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23/09/2020 Serial Killers Parte III - Classificação dos Serial Killers ~ Blog de Criminologia e Psicologia Forense

Serial Killers Parte III - Classificação dos Serial Killers


By Blog Criminologia e Psicologia Forense 09:59:00 No comments

Estudos na área de assassinatos em série resultaram em duas formas de classificar os serial killers: uma baseada no
motivo, e outra baseada nos padrões organizacionais e sociais. O método do motivo é chamado de tipologia de Holmes,
por causa de Ronald M. e Stephen T. Holmes, autores de vários livros sobre assassinatos em série e crimes violentos.
Nem todos os serial killers são de um tipo só, e muitos apresentam características de mais de um tipo. Nenhuma destas
classificações explica o que na realidade pode levar uma pessoa a se tornar um serial killer (falaremos mais sobre isso
adiante). Também não há dados científicos suficientes sobre os quais basear estas classificações - são baseadas em
dados de observação casual ou em entrevistas. Os críticos da tipologia de Holmes apontam esta como uma falha, mas
muitos investigadores ainda acham este método útil ao estudar assassinatos em série.

Segundo a tipologia de Holmes, os serial killers podem se concentrar no ato (aqueles que matam rápido), ou no processo
(aqueles que matam vagarosamente):

Visionários – indivíduos insanos ou psicóticos, eles matam porque escutam vozes ou tem visões que o “levam” a fazer
isso.

Missionários – Socialmente, mas tem a necessidade de livrar o mundo do que julga “imoral” ou indigno. Escolhe
determinado grupo de pessoas, como prostitutas, mendigos, homossexuais e etc.

Emotivos - matam por pura diversão, dentre os quatro tipos é o que realmente tem prazer em matar e utiliza requintes
sádicos e cruéis.

Libertinos – são os assassinos sexuais; matam por “tesão”. Quanto maior for o sofrimento da vítima maior será o seu
prazer. A ação de torturar, mutilar e matar lhe traz prazer sexual. Canibais e Necrófilos fazem parte desse grupo.

No linguajar do FBI, para fins de PERFIL BIOGRÁFICO, os assassinos motivados sexualmente são divididos em
“organizados”, “DESORGANIZADOS” e categorias “mistas”, baseados em características pessoais e evidências
encontradas nas cenas dos crimes. Em tese, essas determinações auxiliam a polícia a rastrear suas presas, na prática,
entretanto, não existe evidência persuasiva de perfil biográfico recente levando à prisão do assassino.

O quadro abaixo ilustra comportamentos dos dois tipos mais comuns:

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23/09/2020 Serial Killers Parte III - Classificação dos Serial Killers ~ Blog de Criminologia e Psicologia Forense

SERIAL KILLERS ORGANIZADOS

Conforme delineado pelos “caçadores de mentes” do FBI, um assassino organizado típico possui boa inteligência e é
socialmente competente, inclinando-se para ocupações qualificadas. Uma revisão da infância do sujeito, se e quando ele
foi preso, normalmente revela alta posição da ordem de nascimento (o mais velho ou filho único), um pai com emprego
estável e uma vida caseira marcada por disciplina inconsistente, alternativamente severa e indulgente. Na idade adulta, o
assassino organizado frequentemente vive com uma parceira, uma esposa legal, e é sexualmente competente. A
violência é precipitada pelo estresse, incluindo a discórdia conjugal ou a perda do emprego, e é frequentemente
abastecido pelo álcool. O assassino se desloca facilmente, mantendo um ou mais veículos em boas condições. Seu
humor é controlado na caçada, e ele normalmente segue o progresso das investigações da polícia por meio da mídia. Se
pressionado, o assassino organizado pode encontrar um novo trabalho ou deixar a cidade para evitar a detenção.

As características da cena do crime de um infrator organizado tipicamente traem um assassinato planejado com
antecedência, refletindo o controle total de seu meio ambiente pelo assassino. A vítima é normalmente um estranho
(exceto nos casos de predadores estacionários, que matam em suas casas ou no local de trabalho). O caçador
habitualmente prefere vítimas submissas, empregando restrições para anular a resistência durante a agressão sexual ou
tortura. O assassino vem preparado com quaisquer ferramentas ou armas necessárias e remove-as da cena quando
acaba. Pode personalizar a vítima por meio de conversa controlada (mesmo manuscrita), assim alimentando as fantasias
ritualísticas que dominam sua vida. Quando acaba com sua presa, o assassino organizado geralmente transporta o
corpo para outro local e esconde-o com cuidado, esforçando-se para não deixar nenhuma evidência útil para trás. Alguns
predadores são, na verdade, tão habilidosos, desde “JACK, O ESTRIPADOR” de Londres até nossos dias, que nunca
são pegos. Aqueles capturados pela polícia mais frequentemente vêm a sofrer algum descuido ou má sorte – um bilhete
de estacionamento entregou DAVID BERKOWITZ – e não pelo trabalho brilhante dos detetives.

SERIAL KILLERS DESORGANIZADOS

Extremo oposto dos assim chamados ASSASSINOS ORGANIZADOS no esquema do FBI de PERFIL BIOGRÁFICO
psicológico, estes criminosos parecem ter três investidas contra eles antes de começarem. Fazem tudo errado, desde o
primeiro ato impulsivo, até sua deserção de uma cena criminal caótica e dominada por indícios... e alguns deles ainda
continuam a matar e matar novamente por anos até o fim, quando, por acaso, são pegos.

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O assassino “normal” desorganizado possui inteligência média, se tanto, algumas vezes mentalmente retardado, quase
sempre socialmente imaturo. O criminoso espelha-se no registro do trabalho instável de seu pai, deixando ou perdendo
um emprego após outro, raramente sendo qualificado para uma ocupação especializada. Sua vida social é igualmente
estéril: o criminoso vive tipicamente sozinho e é sexualmente incompetente, algumas vezes virgem (o estrangulador
Harvey Glatman, por exemplo, experimentou o sexo pela primeira vez aos 29 anos, quando estuprou sua primeira vítima
e a matou). O assassino desorganizado raramente bebe para aumentar sua coragem, e seus crimes são impulsivos e
geralmente sem planejamento. Nenhum estresse grave de precipitação é visto; em vez disso, o assassino age ao acaso,
quase por impulso, sem pensar durante suas ações. Ele, frequentemente, vive e/ou trabalha próximo à cena do crime,
talvez atacando um vizinho e mostrando pouco interesse na cobertura da mídia do caso. Muito distraído ou lerdo para
reconhecer o perigo, ele raramente faz qualquer mudança dramática no estilo de vida para evitar a detenção.

Uma cena de crime desorganizado cheira a espontaneidade. A vítima é frequentemente conhecida de seu agressor, e
talvez por essa razão o assassino comumente despersonaliza sua face (desfigurando ou cobrindo seu rosto). A morte em
si é sempre um ataque “relâmpago”, com pouca ou nenhuma conversa, muito distante das técnicas do assassino
“organizado” de sedução preparada. Por serem normalmente mortas ou incapacitadas em segundos, as vítimas
raramente são atadas ou torturadas; qualquer agressão sexual é relatada tendo sido realizada no corpo. Por pensar tão
pouco na captura, o assassino desorganizado raramente transporta ou esconde seus homicídios, deixando os corpos
onde caíram e são facilmente encontrados. Pouco ou nenhum esforço é feito para limpar a cena do crime, esconder as
armas, ou erradicar evidências tais como sêmem ou impressões digitais.

Pareceria, a partir desse critério, que cada assassino desorganizado seria pego após o primeiro ou segundo assassinato,
mas este não é sempre o caso. Alguns como o Vampiro de Sacramento, Richard Trenton Chase, embarcam em tal feroz
atividade homicida que escapam dos investigadores durante um momento de desvio e torturam ampla gama de corpos
no processo. Outros, como EDWARD GEIN, de Wisconsin, são abençoados pelas circunstâncias – locais remotos ou
vizinhos particularmente desertos – e assim eles podem matar por anos, mesmo décadas, sem serem expostos.

Fontes:

- http://comportamentocriminoso.blogspot.com.br/2012/05/o-serial-killer.html

- http://www.institutomarconi.com.br/serialkillers.htm

- http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_direito/article/viewFile/923/759

- http://serialkillerworld.com.br/2013/12/21/o-que-e-um-serial-killer-quem-sao-suas-vitimas-quais-sao-os-modus-operandi-
e-as-caracteristicas-de-abusadores/

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