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Na Unidade 2, você irá perceber que a nossa vida é norteada por política,
porque ela faz parte dela até a morte. Somos sujeitos sociais e vivemos em
conjunto, em uma organização social. Nós nascemos, vivemos e morremos
em uma organização. Essas organizações são geridas por uma política.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Vamos iniciar este tópico buscando a compreensão dos conceitos de ética
e moral, assim como sua contribuição para a valorização das relações
humanas.
2 A ÉTICA
Ao longo da história da humanidade, várias têm sido as áreas que fomentam
reflexões acerca da ética, até porque a humanidade necessita de acordos
para que a sua interação e convivência se tornem sustentáveis. Por isso
vamos também estudar as concepções doutrinais da Grécia até a
contemporaneidade.
2.1 CONCEITO
Quando falamos de ética, não podemos limitar a uma realidade somente
conceitual, em que as práticas encontram-se distanciadas do nosso dia a dia,
mas, na verdade, ao estudarmos a ética poderemos observar que a mesma
se encontra implícita nas ações humanas.
No nosso dia a dia, a ética tem presença garantida, porque ela faz parte do
ser humano em todas as suas atividades, funções, espaço, ou seja, na
família, notrabalho, no lazer, enfim, onde o ser humano interage com outro, a
ética aí se faz presente.
O que Srour (2003) quer observar é que a ética será sempre o estudo dos
valores morais, e esses se relativizam conforme a história da humanidade.
Vários exemplos de práticas da coletividade mundial poderiam se perfilar
aqui. E chegaríamos à conclusão de que as condutas morais, independente
de serem aceitáveis ou não do nosso ponto de vista, são práticas de uma
sociedade.
Visto tudo isso, você pode pensar: então estudar ética é muito complicado?
Claro que não, a ética dá a oportunidade para refletir a maneira de viver e
entender os costumes do nosso tempo.
Então podemos dizer que tudo que é legal é moral? Ou se é moral é legal?
Todos nós conhecemos algumas práticas que com o passar do tempo
tornaram-secostumes e hábitos. Mas não quer dizer que práticas como a
corrupção passarão a ser aceitas, pela sua recorrência ou porque a
sociedade já se acostumou.
Práticas que prejudicam a maioria, que não preservam o bem comum, que
não beneficiam a sociedade, que não preservam a felicidade apontam ao
valor da ética, porque é através da ética que é possível fundamentar a
moralidade e a legalidade.
Então é por isso que a ética tem enorme valor para a sociedade como um
todo, porque seu papel é fazer reflexões acerca do comportamento humano
e a preservação do bem comum.
Estudar ética, falar de ética, refletir sobre a ética é, portanto, entender toda
a dimensão da sociedade, da humanidade. A ética, por si só, não vai elaborar
um manual de condutas, nem tampouco elencar um rol de atitudes certas e
erradas.
3 A MORAL
Até a década de 30, a mulher não podia votar e nem ser votada, portanto o
sufrágio feminino foi uma conquista de equiparar a mulher ao homem e
torná-la um membro da sociedade como qualquer um, ou seja, uma pessoa
participativa aos desígnios políticos do país.
A ética é perene porque as suas reflexões são num curso contínuo e eterno,
sempre haverá reflexões sobre a ética. Já a moral é temporal, porque de
acordo com o tempo, os costumes e valores de uma sociedade se
modificam.
Essas as principais diferenças entre ética e moral, que ajudam para auxiliar
na compreensão quanto às suas ramificações e desdobramentos.
Pode-se concluir que uma atitude moral é uma ação positiva, uma atitude
imoral é uma ação negativa e uma atitude amoral é uma ação neutra. Dessa
forma, o âmbito da moral é decidir como agir, é uma questão da prática,
enquanto que o âmbito da ética é refletir sobre essas ações e suas
implicações na felicidade humana.
Para Socrátes, a questão ética era o que bastava o homem saber, ter
bondade para ser bom. O conhecimento, para Sócrates, era uma virtude,
porque pensava que com o conhecimento o homem conseguia ser bom e ter
a felicidade. Por esse motivo é que há um entrelaçamento entre bondade,
conhecimento e felicidade.
Nessa época, a situação política e social era mais complexa, por esse motivo
não se podia pretender a mesma harmonia da polis. De acordo com Passos
(2004,p. 37), “também por questões ideológicas houve o predomínio da
teoria sobre a prática”, e o cristianismo tornou-se a religião oficial, o que
influenciou as condutas morais.
As concepções filosóficas destacadas por Passos (2004), ou seja, os
principais filósofos deste período, foram:
De acordo com Passos (2004, p. 39), a Idade Média inaugura uma novidade
na questão da moral:
ao deslocar o eixo fim último da vida humana, de um valor bom em
si mesmo para um bem que está em Deus. Se, para as concepções
anteriores, a felicidade era atingida no próprio ser, agora ele se encontra
no plano transcendental, e atingi-la requer apreender o fim último que
se encontra em Deus.
A ética na Idade Média, portanto, foi considerada a fase da era cristã, em que
os desígnios morais do cristianismo tornavam-se os ditames do
comportamento moral. Na Idade Média, portanto, o conceito de felicidade
não pode ser atingido nem pela razão, nem pela filosofia, mas pela fé cristã.