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ESTUDO BÍBLICO FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

A promessa de um lar feliz transmite a ideia de uma família feliz, visto que a expressão “lar”, dependendo do contexto,
pode se referir ao lugar onde a família habita, ou a própria família em si.

Lar, vem do latim lare, que significa parte da cozinha onde se acendia o fogo para preparar os alimentos e aquecer o
ambiente; daí se origana o termo lareira.

Segundo o dicionário de Houaiss, o vocábulo “família” pode significar, num sentido mais restrito “grupo social básico,
formado por pai, mãe e filhos”, num sentido mais abrangente “pessoas ligadas entre si pelo casamento ou qualquer
parentesco”, e ainda num sentido geral “grupo de seres ou coisas com características comuns”.

No hebraico bíblico, o termo para família é mispahah, que significa “família, clã”, isto é, todos os integrantes de um
grupo que estavam relacionados por sangue e que ainda sentiam um senso de consanguinidade, parentesco.

No grego do Novo testamento, temos a palavra oikos, que pode significar “habitação, casa, lar ou família (I Tm 5.4) e
patria, que primeiramente significa “ascendência, linhagem, tribo (Lc 2.4, At 3.25, Ef 3.15).

A palavra “família” é de origem latina famíliae, e é usada para definir um vínculo doméstico, íntimo.

A família (ou lar) é a mais importante instituição social estabelecida por Deus, sendo ela mesma a base de todas as
outras. A destruição, inversão de valores, deturpação, descaracterização e a desmoralização da família, implicam
diretamente num profundo caos, produzindo os mais terríveis danos à humanidade, quer sejam de ordem moral,
espiritual, econômica, fraternal e social.

A preservação do lar e da família depende diretamente da obediência aos princípios estabelecidos por Deus em sua
palavra. Negligenciar a Bíblia é voltar-se contra o Criador e trabalhar para a destruição das coisas que Ele criou,
definidas pelo escritor sagrado como muito boas “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a
tarde e a manhã: o dia sexto.”
EXISTE LAR OU FAMÍLIA PERFEITA?
Observe o que declara Josué Gonçalves:
“Um dos muitos problemas, quando se trata sobre família, é o conceito no meio evangélico, de que, como crentes,
nossa família tem que ser perfeita. Afinal, não temos um Deus, um Salvador, a Bíblia, a garantia de uma vida
eterna? Isso é o que alegam os defensores desse conceito. Esquecem-se de que a família é formada por pessoas
limitadas, imperfeitas, que carregam traumas emocionais, frustrações, que tiveram problemas de orientação na
infância, e tudo isso influencia a vida comunitária íntima da família. A pregação de que a família deve (ou tem de)
ser perfeita leva muitas pessoas a experimentarem frustrações nessa área, pois percebem que este é um alvo
impossível de ser alcançado. Como não conseguem alcançá-lo camuflam os problemas, escondendo-os atrás de
uma capa de aparência de que ‘tudo vai bem’, quando na realidade não vai. Estes pregadores estão levando as
famílias a uma vida farisaica, o que pode ser um dos motivos dos filhos estarem abandonando a fé. Essa atitude
torna-se um peso para as pessoas. Não foi isto que Deus planejou para nós seres humanos. Famílias perfeitas não,
mas famílias felizes sim.” (Família: os segredos do sucesso de uma família bem ajustada. 6 ed. São Paulo: Editora
Mensagem para Todos, 1999, p. 11-12)
O texto acima citado nos conduz para algumas reflexões:
- Em primeiro lugar, a perfeição, embora seja um ideal divino (II Co 13.9, Hb 6.1), é algo que não poderá ser
vivenciado plenamente nesta vida devido às limitações que o pecado nos impõe;

- Em segundo lugar, parece-nos que as famílias que mais sofrem como este tipo de problema são as dos obreiros,
devido às pressões que sofrem da igreja, e por vezes, do próprio obreiro, exigindo dos seus entes queridos uma
conduta “perfeita”, em nome da preservação de sua imagem, não considerando as limitações que a própria
natureza humana os impõe. A mulher do obreiro e os filhos do obreiro, embora devam de certa forma zelar pelo
ministério do homem de Deus, não podem carregar um fardo impossível de ser suportado.
A ORIGEM DO LAR E DA FAMÍLIA
Deus é o criador da família. A criação da família funde-se com a criação da humanidade:

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e
Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre
as aves dos céus, e sobre todo animal que se move na terra.” (Gn 1.27-28)

Pode-se afirmar que o primeiro lar existiu no Édem (Gn 2.8, 15). O lar foi assim preparado e estabelecido por Deus
como um lugar de bênçãos e felicidade. A responsabilidade do homem era “cultivar” e “guardar” o seu lar (v.15).
A QUEDA DA FAMÍLIA
O pecado entrou na família por meio de uma atitude egoísta e deliberada do homem (1 Tm 2.14), conforme
detalhes narrados em Gênesis 3.6:

E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
A CORRUPÇÃO GERAL DA FAMÍLIA
A perda dos referenciais de bondade, santidade, integridade, moralidade e amor, promoveram na família uma
corrupção generalizada:

A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis
que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. (Gn 6.11-12)
A SALVAÇÃO E A RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA
A operação da graça de Deus na vida da família pode ser observada pelos seguintes
aspectos:
- A salvação profetizada na aliança adâmica (Gn 3.15)
- A salvação figurada na aliança noética (Gn 6.13-18)
- A salvação prometida na aliança abrâmica (Gn 12.1-3)
- A salvação providenciada em Cristo Jesus (At 10.24-48, At 27-34)
OS PROPÓSITOS DE DEUS PARA A FAMÍLIA
Segue abaixo uma relação das principais atribuições de Deus para a família:
- Procriação da humanidade e Prazer sexual para o casal (Gn 1.28; Pv 5.15-19). A prática e o prazer sexual é
uma bênção de Deus que é legitimada pelo casamento, com o propósito de constituir família e edificar um lar;
- Subsistência (Gn 2.15; 3.19). É no lar e na família que a provisão para o sustento, a alimentação, a vestimenta
e outras necessidades básicas de seus membros devem ser supridas;
- Educação (Dt 6.4-9). Um dos grandes erros dos tempos atuais é o fato da família ter terceirizado a educação
moral e espiritual dos filhos. Escola e Igreja cumprem hoje o papel principal na formação destes valores,
quando na realidade deveria cumprir um papel auxiliar;
- Proteção (Dt 22.8). O apoio que recebemos da família, a ajuda nos momentos difíceis, o ombro e o peito amigo
do marido, da esposa, dos pais e dos filhos, transmitem uma sensação de segurança e proteção insubstituíveis;
- Adoração e serviço a Deus (Gn 4.1-5; 26; 8.18-21; 13.1-4; Ex 12.1-21; Dt 6.4-9; 11.18-21; Js 24.15 e outros). É no
lar e na família que a adoração e o serviço a Deus devem ser primeiramente exercitados. A adoração e o serviço
na igreja devem ser compreendidos como uma extensão da adoração e do serviço no lar.

O sucesso e a felicidade na família está em ter a palavra de Deus como fundamento (Mt 7.24-29) e Tê-lo como
principal edificador (Sl 127.1a). Infelizmente, a família cristã tem negligenciado e relativizado os valores
cristãos e os princípios da palavra de Deus. O Senhor já não é realmente o edificador de muitos lares e famílias
que o confessam e o adoram apenas de lábios. Como resultado, cada dia a família cristã se torna mais infeliz,
mais dividida e incapaz de ser sal e luz para os demais lares e famílias da terra.
A FAMÍLIA SOB ATAQUE

Textos: Ef. 6.11 – Ef. 5.1-6

INTRODUÇÃO: Estamos diante de uma batalha espiritual, a nossa luta não é contra sangue e
carne, e sim contra os principados e potestades da região celeste (Ef. 6.12). A família também está
na mira do inimigo e das suas hostes. No estudo desta semana trata justamente a respeito dos
ataques externos e internos que a família cristã recebe nos dias atuais. Ao final, mostraremos, com
base na orientação paulina de Ef. 6.10-18, a necessidade de nos revestir de toda armadura de
Deus para vencer essa batalha.

1. ATAQUES EXTERNOS CONTRA A FAMÍLIA: A família cristã é alvo de ataques de natureza


externa, isto é, de forças que veem de fora, e que tentam desconstruí-la. Uma das principais
ameaças à família é o secularismo que predomina na sociedade contemporânea. Secularismo é
uma forma de pensar que se opõe a Deus, e que pode ser mais bem definido como mundanismo (I
Jo. 2.15). O secularismo é uma doutrina humanista, que partem de sofismas que enganam as
pessoas e as distancia de Deus (Cl. 2.8). Esses sofismas(segundo o Aurélio, é um “argumento
aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má-fé por parte de quem o
apresenta”; “argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro”; “engano, logro,
burla, tapeação”.), estão presentes em vários contextos institucionais, dentre eles destacamos: as
leis e a educação. O secularismo, em sua atuação mais engajada, se propõe a afrontar os
princípios judaico-cristãos. Por causa disso, os ativistas buscam influenciar a sociedade para que
essa aceite com naturalidade as mudanças secularistas por eles propostas. O uso da mídia é
bastante influente nesse sentido. Os meios de comunicação de massa repassam valores contrários
àqueles exarados na Palavra de Deus. As novelas, noticiários e entrevistas televisivas defendem
práticas contrárias aos princípios cristãos para o casamento à família. Na medida em que a
sociedade aceita essas práticas, os políticos atuam no congresso com o objetivo de modificar as
leis e aprovar leis que nada têm de bíblicas. A educação também tem sido amplamente utilizada a
fim de que, desde cedo, as crianças acatem modelos alternativos, e antibíblicos, de família. O
próprio Estado favorece essas políticas, justificando que se trata de direito das minorias. Livros
didáticos são patrocinados pelo Estado com textos e imagens que contrariam o modelo cristão de
família: monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Esses sofismas secularistas objetivam
desconstruir o padrão bíblico de família. A família cristã pode ser afetada por essa visão. As
crianças são as que mais sofrem, pois não dispõem de maturidade, e muito menos de
fundamentação bíblica para se enfrentar esses sofismas.

2. ATAQUES INTERNOS CONTRA A FAMÍLIA: Mas a família cristã não sofre apenas ataques de
fora, ela é também ameaçada por forças internas. A indisciplina é um grande problema que a
família tem tido dificuldade para resolver. O liberalismo social, que nega Deus e sustenta o
materialismo, tem empoderado exageradamente as crianças. A programação televisiva, que
também está à disposição dos cristãos, mostra a desobediência como algo natural. Por causa
disso, mesmo os filhos de cristãos não querem mais obedecer aos seus pais, que é um
mandamento bíblico (Ef. 6.2). O desempoderamento dos pais, por sua vez, contribui para a
formação de uma geração de rebeldes, que não se submete às regras, nem as humanas e muito
menos às divinas. O ambiente familiar torna-se extremamente traumático, pais e filhos findam
feridos, com sementes que amargura, que destroem os relacionamentos. O ritmo de trabalho dos
pais pode favorecer essa condição, alguns trabalham demais, não têm mais tempo para os filhos.
Quando voltam para casa, ligam a televisão ou o computador, ninguém dá a mínima atenção ao
outro. Ao invés de lerem a Bíblia, e orarem, as famílias cristãs estão na mesma prática das famílias
não cristãs. O entretenimento ocupa papel primário nas decisões da família, a vida devocional
praticamente não existe. As visitas aos shoppings e as viagens de passeio não é pecado, contanto
que não comprometam os momentos devocionais e particulares das famílias. Uma família que é
cristã deve viver como tal, não a partir de valores meramente humanos. Os cristãos não precisam
se envergonhar de viverem como tais. A sociedade, respaldada em suas leis e propostas
educacionais, não podem interferir no cotidiano da família cristã. A atuação de pai, mãe e filhos,
dentro do paradigma cristão, deve ser cultivado com respeito. Crianças, jovens e adultos, de uma
família cristã, precisam estar cientes que vivem de modo diferente, não de acordo com o
mundanismo, mas em conformidade com a Palavra de Deus (Ef. 5.22-33).

3. ENFRENTANDO OS ATAQUES CONTRA A FAMÍLIA: Diante dos ataques externos e internos


que a família cristã sofre, faz-se necessário que essa esteja preparada para enfrentar os ataques
do Inimigo. Para tanto, devemos estar revestidos de toda armadura de Deus (Ef. 6.11),
“fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Ef. 6.10), para enfrentar as astutas ciladas de
Satanás (Ef. 6.13-18). Uma família protegida contra os ataques do inimigo cinge os lombos com a
verdade, não com a mentira que satanás tenta propagar, usando inclusive a mídia televisiva (Ef.
6.14). Ele é o pai da mentira, e mentiu desde o princípio, fazendo com que Adão e Eva se
distanciassem da Palavra de Deus (Gn. 3.4-6; Jo. 8.44). A família cristã não se veste com os trapos
que o mundo oferece, mas com a justiça de Deus (Ef. 6.14). A justiça de Deus é o evangelho de
Jesus Cristo, cujo fundamento é o reconhecimento do pecado e a justificação por meio dAquele,
por Seu Espírito, nos conduz à santificação (Rm. 1.17; 8.14). A família cristã calça os pés com a
preparação do evangelho da paz (Ef. 6.15). O mundo está em guerra, os conflitos são
considerados normais, mas os crentes vivem em paz, primeiramente desfrutam a paz de Deus
(Rm. 1.7; 5.1), e a paz com Deus, para também conviverem em paz uns com os outros (Fp. 4.7).
Para apagar os dardos inflamados do Maligno, a família cristã utiliza o escudo da fé (Ef. 6.16). É fé
que vence o Inimigo (I Pe. 5.9) e o mundo, com seus sofismas anticristãos (I Jo. 5.4,18). A família
cristã recorre ainda ao capacete da salvação e à espada do Espírito (Ef. 6.17). Enquanto o mundo
caminha para a perdição, a esperança da família cristã é a vida eterna, a salvação plena em Cristo
Jesus (Rm. 5.5). A espada do Espírito é a Palavra de Deus, poderosa para confrontar os ataques
de Satanás (Hb. 4.12; Ap. 1.16; 2.12).

CONCLUSÃO: Nesses dias difíceis, nos quais a família cristã tem sofrido ataques externos e
internos, faz-se necessário que os crentes tenham consciência dessa luta renhida, que não é
contra sangue e carne, mas contra o próprio satanás. Diante desses ataques, precisamos nos
fortalecer no Senhor, usando a Sua armadura, atuando em todas as frentes, vigiando com toda
perseverança, mas sem desprezar a oração, por meio da qual receberemos poder de Deus para
enfrentar as forças dos principados e potestades deste mundo tenebroso (Ef. 6.18). PENSE
NISSO!

Deus é Fiel e Justo!


Estudo Educação Cristã, Responsabilidade Dos Pais

Desde as sociedades tribais pré-históricas, a família exerce um papel fundamental na educação dos
filhos. A ausência do Estado, das classes, do comércio e da escrita, dispensava a existência de escolas. As
crianças aprendiam com os adultos, em especial a família, questões que envolviam os valores espirituais
e morais, assim como atividades práticas para a sua sobrevivência (trabalhos manuais, caça, pesca etc.).

Esse modelo de educação "informal" se estendeu por longos anos em sociedades nômades, seminômades
e sedentárias, até o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da produção
excedente, da comercialização e dos inovadores pensamentos sobre política e democracia.

Numa perspectiva bíblica judaico-cristã, observamos este tipo de educação nos seguintes textos:
Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que
guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre
Abraão o que a respeito dele tem falado. (Gn 18.19)

E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício
da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e
livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou. (Êx 12.26-27)

E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que o Senhor me tem feito, quando eu
saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do
Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. (Êx 13.8-9)

E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O Senhor nos tirou com
mão forte do Egito, da casa da servidão. (Êx 13.14)

E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por
sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e
nas tuas portas. (Dt 6.6-9)

Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos
que o Senhor nosso Deus vos ordenou? Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito;
porém o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito; (Dt 6.20-21)

Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão,
para que estejam por frontais entre os vossos olhos. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado
em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; E escreve-as nos umbrais de tua
casa, e nas tuas portas; Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o
Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra. (Dt 11.18-21)

E falou aos filhos de Israel, dizendo: Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo:
Que significam estas pedras? Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão.
Porque o Senhor vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o
Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho que fez secar perante nós, até que passássemos. (Js 4.21-23)
Percebe-se nestes textos do Antigo Testamento, a participação e a importância da família na
preservação dos valores espirituais e morais do povo judeu.

A figura dos agentes especializados para a tarefa de ensinar surge com a instituição do sacerdócio;
E falou o Senhor a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo,
quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as
vossas gerações; E para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, E para
ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por meio de Moisés. (Lv
10.8-11)

Então o rei da Assíria mandou dizer: Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá para que vá e
habite ali, e lhes ensine a lei do deus da terra. (2 Rs 17.27)

No terceiro ano do seu reinado enviou ele os seus príncipes, Bene-Hail, Obadias, Zacarias, Netanel e
Micaías, para ensinarem nas cidades de Judá; e com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael,
Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e
Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de
Judá, ensinando entre o povo. (2 Cr 17.7-9)

E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: Ponde a arca
sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel; não tereis mais esta carga aos
ombros; agora servi ao Senhor vosso Deus, e ao seu povo Israel. (2 Cr 35.3)

Posteriormente, os profetas assumiram também essa tarefa;

Então enviou Saul mensageiros para prenderem a Davi; quando eles viram a congregação de profetas
profetizando, e Samuel a presidi-los, o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também
eles profetizaram. (1 Sm 19.20)

E foram cinqüenta homens dentre os filhos (discípulos) dos profetas, e pararam defronte deles, de
longe; e eles dois pararam junto ao Jordão." (2 Rs 2.7)

Os filhos dos profetas disseram a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face é estreito
demais para nós. (2 Rs 6.1)

Durante e após o período do cativeiro na Babilônia, surge a figura do escriba, uma classe de mestres
especializados, que copiavam, interpretavam e ensinavam a Lei:

[...] este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor Deus de Israel
tinha dado; e segundo a mão de Senhor seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe
pedira. [...] Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a lei do Senhor, e para
ensinar em Israel os seus estatutos e as suas ordenanças. (Ed 7.6, 10)

Apesar do surgimento destes "educadores especializados", a participação da família na educação dos


filhos não foi abandonada. No livro de provérbios, escrito entre 950-700 a.C., encontramos as seguintes
exortações;

Ouvi, filhos, a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento. Pois eu vos dou boa
doutrina; não abandoneis o meu ensino. Quando eu era filho aos pés de meu, pai, tenro e único em
estima diante de minha mãe, ele me ensinava, e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras;
guarda os meus mandamentos, e vive. (Pv 4.1-4)

Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele. (Pv
22.6)

Como já citamos, com o advento das grandes cidades, da escrita, das transformações técnicas, da
produção excedente, da comercialização, dos inovadores pensamentos sobre política e democracia, a
educação e a escola ganharam um novo formato. É no período da Grécia clássica que acontece algumas
das grandes revoluções pedagógica. A pólis, no intuito de formar os seus cidadãos, criam escolas
especializadas para atender as suas demandas. No geral, a criança permanece em casa, com a família,
até os sete anos. Após esse período, o Estado assume a sua educação (preparo físico, educação musical,
formação cívica e militar, leitura e escrita, gramática, retórica etc.).

Podemos observar que apesar destas mudanças significativas, de onde surgem as nossas escolas
modernas e as teorias pedagógicas, a Bíblia nos relata que a participação da família, em especial na
formação dos valores espirituais e morais de seus filhos, ainda permanece:

[...] trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em
tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti." (2 Tm 1.5)

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens
aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. (2 Tm 3.14-15)

Como anda nos dias atuais a relação entre a escola, com os seus agentes especializados na arte de
educar, e a família cristã? Qual o papel da escola e da família na educação e formação integral de seus
filhos? A falta de repostas e confusões feitas sobre essas questões acabam por promover sérios
problemas e distúrbios em nossa sociedade.

Há um verdadeiro jogo de "empurra", onde família e escola tentam transferir as responsabilidades da


educação. Trocas de acusações tornam-se cada vez mais comuns. A escola culpa a família pelo
desinteresse, insubmissão e não-aprendizado do aluno, e a família culpa a escola por tais problemas.

A escola afirma que é lugar apenas da aquisição de saberes diversos, transferindo a responsabilidade da
disciplina, formação ética e moral dos alunos para a família. O pior, é que a família cristã, além de não
estar envolvida no acompanhamento da aquisição destes saberes oferecidos pela escola, está também
negligenciando a sua importância na formação dos valores espirituais, éticos e morais de seus filhos,
querendo transferir para a escola (e para a igreja) tais papéis.

Família e escola não podem estar se degladiando, antes, precisam cooperar entre si no processo
educativo e formador de cidadãos. Para que isso aconteça, uma integração maior precisa acontecer. A
escola precisa assumir o seu papel de cooperadora na formação moral (o papel de formadora espiritual
foi infelizmente abolido nesta sociedade pós-cristã e pós-moderna) e conhecer mais a vida familiar de
seus alunos, enquanto a família precisa participar mais ativamente e efetivamente na vida escolar de
seus filhos, sendo atores coadjuvantes dos professores no processo de aquisição de saberes.

Nenhuma outra instituição social é mais influente na formação do caráter, na educação, na


disseminação de valores éticos, morais e espirituais do que a família.

De que maneira a família cristã pode cumprir na atualidade, o seu importante e fundamental papel na
educação integral de seus filhos amados?

1. Mantendo, aplicando e ensinando no contexto familiar os princípios e orientações bíblicas


quanto aos valores éticos, morais e espirituais judaico-cristãos;
2. Cooperando com a escola através das seguintes ações, prescritas na Cartilha
"ACOMPANHEM A VIDA ESCOLAR DOS SEUS FILHOS":

-Matriculando seus filhos na educação infantil. Quanto mais cedo eles começarem a estudar, mais
sucesso terão em sua vida escolar;
-Incentivando seus filhos a continuar estudando. Mostrando que, quanto mais eles estudarem, terão
mais oportunidades profissionais e pessoais;
-Orientando seus filhos a cuidarem do material escolar( livros, cadernos, lápis, etc) e uniforme;
-Visitando a escola de seus filhos sempre que puderem;
-Conversando com os professores;
-Conversando com os seus filhos sobre a escola, os professores, os amigos, as tarefas, os conteúdos;
-Incentivando o hábito de leitura;
-Ensinando-os a dividirem bem o tempo para o lazer e o estudo.

Juntas, a família cristã e a escola serão instrumentos poderosíssimos para a influência e transformação
de vidas, nessa caótica e transtornada sociedade pós-cristã e pós-moderna.

"A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho." (Art. 205 da Constituição Federal/1988)

"A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho." (Lei 9.394/96, Art. 2º)

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