COLÉGIO OBJETIVO

2º ANO - ENSINO MÉDIO

JOÃO PEDRO DE OLIVEIRA SOARES

TRABALHO DE FILOSOFIA / SOCIOLOGIA

Ética, Moral e As Evoluções da Noção de Trabalho

CAIEIRAS
2023
 ÉTICA

O QUE É?
A ética é um ramo da filosofia que foca nos princípios que guiam as ações
humanas e avaliam o comportamento, distinguindo o que é considerado certo,
errado ou neutro. Originária da palavra grega "ethos", que se refere a hábitos e
comportamentos, a ética explora os fundamentos morais para justificar se as ações
são corretas.

É importante diferenciar ética e lei, pois, embora os códigos éticos sejam

baseados em princípios legais, não têm o mesmo caráter normativo das leis. A ética
se aplica em várias áreas, como ética profissional, por exemplo a ética médica,
jornalística, empresarial e governamental, estabelecendo os princípios fundamentais
de cada profissão.

Apesar de os códigos éticos fornecerem diretrizes, não seguir tais diretrizes

não é considerado crime, embora possa acarretar penalidades específicas.

DESENVOLVIMENTO
A ética, segundo a filosofia clássica, transcende a definição convencional de
costumes sociais, estendendo-se para além dos hábitos cotidianos. Ela se
aprofunda na busca por um modo de viver que seja virtuoso e adequado, tanto na
esfera íntima como na coletiva.

Esta área do conhecimento não se limita a meros padrões culturais, mas se

estende por diversas áreas, como psicologia, sociologia e economia, entre outras.
Com o avanço e a especialização do conhecimento, essas disciplinas se tornaram
ramos científicos independentes.

A ética, por sua vez, passou a ser definida como o estudo das normas morais
presentes nas sociedades humanas, em busca de compreensão, justificação e
solução para os dilemas éticos frequentes. Seu propósito principal é diferenciar o
que é considerado moralmente aceitável do que não é.
 PERSPECTIVAS ÉTICAS NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
Desde a Antiguidade, a busca por compreender e analisar os princípios e
valores que regem uma sociedade é uma jornada antiga que envolveu vários
pensadores. Dentre eles, destacam-se Aristóteles, Maquiavel, Kant e Platão,
representando momentos significativos na evolução do estudo ético:

 Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.): concentrou-se na virtude e na

finalidade da vida, especialmente na busca pela felicidade, considerando a ética
algo ensinável e praticável, fundamental para a construção de um caminho rumo
ao bem maior.
 Nicolau Maquiavel (1469-1527): através de "O Príncipe", desvinculou
a ética individual da ética estatal, estabelecendo que o governo opera sob uma
lógica própria.
 Immanuel Kant: com sua ênfase na razão, desafiou a tradição
religiosa, destacando que a razão governa à vontade sem comprometer a
liberdade humana. Kant propôs o imperativo categórico como guia ético,
resumido na máxima: "Age de tal maneira que a máxima de sua ação possa ser
tomada como máxima universal."
 Platão: foi um elo entre a ética socrática e a sistematização
aristotélica. Seu pensamento ético abordou um movimento contínuo em direção a
um sistema mais articulado de Aristóteles, explorando a essência do universo em
busca do "bem". Enquanto Sócrates considerava que o verdadeiro conhecimento
devia ser comum a todos os casos individuais. Platão levou o método socrático
para um sistema metafísico. Sua filosofia orientou-se para a contemplação da
realidade abstrata e o arquétipo das coisas concretas, estabelecendo uma
conexão entre a realidade do universo e a busca pela finalidade.
 SUBDIVISÕES DA ÉTICA
O campo da ética, intrinsecamente ligado à filosofia, apresenta subdivisões
que permitem explorar e compreender seus diversos aspectos. Essas subdivisões
incluem:

 Metaética: Explora a teoria da significação e referência dos

termos e proposições morais, além de buscar determinar seus valores de
verdade.
 Ética Normativa: Concentra-se nos métodos práticos para
discernir a natureza das ações morais.
 Ética Aplicada: Analisa como os princípios morais são
empregados em contextos específicos.
 Ética Descritiva (ou Ética Comparativa): Explora as visões,
descrições e crenças sobre a moral.
 Ética das Virtudes: Enfatiza teorias éticas normativas que
valorizam as virtudes mentais, do caráter e da honestidade para o
desenvolvimento humano.
 Ética Moral: Reflete sobre o valor das ações sociais em âmbitos
coletivos e individuais, desempenhando um papel crucial na análise dos
valores éticos presentes na sociedade.

CONCLUSÃO
Em suma, a ética representa o estudo dos princípios morais que guiam o
comportamento humano, buscando compreender e analisar as bases que
fundamentam as ações, decisões e relações em sociedade. Ela vai além da moral,
pois não se restringe apenas a um conjunto de regras estabelecidas, mas busca
refletir sobre a natureza do que é considerado certo ou errado, justo ou injusto. A
ética é essencial para orientar a conduta humana, promover a justiça e a
coexistência harmoniosa entre os indivíduos e comunidades. Através do
pensamento crítico e reflexivo, a ética desafia constantemente as normas e valores
estabelecidos, promovendo um contínuo questionamento e adaptação diante dos
desafios éticos emergentes na sociedade.

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 MORAL

O QUE É?
A moral, originada do latim "moralis" e traduzida do grego como "mores",
estabelece a distinção entre ações apropriadas e inadequadas. A moral, como um
conjunto de convenções sociais, tem por objetivo a busca pela harmonia na
convivência humana, dada a intrínseca interdependência entre as pessoas. Ela
orienta tanto as condutas individuais quanto os costumes, enquanto a ética reflete
sobre os princípios fundamentais que a sustentam.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL?

A distinção entre ética e moral, muitas vezes confusa, decorre do uso
intercambiável desses termos. Enquanto a moral abrange um conceito mais amplo
ligado a valores, a ética, originada do grego êthos, trata do comportamento individual
baseado em princípios de conduta geral. A moral, derivada do termo latino "moris",
refere-se aos costumes e hábitos de uma sociedade em momentos e locais
específicos. Hegel diferencia a moral subjetiva, ligada ao cumprimento do dever pela
vontade pessoal, da moral objetiva, que envolve a obediência às normas e leis da
sociedade. A transformação da boa vontade subjetiva ocorre ao se integrar com o
objetivo, manifestando-se como moral objetiva.
 PILARES DA MORALIDADE
Os contribuintes fundamentais no campo da Moral são Adam Smith, David
Hume e Immanuel Kant:

Adam Smith:

 Influenciado por Hume, Smith acreditava que os princípios

morais derivam de experiências históricas.
 Sentimentos como paixões sensíveis, amor próprio,
benevolência e consciência desempenham papéis significativos na Revolução
Industrial e na produção.

David Hume:

 Observou a moral de maneira empírica, rejeitando a ideia de um

bem superior que guiasse a humanidade.
 Defendia que a ação humana se baseia em obter prazer e evitar
a dor.
 Sua teoria moral concentrava-se no papel do sentimento e na
utilidade pública das ações, associando a virtude à felicidade e à aprovação.

Immanuel Kant:

 Defendia a razão como base da moral.

 Relacionava o comportamento humano à identificação no outro,
tornando a ação pessoal uma lei universal.
 Sua perspectiva ofereceu uma visão mais racional e
universalista da moralidade.
 MORAL E RELIGIÃO, E MORAL NA LITERATURA
A moral desempenha um papel crucial tanto nas comunidades religiosas
como na literatura. Nas religiões, a moral é uma prática compartilhada, na qual os
membros seguem um conjunto de princípios que proíbem o que é considerado
condenável pela religião, buscando a salvação através do cumprimento das leis
divinas. Isso torna a moral religiosa um fator essencial no controle do indivíduo e da
sociedade.

No Cristianismo, a moral está centrada na busca de virtudes como caridade e

humildade, consideradas essenciais para alcançar a fraternidade e a paz de espírito.
O Budismo, por sua vez, baseia sua moral na preservação da vida e na moderação,
enfocando o treinamento mental em moral, concentração meditativa e sabedoria. No
Hinduísmo, os princípios morais fundamentais incluem o autocontrole, a compaixão
por todos os seres vivos e a renúncia.

Além das religiões, a literatura também desempenha um papel na

transmissão de valores morais e conhecimento, especialmente em obras destinadas
ao público infantil. Fábulas, por exemplo, são narrativas alegóricas que usam
situações envolvendo animais para transmitir lições morais, refletindo a moral social
da época e desempenhando um papel pedagógico na formação de adultos
conscientes. A literatura muitas vezes oferece modelos de comportamento,
enfatizando o que é considerado "certo" a ser seguido e o que é "errado" a ser
evitado.
 CONCLUSÃO
Em síntese, a moral representa um conjunto de princípios, valores e normas
que orientam o comportamento humano em sociedade, estabelecendo critérios
sobre o que é certo e errado. Essa noção ética se baseia em conceitos
culturalmente construídos e evolui conforme as transformações sociais e os
contextos históricos. A compreensão da moralidade não é estática, sendo
influenciada por uma interseção complexa de crenças, tradições, religiões e
sistemas filosóficos. Dessa forma, a moralidade é dinâmica, refletindo a pluralidade
e diversidade de pensamentos e valores no âmbito social, continuamente desafiando
a reflexão e a adaptação dos indivíduos e das comunidades frente aos dilemas
éticos contemporâneos.

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AS EVOLUÇÕES DA NOÇÃO DE TRABALHO
 INTRODUÇÃO
A história da evolução das ideias sobre o trabalho revela sua posição central
na formação e organização das sociedades ao longo do tempo. O trabalho não
apenas molda o ambiente em que vivemos, mas também desempenha um papel
fundamental na construção da identidade individual, influenciando as relações
sociais, as dinâmicas de poder e propriedade, além de determinar o ritmo e a
dinâmica cotidiana tanto do trabalhador quanto da própria sociedade. Neste
contexto, é imprescindível explorar as diferentes concepções do trabalho,
especialmente no cenário brasileiro, destacando sua importância na vida de cada
pessoa e seu papel na sociedade de hoje. Isso requer uma discussão sobre a
finalidade do trabalho, enfatizando a importância da formação e qualificação
profissional para se reintegrar no mercado de trabalho. Usando como base teórica o
conceito marxista de trabalho e tomando como referência uma variedade de autores
clássicos e contemporâneos, busca-se compreender não apenas o papel do
trabalho, mas também as questões de exclusão social, enriquecendo a análise sobre
esse tema crucial.

HEGEL: A RELAÇÃO ENTRE HOMENS E OBJETOS:

Para Hegel, o trabalho representa a peculiar relação entre homens e objetos.
Ele concebe o trabalho como uma expressão da ligação especial entre o subjetivo e
o objetivo, o particular e o geral. É por meio dos instrumentos de trabalho que os
homens se relacionam com a natureza, reconhecendo-se no que produzem e nas
relações sociais que surgem desse processo.
 MARX: O TRABALHO COMO ESSÊNCIA HUMANA:
Para Marx, o trabalho é a essência do ser humano. Através do trabalho, o
homem transforma a natureza e, ao fazê-lo, transforma a si mesmo. Ele é a base
para suprir necessidades, mas também para dignificar a existência humana. Marx
enfatiza que o trabalho não apenas transforma a natureza, mas também os próprios
indivíduos e as relações sociais.

TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO:

O mundo do trabalho tem passado por mudanças significativas ao longo da
história e especialmente nos tempos contemporâneos. Desde a desproletarização
do trabalho industrial até a subproletarização que intensifica a precarização do
trabalho, observa-se uma crescente fragmentação do trabalho, criando inseguranças
na sociedade onde a sociabilidade sempre esteve associada ao trabalho.

DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS E REFLEXÕES:

No cenário contemporâneo, o trabalho se apresenta em formas precárias e
instáveis, com aumento do desemprego, diminuição dos empregos com registro e
crescente informalidade. As mudanças técnicas e econômicas refletem não apenas
transformações na produção, mas também a ausência de propostas que
redirecionem a classe trabalhadora para uma sustentação e melhoria do padrão
social. Este panorama diverge do conceito mais tradicional, evidenciando as
profundas contradições do sistema capitalista.
 A DIVISÃO SEXUAL DAS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO:
A entrada crescente da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho,
embora marcada por desigualdades salariais e precariedades, representa um dos
desafios enfrentados no mundo do trabalho, refletindo a necessidade de equalização
e reconhecimento das contribuições das trabalhadoras.

CONCLUSÃO
Diante do exposto, torna-se evidente que o trabalho não é apenas um meio
para suprir necessidades materiais, mas um elemento central na formação da
identidade e da sociabilidade humana. Independentemente do contexto histórico ou
cultural, o ser humano está intrinsecamente ligado à ação laboral para construir e
preservar sua existência. O trabalho não é uma atividade solitária, mas um esforço
coletivo no qual as pessoas se relacionam para atender às demandas do grupo.
Esta ação transformadora não apenas molda as características específicas de cada
sociedade, mas também revela uma constante busca por respostas aos desafios do
dia a dia, promovendo uma contínua evolução na forma como os indivíduos
interagem com seu ambiente. Dessa maneira, o trabalho, para além de sua função
econômica, desempenha um papel fundamental na dignificação do ser humano,
conferindo-lhe uma posição dentro de uma história e cultura, refletindo a essência da
vida social e sua constante evolução.
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FONTES:

 Ética. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/etica/>.

 Wikipédia: Página principal. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/>.
 ‌O que é ética? Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/o-
que-e-sociologia/o-que-e-etica.htm>.
 ‌Ética: o que é, o que significa e a melhor definição. Disponível em:
<https://www.significados.com.br/etica/>.
 ‌Moral. Definição de moral. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-moral.htm>.
 ‌Moral. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Moral>.
 ‌Definição de Moral. Disponível em:
<https://www.todamateria.com.br/definicao-de-moral/>.
 HILLER, R. F. A filosofia moral de Adam Smith face às leituras reducionistas
de sua obra. Disponível em:
<https://www.ihu.unisinos.br/categorias/588036-a-filosofia-moral-de-
adam-smith-face-as-leituras-reducionista-de-sua-obra>. Acesso em: 9 nov.
2023.
 QUEIROZ, F. A.; SOUZA, L. N. DE. A evolução do conceito de trabalho e sua
relação com o desenvolvimento econômico. Cadernos de Ciências Sociais
Aplicadas, p. 146, 11 maio 2020.
 Karl Marx. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx>.

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