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TÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A


DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
SEXUAL
• Art. 213 - Estupro
• Art. 215 - Violação sexual mediante fraude
• Art. 215-A - Importunação sexual
• Art. 216-A - Assédio sexual
Art. 213. ESTUPRO
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se
a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Abolitio criminis do art. 214, CP(atentado violento
ao pudor)?

Prática de conjunção carnal + outro ato


libidinoso: unidade ou pluralidade de crimes?
Posicionamento do STJ e STF:
O estupro (art. 213 do CP), com redação dada pela Lei
12.015/2009, é tipo penal misto alternativo. Logo, se o
agente, no mesmo contexto fático, pratica conjunção
carnal e outro ato libidinoso contra uma só vítima, pratica
um só crime do art. 213 do CP. [...]. STJ (Info 543).
Crime hediondo?
Art. 1º, V, Lei 8.072/90

anistia, graça e indulto


fiança
regime inicial
Progressão de regime
Subsume-se ao crime previsto no art. 213, §1º, do CP – a
conduta de agente que abordou de forma violenta e
sorrateira a vítima com a intenção de satisfazer sua
lascívia, o que ficou demonstrado por sua declarada
intenção de ‘ficar’ com a jovem – adolescente de 15
anos – e pela ação de impingir-lhe, à força, um beijo,
após ser derrubada ao solo e mantida subjugada pelo
agressor, que a imobilizou pressionando o joelho sobre
seu abdômen. Info 592, STJ
DIVERGÊNCIA: CONTEMPLAÇÃO
LASCIVA – Constrangimento ilegal ou
estupro?
Contato físico entre autor e vítima não é indispensável para
configurar o delito A conduta de contemplar lascivamente,
sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos
desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação
penal para a apuração do delito de estupro de vulnerável.
Segundo a posição majoritária na doutrina, a simples
contemplação lasciva já configura o “ato libidinoso” descrito
nos arts. 213 e 217-A do Código Penal, sendo irrelevante,
para a consumação dos delitos, que haja contato físico
entre ofensor e ofendido. STJ (Info 587).
CAUSAS DE AUMENTO (Art. 226, CP)
A) Aumenta-se de metade, se o agente é ascendente,
padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro,
tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação
dada pela Lei nº 13.718, de 2018) (art. 226, II, CP)
B) Aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se
o crime é praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018) (art. 226, IV, CP)
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais
agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
b) para controlar o comportamento social ou sexual da
vítima.
Questões
Sobre o crime de estupro (Código Penal, Art. 213), responda verdadeiro ou
falso:

• É crime inafiançável, segundo a Constituição da República Federativa do


Brasil tentar constranger alguém, mediante grave ameaça, a ter conjunção
carnal.
• Como a conjunção carnal e outros atos libidinosos passaram a caracterizar
o crime de estupro, não existe tentativa de estupro, pois a tentativa já é a
consumação de ato libidinoso.
• No crime de estupro, exige-se da vítima retidão moral, não caracterizando
constrangimento ilegal a prática do ato contra prostituta, ou pessoa que de
qualquer modo utilize a relação sexual como modo de vida.
• Causar lesão corporal grave na vítima em consequência do estupro é uma
forma qualificada do crime.
• A prática sequenciada de atos libidinosos e conjunção carnal
contra a mesma pessoa, dentro do mesmo contexto fático,
configura crime único.
• O consentimento da vítima, maior e capaz, obtido por meio de
constrangimento praticado em face de grave ameaça
perpetrado pelo autor, não afasta a tipicidade formal do crime de
estupro.
• Tanto sujeito ativo quanto sujeito passivo do crime de estupro
podem ser homem ou mulher.
• Pode-se caracterizar o crime de estupro mesmo que o sujeito ativo
não exerça o toque físico no corpo da vítima para a consumação
do ato.
(FGV – MPE/RJ)Carlos, imbuído de perniciosa lascívia
concupiscente em face de sua colega de trabalho, Joana, resolve
estuprá-la após o fim do expediente. Para tanto, fica escondido no
corredor de saída do escritório e, quando a vítima surge diante de
si, desfere-lhe um violento soco no rosto, que a leva ao chão.
Aproveitando-se da debilidade da moça, Carlos deita-se sobre a
mesma, já se preparando para despi-la, porém, antes da prática
de qualquer ato libidinoso, repentinamente, imbuído de súbito
remorso por ver uma enorme quantidade de sangue jorrando do
nariz de sua colega, faz cessar sua intenção e a conduz ao
departamento médico, para que receba o atendimento
adequado.
Em relação a sua conduta, Carlos:
A) responderá por estupro tentado, em virtude da ocorrência de
tentativa imperfeita;
B)não responderá por estupro, em virtude da desistência voluntária;
C)não responderá por estupro, em virtude de arrependimento eficaz;
D)não responderá por estupro, em virtude de arrependimento
posterior;
E)responderá por estupro consumado, pois atualmente a lei não exige
a prática de conjunção carnal para a configuração desse delito.

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