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Analisando a Cena do Crime

No momento que a polícia chega na cena do crime, uma lista de


procedimentos é colocada em andamento e estritamente seguida. A
razão para isso é simples: a cena do crime pode parecer desolada, mas
está repleta de vestígios que conectam o criminoso ao crime. É muito
importante que essas pistas não sejam destruídas, contaminadas ou
perdidas – a incorreta execução desses procedimentos pode colocar em
risco a solução do caso.

A primeira ação é isolar a área da cena do crime – mesmo sendo um


quarto pequeno ou uma rua inteira. Todas os vestígios encontrados Uma cena do crime
devem ser preservados. Também é importante reduzir o número de segura.
pessoas que tem acesso à cena do crime (inclusive de detetives), pois
podem introduzir materiais que possam confundir os investigadores. Para controlar o fluxo de
pessoas, os oficiais mantêm um registro de entrada e saída no local.

Depois, os oficiais determinam se o lugar é uma cena de crime primária ou secundária, ou seja, se
o crime aconteceu no local ou se foi somente um lugar de passagem do criminoso. Eles também
tentam estabelecer os pontos de entrada e saída dos suspeitos.

Localizando o Vestígio

Os detetives podem se movimentar, cuidadosamente, ao redor do local


para tentar determinar com exatidão o porquê e onde o crime
aconteceu. A cena do crime é documentada de forma escrita; além de
ser fotografada, filmada e desenhada. Os investigadores examinam
primeiro as áreas onde os suspeitos poderiam ter tido contato – portas
e janelas; armários, gavetas, cofres e outros lugares usados para
guardar coisas, principalmente nos casos de assalto.

Independente do tamanho da cena do crime, é importante que os


investigadores façam uma busca intensiva dentro da área delimitada. A cena de um crime é
Esses investigadores devem fazer uma análise profunda da cena para documentada com
conseguir toda a informação. Eles analisam o local fazendo quadrantes, anotações escritas,
espirais ou estabelecendo padrões de buscas lineares como fazem os fotografias, vídeos e
fazendeiros quando lavram o campo. O trabalho inicial é encontrar desenhos.
evidência física que sustente as primeiras teorias dos detetives, por
exemplo: marcas de ferramentas feitas por uma entrada forçada, pegadas deixadas pelo intruso
ou até manchas ou salpicados de sangue; qualquer coisa que os ajude a reconstruir os fatos.

Recolhendo Vestígios

Os vestígios mais vulneráveis são recolhidos primeiro para que não


fiquem à mercê de outros elementos – o vento pode mover cabelos, por
exemplo. Os investigadores recolhem fibras e cabelos através de fontes
de luzes que alteram o contraste ressaltando-os. Estes elementos são
transferidos depois com uma pinça para um pacote.

Os carpetes dos locais são aspirados com um tipo especial de pó que


demarca as áreas. Este material aspirado é depois peneirado para que
os vestígios importantes sejam encontrados. As impressões digitais são
fotografadas e empoeiradas com pós-especiais que colam em qualquer As evidências da cena
superfície oleosa e revelam os padrões em espiral das impressões. Uma de um crime são
cópia da impressão pode ser tirada através de uma fita adesiva. Estas recolhidas e
fitas transparentes são colocadas sobre as impressões, dando aos acondicionadas em
investigadores uma reprodução exata da impressão que será levada ao recipientes lacrados.
laboratório. Os vestígios são empacotados separadamente e
hermeticamente vedados para que não sejam contaminados com outras amostras.
Sobre vestígios, indícios e evidências

Vestígios, indícios e evidências são palavras que aparecem no jargão


criminalístico que, apesar de possuirem suas particularidades, nem sempre
são compreendidas. Reproduzo neste post um trecho de um artigo publicado
na Revista dos Tribunais que esclarece o assunto:

"Esses termos são freqüentemente utilizados como sinônimos. Porém, num


contexto criminalístico, existe uma diferenciação importante em suas
semânticas formais. Visando evitar acroases, vale introduzir neste trabalho
definições destes termos. Apesar de relacionados, tais conceitos podem gerar
equívocos interpretativos caso deixem de ser bem delineados. Enquanto o
vestígio abrange, a evidência restringe e o indício circunstancia. Como se nota
a seguir.

O Código de Processo Penal brasileiro traz que, na presença de vestígios, o


exame de corpo de delito será indispensável sob pena de nulidade. O objetivo
primo do exame referido é a comprovação dos elementos objetivos do tipo,
essencialmente no que diz respeito ao resultado da conduta delituosa, através
de vestígios. Entretanto, não há dispositivo legal que defina precisamente o
que vem a ser um vestígio, mesmo porque a lei não é o espaço para fins de
definição. Mas é provável que esta ausência de definição jurídica também
decorra do fato de a palavra ser empregada num sentido próximo do comum,
não necessitando de um critério normativo específico. Etimologicamente, o
termo deriva da palavra latina vestigium que, por sua vez, possui significado
bastante abrangente: planta ou sola dos pés (das pessoas e dos animais),
pegada, pista, rastro; traço, sinal, marca. Em termos periciais, o conceito de
vestígio mantém a característica abrangente do vocábulo que lhe deu origem,
podendo ser definido como todo e qualquer sinal, marca, objeto, situação
fática ou ente concreto sensível, potencialmente relacionado a uma pessoa ou
a um evento de relevância penal, e/ou presente em um local de crime, seja
este último mediato ou imediato, interno ou externo, direta ou indiretamente
relacionado ao fato delituoso.

Ao chamar uma coisa qualquer de vestígio, se está admitindo que sua situação
foi originada por um agente ou um evento que a promoveu. Um vestígio,
portanto, seria o produto de um agente ou evento provocador. Nesta
dinâmica, pressupõe-se que algo provocou uma modificação no estado das
coisas de forma a alterar a localização e o posicionamento de um corpo no
espaço em relação a uma ou várias referências fora e ao redor do dele. O
correto e adequado levantamento de local de crime, por exemplo, revela uma
série de vestígios. Estes são submetidos a processos objetivos de triagem e
apuração analítica dos quais resultam diversas informações. Uma informação
de relevância primordial é aquela que atesta ou não o vínculo de tal vestígio
com o delito em questão. Uma vez confirmado objetivamente este liame, o
vestígio adquire a denominação de evidência. Nas palavras de Mallmith
(2007), "as evidências, por decorrerem dos vestígios, são elementos
exclusivamente materiais e, por conseguinte, de natureza puramente
objetiva". Portanto, evidência é o vestígio que, após avaliações de cunho
objetivo, mostrou vinculação direta e inequívoca com o evento delituoso.
Processualmente, a evidência também pode ser denominada prova material.

Assim como ocorre com o vestígio, a origem da palavra indício também vem
do latim indicium, cuja semântica é "sinal, indicação, revelação, denúncia,
descoberta, acusação, indício, prova". O próprio radical latino index, por si
só, tem sentido de "aquilo que indica" (Mazzilli, 2003). Porém, ao contrário do
vestígio e da evidência, o indício apresenta uma conceituação legal prevista
no Código de Processo Penal brasileiro. Neste sentido, indício seria uma
circunstância conhecida, provada e necessariamente relacionada com o fato
investigado, e que, como tal, permite a inferência de outra(s)
circunstância(s). O termo "circunstância" é aqui utilizado como expressão
próxima, semanticamente, de "conjuntura", como a combinação ou
concorrência de elementos em situações, acontecimentos ou condições de
tempo, lugar ou modo.

Considerando a definição legal, é de se reparar que um indício, sendo uma


circunstância, autoriza a conclusão indutiva de outros indícios, também
circunstanciais. Nos termos da lei, a circunstância conhecida e provada seria
uma premissa menor, ao passo que a razão e a experiência seriam uma
premissa maior; da comparação entre as premissas menor e maior emerge a
conclusão indutiva de que trata o texto legal (Mirabete, 2003). Via de regra,
essa premissa menor vem apresentada de forma objetiva por se tratar de
"circunstância conhecida e provada". Cumpre consignar que o indício se
reveste de uma situação circunstancial, cuja interpretação pode ser objetiva
ou subjetiva, ainda que relativamente. Nesses termos, a premissa menor
referida acima coincide com a evidência, por se afastar do caráter subjetivo
e, conseqüentemente, por se revestir de objetividade.

A subjetividade potencial do indício é a ele inerente dado o momento pós-


pericial de sua gênese. O indício surge num instante processual, quando às
evidências foram agregados fatos apurados pela autoridade policial (quando
do inquérito) ou ministerial (quando da denúncia). Então, toda informação
que tem relação com o relevante penal é um indício, seja ela objetiva ou
subjetiva. Entretanto, o indício se aparta das conclusões periciais quando
puramente subjetivo. Logo, o indício originário de uma evidência é sempre
decorrente de um procedimento pericial e, portanto, objetivo. Na
processualística penal, há quem intitule o indício resultante de subjetividade
de prova indiciária (Mazzilli, 2003).

Assim sendo, podemos deduzir que a evidência é o vestígio que, mediante


pormenorizados exames, análises e interpretações pertinentes, se enquadra
inequívoca e objetivamente na circunscrição do fato delituoso. Ao mesmo
tempo, infere-se que toda evidência é um indício, porém o contrário nem
sempre é verdadeiro, pois o segundo incorpora, além do primeiro, elementos
outros de ordem subjetiva."
1.Vestígios do crime
Os criminosos trabalham todos os dias, a todas as horas.
Para os apanhar, a policia depende cada vez mais da ciência
forense - a ciência da resolução dos crimes.

A ciência forense começa na cena do crime, o local onde


um crime foi cometido. Ali, os investigadores esperam
encontrar as pistas que os conduzirão ao suspeito: alguém
que possa ter perpetrado o crime. Procuram provas na cena
do crime, ou seja, qualquer objecto, marca ou padrão que lhes
possa ter cometido o crime. Procuram provas na cena do
crime, ou seja, qualquer objecto, marca ou padrão que lhes
possa fornecer informações.

Ao fotografarem, estudarem e analisarem a prova, os


cientistas forenses podem estabelecer a ligação dos suspeitos
a uma cena de crime e ajudarem a provar se estes são
inocentes ou culpados.

1.1 - A cena do crime

1.2 - A recolha de provas

1.3 - Fotografia

1.4 - Marcas que contam história

1.5 - Encontrar um corpo

1.6 - Recolha de impressões digitais

1.7 - Mostrar o invisível


1.1 A cena do crime
A ciência forense começa
na cena do crime, o local
onde um crime foi cometido.
Ali, os investigadores
esperam encontrar as pistas
que os conduzirão ao
suspeito.

Os polícias e os
detectives tomam medidas
especiais para preservar a
cena do crime exactamente como a encontraram, porque as
provas são frágeis e podem ser facilmente destruídas. Sem
provas, pode ser impossível resolver um crime e apanhar os
criminosos que o executaram.

Inicialmente, os polícias/investigadores procuram ver por


onde os criminosos possam ter entrado antes de cometerem o
crime e como saíram posteriormente, pois estes locais podem
ter pistas importantes sendo vital que permaneçam intactas.
Por vezes o seu trabalho obriga-os a fazer uma alteração
na cena do crime (abrir uma porta, entre outras).

Quando isso acontece, escrevem uma nota para lembrar que


a porta estava fechada quando chegaram.

As testemunhas oculares são vitais para uma investigação


pois viram o que realmente aconteceu.

1.2 A recolha de provas


As pistas que os investigadores encontram numa cena de
crime podem conduzi-los aos criminosos. No entanto, uma
busca minuciosa de provas é importante inclusive quando os
polícias têm a certeza de quem foi o autor do crime. Sem
provas, é difícil demonstrar que o suspeito esteve na cena do
crime. No tribunal o juiz pode duvidar da palavra da polícia se
não existirem provas. A menos que se tenha a certeza de que
os suspeitos são culpados, não podem ser condenados.

Cabe à polícia de investigação criminal procurar,


preservar e registar as provas. Os criminosos experientes têm
cuidado para não deixarem pistas óbvias. Mesmo quando a
explicação do crime parece simples e os investigadores
acreditam conhecer o culpado, precisam de registar tudo.

Os policias de investigação
criminal começam por procurar
as provas que o tempo ou as
condições climatéricas poderão
destruir (ex.: marcas de pneus
na neve, etc). A seguir
procuram nas áreas que estão
associadas ao crime, como
perto do corpo quando se trata
de um homicídio. Também procuram em locais menos óbvios,
pois um suspeito pode, inconscientemente, tocar com a mão
em algum lado para se apoiar, podendo os policias encontrar
impressões digitais.

Para que nada lhes escape, os policias


certificam-se de que a sua busca cobre toda
a cena do crime. Numa casa, enumeram os
quartos e procuram em um de cada vez.
Fora de casa, alinham-se e caminham em
linha recta ou começam no centro e vão em
espiral até às extremidades.

A prova é fotografada antes de ser


recolhida e a sua localização é assinalada
num plano. A seguir, com cuidado para não
sofrer alguma alteração, é colocada dentro de um saco,
fechada e etiquetada. É feito um registo do que foi
encontrado, quem o encontrou e onde foi encontrado. Este
registo vai aumentando sempre que alguém estuda ou mexa
na prova e permite aos policias garantir que ninguém sem
autorização mexeu na prova.

1.3 Fotografia
A máquina fotográfica é talvez a
ferramenta mais útil do cientista
forense na cena de um crime. Com
uma simples máquina fotográfica
instantânea, os cientistas forenses
fazem um registo rápido antes de
alguma coisa sofrer alterações devido
à procura de provas. No entanto nem
sempre é tão simples como parece.
Recorre-se a equipamento sofisticado
e a técnicas de iluminação especiais
para mostrar pistas que não são
visíveis a olho nu. As máquinas fotográficas também captam
provas que são demasiado grandes para serem retiradas da
cena do crime e pistas que os testes posteriores podem vir a
destruir.
No longínquo ano de 1843, apenas 4 anos após a invenção
da fotografia, a policia belga começou a fotografar criminosos
conhecidos.

Os fotógrafos forenses
incluem ainda a escala.
Também se certificam de
que a máquina está
posicionada exactamente
de acordo com o motivo
e não inclinada. Estas
precauções garantem
que a máquina
fotográfica regista a
prova o mais claramente
possível. No entanto a
tecnologia que estes cientistas usam mudou. Actualmente,
usam imagens a cores e com máquinas digitais ou filme
instantâneo podendo verificar se têm a fotografia que
querem.

Frequentemente eliminam a cena para tornar a imagem


mais nítida e incluem uma régua. Colocar uma luz num lado
da câmara projecta sombras escuras que evidenciam o
padrão da marca.

Os raios ultravioletas podem fazer brilhar impressões


digitais, suor e urina. As manchas de sangue foram lavadas
também brilham na luz púrpura se forem borrifadas com um
químico especial.

1.4 Marcas que contam histórias


Um rasto de sangue, uma série de buracos de balas ou
de arranhões num peitoril de janela: numa cena de crime
todas estas marcas
têm uma história para
contar. A sua leitura e
compreensão ajudam
os detectives a
reconstruírem o crime.
A forma das marcas e a
sua posição podem
mostrar o modo como
um vilão entrou numa casa, onde estava um assassino, e
inclusivamente, se são canhotos ou destros.

As marcas individuais podem não ser importantes em si.


Mas em conjunto, todas as marcas dizem muito mais.

As armas também contam uma história - ou até duas,


porque cada bala tem duas partes. A parte da frente da
bala disparada marca ou fura tudo o que atinge. Este
padrão mostra aos detectives a trajectória da bala. A outra
parte da bala, o cartucho, não voa juntamente com a bala.
Em vez disso, normalmente é projectado para um lado.
Assim, o padrão dos cartuchos pode mostrar o local de
onde o assassino disparou.

Numa cena de crime, os


investigadores usam sistema de
medição e máquinas fotográficas
para juntarem e preservarem as
provas. Para documentar a
trajectória de uma bala,
reconstituem o seu percurso com
fios, varas ou raios laser. A análise
de marcas de sangue requer uma
técnica especial. Os cientistas forenses registam os ângulos
das gotas salpicadas, usando réguas, fios ou um
computador. As gotas apontam literalmente para o local
onde estava a vitima quando foi ferida.

As armas, o sangue e as ferramentas não são as únicas


coisas que deixam padrões reveladores. Vidros partidos,
queimaduras e mobiliário podem deixar marcas que um
cientista forense atento saberá usar para solucionar um
crime.
1.5 Encontrar um corpo
As mortes suspeitas são um desafio especial para os
investigadores. Sendo o homicídio um crime muito grave,
precisam de ter cuidados redobrados para preservar
qualquer prova que possam encontrar no corpo ou à sua
volta. Até a temperatura do corpo da vitima pode revelar a
hora da sua morte.

Em primeiro lugar os investigadores tentam ver se a vitima


ainda está viva, procurando sinais vitais como a respiração
ou a pulsação. Se a vitima estiver viva chamam de imediato
uma ambulância. Pelo contrario se não existiram sinais de
vida pouco há a fazer senão esperar pelo patologista
forense e pelo fotografo. Os patologistas forenses
especializam-se no dano que um crime provoca no corpo
humano.

Para descobrir quando a pessoa morreu, o médico mede


a temperatura do corpo e do ar. Quando o ar está a 21ºC, o
corpo arrefece cerca de 10ºC em 12 horas, por isso estas
duas medidas
indicam a hora da
morte.

A seguir, o
patologista verifica
o rigor mortis
(rigidez
cadavérica), que
torna os membros
difíceis de mover.
Começa no rosto,
espalhando-se
posteriormente pelo corpo no intervalo de 6 a 12 horas. A
rapidez com que se espalhou pode indicar a hora da morte.
O patologista também procede a um breve exame geral do
corpo, procurando apenas indícios que possam deteriorar-
se ou desaparecer. São retiradas amostras da boca e dos
outros orifícios do corpo.

O médico também está atento as cores. Após a morte, o


sangue desce para a parte inferior do corpo, conferindo-lhe
uma cor rosada. Se estiver noutra zona, o corpo poderá ter
sido deslocado. Por fim, o corpo é levado para o laboratório.
Dentro do saco, a cabeça, as mãos e os pés são protegidos
com invólucros extra para facilitar a identificação e recolha
de provas presentes nesta partes do corpo.

1.6 Recolha de impressões


digitais
Existe um tipo de prova muito especial
que tem um valor único para os
investigadores. As impressões digitais são,
de todas as provas, a mais pessoal e
deixamo-las em todos os locais onde
tocamos. São formadas por rugas em
forma curva na pele das nossas mãos. Cada pessoa tem um
padrão de rugas diferente. As impressões digitais que os
criminosos deixam podem provar onde estiveram, o que
fizeram e ainda mais importante, quem
são.

Os investigadores procuram impressões


digitais com muito cuidado. Às vezes são
evidentes, mas a maior parte das vezes os
vilões não facilitam o trabalho dos
detectives. As impressões deixadas por
mãos limpas, inclusive em superfícies
brilhantes como o vidro ou o metal, são
difíceis de ver a não ser que a luz incida no
ângulo certo. Nas superfícies mais ásperas
e menos lisas, como o papel, as
impressões digitais podem ser completamente invisíveis.

Para encontrar estas impressões escondidas ou latentes


em superfícies brilhantes, os polícias de investigação criminal
usam pincéis com pó muito fino para cobrirem as superfícies
que muito provavelmente foram tocadas pelos criminosos. O
pó agarra-se aos vestígios de gordura e suor associados às
impressões digitais. Para evitar esbater as impressões em
superfícies muito brilhantes, os polícias usam pó de ferro,
aplicando-o com um pincel magnético que não toca na
superfície.

O próximo passo é preservar as impressões para que


possam ser usadas como prova. Primeiro, os polícias de
investigação criminal tiram fotografias das impressões. A
seguir, se o objecto é suficientemente pequeno, retiram-no e
levam-no para o laboratório de investigação, tendo o cuidado
para não alterar as impressões. Se as impressões estiverem
num objecto que não pode ser deslocado, retiram-nas com
uma fita adesiva especial.

As impressões digitais não são as únicas impressões que


os investigadores estudam nas cenas de crime. Também
procuram impressões deixadas por pés descalços, sapatos e
rastos de pneus de veículos.

Na cena do crime, os polícias registam marcas


profundamente impressas, primeiro com uma máquina
fotográfica e a seguir deitando um composto liquido nas
cavidades da impressão para obter um molde. O composto
solidifica em minutos, criando um registo permanente que os
detectives podem comparar com as marcas de um suspeito.

Para recolher pegadas difíceis de fotografar os polícias


utilizam vários métodos. Em chãos duros utilizam gel (uma
folha de material pegajoso que revela o padrão através do pó
ou sujidade). Se existirem impressões em documentos ou
papel, usam um instrumento de recolha electrostático. Trata-
se de uma folha metálica coberta de plástico preto ligada a
um aparelho que gera uma carga eléctrica estática elevada. A
carga estática atrai o pó da impressão para o plástico preto,
onde se vê mais facilmente.

1.7 Mostrar o invisível


Na cena de um crime
sangrento, é difícil para o
assassino limpar o local. Os baldes de detergente apagam
todas as manchas do crime horrível que aconteceu… ou será
que não apagam? Quando os investigadores chegam após
uma chamada, desconfiam de tudo. Pulverizam a cena do
crime com químicos especiais e eis que surge um padrão de
manchas a brilhar nas paredes e no chão. Os detectives
dispõem de um grande número de químicos, que está sempre
a aumentar e métodos que tornam visíveis as pistas
escondidas.

Os sinais de crimes nem sempre são fáceis de ver. Os


investigadores tem de trabalhar muito para descobrirem as
pistas de que precisam para capturar os criminosos e provar a
sua culpa.

Os cientistas forenses precisam de saber se existe sangue


numa cena de crime e descobrir onde está. Para o descobrir,
pulverizam qualquer área de que desconfiem com químicos
que fazem com que as manchas de sangue brilhem no escuro.
Mesmo quando as manchas foram levadas ainda existe
sangue suficiente para reagir com os
químicos.

Assim como alguns químicos podem


revelar manchas de sangue indistintas,
existem outros que podem mostrar
impressões frágeis em superfícies
difíceis ou impossíveis de pincelar com
pó. Um dos melhores meios de tornar as
impressões mais visíveis é usar um
adesivo de cianocrilato ou supercola. Este liberta um vapor
que se agarra ao suor das impressões digitais e cobre cada
linha com uma camada dura de plástico branco que se vê
claramente. Os cientistas forenses defumam superfícies que
possam ter impressões digitais com fumos de supercola ou
pegam nos objectos pequenos e levam-nos para o laboratório
para os analisar dentro de uma caixa cheia de fumo.

As superfícies húmidas ou absorventes precisam de


tratamentos diferentes. A ninidrina, que é usada em
superfícies tais como papel de parede, dá cós púrpura ao suor
das impressões digitais. A desferroxamina trabalha de modo
idêntico. É cem vezes mais sensível, mas precisa de luz ultra-
violeta para revelar as impressões.

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