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CRIMES SEXUAIS
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA OS COSTUMES
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

- ESTUPRO:

Art. 213. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
Pena - reclusão, de seis a dez anos.

1. Do latim stupru;
2. Crime que consiste em constranger indivíduo, de qualquer idade ou condição, a conjunção carnal, por meio de violência
ou grave ameaça; coito forçado; violação;
3. Constranger significa forçar a fazer o que não quer.

a) Violência efetiva: Força física;

b) Violência psíquica: Quando diminui a vontade da vítima com o uso de bebidas, por exemplo;

c) Violência presumida: Menor de 14 anos e doente mental.

- ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR:


Art. 214. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:
Pena - reclusão, de seis a dez anos.

- POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE:


Art. 215. Ter conjunção carnal com mulher, mediante fraude:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado contra mulher virgem, menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.

- ATENTADO AO PUDOR MEDIANTE FRAUDE:


Art. 216. Induzir alguém, mediante fraude, a praticar ou submeter-se à prática de ato libidinoso diverso da
conjunção carnal:
Pena - reclusão, de um a dois anos.
Parágrafo único. Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (quatorze) anos:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

- ASSÉDIO SEXUAL:
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Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função.
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

CAPÍTULO II
DA SEDUÇÃO E DA CORRUPÇÃO DE MENORES

- CORRUPÇÃO DE MENORES:

Art. 218. Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com
ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
- FORMAS QUALIFICADAS:
Art. 223. Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único - Se do fato resulta a morte:
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

- PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA:
A presunção de violência independe da vontade da vítima.

Art. 224. Presume-se a violência, se a vítima:


a) não é maior de catorze anos;
b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância;
c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.

- AÇÃO PENAL:
Art. 225. Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa.
§ 1º - Procede-se, entretanto, mediante ação pública:
I - se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à
manutenção própria ou da família;
II - se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador.
§ 2º - No caso do n.º I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação.

- AUMENTO DE PENA:
Art. 226. A pena é aumentada:
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela.
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CRIMES SEXUAIS - ESTUPRO

- PERÍCIA:
Na mulher virgem, faz-se por meio das rupturas himenais, sendo que o hímen é uma prega cutânea rugosa.
O hímen complacente tem ostíolo de grande tamanho e orla muito baixa.

- DISTINÇÃO ENTRE ENTALHE E RUPTURA:


1. Uma dúvida que pode ser fatal;
2. Isto não é figura de retórica.

- CARACTERÍSTICAS DO ENTALHE:
1. Pouca penetração na orla himenal, não afetando, por isso, a margem de inserção;
2. Margens regulares e simétricas;
3. Margens revestidas, como na orla himenal, por epitélio pavimentoso estratificado;
4. Ângulo do entalhe arredondado.

- CARACTERÍSTICAS DA RUPTURA:
1. Penetração completa até a margem de inserção da orla himenal;
2. Margens irregulares e simétricas;
3. Margens com tecido fibroso cicatricial esbranquiçado;
4. Presença, nos casos recentes, de sinais de supuração localizada, especialmente nas desasseadas;
5. Ângulo de ruptura em forma de “V”.

- PERÍCIA NA MULHER NÃO VIRGEM:


1. Detecção de esperma na vagina, ou seja, detecta a presença de esperma, mediante os exames laboratoriais abaixo;

2. Exames Laboratoriais:
a) Reação de Florence;
b) Cristais de Baechi;
c) Reação de Barbério;
d) Técnica de Schütze;

3. Pesquisa de esperma na vagina:


a) Espermatozóides (e se o agente for vasectomizado?);
b) Dosagem de fosfatase ácida prostática;
c) Dosagem de PSA;
d) E se o agente usar preservativo? Nesse caso, deve-se pesquisar pelo resto das substâncias lubrificantes no agente e na
vítima.

- QUESITOS OFICIAIS:
1. Estupro, posse sexual mediante fraude e sedução – Arts. 213, 215 e 217:

a) Houve conjunção carnal? Sim, não ou sem elementos.


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b) Houve ruptura do hímen? Sim ou não.
c) Qual a data provável dessa ruptura? Se não houve, a pergunta encontra-se prejudicada.

d) Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido emprego de violência, e, no caso afirmativo, qual o
meio empregado? (Resposta justificada);
e) Da violência resultou lesão corporal de natureza grave? (Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§
1º e 2 º);
f) Da violência resultou a morte da paciente?
g) A paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou menor de 18 anos? (Resposta justificada);
h) A paciente é alienada ou débil mental? (Resposta justificada);
i) Houve qualquer outra causa que tivesse impossibilitado a paciente de oferecer resistência? (Resposta
justificada);
j) No caso indicado, formular ainda os quesitos da série II de exame de contágio venéreo.

2. Ato libidinoso, atentado violento ao pudor, atentado ao mediante fraude e corrupção de menores:

a) Houve prática de ato libidinoso?


b) Em que consistiu?
c) Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido emprego de violência e, no caso afirmativo, qual o meio
empregado? (Resposta justificada);
d) Da violência resultou lesão corporal de natureza grave? (Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1º e 2º );
e) Da violência resultou a morte do paciente?
f) O paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou menor de 18 anos? (Resposta justificada);
g) O paciente é alienado ou débil mental? (Resposta justificada);
h) Houve qualquer outra causa que impossibilitasse o paciente de oferecer resistência? (Resposta justificada);
i) No caso indicado, formular ainda os quesitos da série II do exame de contágio venéreo.

- DEVE SER ACRESCENTADO:

1. Método de Yuspe (contracepção de urgência) opção que deve ser lembrada à periciada;
2. Notícia da pílula do dia seguinte.

ATENTADO AO PUDOR

- ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR:


Art. 214. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:
Pena - reclusão, de seis a dez anos.

A expressão ato libidinoso significa qualquer ato que venha satisfazer o desejo sexual do indivíduo.

OBS: . Art. 1º, III, “g” da Lei n.º 7960/89.


. Art. 9º da Lei n.º 8072/90.
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- ATENTADO AO PUDOR MEDIANTE FRAUDE:
Art. 216. Induzir alguém, mediante fraude, a praticar ou submeter-se à prática de ato libidinoso diverso da
conjunção carnal:
Pena - reclusão, de um a dois anos.
Parágrafo único. Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (quatorze) anos:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

CAPÍTULO II
DA SEDUÇÃO E DA CORRUPÇÃO DE MENORES

- CORRUPÇÃO DE MENORES:
Art. 218. Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com
ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.

OBS: . Lei n.º 2252/54.


. Lei n.º 8069/90.

- ASSÉDIO SEXUAL:
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função.
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

CÓDIGO PENAL MILITAR

- PEDERASTIA OU OUTRO ATO DE LIBIDINAGEM:


Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar
sujeito a administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.

- INDIGNIDADE PARA O OFICIALATO:

Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado, qualquer que seja a
pena, nos crimes de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242,
243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR

- CASOS DE LIBERDADE PROVISÓRIA: Livro I – Título XIII – Das Medidas Preventivas e Assecuratórias – Capítulo VI –
Da Liberdade Provisória:
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Art. 270. O indiciado ou acusado livrar-se-á solto no caso de infração a que não for cominada pena privativa
de liberdade.
Parágrafo único. Poderá livrar-se solto:
a) no caso de infração culposa, salvo se compreendida entre as previstas no Livro I, Título I, da Parte Especial,
do Código Penal Militar;
b) no caso de infração punida com pena de detenção não superior a dois anos, salvo as previstas nos arts. 157,
1601 161, 162, 163, 164, 166, 1731 177, 178, 187, 192, 235, 299 e 302 do Código Penal Militar.

- CRIMES QUE IMPEDEM A MEDIDA:

Art. 617. A suspensão condicional da pena não se aplica:


I - em tempo de guerra;
II - em tempo de paz:
a) por crime contra a segurança nacional, de aliciação e incitamento, de violência contra superior, oficial de
serviço, sentinela, vigia ou plantão, de desrespeito a superior e desacato, de insubordinação, insubmissão ou de
deserção;
b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e parágrafo único, n.º s I a IV, do Código
Penal Militar.

ATO LIBIDINOSO

- CONCEITO:
1. Libidinagem: Do rad. lat. libidin- (< libido, inis, 'desejo violento', 'luxúria') + -agem2:

a) Vida ou ato de libidinoso;


b) Lascívia, sensualidade, voluptuosidade.

2. Libidinoso: Do lat. libidinosu:

a) Relativo ao prazer sexual, ou que o sugere; voluptuoso, sensual;


b) Que procura constantemente e sem pudor satisfações sexuais;
c) Lascivo, dissoluto, devasso;
d) Indivíduo libidinoso.

3. Libido: Do lat. libido (nom.), 'desejo violento', 'paixão', 'luxúria':

a) Instinto ou desejo sexual.


Psican. Energia motriz dos instintos de vida, i. e., de toda a conduta ativa e criadora do homem. [Cf. pulsão (2).]

- ATO LIBIDINOSO DIVERSO DA CONJUNÇÃO CARNAL:

1. Sodomia: Coito anal;


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2. Felação: Aplicação da boca nos genitais masculinos, independentemente se for agente masculino ou agente
feminino;
3. Cunilíngua: Aplicação da boca nos genitais femininos, independentemente se for agente masculino ou agente
feminino (Adapt. do lat. mod. cunnilingus < lat. cunnus, i, 'vulva', + lat. -lingus < v. lat. lingere, 'lamber');
É o ato de aplicar a língua na vulva e/ou clitóris (Sin., bras.: cunete e minete).
4. Topoinversões: Cada uma de várias práticas sexuais, executadas por pessoas de sexos diferentes, ou não, e que
se realizam em cavidades naturais, ou em partes do corpo estranhas à fecundação (de top(o)- + inversão);
5. Heteromasturbação;

6. Apalpadela ou mesmo manipulação violenta de seios, nádegas e vagina;

7. Contatos voluptuosos.

PERÍCIA DO ATO LIBIDINOSO

- COITO ANAL:
1. Na vítima:

a) Hemorragias por roturas das paredes anoretais e perineais;


b) Congestão e edema da região anal;
c) Infecções secundárias;
d) Orifício doloroso ao toque;
e) Hemorragias e equimoses da margem anal;
f) Rotura triangular da margem anal;
g) Rotura de pregas anais;
h) Rotura retoperineal;
i) Traumatismos na nuca, pescoço e região dorsal;
j) Pesquisa de esperma.

2. No autor:
a) Exame minucioso dos dedos e unhas;
b) Coleta de amostras de sangue, saliva ou urina nas unhas;
c) Pesquisa de matéria fecal na glande;
d) Edema do pênis;
e) Rotura do frênulo do prepúcio;
f) Escoriações da Glande.

- DISTINÇÃO ENTRE FISSURA ANAL E RÁGADE:

1. Fissura:
a) Etiologia: Desconhecida;
b) Evolução: Crônica;
c) Número: Em geral, única;
d) Localização preferencial: Linha média posterior, ás 12horas;
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e) Localização secundária: Linha média anterior, às 6 horas;
f) Forma: Ulceração ovóide;
g) Extremidade inferior: Plicoma sentinela;
h) Extremidade superior: Papila hipertrófica;
i) Tonicidade do esfincter: Hipertonia, espasmo;
j) Sangramento: Crõnico, escasso;
k) Complicações: Abcesso;
l) Cicatrização: Em geral, pós cirúrgica.

2. Rágade: Definição Dicionário Houaiss – S.F. Pat. Fissura nas junção entre a pele e a mucosa nos orifícios oral, nasal ,
vaginal e anal Etim. Gr fenda, greta:

a) Etiologia: Traumática;
b) Evolução: Aguda;
c) Número: Múltiplas;
d) Localização preferencial: Sem preferência de local;
e) Localização secundária: Sem preferência de local;
f) Forma: Fendas longitudinais;
g) Extremidade inferior: Sem peculiaridades;
h) Extremidade superior: Sem peculiaridades;
i) Tonicidade do esfincter: Hipotonia imediata;
j) Sangramento: Agudo, imediato;
k) Complicações: Nenhuma;
l) Cicatrização: Espontânea.

- QUESITOS OFICIAIS:
Ato libidinoso, atentado violento ao pudor, mediante fraude e corrupção de menores:

1. Houve prática de ato libidinoso?


2. Em que consistiu?
3. Há lesão corporal, ou outro vestígio, indicando ter havido emprego de violência e, no caso afirmativo, qual o meio
empregado? (Resposta justificada).
4. Da violência resultou lesão corporal de natureza grave? (Resposta especificada, com referência ao art. 129, §§ 1º e 2º).
5. Da violência resultou a morte do paciente?
6. O paciente é maior ou menor de 14 anos; ou é maior ou menor de 18 anos? (Resposta justificada).
7. O paciente é alienado ou débil mental? (Resposta justificada).
8. Houve qualquer outra causa que impossibilitasse o paciente de oferecer resistência? (Resposta justificada).
9. No caso indicado, formular ainda os quesitos da série II do exame de contágio venéreo.

INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

A investigação de paternidade na antiguidade era feita por princípios extremamente subjetivos, como por exemplo,
utilizava-se a semelhança fisionômica entre o filho e o suposto pai, o que nem sempre significa vínculo genético.
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Isto deu margem, com o surgimento da fotografia, do método que ficou conhecido como “prosoprografia”.
Os métodos eram empíricos e sem que qualquer credibilidade ou fundamento científico até que Mendel 1865 (Johann
Mendel, que adotou o nome de Gregor ao entrar para um convento) criou os métodos genéticos.

A partir daí, os métodos genéticos, chamados não sanguíneos, foram usados:


1. Cor dos olhos;
2. Cor dos cabelos;
3. Capacidade de enrolar a língua;
4. Sensibilidade Gustativa ao PTC;
5. Sentido do redemoinho dos cabelos.

Posteriormente, Karl Landsteiner identificou os grupos sanguíneos:


1. Primeiramente, a identificação dos grupos sanguíneos pelo sistema ABO;
2. Posteriormente, outros métodos foram utilizados:

a) Rh;
b) Duffy;
c) MN.

O que significam estas porcentagens?

a) 99% : 99 acertos em 100 inclusões;


b) 99,99% : 9.999 acertos em 10.000 testes ou risco de um erro em 10.000;
c) 99,9999% : 999.999 acertos em 1 milhão de testes ou chance de um erro em 1 milhão;
d) 99,999999% : 99.999.999 acertos em 100 milhões de testes.

Sistemas Percentual de probabilidade de exclusão


1. Eritrocitários
1.1 Sistema ABO 13,42%
1.2 Sistema Rh 27,46%
1.3 Sistemas Mns 30,95%
1.4 Os três assoc. 62,70%
2. Eritrocitários e séricos
ABO/Rh/MNSs/Hp 73,10%
3. Leucocitários
3.1 Sistema HLA (loci a e b) 90,00%
3.2 Sistema HLA assoc. a
3.2.1 ABO/MNSs/Rh 95,00%
3.2.2 SEE (Sist. Enzimas erit) 97,30%
3.2.3 ABO/Rh/MNSs/SEE 99,00%
4. Marcadores de DNA
4.1 Fingerprints/Bioprints Acima de 99,9999..%
4.2 P.C.R. Acima de 99,9999..%
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Sistemas Percentual de probabilidade de


determinação

1. Eritrocitários
1.1 Individualmente (ABO/MNSs/Rh/etc) Até 35%
1.2 Associados 71,83%
2. Grupos Séricos
2.1 Individualmente (GM-Gc-Hp-Outros) 30%
2.2 Associados aos eritrocitários 80%
3. Leucocitários
3.1 Loci A e B 86%
3.2 Associados aos eritrocitários Acima de 90%
4. Cariótipo com formação de bandas
4.1 Se o autor for menina 97%
4.2 Se o autor for menino 100%
5. Determinação do DNA
5.1 Teste Single-Locus Acima de 99%
Teste multi locus 100%

Possibilidade de coincidências em impressões digitais:

Número de coincidências Possibilidade de repetição de 1 em

2 16

3 64

4 256

5 1.024

8 65.536

9 262.144

10 1.048.576

11 4.194.304

12 16.777.216

17.179.869.184
16

A partir de 1953, é descoberto o DNA – James Watson e Francis Crick.


Este princípio só pôde ser levado à prática nos anos 80, com o desenvolvimento das técnicas de investigação pelo DNA.
Possibilidade de coincidências com o DNA:

Número de Bandas Probabilidade de uma pessoa não relacionada apresentar as


mesmas bandas
11
1 1 em 4

2 1 em 16

4 1 em 250

6 1 em 4.000

8 1 em 65.000

10 1 em 1.000.000

12 1 em 17.000.000

14 1 em 268.000.000

16 1 em 4.000.000.000

18 1 em 6.800.000.000

20 1 em 1.000.000.000.000

Existem, e devem ser levadas em conta as provas médico-legais não genéticas:

1. Fatos relacionados com o ato gerador e suas conseqüências imediatas:

a) Verificação da ausência ou da impossibilidade de coabitação (virgindade, impotencia coeundi);


b) Verificação da impossibilidade de procriação (impotencia generandi).

2. Fatos relacionados com o ato gerador e suas conseqüências imediatas:


a) Verificação de inexistência de parto pregresso;
b) Duração da gravidez.

3. Fatos relacionados com a idade do filho:


a) Para confronto com a época conhecida da coabitação;
b) Para confronto com a data conhecida do parto ou aborto.

De acordo com a súmula 301 do STJ:


“Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de
paternidade.”
Cuidados a serem seguidos:

1. É uma perícia cível como qualquer outra, sendo facultado a qualquer uma das partes a indicação de assistente técnico;
2. O assistente técnico deve observar, entre outras coisas a rigorosa identificação dos periciados e dos frascos contendo o
material colhido.

Vale ressaltar que o exame de DNA pode não ser necessariamente o primeiro exame a ser solicitado, pois deve-se
investigar primeiro as provas mais fáceis e disponíveis.

- OBSERVAÇÃO:
Os artistas plásticos eram os peritos da investigação de paternidade na antiguidade, como o Velazquez e o Goya.
12
No caso de exumação, geralmente analisa-se os ossos longos, que têm mais elementos para o DNA. Na ausência dele,
analisa-se a polpa dentária, que pode ter DNA até 20 anos depois da morte.

TRANSTORNOS DO INSTINTO SEXUAL

- TRANSTORNOS QUANTITATIVOS:
1. Anafrodisia: Quando o homem não tem mais interesse por nada, nem pelo sexo oposto, nem pelo mesmo sexo;
2. Frigidez: Quando a mulher não tem mais interesse por nada, nem pelo sexo oposto, nem pelo mesmo sexo;
3. Erotismo, satiríase: Quando há excesso de vontade de fazer sexo no homem;
4. Ninfomania: Quando há excesso de vontade de fazer sexo na mulher.

- TRANSTORNOS QUALITATIVOS:
1. Narcisismo: Aquele que cultua a própria figura como forma de satisfação;
2. Auto-erotismo: Aquele que se auto-satisfaz com a própria imaginação;
3. Mixoscopia, escoptofilia, voyerismo: É o prazer de algumas pessoas em observar outras pessoas fazendo sexo e tirando
a roupa;
4. Exibicionismo: A satisfação sexual é obtida quando a pessoa mostra seus órgãos sexuais para outras pessoas;
5. Cromo-inversão: Atração sexual só por pessoas de cor diferente (cromo significa cor);
6. Pluralismo: Atração sexual exclusivamente pelo sexo coletivo;
7. Flagelantismo: Satisfação sexual por meio de instrumentos;
8. Erotografia: Satisfação sexual descrevendo situações sexuais;
9. Riparofilia: Atração sexual por parceiros sujos;
10. Coprofilia: Satisfação sexual com pessoas defecando ou por algo referente às fezes (copro significa fezes);
11. Cropolalia: Satisfação sexual em ouvir palavrões, baixarias;
12. Urolagnia: Satisfação sexual com pessoas urinando ou por algo referente à urina;
13. Travestismo: Satisfação sexual em se vestir com roupas do sexo oposto;
14. Dolismo: Satisfação sexual em vestir bonecas e tirar a roupa delas;
15. Edipismo: Fixação sexual na figura materna, pois a satisfação sexual só acontece com a mãe;
16. Bestialismo: Atração sexual por animais;
17. Necrofilia: Atração sexual por cadáveres ou por ambiente fúnebre;
18. Vampirismo: Atração sexual por ambientes de sangue, como o matadouro;
19. Topo-inversão: Predileção exclusiva pelo sexo que não seja a conjunção carnal, como o sexo anal e o sexo oral;
20. Onanismo: Satisfação sexual masculina pela masturbação, como por exemplo: homem casado que só quer masturbar;
21. Sadismo: Satisfação sexual pelo sofrimento físico ou moral no parceiro;
22. Masoquismo: Satisfação sexual pelo próprio sofrimento físico ou moral;
23. Sadomasoquismo: os papéis se alternam (sadismo e masoquismo);
24. Crono-inversão: Atração sexual pelos extremos das idades, denominado pedofilia quando a afinidade é por crianças, e
gerontofilia quando é por velhos.

25. Pigmalionismo: Fixação por estátua;


26. Homossexualismo: Atração sexual pelo sexo oposto;
13
27. Fetichismo: Fixação por parte do corpo ou por determinadas roupas, como por exemplo: homem fardado, mulher de
lingerie.

ASPECTOS MÉDICO-LEGAIS DO ALCOOLISMO


E DA EMBRIAGUEZ

Alcoolismo é uma condição crônica, contínua, reiterada, enquanto a embriaguez pode ser uma modificadora da
responsabilidade penal.
Existem alguns exames para verificação de embriaguez alcoólica, com a finalidade de fornecer elementos esclarecedores:

a) Na contravenção penal da embriaguez;


b) Na infração do CTB;
c) De situação agravante ou atenuante da pena, nos crimes cometidos em estado de embriaguez;
d) De justa causa para dispensa de funcionário ou empregado;
e) De motivo de punição de militar.

- LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS:


Importunação Ofensiva ao Pudor
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em
perigo a segurança própria ou alheia:
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e tratamento.

Bebidas Alcoólicas
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I - a menor de 18 (dezoito) anos;
II - a quem se acha em estado de embriaguez;
III - a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais;
IV - a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de freqüentar lugares onde se consome bebida de
tal natureza:
Pena - prisão simples, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.

- CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO:


Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas
administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e
medidas administrativas definidas nas próprias resoluções.
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
14
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do
documento de habilitação.
Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

Art. 276. A concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue comprova que o condutor se acha
impedido de dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. O CONTRAN estipulará os índices equivalentes para os demais testes de alcoolemia.

Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de
fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia,
exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo
CONTRAN, permitam certificar seu estado.
§ 1o Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou de efeitos
análogos.
§ 2o No caso de recusa do condutor à realização dos testes, exames e da perícia previstos no caput deste artigo, a
infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas pelo agente de
trânsito acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor, resultantes do consumo de álcool ou
entorpecentes, apresentados pelo condutor.
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor.

- CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS:


Art. 482. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
f) embriaguez habitual ou em serviço;

- CÓDIGO PENAL:
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito
ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

- CÓDIGO PENAL MILITAR:


Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas do crime:
II - ter o agente cometido o crime:
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou força maior;
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
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Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob administração militar na via pública, encontrando-se em estado de
embriaguez, por bebida alcoólica, ou qualquer outro inebriante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

- RESOLUÇÃO N.º 81 DE 19/11/1998:


Disciplina o uso de medidores da alcoolemia e a pesquisa de substâncias entorpecentes no organismo humano,
estabelecendo os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes.
PERÍCIA DA EMBRIAGUEZ

- EXAME:
1. Hálito;
2. Aparência;
3. Atitude;
4. Memória;
5. Estado psíquico;

6. Equilíbrio:
a) Estático – Romberg;
b) Dinâmico – Marcha.

7. Orientação:
a) No tempo;
b) No espaço.

8. Coordenação motora:
a) Membros superiores;
b) Membros inferiores.
9. Pupilas – Se estão do mesmo tamanho;
10. Ração fotomotora;
11. Sensibilidade dolorosa;
12. Pressão arterial;
13. Pulso;
14. Incursões respiratórias por minuto;
15. Reflexos;
16. Elocução – Maneira de falar;
17. Dosagem do teor alcoólico no sangue e na urina, por exemplo, sendo que a pessoa pode se recusar a fazer esse exame.

- QUESITOS DO DETRAN:
1. Qual o material colhido para exame?
2. Qual a concentração de álcool no material colhido ou o seu equivalente de álcool por litro de sangue?
3. Acha-se o examinado sob influência do estado de embriaguez alcoólica?
4. Apresenta o examinado sinais ou sintomas de estar sob influência de psicofármaco?
5. Qual o psicofármaco?
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- QUESITOS DE EMBRIAGUEZ:
1. O paciente está embriagado pelo álcool ou outra substância de efeitos análogos? (Resposta especificada)
2. Esta embriaguez é completa ou incompleta? (Resposta especificada)
3. O paciente, em virtude da embriaguez completa, era, ao tempo da ação (ou omissão), inteiramente incapaz de entender o
caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento? (Resposta especificada)
4. O paciente, em virtude da embriaguez, não possuía, ao tempo da ação (ou omissão), a plena capacidade de entender o
caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento? (Resposta especificada)

PSIQUIATRIA FORENSE

- CÓDIGO CIVIL (Lei n.º 10.406 de janeiro de 2002):


Art. 3o. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses
atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4o. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.

- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL:


Art. 1.178. O órgão do Ministério Público só requererá a interdição:
I - no caso de anomalia psíquica;

- CÓDIGO PENAL:
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial.
Art. 224. Presume-se a violência, se a vítima:
b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância;

- CÓDIGO DE PROCESSO PENAL:


Arts. 149 ao 154 – Da insanidade mental do acusado:
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do
acusado, seja este submetido a exame médico-legal.
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- LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS:
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa
apresentada como doente mental:
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de
quem de direito:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.

1. Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos;


2. Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substâncias psicoativas;
3. Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes (perde o contato com a realidade);
4. Transtornos do humor (afetivos);
5. Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o “stress” e transtornos somatoformes;
6. Síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos;
7. Transtornos da personalidade e do comportamento do adulto;
8. Retardo mental.

OBS: Na simulação, a pessoa inventa o problema; na dissimulação, a pessoa esconde o problema; e na metassimulação, a pessoa
exagera o problema.
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Data: XX/11/07

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