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A ÉTICA NA CONDUTA HUMANA

 
 
Olívio Zanetti Junior[1] – Disponível em :
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=1144
 
 
RESUMO
                       
Neste presente artigo proponho a tratar em breve síntese a
polemica da ética, seu significado grego e latim, na qual
converge com a moral. Procurando diferenciar a ética da moral,
fazendo referências a pensamentos de grandes estudiosos e
traçando a ética ao mundo jurídico, atribuindo os valores e
costumes de uma sociedade. Deixando evidente o nascimento
da ética na vida de cada indivíduo.
 
 
Palavra Chave: Ética, Moral, Conduta humana e
Normas.
 
 
INTRODUÇÃO
Conheceremos em rápida passagem a evolução da
ética, seus princípios, valores. Os pensamentos nas
quais foram atribuídos para a ética, em diferentes
épocas, desde o período pré-socrático até a
modernidade. Buscaremos um conceito de ética, na
qual há muitas divergências, que ainda mesmo
deixam lacunas. Cabe imprescindivelmente a
distinção da ética e da moral, tendo base a mesma
tradução, porém a primeira ciência e outra a
normatização em face da coletividade. Empregar as
normas éticas nem sempre é uma tarefa fácil, saber
quando e onde aplicar, como em um ordenamento
jurídico, haverá sempre a ética na norma? E sua
aplicação? É o que veremos, diga que de passagem,
porém procurando dirimir as dúvidas, e não ocorrer
trocas de conceitos. Portanto ética é uma ciência,
que é uma moral compostas de princípios: costume,
modo de agir, entre outros que veremos.
 
 
História
 
No período pré-socrático a ética obteve um grande valor, com o
surgimento da polis, a praça era ponto de discussão política, onde predominava a razão,
a palavra. Para Sócrates a ética representa a humildade, reconhecer que somos menores
que os outros.
Platão também buscava a felicidade, conceituava a moral como a arte de
preparar o indivíduo para uma felicidade que não está na vida terrena. Para isso era
necessário purificar e desvincular-se do mundo material.
A ética para Aristóteles era finalista, no sentido de visar a um fim, no
caso que ser humano pudesse alcançar a felicidade. Entendia a moral como um conjunto
de qualidades que definia a forma de viver e de conviver das pessoas, uma espécie de
segunda natureza que guiaria o ser humano para a felicidade, considerada a aspiração da
vida humana.
Na Idade Média ocorreram grandes mudanças, o cristianismo tornou-se a
religião predominante e oficial que influenciou grandemente na prática moral. A ética
cristã estabelecia relação entre Deus e o homem. A ética cristã tinha o poder regulador
sobre as pessoas, tendo em vista um mundo futuro, baseado nas regras de Deus.
Na Idade Moderna a burguesia se expandiu fazendo com que a igreja
católica perdesse a hegemonia. Nessa época o homem era considerado o centro de tudo,
tratando de um período antropocêntrico, o homem detinha o poder do conhecimento.
Kant valorizava a vontade do indivíduo: “a vontade é independente de
condições empíricas, por conseguinte, como vontade pura determinada pela simples
forma da lei, e este princípio de determinação é visto como condição suprema de todas
as máximas[2].       
Na Idade Contemporânea ocorreu o grande progresso cientifico e
valoração do ser humano concreto. A ética versava valores absolutos. O fator
econômico interfere na superestrutura ideológica e, consequentemente, nos valores
morais. “Assim, a moral deixa de ser, como queriam os idealistas, um conjunto de
valores externos e imutáveis aos quais os seres humanos deviam submeter-se, e
transformando-se em um conjunto de normas construídas por eles a partir do próprio
processo de desenvolvimento das sociedades, tornando-se temporais e espaciais.”[3]
Para Friedrich Nietzche “o bom homem é o que não injuria ninguém,
nem ofende, nem ataca, nem usa de represálias, senão que deixa a Deus o cuidado da
vingança e vive oculto como nós e evita tentação e espera pouco da vida, como nós os
pacientes, os humildes e os justos.” (Elisete Passos, 2004, p. 44).
Charles Sanders Peirce afirmava que a verdade é o útil, ou seja, o que
melhor ajudar os seres humanos a viverem e conviverem. No que diz respeito a moral,
algo é bom quando conduz a obtenção de um fim exitoso. Não existe, portanto, valores
absolutos. O que é bom ou mau é relativo, variando de caso a caso. Depende da sua
utilidade para a atividade prática.
Portanto, a ética baseia-se na liberdade como fim, em que os seres
humanos que atribuem valores ao mundo, pois o valor não nasce consigo, ele é
adquirido. O valor do ato moral não se dá pela submissão a princípios estabelecidos e
sim pelo uso que o sujeito fizer de sua liberdade, não nenhum outro parâmetro, a
liberdade é que impera, impõe e decide.
 
 
Em busca de um conceito
 
                        A palavra “ética” provem do grego “ethos” tendo como significado
modo de ser, caráter. Na tradução do latim “ethos” quer dizer “mos” que significa
costume, palavra esta que surgiu a moral. Independente da tradução que atribuímos para
“ethos”, nada mudará, pois sempre trará consigo a indicação de um comportamento
humano, algo que o ser humano adquire por habitualidade, ou seja, não nasce com isso,
somente adquire com seu desenvolvimento em conjunto com a sociedade.
                        A denominação ética apresenta em seu corpo uma valoração, valores
subjetivos e intersubjetivos, em que pese cada indivíduo contém um valor, um costume,
ou até mesmo um hábito, em base que a ética é uma ciência humana, há uma
perspectiva ampla, em “lato sensu” ao que diz respeito a seu conceito, não sendo
portanto uma tarefa fácil, além do que primeiro desenvolvemos a teoria e em segundo
plano a prática.
                        A “priori” encaramos a ética como algo de bom, justo, correto, virtude,
boa conduta enfim adjetivos de bons tratos, porém não podemos definir ética com uma
visão superficial, temos que ir além, no profundo de cada bloco social, pois aí é habita
um costume, ou seja, há uma diferenciação de sociedade para outra, em razão dos
costumes, dos hábitos. Portanto o que é ética para uma sociedade, pode ser uma visão
antagônica para a outra sociedade. Percebemos então o espaço em que há na ética, uma
lacuna que só poderá ser completada por um grupo social de comportamento
homogêneo.
                        Por essa razão a ética tem que ser analisada de um prisma mais
contundente, analisando caso a caso, conforme a história de vida de uma sociedade, ou
seja, em relação ao padrão moral de vida e comportamento, obtendo um discernimento
do que bom para com o mau, do justo com o injusto, do que é certo do errado. Enfim
analisar o calor humano, agindo com modulação e dosagem do comportamento humano
(ação humana), assim poderá desvendar o que é a ética, porém para aquele grupo
especifico.
 
 
Conduta Humana
 
                        Ao buscarmos o conceito de ética demos ênfase ao então aqui chamado
conduta humana, na qual vejo a importância de defini-la para uma melhor compreensão
da ética e da moral (assunto de próximo tópico).
                        A ação humana é um comportamento do ser que reflete à sociedade, ou
seja, uma movimentação de energias que se compreende no tempo e no espaço.
Comportamentos tais como positivos (trabalhar, elogiar) ou negativos (roubar, ofender),
independentemente de qual a maneira que venha a expressar tal ação, esta por fim terá
uma repercussão para sociedade, criando assim uma ética nesse grupo social, tendo em
vista que ações individuais aglomeradas tornar-se-ão ações homogêneas, ou seja, são
ações praticadas por um individuo de forma suscetíveis, praticadas com habitualidade
tornando assim como uma referência para aquele determinado grupo social, que na qual
passam também a aderir.
 
 
Ética e Moral
 
                        Nos tempos atuais é muito comum confundirmos ética e moral, por vezes
não fazemos distinção dessas palavras, obtendo, portanto um tratamento igualitário.
Contundo neste presente subtítulo procuro investir na diferença dessas duas palavras, na
qual obtemos com auxilio de alguns estudiosos, como A.S. Vásques.
                        As duas palavras possuem origens distintas e significados idênticos.
Como já relatado a ética vem do grego “ethos”, que quer dizer costume, conduta, modo
de agir, enquanto a moral surge do latim “mores” que do mesmo modo quer dizer
costume, conduta, modo de agir.
A ética é uma ciência, por sua vez a moral é espécie. Assim como afirma
Sanchez Vasquez que “a ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos
homens na sociedade”.
Portanto, “a moral é definida como conjunto de normas, princípios,
preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do individuo no seu grupo
social”[4]. A moral é a pratica da regulamentação ética do individuo em sociedade,
porém de certo modo impondo normas a este individuo, como um sistema
normatizador, partindo da primicia que não existe moral individual, pois ela é sempre
social no que envolve relações entre sujeitos.
A ética, destituída do papel normatizador, ao menos diz respeito aos atos
isolados, tornar-se examinadora da moral. Exame que consiste em reflexão, em
investigação, em teorização. Poder-se-ia dizer que a moral normatiza e direciona a
prática das pessoas, e a ética teoriza sobre as condutas, estudando as concepções que
dão suporte a moral.
Concluímos então que a ética é uma ciência que dá o suporte técnico e
teórico à moral que por sua é uma espécie dessa ciência. Visto que a responsabilidade
(função) da ética além de transmitir tal suporte é de fiscalizar e examinar, compreender,
justificar e criticar a moral que é aplicada na sociedade ou em um grupo especifico, pois
a ética é filosófica e cientifica.
 
 
Ética e Lei
 
                        Outro ponto importante que viso tratar é a relação da ética para com o
direito (a lei em especifico), pois não podemos confundir essa relação, embora em
alguns casos haja leis com princípios éticos.
                        Transporto para este tópico a teoria do filósofo inglês Jeremias Bentham,
teoria esta, também adotada pelo professor Miguel Reale em sua obra “Lições
Preliminares de Direito (2006, página 42)”. A teoria do “mínimo ético”, esta teoria
representa um mínimo valor de questão ética adotada pelo Direito. Pois nem todo corpo
da norma é ético, porém é de alguma forma que o direito através da norma positive
algum ponto de ética, tornando obrigatório tal cumprimento pela sociedade ou grupo
coletivo. Referindo-se do então conhecido “dever ser” de Hans Kelsen, apesar de a
norma ética estar constituída de um juízo de valor em que a própria sociedade culminou,
devido às condutas positivas ou negativas e os costumes desta sociedade. Sendo,
portanto que esta norma axiológica resulte em uma imperatividade, tornando-se uma
obrigação enraizada de sanção para a coletividade de indivíduos.
                        Contudo mencionado os preceitos éticos, que são os costumes, modos de
agir de uma sociedade, devemos convir que o ser humano, um ser racional, está sempre
querendo algo mais, diferenciando-se do animal, na qual todos compreendem seu
comportamento, portanto afirmo que o ser humano é imprevisível, pois ora quer, ora
não quer, ora é justo, ora injusto. Mediante estes fatos encontramos a carência de haver
uma norma imperativa para que o indivíduo não desvirtue dos preceitos éticos.
                        Como já citado anteriormente a norma jurídica nem sempre necessita da
ética, na qual aqui invoco os exemplos trazidos pelo professor Miguel Reale, provando
que em uma norma jurídica nem sempre encontra ética: “Há um artigo no Código de
Processo Civil, segundo o qual o réu, citado para ação, deve oferecer a sua
contrariedade no prazo de 15 dias, sob pena da revelia. E por que não 10, 20 ou de 30?
Se assim fosse, porém influiria isso na vida mora? Certamente não; Outro preceito do
Código Civil estabelece que os contratos eivados de erro, dolo, coação só podem ser
anulados dentro do prazo máximo de 4 anos. Por que não no prazo de 5 anos ou de 4
anos e meio? São razões puramente técnicas, de utilidade social, que resolvem muitos
problemas de caráter jurídico. Não é exato portanto, dizer que tudo o que se passa no
mundo jurídico seja ditado por motivos de ordem moral; Além disso, existem atos
juridicamente lícitos que não o são do ponto de vista moral. Veja o exemplo de uma
sociedade comercial de dois sócios, na qual um deles se dedica, de corpo e alma, aos
objetivos da empresa, enquanto o outro repousa no trabalho alheio, prestando, de longe
em longe, uma rala colaboração para fazer jus aos lucros sociais. Se o contrato social
estabelecer para cada sócio uma compensação igual, ambos receberão o mesmo
quinhão. E eu pergunto: é moral? Há, portanto, um campo da moral que não se
confunde com o campo jurídico.”[5]
                        Portanto percebemos que o direito através das normas tutela uma
imensidão de coisas, ora sendo atos de moral, ora amoral, não sendo pertinente ao
assunto que a norma tratará.
                         
 
Cumprimento das normas éticas
           
                        Como referenciado anteriormente que há regras que a sociedade cumpre
de maneira obrigatória, ou seja, temendo a repreensão do Estado, há também as normas
que a sociedade cumpre de maneira espontânea, livre, sem a imposição alheia.
                        Perante fato exposto onde encontramos a ética? A sociedade é ética
quando cumpre a norma, temendo a coação, ou quando cumpre com espontaneidade?
Devido esse conflito aqui estabelecido, para melhor esclarecimento do que emana a
ética invoco a classificação bem sucedida de Eduardo C. B. Bittar[6]. A ética demanda
do agente: a) conduta livre e autônoma; b) conduta dirigida pela convicção pessoal; c)
conduta insuscetível de coerção; Então me proponho a explanar estes três pontos:
 
            a-) Conduta livre e autônoma: Ocorre quando o agente pratica o ato ou
conduta de livre consciência, sem interferência alheia, gerando uma conduta ética;
            b-) Conduta dirigida pela convicção pessoal: Ocorre quando há o auto-
convencimento do individuo, transformando as idéias, ideologias, raciocínios e
pensamentos em princípios da ação, há uma grande referência em valores, contudo uma
decisão individual, gerando uma conduta ética;
            c-) Conduta insuscetível de coerção: Ocorre quando há norma ética, porém o
agente age de forma livre, sem vício no seu consentimento, não se aplica a coação,
gerando uma conduta ética, pois o individuo não age conforme coação;
 
                        Portanto se houver qualquer forma de coação, em função de que o
individuo age forçado a cumprir tal norma, não falamos de ética, mas sim de um
simples cumprimento de norma ética, na qual o individuo teme sanção. Aproveitando o
momento exponho a afirmação de Miguel Reale: “Só temos, na verdade, moral
autêntica quando o individuo, por um movimento espiritual espontâneo realiza o ato
enunciado pela norma. Não é possível conceber-se o ato moral forçado, fruto da força
ou da coação.”[7]
                        Para melhor entendermos quando agimos com ética, ilustro um exemplo
que muito admirei, exemplo de conteúdo do professor Miguel Reale: Uma certa vez
surgiu em busca de seu serviço, um casal de velhos – de quase 80 anos – expondo sua
situação de insuficiência econômica, carecendo portanto de meios para subsistência. O
casal revelou que tinha um filho, um industrial de grande capacidade econômica,
possuidor de várias fábricas e estabelecimentos comerciais e que, entretanto, não
admitia que seus prepostos ou esposa prestassem qualquer auxilio a seus pais. Foi
proposta uma ação de alimentos, na qual o juiz proferiu a sentença, condenando o
descendente a pagar uma prestação alimentícia mensal. A sentença foi passada em
julgado e o filho passou a efetuar o pagamento da pensão, porém com grande revolta.
Mediante o caso surge a indagação: Até que ponto a regra moral coexistiu, nesse caso,
com a regra jurídica? Até que ponto o pagamento se tornou moral? Nesse caso não há
que se falar em moral, pois o descendente somente cumpriu a ordem judicial, mas não
teve o “animus” a vontade de pagar a pensão, portanto o filho só praticará ato moral no
dia em que convencer de que não está praticando uma obrigação, mas praticando um ato
que enriquece espiritualmente, com tanto mais valia quanto menos pesar nele o cálculo
dos interesses.

CONCLUSÃO
 
                        Realmente falar sobre a ética e moral não é uma tarefa muito fácil. Mas
em uma breve pesquisa podemos refletir, pensar claramente, desde a evolução da ética,
com o passar dos tempos alterando seus conceitos por pensadores inovadores, mas que
sempre em busca da verdade e da felicidade coletiva. Com certeza o individuo que
prática seus atos com ética, obtém a felicidade, independente de crença, fé etc. O ponto
principal da ética são os seus princípios, ou seja, o corpo, a estrutura para formação do
corpo ético. Que princípios são estes? É simples, o valor, o costume, a maneira e
condição de agir do individuo, e inegavelmente sempre agindo em suas condutas com
livre e espontânea vontade, pois caso contrário descaracterizara a ética, uma vez que
individuo está sob coação, temendo a força alheia. Portanto, quando a vontade do
individuo está viciada, não é o “eu” que realiza, ou cumpre a norma ética, mas é um
terceiro que a impõe ilegalmente. Como já dito no corpo deste artigo, somente ocorrerá
ética quando o individuo aceitar fazer algo, de livre vontade, e não de maneira contrária
de seus propósitos, por imposição de uma norma jurídica, do Estado ou mesmo de um
terceiro qualquer. A ética não nasce com o individuo, pois isso é repassado, e assim
transmitido tal preceito, a ética estará incorporada a este individuo, manifestando
somente o seu querer, aquilo que é justo, correto para este que detêm o poderio ético.
Ética é um compromisso sério, e não “algum babado” qualquer, mas trata de valores e
respeito para com os indivíduos, que tal ação certamente será como um espelho, que,
certamente refletirá à sociedade.
           
                       
 
Referências bibliográficas
 
PASSOS, Elisete. Ética nas organizações. Editora Atlas, 2004.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo, 2006. Editora Saraiva.
BITTAR, Eduardo C. B. Curso de Ética Jurídica. São Paulo 2005. Editora Saraiva.
BOTO, Carlota. Disponível em: http://www.hottopos.com/videtur16/carlota.htm.
Acesso 15 de setembro de 2008.
http://www.mundodosfilosofos.com.br/vanderlei18.htm. Acesso em 10 de setembro de
2008.
http://www.dhnet.org.br/direitos/codetica/textos/oque_e_etica.html. Acesso em 11 de
setembro de 2008.
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica. Acesso em 10 de setembro de 2008.
http://tpd2000.vilabol.uol.com.br/etica1.htm. Acesso em 11 de setembro de 2008.
 
FORMAÇÃO E CONDUTA HUMANA
Nossa natureza nos capacita a raciocinar e agir de forma moral, ir ao encalço da virtude e
desenvolver ao mais alto grau possível nosso caráter moral, combinando a reflexão e a
repetição centralizada para nos nortear no caminho certo na busca da beleza, que parece ser a
moradia da verdade universal, absoluta e imutável que, também, pode habitar na aparente
imperfeição, quase sempre por necessidade, e na noção imprecisa do bem e da condição
humana, com o objetivo final de viver uma existência expressiva com a excelência que nos
distingue do resto da criação.

Para vivermos bem, precisamos observar as leis naturais e estarmos conscientes dos direitos
naturais, com a compreensão dos conceitos do privilégio da concessão e deveres, da
moralidade e suas relações, a justiça e o bem comum, a autoridade e o problema da injustiça
legal.

Então, nos tornamos em adultos com anatomia e hormônios que definem nossa situação, mas,
não determinam nossos papéis na sociedade.

Não podemos viver autenticamente, a menos que possamos buscar objetivos auto escolhidos
observando o paradigma das leis e do direito natural e a restrição razoável à liberdade dos
indivíduos evitando que prejudiquemos uns aos outros.

Com a habilidade de lidar com ideias divergentes é discuti-las abertamente, deixamos a


verdade vencer através de argumentos e suas limitações, não pela força, usando o poder da
razão e apreciando de um ponto de vista puramente lógico, com base no modo como as coisas
parecem opostas ao feitio como pensamos que sejam, considerando, para dar sentido às
nossas decisões, que exista uma situação de causa e efeito, pois, tudo o que realmente vemos
é uma coisa após outra.

Sem a pretensão de sermos iguais, devemos perseguir a virtude e a bondade para criarmos
espaço para a harmonia íntima e social em nossas diferenças, e sermos mais um instrumento
dentro da diversidade de pessoas e perspectivas promovendo uma sociedade equilibrada,
considerando a relevância de interiorizar a paridade entre o que temos e o que não
controlamos centralizando nosso esforço e faculdades no que possuímos ao mesmo tempo em
que lidamos com equidade e justiça com as coisas que não regemos.

O externalismo da representação e a diferença entre a necessidade e prioridade como a


liberdade, ansiedade e autenticidade, são parte do pensamento do homem consciente da
ausência de racionalidade e da possibilidade de eventualidades em sua vida causando a
necessidade imediata de significar sua existência.

Como seres pensantes, devemos considerar as questões que desafiam pressupostos básicos
sobre nós mesmos, preocupando-nos no sentido de como agir a respeito e sendo cautelosos
em nossas ações ao confrontarmos as diferentes provocações no curso de nossa vida, sempre
avaliando o equilíbrio entre nossos interesses e a harmonia que buscamos para viver bem.
João Starkaiser
(Extraído de : https://www.pensador.com/etica_e_conduta_humana/ )
Entenda a importância da
conduta ética no ambiente de
trabalho
 Ter uma carreira de sucesso abrange inúmeros fatores. Dentre eles estão:
planejamento e aperfeiçoamento profissional, desenvolvimento de
competências e cultivo de relacionamento interpessoal. Mas o que muitos
profissionais esquecem é que a conduta ética no ambiente de trabalho é tão
importante quanto as habilidades técnicas.
Posturas orientadas por valores éticos e morais tornam as organizações
ambientes mais produtivos, favoráveis ao aprendizado e estimulantes para
quem deseja se aperfeiçoar. Mais do que isso, colaboradores que se atentam
para essa prática são valorizados nas organizações e costumam se sobressair
sobre os demais.

Abordaremos aqui a importância de atitudes éticas no ambiente de trabalho.


Falaremos como elas podem te ajudar a se diferenciar e ter destaque na
empresa em que trabalha.

Entendendo a Ética
Antes de aprofundar o tema em relação ao ambiente corporativo, é preciso
saber: o que é Ética?

A Ética pode ser entendida como o conjunto de princípios que


fundamentam a conduta humana com base nos valores de um determinado
indivíduo ou de uma coletividade. A Ética vai além do Direito e da Moral, por
não sofrer influências históricas e não depender de sanções para ser exercida.

Até pouco tempo, era incomum falar sobre ética nos negócios, já que as
atividades realizadas no âmbito empresarial eram ligadas apenas à eficiência,
ao desempenho e aos processos. No entanto, com o aumento da preocupação
com o ambiente de trabalho, com a satisfação dos colaboradores e com o
alcance rápido de resultados, a atenção para esse conceito passou a ser
constante nas organizações.

A importância da conduta ética no ambiente de


trabalho
Condutas éticas geram reflexos positivos, tanto para a organização quanto
para seus empregados, na medida em que aumentam a
produtividade, estimulam a harmonia no ambiente de trabalho e ajudam
no desenvolvimento profissional dos que o compõem.

Estimular a ética no ambiente de trabalho deve ser um objetivo visado por


todos que fazem parte do meio corporativo. Encorajar o relacionamento
saudável, por meio do incentivo de práticas marcadas pelo respeito mútuo e
honestidade, contribuirá para a construção de uma boa imagem para a
empresa.

Os colaboradores que embasam suas ações e comportamentos visando ao


respeito e à cooperação também se beneficiam por um ambiente de trabalho
ético. Criar e cultivar laços com outros funcionários e líderes, desenvolver uma
reputação positiva e promover um ambiente de trabalho harmonioso
certamente gerarão reflexos benéficos para a carreira de quem adota um rígido
código de conduta profissional.

Postura profissional e crescimento no mercado


Sabemos que o mercado de trabalho e os ambientes profissionais estão cada
dia mais competitivos. No entanto, isso não significa que no lugar de uma
competição saudável entre funcionários, baseada na valorização do
aprendizado, deva se estabelecer o desvio de conduta ou a falta de caráter.

Espaço para bons e bem preparados profissionais existe, com


reconhecimento do esforço e do trabalho em equipe pautado pela ética. Afinal,
sobressair-se por sua habilidade é muito mais interessante do que tomar
comportamentos antiéticos para tal, como menosprezar o trabalho de colegas
de trabalho, roubar ideias ou mentir.
Tenha em mente que as habilidades técnicas e todo o esforço de
aprendizagem que você teve até então não serão suficientes se a empresa em
que trabalha entender que não pode depositar em você confiança e grandes
responsabilidades.

Códigos de ética
O Código de Ética é um conjunto de normas que orientam as ações de uma
determinada classe, constituindo verdadeiros imperativos — impondo condutas
— às ações no exercício de uma atividade profissional. Podem ser
profissionais (quando elaborados por conselhos de classe) ou empresariais
(em que estão contidos os valores e princípios da organização).

Códigos de Ética são importantes ferramentas de orientação quanto às


condutas éticas e morais empresariais. Faz parte do dever de cada
profissional conhecer os de suas respectivas ocupações e atuar de acordo com
as orientações contidas nele.

O contador, por exemplo, possui um Código de Ética Profissional que


estabelece, entre outras coisas, os deveres e vedações a serem observados
em sua atividade. Exercer as atribuições com zelo, diligência, honestidade e
capacidade técnica são alguns dos princípios abordados pela norma.

Atitudes positivas
Apesar desses códigos proporcionarem uma orientação para o modo de agir,
não é possível dizer que existe uma ética padrão, especialmente nas relações
de trabalho. Existem comportamentos que devem ser praticados
independentemente de estarem normatizados ou da posição hierárquica do
indivíduo.

Educação e respeito entre todos

As regras para um ambiente corporativo não diferem tanto das que se deve
seguir no dia a dia. Com a diferença que as consequências de uma má conduta
no trabalho costuma gerar reflexos mais graves.
Ainda assim, ter educação ao fazer uma crítica, respeitar a privacidade dos
colegas e não abrir documentos que não são de seu interesse são algumas
condutas básicas que devem ser observadas.

Manutenção de um ambiente de trabalho saudável e


harmonioso

Um ambiente em que as pessoas se estimulam e desenvolvem relações


de cooperação e cordialidade é vantajoso para todos. Por isso, atitudes como
colaborar com fofocas, falar mal do chefe ou realizar brincadeiras de mau gosto
não são indicadas. A regra aqui é simples: não fazer com o outro o que não
gostaria que fizessem com você.

Também é importante evitar situações-limite, que podem levar a desfechos


desagradáveis e irreversíveis, como paquerar algum colega ou subordinado.
Casos como esses podem abalar gravemente o ambiente de trabalho, afetando
o desempenho de todos os envolvidos e gerando uma má reputação para os
gestores e colaboradores.

Obediência às regras e hierarquia da empresa

Respeitar a hierarquia é premissa básica de um ambiente empresarial. Não


atentar para essa regra e deixar a amizade ou inimizade interferirem nas
relações de trabalho são faltas graves. Obediência e subordinação às regras
também são condutas éticas e que valorizam a sua postura profissional.

Ao contrário do que muitos acreditam, o incentivo à conduta ética no ambiente


de trabalho não significa necessariamente estabelecer uma rígida disciplina
aos funcionários. Um círculo profissional marcado por padrões éticos gerará
benefícios para todos os que fazem parte dele, favorecendo o crescimento da
empresa e o aperfeiçoamento dos colaboradores.

(Extraído de: https://www.blbbrasil.com.br/blog/conduta-etica-no-ambiente-de-trabalho/


#:~:text=A%20%C3%89tica%20pode%20ser%20entendida,de%20san%C3%A7%C3%B5es
%20para%20ser%20exercida. )

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