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Bowlby

Os estudos de John Bowlby e as observações decorrentes destes influenciaram a formulação,


juntamente com outros estudiosos, dos pressupostos da Teoria do Apego. A Teoria do Apego traz
uma percepção de que as crianças que, durante os primeiros anos de vida, foram cuidadas com
estabelecimento de vínculos de proximidade e intimidade, tinham maior probalidade de
responder ao ambiente de maneira mais segura. E que esse estilo de apego, ou a ausência dele,
impacta na maneira que esse individuo irá se relacionar com o mundo. O estudo "working models"
(modelo de funcionamento) demonstrou que a criança constroi uma representação de si mesma
dependendo de como foi cuidada, da disponibilidade das figuras de apego, do suporte emocional que
recebeu em momentos de estresse e que a internalização desse padrão influenciará em todas as
relações futuras da criança. Ele fala, também, que rupturas nos vinculos primarios, por perda ou
abandono, tem impacto transcendental ao desenvolvimento infantil.
Inicialmente, o psiquiatra inglês John Bowlby ficou conhecido por seus estudos sobre privação de
cuidados maternos, a partir de sua obra Cuidados Maternos e Saúde Mental, publicada pela OMS em
1953. A partir desse estudo, John Bowlby desenvolveu a Teoria do Apego , e formulou o conceito de
desapego, subseqüente à separação dos bebês de sua mãe ou cuidadores. As estapas do desapego
são: 1) PROTESTO 2) DESESPERO 3)DESLIGAMENTO.
Teoria do Apego: A tendência biológica é uma das características do apego; Existem vários tipos de
apego como o seguro, inseguro, evitante, ambivalente,desorganizado.O apego também é constituido
no primeiro ao de vida.

A teoria de John Bowlby, que demonstra que um recém-nascido precisa desenvolver um


relacionamento exclusivo com um cuidador primário para que seu desenvolvimento social e
emocional ocorra normalmente, é denominada Teoria do Apego
Para Bowlby existe um período crítico entre 6 meses e 2/3 anos que é sensível para a formação da
personalidade da criança. Junta-se isso ao fato de que, para o autor, a saúde mental do bebê depende
que ele tenha a vivência de uma relação calorosa, íntima e contínua com a mãe (ou mãe substituta
permanetne), na qual ambos encontram satisfação ou prazer. A separação do cuidador permanente,
ou mudanças frequentes de cuidador impedem o desenvolvimento do apego, o que pode resultar em
patologias futuras. Assim, o quanto antes a criança conseguir ser colocada em um lar permantente
melhor, especialmente antes do período crítico.
A pessoa sadia sabe regular sua ambivalência e uma criança que foi separada de sua mãe após o
estabelecimento de um vínculo emocional tem essa capacidade pertubarda, logo a voracidade
libidinal e o ódio decorrentes da perda e toda carga de ansiedade que com ela vem, faz a criança
perder sua capacidade regulativa das emoções.
"Se a criança seguir um caminho favorável, ela crescerá consciente de que existem, em seu íntimo,
impulsos contraditórios, mas estará apta a dirigi-los e controlá-los, e a ansiedade e culpa que eles
engendram será suportável. Se o seu progresso for menos favorável, a criança será assediada por
impulsos sobre os quais sente não ter controle ou ter um controle inadequado; em conseqüência
disso, sofrerá uma ansiedade aguda com relação à segurança das pessoas que ela ama e também
temerá o revide que, acredita ela, não deixará de cair sobre sua própria cabeça."
Portanto, uma chave para os cuidados com a criança é tratá-la de tal maneira que nenhum dos dois
impulsos que põem em perigo a pessoa amada — a voracidade libidinal e o ódio — se tome
demasiado intenso. BOWLBY
John Bowlby afirma que é essencial para a saúde mental de um bebê que este vivencie uma relação
calorosa, íntima e contínua com sua mãe ou figura substituta. Quando essa vivência não é possível, a
criança sofre com a privação, que pode ter efeitos variados de acordo com o grau em que ocorre.
Segundo a perspectiva do autor, a privação total pode mutilar completamente na criança a
capacidade de estabelecer relações com as outras pessoas.

Processo de luto pode envolver quatro fases, entre as quais: a do entorpecimento, em que a pessoa
expressa o choque e não aceita a notícia da perda, a fase do anseio e busca pela pessoa perdida, na
qual, comumente, a pessoa pode sentir raiva por não conseguir restabelecer o contato com o ente
perdido. Em seguida, a fase de desorganização e desespero por não conseguir reviver o morto. Nessa
fase, a pessoa pode manifestar-se apática e deprimida, isola-se e perde o desejo pela vida social. Por
fim, a fase de reorganização, em que se dá o início da aceitação da perda

Spitz
Uma condição necessária para para o desenvolvimento da depressão anaclit́ ica é que, antes da
separação, a criança tenha estado em boas relações com a mãe, pois foi observado que crianças
que tinham história de negligências, maltratos, descuido, com suas maẽ s não apresentavam
sinais de Depressão Anaclítica, (Spitz)
Privação emocional PARCIAL > Depressão anaclítica. Privação emocional COMPLETA>
Marasma ou Hospitalismo. Esse tipo de depressão infantil e precoce foi descrita pela primeira
vez por Spitz, que a via como um quadro de perda gradual de interesse pelo meio, perda
ponderal (de peso), comportamentos estereotipados (tais como balanceios) e, eventualmente, até
a morte.
Os distúrbios da personalidade materna e a relação insuficiente entre mãe e bebê provocam
sérias influências psicológicas prejudiciais e fortes perturbações na criança, assim "podemos
dizer que a personalidade da mãe atua como um agente provocador da doença, como uma toxina
psicológica" (SPITZ, op. cit., p. 187), que podem ser geradores das doenças de carência afetiva
e dos distúrbios emocionais como a rejeição primária ativa e rejeição primária passiva. A
rejeição primária ativa ocorre quando a atitude materna consiste em uma rejeição global da
maternidade, esta rejeição inclui a gravidez e a criança e, provavelmente, também muitos
aspectos da sexualidade genital( SPITZ, op. cit., p. 189). Já a rejeição primária passiva é quando
a rejeição materna não é dirigida contra a criança como um indivíduo, mas contra o fato de ela
ter tido uma criança. Isto quer dizer, é uma rejeição da maternidade, e não se refere a um objeto
determinado( SPITZ, op. cit., p. 191)
Para Spitz, a relação com a mãe é de suma importância para o desenvolvimento MENTAL e
EMOCIONAL da criança, a reciprocidade entre mãe e filho ajuda para que a construção da
imagem do mundo seja mais coerente (Princípio Nirvana) e por esses motivos crianças criadas
na primeira infância em instituições onde são totalmente privadas da mãe ficam mais propensas
ao HOSPITALISMO que tem como características apatia e menor resistência às doenças.
René Spitz aponta três estágios de desenvolvimento que estão diretamente relacionados com o
aparecimento de organizadores psíquicos. O primeiro estágio (Pré-Objetal) se dá do nascimento
até por volta dos três meses, quando observa-se uma indiferenciação por parte da criança em
relação ao mundo externo. A partir dos três meses, em geral a criança começa a expressar os
primeiros sorrisos, simbolizando a base das relações sociais e o começo da separação de si com
o mundo externo (apesar da relação com os objetos ainda ser indiferenciada). À esse período
(dos 03 aos 08 meses, aproximadamente) Spitz nomeou de Estágio Precursor do Objeto. O
último estágio ocorre somente a partir do 8º mês e é chamado de Estágio do Objeto Libidinal,
onde aparece o 2º organizador psíquico: o medo de estranhos. A criança já consegue se
diferenciar da mãe e diferenciar o que é mãe e o que é não-mãe. O medo de perder o objeto
libidinal a faz ficar ansiosa. A partir do 2º ano, quando a criança aprende a falar (e a entender o
conceito da palavra "não") as relaçoes objetais se solidificam.

Assim, podemos dizer que a interiorização da mãe como objeto libidinal tem início na angústia
do 8º mês, quando a criança entra no terceiro estágio do desenvolvimento (Estágio do Objeto
Libidinal). Esse período pode variar entre os 6 e os 8 meses, aproximadamente.

Spitz (1996) descreveu 3 etapas no desenvolvimento do bebê:

Estágio não objetal, o estágio pré-objetal e o estabelecimento do objeto libidinal.

No estágio não objetal, o comportamento do bebê é inteiramente passivo em relação ao mundo.

O início do estágio pré-objetal é marcado pela reação do sorriso: o bebê sorri ao ver o rosto de
um adulto. Essa fase representa o início de um comportamento ativo.

O estabelecimento do objeto libidinal é marcado pela ansiedade dos 8 meses: entre o 6.º e o
8.º mês, o bebê, diante de uma pessoa estranha, mostra-se ansioso e a rejeita. Presume-se que
seja uma reação desprazerosa à ausência da mãe. A aquisição dessa capacidade de distinguir a
mãe de um estranho representa que há uma verdadeira relação objetal; a mãe tornou-se o objeto
libidinal do bebê.

Pré-objeto (ou – 3 meses):

FASE NO OBJETO

Começa a partir do nascimento e termina quando o organizador é o primeiro sorriso. Etapa sem
objeto mais ou menos coincide com o principal Narcicista, como percepção, atividade e função
de um recém-nascido não são suficientemente organizado, mas que essas áreas são essenciais
para a sobrevivência, tais como o metabolismo, absorção de nutrição, funções respiratórias, e
assim por diante. São funções essenciais nas crianças.

Nesta fase, o recém-nascido não pode distinguir uma “coisa” a partir do outro, não pode
distinguir uma coisa (fora) do seu próprio corpo e não experimentando algo separado dela.

Objeto precursor (3 .-7. meses):

PRECURSORAS DO OBJETO

Este é o início da segunda etapa, este começa com um sorriso, este objeto é o precursor rosto
humano é chamado um precursor que a criança não reconhece o rosto de uma determinada
pessoa, mas chama a atenção para os números, que define estresse da face, como nariz, boca,
olhos, etc. Agora, o sorriso é a primeira manifestação activa, dirigida e intencional, e este é
agora um papel muito importante na vida da criança.

Real objeto (8-12 meses):

OEstádio do objecto Libidinal

A criança tem a capacidade para uma diferenciação preceptiva bem desenvolvida. Quando se
encontra frente a um desconhecido, confronta estes traços com os da cara familiar da mãe e
apresenta então uma recusa de contacto acompanhada de angustia ( angustia do estranho), que é
uma angustia de perca do objecto. A criança reage face ao rosto de um estranho porque se sente
abandonada pela mãe. A mãe torna-se objecto libidinal.

Ocorre:

- mudança no aspecto somático com um desenvolvimento do aparelho sensorial necessário à


percepção pela mielinização.

- mudança no aparelho mental pela multiplicação de traços mnésicos que permitem operações
mentais mais complexas e sequências de acções dirigidas.

- Mudança na organização psíquica, porque estas possibilidades de acção permitem a descarga


de tensão efectiva dirigida e desejada.

As trocas e interações com o outro levam às novas experiências e aquisição de novas


habilidades. Levam também ao estabelecimento de limites das próprias capacidades, ajudando a
criança a desenvolver seus próprios mecanismos de defesa, iniciando-a em seu funcionamento
enquanto ser social. A relação mãe-filho encontra-se igualmente na raiz da linguagem e
comunicação da criança.

A maturação e o desenvolvimento se manifestam após o nascimento, mediante a interação do bebê


com o ambiente interno e externo e no decorrer da maturação, as zonas oral, anal e genital são
ativadas, marcando os estágios sucessivos do desenvolvimento da libido, toda e qualquer ação e
resposta do bebê são provocadas pela mãe. Logo "a existência da mãe, sua simples presença, age
como um estímulo para as respostas do bebê, sua mínima ação - por mais insignificante que seja -
mesmo quando não está relacionada com o bebê, age como um estimulo"

Uma mãe substituta que devote ao bebê cuidados e afeto maternos promoverá seu desenvolvimento
emocional saudável.

No período pré-verbal ainda não há indiferenciação do objeto libidinal. Assim, lentamente durante o
primeiro ano de vida, a criança passa por estágios de amadurecimento e pelo aparecimento de
organizadores psíquicos que a auxiliarão nesse processo.. uma vez que a relação objetal só se
estabelece na fase do objeto real, ou seja, a partir da distinção entre mãe e não-mãe e da introdução
da linguagem (o uso da palavra Não), não se pode falar em desordens nas relações objetais
primitivas. Não existe, portanto, relação objetal no período pré-verbal.

JUNG
Dentre todos os conceitos de Carl Gustav Jung, a idéia de introversão e extroversão são as mais
usadas. Jung descobriu que cada indivíduo pode ser caracterizado como sendo primeiramente
orientado para seu interior ou para o exterior, sendo que a energia dos introvertidos se dirige em
direção a seu mundo interno, enquanto a energia do extrovertido é mais focalizada no mundo
externo.
Os impulsos infantis reprimidos são um dos conteúdos do inconsciente pessoal, pois dependem da
experiência individual. Os conteúdos do inconsciente coletivo são, diferentemente, independentes da
experiência pessoal, pois tratam-se de padrões arquetípicos do comportamento humano que
são iguais para todos.
Arquétipo é descrito por Jung como um conjunto de imagens psíquicas presentes no inconsciente
coletivo que seria a parte mais profunda do inconsciente humano.
Inconsciente coletivo: nível mais profundo da psique, que contém o acúmulo de experiências
herdadas de espécies humanas e pré-humanas. Independe de experiência pessoal. Conjunto de
padrões psiquicamente herdados.

Modos de tomar decisões:

pensamento: pessoas com essa função desenvolvida são mais reflexivas e planejadoras.

sentimento: pessoas voltada para valores mais pessoais/ emocionais.

Modos de aprender informações:

sensação: experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. A sensação repotar-se ao


que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência concreta e tem sempre prioridade sobre a
discussão ou a análise da experiência.

Intuição: experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes.

Funções Racionais (de julgamento/tomada de decisões): pensamento e sentimento

Funções Irracionals (de percepção/apreensão de informações): sensação e intuição

a) palavras-chave: experiência passada e informações, portanto, trata-se da intuição;

b) palavras-chave: lógico e objetivo, portanto, trata-se do pensamento;

c) palavras-chave: emocional e valores, portanto, trata-se do sentimento;

d) palavras-chave: experiência passada e informações, portanto, trata-se da intuição;

e) palavras-chave: ver, tocar e cheirar, portanto, trata-se da sensação;

ASombra
Para Jung, a Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, o núcleo do material que foi reprimido da
consciência. A Sombra inclui aquelas tendências, desejos, memórias e experiências que são
rejeitadas pelo indivíduo como incompatíveis com a Persona e contrárias aos padrões e ideais
sociais. Quanto mais forte for nossa Persona, e quanto mais nos identificarmos com ela, mais
repudiaremos outras partes de nós mesmos. A Sombra representa aquilo que consideramos inferior
em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós
mesmos. Em sonhos, a Sombra freqüentemente aparece como um animal, um anão, um vagabundo
ou qualquer outra figura de categoria mais baixa.

O Self
Jung chamou o Self de Arquétipo central, Arquétipo da ordem e totalidade da personalidade.
Segundo Jung, consciente e inconsciente não estão necessariamente em oposição um ao outro, mas
complementam-se mutuamente para formar uma totalidade: o Self. O Self é um fator interno de
orientação, muito diferente e até mesmo estranho ao Ego e à consciência. Para Jung, o Self não é
apenas o centro, mas também toda a circunferência que abarca tanto o consciente quanto o
inconsciente, ele é o centro desta totalidade, tal como o Ego é o centro da consciência.

Anima e Animus
No plano psicológico, encontram-se em ambos o sexos características femininas e masculinas. Jung
atribui a arquétipos o lado feminino daa personalidade do homem e o lado masculino da
personalidade da mulher. O arquétipo feminino no homem é chamando de anima, o arquétipo
masculino na mulher, animus

Um complexo é uma reunião de imagens e ideias, conglomeradas em torno de um núcleo derivado


de um ou mais arquétipos, e caracterizadas por uma tonalidade emocional comum. Quando entram
em ação (tornam-se “constelados”), os complexos contribuem para o comportamento e são marcados
pelo AFETO, quer uma pessoa esteja ou não consciente deles. São particularmente úteis na análise
de sintomas neuróticos.

A ideia era tão importante para Jung que, em certo ponto, ele cogitou de rotular suas ideias de
“Psicologia Complexa”. Jung referia-se ao complexo como a “a via régia para o inconsciente” e
como “o arquiteto dos sonhos”. Isso sugeriria que os SONHOS e outras manifestações simbólicas
estão intimamente relacionados com os complexos.

O conceito possibilitou a Jung ligar os componentes pessoais e os arquetípicos das várias


experiências de um indivíduo. Além disso, sem este conceito, seria difícil expressar o modo exato
como a experiência se forma; a vida psicológica seria uma série de incidentes desconectados. Mais
ainda, de acordo com Jung, os complexos também afetam a memória. O “complexo de pai” não
somente contém uma imagem arquetípica de pai, mas também um agregado de todas as intenções
com o pai ao longo do tempo. Daí o complexo de pai matizar a recordação de experiências precoces
do pai real.

Por possuir um aspecto arquetípico, o EGO está situado no âmago de um complexo de ego, uma
história personalizada do desenvolvimento da consciência e autoconscientização do indivíduo. O
complexo de ego está em relacionamento com os outros complexos, o que muitas vezes o envolve
em um conflito. Aí então existe o risco de este ou qualquer complexo se dissociar, sendo a
personalidade por ele dominada. Um complexo pode dominar o ego (como na PSICOSE) ou o ego
pode se identificar com o complexo.

Também é importante lembrar que os complexos são fenômenos bastante naturais que se
desenvolvem ao longo de linhas positivas como também negativas. São ingredientes necessários da
vida psíquica. Desde que ego pode estabelecer um relacionamento viável com um complexo, uma
personalidade mais rica e mais diversificada emerge. Por exemplo, padrões de relacionamento
pessoal podem se alterar, enquanto percepções de outros sofrem mudanças.

Segundo Jung, o ego é:

- arquétipo da personalidade - não emerge da consciência - Não possui elementos inconscientes -


Centro da consciência, mas não é o centro da personalidade

a) o da ordem e totalidade da personalidade; (self)

b) a forma pela qual nos apresentamos ao mundo; (persona)

c) o centro do inconsciente pessoal; (sombra)

d) a parte sexual de cada indivíduo; (sizígia)

“Portanto, em minha concepção, o ego é uma espécie de complexo, o mais próximo e valorizado que
conhecemos. É sempre o centro de nossas atenções e de nossos desejos, sendo o cerne indispensável
da consciência
A função psicológica ou transcendente resulta da união dos conteúdos conscientes e inconscientes.
A experiência no campo da psicologia Analítica nos tem mostrado abundantemente que o consciente
e o inconsciente raramente estão de acordo no que se refere a seus conteúdos e tendências. Esta falta
de paralelismo, como nos ensina a experiência, não é meramente acidental ou sem propósito, mas se
deve ao fato de que o insconsciente se comporta de maneira compensatória ou complementar em
relação à consciência.

Winnicott
A criança para Winnicott seria um ser indefeso e desintegrado que tem a percepçaõ de modo
desorganizado aos estímulos exteriores, descreveu a importância do (OT) objeto transicional
(objeto que a criança demonstra prazer em sua compania, levando consigo todo o tempo – pano,
bichinho, travesseiro), em que através desseviń culo ela cria a intermediação do seu “eu” interior
e o meio em que ela se encontra, na ausência do objeto transicional encontraremos a criança
́ ulopara desenvolver seu “eu emocional”, cabendo a mãe a tarefa de
depressiva, triste, sem estim
apresentar o meio àcriança, e um facilitador é o (OT) e afirmou que:
..."Sem ter alguém dedicado especificamente às suas necessidades, o bebê naõ consegue
estabelecer uma relação eficiente com o mundo externo. Sem alguém para dar-lhe gratificações
instintivas e satisfatórias, o bebê nao
̃ consegue descobrir seu próprio corpo nem desenvolver
uma personalidade integrada". Para Winnicott, a criança usa um objeto macio para substituir a
mãe, do estado de fusão no qual se encontra, para um estado de relacionamento com ela, sendo
as características mais importantes nesse objeto a textura e o cheiro.
Para o autor, a origem do comportamento antissocial está na falha ambiental. O ambiente
facilitador é constituído da mãe ambiente ou de qualquer outra pessoa que possa fazer às vezes
da mãe. Winnicott caracteriza a tendência antissocial como um distúrbio, resultado de uma falha
ambiental que acometeu a relação mãe-bebê no estágio da dependência relativa. Todo bebê
sofre deprivação instintual. A mãe boa falha necessariamente na sua adaptação em satisfazer as
exigências instintuais do bebê. No entanto, a mãe que está em sintonia com o seu bebê, não o
desampara; e, ao realizar que errou, oferece alguma reparação, e tudo retorna ao estado de
tranquilidade anterior.
Quando ocorre a tendência antissocial, aconteceu uma deprivação propriamente dita (não uma
simples privação), ou seja, deu-se a perda de algo bom, de caráter positivo na experiência da
criança até um certo momento, no qual este elemento positivo foi retirado. (WINNICOTT,
1958c) Winnicott (2000) ao trazer o conceito de Tendência Anti-Social, nos diz que a
transgressão do adolescente é um gesto de esperança. Ele espera que através dela possa ser
"visto" pelo contexto familiar e social. A justiça muitas vezes entra neste espaço, sendo para o
adolescente o limite que a família tem dificuldade de exercer."
Todo ser humano é essencialmente temporal. A teoria do amadurecimento pessoal baseia–se na
concepção de que todo indivíduo humano é dotado de uma tendência inata ao
amadurecimento, ou dito de outro modo, à integração numa unidade psique–soma. Sendo
o soma, um corpo vivo, não apenas o corpo biológico e psique não se confundindo com a
mente.
Inata não quer dizer que aconteça simplesmente com a passagem do tempo, é antes uma
tendência e não uma determinação, e, para que se realize, este indivíduo humano, quando ainda
é um bebê, depende de um ambiente facilitador (inicialmente, a mãe biológica) que forneça
cuidados suficientemente bons. Winnicott diz que o amadurecimento começa em algum
momento após a concepção e, quando há saúde, não cessa até a morte.
A principal função do Ego é procurar atender e aplacar as exigências constantes do Id e a
realidade do Superego, logo preservará a saúde, segurança e sanidade da psique.
O conceito de objetos transicionais foi criado por D. W. Winnicott para descrever o uso
simbólico que os bebês fazem dos objetos da realidade compartilhada, para aliviar a angústia de
separação, em torno do período de desmame. Gradativamente, o fenômeno irradia-se desses
objetos para toda a experiência cultural. É a partir dessa definição que o autor pensa o brincar,
instrumento fundamental da clínica psicanalítica, assim como de entendimento do
funcionamento psíquico.
A fim de definir o objeto transicional o autor citado postula que não é o objeto em especial que
é transicional (apesar da significativa produção industrial de objetos que podem se tornar
transicionais), mas sim o uso que o bebê faz dele. O bebê elege um objeto real e representante
da sua transição de um estado fusional com a mãe para um estado de diferenciação e de
percepção dela como algo externo e separado de si. O uso do objeto transicional demonstra que
a separação de fato não existe, pois o vazio entre bebê e a mãe pode ser ocupado por um pedaço
da realidade. Esse objeto pode ser reivindicado na hora de dormir, em momentos de solidão, ou
quando um humor depressivo ameaça manifestar–se. Uma das funções do objeto transicional é a
de acalmar o bebê."
Processo Maturativo
--> faz parte do potencial herdado do bebê
--> pode se revelar desde que os determinantes ambientais sejam adequados
--> se o ambiente de facilitação for suficientemente bom, as tendências hereditárias de
crescimento do bebê podem alcançar resultados favoráveis, como a integração.
--> é com o bom holding que o bebê é capaz de desenvolver a capacidade de integrar suas
experiências e desenvolver o senso de " eu sou".
"Winnicott chama a atenção para o desenvolvimento psíquico da criança e aponta a importância
da promoção de um ambiente facilitador para que o processo de maturação possa
acontecer. Nesse sentido, o autor enfatiza a relevância das tendências hereditárias e sua
relação com o desenvolvimento psíquico."
Para que o potencial hereditário do sujeito venha a ter uma oportunidade de atualizar-se, no
sentido que venha manifestar-se no indivíduo, é necessário que as condições ambientais sejam
adequadas, que haja uma "maternagem suficientemente boa". Nos primeiros meses do bebê, a
"mãe suficientemente boa" tem 3 funções: 1- HOLDING (sustentação); 2- HANDLING
(manejo) e 3- APRESENTAÇÃO DOS OBJETOS.

A criança, que pratica o ato antissocial, procura resgatar uma provisão ambiental perdida, busca
os cuidados da mãe que sente lhe é devido porque ela é sua criação. A etiologia da tendência
antissocial compreende um período inicial de desenvolvimento pessoal satisfatório e uma falha
posterior do ambiente facilitador;
Cabe ao ambiente (famílias ou instituições sociais substitutivas) aceitar e acolher a imaturidade
do adolescente, a sua oscilação dependência-independência, o seu sentimento de irrealidade, a
sua necessidade de ser alguém em algum lugar, de confrontação, de procurar as próprias
soluções e de não aceitar falsas soluções. Além disso, o adolescente precisa de um ambiente que
esteja disponível para a comunicação verdadeira, que facilite a integração da sua instintualidade
e exerça a lei sem retaliar e sem simplesmente punir.
Portanto, diante de um adolescente que se identifique com pessoas associadas ao crime, é
importante que o educador utilize uma forma de comunicação sincera para que o adolescente
seja ouvido e sustentado em suas oscilações de imaturidade versus matura, mas sem que o
educador perca a sua autoridade e, a exposição sinceras de pontos de vistas diferentes é uma
excelente solução para o problema. Na linha do amadurecimento, a tendência antissocial se
localiza no estágio de dependência relativa, quando já há uma integração, um Eu Sou
constituído, aproximadamente entre um e dois anos de idade. A tendência antissocial tem, na
sua origem, uma deprivação. Diferentemente da privação que ocorre num momento anterior e
mais primitivo do amadurecimento emocional, a criança que sofre uma deprivação já tem
maturidade de ego suficiente para perceber que a falha é do ambiente. A criança entende que
algo lhe foi tirado e que a falha é externa a ela – do ambiente.
Esse é o ponto de origem da tendência antissocial, e aí se inicia o que toma conta da criança,
sempre que ela se sente esperançosa, e compele a uma atividade que é antissocial, até que
alguém reconheça e tente corrigir a falha do ambiente.
Na visão de Donald W. Winnicott (2012), as falhas ambientais terão consequências distintas,
dependendo do momento em que ocorrerem e da reação do ambiente diante de seu impacto na
criança. Segundo esse autor, se o ego não tiver maturidade suficiente para reconhecer que a
origem do problema é externa, e não interna, a criança desenvolverá uma doença psicótica, pois
a ausência de defesas frente à deficiência ambiental leva a uma suspensão do processo de
desenvolvimento.
Perturbações ambientais que distorcem o desenvolvimento emocional de um bebê não
produzem tendências antissociais; produzem distorções da personalidade que redundam em
PSICOSES, que levam de um hospital mental a outro, ou então sua vida vai seguindo com
algumas distorções aqui e ali, no teste de realidade, e assim por diante, talvez do tipo de
distorções que é socialmente aceito. A tendência antissocial não se relaciona com uma carência,
mas sim com uma privação."
De acordo com Winnicott a destrutividade faz parte da condição humana, de um processo de
continuidade do ser e por isso, o homem deve assumir a responsabilidade por esses
sentimentos,como parte do processo de integração.Primeiro há uma unidade e depois com a
separação do subjetivo do objetivo o ser pode perceber que existe o eu e não-eu, ou seja, o
interno e externo. E é justamente o reconhecimento da agressividade como parte do eu,
assumindo a responsabilidade por esses sentimentos que o ser pode conhecer e se relacionar
saudavelemente com o interno e o externo.
D. W. Winnicott procurou demonstrar que a experiência emocional da criança submetida à
privação impede-a, principalmente, de obter êxito em suas tentativas de reparação: se ocorrer,
por algum motivo, o bloqueio da reparação, a pessoa torna-se parcialmente incapaz de assumir a
responsabilidade por seus impulsos destrutivos, o que clinicamente, configura a depressão, ou
então, busca externamente um responsável por sua destrutividade, através do mecanismo de
projeção. Para Winnicott uma pessoa será tanto mais saudável quanto menos utilizar esse
mecanismo, ou seja, quanto mais se reconhecer de forma integrada, assumindo a
responsabilidade por seus impulsos agressivos.
Uma possibilidade de o indivíduo conseguir o reconhecimento do seu meio familiar e social é
por intermédio do recurso inconsciente de, desde criança, adaptar-se às expectativas que os
demais valorizam e impõem como condição para a aceitação, admiração e amor. Em linguagem
winnicottiana, este processo institui a formação de um "falso self”
O tratamento da tendência anti-social não é a psicanálise. É o provimento de cuidados, que
podem ser redescobertos pela própria criança e nos quais ela pode experimentar de novo os
impulsos do id, com possibilidades de testá-los. É a estabilidade do novo suprimento
ambiental que dá a terapêutica. Os impulsos do id devem ser experimentados, para que façam
sentido, num quadro de ligação com o ego, e, quando o paciente é uma criança que sofreu
privação, a ligação egóica deve obter apoio do lado do relacionamento com o terapeuta. O
ambiente deve dar nova oportunidade à ligação egoica. Para D. W. Winnicott, o tratamento
fundamental para crianças que apresentam tendência antissocial é voltar a oferecer um
Ambiente Acolhedor capaz de de oferecer aquilo que ela precisa e que possa ressarci-la, uma
vez que no comportamento antissocial há a sensação de que lhe roubaram algo vital
(Deprivação; a criança tinha um Ambiente Favorável e perdeu). Se esse Ambiente retorna, a
criança tem nova oportunidade de integração egoica.
Winnicott (1952/1978) chama a atenção para o papel que os processos intelectuais assumem
nessa época. Através deles, os fracassos do meio ambiente podem ser gradualmente levados em
conta e tolerados. Eles funcionam como um elo de ligação entre a adaptação incompleta e a
completa, permitindo ao indivíduo preencher a lacuna existente entre ambas e assim obter uma
compensação para as falhas ambientais. Desse modo, através desse mecanismo propiciado pelos
processos cognitivos que é o fantasiar, uma adaptação não suficientemente boa pode se
transformar em uma adaptação suficientemente boa
Na visão de Donald W. Winnicott (2012), a agressividade, no bebê, está sempre relacionada ao
estabelecimento de uma distinção entre o que é “eu” e o que é “não-eu”. Segundo Winnicott é o
impulso destrutivo que cria a qualidade de externalidade. Pela destruição dos objetos que o bebê
descobre o mundo como estando lá desde sempre. Para ele, a agressividade tem o lado positivo
de se usar o mundo externo, ela faz emergir no bebê a distinção entre o que é eu e o que é não-
eu. A agressividade para Winnicott está no interior da teoria da integração. A função da
agressividade é permitir que o bebê saia do mundo subjetivo para o objetivo.Ela é um fator de
unificação,provoca o amadurecimento do indivíduo sem quebrar sua unidade primária. A
agressão é uma ataque necessária ao desenvolvimento segundo Winnicott. Para integrar é
necessário separar,por isso,a agressividade é um fator de integração. O bebê tem o objeto fora
do seu campo onipotente e pela elaboração criativa usa esse objeto, separando-o dele, ou seja, o
bebê para de se "relacionar" onipotentemente com o objeto para o "usar" criativamente e, nisso,
há a constituição do eu e não-eu.
Sobre moral e educação, Winnicott delimita sua área de estudo ao desenvolvimento na criança
da capacidade de ter senso moral, por experimentar um sentimento de culpa e por estabelecer
um ideal. Para ele, há um estágio que tem importância especial nos processos de maturação.
Nesse estágio, ocorre a formação gradual na criança da capacidade para experimentar um senso
de responsabilidade, aquele que no fundo é um sentimento de culpa. Esta fase de
desenvolvimento dura, aproximadamente, dos 6 meses aos 2 anos.
" As pessoas que tiveram um bom cuidado inicial sentem-se mais
seguras, o que gera o autocontrole baseado na crença em si próprias e na
elaboração interior dos próprios conflitos.(...) O autocontrole deverá ser desenvolvido pau
latinamente, assentado em bases com forte segurança emocional,
(...). O autor lembra que a famíliafornece ao indivíduo tanto a oportunidade de retornar
à dependência nos momentos da vida em que isso se fizer necessário – como de ir
pertencendo a círculos cada vez mais amplos, como os agrupamentos políticos, religiosos
e sociais
Ao descrever a aquisição, por parte da criança, da capacidade de estar só, Winnicott afirma
que “É somente quando só que a criança pode descobrir sua vida própria (...), é capaz de fazer o
equivalente ao que no adulto chamamos de relaxar (...), adquirir a capacidade de se tornar ‘não
integrada’, de devanear, de ter uma experiência que é sentida como real”. Baseado nisso,
Winnicott utiliza a expressão orgasmo do ego. O orgasmo do ego é experimentado em
atividades culturais: o prazer de uma leitura, de em concerto, enfim, de se deixar fluir. Nesse
sentido, Winnicott propõe uma expressão, “orgasmo do eu”, para se referir às experiências de
satisfação máxima que não têm a ver com satisfações instintivas. Essa expressão, embora tenha
conotações eróticas, alude justamente a um ápice – e nesse sentido ele utiliza o termo
“orgasmo” – de prazer não sexual, como pode ser o prazer de ouvir música, dançar ou qualquer
prazer (devaneio que se inicia na criança em sua capacidade de estar só) das experiências
próprias do espaço potencial. Nas palavras de Winnicott: “Na pessoa normal uma experiência
altamente satisfatória como essa pode ser conseguida em um concerto ou no teatro ou em uma
amizade que pode merecer um termo tal como orgasmo do ego, que dirige atenção ao clímax e à
importância do clímax”
Winnicott considera que é a partir dessas experiências iniciais do contato mãe-bebê que a
criança desenvolve a capacidade de estar só. Essa capacidade é um paradoxo, já que se origina
pela experiência do bebê de estar só na presença da mãe, de confiar na sua presença contínua. A
criança pode, com o tempo, prescindir da presença da figura materna e, estando só, desfrutar dos
estados calmos, vivendo momentos de não integração similares ao estado relaxado da vida
adulta. A capacidade de estar só permite ao indivíduo descobrir uma vida pessoal própria,
podendo usufruir o si-mesmo e viver os impulsos como reais. A capacidade de estar só é uma
condição para que o contato com o semelhante, com o amigo, se origine espontaneamente,
como um movimento do si-mesmo.
A mulher – a mãe suficientemente boa do holding winnicottiano que reveste seu bebê da
onipotência primária que o permite circular pelo mundo com confiança, com um reservatório de
ilusão que o faz sentir-se em casa onde quer que esteja. não quero dizer: afaste-o da realidade.
Sentir-se em casa permite-lhe estar numa condiçaõ de ver, perceber e agir naõ sei se do melhor
modo, mas pelo menos experimentando o que está em volta e com possibilidade de pensar e não
fugir. E vai indo atendendo ao chamado. O que é esse chamado? Penso que assim como temos
em nós algo que vai articulando os instrumentos necessários à comunicaçaõ , algo articula em
nós conforme o ritmo circulante entre a mãe e seu bebê, conforme as cargas hereditárias e
ancestrais e algumas outras conformações, o chamado à realizaçaõ do ser de cada um realizado
pelo fazer mais com ele encaixado.
3 Tipos de suporte: Holding – Trata-se de uma função de “sustentação”, ou seja, a mãe instaura
uma rotina (repetitiva) de cuidados cotidianos que vão sustentar, não somente corporal, mas
psiquicamente, a criança. Handling (manejo): manejo cuidadoso, contato físico adequado;
Apresentação dos objetos transicionais
De acordo com Winnicott a atitude sentimentalista em relação ao crime subsiste devido a um
ódio recalcado, produzindo sentimentos de vingança pública.
Winnicott relata que a capacidade da criança de alcançar certa autonomia se desenvolve através
de um ambiente favorecedor, portanto Indivíduo e ambiente são interdependentes.Existem três
forma de depnedência\independência:
Absoluta:no ínicio do desenvolvimento a criança, ainda lactante, depende fisicamente, ao
mesmo tempo que em termos emocionais, o lactente é ao mesmo tempo dependente e
independente, dependente no sentido físico, independente no sentido que o lactante não tem,
ainda, conhecimento de suas necessidades, e por isso não necessita, ainda, do outro.
Relativa: o lactante passa a perceber (ter conhecimento) de suas necessidades (dependência),
começo da compreensão intelectual, a mãe é necessária.Ansiedade de separação.
Rumo à independência: verdadeira independência noção de self(capaz de viver a existência
pessoal, única)
1) Ansiedade de Aniquilamento (também conhecida como desintegração, desmantelamento,
despedaçamento, catastrófica, etc.) — Está presente desde o nascimento e corresponde à intensa
presença no interior do bebê das pulsões agressivas (instinto de morte, na teoria kleiniana) e dos
estímulos desprazerosos. Assim, as primeiras frustrações são semantizadas como uma ameaça
de morte, como um aniquilamento da vida.
2) Ansiedade de Engolfamento — Corresponde a uma fixação na etapa evolutiva em que há
uma indiferenciacâo entre o eu e o outro, tal como ocorre na díade fusionai mãe-filho, de
natureza simbiótica-narcisistica.
3) Ansiedade de Separação — Forma-se durante a primeira infância e é devido à duas
condições básicas: uma é o medo da perda do objeto necessitado e a outra, a da perda do amor
deste objeto, E claro que estes medos tanto podem estar justificados por uma realidade exterior
desfavorável como ela pode ser conseqüente de fantasias inconscientes, sendo o mais comum
uma combinação de ambas.
4) Ansiedade de Castração — Está intrinsecamente ligada às conhecidas vicissitudes que
cercam o conflito edípico. Não é demais ressaltar que, em grau moderado, esse tipo de
ansiedade é muito importante para a estruturação psíquica, porquanto é ela que introduz a
presença e a “lei” do pai para desfazer a díade simbiótica com a mãe, assim permitindo a
transição do plano imaginário narcísico para o simbiótico e o real edípicos
5) Ánsiedade decorrente do Superego — Esta forma ansiedade forma-se e a partir" dos
mandamento, proibições, valores e expectativas dos pais bem como dos paradigmas
socioculturais de uma determinada geografia e época, estendendo-se até o período de latência
Objeto transicional é um mediador entre mãe e filho, eu e não-eu, mundo interno e mundo
externo. A mãe suficientemente boa permitirá esse objeto e através dele a criança passará de um
estado de ilusão para um estado de desilusão, do relacionar-se com o objeto para o uso do
objeto. A passagem do princípio do prazer para o princípio da realidade permitida pela mãe boa,
através de uma adaptação ativa com a criança facilitará uma capacidade do brincar criativo num
espaço potencial. O jogo com as pessoas onde haverá amigos e inimigos somente se realizará
através desse brincar criativo. Para que exista um desenvolvimento do processo de separação-
individualização é necessário a existência de um objeto transicional em sua forma saudável
como um acalmador da ansiedade. Daí a importância da disponibilidade da mãe e do objeto
transicional para que todo o desenvolvimento psíquico saudável se realize; a importância de
uma continuidade no cuidado e uma consequente confiança na mãe para que possa ser bem
suportada a sua ausência; e para que no processo de dependência para o rumo à independência a
criança possa seguir segura e feliz por essa separação ou independência da mãe e filho ao
mesmo tempo. Caso isto não ocorra de uma forma saudável, isto e, se a mãe ou o ambiente não
for suficientemente bom, pode haver o desenvolvimento, na criança e posteriormente no adulto,
de um objeto transicional sendo o próprio corpo e mais tarde uma idéia fixa. O que é mais
importante nisso tudo é que o objeto transicional exista e seja permitido em toda a sua plenitude
sem interrupções. O processo deve realizar-se até o final, isto é, até que o objeto perca
simplesmente o seu significado e não esquecido ou reprimido. Que fique reduzido somente ao
nível de significante. O tempo que ele durará vai variar de criança para criança, de mãe para
mãe, de meio para meio. E isto não terá muita importância. O que terá importância será somente
que a ele seja permitido existir e se o processo for concluído a criança terá um desenvolvimento
psíquico saudável e poderá, pela vida afora,confiar em si mesma e nas pessoas que a rodeiam.
Poderá ser um 'ser total' pronto para encarar e enfrentar o mundo externo.
Segundo Winnicott (1961/2005), pais com características esquizoides, como as presentes na
esquizofrenia, fracassam de muitos modos no cuidado de seus filhos. No entanto, podem ser
conscientes da própria patologia e assim entregam seus filhos aos cuidados de outras pessoas.
Fortunadamente “a psicose dos pais não produz psicose nos filhos” (WINNICOTT, 1961/2005,
p. 106). É fundamental que as psicoses parentais e a capacidade de uma mãe cuidar do bebê
sejam consideradas em relação aos estágios do desenvolvimento da criança bem como as
seguintes situações: a) perturbação dos pais: se muito perturbados, se há outras pessoas que
possam assumir os cuidados dos bebês e crianças; b) se menos perturbados, se há períodos em
que outros indivíduos possam entrar em cena; c) pais dotados de saúde suficiente para proteger
os filhos da própria patologia, que venham a pedir ajuda a outros adultos apenas quando for
necessário; d) pais que a própria patologia inclua a criança, de forma que nada possa ser feito
pela mesma, sem a violação dos direitos que todo pai ou mãe têm sobre seus filhos.
Dessa forma, o item IV está errado, porque em nenhum momento Winnicott diz que os pais
devem se separar quando há patologia parental e, sim, que caso a patologia dos pais inclua a
própria criança, deve proteger a mesma da doença dos pais, oferecendo a elas cuidados
adequados para o desenvolvimento em um ambiente suficientemente bom: uma alternativa é a
adoção, por exemplo
Desenvolveu a teoria do falso self. Nesta, devido a falhas ambientais, a criança se submete às
exigências dos pais e não desenvolve seu self verdadeiro vivenciando uma vida “como se”.
Donald W. Winnicott (2011) considera que o papel do pai, nos três primeiros meses de vida do
bebê, é de colaborar para o início e o desenvolvimento da relação emocional entre a mãe e o
bebê. O pai colabora para o inicio e o desenvolvimento dessa relação mãe-bebê porque
inicialmente ele atua como mãe-substituta, pois a criança não entende o colo do pai como um
triagulador da relação, mas como um substituto. A qualidade do colo da mãe depende da
sustentação que o pai dá a ela. Apenas mais tarde, com o amadurecimento e com a integração da
identidade do bebê ele conseguirá ver esse pai como uma terceira pessoa.

Ao entrevistar crianças, o terapeuta D. Winnicott utilizava o método chamado por ele de: Jogo
do Rabisco.
falso e verdadeiro self e holding (winnicott) – correta
fenomeno transacional (winnicott) inveja primária (Klein)

Freud
A criança é um perverso polimorfo.
Freud e Melanie Klein, que a organização dos grupos gira em torno de um líder.
Freud analisou em seu texto sobre a psicologia das massas; Freud (1921) afirma neste trabalho
primoroso que o indivíduo é o “verdadeiro homem” apenas nos grupos. Em sua concepção os
componentes de uma multidão estão ligados por laços de união de natureza libidinal que
“atravessam a multidão de ponta a ponta” e a somatória das libidos individuais torna a “libido
grupal” muito maior e mais potente que a censura dos sujeitos. Ocorre assim uma regressão
psíquica nos indivíduos que passam a reviver, por alguns momentos, situações primitivas e há
muito esquecidas. Sempre que um grupo se forma surgirá um líder, e este se torna o
representante de todos os superegos, que nele se fundem e se unem. Magnífica expressão
utilizada por Freud é aquela de um dos Generais dos exércitos de Hitler ao declarar “eu não
tenho consciência; a minha consciência é o Fühere”.
Na visão da psicanálise, nossas escolhas de parceiros amorosos, o interesse que demonstramos
por algumas carreiras profissionais e até nossos hobbies não são aleatórios; eles são moldados
por forças inconscientes que se relacionam de modo dinâmico entre si. O inconsciente é :
Alógico; Aespacial; Atemporal
Determinismo psíquico é o princípio psicanalítico segundo o qual todos os eventos mentais
são precedidos de eventos anteriores que os determinam, é a crença de que a mente funciona
como uma máquina em que cada fase se encadeia à anterior e à posterior, com a precisão de um
relógio. Determinismo psíquico: Todos os acontecimentos da vida mental são determinados,
produzidos ou influenciados por eventos anteriores do desenvolvimento.
REGRA FUNDAMENTAL: O paciente é orientado a expressar livremente e sem censura seus
pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos, imagens, assim como as associações que lhe
ocorrem, sem prejulgar sua relevância ou significado;

LIVRE ASSOCIAÇÃO: para o desenvolvimento do processo analítico, o paciente deve vir à


sessão com a intenção de falar tudo o que vier a sua mente, mesmo que possa parecer
vergonhoso ou sem sentido, possibilitando ao analista identificar o conteúdo latente
(inconsciente) por meio de seu discurso.

Freud em sua teoria apresenta a existência dos mecanismos de defesa. Estes seriam meios que o
inconsciente usa para mascarar a realidade, ou seja, são mecanismos utilizados para abrandar
alguma dor. Eles atuam protegendo a integridade do Ego
SUBLIMAÇÃO - É o mecanismo pelo qual o sujeito desagressiva a energia agressiva ou
dessexualiza a libido, transformando-as em algo socialmente aceito. A energia perde seu caráter,
ou seja, a energia inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis é transformada e dirigida a
objetos socialmente úteis.
INTROJEÇÃO - Intimamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma
dificuldade emocional do indivíduo ao tomar para a própria personalidade certas características
de outras pessoas. É o mecanismo onde o objeto externo se torna efetivo internamente. Uma
ordem externa passa a fazer parte do próprio indivíduo como um valor seu.
PROJEÇÃO - É um mecanismo oposto à introjeção. O sujeito vai atribuir a objetos externos
aspectos psíquicos que lhe são próprios, mas não são reconhecidos como seus. Necessariamente,
antes da projeção vem um mecanismo de negação, ou seja, é uma forma de deslocamento que se
dirige para fora e atribui outras pessoas seus traços de caráter, atitudes, motivos e desejos contra
os quais existem objeções e que se quer negar
REGRESSÃO - É o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às
quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que se
tornam recorrentes, repetitivas.
DESLOCAMENTO é o translado de características e de atributos de um determinado objeto a
outro, que se encontram articulados por um elemento comum.
FORMAÇÃO REATIVA é o que leva o sujeito a efetuar o que é totalmente oposto àquilo que
se quer rejeitar.
I. A projeção é uma atribuição a objetos externos de propriedades ou características que, ao
mesmo tempo, o sujeito desconhece em si mesmo. (correto)

II. O deslocamento é o translado de características e de atributos de um determinado objeto a


outro, que se encontram articulados por um elemento comum. (correto)
III. A regressão é uma reativação de antigas condutas quando o sujeito encontra-se em conflito
que não consegue resolver. (correto)

IV. Formação reativa é o que leva o sujeito a efetuar o que é totalmente oposto àquilo que se
quer rejeitar. (correto).

ID EGO SUPEREGO

Após criar a primeira tópica do aparelho psíquico onde Freud o dividiu topograficamente em
três “territórios" diferentes – consciente, pré-consciente e inconsciente – , regidos por processos
mentais diferentes; ele escreveu então a segunda tópica, apresentando os conceitos de id, ego e
superego, sendo três estruturas distintas e com funções especificas, porem indissociadas e que
interagem e se influnciam constantemente.

O id, o pólo pulsional, contém a pulsão de vida e a pulsão de morte. O id ignora os juízos de
valor, o bem, o mal, a moral, não aceitando contradições. O id é a origem de tudo, do qual se
desenvolve o ego, inclusive, sob a inflência do mundo externo.
Sob o ponto de vista econômico, o id é a um só tempo um reservatório e uma fonte de energia
psíquica. Do ponto de vista funcional ele é regido pelo princípio do prazer; logo, pelo processo
primário. Do ponto de vista da dinâmica psíquica, ele abriga e interage com as funções do ego e
com os objetos, tanto os da realidade exterior, como aqueles que, introjetados, estão habitando o
superego, com os quais quase sempre entra em conflito, porém, não raramente, o id estabelece
alguma forma de aliança.

O ego, o pólo defensivo do psiquismo, funciona como um mediador entre os instintos do id, as
ameaças do superego e a realidade do mundo externo. Por um lado pode ser considerado como
uma diferenciação progressiva do id, que leva a um continuo aumento do controle sobre o resto
do aparelho psíquico. Por outro ponto de vista, o ego se forma na sequência de identificações a
objetos externos, que são incorporados ao ego. De qualquer forma, o ego não é uma instância
que passa a existir repentinamente, é uma construção. Também tem a função de consciência
assegura a auto-conservação.

Já o superego é o herdeiro do Complexo de Édipo, e assim o último a se desenvolver. Estrutura-


se por processos de identificação com o superego dos pais e assume três funções: auto-
conservação; consciência moral; função de ideal (ideal de ego).

Conteúdos do ID

--> incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material
que foi considerado inaceitável pela consciência

--> refere-se à parte inacessível da personalidade

--> corresponde ao conceito inicial de inconsciente, apesar de também o ego e o superego


possuírem aspectos inconscientes

--> é o reservatório das pulsões ( tanto de vida quanto de morte) , da energia libidinal

--. satisfaz as exigências do Ego e do Superego, fornecendo toda a energia para eles

--> apesar de seus conteúdos serem quase todos inconscientes, o ID tem o poder de agir na vida
mental de um indivíduo
( ID) Área de ação psíquica mais antiga que contém tudo que é herdado e que se acha presente
no nascimento.

( EGO) Tem a tarefa de autopreservação, esforça-se para realizar o prazer e busca evitar o
desprazer.

( EGO) Desempenha controle sobre as exigências dos instintos, decidindo se elas devem ou não
ser satisfeitas.

( SUPEREGO) Recebe influência do que é retirado de outras pessoas, recebe influência de


sucessivos e substitutos posteriores dos pais.

O ID refere-se à parte inacessível da personalidade. Corresponde ao conceito inicial de


inconsciente, apesar de também o ego e o superego possuírem aspectos inconscientes. Além
disso, o ID é o reservatório das pulsões ( tanto de vida quanto de morte) , da energia libidinal. É
ele que satisfaz as exigências do EGO e do Superego, fornecendo toda a energia para eles.
Apesar de seus conteúdos serem quase todos inconscientes, o ID tem o poder de agir na vida
mental de um indivíduo.

Características do ID: - Caótico e desorganizado: dessa maneira, não se pode aplicar as leis
lógicas do pensamento do ID. Essa condição permite que impulsos conflitantes coexistam, sem
que um anule ou diminua o outro. - Atemporal: essa condição permite que fatos passados e
presentes convivam juntamente sem desvantagem de intensidade. - Orientação pelo princípio do
prazer: por não levar em conta a realidade, procura não considerar atrasos e adiamentos em
favor de reduzir a tensão e, pelo processo primário, buscar satisfação imediata pelos atos
reflexos e pelas fantasias.

A principal função do Ego é procurar atender e aplacar as exigências constantes do Id e a


realidade do Superego, logo preservará a saúde, segurança e sanidade da psique.

Freud acreditava que a personalidade é formada pelas experiências iniciais quando as crianças
passam por uma sequência de fases psicossexuais, sendo que a libido centra-se em diferentes
regiões do corpo à medida que o desenvolvimento psicológico evolui: fase oral, fase anal e
fase fálica

Na latência a libido são projetadas no meio social

Na Genital a libido é investida no outro

"Freud acreditava que a personalidade é formada pelas experiências iniciais..." e "...fase


oral, fase anal e fase fálica."

Quando Freud fala do desenvolvimento da personalidade, que é o que a questão afirma, ele diz
que ela é formada (estruturada) até a fase fálica, em cujo período a criança vivencia o complexo
de Édipo e, a partir da saída que encontra para o conflito, irá lidar consigo e com o mundo de
uma determinada maneira. Em Freud encontramos uma explanação maciça sobre a neurose e
um início sobre a psicose, ambas como formas de defesa contra conteúdos inconscientes e
maneiras de lidar com o mundo externo. Com Lacan, tem-se a teorização das três estruturas de
personalidade: neurose, psicose e perversão.
"Freud, como se sabe bem, desenvolveu duas teorias das pulsões. Uma delas, conhecida como
"Teoria da Libido", foi proposta, sobretudo, em As pulsões e seus destinos (1915/1996g), e a
outra é desenvolvida em Além do Princípio do Prazer (1920/1996i). A primeira teoria consistia
em uma divisão das pulsões entre pulsões do ego e pulsões sexuais, sendo estas, segundo o
autor, voltadas para a manutenção da espécie, e aquelas à conservação do indivíduo. Em sua
segunda teoria, propôs a pulsão de morte, que seria voltada à descatexização, à inanição, à
diminuição da excitação; e a pulsão de vida, que buscava o investimento e a unificação."
No conhecido texto O Mal-estar na Civilização (1930 [1929]), Freud identifica três grandes
fontes de sofrimento, sendo a principal a relação entre os homens, sobretudo, em face da
tendência do sujeito em tomar o seu próximo como objeto a satisfazer a sua agressividade, a
explorar sua capacidade de trabalho sem compensação, utilizá-lo sexualmente sem o seu
consentimento, apoderar-se de suas posses, humilhá-lo, causar lhe sofrimento, torturá-lo e matá-
lo. Tal agressividade é expressão da pulsão de morte

As pulsões de vida e morte podem se mostrar tanto em estado de fusão como de defusão, O
objetivo da pulsão, independendo do tipo, de morte ou vida, busca a satisfação. O masoquismo
mostra, também, o retorno do sadismo para o próprio eu através de outro. O recalcamento age
sobre o representante ideativo da pulsão, mas não, sobre o afeto. O alvo sexual da pulsão
infantil, consiste em provocar satisfação, pela estimulação da zona erógena. Na infância, apesar
da dominação preponderantemente localizada nas zonas erógenas, as pessoas também podem
ser vistas como objeto de satisfação. Na sexualidade infantil, diferente da adulta, falta uma
centralização dos instintos sexuais, eles seguem seu próprio rumo, separadamente. A atividade
sexual, apoia-se inicialmente nas funções de preservação da vida, e depois se torna
independente delas.

Pulsão – Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força que faz o organismo tender
para um objetivo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal; o seu
objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou
graças a ele que a pulsão pode atingir suas metas

Do ponto de vista genético-evolutivo, a partir do fato de que cada etapa da vida do indivíduo
determina uma certa especificidade na configuração das ansiedades, pode-se traçar o seguinte
esquema conceituai:

1) Ansiedade de Aniquilamento (também conhecida como desintegração, desmantelamento,


despedaçamento, catastrófica, etc.) — Está presente desde o nascimento e corresponde à intensa
presença no interior do bebê das pulsões agressivas (Instinto de morte, na teoria kleiniana) e dos
estímulos desprazerosos. Assim, as primeiras frustrações são se- mantizadas como uma ameaça
de morte, como um aniquilamento da vida.

2) Ansiedade de Engolfamento — Corresponde a uma fixação na etapa evolutiva em que há


uma indiferenciação entre o eu e o outro, tal como ocorre na diade fusional mãe-filho, de
natureza simbiótica-narcisística

3)Ansiedade de Separação — Forma-se durante a primeira infância e é devido a duas condições


básicas: uma é o medo da perda do objeto necessitado e a outra, a da perda do amor deste
objeto. E claro que estes medos tanto podem estar justificados por uma realidade exterior
desfavorável como ela pode ser conseqüente de fantasias inconscientes, sendo o mais comum
uma combinação de ambas.

4) Ansiedade de Castração — Está intrinsecamente ligada às conhecidas vicissitudes que


cercam o conflito edípico. Não é demais ressaltar que, em grau moderado, esse tipo de
ansiedade é muito importante para a estruturação psíquica, porquanto é ela que introduz a
presença e a “lei” do pai para desfazer a díade simbiótica com a màe, assim permitindo a
transição do plano imaginário narcísico para o simbiótico e o real edípicos.

5) Ansiedade decorrente do Superego — Esta forma de ansiedade forma-se a partir dos


mandamentos, proibições, valores e expectativas dos pais, bem como dos paradigmas
socioculturais de uma determinada geografia e época, estendendo-se até o período de latência.

É útil enfatizar os três aspectos seguintes relativos ao fenômeno da ansiedade: a) comumente, os


diversos tipos de angústias, acima descritas, não são estanques entre si; antes, elas se
tangenciam e interpenetram, b) os derivados clínicos da ansiedade costumam manifestar-se por
somatizações, por actings, ou por sentimentos de culpa, vergonha, medo e humilhação, c)
podem manifestar-se por um estado de angústia livre, traduzida por concomitantes equivalentes
fisiológicos, tais como uma opressão pré-cordial, dispnéia suspirosa, sudorese e sensação de
cabeça inchando, entre outros.

Para Freud, o luto tem como objetivo a elaboração e assimilação psíquica frente a perda do
objeto e possibilita a separação com relação ao objeto perdido e o reinvestimento em um
substituto. Desta forma, o sujeito mantem-se temporariamente num estado de rebaixamento
libidinal e sofrimento ante a morte ou perda.

Já na melancolia, a perda é recusada, e, através da identificação narcísica, o melancólico


mantém o objeto dentro de si. Desta forma, o sujeito move-se em direção a uma
"autoflagelação" subjetiva e seu senso crítico tende a massacrar o próprio eu do melancólico.
Consequentemente, há uma grande diminuição da auto-estima e empobrecimento do EGO.

Luto

--> tem como objetivo a elaboração e assimilação psíquica frente a perda do objeto

--> possibilita a separação com relação ao objeto perdido e o reinvestimento em um substituto

--> o sujeito mantem-se temporariamente num estado de rebaixamento libidinal e sofrimento


ante a morte ou perda

Melancolia

--> a perda é recusada, e, através da identificação narcísica, o melancólico mantém o objeto


dentro de si.

--> o sujeito move-se em direção a uma "autoflagelação" subjetiva e seu senso crítico tende a
massacrar o próprio eu do melancólico

--> há uma grande diminuição da auto-estima e empobrecimento do ego

Em relação à melancolia, Freud (1917-[1915]) compreende que a formação do quadro


melancólico envolve o tipo de investimento da libido ligada ao objeto perdido. Nesse sentido,
há escolha narcísica de objeto, identificação com o objeto e intensa ambivalência afetiva.
No caso da melancolia, “a identificação narcísica com o objeto se torna então um substituto
do investimento amoroso e disso resulta que, apesar do conflito, a relação amorosa com a
pessoa amada não precisa ser abandonada... O ego só pode matar a si próprio se puder, por meio
do retorno ao investimento do objeto, tratar-se como um objeto, se puder dirigir contra si a
hostilidade que vale para o objeto e que representa a reação primordial do ego contra os objetos
do mundo externo. Assim, na regressão a partir da escolha narcísica de objeto, o objeto foi de
fato suprimido, mas provou ser mais poderoso que o próprio ego. Nas duas situações opostas, o
mais extremado enamoramento e o suicídio, embora por caminhos inteiramente diferentes, o
ego é subjugado pelo objeto
A interpretação de sonhos é um processo de decifrar seus significados, criado e desenvolvido
por Freud como uma das técnicas básicas da Psicanálise. O procedimento empregado consiste
em favorecer a livre associação, pelo analisando, em torno do conteúdo onírico, até que a sua
natureza de desejo reprimido se torne viável.

A horda primeva

A horda primeva, que Freud descreve em Totem e Tabu, é formada por um bando de irmãos que
vivem sob a liderança e repressão sexual de um pai violento, que possui e vigia todas a fêmeas
contra as possíveis investidas sexuais dos filhos machos, e enciumado os expulsa do bando, tão
logo eles se tornem grandes o suficiente para pôr em risco o poder absoluto do pai.

Animado por sentimentos contraditórios em relação a esse pai tirano, invejado e admirado, o
bando se une em torno do desejo de despojar-lhe de seu poder. Matam-no, apaziguando o ódio
que sentiam por ele.

Mas o remorso pela morte do pai enche-os de culpa, sentimento este que os faz renegar o ato
homicida e leva-os à renúncia sexual.

O sentimento de culpa gera duas proibições fundamentais: matar o pai e obter satisfação sexual
com a mãe.

Estes são os dois interditos ativos que atuam na cena edípica.O conhecimento sobre o mito
freudiano do pai primitivo e dos sentimentos ambivalentes que animam os filhos - admiração e
ódio, ajuda-nos a entender a sobrevivência de uma mitologia infantil arcaica que compõe a
geografia da vida psíquica.

No ato de instauração da lei, surge a instância psíquica chamada SuperEu

Transferência: processo através do qual o paciente realiza, no setting analítico, a atualização de


suas relações com objetos anteriores (relações primárias) mediante a projeção ICS desses
conteúdos no analista, permitindo, assim, a elaboração do conflito primário. Tal fenômeno foi
inicialmente concebido como uma resistência ao tratamento, para depois ser visto como sua
principal força motriz, inscrevendo-se no centro da direção da cura; Transferência é um
fenômeno na psicologia, caracterizado pelo direcionamento inconsciente de sentimentos de uma
pessoa para outra. Em princípio, foi descrita por Freud, quem reconheceu sua importância para a
psicanálise para uma melhor compreensão dos sentimentos dos pacientes. A relação
paciente/terapeuta sob o contexto da livre associação, sem risco de juízos alheios , permite a
construção de um relacionamento inédito para o paciente. A transferência que surge nesta
relação torna-se então, o instrumento terapêutico principal, na medida em que permite a
atualização dos conteúdos inconscientes que permeiam as relações interpessoais do paciente.

a sexualidade é de caráter infantil perverso-polimorfo, obedecendo a uma temporalidade


inconsciente que se atualiza na vida amorosa adulta.
Sigmund Freud postulou a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial Infantil, na qual as crianças
passam por cinco fases:

I – A fase oral (0 – 1 ano)


Desde o nascimento, Freud afirma que a primeira fase de desenvolvimento de uma criança se
concentra na região oral, na qual o principal objeto de desejo da criança é o peito materno, com
o qual ela obtém prazer no momento da sucção durante a amamentação e sente satisfação com a
nutrição proporcionada pelo ato. Crianças privadas precocemente da amamentação podem
desenvolver atitudes suspeitas, não confiáveis ou sarcásticas, enquanto aquelas constantemente
amamentadas terão uma personalidade confiante e ingênua. Com duração de um ano a um ano e
meio, a fase oral termina com a época do desmame.

II – A fase anal (1 – 3 anos)


Nessa fase a criança desenvolve uma obsessão com a região anal e o ato de brincar com as
próprias fezes. Freud afirmava se orgulhar das próprias fezes como suas "criações", o que
levaria à personalidade "anal expulsiva". Pode acontecer também da criança reter as fezes de
propósito como forma de confrontar os pais, o que levaria à personalidade "anal retentiva". Esta
fase tem duração de um a dois anos.

III – A fase fálica (3 – 5 anos)


A fase fálica é a mais crucial para o desenvolvimento sexual na vida de uma criança, quando ela
se concentra nos órgãos genitais - ou a falta deles, se a criança for do sexo feminino - e quando
ela passa pelos complexos de Édipo ou Electra. Nos meninos, a energia sexual é canalizada no
amor por sua mãe, levando a sentimentos de inveja (às vezes violentos) contra o pai.
Geralmente, no entanto, o menino aprenderá a se identificar com o pai, em termos de órgãos
genitais correspondentes, reprimindo assim o complexo de Édipo. Por outro lado, no complexo
de Electra, de maneira similar o desejo pelo sexo oposto e a identificação com o mesmo sexo .
Esta fase dura de três a quatro anos.

IV – O período de latência (5 anos – puberdade)


Freud dizia que o período de latência no desenvolvimento da criança não é um período
psicossexual, mas sim uma fase de desejos inconscientes reprimidos. Neste período, a criança já
superou o complexo da fase fálica e, embora desejos e impulsos sexuais possam ainda existir,
eles são expressos de forma assexuada em atividades como amizades, estudos ou esportes, até o
começo da puberdade.

V- A fase genital (puberdade e vida adulta)


Segundo Freud, na fase genital, a criança mais uma vez volta a sua energia sexual para seus
órgãos genitais, e, portanto, em direção às relações amorosas. Ele diz que esta é a primeira vez
que uma criança quer agir de acordo com seu instinto de procriar. Os conflitos internos típicos
das fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura
do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta. Neste momento, meninos e
meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar
formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.

LACAN
Segundo Lacan, o Outro exerce um papel fundamental na formação do Eu. O Outro é tido como
o tesouro dos significantes e a imagem do Eu, constituída pelo Outro. Dessa maneira, poder-se-
ia afirmar que o desejo do infans seria o desejo do Outro.
E muito influenciado pela linguística e diz que o inconsciente é estruturado pela linguagem. A
unidade fundamental da linguagem é o signo (imagem acústica da palavra) o qual se constitui
como significante e pelo conceito que é o significado. A metáfora e a metonímia seriam, então,
a linguagem do inconsciente.
Segundo Lacan, o Outro exerce um papel fundamental na formação do Eu. O Outro é tido como
o tesouro dos significantes e a imagem do Eu, constituída pelo Outro. Dessa maneira, poder-se-
ia afirmar que o desejo do infans seria o desejo do Outro. Em "A instância da letra no
inconsciente ou a razão desde Freud" (LACAN, 1957/1998), demonstra que o inconsciente
é estruturado como linguagem. E muito influenciado pela linguística e diz que o inconsciente
é estruturado pela linguagem. A unidade fundamental da linguagem é o signo (imagem acústica
da palavra) o qual se constitui como significante e pelo conceito que é o significado. A metáfora
e a metonímia seriam, então, a linguagem do inconsciente.
Lacan utiliza a representação S/s, ou seja significante/significado para apontar que a primazia do
significante, ou seja, a sua possibilidade de deslizamento.
Dada a resolução edípica a neurose se estrutura na questão de ter o falo (na pergunta de quem o
tem para a histeria e na presunção do ter para o obsessivo), enquanto na perversão o sujeito se
localiza na questão de ser o falo.
O interesse deste ensaio é apresentar o avanço teórico produzido por Lacan a partir da
introdução da lógica em torno do problema da sexuação, no qual ele delimitou de forma precisa
o posicionamento masculino e feminino por meio de suas modalidades de gozo. É, então, com
suas famosas fórmulas da sexuação que o ensino lacaniano articula a diferença anatômica sob a
oposição de duas lógicas (a do todo-fálico nos homens e do não-todo nas mulheres) e também
duas espécies distintas de gozo (o fálico e o suplementar). Tais construções revelam uma virada
decisiva na abordagem da feminilidade, no qual está em evidência a formalização do além do
Édipo – uma maneira de aceitar a proposição edípica, mas também de apontar que em seu
horizonte só podemos reconhecer a lógica do todo-fálico, que produz a posição masculina, mas
não a feminina.

Todo fálico e não-todo: construções lacanianas sobre a sexuação

Segundo Lacan, o princípio do prazer é o princípio de homeostase. E franqueando o limiar


imposto pelo princípio do prazer está o cerne do desejo
Para Lacan, o inconsciente é estruturado como linguagem
De acordo com Lacan, metáfora e metonímia são efeitos de linguagem e são o resultado do
trabalho de repressão que acontece no inconsciente. Para a psicanálise, repressão é um
mecanismo pelo qual determinadas situações de difícil manejo na vida do Sujeito são
suprimidas da memória como, por exemplo, os desejos edipianos, e, consequentemente,
representadas por significantes através dos processos de metáfora e metonímia. Os efeitos de
linguagem revelam simbolicamente ao Sujeito a causa da sua repressão primordial, permitindo,
desta forma, uma subjetivação da realidade ao seu redor, que ocorre no momento em que o
Sujeito consegue significar as circunstâncias em sua volta, criando, assim, um entendimento
simbólico de perdas e faltas.

O imaginário forma-se a partir do Estádio do Espelho, que, por sua vez, é descrito como o
momento em que a criança descobre, constrói uma imagem de si. Pode prescindir de um
espelho, pois o outro também faz a função de espelho.
Para Lacan, há três dimensões do psiquismo, que se articulam e se entrelaçam:

1) Imaginário – estágio do espelho, a criança constrói uma imagem de si mesma

2) Simbólico – fala e a linguagem

3) Real –

Lacan, em “Duas notas sobre a criança”, dirigidas a Jenny Aubry (1969), indica que a criança
responde ao que existe de sintomático na estrutura familiar, podendo se posicionar em duas
vertentes: ou a criança responde ao que existe de sintomático na estrutura familiar e neste
contexto seu sintoma representa a verdade do desejo parental; ou o sintoma corresponde à
subjetividade da mãe, onde a criança é tomada como correlativo de um fantasma, obturando a
falta onde se especifica o desejo materno, realizando a presença do objeto a na fantasia." Ana
Beatriz Freire em “O lugar da criança (entre a mãe e a mulher) ou “lalíngua, não por acaso, dita
materna", faz uma análise do artigo de 1969, “Notas sobre a criança", no qual Lacan nos
apresenta o sintoma da criança sob duas maneiras. Primeiramente, representando a verdade do
casal familiar. Segundo Lacan, esse é o caso mais complexo, mas também o mais acessível às
nossas intervenções. É o caso do Pequeno Hans, cujas construções, sintomáticas e da fantasia,
são complexas, uma vez que se articulam à verdade do casal parental. Por isso mesmo,
possibilitaram a Hans responder às intervenções de Freud. Já na segunda vertente, o sintoma
decorre da subjetividade da mãe, estando diretamente correlacionado à fantasia desta. É o caso
da relação criança/mãe sem mediação – mediação que segundo Lacan é normalmente
assegurada pela função do pai – que deixaria a criança exposta a todas as capturas fantasísticas,
fazendo com que o filho se torne “objeto" “pleno", saturado, da fantasia da mãe.
Fase do Espelho – Lacan

--> fase da constituição do ser humano que se situa entre os seis e os dezoito meses

--> a criança, ainda num estado de impotência e de incoordenação motora, antecipa


imaginariamente a apreensão e o domínio da sua unidade corporal

--> identificação com a imagem do semelhante como forma total; ilustra-se e atualiza-se pela
experiência concreta em que a criança percebe a sua própria imagem num espelho

--> constitui a matriz e o esboço do que seria o ego

Ao desenvolver o complexo de Édipo e situar a bissexualidade nos fundamentos da libido,


Freud organiza a posição sexuada, homem e mulher, de acordo com a dialética daquilo que
Lacan chama de significante da falta, a saber o FALO. A criança irá construir imaginariamente
sua realidade psiq́ uica que pressupõe que ali onde não tem, falta alguma coisa. A noção de falta
de um objeto é, pois, fruto de uma elaboração psíquica da criança diante da diferença anatômica
entre os sexos. O
falo é, portanto, o objeto que falta.

A leitura lacaniana deixa claro que o falo naõ designa uma fase, e sim um
ponto de articulação. Trata-se de um significante ordenador. O falo é um
significante2 (Lacan, 1958, p, 693). Ele permite ao sujeito o acesso a um ponto
para o qual não há qualquer significante, ponto este em que o sexual como tal é
representado no inconsciente. Não foi à toa que “Freud chamou de castração, o
ponto em que o próprio falo, como significante, incide como faltoso” (Elia, 2004,
p. 66).

Segundo Lacan, o complexo da castração inconsciente, em sua vinculaçaõ


fundamental com o falo, tem uma função de nó. Esta está ligada na estruturaçaõ
dos sintomas quanto ao que é analisável nas neuroses, perversões e psicoses, e na
regulaçaõ que “instala no sujeito uma posição no inconsciente sem a qual ele naõ
poderia identificar-se com o tipo ideal de seu sexo, nem como responder às
necessidades de seu parceiro na relação sexual” (1958, p. 692).

Lacan esclarece essa questão justamente por situar o falo não como um
mero órgão do corpo, tampouco como um objeto imaginário, nem mesmo como
uma fantasia, mas como um significante, um operador simbólico que possibilita o
sujeito se situar frente a seu desejo. “E de said́ a, porque falar de falo e naõ de
pênis? É que naõ se trata de uma forma ou de uma imagem ou de uma fantasia,
mas de um significante, o significante do desejo” (Lacan, 1958, p. 696).

Segundo Lacan, a foraclusão do nome-do-pai é fundamental para que a psicose se instaure no


indivíduo;

Segundo Lacan, a denegação do nome-do-pai é fundamental para que a perversão se instaure no


indivíduo;

Segundo Lacan, o recalque do nome-do-pai é fundamental para que a neurose se instaure no


indivíduo;

foraclusão (ou forclusão)

Conceito forjado por Jacques Lacan para designar um mecanismo específico da psicose, através
do qual se produz a rejeição de um significante fundamental para fora do universo simbólico do
sujeito. Quando essa rejeição se produz, o significante é foracluído. Não é integrado no
inconsciente, como no recalque, e retorna sob forma alucinatória no real do sujeito. No Brasil
também se usam "forclusão", "repúdio", "rejeição" e "preclusão".

O termo foraclusão foi introduzido pela primeira vez por Jacques Lacan, em 4 de julho de 1956,
na última sessão de seu seminário dedicado às psicoses e à leitura do comentário de Sigmund
Freud sobre a paranóia do jurista Daniel Paul Schreber.

Para Lacan, a neurose assume sua forma derivada no processo de transferência com o analista e
no processo de identificação. Ou seja, na transferência com o analista, as experiências psíquicas
prévias são revividas como um vínculo atual, como reimpressões ou reedições. A neurose
assume sua forma original no momento da repressão original do conflito.

Dada a resolução edípica a neurose se estrutura na questão de ter o falo (na pergunta de quem o
tem para a histeria e na presunção do ter para o obsessivo), enquanto na perversão o sujeito se
localiza na questão de ser o falo.

Melanie Klein
O seio da mãe é o primeiro objeto internalizado pelo bebê (Objeto Primal), mas NÃO O
ÚNICO. É importante destacar que esse primeiro objeto possui, inicialmente, uma posição
ambivalente para a criança, sendo considerado ou “seio bom”, quando amamenta, ou “seio
mau”, quando não alimenta a criança na hora em que a mesma deseja. Os bebês sentem, logo
quando nascem, dois sentimentos básicos: amor e ódio. É fácil, portanto, perceber que a criança
ama o “seio bom” e odeia o “seio mau”. O problema é que na fantasia da criança, o “seio mau”,
esse objeto interno, vai se vingar dela pelo ódio e destrutividade direcionados a ele. Esse medo
de vingança é chamado de ansiedade persecutória ou paranóide. O conjunto de ansiedade
persecutória e suas respectivas defesas são chamados por Klein de “posição esquizoparanóide”.
Por conta dessa visão fragmentada, o bebê não reconhece “pessoas”, mas apenas partes
delas. Aqui existe a ansiedade que se expressa pelo temor de que os objetos maus entrarem no
ego e dominem tanto o objeto ideal quanto o self.
Klein revela que a criança equaciona seio, pênis, boca, vagina, barriga ... já que sua primeira
realidade é uma realidade corpórea, logo, o seio representa o primeiro objeto de desejo, com
isso, o pênis constitui-se como segundo objeto de desejo conforme descrito por Freud na
terceira parte dos "Três ensaios da sexualidade". Nessa perspectiva, Melanie Klein concorda
com Freud nesse sentido, e utiliza então o termo "seio bom e seio mau".
Também denominada clivagem do objeto, splitting, segundo Melanie Klein, é um mecanismo
do ego que precede, e em certa medida determina, o tipo de repressão. Para lidar com a
ambivalência do ambiente, o EGO se divide em duas partes. Uma parte fica representada pelo
seio ideal, aonde o bebê encontra gratidão, amor e conforto (raiz do aspecto ego ideal do
superego), e a outra parte é representada pelo seio perseguidor, cujo o objetivo é destruir o seio
ideal. Essa cisão resulta na posição Esquizo-paranóide, que adota uma forma de organizar as
experiências através da clivagem - todos os objetos internos e externos ao bebê tem uma versão
boa e uma versão má.
Os bebês se relacionam com os objetos de forma imaginativa e real e esses objetos podem ser
pessoas, parte de pessoas ou objetos inanimados. Acredito que o erro da questão está no fato da
sentença afirmar que o seio da mãe é um objeto total, quando na verdade é um objeto parcial.
"A partir da análise de crianças, Klein introduziu a ideia de que as relações do bebê com seus
objetos (figuras externas e suas representações internas) existiriam desde o nascimento e
constituiriam a base da vida mental. É, de fato, uma teoria em que não existe vida mental fora
da relação com o outro. A mente é descrita como um palco povoado de personagens que se
relacionam entre si e são coloridos e construídos a partir do jogo de projeção e introjeção que
ocorre desde o início da vida. Quando nasce, o bebê interpreta a realidade externa a partir da
projeção de seus impulsos amorosos e agressivos sobre as figuras importantes. Ou seja, o
cuidador é percebido como possuidor de parte desses impulsos (que são originalmente do bebê),
e a mistura dessa percepção com a reação “real” do objeto externo (cuidador) é internalizada
como uma representação daquele objeto no mundo interno. A partir disso, as percepções
subsequentes serão baseadas na projeção dessa representação sobre os objetos externos, serão
modificadas por eles, reintrojetadas como novas representações e/ou como modificações da
representação original e, assim, sucessivamente. Os objetos do mundo interno, por projeção, dão
significado à realidade externa. As pulsões de vida e de morte (de amor e de agressão) estão
misturadas e se ordenam em torno das relações de objeto, com as fantasias e angústias
associadas a elas." (Cardiolli, 2008, p.154)
É central em sua obra as relações de objeto, internos ou externos, como determinantes
fundamentais da personalidade, bem como o papel da fantasia inconsciente.
"Klein introduziu outro conceito de importante relevância para a psicanálise: a noção de
posição depressiva e esquizo-paranoide. O funcionamento da mente de todos os indivíduos
oscila entre esses dois estados. Na posição esquizo-paranoide, preponderante nos primeiros três
meses de vida, os objetos (distorcidos e fantasiados) são percebidos como exclusivamente bons
ou exclusivamente maus. Esse processo ocorre por meio de um mecanismo de defesa chamado
cisão e tem a finalidade de proteger os bons objetos (idealizados e continentes dos impulsos
amorosos) e o self da agressividade (projetada) dos maus objetos (vividos como persecutórios).
É uma manifestação da divisão entre seio bom e seio mau: representações da gratificação e da
frustração das necessidades do ego. Na posição depressiva, tanto os objetos internos quanto
externos estão mais integrados (contendo seus aspectos bons e maus), e, portanto, mais
próximos da realidade. A posição depressiva seria o resultado da percepção dessa integração,
em oposição à idealização e à onipotência (quando a cisão diz respeito ao self)"
Posição esquizoparanóide- há cisão
Posição depressiva- não há cisão
De acordo com Melanie Klein, a reparação é um mecanismo que resulta de sentimentos de culpa
e perda, sendo, portanto, típica da posição depressiva.
A posição depressiva representa uma modalidade de relações objetais que surge a partir dos 4
meses de idade, superada ao longo do primeiro ano de vida. Os objetos agora são totais: a mãe
tem ao mesmo tempo aspectos bons e aspectos maus. As pulsões libidinais e agressivas referem-
se ao mesmo objeto. O bebê experimenta um sentimento de culpa; teme ter destruído o objeto
amado com suas pulsões agressivas. O mecanismo de defesa principal é a reparação.
A abordagem kleiniana concebe a posição esquizoparanoide como uma estrutura que organiza a
vida mental nos três primeiros meses de vida e que é constituída, dentre outros elementos, por
uma angústia persecutória. A angústia principal que o ego sente é a de ser atacado. Na fantasia
da criança, o ódio e a destrutividade direcionados ao "seio mau" vão se voltar contra ela em
busca de vingança. Angústia de aniquilamento, ou seja, medo de ser atacado. A clivagem do
seio ( bom e mau) ocorre na posição esquizoparanóide. Nesta posição ocorre o temor de
aniquilação.
A frustração e a ansiedade experimentadas pela criança no contato com o seio materno é
docorrente do seio mau, aquele que não a alimenta em sua necessidade desejada. O bebê vai
atingir diretamente a mãe com o ódio por sua necessidade não ter sido suprida. Refere-se
à posição esquizo paranóide (0 a 6 meses). Toda inveja é destruidora e visa destruir aquilo que é
bom. Desta forma, atinge diretamente a mãe.
Posição Esquizoparanoide (0-6 meses):
Objeto: seio.
Ansiedade: persecutória, temor de aniquilação.
Defesas: negação onipotente, dissociação, identificação projetiva e idealização.
Posição Depressiva (06 meses - 01 ano):
Objeto: mãe completa
Ansiedade: depressiva. Temor de destruição.
Defesas: clivagem, negação, defesas maníacas.
O brincar é uma das principais vias de expressão da criança. O brincar era tomado por Melanie
Klein como um equivalente da associação livre, interpretando-o do mesmo modo que
a fala dos pacientes adultos. Observou que, brincando, a criança expressava uma variedade de
situações emocionais, repetindo experiências entrelaçadas com suas fantasias. Isto se tornava
possível graças à linguagem simbólica do brincar que ela notou ser similar à linguagem dos
sonhos descoberta por Freud. Klein inspirou-se nas observações de Freud para criar a
ferramenta denominada técnica do brincar, destinada à realização de análise com crianças.
Segundo Melaine Klein (1970), o brincar da criança é diretamente proporcional à associação
livre do adulto (o que na questão é chamado de análoga). Pois o brincar e jogar são formas
básicas da comunicação infantil, com as quais as crianças inventam o mundo e elaboram seus
aspectos internos e os impactos exercidos pelos outros (mundo externo). As crianças jogam,
brincam e desenham, não falam como os adultos, encontram no lúdico a forma preferencial de
enunciar o que se encontra no registro do inconsciente. Assim, o jogo não é uma simples
brincadeira. No trabalho com os adultos de maneira análoga, busca-se uma relação dialética
onde podem elaborar seus elementos internos.
Os bebês se relacionam com os objetos - que podem ser outros indivíduos, parte do corpo de
outros indivíduos e objetos inanimados, de forma real e imaginária. Estes objetos são
introjetados na estrutura psíquica e isso faz com que a representação psíquica seja repleta de
fantasias.
Melanie Klein concordou com Sigmund Freud que a agressão e a libido são os dois instintos
básicos. Ela também concordou com Freud que o instinto agressivo é uma extensão do instinto
de morte e a libido uma extensão do instinto de vida.
Tanto agressão como libido são expressas desde o nascimento em diante por fantasias
inconscientes. M. Klein quem deu início à análise de psicóticos, conservando a mesma técnica
que a aplicada para pacientes neuróticos comuns, à medida que ela foi concebendo e divulgando
os primitivos mecanismos psíquicos que acompanham o bebê desde o nascimento”.
Os objetos internos e externos interagem desde a primeira infância. As relações objetais são
influenciadas pelos objetos interagidos. Objetos internalizados constituem o ponto de partida da
evolução do superego. Processos de projeção e introjeção operam desde o começo da vida.
Melaine Klein percebeu ainda o surgimento do superego de forma precedente ao Complexo de
Édipo, o qual, inclusive, promoveria seu desenvolvimento, diferente do que foi proposto por
Freud.
Melanie Klein fundou um sistema teórico próprio na psicanálise, por exemplo, ao introduzir o
conceito de identificação projetiva, que corresponde à fantasia de que alguma parte do ego foi
separada e relocalizada em um objeto externo, sendo que, neste caso, a alteração do ego é um
esvaziamento tanto da energia (senso de vida) quanto das capacidades reais.
O conceito de identificação projetiva foi criado por 1946 por Melanie Klein. Este conceito foi
definido dentro do conjunto maior da obra kleiniana como parte de um fenômeno próprio àquilo
que ela denominou de posição esquizoparanóide (SEGAL, 1975). Na posição esquizoparanóide
o bebê em seus primeiros anos de vida projeta seu amor e ódio sobre o mundo que o cerca e vai
internalizando objetos cindidos, representados em última instância por aquilo que se
convencionou chamar de mãe boa e mãe má. Nesta fase a identificação projetiva é utilizada
como um mecanismo de defesa psíquico, na medida em que mantém os objetos cindidos e
permite a expulsão de elementos dolorosos do mundo interno do bebê. Desta forma, o bebê se
protege da “percepção de separação, dependência, admiração, e dos seus conseqüentes
sentimentos de perda, de raiva e de inveja” (PELOSI, apud FERNANDES; SVARTMAN;
FERNANDES, 2003, p. 93).
Nota-se que para Melanie Klein, a identificação projetiva é definida como um mecanismo de
defesa primitivo, que invade a mente do receptor e que não respeita ou considera a existência do
outro em suas particularidades. Pode-se dizer que para esta autora, este mecanismo psíquico
possui um significado predominantemente negativo.
Na relação com o seio materno, estão presentes tanto o aspecto persecutório e sádico quanto o
aspecto ego-ideal do superego.. Para a criança, o seio materno representa o ideal, tudo aquilo
que a criança acredita não possuir. Desta relação pode ocorrer o sentimento de inveja (ligada à
ideia de destruição). No entanto, da inveja pode surgir a chamada ansiedade persecutória (medo
que o seio mau se volte contra ela em busca de vingança pelo ódio e destrutividade direcionados
a ele). Na fase oral sádica, a criança ataca o seio de sua mãe e o incorpora, ao mesmo tempo
como destruído e como destrutivo _ um seio interno perseguidor e mau. Isso, segundo M. Klein,
constitui a raiz primitiva do aspecto persecutório e sádico do superego. Paralelamente a essa
introjeção, em situações de amor e gratificação, a criança introjeta um seio amado e amoroso
ideal, que se torna a raiz do aspecto ego-ideal do superego."
A inveja é o sentimento de cólera que o sujeito experimenta quando percebe que o outro possui
um objeto desejável, sendo sua reação de apropriar-se dele ou de destruí-lo. Ademais, a inveja
supõe a relação do sujeito com uma única pessoa, remontando à primeira relação de
exclusividade vivida com a mãe. O ciúme funda-se sobre a inveja, mas está ligado a uma
relação com pelo menos duas outras pessoas. Ele se relaciona, acima de tudo, com o amor ao
qual a pessoa pensa ter direito, mas do qual ele se sente privado ou ameaçado em proveito do
seu rival.”

Klein descreveu a ligação de mãe e filho em termos emocionais e cognitivos, não em termos
sexuais. as questões mais cruciais no desenvolvimento da personalidade envolvem o aumento da
capacidade e da necessidade da criança, com o passar do tempo, de libertar-se do objeto
primário (a mãe), a fim de estabelecer uma firme noção de si mesma e desenvolver relações
com outros objetos (pessoas). Concentrava-se na ligação emocional entre mãe e filho,
principalmente durante os seis primeiros meses de vida do bebê. O seio materno seria o
primeiro objeto parcial para o bebê, que o julgaria bom ou não, dependendo da satisfação do
instinto do ID. A medida que se expande o universo do bebê, ele se relaciona com objetos
completos (a mãe como pessoa, por exemplo) e não com objetos parciais.
Melanie Klein
--> abriu as portas para a análise de crianças, por meio da técnica lúdica, com a utilização de
brinquedos e jogos, sem jamais abandonar o rigor analítico empregado na análise clássica de
adultos. descreveu um modelo novo da mente e de seu funcionamento, baseado nos conceitos de
mundo interno (ou mundo dos objetos internos) e de fantasias inconsciente

PIAGET
As práticas pedagógicas se baseiam em modelos ou concepções teóricas que auxiliam o
professor a melhor maneira de ensinar e preparar suas aulas. No Construtivismo a aprendizagem
só ocorre mediante a consolidação das estruturas de pensamento, portanto a aprendizagem
sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem de
um estágio para outro da criança estaria dependente da consolidação e superação do estágio
anterior (Prado Netto & Costa, 2017). Este conceito diz respeito à concepção teórica de Piaget
É na adolescência que o sujeito pode alcançar a forma mais evoluída de desempenho cognitivo,
dada a capacidade para as operações mentais formais. Isso exige a descentração do pensamento,
sua virtualização e construção de representações em diferentes linguagens, tendo como norte a
perspectiva do outro.
Piaget se apresenta como o pioneiro do enfoque construtivista à cognição humana. Suas
propostas configuram uma teoria construtivista do desenvolvimento cognitivo humano. Com
importantes trabalhos na década de 20, apenas na década de 70, Piaget foi "redescoberto".
Começa talvez aí a ascensão do cognitivismo e o declínio do behaviorismo, em termos de
influência no ensino/aprendizagem e na pesquisa nessa área. Tamanha influência piagetiana a
fim de se provocar confusão do termo construtivismo com Piaget.
Ressalta-se que além do enfoque piagetiano, dentre as visões construtivistas, existem outras,
embora este enfoque seja o mais conhecido e influente.
Alguns conceitos-chave de sua teoria, tais como assimilação, acomodação e equilibração foram
abordados ao longo do texto. O "núcleo duro" da teoria de Piaget está na assimilação, na
acomodação e na equilibração, não nos famosos períodos de desenvolvimento mental.
Há em sua teoria, quatro períodos gerais de desenvolvimento cognitivo, a saber: o sensório-
motor que vai do nascimento ao cerca de dois anos de idade, no qual a única referência comum
e constante é o próprio corpo da criança, decorrendo daí um egocentrismo praticamente total;
deste estágio, característico do recém-nascido, a criança evolui cognitivamente, passando por
outros estágios, até que, no fim do período sensório-motor, começa a descentralizar as ações em
relação ao próprio corpo e a considerá-lo como um objeto entre os demais. O próximo é o pré-
operacional, que vai dos dois aos seis ou sete anos. Por meio da linguagem, dos símbolos e
imagens mentais, inicia-se uma nova etapa do desenvolvimento mental da criança, na qual o
pensamento começa a se organizar, embora ainda não reversível. Entre 7 e 8 anos assinala, em
geral, o início do período operacional-concreto e se prolonga aos 11 ou 12 anos. Verifica-se
uma descentração progressiva em relação à perspectiva egocêntrica que caracterizava a criança
até então. operacional-formal; cada qual subdividido em estágios ou níveis.
“Durante este período, a criança ganha precisão no contraste e comparação de objetos reais e
torna-se capaz, por exemplo, de predizer qual o recipiente que contém mais água.”
Dos onze ou doze anos, inicia-se o quarto e último período de desenvolvimento mental que
passa pela adolescência e prolonga-se até a idade adulta. Este período tem como principal
característica a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais e não apenas com objetos
concretos. Trata-se do pensamento proposicional, por meio do qual o adolescente, ao raciocinar,
manipula proposições.
Segundo a Teoria de Piaget, o crescimento cognitivo da criança se dá por assimilação e
acomodação. O indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais para abordar a realidade.
“No caso de modificação, ocorre o que Piaget chama de "acomodação". É através das
acomodações (que, por sua vez, levam à construção de novos esquemas de assimilação) que se
dá o desenvolvimento cognitivo. Se o meio não apresenta problemas, dificuldades, a atividade
da mente é, apenas, de assimilação, porém, diante deles, ela se reestrutura (acomodação) e se
desenvolve.”
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A acomodação por ser uma reestruturação da assimilação, não se configura sem assimilação. O
equilíbrio entre assimilação e acomodação é a adaptação à situação.
A "estrutura cognitiva" de um indivíduo é, um complexo de esquemas de assimilação que,
segundo Piaget, tendem a organizar-se segundo os modelos matemáticos de grupo e rede.
Piaget considera tudo no comportamento (motor, verbal e mental) parte da ação. Mesmo a
percepção é, para ele, uma atividade e a imagem mental é uma imitação interior do objeto.
“Pode-se falar em ação sensório-motor, ação verbal e ação mental. O pensamento é,
simplesmente, a interiorização da ação (embora, geralmente, acompanhada de atividade motora
residual, como, por exemplo, gestos e movimento dos olhos).”
A teoria de Piaget não é uma teoria de aprendizagem e sim uma teoria de desenvolvimento
mental. Não enfatiza o conceito de aprendizagem mas menciona o termo "aumento do
conhecimento", analisando como isto ocorre: só há aprendizagem (aumento de conhecimento)
quando o esquema de assimilação sofre acomodação.
De acordo com Piaget, a aprendizagem se configura quando há acomodação.
“A mente, sendo uma estrutura (cognitiva) tende a funcionar em equilíbrio, o que aumenta seu
grau de organização interna e de adaptação ao meio. Entretanto, quando este equilíbrio é
rompido por experiências não-assimiláveis, o organismo (mente) se reestrutura (acomodação), a
fim de construir novos esquemas de assimilação e atingir novo equilíbrio. Para Piaget, este
processo reequilibrador, que ele chama de equilibração majorante, é o fator preponderante na
evolução, no desenvolvimento mental, na aprendizagem (aumento de conhecimento) da
criança.”
O mecanismo de aprender é sua capacidade de reestruturar-se mentalmente em busca de um
novo equilíbrio. O ensino deve, portanto, ativar tal mecanismo.
“Na escola, esta necessidade de compatibilizar o ensino com o nível de desenvolvimento mental
da criança, é, muitas vezes, ignorada. Em termos de esquemas de assimilação, a questão do
ensino envolve três aspectos: os esquemas de assimilação do aluno, aqueles que se quer ensinar,
e os do professor. Relativamente a esses três aspectos, um conceito interessante é o de ensino
reversível.”
Necessário é ao professor, não se limitar ao conhecimento da matéria de ensino, mas que esteja
muito bem informado a respeito das peculiariedades do desenvolvimento psicológico da
inteligência do educando.
O autor deste texto fornece ao leitor uma visão geral da teoria de Piaget e suas implicações para
o ensino e aprendizagem. Para isso, focalizaram-se apenas os períodos de desenvolvimento
mental e alguns conceitos básicos como assimilação, acomodação, adaptação e equilibração.

Simplificando ao máximo, o desenvolvimento humano, no modelo piagetiano, é explicado


segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o
sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem
mecanismos bastante complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que
são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com
objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.

O conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget pois ele


representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de
um fenômeno que tem, em sua essência, um caráter universal, já que é de igual ocorrência para
todos os indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações em função de conteúdos
culturais do meio em que o indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho de
Piaget leva em conta a atuação de 2 elementos básicos ao desenvolvimento humano: os fatores
invariantes e os fatores variantes.

(a) Os fatores invariantes: Piaget postula que, ao nascer, o indivíduo recebe como herança uma
série de estruturas biológicas - sensoriais e neurológicas - que permanecem constantes ao longo
da sua vida. São essas estruturas biológicas que irão predispor o surgimento de certas estruturas
mentais. Em vista disso, na linha piagetiana, considera-se que o indivíduo carrega consigo duas
marcas inatas que são a tendência natural à organização e à adaptação, significando entender,
portanto, que, em última instância, o 'motor' do comportamento do homem é inerente ao ser.

(b) Os fatores variantes: são representados pelo conceito de esquema que constitui a unidade
básica de pensamento e ação estrutural do modelo piagetiano, sendo um elemento que se
tranforma no processo de interação com o meio, visando à adaptação do indivíduo ao real que o
circunda. Com isso, a teoria psicogenética deixa à mostra que a inteligência não é herdada, mas
sim que ela é construída no processo interativo entre o homem e o meio ambiente (físico e
social) em que ele estiver inserido.
Em síntese, pode-se dizer que, para Piaget, o equilíbrio é o norte que o organismo almeja mas
que paradoxalmente nunca alcança (La Taille, op.cit.), haja vista que no processo de interação
podem ocorrer desajustes do meio ambiente que rompem com o estado de equilíbrio do
organismo, eliciando esforços para que a adaptação se restabeleça. Essa busca do organismo por
novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos que apesar de distintos são
indissociáveis e que se complementam: a assimilação e a acomodação.

(a) A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a


partir da estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência.
Representa um processo contínuo na medida em que o indivíduo está em constante atividade de
interpretação da realidade que o rodeia e, consequentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o
processo de assimilação representa sempre uma tentativa de integração de aspectos
experienciais aos esquemas previamente estruturados, ao entrar em contato com o objeto do
conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam deixando outras
que não lhe são tão importantes (La Taille, vídeo), visando sempre a restabelecer a equilibração
do organismo.

(b) A acomodação, por sua vez, consiste na capacidade de modificação da estrutura mental
antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a acomodação
representa "o momento da ação do objeto sobre o sujeito" (Freitas, op.cit.:65) emergindo,
portanto, como o elemento complementar das interações sujeito-objeto. Em síntese, toda
experiência é assimilada a uma estrutura de idéias já existentes (esquemas) podendo provocar
uma transformação nesses esquemas, ou seja, gerando um processo de acomodação. Como
observa Rappaport (1981:56),

3) Os estágios do desenvolvimento humano

Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são caracterizados
"por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao
longo do seu processo de desenvolvimento (Furtado, op.cit.). Cada uma dessas fases é
caracterizada por formas diferentes de organização mental que possibilitam as diferentes
maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade que o rodeia (Coll e Gillièron, 1987). De
uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas 4 fases na mesma seqüência, porém o
início e o término de cada uma delas pode sofrer variações em função das características da
estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos proporcionados pelo
meio ambiente em que ele estiver inserido. Por isso mesmo é que "a divisão nessas faixas etárias
é uma referência, e não uma norma rígida", conforme lembra Furtado (op.cit.). Abordaremos, a
seguir, sem entrar em uma descrição detalhada, as principais características de cada um desses
períodos.

(a) Período Sensório-motor (0 a 2 anos): segundo La Taille (2003), Piaget usa a expressão "a
passagem do caos ao cosmo" para traduzir o que o estudo sobre a construção do real descreve e
explica. De acordo com a tese piagetiana, "a criança nasce em um universo para ela caótico,
habitado por objetos evanescentes (que desapareceriam uma vez fora do campo da percepção),
com tempo e espaço subjetivamente sentidos, e causalidade reduzida ao poder das ações, em
uma forma de onipotência" (id ibid). No recém nascido, portanto, as funções mentais limitam-se
ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é
conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos,
por exemplo).

Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais movimentos reflexos e adquirindo


habilidades e chega ao final do período sensório-motor já se concebendo dentro de um cosmo
"com objetos, tempo, espaço, causalidade objetivados e solidários, entre os quais situa a si
mesma como um objeto específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorrem" (id ibid).

(b) Período pré-operatório (2 a 7 anos): para Piaget, o que marca a passagem do período
sensório-motor para o pré-operatório é o aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou
seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da
linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui
o núcleo do pensamento racional" (Coll e Gillièron, op.cit.). Na linha piagetiana, desse modo, a
linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao
desenvolvimento, pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado
pela linguagem, conforme alerta La Taille (1992). Em uma palavra, isso implica entender que o
desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.

Todavia, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas (La Taille, op.cit.; Furtado, op.cit.,
etc.), a emergência da linguagem acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos,
afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações interindividuais
e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir
significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste
estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos
interindividuais fornecidos pela linguagem.

Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes,


ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade
da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Para citar um
exemplo pessoal relacionado à questão, lembro-me muito bem que me chamava à atenção o fato
de, nessa faixa etária, o meu filho dizer coisas do tipo "o meu carro do meu pai", sugerindo,
portanto, o egocentrismo característico desta fase do desenvolvimento. Assim, neste estágio,
embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da
aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um
entendimento da realidade desequilibrado (em função da ausência de esquemas conceituais),
conforme salienta Rappaport (op.cit.).

(c) Período das operações concretas (7 a 11, 12 anos): neste período o egocentrismo intelectual
e social (incapacidade de se colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior
dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de
vista diferentes (próprios e de outrem ) e de integrá-los de modo lógico e coerente (Rappaport,
op.cit.). Um outro aspecto importante neste estágio refere-se ao aparecimento da capacidade da
criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não
mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor (se lhe perguntarem,
por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será capaz de responder acertadamente
comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar medi-las usando a ação física).
Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais
como as ações executadas mentalmente se referem, nesta fase, a objetos ou situações passíveis
de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. Além disso, conforme pontua La Taille
(1992:17) se no período pré-operatório a criança ainda não havia adquirido a capacidade de
reversibilidade, i.e., "a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de
alguma transformação efetuada sobre os objetos (por exemplo, a ausência de conservação da
quantidade quando se transvaza o conteúdo de um copo A para outro B, de diâmetro menor)",
tal reversibilidade será construída ao longo dos estágios operatório concreto e formal.

(d) Período das operações formais (12 anos em diante): nesta fase a criança, ampliando as
capacidades conquistadas na fase anterior, já consegue raciocinar sobre hipóteses na medida em
que ela é capaz de formar esquemas conceituais abstratos e através deles executar operações
mentais dentro de princípios da lógica formal. Com isso, conforme aponta Rappaport
(op.cit.:74) a criança adquire "capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos
de conduta: discute valores morais de seus pais e contrói os seus próprios (adquirindo, portanto,
autonomia)".

De acordo com a tese piagetiana, ao atingir esta fase, o indivíduo adquire a sua forma final de
equilíbrio, ou seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade
adulta. Isso não quer dizer que ocorra uma estagnação das funções cognitivas, a partir do ápice
adquirido na adolescência, como enfatiza Rappaport (op.cit.:63), "esta será a forma
predominante de raciocínio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistirá
numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas não na
aquisição de novos modos de funcionamento mental".

Para Piaget, existe um desenvolvimento da moral que ocorre por etapas, de acordo com os
estágios do desenvolvimento humano. Para Piaget (1977 apud La Taille 1992:21), "toda moral
consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito
que o indivíduo adquire por estas regras". Isso porque Piaget entende que nos jogos coletivos as
relações interindividuais são regidas por normas que, apesar de herdadas culturalmente, podem
ser modificadas consensualmente entre os jogadores, sendo que o dever de 'respeitá-las' implica
a moral por envolver questões de justiça e honestidade.

Assim sendo, Piaget argumenta que o desenvolvimento da moral abrange 3 fases:


(a) anomia (crianças até 5 anos), em que a moral não se coloca, ou seja, as regras são seguidas,
porém o indivíduo ainda não está mobilizado pelas relações bem x mal e sim pelo sentido de
hábito, de dever; (b) heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade), em que a moral é = a
autoridade, ou seja, as regras não correpondem a um acordo mútuo firmado entre os jogadores,
mas sim como algo imposto pela tradição e, portanto, imutável; (c) autonomia, corresponde ao
último estágio do desenvolvimento da moral, em que há a legitimação das regras e a criança
pensa a moral pela reciprocidade, quer seja o respeito a regras é entendido como decorrente de
acordos mútuos entre os jogadores, sendo que cada um deles consegue conceber a si próprio
como possível 'legislador' em regime de cooperação entre todos os membros do grupo.

Para Piaget, a própria moral pressupõe inteligência, haja vista que as relações entre moral x
inteligência têm a mesma lógica atribuída às relações inteligência x linguagem. Quer dizer, a
inteligência é uma condição necessária, porém não suficiente ao desenvolvimento da moral.
Nesse sentido, a moralidade implica pensar o racional, em 3 dimensões: a) regras: que são
formulações verbais concretas, explícitas (como os 10 Mandamentos, por exemplo); b)
princípios: que representam o espírito das regras (amai-vos uns aos outros, por exemplo); c)
valores: que dão respostas aos deveres e aos sentidos da vida, permitindo entender de onde são
derivados os princípios das regras a serem seguidas.

Assim sendo, as relações interindividuais que são regidas por regras envolvem, por sua vez,
relações de coação - que corresponde à noção de dever; e de cooperação - que pressupõe a
noção de articulação de operações de dois ou mais sujeitos, envolvendo não apenas a noção de
'dever' mas a de 'querer' fazer. Vemos, portanto, que uma das peculiaridades do modelo
piagetiano consiste em que o papel das relações interindividuais no processo evolutivo do
homem é focalizado sob a perspectiva da ética (La Taille, 1992). Isso implica entender que "o
desenvolvimento cognitivo é condição necessária ao pleno exercício da cooperação, mas não
condição suficiente, pois uma postura ética deverá completar o quadro"
Jean Piaget apontou que o ingresso da criança no universo moral se dá pela aprendizagem de
diversos deveres a ela impostos pelos pais e adultos em geral (ex: não mentir, não pegar as
coisas dos outros, não falar palavrão) e que a criança aceita regras morais provavelmente
também quando já aceita como inquestionáveis as regras dos jogos.
para Piaget há 4 fases:
1 - Sensório-motor;
2 - Pré-operatório; pensamento transdutivo (particular-particular)
3 - Operatório ou simbólico: pensamento indutivo (particular-geral)
4 - Formal: pensamento dedutivo (geral-particular)
Pensando na juventude x projeto de vida, Piaget (apud Bock, p. 125) afirma que “a
personalidade começa a se formar no final da infância, entre 08 e 12 anos, com a organização
autônoma das regras, dos valores e a afirmação da vontade. Esses aspectos subordinam-se num
sistema único e pessoal e vão se exteriorizar na construção de um projeto de vida, que irá
nortear o indivíduo em sua adaptação ativa à realidade, por meio de sua inserção no mundo do
trabalho ou na preparação para ele.”

De acordo com o desenvolvimento da personalidade por Piaget, é correto afirmar que na idade
adulta não surge nenhuma nova estrutura mental, e o indivíduo caminha, então, para um
aumento gradual do desenvolvimento cognitivo, em profundidade, e uma maior compreensão
dos problemas e das realidades significativas que o atingem. Isso influencia os conteúdos
afetivo-emocionais e sua forma de estar no mundo.
De acordo com os estágios do desenvolvimento cognitivo propostos por Jean Piaget, o estágio
operatório--formal consiste _________________
na capacidade de pensar logicamente sobre proposições abstratas e testar hipóteses de forma
sistemática. - operatório-formal
no período em que os bebês estão ocupados descobrindo os relacionamentos entre suas ações e
as consequências destas ações - sensório-motor

na descoberta da permanência do objeto - sensório-motor

na capacidade de classificação dos objetos de acordo com diversas características, e na


capacidade de ordená-los em uma única dimensão. - pré-operatório

na descoberta da linguagem e da representação de objetos por imagens e palavras. - sensório-


motor > pré-operatório
Vygotsky enfatizava aspectos culturais em detrimento do desenvolvimento ( predisposição
genética), ele partia do pressuposto de que os aspectos de interação com o meio precedia o
desenvolvimento: primeiro o ambiente depois o desenvolvimento. Diferente de Piaget que
colocava o desenvolvimento antes dos fatores de interação e cultural
Em relação à Psicologia do Desenvolvimento, analise as afirmativas.

I - Um pressuposto básico da obra de Vygotsky, importante teórico no campo do


desenvolvimento humano, é que as origens das formas superiores de comportamento consciente
— pensamento, memória, atenção voluntária etc. — devem ser achadas nas relações sociais que
o homem mantém.

II - Vários fatores indissociados e em permanente interação afetam todos os aspectos do


desenvolvimento: hereditariedade, crescimento orgânico, maturação neurofisiológica e meio.

III - Em nossa cultura, em determinadas classes sociais que "protegem" a infância e a juventude,
a prorrogação do período da adolescência é cada vez maior, caracterizando-se por uma
dependência em relação aos pais e uma postergação do período em que o indivíduo vai se tornar
socialmente produtivo e, portanto, entrará na idade adulta.
IV - Os estudos de Jean Piaget, importante teórico do desenvolvimento humano, demonstraram
que existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo próprias de cada
fase do desenvolvimento, isto é, existe uma assimilação progressiva do meio ambiente, que
implica uma acomodação das estruturas mentais a esse novo dado do mundo exterior.

Segundo Piaget, o processo de desenvolvimento cognitivo pode ser definido como um passo
progressivo e continuado de níveis de equilíbrio inferiores a níveis superiores nos intercâmbios
cognitivos entre os indivíduos e o meio. Esse mecanismo de equilibração é possível devido ao
jogo de assimilação e acomodação.

A teoria piagetiana percebe o desenvolvimento cognitivo construído a partir do biológico.


Segundo Piaget (1975), a inteligência começa a se organizar por meio de uma lógica da ação
calcada sobre o biológico (reflexos inatos do bebê), ou seja, para Piaget, os atos biológicos saõ
atos de adaptaçaõ ao meio fiś ico. Desta forma, pode-se concluir que Piaget entendia o cognitivo
como uma adaptação, que organiza a funçaõ de estruturar o universo do indivíduo. Este conceito
refere-se à relação entre o pensamento e os objetos, uma vez que a capacidade cognitiva irá
construir mentalmente as estruturas capazes de serem aplicadas às do meio. O sujeito
cognoscente constrói o real por meio da açaõ . Assim, ele os conceitos relacionados ao objeto,
espaço, tempo e causalidade.
Assimilação: Reconhece o que nos é familiar.
Acomodação: A criança modifica conhecimentos prévios, produz mudanças no organismo,
permintindo a melhor comprenção do mundo.
Assimilação + Acomodação = Equilibração.
Para Jean Piaget, o processo de assimilação

E corresponde a uma integração de novas informações a estruturas prévias do indivíduo.


De acordo com Piaget o desenvolvimento se dá de forma gradual envolvendo a Organização, a
Adaptação e a Equilibração. A adaptação refere-se a maneira com que a criança vai lidar com
uma situação nova, a qual vai conflitar com as informações que ela já possui. Essa adaptação se
dá em 2 etapas: Assimilação e a Acomodação.
Assimilação: refere-se ao processo de receber as informações e incorporar às estruturas
cognitivas já existentes do sujeito.
Acomodação: refere-se ao processo de mudança nos esquemas existentes para incluir esse novo
conhecimento (ajuste).
A equilibração é a tendência em mantar as estruturas cognitivas em equilíbrio e é o aspecto que
vai determinar a mudança da assimilação para a acomodação ( o sujeito tende a voltar ao
equilibrio por isso se ajusta - acomodação).
Diferentemente de Piaget, que supõe a equilibração como um princípio básico para explicar o
desenvolvimento cognitivo, Vygotsky parte da premissa de que esse desenvolvimento deve ser
entendido com referência ao contexto social e cultural (microescala) no qual ocorre. Ou seja, os
processos mentais superiores (pensamento, linguagem, comportamento volitivo, atenção
consciente,memória voluntária, etc) têm origem em processos sociais.
Questão bem interessante que, na verdade, só trocou as opções. Mas para conseguir responder
adequadamente, o candidato precisaria dominar alguns conceitos da teoria de Piaget
(desenvolvimento cognitivo e equilibração) e de Vygotsky (funções mentais superiores e
processos sociais)
A teoria de Piaget diz respeito ao desenvolvimento cognitivo que, segundo ele, se dá por etapas
previamente estipuladas (período sensório-motor, pré-operacional, operacional-concreto e
operacional-formal)
Vygotsky propõe uma ênfase maior no processo socio-histórico e no papel da linguagem.
Funções mentais superiores, para ele são processos voluntários, ações conscientes, mecanismos
intencionais, tipicamente humanos
Um dos princípios básicos de sua teoria é a equilibração (busca de equilíbrio entre os esquemas
e o ambiente)
Piaget desenvolveu uma vida acadêmica atrelada à biologia, sendo assim, percebe-se que, ao
longo de sua trajetória intelectual, buscou elaborar uma teoria biológica e naturalizante acerca
do conhecimento e do desenvolvimento do ser humano.
A pesquisadora destaca que a psicologia de Piaget tem base na biologia e ressalta que, por isso,
a palavra desenvolvimento apresenta demasiada importância na psicologia, “a psicologia tem
marcas evidentes de uma ciência natural ao acompanhar o modelo de desenvolvimento da
natureza e, portanto, do evolucionismo darwiniano”. Além disso, mostra que “para Piaget a
inteligência é adaptação e o seu desenvolvimento está voltado para o equilíbrio. Sendo assim, a
açaõ humana visa sempre a uma melhor adaptação ao meio”
A respeito do tema destacado pelo enunciado Fonzar (1986) traz de forma pertinente, duas
citações de Jean Piaget concernentes ao egocentrismo, acompanhe:

A fim de complementar outros aspectos pertinentes a questão, vale ressaltar, que Piaget divide
a linguagem egocêntrica infantil em 3 categorias (repetição, monólogo e monólogo coletivo).
Sobre isso acompanhe a contribuição de Mota (2005, p. 19):

1) A repetição (ecolalia): trata-se apenas da repetição de sílabas ou de palavras. A criança


repete-as apenas pelo prazer de falar, sem nenhuma preocupação de dirigir-se a alguém, nem
mesmo, às vezes, de pronunciar palavras que tenham sentido;

2) O monólogo: a criança fala para si mesma, como se pensasse em voz alta. Não se dirige a
ninguém;

3) O monólogo a dois ou coletivo: a contradição interna desta denominação evoca bem o


paradoxo das conversas de crianças nas quais uma associa a outra à sua ação ou ao seu
pensamento momentâneos, sem a preocupação realmente de ser ouvida ou compreendida.
Com base no exposto vamos à análise das alternativas:

a) . (Incorreta. Segundo Piaget o “antropomorfismo também chamado de animismo” pode se


manifestar no estágio pré-operatório, na idade dos 2 aos 4 anos, consistindo no fato da criança
transferir características humanas à elementos da natureza.)
b) . (Incorreta. Para Piaget o “narcisismo” surge como um autismo relacionado a falta do outro
na constituição psíquica)
c) egocentrismo. (Alternativa CORRETA. O “egocentrismo” na obra de Piaget está localizado
no estágio pré-operatório, estágio que vai dos 2 aos 7 anos, onde egocentrismo consiste na
confusão inconsciente entre a própria criança e os outros, incluindo o não entendimento de
relações fraternas com os irmãos ou irmãs)
d) . (Incorreta. Segundo Souza (2008) “a perseveração é definida como uma reposta repetitiva e
inapropriada ao estímulo. Por exemplo: porque somos acostumados a dirigir um carro com
câmbio manual quando dirigimos um carro com câmbio automático é comum pisarmos no freio
pensando que é a embreagem.")

e) . (Incorreta. Segundo Barros, 2006, p. 65 “Piaget chamou de reversibilidade à capacidade de


executar uma mesma ação nos dois sentidos de percurso, mas tendo consciência de que se trata
da mesma ação”. Exemplo clássico: despejando-se a água de dois copos em outros dois de
formatos diferentes, e perguntar à uma criança de 7 a 11 anos, se as quantidades continuam
iguais, provavelmente a resposta será afirmativa, considerando-se que nesse estágio a criança
seria capaz de refazer a ação.)

Raciocínio transdutivo ocorre quando a criança tenta encontrar uma causa para tudo,
estabelecendo relações de causa-efeito com fatos que não mantêm relação entre si;

a) centração é quando a criança se liga apenas a um determinado aspecto de cada situação;


b) irreversibildiade é quando a criança não consegue desfazer as ações que realizou para
comprovar o seu raciocínio;
c) egocentrismo é a tendência que a criança tem a ligar tudo que aocntece com ela aos
sentimentos e emoções;
d) animismo é quando a criança atribui sentimentos humanos aos objetos à sua volta;
Operação - Ação interiorizada (Palavra chave). Uma ação operatória tem como característica
sua propriedade fundamental que é a reversibilidade - implica simultaneamente um sentido
direto e um inverso. (Ex.: Uma crianca tem uma bola de massinha de modelar e faz um cilindro.
Já tem presente em sua mente que pode tornar a refazer a bola).
Uma operação é, segundo Piaget, uma ação interiorizada e também reversível e coordenada em
estruturas totais.
Um dos temas mais frequentes nas obras em que Piaget trata de educação é, muito
provavelmente, a oposição existente em dois tipos de relações interindividuais, a coação e a
cooperação. No primeiro caso, a criança pequena tende a considerar

 A as regras e ordens vindas de figuras de respeito e autoridade como obrigatórias,


configurando uma moral heterônoma.
A cooperação é uma relação simétrica que contribui para a construção do respeito mútuo e da
autonomia.
ão conceitos piagetianos essenciais para a compreensão do processo de desenvolvimento da
inteligência, EXCETO

 O ambiente físico e social coloca continuamente a criança diante de questões que


rompem o estado de equilíbrio do organismo e eliciam a busca de comportamentos mais
adaptativos (adaptação).
 Equilibração é o processo de organização das estruturas cognitivas num sistema
coerente, interdependente, que possibilita ao indivíduo um tipo ou outro de adaptação à
realidade, com vistas à aquisição do pensamento operacional formal.
 Esquema é a unidade estrutural básica de pensamento ou de ação e corresponde, de
certa maneira, à estrutura biológica que muda e se adapta.

Intervenção indicada – são intervenções voltadas para pessoas identificadas como usuárias ou
com comportamentos de risco relacionados direta ou indiretamente ao uso de substâncias, como
por exemplo, alguns acidentes de trânsito.
Intervenção indicada – em programas que visem diminuir o consumo de álcool e outras drogas,
mas também a melhora de aspectos da vida do indivíduo como, por exemplo, desempenho
acadêmico e reinserção social.
Vygotsky
Para Vygotsky, a brincadeira pode ter papel fundamental no desenvolvimento da criança.
Seguindo a idéia de que o aprendizado se dá por interações, o jogo lúdico e o jogo de papéis,
como brincar de “mamãe e filhinha” permite que haja uma atuação na zona de desenvolvimento
proximal do indivíduo, ou seja, cria-se condições para que determinados conhecimentos e/ou
valores sejam consolidados ao exercitar no plano imaginativo capacidades de imaginar
situações, representar papéis, seguir regras de conduta de sua cultura (só a mamãe que pode
colocar a filhinha de castigo), etc.

Assim, a criança se projeta no mundo dos adultos, ensaiando atividades, comportamentos e


hábitos nos quais ainda não está preparada para tal, mas que na brincadeira permite com que
sejam criados processos de desenvolvimento, internalizando o real e promovendo o
desenvolvimento cognitivo.
Lev Semyonovich Vygotsky foi um psicólogo bielo-russo, proponente da Psicologia cultural-
histórica, pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em
função das interações sociais e condições de vida.

Vygotsky propunha a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil: o real, que engloba
as funções mentais que já estão completamente desenvolvidas, habilidades e conhecimentos
adquiridos pela criança, representado pelo que uma criança realiza sozinha; e o proximal,
caraterizado por aquilo o que ela conseguiria fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do
próprio professor. A essa distância entre as práticas que uma criança já domina e as atividades
nas quais ela ainda depende de ajuda, o autor deu o nome de Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP). E este conceito justamente o apresentado no gabarito da questão. Para
Vygotsky, o caminho entre os dois pontos de desenvolvimento, ou seja a ZDP pode ser vencido
por meio da interação e da troca de experiências.

Com base nesse conceito, poderíamos encontrar a resposta à questão, porém trago aqui a
referência bibliográfica utilizada onde poderemos encontrar os erros das demais alternativas.

Tatiana de Freitas Ordonhes de Mello, em sua tese “Da Mediação do Professor às Medidas dos
Sujeitos – Adultos e Crianças – na Educação Infantil", apresenta esse mesmo conceito descrito
pela Secretaria Municipal de Educação do Estado do Rio de Janeiro:

- “o processo de constituição de conhecimentos passa a ter uma importância vital, e, portanto,


dever ser considerado tão importante quanto o produto (avaliação final);
- o papel do professor muda radicalmente, a partir dessa concepção. Ele não é mais aquele
professor que se coloca como centro do processo, que “ensina" para que os alunos passivamente
aprendam; tampouco é aquele organizador de propostas de aprendizagens que os alunos deverão
desenvolver sem que ele tenha que intervir. Ele é o agente mediador deste processo, propondo
desafios aos seus alunos e ajudando-os a resolvê-los, realizando com eles ou proporcionando
atividades em grupo, em que aqueles que estiverem mais adiantados poderão cooperar com os
demais.
- Nesta perspectiva, rompe-se com a falsa verdade de que o aluno deve, sozinho, descobrir suas
respostas; de que a aprendizagem é resultado de uma atividade individual, basicamente
intrapessoal. Aquilo que o aluno realiza hoje com a ajuda dos demais, estará realizando sozinho
amanhã;
- a aprendizagem escolar implica apropriações de conhecimentos, que exigem planejamento
constante e reorganização contínua e experiências significativas para os alunos.
- A reorganização das experiências de aprendizagem devem considerar o quanto de colaboração
o aluno ainda necessita, para chegar a produzir determinadas atividades, de forma
independente. Desta forma o professor poderá avaliar, durante o processo, não somente o nível
das propostas que estão sendo feitas, mas, sobretudo, o nível de desenvolvimento real do aluno
– revelado através da produção independente – bem como o seu nível de desenvolvimento
proximal – onde ainda necessita de ajuda. Chega-se assim, a um conhecimento muito maior da
realidade do aluno, do “curso interno de seu desenvolvimento", tendo condições de prever o
quanto de ajuda ainda necessita, e como se deve reorientar o planejamento para apoiar este
aluno;Com suas intervenções estará contribuindo para o fortalecimento de funções ainda não
consolidadas ou para abertura de zonas de desenvolvimento proximal. - Para que todo este
processo tenha condição de se consolidar, o diálogo deve permear constantemente o trabalho
escolar; para Vigotski a linguagem é a ferramenta psicológica mais importante;
- Desta maneira é possível verificar não apenas o que o aluno é num dado momento, mas o que
pode vir a ser;
- Rompe-se com o conceito de que as turma devem ser organizadas buscando-se uma
homogeneidade".

Lev Vygotsky (1896 a 1934), psicólogo bielo-russo, considerado teórico da abordagem da


psicologia sócio histórica por afirmar que os homens estão situados no tempo e espaço, e
inseridos num contexto histórico que abrange o social, econômico, cultural e político.

O desenvolvimento humano só acontece pelas interações que cada um estabelece em


determinado ambiente (experiência pessoalmente significativa): mundo homem objeto. Este
desenvolvimento é dialético entre o homem e a sociedade, pois o homem modifica o ambiente e
o ambiente modifica o homem.

Desta forma, a aprendizagem do homem só poderá ser compreendida como um processo de


formação resultante do contato e da colaboração da sociedade, o que interfere diretamente no
desenvolvimento do pensamento e do raciocínio de cada um.

Segundo Rego (1995), Vygotsky atribuía um valor preponderante às relações sociais no


processo de construção do sujeito, assim sendo, a vivência em sociedade é fundamental na
formação do humano e o desenvolvimento mental / intelectual é resultado destas aprendizagens
das relações com os outros. Daí que sua corrente teórica e seus pensamentos se tenham tornado
a sustentação do sócio construtivismo ou sócio-interacionismo.

Propõe que a aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na


interação com os outros. O processo de formação dos conceitos remete às relações entre
pensamento e linguagem, para a questão cultural no processo de construção de significados pelo
indivíduo.

Ao nascer possuímos apenas as funções psíquicas elementares que por meio da aprendizagem
cultural provoca a formação e o desenvolvimento das funções psíquicas superiores que
necessitam da interiorização mediada pela cultura juntamente com seus valores e significados.
São estas funções que nos diferenciam dos animais. Entre elas se encontram a consciência e o
discernimento.

Todo esse aprendizado não é meramente memorizado, absorvido do meio, passa pela elaboração
individual e particular de cada um por meio da linguagem que intermedia o conhecimento e
favorece a elaboração e o desenvolvimento individual. É pelo diálogo com o outro e consigo
mesmo constantemente que percebemos as possibilidades e distinção do conhecimento de cada
um.

Os fatores importantes da teoria de Vygotsky são:


• Mediação: o conhecimento é adquirido através da interação com vários interlocutores, numa
relação em que todos os envolvidos são ativos;
• Linguagem: sistema simbólico de significados e significantes dos grupos humanos que
favorece o intercâmbio social e o fenômeno do pensamento;
• Cultura: universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real;
• Processo de interiorização: que envolve um componente interno e outro externo e que sendo
interpessoal se torna intrapessoal.

A aprendizagem interage com o desenvolvimento, não sendo subordinada ao mesmo como


postula Piaget. É como se um alimentasse o outro desencadeando processos internos de
desenvolvimento e de novas aprendizagens, o que provoca evolução intelectual, novos
constructos cognitivos num processo contínuo de aprendizagem e desenvolvimento.
Ao se antecipar o que o sujeito não conhece e ainda não é capaz de fazer sozinho, é possível
produzir aberturas de possibilidades, que Vygotsky denominou de zona de desenvolvimento
proximal , na qual as interações sociais são fundamentais, estando então os processos de
aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados.

A zona de desenvolvimento proximal situa-se entre a zona de desenvolvimento real e a zona de


desenvolvimento potencial proporcionando o avanço de uma situação inferior para outra de
maior conhecimento.

O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de interiorização da interação social


com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro.

A atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive a sua


transformação por uma atividade mental. O sujeito não é apenas ativo, mas interativo, pois
forma conhecimentos e constitui-se a partir de relações intra e interpessoais.
No início da infância, explorar o ambiente é uma das maneiras mais poderosas que a criança
tem (ou deveria ter) à disposição para aprender. Ela se diverte ao ouvir os sons das teclas de um
piano, pressiona interruptores e observa o efeito, aperta e morde para examinar a textura de um
ursinho de pelúcia e assim por diante. Essa lista de atividades, entretanto, pode dar a impressão
de que, para adquirir saberes, basta o contato direto com o objeto de conhecimento. Na
realidade, boa parte das relações entre o indivíduo e seu entorno não ocorre diretamente. Para
levar a água à boca, por exemplo, a criança utiliza um copo. Para alcançar um brinquedo em
cima da mesa, apoia-se num banquinho. Ao ameaçar colocar o dedo na tomada, muda de ideia
com o alerta da mãe - ou pela lembrança de um choque. Em todos esses casos, um elo
intermediário se interpõe entre o ser humano e o mundo.

Elementos mediadores: os instrumentos e os signos


O exemplo também é útil para distinguir os dois tipos de elementos mediadores propostos por
Vygotsky. O primeiro são os instrumentos. Ao se interpor entre o homem e o mundo, eles
ampliam as possibilidades de transformação da natureza: o machado permite um corte mais
afiado e preciso, uma vasilha facilita o armazenamento de água etc. Alguns animais, sobretudo
primatas, podem até utilizá-los eventualmente, mas é o homem que concebe um uso mais
sofisticado: guarda instrumentos para o futuro, inventa novos e deixa instruções para que outros
os fabriquem.

O segundo elemento mediador, o signo, é exclusivamente humano. Na definição do


dicionárioHouaiss, signo é "qualquer objeto, forma ou fenômeno que representa algo diferente
de si mesmo". A linguagem, por exemplo, é toda composta de signos: a palavra cadeira remete
ao objeto concreto cadeira. Perceba que você certamente pode imaginar uma agora mesmo sem
a necessidade de vê-la. Para o homem, a capacidade de construir representações mentais que
substituam os objetos do mundo real é um traço evolutivo importante: "Ela possibilita libertar-se
do espaço e do tempo presentes, fazer relações mentais na ausência das próprias coisas, fazer
planos e ter intenções", escreve Marta no livro Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento, um
Processo Sócio-Histórico.

A mesma característica também é fundamental para a aquisição de conhecimentos, pois permite


aprender por meio da experiência do outro (leia o trecho de livro na terceira página). Uma
criança, por exemplo, não precisa pôr a mão na chama de uma vela para saber que ela queima.
Esse conhecimento pode ser adquirido, por exemplo, com o conselho da mãe. Quando o
pequeno associa a representação mental da vela à possibilidade de queimadura, ocorre uma
internalização do conhecimento - e ele já não precisa das advertências maternas para evitar
acidentes.

ZDP é a distância entre o real e o potencial, sendo o real aquilo que a criança já é capaz de fazer
sem intervenção de outrem e o potencial aquilo que ela ainda não consegue fazer sozinha.
Como Vygotsky considera que a construção do conhecimento se dá coletivamente, é na ZDP
que agem os educadores e os colegas do educando, sendo o professor considerado como um
suporte mais experiente. Em sua intervenção, este utiliza uma metodologia através da
linguagem. E é através do diálogo com o professor que a ZDP se desenvolve. Esse diálogo
ocorre com o esquema I-R-F (Iniciação - Resposta - Feedback). Nesse esquema o professor dá
pistas ao aluno que é levado a descobrir uma resposta e, em seguida, o professor dá o feedback à
resposta.
Nessa perspectiva, a função da educação é levar o aluno adiante, pois quanto mais ele aprende,
mais se desenvolve mentalmente.
Vygotsky salientava a relevância da educação, envolvendo o papel da escola e a importância do
conhecimento sistematizado. Demonstra como ocorre o aprendizado ressaltando que a criança
primeiro aprende para depois se desenvolver. Ela constrói seu desenvolvimento sendo um
sujeito ativo em sua construção, apresenta a importância da imitação nas brincadeiras para o
desenvolvimento de valores e como o professor deve agir perante tudo isso. Assim, a noção de
zona de desenvolvimento proximal capacitanos a propor uma nova fórmula, a de que o 'bom
aprendizado' é somente aquele que se adianta ao desenvolvimento.
De acordo com Vygotsky, na obra A Formação Social da Mente, a tendência de uma criança
muito pequena, com menos de três anos, é satisfazer seus desejos imediatamente. Suponhamos
que ela queira, por exemplo, ocupar o papel de sua mãe; se não puder tê-lo, poderá ficar muito
mal-humorada; no entanto, poderá ser distraída e acalmada de forma a esquecer seu desejo.
Nesse sentido, uma criança na idade pré-escolar, com mais de quatro anos, quando surgem
desejos (ocupar o papel de sua mãe) que não podem ser imediatamente satisfeitos ou
esquecidos, envolve-se em um mundo ilusório e imaginário chamado de brinquedo e realiza
seus desejos por meio dele. De acordo com Vygotsky, é no brinquedo que a criança aprende a
agir numa esfera cognitiva. Porque ela transfere para o mesmo sua imaginação e, além disso,
cria seu imaginário do mundo de faz de conta.
O conceito de mediação simbólica de Vigotsky na educação trata da concepção de
intermediação, da relação homem-mundo, que acontece por meio de duas formas: instrumentos
e signos. A mediação pode ocorrer entre as próprias crianças, não necessariamente pelo
professor
A interação social é, “[...] na perspectiva vygotskyana, o veículo fundamental para a transmissão
dinâmica (de inter para intrapessoal) do conhecimento social, histórica e culturalmente
construída”. (MOREIRA, 1999, p. 112) Esse autor, ainda nos diz que, para Vygotsky:
[...] os processos mentais superiores (pensamento, linguagem, comportamento volitivo) têm
origem em processos sociais; o desenvolvimento cognitivo do ser humano não pode ser
entendido sem referência ao meio social. Contudo, não se trata apenas de considerar o meio
social como uma variável importante no desenvolvimento cognitivo. Para ela,
desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sociais em funções mentais. Não é por
meio do desenvolvimento cognitivo que o indivíduo se torna capaz de socializar, é na
socialização que se dá o desenvolvimento dos processos mentais superiores (op. cit., 1999, p.
110).

Vygotsky traz grande contribuição para a avaliação da aprendizagem. Para ele, todas as crianças
têm possibilidades intrínsecas de progresso intelectual e, assim, na perspectiva da avaliação para
promover a aprendizagem, deve-se procurar analisar o seu potencial de aprendizagem, e não
determinar suas capacidades em algum momento para simplesmente apontá-la. É tarefa do
avaliador desenvolver estratégias desafiadoras para que a criança, a partir dos conceitos que já
construiu, alcance formas mais elaboradas de compreensão da realidade. As avaliações para a
aprendizagem servem também para subsidiar a ação educativa dos professores.
A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o desenvolvimento real (o que já se faz
sem ajuda) e o desenvolvimento potencial (o que se pode atingir futuramente com ajuda). Para
tanto, é necessária a figura de um mediador que o auxiliará na aprendizagem e,
consequentemente, contribuindo ao desenvolvimento.
A base dos preceitos de Vygostsky é o materialismo histórico, ou seja, as mudanças sociais que
se passam no decorrer da história de uma sociedade são determinadas pela realidade material. "a
questão da história é uma questão-chave na análise da natureza do social e do cultural na obra
de Vigotski." Angel Pino Sirgado
Na descrição Vygostkiana, não existem estágios evolutivos do mesmo sentido em que havia em
Freud e Piaget: uma sequencia necessária e universal de mudanças que vão de um estágio inicial
a um estágio final. É claro que se pode identificar algum momento que marca grandes
transições, como ocorre com o entrecruzamento, um pouco antes dos dois anos de dois
conteúdos fundamentais até esse momento separados (inteligência pré-verbal e fala pré-
intelectual), mas fundamentalmente, o desenvolvimento não segue uma sequencia pre-
determinada e internamente guiada, mas um curso sociogeneticamente mediado e dependente
dos processos de aprendizagem que ocorrem no duplo e complementar plano da interação
educativa e da participação em situações cultural e socialmente organizadas, entre as quais a
escolarização tem papel-chave em diversas culturas. A participação em atividades e interações
organizadas socioculturalmente deve progressivamente ampliar as competências do indivíduo
que inicialmente é guiado até conseguir uma participação autônoma e autorregulada.

A abordagem da psicologia conhecida como psicodinâmica não utiliza as rotas científicas usuais
de explicação, em vez disso, concentra-se em pensamentos do indivíduo sobre as experiências,
como eles vêem o mundo e seus relacionamentos. Sigmund Freud é considerado o fundador da
abordagem psicodinâmica.

Psicodinâmica é uma alternativa deliberada de psicologia comportamental. Esta abordagem à


psicologia incide sobre as unidades e centra-se nas pulsões de uma pessoa individual,
especialmente as do inconsciente. Ela também se concentra nas diferentes estruturas da
personalidade de alguém. Embora as teorias de Freud tenham se tornado a base para a teoria
psicodinâmica, a teoria cresceu para incluir as ideias de outros cientistas, como Carl Gustav
Jung e Erik Erikson.

Freud construiu suas teorias clinicamente com base em sessões de terapia com seus
pacientes. As crenças comuns expressas na psicologia psicodinâmica incluem que os
sentimentos e comportamentos das pessoas são profundamente afetados por seus pensamentos
inconscientes.
Wallon
Para Wallon, a atividade emocional é simultaneamente social e biológica em sua natureza;
realiza a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva, racional, que só pode
ser atingida por meio da mediação cultural, ou seja, o social. Para Wallon, o psiquismo é uma
síntese entre o orgânico e o social. Para Wallon, a maturação orgânica é a primeira condição
para o desenvolvimento do pensamento, mas ressalta a influência do meio. Para ele,
desenvolver-se é opor-se ao mundo. o desenvolvimento é movido por conflitos e as etapas não
são bem delimitadas, mas constantes e pode haver regressão. É natural, para o autor, que nesse
processo ocorram rupturas, retrocessos e reviravoltas. Mesmo que resultem em retornos geram
evolução.

Ocorre a predominância do conjunto afetivo, e da direção centrípeta. Além do ganho nas formas
de pensar (pelo desenvolvimento do raciocínio hipotético-dedutivo), há na vida do indivíduo
nesta idade uma maior exploração de si mesmo como identidade autônoma, mediante atividades
de confronto e autoafirmação e, paralelamente, pela busca de apoio no grupo de mesma idade.

Assim como Piaget, Wallon divide o desenvolvimento em etapas, que para ele são cinco:
impulsivo-emocional; sensório-motor e projetivo; personalismo; categorial; e puberdade e
adolescência. Ao longo desse processo, a afetividade e a inteligência se alternam. No primeiro
ano de vida, a função que predomina é a afetividade. O bebê a usa para se expressar e interagir
com as pessoas, que reagem a essas manifestações e intermediam a relação dele com o
ambiente. Depois, na etapa sensório-motora e projetiva, a inteligência prepondera. É o momento
em que a criança começa a andar, falar e manipular objetos e está voltada para o exterior, ou
seja, para o conhecimento. Essas mudanças não significam, no entanto, que uma das funções
desaparece. Como explica Izabel Galvão no livro Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do
Desenvolvimento Infantil, "apesar de alternarem a dominância, afetividade e cognição não são
funções exteriores uma à outra. Ao reaparecer como atividade predominante, uma incorpora as
conquistas da anterior"

Para Wallon, a criança é compreendida como um ser social que, por meio das relações que vai
estabelecendo com as pessoas, com os objetos, com o espaço e com o tempo, gradativamente
vai diferenciando-se do outro, constituindo-se como sujeito e construindo sua identidade.

Wallon dá o nome de pessoa ao campo funcional que coordena os demais. ... A pessoa,
como campo funcional, cumpre um papel integrador importante, mas não absoluto. A cognição
desenvolve-se de maneira dialética, em um constante processo de tese, antítese e síntese entre
os campos funcionais.

Wallon dá o nome de pessoa ao campo funcional que coordena os demais. ... A pessoa,
como campo funcional, cumpre um papel integrador importante, mas não absoluto. A cognição
desenvolve-se de maneira dialética, em um constante processo de tese, antítese e síntese entre
os campos funcionais.

Wallon fala inicialmente no pensamento reflexivo, depois o involuntário e posterior o


pensamento voluntário.Na fase sensório -motor(1 a 3 anos) a criança ainda não tem a lógica
presente e sim o sincretismo. Wallon assim como Piaget propõe estágios porém não é adepto a
um crescimento de maneira linear

I0 A teoria walloniana é considerada como a psicogênese da pessoa completa, pois compreende


o ser humano em sua totalidade, integrando razão, emoção e o contexto histórico cultural.
III) Os aspectos emocionais e afetivos têm grande relevância nessa abordagem, e estão
estreitamente conectados ao funcionamento intelectual e ao processo de aprendizagem.

IV) A educação escolar assume grande importância na formação dos sujeitos, por propiciar a
aprendizagem não apenas de conteúdos intelectuais, mas também de expressões da
subjetividade.

Pichon, Riviere
I. Coordenador: Ajuda os membros a pensar, abordando o obstáculo epistemológico
configurado pelas ansiedades básicas.
II. Observador: Recolhe todo o material, expresso verbal e pré-verbalmente no grupo
III. Porta-voz:Denuncia o acontecer grupal, as fantasias que o movem, as ansiedades e
necessidades da totalidade do grupo.
IV. Bode expiatório: Depositário dos aspectos negativos ou atemorizantes do grupo ou da tarefa.
V. Líder: Depositário dos aspectos positivos do grupo.
VI. Sabotador: Liderança da resistência à mudança.
Num grupo terapêutico de abordagem psicanalítica observa-se um permanente jogo de assunção
de papéis, sendo que um indicador de que está havendo uma boa evolução grupal é quando os
papéis deixam de ser fixos e estereotipados e adquirem uma plasticidade intercambiável.
De acordo com Pichon-Rivière (2009), a estrutura e a função de um grupo qualquer estão dadas
pelo interjogo de mecanismos de assunção e atribuição de papeis, que representam modelos de
condutas correspondentes à posição dos indivíduos nessa rede de interações. Na técnica do
grupo operativo, podem emergir os seguintes papeis
Grupos Operativos - Pichon Rivière
I. É equivocado afirmar que o grupo operativo possui função terapêutica. Diferente disso, trata-
se de uma modalidade de intervenção em grupo com foco em uma tarefa explícita, prática e
objetiva. (ERRADA - POSSUI FUNÇÃO TERAPÊUTICA)
II. Trata-se de um grupo cujos membros estarão articulados por suas mútuas representações
internas, e ligados entre si por constantes de tempo e espaço. (CORRETA)
III. A experiência em um grupo operativo ocorre em três fases. Especificamente na fase da
tarefa é quando a resistência à mudança se instala, fruto das ansiedades depressivas e
paranoides. (SÃO 3 FASES: PRÉ TAREFA, TAREFA E PROJETO. É NA FASE DE PRÉ
TAREFA QUE OCORRE RESISTÊNCIA E ANSIEDADES)
IV. A estrutura de funcionamento do grupo será dada pela inter-relação de complexos
mecanismos de concessão e assunção de papéis. Os papéis de porta-voz, bode expiatório e líder
são alguns descritos por Pichon Rivière.(CORRETA)
V. Esquema Conceitual Referencial e Operativo (ECRO) é um instrumento criado por Pichon
Rivière que, quando utilizado na situação grupal, possibilita o reconhecimento e confronto das
referências próprias de cada componente do grupo. (CORRETA)
O Psicodrama e o Sociodrama são métodos de ação dramática (utilizam a dramatização, além da
linguagem) que fazem parte de uma ciência denominada Socionomia, criada por Jacob Levy
Moreno, em Viena e nos Estados Unidos em meados do século XX. O objeto dessa ciência são
as relações interpessoais e sua complexidade.Os núcleos teóricos são: matriz de identidade,
teoria de papéis, teoria do tele e teoria da espontaneidade/criatividade.As técnicas são: duplo,
espelho, solilóquio, tomada de papel e inversão de papéis e têm como referência a evolução das
formas de desenvolvimento psicológico e da comunicação humana. São utilizadas outras
técnicas, oriundas de outros conhecimentos, como técnicas acessórias. Os métodos
fundamentais são o psicodrama que explora a busca subjetiva da verdade psicológica e o
sociodrama que busca a verdade das relações intersubjetivas. Acrescenta-se o método do role-
playing, também utilizado por outras ciências, que possibilita o treino dos papéis e suas
interações sociais.
Os psicodramatistas podem ser profissionais de diferentes áreas, como médicos, psicólogos,
pedagogos, fonoaudiólogos, profissionais de recursos humanos, todas as pessoas que, em seu
exercício profissional, trabalham com grupos.
O papel do ego-auxiliar desenvolve três funções. A de ator, desempenhando o papel que lhe é
apresentado pelo diretor e desenvolvendo a sua espontaneidade; a de investigador, através da
observação do outro, das suas vivências, linguagens (verbais e não verbais) e dos seus papeis; e
de terapeuta, através da sua relação funcional com o diretor.
No psicodrama a função do ego-auxiliar é fundamental para permitir aos protagonistas
ultrapassar a dinâmica da relação causal linear com o outro e captar a relação causal circular.
A função terapêutica do ego-auxiliar assenta na relação funcional com o diretor. O desempenho
do papel de ego-auxiliar implica assumir dinâmicas em contexto. O ego-auxiliar é solicitado a
entrar e a sair de papeis. Em algumas situações é solicitado a ser neutro outras vezes a ser
criativo. São situações em que ao mesmo tempo que é solicitado a sentir o outro é também
solicitado a sentir o si-mesmo.
Através da relação dinâmica do ego-auxiliar, este desempenha uma função de ressonância da
ação psicodramática dirigida pelo diretor, do ato psicodramático do protagonista e da sua
própria ação em contexto.
O terapeuta executa a função de diretor, convertendo as pistas e indicações que o paciente
oferece em ações dramáticas.
Os cinco instrumentos são: protagonista (paciente), cenário, egos auxiliares, diretor (terapeuta) e
auditório.
Protagonista – É a pessoa em torno da qual se centraliza a dramatização. Traz o tema para
dramatizar e ao mesmo tempo, o desempenha. É ao mesmo tempo autor e ator.
Cenário – Lugar onde se realiza a dramatização. De preferência deve ser circular e com três
níveis do chão. No mais alto é onde ocorre a dramatização.
Egos auxiliares – São integrantes da equipe terapêutica, com conhecimentos psicológicos e
treinamentos psicodramático prévio. Colaboram diretamente com o protagonista para
desempenhar a cena dramática.
Diretor (terapeuta) – É o responsável pelo psicodrama nos seus diversos aspectos. Para tal deve
possuir sólida formação psiquiátrica e psicodramática que lhe permita ser eficiente. Sua função
é ade orientar as cenas e ajustar as ações tanto do protagonista quanto dos egos auxiliares para
otimizar a eficácia da cena.
Auditório – Corresponde ao conjunto de pessoas que se encontram no contexto grupal, isto é,
fora do cenário. Do auditório participam tanto pacientes como egos auxiliares. O auditório da
mais veracidade e “momento” para o drama, uma vez que sem a sua presença não haveria
exposição alguma. Ao auditório é possível surgir diversos olhares em relação à dramatização.

Psicodrama: é a técnica de tratamento de conflitos individuais / Sociodrama: estuda grupos


sociais / Role-playing: é um psicodrama utilizado para fins de formação de profissionais.

ORGANIZACIONAL
Classifiação das teorias:

Teorias de conteúdo
1. Maslow - Teoria da Hierarquia de Necessidades
2. Alderfer - Teoria ERC
3. Herzberg - Teoria dos Dois Fatores
4. McClelland - Teoria das Necessidades Adquiridas

Teorias de processo
1. Vroom - Teoria da Expectativa
2. Adams - Teoria da Equidade
3. Locke - Teoria do Estabelecimento de Metas
4. Deci - Teoria da Avaliação Cognitiva

Teorias baseadas no ambiente


1. Skinner - Teoria do Reforço
2. Festinger - Teoria da Comparação Social

Avaliação de Cargos

--> processo através do qual se aplicam critérios de comparação dos cargos para se conseguir
uma valoração relativa interna dos salários dos diversos cargos

--> busca fixar o valor relativo dos cargos dentro da organização

Método de escalonamento, método das categorias predeterminadas, método da comparação


de fatores e método por avaliação por pontos.

A organização pode ser entendida como a estrutura empresarial construída com fins
específicos de mercado, tendo em vista a necessidade de consolidar objetivos de lucro e
geração de novas receitas. O objetivo comum e declarado de uma organização passa pela
consolidação de sua imagem, enquanto especialista em determinado tema. A partir daí, fica
mais fácil entender o aparato organizacional como fruto de uma escolha por alguns pontos
centrais: divisão racional do trabalho, preocupação com produtividade e controle,
monitoramento de resultados, relacionamentos impessoais, hierarquias formais, formação de
conceitos de lealdade e transparência nos propósitos da empresa, e cooperação dirigida ao
alcance de metas comuns.

Já no caso de uma instituição, é preciso ressaltar o caráter social das ações desse tipo de
empresa. Nela, valores mais amparados em mudanças sociais e culturais são criados e servem
de guia às ações de seus integrantes. Ainda é possível dizer que a instituição é um organismo
com história, identidade e valores próprios, visando transmiti-los ao mercado e às outras
instituições com a intenção clara de promover uma sociedade mais igualitária e justa. Nesse
tipo de empresa, encontram-se exemplos, como ONGs, hospitais, universidades, escolas e
órgãos públicos.

A ORGANIZAÇÃO é vista como um sistema formal de regras e objetivos, com instrumental


técnico para mobilizar energias humanas e não humanas; a INSTITUIÇÃO é produto natural de
pressões e necessidades sociais – um organismo adaptável e receptivo. A Instituição sempre
precede a Organização.

DROGAS
Prevenção Universal, Seletiva e Indicada

O que é?
Onde se aplica?

Intervenção universal – são programas destinados à população geral, supostamente sem


qualquer fator associado ao risco.

Intervenção universal – na comunidade, em ambiente escolar e nos meios de comunicação.

Intervenção seletiva – são ações voltadas para populações com um ou mais fatores associados
ao risco de uso de substâncias.

Intervenção seletiva – por exemplo, em grupos de crianças, filhos de dependentes químicos.

Erik Erikson
Elaborou oito etapas de desenvolvimento psicossocial para representar momentos diferentes de
investimento da energia psíquica. Cada etapa é marcada por um tema central, que é vinculado,
de um lado, às condições.

Wilfred Bion
Enfatiza que o psicanalista deve ter um estado de mente sem memória e sem desejo. Deve ter
uma capacidade negativa, que seriam sentimentos negativos de estar numa condição de não
saber, de ignorância que o propicie a chegar a um conhecimento sem preconceitos. surgimento
da grupoterapia de base analítica.

Carl Rogers
O principal conceito da teoria de Carl Rogers é o de SELF, que representa um conjunto
organizado de percepções. É um processo dinâmico e fluido, não constituindo uma entidade
estática. Há dois tipos de self: self real e self ideal.

Behaviorismo
Quem propôs o condicionamento clássico foi Pavlov. Skinner propôs o condicionamento
operante. A grande questão do condicionamento operante não é a de fazer a correlação entre um
estímulo e outro, como no caso do condicionamento clássico, mas sim de fazer a associação
entre um estímulo e a consequência dele.
Daniel Stern (1997), fala de uma “constelação materna” e mostra, que
progressivamente durante a gravidez, a mãe elabora uma representação do bebé que
promove o envolvimento afetivo e a interação apropriada com a criança a seguir ao
parto. Segundo Stern (1997) o nascimento do primeiro filho faz com que a mãe
vivencie uma organização psíquica nova e única e que designa de Constelação da
Maternidade. O autor explica que esta constelação vai determinar um novo conjunto de
tendências, sensibilidades, fantasias, medos e desejos. Contudo, esta nova organização é
temporária e de duração variável, podendo prolongar-se por meses ou anos. Ainda que,
durante esse tempo, constitui o organizador dominante para a vida psíquica da mãe.
Esta Constelação da Maternidade é constituída pelas representações que a mãe
tem sobre o bebé, sobre si própria enquanto pessoa e enquanto mãe, sobre o pai e sobre a sua
própria mãe

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