1 – Introdução
O termo criminalística, foi utilizado pela primeira vez por Hans Gross, que
foi Juiz de Instruções e Professor de Direito Penal em 1893, na Alemanha e,
com a publicação de seu livro Manual do Juiz de Instrução, lançou as bases
da criminalística, sendo hoje considerado como o pai da criminalística.
1.1 – Conceito
Lembramos que quando falamos de crime material, estamos falando dos crimes onde há
uma necessidade de modificação do mundo exterior, ou seja, de um resultado externo a própria
ação, sendo indispensável o resultado material para que os mesmos existam.
O vestígio é o material bruto que o perito constata no local do crime ou faz parte do
conjunto de um exame pericial qualquer. Porém, somente após examiná-lo
adequadamente é que se pode saber se aquele vestígio está ou não relacionado ao
evento periciado.
Cumpre observar que somente será considerado como sendo indício, o elemento
que puder levar ao que chamamos de prova indiciaria, ou seja, é um princípio de prova
inequívoco.
Assim sendo, os vestígios podem nos levar as chamadas evidências, que é aquilo
que é evidente, que é incontestável, que todos veem ou podem ver e verificar. No âmbito
da criminalística, constitui uma evidência o vestígio que, após analisado pelos peritos, se
mostra diretamente relacionado com o delito investigado. As evidências são, portanto, os
vestígios depurados pelos peritos.
O que caracteriza a evidência é a sua vinculação com o crime em si, ou seja, o
vestígio uma vez analisado e demonstrada a sua vinculação com o fato criminoso, se
torna evidência.
Já quando falamos de indícios, temos a sua conceituação no artigo 239 do
Código de Processo Penal, que estabelece que “considera-se indício a
circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato autorize, por
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.”
Na realidade o termo indício, tem conotação processual, enquanto que
evidências e vestígios são expressões utilizadas na fase da perícia, ou seja, da
investigação criminal.
Já quando falamos em prova, estamos diante da situação que é inequívoca,
ou seja, que está devidamente provada dentro do processo, ou seja, aquilo que era
indício virou prova. Exemplo. Eu ganho R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais)
por mês, mas tenho um carro que vale R$250.000,00, neste caso há indícios de
que eu tenho uma renda maior do que a declarada. No entanto, se eu tiver
testemunhas, ou documentos que demonstram que ganho R$50.000,00 terei uma
prova e não um indício. O indício pode evoluir para a prova.
No que tange aos vestígios materiais, que podem levar a existência de
indícios materiais, podem ser divididos da seguinte forma:
1º) Perceptíveis aos sentidos ou Imperceptíveis aos sentidos, sendo
que os imperceptíveis aos sentidos podem ser subdivididos em:
• Latentes: que só podem ser percebidos sensorialmente depois de
revelados, a exemplo de fios de cabelo;
c) Ilusórios: quando não tem nenhuma relação com o crime, podendo ser
anteriores, ou posteriores ao próprio delito e que são produzidos sem a intenção,
a exemplo de marcas de calçado existentes no local do crime e que foram
deixados pelos próprios policiais.
A falta de exame de corpo de delito ainda pode levar a nulidade do processo, tal qual se
verifica do artigo 564, III, “b” do CPP, podendo ainda influenciar na sentença a ser proferida, nos
termos do artigo 386, II do CPC.
Impõe-se assinalar ainda, que a confissão do acusado não supre a ausência do exame de
corpo de delito em se tratando de infração que deixa vestígios, nos termos do artigo 167 do CPP.
Não se pode esquecer ainda que o exame de corpo de delito é prova pericial dentro de um
processo e, portanto, não tem compromisso com acusação e defesa (pelo menos em tese),
motivo pelo qual possui grande importância probatória.
Discute-se se a obrigatoriedade de tal prova ofenderia um Princípio de Livre
Convicção do Juiz, visto que, este não estaria obrigatoriamente vinculado ao exame de
corpo de delito, sendo que, na realidade, o que há é uma preocupação do legislador com
a segurança jurídica das decisões judiciais, em especial em se tratando de sentença
condenatória.
Assim sendo, referida espécie de prova acaba se sobrepondo as demais, em que
pese não haver “oficialmente” uma hierarquia de provas em nosso sistema jurídico.
Há que observar, por fim, que o entendimento predominante é que o Juiz somente
poderá rejeitar o exame de corpo de delito em caso de estar devidamente comprovado
que houve dolo ou erro por parte do perito.
Em se tratando de perito, o artigo 159 do CPP determina que o exame de corpo de
delito seja realizado por Perito Oficial e, na falta deste, por duas pessoas idôneas,
portadoras de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que
tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame, nos termos do §1º,
artigo 159 do CPP, os quais deverão prestar compromisso, nos termos do §2º de
referido artigo.
Há um entendimento de que a reprodução simulada dos fatos, a chamada
reconstituição do crime, seria uma forma de exame de corpo de delito indireto, na
qual o perito oficial emite um juízo de valor sobre a versão apresentada do crime.
É importante salientar que é fundamental que haja a participação da defesa em
referida reconstituição, permitindo-se que, em fase policial, o suspeito se faça
acompanhar de advogado.
Quando falamos de reconstituição do crime, estamos na realidade fazendo
uma encenação do delito, com atores representando os fatos anteriormente
ocorridos, tudo com a finalidade de assegurar a obtenção da versão mais próxima
dos fatos.
Referida reconstituição será feita mediante o registro fotográfico ou, de
preferência, mediante filmagem da mesma para que posteriormente possa ser
analisada pelas partes no processo e, assim, buscar a melhor adequação dentre
das verdades apresentadas pela acusação e pela defesa e, inclusive, sobre a
verdade de autor e vítima do fato.
Assim sendo, do ponto de vista pericial, buscará o perito chegar a um posicionamento
sobre as versões apresentadas pelo acusado, testemunhas e vítima, quando possível fazê-lo,
podendo ainda, cotejar tais versões com as demais provas técnicas existentes nos autos.
Entretanto, há ainda uma forte preocupação pericial com o local do crime, tudo
conforme se passará a demonstrar.
2.3.1 - Conceito
“Local do crime é toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a configuração
de delito e que portanto exija as providências da Polícia Judiciária.”
Eraldo Rabello, um dos maiores peritos do Brasil, utiliza uma metáfora para explicar o
significado de local de crime:
“Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, cujas páginas por terem a
consistência de poeira, desfazem-se, não raro, ao simples toque de mãos imprudentes,
inábeis ou negligentes, perdendo -se desse modo, para sempre, os dados preciosos que
ocultavam à espera da argúcia dos peritos.”
• O que aconteceu;
• Como aconteceu;
2.3.2.4 – Quanto aos Vestígios Existentes no Local:
Temos que determinar quais são os vestígios existentes no local dos fatos, sendo que o local por
ser considerado:
a) Locais Idôneos, preservados ou não violados: sendo considerados aqueles que são
mantidos íntegros, entre o momento em que houve a prática delitiva e o momento em que ocorre a
chegada dos peritos;
b) Locais Inidôneos, não apropriados ou violados : sendo assim considerados os que foram
violados ou devassados, entre o momento da prática delitiva e a chegada dos peritos, devendo ser
tratado como local onde pode ter havido a adição ou subtração de evidências e, ocasionando
equívocos na interpretação dos vestígios.
c) Locais Relacionados: são os que se referem a uma mesma ocorrência, mas que tem
práticas delitivas fracionadas, ou praticadas em áreas relacionadas, nos casos onde o crime
ocorreu em dois ou mais locais diferentes, os quais, associados se complementam na
configuração do delito, a exemplo do crime de sequestro, onde há o início da prática delitiva em
um lugar e o cárcere existente em outro local, ou ainda, quando há falsificação de moeda em um
local e em outro ocorre o derrame de referidas notas, etc.
2.4 – DA ABORDAGEM, DO ISOLAMENTO E A PRESERVAÇÃO DO LOCAL DO
CRIME
▪ Parar a viatura em um ponto estratégico que facilite a proteção dos seus ocupantes e a
uma distância razoável do local onde se encontra o ponto de atendimento, com a finalidade
de não destruir vestígios;
▪ Descendo do veículo se posicionar em pontos mais seguros, dando inicio aos demais
procedimentos de atendimento do local;
▪ Procurar agir sempre em dupla, como forma de obter mais segurança para o
atendimento;
▪ Prestar socorro às vítimas que estão no local, verificando se ainda possuem sinais
vitais, caso em que deverá providenciar o socorro necessário;
▪ Se estiver morta não deve ele muda-la de local e nem mesmo vasculhar os seus
bolsos para fins de buscar a sua identificação.
Há que observar ainda, que todo este procedimento deve ser feito da maneira mais
segura, no que tange a aproximação do local, conforme mostram os exemplos abaixo:
•vestígios (resíduo de arma de fogo, resíduo de tinta, vidro quebrado, produtos químicos
desconhecidos, drogas);
•cabelo e pelos;
• se há alguma coisa faltando; se existe marca de sol onde deveria haver um relógio ou
aliança;
• se o sangue está presente em grandes quantidades, se a direção do fluxo segue as
leis da gravidade; em caso negativo, o corpo pode ter sido movido;
• se não há sangue na área em volta do corpo, isto condiz com a causa preliminar da
morte? Em caso negativo, o corpo pode ter sido movido;
Após movimentar o corpo, ele realiza o mesmo exame no outro lado da vítima. Neste
momento, ele pode medir a temperatura do corpo e a temperatura ambiente do lugar para
determinar a hora estimada de morte.
Ele também irá tirar as impressões digitais do falecido tanto no local do crime como no
necrotério.
Uma vez que o perito documentou as condições do corpo e da área próxima, os
técnicos embrulham-no em um pano branco, cobrem as mãos e os pés com sacos de
papel e transportam-no ao necrotério para uma necropsia. Estas precauções têm por
objetivo a preservação de evidências na vítima. O perito geralmente participa da
necropsia, tirando fotografias adicionais ou gravando em vídeo e coletando outras
evidências, especialmente amostras de tecido dos órgãos principais, para análise no
laboratório criminal.
• se a casa está arrumada; em caso negativo, tem-se a impressão de ter havido uma
luta ou a vítima era desorganizada;
• se há sinais de que houve uma festa, tais como garrafas ou copos vazios ou
cinzeiros cheios;
• se há lixo nas latas de lixo; se há alguma coisa anormal no meio do lixo; se o mesmo
está na ordem cronológica correta em comparação às datas das correspondências e outros
papéis; em caso negativo, alguém poderia estar procurando alguma coisa no lixo da vítima;
• se o crime foi cometido com arma de fogo, quantos tiros foram disparados? O perito
irá tentar encontrar a arma, as balas, as cápsulas e os furos provocados pelas balas;
• se o crime foi uma facada, há alguma faca faltando na cozinha da vítima? Em caso
positivo, o crime pode não ter sido premeditado;
• se há pegadas nas telhas, no chão de madeira ou de linóleo ou na área externa do
prédio;
A real coleta de evidências físicas é um processo lento. Cada vez que um perito recolhe
um item, ele deve imediatamente preservá-lo, etiquetá-lo e registrá-lo no registro da cena do
crime. Diferentes tipos de provas podem ser coletadas tanto no local como no laboratório,
dependendo das condições e recursos.
Detalhes importantes:
• As cenas do crime são tridimensionais. Os peritos devem se lembrar de olhar para cima.
• Se um perito acende uma lanterna sobre o solo em vários ângulos, mesmo quando há muita
luz, ele irá criar novas sombras que podem revelar evidências.
- reconstituir o crime;
- preservar a prova para análise e coletá-la para que seja aceita pela
justiça.
Os fluidos corporais encontrados no local do crime podem ser sangue, esperma, saliva e
vômito. Para identificar e coletar estas evidências, o perito pode usar lâminas de esfregaço, bisturi,
pinças, tesouras, panos esterilizados, luz ultravioleta, óculos protetores e luminol. Ele também pode
usar um kit de coleta de sangue para obter amostras dos suspeitos ou de uma vítima viva, para
realizar a comparação.
Se a vítima está morta, mas há sangue no corpo, o perito coleta uma amostra através de um
pedaço da roupa ou do uso de um pano esterilizado e uma pequena quantidade de água destilada.
O sangue e a saliva coletados do corpo podem pertencer a outra pessoa e o laboratório irá realizar
um exame de DNA para compará-los com o sangue ou a saliva retirados de um suspeito. O perito
também irá raspar as unhas da vítima em busca de pele. Se houve luta, a pele do suspeito (e
portanto, seu DNA) pode estar sob as unhas da vítima. Caso haja sangue seco em qualquer móvel
no local do crime, o perito tentará enviar o móvel inteiro para o laboratório. Não é raro encontrar
evidências no sofá, por exemplo. Se o sangue estiver sobre alguma coisa que não pode ser levada
ao laboratório, como uma parede ou banheira, o perito pode coletá-lo em um recipiente esterilizado
através da raspagem com um bisturi. O perito pode usar também o luminol e uma luz ultravioleta
portátil para revelar se o sangue foi lavado de uma superfície.
Caso haja sangue no local – vide anexo 1 -
Cabelo e pelos:
• latentes: deixadas pelo suor e pela gordura natural dos dedos em uma superfície
lisa capaz de deter uma impressão digital, não visível a olho nu.
Um criminoso pode deixar impressões digitais em superfícies porosas ou não
porosas. Papel, madeira inacabada e cartolina são superfícies porosas que irão
deter uma impressão digital e vidro, plástico e metal são superfícies não-porosas. O
perito irá procurar impressões digitais latentes em superfícies onde o criminoso
provavelmente tocou. Por exemplo, se há sinais de entrada forçada na porta da
frente, a maçaneta do lado de fora e a superfície da porta são lugares lógicos para
se procurar impressões digitais. Respirar sobre a superfície ou iluminá-la com uma
luz muito forte poderá fazer com que a impressão digital latente fique
temporariamente visível. Quando você vê um detetive de TV girar a maçaneta
usando um lenço, ele provavelmente está destruindo uma impressão digital latente.
A única maneira de não alterar uma impressão digital latente em uma superfície não
porosa é não tocá-la.
Temos que observar que diversos serão os locais de crime, dependendo da prática
delitiva realizada, o que implicará em providências distintas a serem adotadas, sendo que
nesse sentido podemos citar a título de exemplificação:
b) Locais de Crimes Contra o Patrimônio: poderão variar se for furto, roubo, latrocínio,
extorsão mediante sequestro, furto de veículo automotor, etc.
d) Contabilidade Forense: É a área das Ciências Forenses que tem como finalidade a obtenção de
provas materiais de atos fraudulentos praticados contra o patrimônio das instituições publicas e
privadas com ou sem fins lucrativos, estando também incluídas nesse universo as pessoas físicas,
entre elas investidores. O profissional especialista nessa área é chamado de contador forense e o
seu trabalho investigativo é feito com a finalidade de comprovar a pratica de crime contra o sujeito
passivo.
e) Informática Forense: é a uma disciplina, integrante da criminalística, que tem como objetivo principal
determinar a materialidade e autoria de ilícitos referentes à área de informática, tendo como questão
principal a identificação e o processamento de evidências digitais em provas materiais de crime, por meio
de métodos técnico-científicos, conferindo-lhes validade probatória em juízo.
g) Genética Forense: é a área do conhecimento que trata da utilização dos conhecimentos e das técnicas
de genética e de biologia molecular no auxílio à justiça. A Genética Forense também é conhecida
como DNA Forense. Apesar de o ramo mais desenvolvido da Genética Forense ser a Identificação Humana
pelo DNA e sua aplicação mais popular ser o Teste de paternidade, a Genética Forense não se limita a
isso, podendo ser aplicada na identificação ou individualização de animais, plantas e microrganismos.
h) Química Forense: é a aplicação dos conhecimentos da química e toxicologia no campo legal ou judicial.
Diversas técnicas de análises químicas, bioquímicas e toxicológicas são utilizadas para ajudar a
compreender a face sofisticada e complexa dos crimes, seja assassinatos, roubos e envenenamentos, seja
adulterações de produtos e processos que estejam fora da lei. Trata-se de um ramo singular das ciências
químicas uma vez que sua prática e investigação científica devem conectar duas áreas distintas, a
científica (química e biologia) e a humanística (sociologia, psicologia, direito).
i) Biologia Forense: é uma área que utiliza os conhecimentos da Biologia como recursos para a
investigação e resolução de crimes. Em muitos casos, a prática de um crime deixa vestígios biológicos
(sangue, pedaço de pele humana, fios de cabelo, esperma, etc.). Com os conhecimentos das diversas
áreas das Ciências Biológicas, o biólogo forense pode auxiliar a polícia na análise das amostras e
resolução do caso. Além dos crimes contra seres humanos, a Biologia Forense é de grande importância
para desvendar crimes contra o meio ambiente.
j) Física Forense: É a física aplicada às pesquisas forenses observação e analise dos fenômenos físicos
naturais cuja interpretação é de interesse do poder judiciário. A tarefa de um físico forense é realizar a
análise de acidentes de trânsito, determinando a qual tipo de veículo pertencem os fragmentos como
pedaços de lanternas e para-choques encontrados nos locais da colisão, determinar a trajetória de
projéteis, a distância em que foi efetuado o disparo, os orifícios de entrada e saída desses projéteis, bem
como materializar as possíveis posições da vítima no momento do crime.
k) Toxicologia Forense: é a ciência que estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas no mundo vivo.
É multidisciplinar, pois engloba conhecimentos de Farmacologia, Bioquímica, Química, Fisiologia, Genética
e Patologia, entre outras. Esta ciência identifica e quantifica os efeitos prejudiciais associados a produtos
tóxicos, ou seja, qualquer substância que pode provocar danos ou produzir alterações no equilíbrio
biológico. A toxicologia forense tem, como principal objetivo, a detecção e identificação de substâncias
tóxicas, em geral, no seguimento de solicitações processuais de investigação criminal por parte dos
diversos organismos. Desta maneira, é possível obter pistas relativamente a envenenamentos,
intoxicações, uso de estupefacientes, entre outros. É a partir desta área que, muitas vezes, é descoberta
qual a causa da morte do indivíduo em questão e, se o causador o fez involuntariamente ou por algum
motivo .
l) Antropologia Forense: É a área científica que estuda as ossadas. Resulta da aplicação de conhecimentos
de Antropologia às questões de direito no que diz respeito à identificação de restos cadavéricos
(necroidentificação). Através dos ossos, podemos obter dados sobre o sexo, idade, estatura do falecido e
pormenores da vida que a pessoa teve (hábitos alimentares, algumas doenças, lesões, etc.). É uma das
subdisciplinas da antropologia física. Ela se divide em três ramos importantes: A antropologia forense, a
arqueologia forense e a antropologia cultural forense. Suas maiores aplicações são dentro de investigações
criminais, e na paleoantropologia humana.
m) Asfixiologia Forense: cuida das asfixias em geral, de interesse médico-jurídico, como casos de
enforcamento, esganadura, afogamento, soterramento, imersão em gases não respiráveis, dentre outros.
n) Traumatologia Forense: tem por objeto o estudo dos efeitos na pessoa das agressões físicas e morais,
como também a determinação de seus agentes causadores. Este reconhecimento é feito através do exame
pericial na vítima, bem como no local do crime, denominado exame de corpo de delito, o corpo do delito ao
contrario do que muitos pensam não é apenas a vitima, mas todo o local e instrumentos utilizados para a
pratica do delito, pelo qual se atribui a extensão dos danos provocados.
o) Infortunística: é a parte da Medicina Legal que estuda os acidentes do trabalho, as doenças profissionais
e as doenças do trabalho (França, 2001; Croce e Croce Júnior, 2007).
q) Psicopatologia Forense (Psiquiatria Forense): Psicopatologia é uma área do conhecimento que objetiva
estudar os estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental. É a área de estudos que está na base da
psiquiatria, cujo enfoque é clínico. É um campo do saber, um conjunto de discursos com variados objetos,
métodos, questões: por um lado, encontram-se em suas bases as disciplinas biológicas e as neurociências,
e por outro se constitui com inúmeros saberes oriundos da psicanálise, psicologia, antropologia, sociologia,
filosofia, linguística e história.
r) Sexologia Forense: É a parte da Medicina Legal que estuda os problemas médico-legais ligados ao sexo.
- a identificação do cadáver
- o mecanismo da morte
- a causa da morte
- o diagnóstico diferencial médico-legal (acidente, suicídio, homicídio ou morte de causa natural).
t) Balística Forense:
A Balística Forense é uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua
munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou
indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência.
O setor de Balística Forense é responsável pela realização dos exames periciais abaixo
relacionados:
Exame de eficiência: Este exame tem por finalidade verificar se a arma de fogo é eficiente para a
realização de disparos. Os procedimentos periciais iniciam pela identificação da arma, descrição de
suas característica, avaliação de sua estrutura, testes de eficiência e avaliação dos resultados.
Exame metalográfico: Este exame destina-se a recuperação das numerações de série destruídas. A
metodologia utilizada consiste em polir a área a ser investigada e em seguida aplicar os reagentes
químicos apropriados para a revelação da numeração.
Exame de comparação: O exame de comparação balística visa estabelecer a conexão entre a arma
de fogo e o projétil, entre a arma e o estojo, entre projéteis e entre estojos. O procedimento pericial
adotado segue rotina padronizada no Brasil e no Exterior, com o emprego de um moderno
microscópio comparador auxiliado por processo de captura de imagens permitindo a análise em
vídeo de alta resolução.
Exame de segurança: Este exame é utilizado quando se busca identificar se os mecanismos de
segurança da arma de fogo questionada está eficiente, assim, esclarecendo as dúvidas quando a
possibilidade de disparos acidentais.