e trouxe os
comitês de ética que existem no hospital e que permitem determinar a alocação de recursos.

É importante ressaltar que a Bioética traz essas respostas sem deixar de pensar nos grupos
socialmente mais vulneráveis. Ela é considerada uma ciência da ética aplicada que tem como
preocupação cuidar dos grupos mais vulneráveis.

PRINCIPIALISMO E A BIOÉTICA
Em 1974, o governo americano, em resposta a alguns escândalos relacionados a
experimentações com direitos humanos que ocorreram na época, constituiu uma comissão
nacional (Comissão Nacional sobre Proteção dos Sujeitos da Pesquisa Biomédica e
Comportamental) para a pesquisa biomédica e comportamental. Essa comissão seria
responsável por conduzir um estudo que identificaria princípios éticos básicos que deveriam
ser aplicados em experimentos com seres humanos.

Após quatro anos, essa comissão publicou o relatório Belmont, que identificava três princípios
como norteadores da experimentação com seres humanos:

AUTONOMIA
JUSTIÇA
BENEFICÊNCIA

O PRINCIPIALISMO SURGIU EM 1979 COM O LIVRO


PRINCÍPIOS DA ÉTICA BIOMÉDICA, DO FILÓSOFO
TOM BEAUCHAMP E DO TEÓLOGO JAMES
CHILDRESS. COM A PUBLICAÇÃO, ELES
CONSEGUIRAM INSTRUMENTALIZAR A BIOÉTICA.
ELES AMPLIARAM OS PRINCÍPIOS QUE FORAM
IDENTIFICADOS NO RELATÓRIO E DESENVOLVERAM
A TEORIA DO PRINCIPIALISMO, APLICANDO ESSES
PRINCÍPIOS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE E A TODAS AS
QUESTÕES DA BIOÉTICA. ELES AINDA
ACRESCENTAM UM PRINCÍPIO QUE É O DA NÃO
MALEFICÊNCIA.

(BEAUCHAMP,2002).

ELA É A MAIS DIFUNDIDA NO CAMPO DA BIOÉTICA,


PRINCIPALMENTE PORQUE SURGIU FOCADA NA
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES ESPECÍFICAS. OS
QUATRO PRINCÍPIOS TRABALHADOS PELA TEORIA
SÃO ABSTRATOS. ASSIM, PRECISARIAM SER
TRABALHADOS COM FATOS ESPECÍFICOS. OS
AUTORES RECONHECEM QUE É NECESSÁRIA A
ADAPTAÇÃO AO CASO CONCRETO. REGRAS E
IDEAIS MORAIS TAMBÉM SER LEVADAS EM
CONSIDERAÇÃO QUANDO FOR FEITO ALGUM
JULGAMENTO A RESPEITO DE UM CASO CONCRETO.

(JONAS, 2006).

Quando você se depara com um caso concreto, como deve proceder, tendo a teoria
principialista como base?

Primeiramente, é importante você tomar os quatro princípios como uma base abstrata e, a
partir daí, especificar tais princípios no caso concreto, acrescentando conteúdo a esses
princípios de acordo com o caso específico. Por último, devemos realizar a ponderação entre
os princípios, identificando o peso de cada um dentro da situação em questão.

A ÉTICA DO CUIDADO

 Nel Nodding, Virginia Held, Carol Gilligan e Annette Baier.

A ética do cuidado se originou a partir de estudos feministas, com as obras de Nel Nodding,
Virginia Held, Carol Gilligan e Annette Baier, surgindo como um contraponto às éticas
tradicionais, que teriam uma tendência de raciocínio moral mais masculino, levando em conta
questões de justiça, imparcialidade, direitos, mas não estaria considerando o ponto de vista
moral feminino, construído a partir das relações íntimas entre as pessoas e os valores destas
relações íntimas, por exemplo, a compaixão e a fidelidade (ANTONY, 2012).
O desenvolvimento moral desta ética feminina se daria a partir de associações e relações
empáticas com os outros, de uma ética mais reflexiva e filosófica.

 ATENÇÃO

Outro ponto importante desta teoria é que se valoriza muito a emoção. Nas teorias éticas
tradicionais, como a do utilitarismo, teoria da obrigação, a emoção é vista como um obstáculo a
uma atitude moral/ correta (ANTONY, 2012).

Na ética do cuidado, a emoção seria um produto da moral. Em outras palavras, as ações não
teriam base no emocional, as ações seriam impulsionadas por outros motivos, que não a
emoção. Na verdade, seria uma deficiência moral.

Ao mesmo tempo, a ética do cuidado não necessariamente nega essas éticas tradicionais, mas
sim seria um complemento a elas. Estaria trazendo um outro ponto de vista das teorias éticas
que seria o ponto de vista feminino.

Para a ética do cuidado, a assistência aos pacientes deve ser realizada com atenção às
necessidades de saúde, estabelecendo uma relação próxima emocional próxima, e não
distante, apenas baseada em direitos. Ela tem como grande preocupação o olhar sensibilizado
ao outro, a preocupação com o sofrimento alheio e as angústias daquele que é cuidado.
Algumas críticas a este modelo são a falta de uma estruturação de conceitos específicos, mas
bem trabalhados, que dariam corpo a esta teoria e o fato de que ela poderia fortalecer os
papeis tradicionais dados à mulher na sociedade.

ABORDAGEM DEONTOLÓGICA DA
BIOÉTICA
A teoria deontológica recebe este nome porque se refere ao dever ser, às obrigações que
existem em uma determinada situação, em contraponto a teoria ontológica, que se refere ao
ser.

 SAIBA MAIS

Existem diversas vertentes da teoria deontológica, algumas delas decorrentes de conceitos


religiosos, como o catolicismo. Outras são relacionadas a conceitos éticos, filosóficos, como a
lei natural, o imperativo categórico de Kant, que é um das mais expressivas como a teoria da
obrigação. Essa teoria sugere regras morais que não possuem exceção, ou seja, em qualquer
situação a norma moral pode ser executada, tendo como norma moral uma ação correta. Não
são as consequências de um ato que vão torná-lo correto ou errado, mas sim as características
deste ato (FORTES, 2003).
Essa norma moral gera preceitos. Então, as teorias deontológicas sempre vão se desenvolver
a partir de alguns conceitos sobre ações específicas que gerariam os preceitos. Em suma,
esses preceitos vão se concentrar em regras sobre ações específicas. Não são princípios
morais, pois vão se referir especificamente a uma determinada ação.

 EXEMPLO

Não se deve matar seres humanos inocentes. Isso seria um preceito, porque ele prescreve
uma ação específica e, teoricamente, em qualquer situação que uma ação se encaixar nessas
características, ela vai ser moralmente errada, não importando as circunstâncias.

O valor moral de uma ação não se concentra nas consequências de um ato, mas nas
características desta ação.

 Immanue Kant.
UMA OUTRA CARACTERÍSTICA IMPORTANTE É O
IMPERATIVO CATEGÓRICO, DE QUE: [CITAÇÃO] “AGE
SOMENTE DE ACORDO COM A MÁXIMA QUE POSSA
AO MESMO TEMPO QUERER QUE SE TRANSFORME
EM LEI UNIVERSAL”.

(FORTES, 2003).

Esse imperativo categórico seria uma espécie de teste que nós deveríamos submeter nossas
ações hipoteticamente, de maneira autônoma, para compreender se ela seria uma ação moral
naquele momento. Se aquela ação que eu estou prestes a tomar pode ser transformada em
uma lei universal, então, segundo essa teoria, eu posso realizar tal ação.

Vamos pensar no seguinte exemplo:

 EXEMPLO

Imagine que um pai decide doar um órgão para uma filha que está muito doente e depende
desta doação para sobreviver, por afeto a esta filha. De acordo com esta teoria, este pai não
estaria agindo moralmente, pois, mesmo que as consequências dessa sua ação sejam as
mesmas consequências, caso ele estivesse seguindo um preceito moral, ele não estaria
motivado da maneira correta. A motivação deste pai é o afeto pela filha e, para Kant, as
emoções não devem ser motivações das ações. O que deveria motivar a ação do pai é a
compreensão dele de que aquele preceito moral é obrigatório em determinada situação e não a
sua afeição pela filha.

As teorias da obrigação são pouco utilizadas concretamente porque elas possuem um certo
grau de abstração muito alto, sendo complexo perceber esses diversos preceitos morais nos
casos concretos.

Alguns teóricos vinculados a esta teoria consideram que outras teorias seriam necessárias à
teoria da obrigação. Como exemplo, temos a teoria casuística, em que você observa um caso
concreto e, a partir dele, identifica um princípio que poderia identificar um princípio que
pudesse gerar certos preceitos morais.
OS PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA COMO
NORTEADOR DA POSTURA PROFISSIONAL
Assista ao vídeo em que a especialista Carine Sena apresenta a Bioética e a sua visão na
conduta profissional com base em seus fundamentos.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma análise completa dos problemas morais em Bioética exige não apenas identificar quais
são os princípios apropriados de ação correta, mas também determinar como resolver conflitos
entre eles e como passar desse nível de princípio para o do caso individual. Até mesmo
aqueles que podem concordar com o significado e as implicações de certos princípios talvez
não cheguem a um acordo sobre o que fazer à beira do leito de morte, pois discordam a
respeito de como ordenar ou ponderar os princípios. Eles também podem divergir porque
mantêm diferentes posições sobre como passar do nível de princípio para o do caso e retornar
ao primeiro.

A teoria completa e estável é aquela que está em equilíbrio, em que os julgamentos


considerados sobre casos individuais, as regras e as noções de como aplicar as regras e os
princípios são coerentes de um ramo da Bioética a outro. O desenvolvimento desse equilíbrio
pode exigir um exame dos julgamentos de caso e princípios, além das regras de mediação e
seu ajuste até que seja alcançada uma harmonia.

 PODCAST
Agora, a especialista Carine Sena encerra esse tema comentando sobre o código de ética e
sua interface com regras e direitos.

AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ANTONY, L. Different Voices or Perfect Storm: Why Are There So Few Women in
Philosophy? In: Journal of Social Philosophy, v. 43, n. 3, p. 227-255, 2012. Consultado em meio
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D.L.P. Bioética e ética profissional. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2007, p. 22-34.

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Perpétuo Socorro/Santuário, 2001.

RAMOS, D.L.P. Bioética: pessoa e vida. São Caetano do Sul: Difusão, 2009. 374p.

EXPLORE+
Veja como Magda Santos Koerich, Rosani Ramos Machado e Eliani Costa a dimensão
ética da atividade profissional. Busque na Internet pelo artigo: Ética e Bioética: para dar
início à reflexão.

NOTAS
Direito de uso de imagem:

* A EnsineMe reserva ao autor o direito de se manifestar.

CONTEUDISTA
Carine Sena Lima da Silva

 CURRÍCULO LATTES

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