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Aula 09

Medicina Legal e Noções de


Criminalística p/ PC-RN (Delegado) Com
Videoaulas - 2020

Autores:
Paulo Bilynskyj, Beatriz V. P.
Pestilli
Aula 09
18 de Junho de 2020

.
Paulo Bilynskyj, Beatriz V. P. Pestilli
Aula 09

Sumário
1 – Criminalística .............................................................................................................................................. 4

1.1 – Definição................................................................................................................................................ 4

1.2 – Nomenclatura........................................................................................................................................ 4

1.3 – Aspectos Relevantes para o Exame Pericial .......................................................................................... 5

1.4 – Áreas de Atuação da Criminalística ...................................................................................................... 5

1.5 – Os Objetivos da Criminalística ..............................................................................................................


1.
7

2 – Cadeia de Custódia ....................................................................................................................................... 7

2.1 – A Cadeia de Custódia ............................................................................................................................. 8

2.2 – Problemas Discutidos ........................................................................................................................... 9

2.3 – O Código de Processo Penal e a Legislação Vigente no Brasil ............................................................ 10

2.4 – Diretrizes sobre a Cadeia de Custódia ................................................................................................. 11

2.4.1 – Etapas para rastreamento do vestígio ............................................................................................................... 11

2.4.2 – Etapas da cadeia de custódia ............................................................................................................................. 12

2.4.2.1 – Fase externa .................................................................................................................................................... 12

2.4.2.2 – Fase interna .................................................................................................................................................... 13

2.4.3 – Manuseio do vestígio ......................................................................................................................................... 13

2.4.4 – Registro dos vestígios ........................................................................................................................................ 14

2.5 – Alegações sobre a Cadeia de Custódia ................................................................................................ 14

2.6 – A Ilicitude da Prova em Decorrência da Quebra da Cadeia de Custódia ............................................ 15

3 – Transplante e Doação de Órgãos – Lei nº 9.434/1997. ............................................................................. 17

3.1 – Comentários à Lei ................................................................................................................................ 18

3.2 – Decreto Regulamentador N. 9.175/17 ................................................................................................ 18

3.3 - Doador.................................................................................................................................................. 19

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3.4 – Receptor .............................................................................................................................................. 19

3.5 – Critérios para a realização do transplante .......................................................................................... 20

3.6 – Estabelecimentos de Saúde ................................................................................................................ 20

3.7 – Disposição Post Mortem ..................................................................................................................... 21

3.7.1 – O Consentimento Familiar .................................................................................................................................. 22

3.8 – Doação em Vida .................................................................................................................................. 23

3.8.1 – Esclarecimento do Doador Vivo.......................................................................................................................... 24

3.8.2 – Doação de Medula Óssea de Pessoa Juridicamente Incapaz ............................................................................. 24

3.8.3 – Doação por Gestante .......................................................................................................................................... 24

3.8.4 – Consentimento do Receptor do Transplante ou Enxerto ................................................................................... 25

3.8.5 – Procedimento de Transplante/Enxerto .............................................................................................................. 25

3.9 – Vedação à Retribuição Econômica ...................................................................................................... 25

Resumo............................................................................................................................................................. 26

Destaque a legislação e jurisprudência ............................................................................................................ 33

Legislação ..................................................................................................................................................... 33

Jurisprudência .............................................................................................................................................. 69

Considerações Finais ........................................................................................................................................ 70

Questões comentadas...................................................................................................................................... 70

Lista de Questões ............................................................................................................................................. 87

Gabarito ....................................................................................................................................................... 95

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, Guerreiros.

Estamos de volta com mais uma aula Medicina Legal para Delegado Civil. Hoje trabalharemos o tema da
criminalística, da cadeia de custódia e da doação de órgãos.

Trabalharemos temas importantes e específicos.

Antes de iniciar, gostaria de deixar um convite a vocês: Sigam-me nas redes sociais. Lá teremos diversas
informações úteis, provas comentadas, artigos, tudo sobre provas de Medicina Legal. Aproveitem!

Portanto, aproveite o curso e atente-se aos destaques.

E-mail: pbilynskyj@gmail.com
Instagram: @paulobilynskyj
Youtube: Projeto Policial
Facebook: Paulo Bilynskyj

Boa aula!

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1 – CRIMINALÍSTICA

1.1 – DEFINIÇÃO
A Criminalística não é uma ciência, mas sim um aglomerado de ciências naturais (biologia, matemática,
geologia, química etc.).
O 1º Congresso Nacional de Polícia Técnica, ocorrido em São Paulo no ano de 1947 a definiu como a
"disciplina que tem como objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios materiais extrínsecos
relativos ao crime ou à identidade do criminoso".
Pode-se ainda definir a criminalística não como uma ciência, mas como a aplicação do conhecimento de
diversas ciências e artes.

“Conjunto de conhecimentos que, reunindo as contribuições das várias ciências, indica os


meios para descobrir crimes, identificar os seus autores e encontrá-los, utilizando-se de
subsídios da Química, da Antropologia, da Psicologia, da Medicina Legal, da Psiquiatria, da
Datiloscopia etc., que são consideradas ciências auxiliares do Direito Penal”.

A Criminalística é, portanto, uma ciência auxiliar do Direito Penal, que tem por objeto a descoberta de
crimes e a identificação de seus autores.

Os objetos presentes na cena de um crime possuem características gerais e específicas, que quando
analisadas por técnicas cientificamente comprovadas ou caracterizadas, podem proporcionar dados
suficientes para a identificação de um crime e criminoso.

A Criminalística é uma parte da ciência forense que abrange a coleta e a análise de evidências físicas
geradas por atividades criminais.

Ou seja, é uma disciplina científica diretamente atrelada ao reconhecimento, à identificação, à


individualização e à avaliação da evidência física pelo benefício das ciências aplicadas às questões legais,
sendo que os peritos criminais utilizam o princípio científico da Química, da Biologia e da Física para
deduzir informações da cena do crime e da evidência física.

1.2 – NOMENCLATURA
A palavra Criminalística, frequentemente, é associada como sinônimo de Ciências Forenses.

A palavra Criminalística deriva do alemão kriminalisticI, que engloba os diversos aspectos dos métodos
científicos e tecnológicos aplicados à investigação e resolução de matérias legais.

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1.

Traduzindo do inglês forensic science – Ciência Forense – termo mais utilizado para definir a
Ciência Forense é descrita como o estudo de associação entre pessoa, lugares e coisas que envolvem
atividades criminais, na qual diversas disciplinas auxiliam na investigação de casos criminais e civis.

Como profissão, é aquela composta por cientistas cujo trabalho é resolver questões para os magistrados
através de informações coletadas e testemunhas ouvidas.

No Brasil, o termo mais utilizado é o de perícias criminais, mas o termo Ciências Forenses também pode
ser utilizado, como forma de definir o estudo das questões judiciais que envolvem casos criminais e civis.

1.3 – ASPECTOS RELEVANTES PARA O EXAME PERICIAL


Vários fatores influenciam no resultado da perícia.

Primeiramente, é necessário que o local do crime, bem como armas e demais objetos relacionados sejam
devidamente preservados para a realização da perícia, isto é, não pode e não deve haver qualquer
modificação do cenário antes do exame.

Além disso, o tempo entre a ocorrência e o exame é outro fator que pode interferir no resultado, pois
muitos vestígios sofrem grande ação do tempo, deteriorando-se facilmente.

Outro aspecto importante é a necessidade de adequação de equipamentos e tecnologia empregados para


se chegar ao resultado mais fidedigno possível. E ainda, a capacidade profissional do perito é um fator de
peso na qualidade do exame.

1.4 – ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CRIMINALÍSTICA


Como ciências da Criminalística Forense, temos:

 Química Forense

É ramo da Química que atua no campo da química especializada, a fim de atender aspectos de interesse
judiciário.

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 Laboratório Forense

A finalidade de um laboratório de Criminalística é realizar o exame técnico-científico dos vestígios,


especialmente aqueles que não podem ser comprovados em campo, buscando-se respostas para análise
de como ocorreu a infração penal, ligando-a ao autor, através da determinação do nexo de causalidade.

 Técnicas Forenses Instrumentais

São técnicas que viabilizam a análise do universo microscópico, através de equipamentos eletrônicos.

 Balística Forense

A Balística Forense é uma parte da Física/Química que estuda as armas de fogo, suas munições e os efeitos
dos disparos por elas produzidos, buscando esclarecer e provar a dinâmica do ocorrido.

 Datiloscopia

Datiloscopia ou Papiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais,
geralmente utilizadas para fins judiciários. Esta área do conhecimento estuda as papilas dérmicas
existentes na palma das mãos e na planta dos pés, também conhecida como o estudo das impressões
digitais.

 Hematologia Forense

Refere-se ao estudo do sangue após a coleta da prova criminal. É parte da Medicina Legal que estuda os
aspectos do sangue e dos órgãos hematopoéticos (aqueles relativos à formação e ao desenvolvimento das
células sanguíneas, com a finalidade de obter a prova criminal).

 Entomologia Forense

A Entomologia Forense é a ciência determinada a estudar insetos de diversas ordens em procedimentos


legais. Tais conhecimentos servem de auxílio para revelar o modo e a localização da morte do indivíduo,
podendo ainda estimar o tempo de morte ou intervalo pós-morte.

O conhecimento da fauna de insetos, o seu habitat, biologia e comportamento, podem determinar


inclusive o local onde a morte ocorreu.

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 Laboratório Forense

A finalidade de um laboratório de Criminalística é realizar o exame técnico-científico dos vestígios,


especialmente aqueles que não podem ser comprovados em campo, buscando-se respostas para análise
de como ocorreu a infração penal, ligando-a ao autor, através da determinação do nexo de causalidade.

 Técnicas Forenses Instrumentais

São técnicas que viabilizam a análise do universo microscópico, através de equipamentos eletrônicos.

 Balística Forense

A Balística Forense é uma parte da Física/Química que estuda as armas de fogo, suas munições e os efeitos
dos disparos por elas produzidos, buscando esclarecer e provar a dinâmica do ocorrido.

 Datiloscopia

Datiloscopia ou Papiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais,
geralmente utilizadas para fins judiciários. Esta área do conhecimento estuda as papilas dérmicas
existentes na palma das mãos e na planta dos pés, também conhecida como o estudo das impressões
digitais.

 Hematologia Forense

Refere-se ao estudo do sangue após a coleta da prova criminal. É parte da Medicina Legal que estuda os
aspectos do sangue e dos órgãos hematopoéticos (aqueles relativos à formação e ao desenvolvimento das
células sanguíneas, com a finalidade de obter a prova criminal).

 Entomologia Forense

A Entomologia Forense é a ciência determinada a estudar insetos de diversas ordens em procedimentos


legais. Tais conhecimentos servem de auxílio para revelar o modo e a localização da morte do indivíduo,
podendo ainda estimar o tempo de morte ou intervalo pós-morte.

O conhecimento da fauna de insetos, o seu habitat, biologia e comportamento, podem determinar


inclusive o local onde a morte ocorreu.

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 Cronotanatognose

É o nome dado ao diagnóstico cronológico da morte, ou seja, ao espaço de tempo verificado em diversas
fases do cadáver.

 Tanatologia Forense

É o estudo científico da morte, que investiga seus mecanismos e fases, tais como mudanças corporais que a
acompanham e o período após a morte.

1.5 – OS OBJETIVOS DA CRIMINALÍSTICA


Os objetivos da criminalística são:

 Dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal;


 Verificar os meios e os modos como foi praticado um delito, visando fornecer a dinâmica do
fenômeno;
 Indicar a autoria do delito, quando possível;
 Elaborar a prova técnica, através da indiciologia material.

Portanto, a Criminalística busca estudar o crime ocorrido de modo a não distorcer os fatos, zelando pela
integridade de todos os elementos angariados, perseguindo a evidência, com o fim de levar ao órgão
julgador, elementos suficientes e claros para a prolação da sentença.

2 – CADEIA DE CUSTÓDIA
Esse assunto foi extensamente desenvolvido pela Lei 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime. O
Código de Processo Penal recebeu novos artigos que tratam expressamente das etapas a serem cumpridas
pela cadeia de custódia.

A prova pericial é, sem dúvidas, uma das mais importantes para basear a decisão dos magistrados,
justamente por apoiar-se na imparcialidade e no embasamento científico.

Porém, não é garantido que as conclusões por ela apresentadas serão aceitas como prova, pois para isso,
deverá ser assegurada a validade dos exames periciais, respeitando a cadeia de custódia.

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A cadeia de custódia abrange todo o caminho percorrido pela prova até sua análise e introdução ao
processo, de modo que qualquer interferência no decorrer de seu trâmite processual poderá resultar na
sua inutilidade.

O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais
ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

Mas o que é vestígio?

Segundo o CPP, vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que
se relaciona à infração penal.

Com isso, podemos definir a cadeia de custódia como uma sucessão de fatos concatenados, os quais
proporcionam a viabilidade ao desenvolvimento do seguinte, com o objetivo de proteger a integridade de
um vestígio do local de crime para seu reconhecimento como prova material até o trânsito em julgado do
mérito processual.

Cadeia de custódia íntegra: sucessão de elos provados

Não é difícil imaginar situações em que há a manipulação indevida do elemento probatório com o
propósito de incriminar ou isentar alguém de responsabilidade.

2.2 – PROBLEMAS DISCUTIDOS


Os principais problemas apontados estão na falta ou insuficiência de documentação da cadeia de custódia.

Isso pode ocorrer se inexistir o registro das pessoas que mantiveram contato com a fonte de prova, mas só
por isso não se pode afirmar que houve violação da cadeia de custódia, pois não ocorre violação quanto à
sucessão de pessoas que tiveram contato com o objeto do crime, mas com a documentação que atesta
essa realidade.

O objetivo da inserção da análise da cadeia de custódia não é colocar em dúvida a credibilidade da prova,
mas garantir a quem está sendo acusado que aquela prova corresponde ao que é alegado.

Busca-se assegurar ao acusado que o Estado cumprirá a obrigação de conservar a prova, a fim de garantir a
sua integridade e confiabilidade, o que a doutrina denomina “mesmidade”, ou seja, a garantia de que a
prova colhida é a mesma que a projetada em juízo.

A cadeia de custódia da prova também deve observar o princípio da “desconfiança”, desdobramento


natural do Estado democrático de direito, pois não se pode afirmar que o objeto discutido é aquilo que a

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A cadeia de custódia abrange todo o caminho percorrido pela prova até sua análise e introdução ao
processo, de modo que qualquer interferência no decorrer de seu trâmite processual poderá resultar na
sua inutilidade.

O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais
ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

Mas o que é vestígio?

Segundo o CPP, vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que
se relaciona à infração penal.

Com isso, podemos definir a cadeia de custódia como uma sucessão de fatos concatenados, os quais
proporcionam a viabilidade ao desenvolvimento do seguinte, com o objetivo de proteger a integridade de
um vestígio do local de crime para seu reconhecimento como prova material até o trânsito em julgado do
mérito processual.

Cadeia de custódia íntegra: sucessão de elos provados

Não é difícil imaginar situações em que há a manipulação indevida do elemento probatório com o
propósito de incriminar ou isentar alguém de responsabilidade.

2.2 – PROBLEMAS DISCUTIDOS


Os principais problemas apontados estão na falta ou insuficiência de documentação da cadeia de custódia.

Isso pode ocorrer se inexistir o registro das pessoas que mantiveram contato com a fonte de prova, mas só
por isso não se pode afirmar que houve violação da cadeia de custódia, pois não ocorre violação quanto à
sucessão de pessoas que tiveram contato com o objeto do crime, mas com a documentação que atesta
essa realidade.

O objetivo da inserção da análise da cadeia de custódia não é colocar em dúvida a credibilidade da prova,
mas garantir a quem está sendo acusado que aquela prova corresponde ao que é alegado.

Busca-se assegurar ao acusado que o Estado cumprirá a obrigação de conservar a prova, a fim de garantir a
sua integridade e confiabilidade, o que a doutrina denomina “mesmidade”, ou seja, a garantia de que a
prova colhida é a mesma que a projetada em juízo.

A cadeia de custódia da prova também deve observar o princípio da “desconfiança”, desdobramento


natural do Estado democrático de direito, pois não se pode afirmar que o objeto discutido é aquilo que a

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parte afirma ser. O julgador não pode colocar confiança especial em uma parte, principalmente quando ela
representa o próprio Estado.

Nesse sentido, a cadeia de custódia da prova “traduz a necessidade de que se possibilite o efetivo
contraditório, sendo dever do órgão acusador e da polícia judiciária a disponibilização de recursos e meios
que, mais do que possibilitar mero acesso a elementos de prova, tragam conteúdo íntegro, coerente e
consistente - que possa ser rastreado e verificado”.

Com tudo o que foi exposto, podemos dizer que a quebra da cadeia de custódia, ou seja, a inobservância
por parte do detentor da prova acerca do procedimento e cuidado devidos, seja no aspecto da
correspondência entre a prova colhida e aquela trazida ao feito (“mesmidade”), ou mesmo na perspectiva
do significado que a prova possui segundo as afirmativas de uma parte (desconfiança), acarreta a falta de
confiabilidade do elemento probatório e, consequentemente, sua ilicitude, impedindo a sua valoração no
processo.

2.3 – O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL E A LEGISLAÇÃO VIGENTE


NO BRASIL

Há diversos dispositivos constitucionais que fundamentam a cadeia de custódia da prova, entre eles a
paridade de armas, a presunção de inocência, devido processo legal, ampla defesa e contraditório (art. 5º,
LIV, LV e LVII, CF).

Esses princípios se mostram presentes especialmente em relação aos meios de obtenção de prova gerados
pelo fator “surpresa” como ocorre na interceptação telefônica, na busca e apreensão, ou ainda elementos
produzidos na fase inquisitorial.

Além disso, após a publicação do Pacote Anticrime, o Código de Processo Penal passou a regulamentar a
documentação da cadeia de custódia da prova, reproduzindo em grande parte a Portaria nº 82/2014 do
Ministério da Justiça, a qual estabelece diretrizes sobre os procedimentos a serem observados no tocante à
cadeia de custódia de vestígios.

O art. 6º do Código de Processo Penal, em seus incisos I e III, trata sobre os atos de investigação atribuindo
à autoridade policial o dever de dirigir-se ao local do crime “providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais”, assim como, colha “todas as provas
que servirem para o esclarecimento do fato.”

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

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I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

2.4 – DIRETRIZES SOBRE A CADEIA DE CUSTÓDIA


Para garantir a fiabilidade da prova a Portaria nº. 82, de 16 de julho de 2014, da Secretaria Nacional de
Segurança Pública, que embasou as inovações do Código de Processo Penal, prevê expressamente as
diretrizes a serem utilização sobre a cadeia de custódia.

2.4.1 – Etapas para rastreamento do vestígio

A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas (art. 158-B do CPP):

a) reconhecimento: consiste no ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial;

b) isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente
imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;

c) fixação: é a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de


delito, e a sua posição na área de exames, ilustrada por fotografias, filmagens e/ou croqui;

d) coleta: consiste no ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial respeitando suas
características e natureza;

e) acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise,
com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;

f) transporte: consiste no ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, etc.), de modo a garantir a manutenção de suas
características originais, bem como o controle de sua posse;

g) recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio que deve ser documentado com, no
mínimo, as seguintes informações: número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada,
local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo
do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem recebeu;

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h) processamento: é o exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia


adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado que
deverá ser formalizado em laudo;

i) armazenamento: é o procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser


processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao
número do laudo correspondente;

j) descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando


pertinente, mediante autorização judicial.

2.4.2 – Etapas da cadeia de custódia

As etapas da cadeia de custódia se distribuem em fases externa e interna, desde a chegada das autoridades
estatais ao local do crime até a realização de perícia e eventual descarte do material.

Fase
externa

Cadeia de
custódia
Fase
interna

2.4.2.1 – Fase externa

Apontando-se como pertencente à etapa externa, todos os passos entre a preservação do local do crime
ou apreensões dos elementos, até a chegada do vestígio ao órgão pericial encarregado de processá-lo,
compreendendo, portanto (item 2.2 da portaria):

a) preservação do local do crime;

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b) busca do vestígio;

c) reconhecimento do vestígio;

d) fixação do vestígio;

e) coleta do vestígio;

f) acondicionamento do vestígio;

g) transporte do vestígio;

h) recebimento do vestígio.

2.4.2.2 – Fase interna

Por sua vez, a fase interna alcança todo o itinerário do vestígio, desde a entrada no órgão pericial até sua
devolução ao órgão requisitante com o respectivo laudo pericial, abrangendo:

a) recepção e conferência do vestígio;

b) classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio;

c) análise pericial propriamente dita;

d) guarda e devolução do vestígio da prova;

e) guarda de vestígios para contraperícia;

f) registro da cadeia de custódia.

2.4.3 – Manuseio do vestígio

O Código de Processo Penal prevê que durante a coleta de vestígio deverão ser observados os seguintes
requisitos mínimos:

a) a coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que dará o
encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realização de
exames complementares.;

b) numeração inequívoca do vestígio de maneira a individualizá-lo.

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Além disso, a Portaria dispõe sobre a necessidade de utilização de equipamento de proteção individual
(EPI) e materiais específicos para a coleta dos vestígios.

2.4.4 – Registro dos vestígios

Todos os vestígios coletados deverão ser registrados individualmente em formulário próprio no qual
deverão constar, no mínimo, as seguintes informações:

a) especificação do vestígio;

b) quantidade;

c) identificação numérica individualizadora;

d) local exato e data da coleta;

e) órgão e o nome /identificação funcional do agente coletor;

f) nome /identificação funcional do agente entregador e o órgão de destino (transferência da custódia);

g) nome /identificação funcional do agente recebedor e o protocolo de recebimento;

h) assinaturas e rubricas;

i) número de procedimento e respectiva unidade de polícia judiciária a que o vestígio estiver vinculado.

2.5 – ALEGAÇÕES SOBRE A CADEIA DE CUSTÓDIA


Há três tipos de argumentos geralmente desenvolvidos para questionar a cadeia de custódia:

a) falsidade da prova;

b) insuficiência da prova da cadeia de custódia da prova; e

c) falsidade da prova da cadeia de custódia da prova.

Assim, passa-se a discutir então quando será exigível a prova da cadeia de custódia, ou seja, a
documentação da cronologia de determinado elemento probatório.

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devidamente acondicionadas, custodiadas e posteriormente periciadas, até mesmo para possibilitar o


contraditório diferido sobre elas ou autorizar o questionamento sobre a credibilidade da prova.

Imagine que em determinado caso há fundadas dúvidas sobre a identidade da prova, ou seja, se a prova
apreendida é a mesma trazida aos autos.

O desrespeito aos procedimentos citados acima é o suficiente para acarretar a consequência de ilicitude da
prova.

Isso se dá devido à impossibilidade de se refazer o caminho empregado no meio de investigação que


resultou na obtenção da prova, de modo que não seria possível praticar o ato investigativo/probatório
novamente.

Assim, ocorrerá a definitiva exclusão do material com todas as suas consequências de não conhecimento
pelo magistrado.

A Constituição Federal prevê em seu art. 5º, LVI, a inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos,
dispositivo reproduzido pelo Código de Processo Penal em seu art. 157.

Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Portanto, a falta de cronologia acerca da existência da prova faz com que não mais se possa falar na
confiabilidade daquele material, seja na perspectiva de sua existência ou do manuseio pelas autoridades
legais.

Se ocorre a quebra da cadeia de custódia e, consequentemente, a perda da credibilidade da prova, que ao


ser apreendida, por exemplo, não foi acondicionada de forma adequada, ela será considerada ilícita.

Assim, uma vez reconhecida sua ilicitude, de forma definitiva, haverá o desentranhamento e sua
inutilização, bem como de tudo aquilo que dela derivar.

RESUMINDO: cadeia de custódia violada gerará a exclusão do material probatório colhido sem
o respeito aos procedimentos legais existentes, de modo que naturalmente não poderá ser
objeto de qualquer valoração pelo magistrado.

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devidamente acondicionadas, custodiadas e posteriormente periciadas, até mesmo para possibilitar o


contraditório diferido sobre elas ou autorizar o questionamento sobre a credibilidade da prova.

Imagine que em determinado caso há fundadas dúvidas sobre a identidade da prova, ou seja, se a prova
apreendida é a mesma trazida aos autos.

O desrespeito aos procedimentos citados acima é o suficiente para acarretar a consequência de ilicitude da
prova.

Isso se dá devido à impossibilidade de se refazer o caminho empregado no meio de investigação que


resultou na obtenção da prova, de modo que não seria possível praticar o ato investigativo/probatório
novamente.

Assim, ocorrerá a definitiva exclusão do material com todas as suas consequências de não conhecimento
pelo magistrado.

A Constituição Federal prevê em seu art. 5º, LVI, a inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos,
dispositivo reproduzido pelo Código de Processo Penal em seu art. 157.

Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Portanto, a falta de cronologia acerca da existência da prova faz com que não mais se possa falar na
confiabilidade daquele material, seja na perspectiva de sua existência ou do manuseio pelas autoridades
legais.

Se ocorre a quebra da cadeia de custódia e, consequentemente, a perda da credibilidade da prova, que ao


ser apreendida, por exemplo, não foi acondicionada de forma adequada, ela será considerada ilícita.

Assim, uma vez reconhecida sua ilicitude, de forma definitiva, haverá o desentranhamento e sua
inutilização, bem como de tudo aquilo que dela derivar.

RESUMINDO: cadeia de custódia violada gerará a exclusão do material probatório colhido sem
o respeito aos procedimentos legais existentes, de modo que naturalmente não poderá ser
objeto de qualquer valoração pelo magistrado.

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3.1 – COMENTÁRIOS À LEI


A Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, foi sancionada pelo Poder Executivo, com alterações pela Lei nº
10.211/2001, que regulamenta a realização de transplantes no território nacional.

Foi dada atenção especial à chamada “doação presumida”, que é a disposição gratuita de tecidos, órgãos e
partes do corpo humano, em vida ou post mortem, não abrangendo, para os efeitos do presente texto, a
doação de sangue, esperma ou óvulo.


O ponto mais discutido e controverso da lei era aquele que determinava no artigo 4º que todas as pessoas
eram doadoras automáticas, desde que não se tivessem manifestado em contrário na carteira de
identidade ou de motorista na qual ficava gravada a expressão “não doador de órgãos e tecidos”, embora
tal manifestação pudesse ser reformulada a qualquer tempo. Se houvesse divergência entre dois ou mais
documentos legalmente válidos, prevalecia aquele cuja emissão fosse mais recente.

Posteriormente, com as alterações da Lei nº 10.211, de 23 de março de 2001, o artigo 4º e seus parágrafos
foram alterados para o seguinte enunciado:

“A retirada de órgãos, tecidos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade
terapêutica dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória,
reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas
presentes à verificação da morte”.


3.2 – DECRETO REGULAMENTADOR N. 9.175/17


É o Decreto nº 9.175, de 18 de outubro de 2017, que regulamenta a Lei nº 9.434/97.

O Poder Executivo, até com certa presteza, regulamentou a Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997,
tratando sobre o Sistema Nacional de Transplantes, descrevendo sua estrutura e atribuições, além dos
critérios necessários para os estabelecimentos hospitalares serem autorizados a realizar o procedimento.

O Sistema Nacional de Transplante tem por função desenvolver o processo de captação e distribuição de
tecidos, órgãos e partes retiradas do corpo humano para fins terapêuticos, a partir do conhecimento de
morte encefálica em qualquer ponto do território nacional, bem como o destino dessas estruturas.

Fazem parte do Sistema Nacional de Transplante o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais,


Municipais e do Distrito Federal, os estabelecimentos hospitalares autorizados e a rede de serviços
auxiliares necessários à realização dos transplantes.


São criadas também as Centrais Estaduais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos encarregadas,
entre outras funções, de: coordenar as atividades de transplante; promover a inscrição dos potenciais

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receptores; colher as notificações de morte encefálica; providenciar transporte do órgão; encaminhar


relatórios ao SNT; controlar e fiscalizar as atividades de que trata o presente Decreto; e aplicar
penalidades.


Há possibilidade do município considerado polo de região administrativa solicitar à CET, Instituição de


Central de Transplante Regional, que ficará vinculada e subordinada à referida CET, nos termos definidos
em ato do Ministério da Saúde.

3.3 - DOADOR
Quanto à cessão de órgãos ou tecidos de doadores vivos, admite-se que toda pessoa maior e capaz possa
deles dispor, em vida ou “post mortem”, para fins terapêuticos e humanitários. Além da necessidade de ser
maior de idade, o doador deve estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, de boa saúde e que
manifeste tácita ou expressamente, seu consentimento, após ser informados de todos os riscos e
consequências de sua decisão.

É comum que, nos transplantes de rim, as equipes especializadas rejeitem a doação de pessoas vivas que
não são parentes do receptor, exceto cônjuges e filhos, inclusive adotivos, devido à possibilidade de
comercialização e ao maior risco de rejeição.

Consequentemente, aqueles considerados como absoluta ou relativamente incapazes pela legislação civil,
não podem ser doadores. Excepcionalmente, as estruturas renováveis, como a medula óssea, podem ser
cedidas, desde que consentido pelos pais ou responsáveis e autorizado judicialmente.

Portanto, apesar da resistência de serem utilizados doadores renais não aparentados do receptor, não há
nenhum óbice ético ou legal, desde que a doação seja livre, consciente, desinteressada e que o seu
consentimento tenha sido outorgado após ciência de todas as consequências que podem ser geradas.

3.4 – RECEPTOR
É a pessoa em condições de receber órgãos ou partes do corpo de outra pessoa viva ou morta através de
transplante, apresentando perspectivas fundadas de prolongamento de vida ou melhoria de saúde por
meio do procedimento.

O art. 10 da Lei dispõe que o transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor,
assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do
procedimento.

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3.1 – COMENTÁRIOS À LEI


A Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, foi sancionada pelo Poder Executivo, com alterações pela Lei nº
10.211/2001, que regulamenta a realização de transplantes no território nacional.

Foi dada atenção especial à chamada “doação presumida”, que é a disposição gratuita de tecidos, órgãos e
partes do corpo humano, em vida ou post mortem, não abrangendo, para os efeitos do presente texto, a
doação de sangue, esperma ou óvulo.


O ponto mais discutido e controverso da lei era aquele que determinava no artigo 4º que todas as pessoas
eram doadoras automáticas, desde que não se tivessem manifestado em contrário na carteira de
identidade ou de motorista na qual ficava gravada a expressão “não doador de órgãos e tecidos”, embora
tal manifestação pudesse ser reformulada a qualquer tempo. Se houvesse divergência entre dois ou mais
documentos legalmente válidos, prevalecia aquele cuja emissão fosse mais recente.

Posteriormente, com as alterações da Lei nº 10.211, de 23 de março de 2001, o artigo 4º e seus parágrafos
foram alterados para o seguinte enunciado:

“A retirada de órgãos, tecidos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade
terapêutica dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória,
reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas
presentes à verificação da morte”.


3.2 – DECRETO REGULAMENTADOR N. 9.175/17


É o Decreto nº 9.175, de 18 de outubro de 2017, que regulamenta a Lei nº 9.434/97.

O Poder Executivo, até com certa presteza, regulamentou a Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997,
tratando sobre o Sistema Nacional de Transplantes, descrevendo sua estrutura e atribuições, além dos
critérios necessários para os estabelecimentos hospitalares serem autorizados a realizar o procedimento.

O Sistema Nacional de Transplante tem por função desenvolver o processo de captação e distribuição de
tecidos, órgãos e partes retiradas do corpo humano para fins terapêuticos, a partir do conhecimento de
morte encefálica em qualquer ponto do território nacional, bem como o destino dessas estruturas.

Fazem parte do Sistema Nacional de Transplante o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais,


Municipais e do Distrito Federal, os estabelecimentos hospitalares autorizados e a rede de serviços
auxiliares necessários à realização dos transplantes.


São criadas também as Centrais Estaduais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos encarregadas,
entre outras funções, de: coordenar as atividades de transplante; promover a inscrição dos potenciais

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receptores; colher as notificações de morte encefálica; providenciar transporte do órgão; encaminhar


relatórios ao SNT; controlar e fiscalizar as atividades de que trata o presente Decreto; e aplicar
penalidades.


Há possibilidade do município considerado polo de região administrativa solicitar à CET, Instituição de


Central de Transplante Regional, que ficará vinculada e subordinada à referida CET, nos termos definidos
em ato do Ministério da Saúde.

3.3 - DOADOR
Quanto à cessão de órgãos ou tecidos de doadores vivos, admite-se que toda pessoa maior e capaz possa
deles dispor, em vida ou “post mortem”, para fins terapêuticos e humanitários. Além da necessidade de ser
maior de idade, o doador deve estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, de boa saúde e que
manifeste tácita ou expressamente, seu consentimento, após ser informados de todos os riscos e
consequências de sua decisão.

É comum que, nos transplantes de rim, as equipes especializadas rejeitem a doação de pessoas vivas que
não são parentes do receptor, exceto cônjuges e filhos, inclusive adotivos, devido à possibilidade de
comercialização e ao maior risco de rejeição.

Consequentemente, aqueles considerados como absoluta ou relativamente incapazes pela legislação civil,
não podem ser doadores. Excepcionalmente, as estruturas renováveis, como a medula óssea, podem ser
cedidas, desde que consentido pelos pais ou responsáveis e autorizado judicialmente.

Portanto, apesar da resistência de serem utilizados doadores renais não aparentados do receptor, não há
nenhum óbice ético ou legal, desde que a doação seja livre, consciente, desinteressada e que o seu
consentimento tenha sido outorgado após ciência de todas as consequências que podem ser geradas.

3.4 – RECEPTOR
É a pessoa em condições de receber órgãos ou partes do corpo de outra pessoa viva ou morta através de
transplante, apresentando perspectivas fundadas de prolongamento de vida ou melhoria de saúde por
meio do procedimento.

O art. 10 da Lei dispõe que o transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor,
assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do
procedimento.

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O Conselho Federal de Medicina é o responsável por estabelecer através de resolução específica os


critérios neurológicos para o diagnóstico de morte encefálica.

No caso de morte encefálica decorrente de parada cardíaca irreversível diagnosticada por critérios
circulatórios, são dispensáveis esses procedimentos.

Até por uma questão moral, o parágrafo 3º do art. 17 Do Decreto nº 9.175 prevê que:

Os médicos participantes do processo de diagnóstico da morte encefálica deverão estar especificamente


capacitados e não poderão ser integrantes das equipes de retirada e transplante.

É permitida a presença de médico de confiança da família no ato do diagnóstico da morte encefálica se


assim a familiar desejar.

Em caráter de urgência e obrigatoriamente, os hospitais deverão notificar a morte encefálica diagnosticada


em suas dependências à CET da unidade federativa a que estiver vinculada.

Uma vez realizada a declaração da morte encefálica, a família do falecido deverá ser consultada sobre a
possibilidade de doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para transplante.

Se por qualquer motivo a doação tornar-se inviável, o suporte terapêutico artificial ao funcionamento dos
órgãos será descontinuado, e então o corpo será entregue aos familiares ou à instituição responsável pela
necropsia, se for o caso.

A retirada de tecidos, órgãos e partes poderá ser efetuada antes da necropsia, obrigatória por lei, se estes
não tiverem relação com a causa mortis, circunstância a ser mencionada no respectivo relatório, com cópia
que acompanhará o corpo à instituição responsável pelo procedimento médico-legal.

Excetuam-se, aqui, os casos de morte ocorrida sem assistência médica ou em decorrência de causa mal
definida, ou que necessite ser esclarecida diante da suspeita de crime, quando a retirada dependerá de
autorização expressa do médico patologista ou legista.

Por fim, deve ser ressaltado que a identidade dos doadores em relação aos seus receptores será sempre
resguardada, bem como dos receptores em relação à família dos doadores.

3.7.1 – O Consentimento Familiar

A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte, somente poderá ser
realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido, fornecido de maneira expressa
em termo específico de autorização.

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O familiar mencionado poderá ser o cônjuge, o companheiro ou um parente consanguíneo, maior de idade
e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, o qual reconhecerá firma do
documento subscrito por duas testemunhas presentes na verificação da morte.

No caso de falecidos incapazes, a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, nos
termos da lei civil, dependerá de autorização expressa de ambos os pais, se vivos, ou de quem lhes detinha,
ao tempo da morte, o poder familiar exclusivo, a tutela ou a curatela.

O art. 21 do Decreto nº 9.175 proíbe expressamente a doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano em casos de não identificação do potencial doador falecido.

Após ser efetuada a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano e a necropsia, na
hipótese em que seja necessária, o cadáver será condignamente recomposto, de modo a recuperar tanto
quanto possível a sua aparência anterior.

3.8 – DOAÇÃO EM VIDA


A lei facilita a doação de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo aos maiores e capazes,
independente de sexo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos
até o quarto grau, ou em qualquer outra pessoa.

Reproduzindo o art. 27 do Decreto nº 9.175/17:

Qualquer pessoa capaz, nos termos da lei civil, poderá dispor de órgãos, tecidos, células e partes de seu corpo
para serem retirados, em vida, para fins de transplantes ou enxerto em receptores cônjuges, companheiros ou
parentes até o quarto grau, na linha reta ou colateral.

Portanto, não há proibição à doação intervivos entre aparentados, apenas nos transplantes de rins exige-se
a comprovação de, pelo menos, quatro compatibilidades em relação aos antígenos leucocitários humanos
(HLA), exceto entre cônjuges e consanguíneos, na linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive.

Por outro lado, as doações entre indivíduos vivos não relacionados dependerão de autorização judicial, que
somente será dispensada no caso de doação de medula óssea, sendo considerada como doação de medula
óssea também a doação de outros progenitores hematopoiéticos.

A doação entre vivos somente será permitida quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos,
tecidos, células e partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo
sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e de
sua saúde mental, nem cause mutilação ou deformação inaceitável.

Mesmo respeitadas as diretrizes acima ditas, a retirada somente será permitida se corresponder à uma
necessidade terapêutica, comprovadamente indispensável para a pessoa receptora.

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O Conselho Federal de Medicina é o responsável por estabelecer através de resolução específica os


critérios neurológicos para o diagnóstico de morte encefálica.

No caso de morte encefálica decorrente de parada cardíaca irreversível diagnosticada por critérios
circulatórios, são dispensáveis esses procedimentos.

Até por uma questão moral, o parágrafo 3º do art. 17 Do Decreto nº 9.175 prevê que:

Os médicos participantes do processo de diagnóstico da morte encefálica deverão estar especificamente


capacitados e não poderão ser integrantes das equipes de retirada e transplante.

É permitida a presença de médico de confiança da família no ato do diagnóstico da morte encefálica se


assim a familiar desejar.

Em caráter de urgência e obrigatoriamente, os hospitais deverão notificar a morte encefálica diagnosticada


em suas dependências à CET da unidade federativa a que estiver vinculada.

Uma vez realizada a declaração da morte encefálica, a família do falecido deverá ser consultada sobre a
possibilidade de doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para transplante.

Se por qualquer motivo a doação tornar-se inviável, o suporte terapêutico artificial ao funcionamento dos
órgãos será descontinuado, e então o corpo será entregue aos familiares ou à instituição responsável pela
necropsia, se for o caso.

A retirada de tecidos, órgãos e partes poderá ser efetuada antes da necropsia, obrigatória por lei, se estes
não tiverem relação com a causa mortis, circunstância a ser mencionada no respectivo relatório, com cópia
que acompanhará o corpo à instituição responsável pelo procedimento médico-legal.

Excetuam-se, aqui, os casos de morte ocorrida sem assistência médica ou em decorrência de causa mal
definida, ou que necessite ser esclarecida diante da suspeita de crime, quando a retirada dependerá de
autorização expressa do médico patologista ou legista.

Por fim, deve ser ressaltado que a identidade dos doadores em relação aos seus receptores será sempre
resguardada, bem como dos receptores em relação à família dos doadores.

3.7.1 – O Consentimento Familiar

A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte, somente poderá ser
realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido, fornecido de maneira expressa
em termo específico de autorização.

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O familiar mencionado poderá ser o cônjuge, o companheiro ou um parente consanguíneo, maior de idade
e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, o qual reconhecerá firma do
documento subscrito por duas testemunhas presentes na verificação da morte.

No caso de falecidos incapazes, a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, nos
termos da lei civil, dependerá de autorização expressa de ambos os pais, se vivos, ou de quem lhes detinha,
ao tempo da morte, o poder familiar exclusivo, a tutela ou a curatela.

O art. 21 do Decreto nº 9.175 proíbe expressamente a doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano em casos de não identificação do potencial doador falecido.

Após ser efetuada a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano e a necropsia, na
hipótese em que seja necessária, o cadáver será condignamente recomposto, de modo a recuperar tanto
quanto possível a sua aparência anterior.

3.8 – DOAÇÃO EM VIDA


A lei facilita a doação de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo aos maiores e capazes,
independente de sexo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos
até o quarto grau, ou em qualquer outra pessoa.

Reproduzindo o art. 27 do Decreto nº 9.175/17:

Qualquer pessoa capaz, nos termos da lei civil, poderá dispor de órgãos, tecidos, células e partes de seu corpo
para serem retirados, em vida, para fins de transplantes ou enxerto em receptores cônjuges, companheiros ou
parentes até o quarto grau, na linha reta ou colateral.

Portanto, não há proibição à doação intervivos entre aparentados, apenas nos transplantes de rins exige-se
a comprovação de, pelo menos, quatro compatibilidades em relação aos antígenos leucocitários humanos
(HLA), exceto entre cônjuges e consanguíneos, na linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive.

Por outro lado, as doações entre indivíduos vivos não relacionados dependerão de autorização judicial, que
somente será dispensada no caso de doação de medula óssea, sendo considerada como doação de medula
óssea também a doação de outros progenitores hematopoiéticos.

A doação entre vivos somente será permitida quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos,
tecidos, células e partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo
sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e de
sua saúde mental, nem cause mutilação ou deformação inaceitável.

Mesmo respeitadas as diretrizes acima ditas, a retirada somente será permitida se corresponder à uma
necessidade terapêutica, comprovadamente indispensável para a pessoa receptora.

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3.8.1 – Esclarecimento do Doador Vivo

Para que a doação possa ocorrer, o doador vivo será prévia e obrigatoriamente esclarecido sobre as
consequências e os riscos decorrentes da retirada do órgão, tecido, células ou parte do seu corpo para a
doação.

Importante dizer que antes de iniciado o procedimento, a doação poderá ser revogada pelo doador a
qualquer momento.

Tudo será informado e consignado em documento lavrado e lido na presença do doador e de duas
testemunhas. Nesse documento estarão expressos:

I - o tecido, o órgão, a célula ou a parte do seu corpo que doará para transplante ou enxerto;

II - o nome da pessoa beneficiada; e

III - a qualificação e o endereço dos envolvidos.

Ainda, nos casos de doação entre não consanguíneos, exceto cônjuges e companheiros, o Comitê de
Bioética ou a Comissão de Ética do hospital onde se realizará a retirada e o transplante ou o enxerto
emitirá parecer.

3.8.2 – Doação de Medula Óssea de Pessoa Juridicamente Incapaz

A doação de medula óssea de pessoa juridicamente incapaz somente poderá ocorrer entre consanguíneos,
caso sejam observadas as seguintes condições:

I - se houver autorização expressa de ambos os pais ou de seus representantes legais, após serem
esclarecidos sobre os riscos do ato;

II - se houver autorização judicial; e

III - se o transplante não oferecer risco para a saúde do doador.

3.8.3 – Doação por Gestante

Como regra geral, a gestante não poderá doar órgãos, tecidos e partes de seu corpo, exceto medula óssea,
desde que não haja risco para a sua saúde e a do embrião ou do feto.

Há a possibilidade de autorização da gestante, previamente ao parto, a doação de células progenitoras do


sangue do cordão umbilical e placentário do nascituro.

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3.8.4 – Consentimento do Receptor do Transplante ou Enxerto

É indispensável o consentimento expresso do receptor para o transplante ou o enxerto, após devidamente


instruído sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento, através da autorização.

Excepcionalmente, se o receptor for juridicamente incapaz ou estiver privado de meio de comunicação oral
ou escrita, o consentimento para a realização do transplante será dado pelo cônjuge, pelo companheiro ou
por parente consanguíneo ou afim, de maior idade e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral, até o
quarto grau, inclusive, por meio de documento subscrito por duas testemunhas presentes na assinatura do
termo.

Este documento deverá conter as informações sobre o procedimento e as perspectivas de êxito, insucesso
e as possíveis sequelas que poderão ocorrer.

3.8.5 – Procedimento de Transplante/Enxerto

Como forma de evitar uma exposição desnecessária aos riscos do transplante, ele somente poderá ser
realizado em pacientes com doença progressiva ou incapacitante e irreversível por outras técnicas
terapêuticas.

Outra cautela estabelecida para a realização de transplantes ou enxertos de órgãos, tecidos, células e
partes do corpo humano é a necessidade de realização de testes estabelecidos pelas normas do SNT no
doador, com a finalidade de dar maior segurança ao receptor, principalmente quanto às infecções
transmissíveis.

3.9 – VEDAÇÃO À RETRIBUIÇÃO ECONÔMICA


A lei passou a elencar sanções penais e administrativas àqueles que removessem tecidos, órgãos ou partes
do corpo da pessoa ou do cadáver, em desacordo com seus dispositivos, agravando a pena se o crime for
cometido mediante pagamento ou promessa de recompensa ou se a retirada resultar lesão corporal de
natureza grave ou gravíssima, ou morte.

É expressamente proibida a veiculação, por meio de qualquer meio de comunicação social de anúncio que
configure:

a) publicidade de estabelecimentos autorizados a realizar transplantes e enxertos, relativa a estas


atividades;
b) apelo público no sentido da doação de tecido, órgão ou parte do corpo humano para pessoa
determinada identificada ou não, ressalvado o disposto no parágrafo único;

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1.

c) apelo público para a arrecadação de fundos para o financiamento de transplante ou enxerto em


benefício de particulares.

RESUMO
o CRIMINALÍSTICA

Conjunto de conhecimentos que, reunindo as contribuições das várias ciências, indica os meios para
descobrir crimes, identificar os seus autores e encontrá-los, utilizando-se de subsídios da Química, da
Antropologia, da Psicologia, da Medicina Legal, da Psiquiatria, da Datiloscopia etc., que são consideradas
ciências auxiliares do Direito Penal”.

 A Criminalística é uma parte da Ciência Forense que abrange a coleta e a análise de evidências físicas
geradas por atividades criminais.

 Traduzindo do inglês forensic science – Ciência Forense

o Fatores que influenciam no resultado da perícia:

Modificação do local do crime

Tempo entre a ocorrência e o exame pericial

Adequação dos equipamentos e tecnologias empregados

Capacidade profissional do perito

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o Como ciências da Criminalística Forense, temos:

Química Forense

Laboratório Forense

Técnicas Forenses Instrumentais

Balística Forense

Datiloscopia

Hematologia Forense

Entomologia Forense

Cronotanatognose

Tanatologia Forense

o Os objetivos da criminalística são:

 Dar a materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do ilícito penal;


 Verificar os meios e os modos como foi praticado um delito, visando fornecer a dinâmica do
fenômeno;
 Indicar a autoria do delito, quando possível;
 Elaborar a prova técnica, através da indiciologia material.

o CADEIA DE CUSTÓDIA

É a documentação utilizada com a finalidade de rastrear todas as operações realizadas com cada vestígio,
desde a coleta no local do crime até a completa destruição.

A cadeia de custódia serve para preservar e documentar a história cronológica da evidência, rastreando a
posse e o manuseio da amostra a partir do preparo do recipiente coletor, da coleta, do transporte, do
recebimento, da análise e do armazenamento.

Cadeia de custódia íntegra: sucessão de elos provados

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A cadeia de custódia da prova “traduz a necessidade de que se possibilite o efetivo contraditório, sendo
dever do órgão acusador e da polícia judiciária a disponibilização de recursos e meios que, mais do que
possibilitar mero acesso a elementos de prova, tragam conteúdo íntegro, coerente e consistente - que
possa ser rastreado e verificado”.

O art. 6º, em seus incisos I e III, trata sobre os atos de investigação atribuindo à autoridade policial o
dever de dirigir-se ao local do crime “providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais”, assim como, colha “todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato”.

Etapas para rastreamento do vestígio

A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:

a) reconhecimento

b) isolamento

c) fixação

d) coleta

e) acondicionamento

f) transporte

g) recebimento

h) processamento

i) armazenamento

j) descarte

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Fase
externa
Cadeia
de
custódia
Fase
interna

o Fase externa:

a) preservação do local do crime;

b) busca do vestígio;

c) reconhecimento do vestígio;

d) fixação do vestígio;

e) coleta do vestígio;

f) acondicionamento do vestígio;

g) transporte do vestígio;

h) recebimento do vestígio.

o Fase interna

a) recepção e conferência do vestígio;

b) classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio;

c) análise pericial propriamente dita;

d) guarda e devolução do vestígio da prova;

e) guarda de vestígios para contraperícia;

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f) registro da cadeia de custódia.

Manuseio do vestígio

 Realização por profissionais de perícia criminal ou, excepcionalmente, na falta destes, por pessoa
investida de função pública, nos termos da legislação vigente;

 Realização com a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) e materiais específicos para tal
fim;

 Numeração inequívoca do vestígio de maneira a individualizá-lo.

Registro dos vestígios

Todos os vestígios coletados deverão ser registrados individualmente em formulário próprio no qual
deverão constar, no mínimo, as seguintes informações:

a) especificação do vestígio;

b) quantidade;

c) identificação numérica individualizadora;

d) local exato e data da coleta;

e) órgão e o nome /identificação funcional do agente coletor;

f) nome /identificação funcional do agente entregador e o órgão de destino (transferência da custódia);

g) nome /identificação funcional do agente recebedor e o protocolo de recebimento;

h) assinaturas e rubricas;

i) número de procedimento e respectiva unidade de polícia judiciária a que o vestígio estiver vinculado.

o RESUMINDO

 Cadeia de custódia violada gerará a exclusão do material probatório colhido sem o respeito aos
procedimentos legais existentes, de modo que naturalmente não poderá ser objeto de qualquer valoração
pelo magistrado.

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o TRANSPLANTE E DOAÇÃO DE ÓRGÃOS – LEI N. 9.434/1997

A retirada de órgãos, tecidos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra
finalidade terapêutica dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha
sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas
testemunhas presentes à verificação da morte.


o DOADOR

Quanto à cessão de órgãos ou tecidos de doadores vivos, admite-se que toda pessoa maior e capaz possa
deles dispor, em vida ou “post mortem”, para fins terapêuticos e humanitários. Além da necessidade de ser
maior de idade, o doador deve estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, de boa saúde e que
manifeste tácita ou expressamente, seu consentimento, após ser informados de todos os riscos e
consequências de sua decisão.

o RECEPTOR

É a pessoa em condições de receber órgãos ou partes do corpo de outra pessoa viva ou morta através de
transplante, apresentando perspectivas fundadas de prolongamento de vida ou melhoria de saúde por
meio do procedimento.

Receptor juridicamente incapaz: consentimento dado por um de seus pais ou responsáveis legais (art. 10,
§1º)

É indispensável o consentimento expresso do receptor para o transplante ou o enxerto, após


devidamente instruído sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento, através da autorização.

o DISPOSIÇÃO POST MORTEM

Após a morte encefálica, com o consentimento expresso da família.

Conselho Federal de Medicina é o responsável por estabelecer através de resolução específica os


critérios neurológicos para o diagnóstico de morte encefálica.

Os médicos participantes do processo de diagnóstico da morte encefálica deverão estar especificamente
capacitados e não poderão ser integrantes das equipes de retirada e transplante.

 É permitida a presença de médico de confiança da família no ato do diagnóstico da morte encefálica, se


assim a familiar desejar.

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 Caráter de urgência e obrigatoriamente, os hospitais deverão notificar a morte encefálica.

 A família do falecido deverá ser consultada sobre a possibilidade de doação de órgãos, tecidos, células e
partes do corpo humano para transplante.

Falecidos incapazes: a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, nos termos da lei
civil, dependerá de autorização expressa de ambos os pais, se vivos, ou de quem lhes detinha.

o DOAÇÃO INTERVIVOS

A doação entre vivos somente será permitida quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos,
tecidos, células e partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo
sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e de sua
saúde mental, nem cause mutilação ou deformação inaceitável.

Mesmo respeitadas as diretrizes acima ditas, a retirada somente será permitida se corresponder à uma
necessidade terapêutica, comprovadamente indispensável para a pessoa receptora.

o DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA DE PESSOA JURIDICAMENTE INCAPAZ

A doação de medula óssea de pessoa juridicamente incapaz somente poderá ocorrer entre
consanguíneos, caso sejam observadas as seguintes condições:

I - se houver autorização expressa de ambos os pais ou de seus representantes legais, após serem
esclarecidos sobre os riscos do ato;

II - se houver autorização judicial; e

III - se o transplante não oferecer risco para a saúde do doador.

o GESTANTE

 A gestante não poderá doar órgãos, tecidos e partes de seu corpo, exceto medula óssea, desde que não
haja risco para a sua saúde e a do embrião ou do feto.

Há a possibilidade de autorização da gestante, previamente ao parto, a doação de células progenitoras


do sangue do cordão umbilical e placentário do nascituro.

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DESTAQUE A LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA

LEGISLAÇÃO

↳ Constituição Federal de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

(...).

↳ Código de Processo Penal – Decreto-Lei N. 3.689/41

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

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V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma


deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
pessoa presa.

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de
crime que envolva: (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)

I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)

II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei
nº 13.721, de 2018)

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de
crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com


procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

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§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção
da prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se
relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da


prova pericial; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo
de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou
croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável
pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas
características e natureza; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de


forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para
posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o
acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições


adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção
de suas características originais, bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado
com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia
judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de
rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem
o recebeu; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado
desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a


ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com
vinculação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,


quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que
dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária a
realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como
descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por
detalhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de


locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude
processual a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do
material. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de
forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir


contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de
informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente,
por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de


vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as
informações referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada à
guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de
perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para conferência,
recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a
distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que
não interfiram nas características do vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,


consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e
deverão ser registradas a data e a hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas,
consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da
ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia,
devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar
determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de
depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central
de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

↳ Lei N. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997 – Lei dos Transplantes

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

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Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post
mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se
refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo.

Art. 2º A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só


poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico-
cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do
Sistema Único de Saúde.

Parágrafo único. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo


humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para
diagnóstico de infecção e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo
Ministério da Saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

CAPÍTULO II

DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS,


ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE.

Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a
transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e
registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a
utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de
Medicina.

§ 1º Os prontuários médicos, contendo os resultados ou os laudos dos exames referentes aos


diagnósticos de morte encefálica e cópias dos documentos de que tratam os arts. 2º, parágrafo
único; 4º e seus parágrafos; 5º; 7º; 9º, §§ 2º, 4º, 6º e 8º, e 10, quando couber, e detalhando os
atos cirúrgicos relativos aos transplantes e enxertos, serão mantidos nos arquivos das instituições
referidas no art. 2º por um período mínimo de cinco anos.

§ 2º Às instituições referidas no art. 2º enviarão anualmente um relatório contendo os nomes dos


pacientes receptores ao órgão gestor estadual do Sistema único de Saúde.

§ 3º Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da


comprovação e atestação da morte encefálica.

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Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou
outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade,
obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em
documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (Redação
dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

Art. 5º A remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa juridicamente
incapaz poderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus
responsáveis legais.

Art. 6º É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não
identificadas.

Art. 7º (VETADO)

Parágrafo único. No caso de morte sem assistência médica, de óbito em decorrência de causa mal
definida ou de outras situações nas quais houver indicação de verificação da causa médica da
morte, a remoção de tecidos, órgãos ou partes de cadáver para fins de transplante ou terapêutica
somente poderá ser realizada após a autorização do patologista do serviço de verificação de óbito
responsável pela investigação e citada em relatório de necrópsia.

Art. 8o Após a retirada de tecidos, órgãos e partes, o cadáver será imediatamente necropsiado, se
verificada a hipótese do parágrafo único do art. 7o, e, em qualquer caso, condignamente
recomposto para ser entregue, em seguida, aos parentes do morto ou seus responsáveis legais
para sepultamento. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

CAPÍTULO III

DA DISPOSIÇÃO DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO VIVO PARA FINS DE


TRANSPLANTE OU TRATAMENTO

Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes
do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes
consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4 o deste artigo, ou em qualquer outra
pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. (Redação
dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 1º (VETADO)

§ 2º (VETADO)

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§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de
órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar
vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas
aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e corresponda a
uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora.

§ 4º O doador deverá autorizar, preferencialmente por escrito e diante de testemunhas,


especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada.

§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento
antes de sua concretização.

§ 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada, poderá


fazer doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos
os pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua
saúde.

§ 7º É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se
tratar de doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o ato não oferecer
risco à sua saúde ou ao feto.

§ 8º O auto-transplante depende apenas do consentimento do próprio indivíduo, registrado em


seu prontuário médico ou, se ele for juridicamente incapaz, de um de seus pais ou responsáveis
legais.

Art. 9o-A É garantido a toda mulher o acesso a informações sobre as possibilidades e os benefícios
da doação voluntária de sangue do cordão umbilical e placentário durante o período de consultas
pré-natais e no momento da realização do parto. (Incluído pela Lei nº 11.633, de 2007).

CAPITULO IV

DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES

Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, assim
inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do
procedimento. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

1o Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam
ou comprometam a manifestação válida da sua vontade, o consentimento de que trata este artigo

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1.

será dado por um de seus pais ou responsáveis legais. (Incluído pela Lei nº 10.211, de
23.3.2001)

§ 2o A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou à sua família direito
subjetivo a indenização, se o transplante não se realizar em decorrência de alteração do estado de
órgãos, tecidos e partes, que lhe seriam destinados, provocado por acidente ou incidente em seu
transporte. (Incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

Art. 11. É proibida a veiculação, através de qualquer meio de comunicação social de anúncio que
configure:

a) publicidade de estabelecimentos autorizados a realizar transplantes e enxertos, relativa a estas


atividades;

b) apelo público no sentido da doação de tecido, órgão ou parte do corpo humano para pessoa
determinada identificada ou não, ressalvado o disposto no parágrafo único;

c) apelo público para a arrecadação de fundos para o financiamento de transplante ou enxerto em


beneficio de particulares.

Parágrafo único. Os órgãos de gestão nacional, regional e local do Sistema único de Saúde
realizarão periodicamente, através dos meios adequados de comunicação social, campanhas de
esclarecimento público dos benefícios esperados a partir da vigência desta Lei e de estímulo à
doação de órgãos.

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. É obrigatório, para todos os estabelecimentos de saúde notificar, às centrais de


notificação, captação e distribuição de órgãos da unidade federada onde ocorrer, o diagnóstico de
morte encefálica feito em pacientes por eles atendidos.

Parágrafo único. Após a notificação prevista no caput deste artigo, os estabelecimentos de saúde
não autorizados a retirar tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverão permitir a imediata remoção do paciente ou franquear suas instalações e
fornecer o apoio operacional necessário às equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante,
hipótese em que serão ressarcidos na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.521, de 2007)

CAPÍTULO V

DAS SANÇÕES PENAIS E ADMIMSTRATIVAS

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1.

SEÇÃO I

Dos Crimes

Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as
disposições desta Lei:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa.

§ 1.º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo
torpe:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 100 a 150 dias-multa.

§ 2.º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido:

I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de três a dez anos, e multa, de 100 a 200 dias-multa

§ 3.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta para o ofendido:

I - Incapacidade para o trabalho;

II - Enfermidade incurável ;

III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa.

§ 4.º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte:

Pena - reclusão, de oito a vinte anos, e multa de 200 a 360 dias-multa.

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1.

Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou aufere qualquer
vantagem com a transação.

Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utilizando tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de
que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei:

Pena - reclusão, de um a seis anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa.

Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou distribuir partes do corpo humano de que se tem ciência
terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei:

Pena - reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa.

Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu
parágrafo único:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Art. 19. Deixar de recompor cadáver, devolvendo-lhe aspecto condigno, para sepultamento ou
deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Art. 20. Publicar anúncio ou apelo público em desacordo com o disposto no art. 11:

Pena - multa, de 100 a 200 dias-multa.

Seção II

Das Sanções Administrativas

Art. 21. No caso dos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16 e 17, o estabelecimento de saúde e as
equipes médico-cirúrgicas envolvidas poderão ser desautorizadas temporária ou
permanentemente pelas autoridades competentes.

§ 1.º Se a instituição é particular, a autoridade competente poderá multá-la em 200 a 360 dias-
multa e, em caso de reincidência, poderá ter suas atividades suspensas temporária ou

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definitivamente, sem direito a qualquer indenização ou compensação por investimentos


realizados.

§ 2.º Se a instituição é particular, é proibida de estabelecer contratos ou convênios com entidades


públicas, bem como se beneficiar de créditos oriundos de instituições governamentais ou daquelas
em que o Estado é acionista, pelo prazo de cinco anos.

Art. 22. As instituições que deixarem de manter em arquivo relatórios dos transplantes realizados,
conforme o disposto no art. 3.º § 1.º, ou que não enviarem os relatórios mencionados no art. 3.º, §
2.º ao órgão de gestão estadual do Sistema único de Saúde, estão sujeitas a multa, de 100 a 200
dias-multa.

§ 1o Incorre na mesma pena o estabelecimento de saúde que deixar de fazer as notificações


previstas no art. 13 desta Lei ou proibir, dificultar ou atrasar as hipóteses definidas em seu
parágrafo único. (Redação dada pela Lei nº 11.521, de 2007)

§ 2.º Em caso de reincidência, além de multa, o órgão de gestão estadual do Sistema Único de
Saúde poderá determinar a desautorização temporária ou permanente da instituição.

Art. 23. Sujeita-se às penas do art. 59 da Lei n.º 4.117, de 27 de agosto de 1962, a empresa de
comunicação social que veicular anúncio em desacordo com o disposto no art. 11.

↳ Decreto N. 9.175 de 18 de outubro de 2017 – Regulamenta a Lei dos Transplantes

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput , inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997,

DECRETA:

Art. 1º A disposição gratuita e anônima de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para
utilização em transplantes, enxertos ou outra finalidade terapêutica, nos termos da Lei nº 9.434,
de 4 de fevereiro de 199 7, observará o disposto neste Decreto.

Parágrafo único. O sangue, o esperma e o óvulo não estão compreendidos entre os tecidos e as
células a que se refere este Decreto.

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES

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1.

Seção I

Da Estrutura

Art. 2º Fica instituído o Sistema Nacional de Transplantes - SNT, no qual se desenvolverá o


processo de doação, retirada, distribuição e transplante de órgãos, tecidos, células e partes do
corpo humano, para finalidades terapêuticas.

Art. 3º Integram o SNT:

I - o Ministério da Saúde;

II - as Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal;

III - as Secretarias de Saúde dos Municípios;

IV - as Centrais Estaduais de Transplantes - CET;

V - a Central Nacional de Transplantes - CNT;

VI - as estruturas especializadas integrantes da rede de procura e doação de órgãos, tecidos,


células e partes do corpo humano para transplantes;

VII - as estruturas especializadas no processamento para preservação ex situ de órgãos, tecidos,


células e partes do corpo humano para transplantes;

VIII - os estabelecimentos de saúde transplantadores e as equipes especializadas; e

IX - a rede de serviços auxiliares específicos para a realização de transplantes.

Seção II

Das Atribuições

Art. 4º O SNT tem como âmbito de intervenção:

I - as atividades de doação e transplante de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, a


partir de doadores vivos ou falecidos;

II - o conhecimento dos casos de morte encefálica; e

III - a determinação do destino de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano retirados para
transplante em qualquer ponto do território nacional.

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1.

Art. 5º O Ministério da Saúde, por intermédio de unidade própria prevista em sua estrutura
regimental, exercerá as funções de órgão central do SNT, e lhe caberá:

I - coordenar as atividades de que trata este Decreto;

II - expedir normas e regulamentos técnicos para disciplinar os procedimentos estabelecidos neste


Decreto, o funcionamento ordenado e harmônico do SNT e o controle, inclusive social, das
atividades desenvolvidas pelo Sistema;

III - autorizar o funcionamento de CET;

IV - autorizar estabelecimentos de saúde, bancos de tecidos ou células, laboratórios de


histocompatibilidade e equipes especializadas a promover retiradas, transplantes, enxertos,
processamento ou armazenamento de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, nos
termos estabelecidos no Capítulo II;

V - cancelar ou suspender a autorização de estabelecimentos de saúde ou de equipes e


profissionais que não respeitem as regras estabelecidas neste Decreto, sem prejuízo das sanções
penais e administrativas previstas no Capítulo V da Lei nº 9.434, de 1997 , mediante decisão
fundamentada e observados os princípios do contraditório e da ampla defesa;

VI - articular-se com os integrantes do SNT para viabilizar seu funcionamento;

VII - prover e manter o funcionamento da CNT;

VIII - gerenciar a lista única de espera de receptores, de forma a garantir a disponibilidade das
informações necessárias à busca de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para
transplantes; e

IX - avaliar o desempenho do SNT, mediante planejamento e análise de metas e relatórios do


Ministério da Saúde e dos órgãos estaduais, distrital e municipais que o integram.

§ 1º Somente poderão exercer atividades de transplantes os entes federativos que dispuserem da


CET de que trata a Seção IV deste Capítulo, implantada e em funcionamento.

§ 2º Para fins do disposto no inciso VIII do caput , a lista única de espera de receptores será
constituída pelo conjunto das seguintes listas:

I - lista regional, nos casos que se aplique;

II - lista estadual;

III - lista macrorregional; e

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1.

IV - lista nacional.

§ 3º A composição das listas de que trata o § 2º ocorrerá a partir do cadastro técnico dos
candidatos a receptores, de acordo com os critérios a serem definidos em ato do Ministro de
Estado da Saúde.

Seção III

Dos Órgãos Estaduais

Art. 6º Para integrar o SNT, as Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal deverão
instituir, em suas estruturas organizacionais, unidade com o perfil e as funções indicadas na Seção
IV deste Capítulo.

§ 1º Instituída a unidade referida no caput , a Secretaria de Saúde estadual solicitará ao órgão


central a autorização para integrar o SNT que, uma vez concedida, implicará a assunção dos
encargos que lhe são próprios.

§ 2º A autorização a que se refere o § 1º estará sujeita a cancelamento na hipótese de


descumprimento das regras definidas pelo órgão central do SNT.

§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer mecanismos de


cooperação para o desenvolvimento das atividades de que trata este Decreto.

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios realizarão a difusão de informações e iniciativas


relacionadas ao processo de doações e transplantes.

Seção IV

Das Centrais Estaduais de Transplantes

Art. 7º As Centrais Estaduais de Transplantes - CET serão as unidades executivas das atividades do
SNT nos Estados e no Distrito Federal, de natureza pública, conforme estabelecido neste Decreto.

Art. 8º Compete às CET:

I - organizar, coordenar e regular as atividades de doação e transplante em seu âmbito de atuação;

II - gerenciar os cadastros técnicos dos candidatos a receptores de tecidos, células, órgãos e partes
do corpo humano, inscritos pelas equipes médicas locais, para compor a lista única de espera nos
casos em que se aplique;

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1.

III - receber as notificações de morte que enseje a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do
corpo humano para transplantes, ocorridas em seu âmbito de atuação;

IV - gerenciar as informações referentes aos doadores e mantê-las atualizadas;

V - determinar o encaminhamento e providenciar o transporte de órgãos, tecidos, células e partes


do corpo humano ao estabelecimento de saúde autorizado para o transplante ou o enxerto onde
se encontrar o receptor, observadas as instruções ou as normas complementares expedidas na
forma do art. 46;

VI - notificar a CNT quanto a não utilização de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano
pelos receptores inscritos em seus registros, para fins de disponibilização para o receptor
subsequente, entre aqueles relacionados na lista única de espera;

VII - encaminhar relatórios anuais ao órgão central do SNT sobre o desenvolvimento das atividades
de transplante em seu âmbito de atuação;

VIII - controlar, avaliar e fiscalizar as atividades de que trata este Decreto em seu âmbito de
atuação;

IX - definir, em conjunto com o órgão central do SNT, parâmetros e indicadores de qualidade para
avaliação dos serviços transplantadores, laboratórios de histocompatibilidade, bancos de tecidos e
organismos integrantes da rede de procura e doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano;

X - elaborar o Plano Estadual de Doação e Transplantes, de que trata o Capítulo VII;

XI - aplicar as penalidades administrativas nas hipóteses de infração às disposições da Lei nº 9.434,


de 1997 , observado o devido processo legal e assegurado ao infrator o direito de ampla defesa;

XII - suspender cautelarmente, pelo prazo máximo de sessenta dias, o estabelecimento e/ou a
equipe especializada para apurar infração administrativa ou ato ilícito praticado no processo de
doação, alocação ou transplante de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano;

XIII - comunicar a aplicação de penalidade ao órgão central do SNT, que a registrará para consulta
quanto às restrições estabelecidas no § 2º do art. 21 da Lei nº 9.434, de 1997 , e, caso necessário,
procederá ao cancelamento da autorização concedida;

XIV - requerer ao órgão central do SNT a suspensão ou o cancelamento da autorização da equipe


ou do profissional que desrespeitar a ordem da lista única de espera de receptores; e

XV - acionar o Ministério Público e outras instituições públicas competentes para informar a


prática de ilícitos cuja apuração não esteja compreendida no âmbito de sua competência.

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§ 1º O gerenciamento dos cadastros técnicos dos candidatos a receptores de que trata o inciso II
do caput será realizado mediante o fornecimento e a manutenção dos dados necessários à
localização do candidato a receptor, a indicação do procedimento, os consentimentos necessários
e as características do receptor determinantes para a verificação da compatibilidade do seu
organismo com o enxerto ofertado, de modo a permitir a sua rápida alocação.

§ 2º O Município considerado polo de região administrativa poderá solicitar à CET a instituição de


Central de Transplante Regional, que ficará vinculada e subordinada à referida CET, nos termos
definidos em ato do Ministério da Saúde.

Seção V

Da Central Nacional de Transplantes

Art. 9º Para a execução das atividades de coordenação logística e distribuição de tecidos, células e
partes do corpo humano no processo de doação e transplante em âmbito nacional, o órgão central
do SNT manterá a Central Nacional de Transplantes - CNT, a qual terá as seguintes atribuições:

I - receber as notificações de não utilização de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano
pelos receptores inscritos no âmbito dos Estados ou do Distrito Federal, de forma a disponibilizá-
los aos receptores subsequentes entre aqueles relacionados na lista única de espera de receptores;

II - apoiar o gerenciamento da retirada de órgãos e tecidos, prestando suporte técnico e logístico à


sua busca, no território nacional, nas hipóteses em que as condições clínicas do doador, o tempo
decorrido desde a cirurgia de retirada do órgão e as condições de acessibilidade o permitam;

III - alocar os órgãos e os tecidos retirados em conformidade com a lista única de espera de
receptores, de forma a otimizar as condições técnicas de preservação, transporte e distribuição,
considerados os critérios estabelecidos nas normas em vigor e com vistas a garantir o seu melhor
aproveitamento e a equidade na sua destinação;

IV - articular a relação entre as CET durante o processo de alocação dos órgãos entre as unidades
da federação;

V - manter registros de suas atividades;

VI - receber e difundir as notificações de eventos inesperados pertinentes à segurança dos


receptores, nos transplantes de órgãos e outros enxertos por ela alocados;

VII - apoiar a atividade de regulação do acesso dos pacientes com indicação de transplante;

VIII - articular, regular e operacionalizar as inscrições interestaduais para modalidades de


transplantes não existentes nos Estados ou no Distrito Federal; e

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IX - providenciar, em caráter complementar, a logística de transportes dos órgãos, tecidos, células


e partes do corpo humano disponibilizados para a lista única de espera de receptores.

Seção VI

Da Procura e da Doação de Órgãos, Tecidos, Células e Partes do Corpo Humano para


Transplantes

Art. 10. A CET organizará o funcionamento de estruturas especializadas para a procura e a doação
de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para transplante que, juntamente com as
equipes assistenciais dos hospitais, constituirão a rede de procura e doação de órgãos, tecidos,
células e partes do corpo humano, responsável por assegurar a notificação de morte, a avaliação e
o acompanhamento de doadores e de suas famílias.

Parágrafo único. A CET deverá organizar a sua rede de procura e doação de acordo com as
características de sua rede assistencial e em conformidade com as normas complementares
expedidas pelo órgão central do SNT.

CAPÍTULO II

DA AUTORIZAÇÃO

Seção I

Da Autorização de Estabelecimentos de Saúde e Equipes Especializadas

Art. 11. O transplante, o enxerto ou a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano somente poderão ser realizados em estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, por
equipes especializadas, prévia e expressamente autorizados pelo órgão central do SNT.

§ 1º O pedido de autorização formalmente apresentado pela CET poderá ser formulado para cada
atividade de que trata este Decreto.

§ 2º A autorização para fins de transplantes, enxerto ou retirada de órgãos, tecidos, células e


partes do corpo humano deverá ser concedida conjunta ou separadamente para estabelecimentos
de saúde e para equipes especializadas de transplante, enxerto ou retirada.

§ 3º A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano poderá ocorrer em quaisquer
estabelecimentos de saúde, desde que realizada por equipes especializadas autorizadas e com a
anuência formal da CET.

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§ 4º Em qualquer caso, no pedido de autorização, os estabelecimentos de saúde e as equipes


especializadas firmarão compromisso no qual se sujeitarão à fiscalização e ao controle do Poder
Público, facilitando o acesso às instalações, aos equipamentos e aos prontuários, observada
sempre a habilitação dos agentes credenciados para tal, tendo em vista o caráter sigiloso desses
documentos.

§ 5º As autorizações serão válidas pelo prazo de até quatro anos, renováveis por períodos iguais e
sucessivos, verificada a observância dos requisitos estabelecidos neste Decreto e em normas
complementares do Ministério da Saúde.

§ 6º A renovação a que se refere o § 5º deverá ser requerida pelas equipes especializadas e pelos
estabelecimentos de saúde ao órgão central do SNT no prazo de até noventa dias antes do término
da vigência da autorização anterior.

§ 7º Os pedidos de renovação apresentados após o prazo estabelecido no § 6º serão considerados


como pedidos de nova autorização, situação que implica a cessação dos efeitos da autorização
anterior após o término de sua vigência.

Art. 12. Os estabelecimentos de saúde deverão contar com os serviços e as instalações adequados
à execução de retirada, transplante ou enxerto de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano, atendidas as exigências contidas em normas complementares do Ministério da Saúde e
comprovadas no requerimento de autorização.

§ 1º A transferência da propriedade, a modificação da razão social e a alteração das equipes


especializadas pela incorporação de outros profissionais, igualmente autorizados, quando
comunicadas no prazo de até noventa dias da sua ocorrência, não prejudicarão a validade da
autorização concedida.

§ 2º O estabelecimento de saúde autorizado na forma deste artigo somente poderá realizar


transplante se observar, em caráter permanente, ao disposto no § 2º do art. 13.

Art. 13. A composição das equipes especializadas será determinada em função da modalidade de
transplante, enxerto ou retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para a qual
solicitou autorização, mediante integração de profissionais também autorizados na forma desta
Seção.

§ 1º Os critérios técnicos para concessão de autorização e de renovação da autorização de equipes


especializadas e de estabelecimentos de saúde serão definidos em normas complementares do
órgão central do SNT.

§ 2º Será exigível, no caso de transplante, a definição, em número e habilitação, de profissionais


necessários à realização do procedimento.

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1.

§ 3º A autorização será concedida para cada modalidade de transplante, enxerto ou retirada de


órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano e o pedido deverá ser formalizado para o
conjunto dos seus membros, indicando o estabelecimento ou os estabelecimentos de saúde de
atuação.

Art. 14. Além da habilitação profissional, as equipes especializadas deverão instruir o pedido de
autorização ou de renovação de autorização de acordo com as normas expedidas pelo órgão
central do SNT.

Seção II

Das Disposições Complementares

Art. 15. O pedido de autorização de estabelecimentos de saúde, de equipes especializadas, de


laboratórios de histocompatibilidade e de bancos de tecidos será apresentado às Secretarias de
Saúde do Estado ou do Distrito Federal pelo gestor local do Sistema Único de Saúde - SUS, que o
instruirá com relatório circunstanciado e conclusivo quanto à necessidade do novo serviço e à
satisfação das exigências estabelecidas neste Decreto e em normas complementares, no âmbito de
sua área de competência, definida pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 .

§ 1º Os estabelecimentos de saúde e as demais instâncias cujo funcionamento esteja condicionado


à autorização pelo órgão central do SNT deverão respeitar o Plano Estadual de Doação e
Transplantes estabelecido no Capítulo VII, no âmbito da gestão local de saúde, inclusive quanto à
necessidade de sua criação e implementação.

§ 2º A Secretaria de Saúde do Estado ou do Distrito Federal diligenciará junto ao requerente para


verificar o cumprimento das exigências a seu cargo.

§ 3º A Secretaria de Saúde do Estado ou do Distrito Federal remeterá o pedido de autorização ao


órgão central do SNT para expedição da autorização caso haja manifestação favorável quanto à
presença de todos os requisitos estabelecidos neste Decreto e em normas complementares.

Art. 16. O Ministério da Saúde poderá estabelecer outras exigências que se tornem indispensáveis
à prevenção de irregularidades nas atividades de que trata este Decreto.

CAPÍTULO III

DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM

Seção I

Da Disposição Post mortem de Órgãos, Tecidos, Células e Partes do Corpo Humano para Fins de
Transplante ou Enxerto

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1.

Art. 17. A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano poderá ser efetuada após
a morte encefálica, com o consentimento expresso da família, conforme estabelecido na Seção II
deste Capítulo.

§ 1º O diagnóstico de morte encefálica será confirmado com base nos critérios neurológicos
definidos em resolução específica do Conselho Federal de Medicina - CFM.

§ 2º São dispensáveis os procedimentos previstos para o diagnóstico de morte encefálica quando


ela decorrer de parada cardíaca irreversível, diagnosticada por critérios circulatórios.

§ 3º Os médicos participantes do processo de diagnóstico da morte encefálica deverão estar


especificamente capacitados e não poderão ser integrantes das equipes de retirada e transplante.

§ 4º Os familiares que estiverem em companhia do paciente ou que tenham oferecido meios de


contato serão obrigatoriamente informados do início do procedimento para diagnóstico da morte
encefálica.

§ 5º Caso a família do paciente solicite, será admitida a presença de médico de sua confiança no
ato de diagnóstico da morte encefálica.

Art. 18. Os hospitais deverão notificar a morte encefálica diagnosticada em suas dependências à
CET da unidade federativa a que estiver vinculada, em caráter urgente e obrigatório.

Parágrafo único. Por ocasião da investigação da morte encefálica, na hipótese de o hospital


necessitar de apoio para o diagnóstico, a CET deverá prover os profissionais ou os serviços
necessários para efetuar os procedimentos, observado o disposto no art. 13.

Art. 19. Após a declaração da morte encefálica, a família do falecido deverá ser consultada sobre a
possibilidade de doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para transplante,
atendido o disposto na Seção II do Capítulo III.

Parágrafo único. Nos casos em que a doação não for viável, por quaisquer motivos, o suporte
terapêutico artificial ao funcionamento dos órgãos será descontinuado, hipótese em que o corpo
será entregue aos familiares ou à instituição responsável pela necropsia, nos casos em que se
aplique.

Seção II

Do Consentimento Familiar

Art. 20. A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte, somente
poderá ser realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do falecido, consignado de
forma expressa em termo específico de autorização.

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1.

§ 1º A autorização deverá ser do cônjuge, do companheiro ou de parente consanguíneo, de maior


idade e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, e firmada em
documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.

§ 2º Caso seja utilizada autorização de parente de segundo grau, deverão estar circunstanciadas,
no termo de autorização, as razões de impedimento dos familiares de primeiro grau.

§ 3º A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano de falecidos incapazes, nos
termos da lei civil, dependerá de autorização expressa de ambos os pais, se vivos, ou de quem lhes
detinha, ao tempo da morte, o poder familiar exclusivo, a tutela ou a curatela.

§ 4º Os casos que não se enquadrem nas hipóteses previstas no § 1º ao §3º dependerão de prévia
autorização judicial.

Art. 21. Fica proibida a doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano em casos de
não identificação do potencial doador falecido.

Parágrafo único. Não supre as exigências do caput o simples reconhecimento de familiares se


nenhum dos documentos de identificação do falecido for encontrado, exceto nas hipóteses em
que autoridade oficial que detenha fé pública certifique a identidade.

Seção III

Da Preservação de Órgãos, Tecidos, Células e Partes do Corpo Humano

Art. 22. Constatada a morte e a ausência de contraindicações clínicas conhecidas, caberá às


equipes assistenciais do hospital onde se encontra o falecido prover o suporte terapêutico
artificial, de forma a oferecer a melhor preservação in situ possível dos órgãos, tecidos, células e
partes do corpo humano até que a família decida sobre sua doação.

Parágrafo único. As CET e a sua rede de procura e doação de órgãos, tecidos, células e partes do
corpo humano para transplante, no âmbito de suas competências, deverão acompanhar o trabalho
das equipes assistenciais dos hospitais, subsidiando-as técnica e logisticamente na avaliação e na
manutenção homeostática do potencial doador.

Art. 23. Cabe à rede de procura e doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano
para transplante, sob a coordenação da CET, e em consonância com as equipes assistenciais e
transplantadoras, proceder ao planejamento, ao contingenciamento e à provisão dos recursos
físicos e humanos, do transporte e dos demais insumos necessários à realização da cirurgia de
retirada dos órgãos e dos demais enxertos.

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1.

Parágrafo único. A CNT participará da coordenação das atividades a que se refere o caputsempre
que houver intercâmbio de órgãos, enxertos ou equipes cirúrgicas entre as unidades federativas.

Art. 24. Quando indicada a preservação ex situ de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano, esses serão processados obrigatoriamente em estabelecimentos previamente
autorizados pelo órgão central do SNT, em conformidade com o disposto neste Decreto e nas
normas complementares.

§ 1º A preservação de tecidos ou células deverá ser realizada em bancos de tecidos humanos.

§ 2º A preservação de órgãos deverá ser realizada em centros específicos para essa finalidade.

Seção IV

Da Necropsia

Art. 25. A necropsia será realizada obrigatoriamente no caso de morte por causas externas ou em
outras situações nas quais houver indicação de verificação médica da causa da morte.

§ 1º A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano poderá ser efetuada desde
que não prejudique a análise e a identificação das circunstâncias da morte.

§ 2º A retirada de que trata o § 1º será realizada com o conhecimento prévio do serviço médico-
legal ou do serviço de verificação de óbito responsável pela investigação, e os dados pertinentes
serão circunstanciados no relatório de encaminhamento do corpo para necropsia.

§ 3º O corpo será acompanhado do relatório com a descrição da cirurgia de retirada e dos


eventuais procedimentos realizados e a documentação será anexada ao prontuário legal do
doador, com cópia destinada à instituição responsável pela realização da necropsia.

§ 4º Ao doador de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano será dada a precedência para
a realização da necropsia, imediatamente após a cirurgia de retirada, sem prejuízo aos
procedimentos descritos nos § 2º e § 3º.

Seção V

Da Recomposição do Cadáver

Art. 26. Efetuada a retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano e a necropsia, na
hipótese em que seja necessária, o cadáver será condignamente recomposto, de modo a recuperar
tanto quanto possível a sua aparência anterior.

CAPÍTULO IV

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1.

DA DOAÇÃO EM VIDA

Seção I

Da Disposição do Corpo Vivo

Art. 27. Qualquer pessoa capaz, nos termos da lei civil, poderá dispor de órgãos, tecidos, células e
partes de seu corpo para serem retirados, em vida, para fins de transplantes ou enxerto em
receptores cônjuges, companheiros ou parentes até o quarto grau, na linha reta ou colateral.

Art. 28. As doações entre indivíduos vivos não relacionados dependerão de autorização judicial,
que será dispensada no caso de medula óssea.

Parágrafo único. É considerada como doação de medula óssea a doação de outros progenitores
hematopoiéticos.

Art. 29. Somente será permitida a doação referida nesta Seção quando se tratar de órgãos duplos,
de partes de órgãos, tecidos, células e partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do
doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave
comprometimento de suas aptidões vitais e de sua saúde mental e não cause mutilação ou
deformação inaceitável.

§ 1º A retirada nas condições estabelecidas neste artigo somente será permitida se corresponder a
uma necessidade terapêutica, comprovadamente indispensável para a pessoa receptora.

§ 2º O doador vivo será prévia e obrigatoriamente esclarecido sobre as consequências e os riscos


decorrentes da retirada do órgão, tecido, células ou parte do seu corpo para a doação.

§ 3º Os esclarecimentos de que trata o § 2º serão consignados em documento lavrado e lido na


presença do doador e de duas testemunhas.

§ 4º O doador especificará, em documento escrito, firmado por duas testemunhas:

I - o tecido, o órgão, a célula ou a parte do seu corpo que doará para transplante ou enxerto;

II - o nome da pessoa beneficiada; e

III - a qualificação e o endereço dos envolvidos.

§ 5º O Comitê de Bioética ou a Comissão de Ética do hospital onde se realizará a retirada e o


transplante ou o enxerto emitirá parecer sobre os casos de doação entre não consanguíneos,
exceto cônjuges e companheiros, reconhecidos nos termos da lei civil.

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1.

§ 6º A doação de medula óssea de pessoa juridicamente incapaz somente poderá ocorrer entre
consanguíneos, desde que observadas as seguintes condições:

I - se houver autorização expressa de ambos os pais ou de seus representantes legais, após serem
esclarecidos sobre os riscos do ato;

II - se houver autorização judicial; e

III - se o transplante não oferecer risco para a saúde do doador.

§ 7º Antes de iniciado o procedimento, a doação poderá ser revogada pelo doador a qualquer
momento.

§ 8º A gestante não poderá doar órgãos, tecidos e partes de seu corpo, exceto medula óssea,
desde que não haja risco para a sua saúde e a do embrião ou do feto.

§ 9º A gestante será a responsável pela autorização, previamente ao parto, de doação de células


progenitoras do sangue do cordão umbilical e placentário do nascituro.

Art. 30. O autotransplante dependerá somente da autorização do próprio receptor ou de seus


representantes legais.

Art. 31. Os doadores voluntários de medula óssea serão cadastrados pelo órgão central do SNT,
que manterá as informações sobre a identidade civil e imunológica desses doadores em registro
próprio, cuja consulta estará disponível sempre que não houver doador compatível disponível na
família.

Parágrafo único. O órgão central do SNT poderá delegar a competência prevista no caput para
outro órgão do Ministério da Saúde ou para entidade pública vinculada a esse Ministério.

CAPITULO V

DO TRANSPLANTE OU DO ENXERTO

Seção I

Do Consentimento do Receptor

Art. 32. O transplante ou o enxerto somente será feito com o consentimento expresso do receptor,
após devidamente aconselhado sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento, por meio
da autorização a que se refere o § 2º.

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1.

§ 1º Na hipótese de o receptor ser juridicamente incapaz ou estar privado de meio de


comunicação oral ou escrita, o consentimento para a realização do transplante será dado pelo
cônjuge, pelo companheiro ou por parente consanguíneo ou afim, de maior idade e juridicamente
capaz, na linha reta ou colateral, até o quarto grau, inclusive, firmada em documento subscrito por
duas testemunhas presentes na assinatura do termo.

§ 2º A autorização será aposta em documento que conterá as informações sobre o procedimento e


as perspectivas de êxito, insucesso e as possíveis sequelas e que serão transmitidas ao receptor ou,
se for o caso, às pessoas indicadas no § 1º.

§ 3º Os riscos considerados aceitáveis pela equipe de transplante ou enxerto, em razão dos testes
aplicados ao doador, serão esclarecidos ao receptor ou às pessoas indicadas no § 1º, que poderão
==1928da==

assumi-los, mediante expressa concordância, aposta no documento referido no § 2º.

Seção II

Do Procedimento de Transplante ou Enxerto

Art. 33. Os transplantes somente poderão ser realizados em pacientes com doença progressiva ou
incapacitante e irreversível por outras técnicas terapêuticas.

Art. 34. A realização de transplantes ou enxertos de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano somente será autorizada após a realização, no doador, dos testes estabelecidos pelas
normas do SNT, com vistas à segurança do receptor, especialmente quanto às infecções, às
afecções transmissíveis e às condições funcionais, segundo as normas complementares do
Ministério da Saúde.

§ 1º As equipes de transplantes ou enxertos somente poderão realizá-los na hipótese de os


exames previstos neste artigo apresentarem resultados que indiquem relação de risco e benefício
favorável ao receptor, de acordo com o previsto na Seção I deste Capítulo.

§ 2º Não serão transplantados nem enxertados órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano
de portadores de doenças indicadas como critérios de exclusão absolutos em normas
complementares do SNT.

§ 3º Nos casos em que se aplique, o transplante dependerá, ainda, dos exames necessários à
verificação de compatibilidades sanguínea, imunogenética ou antropométrica com o organismo de
receptor inscrito na lista única de espera ou de outras situações definidas pelo SNT.

§ 4º A CET, ou a CNT nos casos em que se aplique, diante das informações relativas ao doador,
indicará a destinação dos órgãos, dos tecidos, das células e das partes do corpo humano

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removidos, em estrita observância aos critérios de alocação estabelecidos em normas


complementares do Ministério da Saúde.

Art. 35. A alocação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano prevista no § 4º do art. 34
observará os critérios de gravidade, compatibilidade, ordem de inscrição, distância, condições de
transporte, tempo estimado de deslocamento das equipes de retirada e do receptor selecionado e
as situações de urgência máxima.

Parágrafo único. Antes de iniciado o procedimento de transplante ou de enxerto, será exigido


termo de declaração, subscrito pelo médico responsável e pelo receptor ou por seu representante
legal, em que conste, de forma expressa, a inexistência de ônus financeiro para o receptor
referente à doação do órgão, do tecido, das células ou da parte do corpo humano, exceto aqueles
referentes ao processamento, nos casos em que se aplique.

Art. 36. Os pacientes que necessitarem de alotransplante de medula óssea e que não tenham
doador identificado na família serão mantidos em cadastro próprio, no qual os dados imunológicos
serão periodicamente comparados com o cadastro de doadores, em busca de doador compatível.

Art. 37. A seleção de um receptor em lista de espera não confere a ele ou a sua família direito
subjetivo à indenização caso o transplante não se realize devido a prejuízo nas condições dos
órgãos, dos tecidos, das células ou das partes que lhe seriam destinados provocado por acidente
ou incidente em seu transporte.

Seção III

Dos Prontuários

Art. 38. Além das informações usuais e sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.434,
de 1997, os prontuários conterão:

I - quando relacionados ao doador falecido, os laudos dos exames utilizados para a comprovação
da morte encefálica e para a verificação da viabilidade da utilização dos órgãos, dos tecidos, das
células ou das partes do corpo humano e o original ou a cópia autenticada dos documentos
utilizados para a sua identificação;

II - quando relacionados ao doador vivo, o resultado dos exames realizados para avaliar as
possibilidades de retirada e transplante de órgãos, tecidos, células ou partes do corpo humano e a
autorização do Poder Judiciário para a doação, quando for o caso, de acordo com o disposto no
art. 28; e

III - quando relacionados ao receptor, a prova de seu consentimento, na forma do art. 32, e a cópia
dos laudos dos exames previstos nos incisos I e II do caput .

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Art. 39. Os prontuários com os dados especificados no art. 38 serão mantidos conforme previsão
legal.

CAPITULO VI

DOS DOADORES E DOS RECEPTORES ESTRANGEIROS

Art. 40. Os estrangeiros que vierem a falecer em solo brasileiro poderão ser doadores de órgãos,
tecidos, células e partes do corpo humano.

Parágrafo único. Aos potenciais doadores estrangeiros falecidos aplicam-se as mesmas exigências
referentes aos potenciais doadores brasileiros, especificadas no Capítulo III.

Art. 41. O estrangeiro poderá dispor de órgãos, tecidos, células e partes de seu corpo para serem
retirados em vida, para fins de transplantes ou enxerto em receptores cônjuges, companheiros ou
parentes até o quarto grau, na linha reta ou colateral, sejam estes brasileiros ou estrangeiros.

Parágrafo único. Aos potenciais doadores vivos estrangeiros aplicam-se as mesmas exigências
referentes aos potenciais doadores brasileiros, especificadas no Capítulo IV.

Art. 42. É vedada a realização de procedimento de transplante ou enxerto em potencial receptor


estrangeiro não residente no País, exceto nos casos de doação entre indivíduos vivos em que o
doador seja comprovadamente cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo do receptor até o
quarto grau, em linha reta ou colateral.

§ 1º É vedada a inclusão de potenciais receptores estrangeiros não residentes no País na lista de


espera para transplante ou enxerto de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano a seu
favor, provenientes de doadores falecidos, exceto se houver tratado internacional com promessa
de reciprocidade.

§ 2º Na hipótese de indicação aguda de transplante com risco de morte iminente em um potencial


receptor estrangeiro em que se verifique que a remoção para o seu país seja comprovadamente
impossível, o SNT poderá autorizar, em caráter excepcional, a sua inscrição em lista de espera para
transplante ou enxerto.

§ 3º Fica vedado o financiamento do procedimento de transplante em estrangeiros não residentes


com recursos do SUS, exceto se houver tratado internacional com promessa de reciprocidade ou
na hipótese a que se refere o § 2º, sob autorização do órgão central do SNT.

CAPÍTULO VII

DO PLANO ESTADUAL DE DOAÇÃO E TRANSPLANTES

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Art. 43. A CET deverá elaborar e aprovar o Plano Estadual de Doação e Transplantes, que será
submetido à homologação da Comissão Intergestores Bipartite - CIB.

Parágrafo único. O órgão central do SNT indicará, em normas complementares, os critérios para
elaboração do Plano referido no caput .

Art. 44. O Plano Estadual de Doação e Transplantes, após a homologação da CIB, será submetido à
aprovação do Ministério da Saúde, que emitirá parecer técnico conclusivo.

Art. 45. As alterações no Plano Estadual de Doação e Transplantes deverão ser submetidas à
mesma sistemática de homologação e aprovação previstas nos art. 43 e art. 44.

CAPITULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 46. O Ministério da Saúde fica autorizado a expedir instruções e regulamentos necessários à
aplicação do disposto neste Decreto.

Art. 47. É vedado o transplante de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano em receptor
não inscrito nos cadastros técnicos das CET.

Art. 48. É vedada a inscrição de receptor de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano em
mais de uma CET para o mesmo órgão, tecido, célula ou parte do corpo humano.

Art. 49. Caberá aos estabelecimentos de saúde e às equipes especializadas autorizados a execução
dos procedimentos médicos previstos neste Decreto que, no âmbito do SUS, serão remunerados
segundo os valores fixados em tabela aprovada pelo Ministério da Saúde.

Art. 50. É vedada a cobrança à família do potencial doador e ao receptor e sua família de quaisquer
dos procedimentos referentes à doação, observado o disposto no parágrafo único do art. 35.

Art. 51. É vedada a remuneração de serviços prestados, no âmbito do SUS, de procedimentos


relacionados a transplantes de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano doados,
manipulados ou não, cuja comprovação de eficácia clínica não seja reconhecida pelo Ministério da
Saúde.

Art. 52. Na hipótese de doação post mortem , será resguardada a identidade dos doadores em
relação aos seus receptores e dos receptores em relação à família dos doadores.

Art. 53. É vedada a realização e a veiculação de publicidade nas seguintes situações:

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I - para obter doador ou doadores de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, vivos ou
falecidos, com vistas ao benefício de um receptor específico;

II - para divulgar estabelecimentos autorizados a realizar transplantes e enxertos; eIII - para a


arrecadação de fundos para o financiamento de transplante ou enxerto em benefício de
particulares.

Art. 54. Os órgãos de gestão nacional, regional e local do SUS deverão adotar estratégias de
comunicação social, esclarecimento público e educação permanentes da população destinadas ao
estímulo à doação de órgãos.

Art. 55. O Ministério da Saúde poderá requisitar, em forma complementar ao estabelecido no


inciso V do caput do art. 8º, apoio à Força Aérea Brasileira para o transporte de órgãos, tecidos e
partes do corpo humano até o local em que será feito o transplante.

§ 1º Para atender às requisições do Ministério da Saúde previstas no caput , a Força Aérea


Brasileira manterá permanentemente disponível, no mínimo, uma aeronave que servirá
exclusivamente a esse propósito.

§ 2º Em caso de necessidade, o Ministério da Saúde poderá requisitar aeronaves adicionais para


fins do disposto no caput e o atendimento a essas requisições fica condicionado à possibilidade
operacional da Força Aérea Brasileira.

§ 3º O disposto no caput não se aplica às situações passíveis de serem atendidas nos termos do
inciso V do caput do art. 8º ou da cooperação que as empresas de aviação civil, de forma
voluntária e gratuita, mantenham com o SNT para o transporte de órgãos, tecidos, células e partes
do corpo humano.

Art. 56. Fica revogado o Decreto nº 2.268, de 30 de junho de 1997 .

Art. 57. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

↳ Portaria N. 82, de 16 de julho de 2014 - Cadeia de Custódia

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA

DOU de 18/07/2014 (nº 136, Seção 1, pág. 42)

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1.

Estabelece as Diretrizes sobre os procedimentos a serem observados no tocante à cadeia de


custódia de vestígios.

A SECRETÁRIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, no uso das


atribuições que lhe conferem o art. 45, do Anexo I, do Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007 e
o art. 40, do Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 1.821, de 13 de outubro de 2006, do
Ministério da Justiça; e

considerando que a cadeia de custódia é fundamental para garantir a idoneidade e a


rastreabilidade dos vestígios, com vistas a preservar a confiabilidade e a transparência da produção
da prova pericial até a conclusão do processo judicial;

considerando que a garantia da cadeia de custódia confere aos vestígios certificação de origem e
destinação e, consequentemente, atribui à prova pericial resultante de sua análise, credibilidade e
robustez suficientes para propiciar sua admissão e permanência no elenco probatório; e

considerando a necessidade de instituir, em âmbito nacional, a padronização da cadeia de


custódia, resolve:

Art. 1º - Ficam estabelecidas, na forma do Anexo I desta Portaria, Diretrizes sobre os


procedimentos a serem observados no tocante à cadeia de custódia de vestígios.

Art. 2º - A observância da norma técnica mencionada no artigo anterior passa a ser de uso
obrigatório pela Força Nacional de Segurança Pública.

Art. 3º - O repasse de recursos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública para fortalecimento
da perícia criminal oficial nos Estados e no Distrito Federal levará em conta a observância da
presente norma técnica.

Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

REGINA MARIA FILOMENA DE LUCA MIKI

ANEXO I

DIRETRIZES SOBRE CADEIA DE CUSTÓDIA

1. Da cadeia de custódia

1.1. Denomina-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter
e documentar a história cronológica do vestígio, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o descarte.

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1.

1.2. O início da cadeia de custódia se dá com a preservação do local de crime e/ou com
procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

1.3. O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção
da prova pericial fica responsável por sua preservação.

1.4. A busca por vestígios em local de crime se dará em toda área imediata, mediata e relacionada.

1.5. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:

a) reconhecimento: consiste no ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial;

b) fixação: é a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo


de delito, e a sua posição na área de exames, ilustrada por fotografias, filmagens e/ou croqui;

c) coleta: consiste no ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial respeitando
suas características e natureza;

d) acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior
análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;

e) transporte: consiste no ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as


condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, etc.), de modo a garantir a manutenção
de suas características originais, bem como o controle de sua posse;

f) recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio que deve ser documentado com,
no mínimo, as seguintes informações: número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento,
natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem recebeu;

g) processamento: é o exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia


adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado
desejado que deverá ser formalizado em laudo;

h) armazenamento: é o procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a


ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com
vinculação ao número do laudo correspondente;

i) descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,


quando pertinente, mediante autorização judicial.

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2. Das etapas da cadeia de custódia

2.1. As etapas da cadeia de custódia se distribuem nas fases externa e interna.

2.2. A fase externa compreende todos os passos entre a preservação do local de crime ou
apreensões dos elementos de prova e a chegada do vestígio ao órgão pericial encarregado de
processá-lo, compreendendo, portanto:

a) preservação do local de crime;

b) busca do vestígio;

c) reconhecimento do vestígio;

d) fixação do vestígio;

e) coleta do vestígio;

f) acondicionamento do vestígio;

g) transporte do vestígio;

h) recebimento do vestígio.

2.3. A fase interna compreende todas as etapas entre a entrada do vestígio no órgão pericial até
sua devolução juntamente com o laudo pericial, ao órgão requisitante da perícia, compreendendo,
portanto:

a) recepção e conferência do vestígio;

b) classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio;

c) análise pericial propriamente dita;

d) guarda e devolução do vestígio de prova;

e) guarda de vestígios para contraperícia;

f) registro da cadeia de custódia.

3. Do manuseio do vestígio

3.1. Na coleta de vestígio deverão ser observados os seguintes requisitos mínimos:

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1.

a) realização por profissionais de perícia criminal ou, excepcionalmente, na falta destes, por pessoa
investida de função pública, nos termos da legislação vigente;

b) realização com a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) e materiais específicos


para tal fim;

c) numeração inequívoca do vestígio de maneira a individualizálo.

3.2. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material,
podendo ser utilizados: sacos plásticos, envelopes, frascos e caixas descartáveis ou caixas térmicas,
dentre outros.

3.3. Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de
forma a garantir a inviolabilidade e idoneidade do vestígio durante o transporte.

3.4. O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir


contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de
informações sobre seu conteúdo.

3.5. Todos os vestígios coletados deverão ser registrados individualmente em formulário próprio
no qual deverão constar, no mínimo, as seguintes informações:

a) especificação do vestígio;

b) quantidade;

c) identificação numérica individualizadora;

d) local exato e data da coleta; e. órgão e o nome /identificação funcional do agente coletor;

f) nome /identificação funcional do agente entregador e o órgão de destino (transferência da


custódia);

g) nome /identificação funcional do agente recebedor e o protocolo de recebimento; h. assinaturas


e rubricas;

i) número de procedimento e respectiva unidade de policia judiciária a que o vestígio estiver


vinculado.

3.6. O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente,
por pessoas autorizadas.

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3.7. Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de
vestígio o nome e matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações
referentes ao novo lacre utilizado.

3.8. O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.

4. Da central de custódia

4.1. Todas as unidades de perícia deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e
controle dos vestígios. A central poderá ser compartilhada entre as diferentes unidades de perícia
e recomendase que sua gestão seja vinculada diretamente ao órgão central de perícia.

4.2. Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverá ser protocolada, consignando-se
informações sobre a ocorrência/ inquérito que a eles se relacionam.

4.3. Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e
deverá ser registrada data e hora do acesso.

4.4. Quando da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas,
consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, destinação, data e horário da ação.

4.5. O procedimento relacionado ao registro deverá:

a) ser informatizado ou através de protocolos manuais sem rasuras;

b) permitir rastreamento do objeto/vestígio (onde e com quem se encontra) e a emissão de


relatórios;

c) permitir a consignação de sinais de violação, bem como descrevê-los;

d) permitir a identificação do ponto de rompimento da cadeia de custódia com a devida


justificativa (responsabilização);

e) receber tratamento de proteção que não permita a alteração dos registros anteriormente
efetuados, se informatizado. As alterações por erro devem ser editadas e justificadas;

f) permitir a realização de auditorias.

5. Das disposições gerais

5.1. As unidades de polícia e de perícia deverão ter uma central de custódia que concentre e
absorva os serviços de protocolo, possua local para conferência, recepção, devolução de materiais
e documentos, possibilitando a seleção, classificação e distribuição de materiais. A central de

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custódia deve ser um espaço seguro, com entrada controlada, e apresentar condições ambientais
que não interfiram nas características do vestígio.

5.2. O profissional de perícia poderá devolver o vestígio em caso de não conformidade entre o
conteúdo e sua descrição, registrando tal situação na ficha de acompanhamento de vestígio.

5.3. Enquanto o vestígio permanecer na Delegacia de Polícia deverá ser mantido em embalagem
lacrada em local seguro e apropriado a sua preservação. Nessa situação, caso haja necessidade de
se abrir o lacre para qualquer fim, caberá à Autoridade Policial realizar diretamente a abertura ou
autorizar formalmente que terceiro a realize, observado o disposto no item 3.7.

ANEXO II

GLOSSÁRIO

Agente Público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função pública.

Área Imediata: área onde ocorreu o evento alvo da investigação. É a área em que se presume
encontrar a maior concentração de vestígios relacionados ao fato.

Área Mediata: compreende as adjacências do local do crime. A área intermediária entre o local
onde ocorreu o fato e o grande ambiente exterior que pode conter vestígios relacionados ao fato
sob investigação. Entre o local imediato e o mediato existe uma continuidade geográfica.

Área Relacionada: é todo e qualquer lugar sem ligação geográfica direta com o local do crime e que
possa conter algum vestígio ou informação que propicie ser relacionado ou venha a auxiliar no
contexto do exame pericial.

Código de Rastreamento: trata-se de um conjunto de algarismos sequenciais que possui a


capacidade de traçar o caminho da história, aplicação, uso e localização de um objeto individual ou
de um conjunto de características de um objeto. Ou seja: a habilidade de se poder saber através de
um código numérico qual a identidade de um objeto e as suas origens.

Contraperícia: nova perícia realizada em material depositado em local seguro e isento que já teve
parte anteriormente examinada, originando prova que está sendo contestada.

Contraprova: resultado da contraperícia.

Equipamento de Proteção Individual (EPI): Todo dispositivo ou produto, de uso individual,


destinado à redução de riscos à integridade física ou à vida dos profissionais de segurança pública.

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Ficha de Acompanhamento de Vestígio: é o documento onde se registram as características de um


vestígio, local de coleta, data, hora, responsável pela coleta e demais informações que deverão
acompanhar o vestígio para a realização dos exames.

Lacre: meio utilizado para fechar uma embalagem que contenha algo sob controle, cuja abertura
somente poderá ocorrer pelo seu rompimento. Ex.: lacres plásticos, lacre por aquecimento, fitas de
lacre e etiqueta adesiva.

Pessoa Investida de Função Pública: indivíduo em relação ao qual a Administração confere


atribuição ou conjunto de atribuições.

Preservação de Local de Crime: manutenção do estado original das coisas em locais de crime até a
chegada dos profissionais de perícia criminal.

Profissionais de Perícia Criminal: profissionais que atuam nas diversas áreas da perícia criminal,
como médicos legistas, peritos criminais, papiloscopistas e técnicos de perícia.

Vestígio: é todo objeto ou material bruto, de interesse para elucidação dos fatos, constatado e/ou
recolhido em local de crime ou em corpo de delito e que será periciado.

JURISPRUDÊNCIA
SÚMULA VINCULANTE 14

“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa”.

HABEAS CORPUS Nº. 160.662/RJ

“Assim, diante das razões expostas, deve a prova obtida através da interceptação telemática ser
considerada ilícita, em razão da perda da sua unidade, ou, nas palavras do parecerista Geraldo Prado, a
"perda da cadeia de custódia da prova", caracterizando cerceamento do direito de defesa”.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Guerreiros,

Finalizamos por hoje. Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Instagram.

Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!

Paulo Bilynskyj

E-mail: pbilynskyj@gmail.com
Instagram: @paulobilynskyj
Youtube: Projeto Policial
Facebook: Paulo Bilynskyj

QUESTÕES COMENTADAS
1. (FCC – CONSULTOR LEGISLATIVO – SAÚDE - DF/2018) Segundo o que dispõe expressamente a Lei
Federal n° 9.434/97, que trata da remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins
de transplante e tratamento, a doação de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo depende
de autorização judicial, em regra,

a. sempre que o receptor for criança ou adolescente em risco de vida e seus pais ou
representante legal recusarem a doação por motivos de crença religiosa.
b. se o doador não for cônjuge ou parente consanguíneo até o quarto grau do receptor,
inclusive.
c. se o doador se tratar de pessoa juridicamente incapaz, exceto no caso de doação de medula
óssea.
d. a doação não for direcionada à pessoa específica, podendo beneficiar qualquer receptor que
esteja inscrito na lista única de espera, excluído o caso de doação de sangue.
e. se o procedimento importar risco de grave comprometimento das aptidões vitais e/ou
saúde mental do doador.

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Comentários

Lei N. 9.434/97

Art. 9 o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do
próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos
até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4 o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante
autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.

Respostas: B

2. (MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) De acordo com a Lei n. 9.434/97 (Remoção de Órgãos),


a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante
ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada
por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização
de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina,
sendo admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação
e atestação da morte encefálica.

a. Certo
b. Errado

Comentários

Lei 9434/97

Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos
e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. § 3º Será admitida a presença de
médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e atestação da morte encefálica.

Respostas: Certo

3. (VUNESP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO – PC-SP/2014) Conforme prevê a Lei Federal n.º


9.434/97, a disposição de tecidos, órgãos e partes do corpo humano

a. poderá ser gratuita ou mediante pagamento.


b. será realizada somente por hospitais privados.
c. independe da realização de testes de diagnóstico de infecção e infestação no doador.
d. será realizada somente por unidades públicas do Sistema Único de Saúde.

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e. poderá ocorrer em vida ou post mortem.

Comentários

Art.1 - A disposição GRATUITA de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para
fins de transplante e tratamento, e permitida na forma desta lei. ERRADA

B e D) Art.2 - A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só


poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, publico ou privado, e por equipes medicos-cirurgicas
de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do sistema único de
saúde (reponde a letra D e E). ERRADAS

C) Paragrafo Único - A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo


humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para
diagnostico de infecção e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo Ministério da
Saúde. ERRADA

E) Art.1 - A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em VIDA OU POST MORTEM,
para fins de transplante e tratamento, e permitida na forma desta lei. CERTA

Respostas: E

4. (VUNESP – AUXILIAR DE NECRÓPSIA – PC-SP/2014) A Lei n.º 9.434/97 dispõe que é permitido à
pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo
vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o
quarto grau, inclusive, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada
esta em relação à medula óssea. Uma vez formalizada a referida doação, esta

a. não mais poderá ser revogada pelo doador ou seus representantes legais.
b. poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento antes de
sua concretização.
c. somente poderá ser revogada por decisão judicial.
d. somente poderá ser revogada, pelo doador ou seus representantes legais, com prévia
autorização do Ministério Público.
e. poderá ser revogada a qualquer tempo, mas, antes, o doador ou seus representantes legais
devem aguardar que a equipe médica consiga um novo doador.

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Lei 9434/97

Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do
próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até
o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante
autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.

§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento antes de
sua concretização.

Respostas: B

5. (CESPE – CONSULTOR LEGISLATIVO – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito dos crimes
relacionados à saúde pública e à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, julgue o
item subsecutivo.

Embora seja vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, não haverá prática
de crime se ela doar tecido para a realização de transplante de medula óssea, desde que não haja risco à
sua saúde ou à do feto.

a. Certo
b. Errado

Comentários

Lei 9434/97

Art.9º, § 7º É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se
tratar de doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o ato não oferecer risco à
sua saúde ou ao feto.

§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento antes de
sua concretização.

Respostas: Certo

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6. (CESPE – CONSULTOR LEGISLATIVO – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito dos crimes
relacionados à saúde pública e à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, julgue o
item subsecutivo.

A retirada de órgão de pessoa viva considerada juridicamente incapaz caracterizará a prática de crime,
ainda que haja a devida autorização para tanto e que se trate de transplante de medula óssea.

a. Certo
b. Errado

Comentários

Lei 9434/97

Art. 9º § 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada, poderá


fazer doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos os pais
ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua saúde.

Respostas: Errado

7. (CESPE – CONSULTOR LEGISLATIVO – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito dos crimes
relacionados à saúde pública e à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, julgue o
item subsecutivo. Considere a seguinte situação hipotética.

Um grupo de médicos qualificados em transplante de órgãos e tecidos resolveu instituir um centro


particular de transplante de órgãos e tecidos humanos e, conscientes da demora na autorização do órgão
de gestão nacional do Sistema Único de Saúde para realizar os procedimentos, deu início às atividades
cirúrgicas, tendo realizado, nesse centro, vários transplantes de órgãos antes de ser feito o pedido de
autorização. A despeito de não haver essa autorização, várias vidas foram salvas devido aos procedimentos
feitos no referido centro de transplantes.

Nessa situação, apesar de os transplantes terem sido bem-sucedidos, configurou-se crime previsto na lei
que regulamenta os procedimentos de transplante de órgãos e tecidos humanos no Brasil.

a. Certo
b. Errado

Comentários

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1.

A lei 9434 dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e
tratamento.

O artigo 2º da lei dispõe que "a realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do
corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes
médico-cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do
Sistema Único de Saúde."

A lei tipifica como crime:

Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as
disposições desta Lei:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa.

Respostas: Certo

8. (VUNESP – MÉDICO LEGISTA – PC-SP /20014) Nos termos da Lei n.º 9.434/97, que trata da
disposição post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para fins de transplante, é
correto afirmar que:

a. em nenhuma hipótese será admitida a presença de médico de confiança da família do


falecido no ato da comprovação e atestação da morte encefálica.
b. a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa juridicamente
incapaz poderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus
responsáveis legais.
c. a retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou
outra finalidade terapêutica, não dependerá da autorização da família do falecido.
d. será permitida a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas
não identificadas, desde que antecedida de laudo médico pericial e da autorização da
autoridade policial competente.
e. a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a
transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica,
constatada e registrada por, pelo menos, um dos médicos participantes das equipes de
remoção e transplante.

Comentários

A questão exige "Nos termos da Lei n.º 9.434/97", portanto é necessária a autorização da família.

Art. 4º da Lei 9434/97: A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para
transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de

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idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento
subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.

Porém, apesar de na prática exigir-se a autorização da família, vigora o entendimento acerca da


prevalência da vontade do doador em vida.

Enunciado 277 DO CJF: O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio
corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação
expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do
art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador.

Respostas: B

9. (FCC – JUIZ SUBSTITUTO – TJ-CE/2014) A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do
corpo humano destinados a transplantes ou tratamento:

a. em nenhuma hipótese será permitida se se tratar de pessoa incapaz.


b. independe de autorização, se o doador não tiver descendente, ascendente ou cônjuge
sobreviventes.
c. é sempre permitida do corpo de pessoas que não foram identificadas.
d. deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica constatada e registrada por dois
médicos, sendo necessariamente, um deles participante da equipe de remoção, e o outro da
equipe de transplante.
e. deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e transplante.

Comentários

Questão fácil de resolver, explico por que:

a) Em nenhuma hipótese será permitida.... Questou generalizou.

b) independente de autorização... Como assim se não tiver descendentes, ascendentes , será retirado os
órgãos?

c) É sempre permitida de pessoas que não foram identificadas. Se fosse assim, não faltariam cadáveres
para estudos em faculdade de medicina.

Sobrou apenas a "d" e "e", por razões já explicadas, meio óbvio que o médico que participe da retirada dos
órgãos não deva ser o que registre o óbito, portanto a alternativa "d", está errada.

Respostas: E

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10. (VUNESP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO – PC-SP/2013) De acordo com o disposto na Lei n.º
9.434/97, a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a
transplante ou tratamento.

a. não dependerá de autorização da família quando se tratar de pessoa maior de idade, desde que
em vida tenha revelado a um médico a intenção de fazer a doação
b. não poderá ser feita quando se tratar de pessoa juridicamente incapaz, mesmo que haja
autorização dos pais.
c. depende de declaração de vontade feita em vida pelo doador, registrada em sua Carteira de
Identidade.
d. é vedada quando se tratar de pessoas não identificadas.
e. deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada por, pelo menos, um
médico participante da equipe de remoção e transplante.

Comentários

a) Não dependerá de autorização da família quando se tratar de pessoa maior de idade, desde que em vida
tenha revelado a um médico a intenção de fazer a doação. ERRADA

Art. 4°: "A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra
finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha
sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas
testemunhas presentes à verificação da morte.".

b) Não poderá ser feita quando se tratar de pessoa juridicamente incapaz, mesmo que haja autorização dos
pais. ERRADA

Art. 5°: "A remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa juridicamente
incapazpoderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus responsáveis
legais.".

c) Depende de declaração de vontade feita em vida pelo doador, registrada em sua Carteira de
Identidade. ERRADA (Conforme A)

d) É vedada quando se tratar de pessoas não identificadas. CORRETA

Art. 6°: "É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não
identificadas.".

e) Deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada por, pelo menos, um médico
participante da equipe de remoção e transplante. ERRADA

Art. 3°, caput: "A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a
transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e

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registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização
de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.".

Respostas: D

11. (FGV – FISCAL DE RENDAS – SEFAZ-RJ/2009) O art. 9º, § 7º, da Lei 9434/1997 determina:

É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se tratar de
doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o ato não oferecer risco à sua
saúde ou ao feto.

A norma em questão não prevê nenhuma sanção para o caso de seu descumprimento.
Diante disso, é correto afirmar que o negócio jurídico para doação de órgãos celebrado por gestante
em desconformidade com o art. 9º, § 7º, da Lei 9434/1997 será:

a. anulável.
b. nulo.
c. válido, porém ineficaz.
d. perfeitamente válido e eficaz.
e. nulo, mas passível de convalidação, desde que a nulidade seja suprida por decisão judicial.

Comentários

Lei 93434/97, expressamente, PROÍBE a prática de doação de órgãos da gestante fora das hipóteses
elencadas pelo § 7° do art. 9°, portanto o negócio jurídico é nulo.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

IV - não revestir a forma prescrita em lei;

V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;

VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Respostas: B

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12. (FUNIVERSA – PERITO CRIMINAL – SECTEC-GO/2010) Um dos aspectos mais desafiadores da


prática forense é a manutenção da cadeia de custódia durante todas as suas fases, com ênfase em
acondicionamento, transporte e entrega da amostra, pois essas fases se referem ao decurso de
tempo em que a evidência é manuseada, incluindo-se também aí cada pessoa que a manuseou.
Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.

a. É imperativo que a evidência seja tratada pelo máximo de pessoas necessárias para a conclusão da
análise forense.
b. Para cada uma das etapas da cadeia de custódia, não há necessidade de ser feito registro, pois não
há dúvida em relação ao tratamento e à manipulação dos vestígios, caso haja confronto com
declarações de pessoas envolvidas na investigação.
c. A adoção de numeração única para cada espécime ou elemento de prova a ser definida no
momento da entrada no centro de custódia e a manutenção daquela numeração inicial podem ser
um sistema funcional para a retirada da cadeia de custódia.
d. Cada vez que um caso criminal for iniciado, vários arquivos do mesmo caso deverão ser criados,
com a finalidade de conter a documentação desse arquivo pelo espaço de tempo requerido pela lei
prevalente.
e. A cadeia de custódia ideal é aquela que envolve dois indivíduos: uma pessoa que coleta e
transporta a evidência, e outra que a analisa.

Comentários
a) É imperativo que a evidência seja tratada pelo mínimo de pessoas necessárias para a conclusão
da análise forense.
b) Para cada uma das etapas da cadeia de custódia deverá ser feito algum tipo de registro que
não deixe dúvida em relação ao tratamento e manipulação dos vestígios, caso haja
confrontação com declarações de pessoas envolvidas na investigação.
c) A adoção de numeração única para cada espécime ou elemento de prova a ser definida no
momento da entrada no centro de custódia e a manutenção daquela numeração inicial pode ser
um sistema funcional para a manutenção da cadeia de custódia.
d) Cada vez que um caso criminal for iniciado, um arquivo específico deverá ser criado com a
finalidade de conter a documentação do mesmo pelo espaço de tempo requerido pela lei
prevalente.
e) A cadeia de custódia ideal é aquela que envolve dois indivíduos: uma pessoa que coleta e
transporta a evidência, e outra que a analisa.

Questão polêmica, mas a banca considerou correta a alternativa E.

Respostas: E

13. (FUNIVERSA – AUXILIAR DE AUTÓPSIA – SECTEC-GO/2010) Com relação à cadeia de custódia,


assinale a alternativa correta.

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a. A cadeia de custódia se inicia com os exames laboratoriais e termina com a apresentação destes
ao tribunal.
b. Cadeia de custódia é a garantia de total proteção aos elementos encontrados e que terão um
caminho a percorrer, passando por manuseio de pessoas, análises, estudos, experimentações e
demonstração-apresentação até a elaboração do laudo pericial.
c. Cadeia de custódia pode ser conceituada como uma lista de todas as pessoas que estiveram de
posse de um item de evidência. A documentação dos procedimentos de custódia não garante a
responsabilização e a rastreabilidade da prova, daí sua pequena importância. Entretanto, os
procedimentos de custódia não devem se resumir a um documento.
d. Ao conceito de cadeia de custódia também podem ser acrescentadas a responsabilização e a
confiabilidade quando se define o termo como um registro escrito e defensável de todos os
indivíduos que mantiveram o controle sobre as evidências.
e. A finalidade da cadeia de custódia é armazenar os objetos e bens apreendidos, a fim de se evitar
que eles se estraguem pela ação do tempo.

Comentários
a) A cadeia de custódia se inicia com os exames laboratoriais e termina com a apresentação destes ao
tribunal. ERRADA - se inicia com a chegada dos policiais e preservação do local de crime, e termina
com a sentença transitada em julgado.

b) Cadeia de custódia não termina no laudo pericial. ERRADO

c) Cadeia de custódia pode ser conceituada como uma lista de todas as pessoas que estiveram de
posse de um item de evidência. A documentação dos procedimentos de custódia não garante a
responsabilização e a rastreabilidade da prova, daí sua pequena importância. Entretanto, os
procedimentos de custódia não devem se resumir a um documento. ERRADO - é de extrema
importância, justamente por garantir a responsabilização e a rastreabilidade da prova. O registro
documental é considerado o elemento mais importante da cadeia de custódia.

d) Ao conceito de cadeia de custódia também podem ser acrescentadas a responsabilização e a


confiabilidade quando se define o termo como um registro escrito e defensável de todos os
indivíduos que mantiveram o controle sobre as evidências. CERTO

e) A finalidade da cadeia de custódia é garantir a confiabilidade e integridade da prova, sendo o


armazenamento dos objetos aprendidos apenas uma das etapas da cadeia de custódia. ERRADO

Respostas: D

14. (FUNIVERSA – PERITO CRIMINAL – SECTEC-GO/2010) Na definição técnica de cadeia de custódia,


percebem-se duas ações específicas essenciais: manter e documentar. A esse respeito, julgue os
itens que se seguem.

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1.

I Distinguem-se dois tipos de cadeia de custódia de vestígios criminais ou elementos de prova técnica-
científica — uma externa e outra interna.

II A cadeia de custódia externa refere-se a todas as etapas envolvidas na análise dos vestígios nos
laboratórios, até o momento em que os vestígios coletados ou apreendidos chegam ao centro de
custódia dos órgãos periciais.

III Na custódia externa, estão incluídas todas as etapas relacionadas à amostragem e ao processamento
das análises referentes àquelas amostras submetidas à seleção e ao tratamento do vestígio ou do
elemento de prova.

IV Essas ações são isoladas e não integradas, ou seja: para cada uma das etapas da cadeia de custódia,
que visam à manutenção da integridade e da idoneidade do vestígio, haverá de se proceder à
respectiva documentação, em que devem estar contidos os nomes ou iniciais dos indivíduos que
coletam e tramitam os vestígios, de cada pessoa ou entidade que os tenha custodiado
subsequentemente, a data em que os itens foram coletados ou transferidos, o nome do órgão e da
autoridade requisitante, o número da ocorrência, do inquérito ou do processo (se nesta fase existirem),
o nome da vítima ou do suspeito e uma breve descrição do item.

Assinale a alternativa correta.

a. Nenhum item está certo.


b. Apenas um item está certo.
c. Apenas dois itens estão certos.
d. Apenas três itens estão certos.
e. Todos os itens estão certos.

Comentários

I - Distinguem-se dois tipos de cadeia de custódia de vestígios criminais ou elementos de prova técnica-
científica — uma externa e outra interna. CORRETA

II - A externa refere-se até a chegada ao laboratório. ERRADA

III - Na interna é que estão inclusas as etapas mencionadas. ERRADA

IV - As ações são integradas. ERRADA

Respostas: B

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1.

15. (AOCP – AGENTE DE NECRÓPSIA – ITEP-RB/2018) A Criminalística pode ser definida como:
a) uma disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-científico,
auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal, tendo por
objeto o estudo dos vestígios materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à
elucidação e à prova das infrações penais e, ainda, à identificação dos autores respectivos.
b) a parte da jurisprudência que tem por objeto o estabelecimento de regras que dirigem a
conduta do perito e na forma que lhe cumpre dar às suas declarações verbais ou escritas.
c) o conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito,
cooperando na elaboração, na interpretação e na execução dos dispositivos legais, no campo de
ação da ciência aplicada.
d) o ramo das ciências que se ocupa em elucidar as questões da administração da justiça civil e
criminal que podem ser resolvidas somente à luz dos conhecimentos médicos.
e) a área do direito penal que se ocupa da doutrina criminal envolvida na elucidação material do
fato, sendo prescindível à elucidação de crimes que deixam vestígios e regida por leis jurídicas e
ritos processuais rígidos e imutáveis e cujos resultados e apontamentos são de origem empírica,
ambígua e inextricável.

Comentários

Essa resposta dispensa mais comentários, sendo evidente que a Criminalística é disciplina autônoma que
atua na elucidação das infrações penais e identificação de seus autores, juntamente com a polícia
judiciária.

Respostas: A

16. (ESTRATÉGIA – 2019) Estão estre as ciências da Criminalística Forense, exceto:

a. Balística forense
b. Datiloscopia
c. Biomedicina
d. Tanatologia Forense
e. Cronotanagtonose

Comentários

Como ciências da Criminalística Forense, temos:

 Química Forense
 Laboratório Forense
 Técnicas Forenses Instrumentais
 Balística Forense

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1.

 Datiloscopia
 Hematologia Forense
 Entomologia Forense
 Cronotanatognose
 Tanatologia Forense

Portanto, a única que não foi mencionada é a biomedicina.

Resposta: C

17. (ESTRATÉGIA – 2019) Sobre a Criminalística é correto dizer:

a. O tempo entre a ocorrência do crime e o momento do exame pericial é irrelevante para o resultado
obtido.
b. Algumas modificações no cenário do crime são permitidas, desde que autorizadas pela autoridade
policial.
c. É uma disciplina científica diretamente atrelada ao reconhecimento, à identificação, à
individualização e à avaliação da evidência física pela aplicação das ciências aplicadas às questões
legais.
d. Seu estudo parte de uma única ciência.
e. O profissional que mais se utiliza da Criminalística é o investigador de polícia.

Comentários

O tempo entre a ocorrência e o exame é outro fator que pode interferir no resultado, pois muitos vestígios
sofrem grande ação do tempo, deteriorando-se facilmente. ERRADA

É necessário que o local do crime, bem como armas e demais objetos relacionados sejam devidamente
preservados para a realização da perícia, isto é, não pode e não deve haver qualquer modificação do
cenário antes do exame. Portanto, independentemente de autorização da autoridade policial NÃO poderá
ser alterado o local do crime. ERRADA

A criminalística é uma disciplina científica diretamente atrelada ao reconhecimento, à identificação, à


individualização e à avaliação da evidência física pela aplicação das ciências aplicadas às questões legais.
CERTA

A Criminalística não é uma ciência, mas sim um aglomerado de ciências naturais (biologia, matemática,
geologia, química etc). ERRADA

O profissional que atua diretamente com a criminalística, no Brasil chama de perícias criminais, é o perito
criminal. ERRADA

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1.

Resposta: C

18. (ESTRATÉGIA – 2019) São princípios que estão atrelados à preservação da cadeia de custódia,
exceto:
a. Devido Processo Legal
b. Presunção de inocência
c. Juiz natural
d. Ampla defesa
e. Contraditório

Comentários

Há diversos dispositivos constitucionais que fundamentam a cadeia de custódia da prova, entre eles a
paridade de armas, a presunção de inocência, devido processo legal, ampla defesa e contraditório (art.
5º, LIV, LV e LVII, CF).

O princípio do juiz natural não está entre os princípios que regem o assunto da cadeia de custódia.

Resposta: C

19. (ESTRATÉGIA – 2019) Julgue o item a seguir.

Há previsão expressa no Código de Processo Penal sobre a documentação da cadeia de custódia.

a. Certo
b. Errado

Comentários

Apesar do Código de Processo Penal não prever regulamentação específica sobre a documentação da
cadeia de custódia da prova, há alguns dispositivos legais que permitem a interpretação sistemática
acerca de sua necessidade.

O art. 6º, em seus incisos I e III, trata sobre os atos de investigação atribuindo à autoridade policial o
dever de dirigir-se ao local do crime “providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais”, assim como, colha “todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato.”

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1.

Resposta: Errado

20. (ESTRATÉGIA – 2019) Dentre as etapas de rastreamento da cadeia de custódia é incorreto dizer:

a. o reconhecimento: consiste no ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial.
b. a fixação: é a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo
de delito, e a sua posição na área de exames, ilustrada por fotografias, filmagens e/ou croqui.
c. a coleta: consiste no ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial respeitando
suas características e natureza.
d. o acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior
análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento.
e. o transporte: ato formal de transferência da posse do vestígio que deve ser documentado com, no
mínimo, as seguintes informações: número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento,
natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem recebeu.

Comentários

Todas as alternativas descreveram a etapa de acordo com o disposto a Portaria nº. 82, de 16 de julho de
2014, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, exceto a alternativa E, que utilizou a descrição da etapa
de RECEBIMENTO ao invés do transporte.

Transporte: consiste no ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, etc.), de modo a garantir a manutenção de suas
características originais, bem como o controle de sua posse.

Recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio que deve ser documentado com, no
mínimo, as seguintes informações: número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada,
local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo
do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem recebeu.

Resposta: E

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21. (ESTRATÉGIA – 2019) Assinale a alternativa que não contém um procedimento realizado na fase
externa da cadeia de custódia:
a. Busca do vestígio
b. Coleta do vestígio
c. Acondicionamento do vestígio
d. Recepção e conferência do vestígio
e. Fixação do vestígio

Comentários

Entre todas as alternativas apenas a recepção e conferência do vestígio encontra-se na FASE INTERNA,
todas as demais pertencem à FASE EXTERNA.

Resposta: D

22. (ESTRATÉGIA – 2019) Todos os vestígios coletados deverão ser registrados individualmente em
formulário próprio no qual deverão constar, algumas informações, assinale a alternativa
incorreta:

a. especificação do vestígio;
b. qualidade;
c. identificação numérica individualizadora;
d. local exato e data da coleta;
e. órgão e o nome /identificação funcional do agente coletor.

Comentários

Todos os vestígios coletados deverão ser registrados individualmente em formulário próprio no qual
deverão constar, no mínimo, as seguintes informações:

a) especificação do vestígio;

b) quantidade;

c) identificação numérica individualizadora;

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1.

d) local exato e data da coleta;

e) órgão e o nome /identificação funcional do agente coletor;

f) nome /identificação funcional do agente entregador e o órgão de destino (transferência da custódia);

g) nome /identificação funcional do agente recebedor e o protocolo de recebimento;

h) assinaturas e rubricas;

i) número de procedimento e respectiva unidade de policia judiciária a que o vestígio estiver vinculado.

Portanto, a “qualidade” não deve ser informada e sim a QUANTIDADE do que foi coletado.

Resposta: B

LISTA DE QUESTÕES
1. (FCC – CONSULTOR LEGISLATIVO – SAÚDE - DF/2018) Segundo o que dispõe expressamente a Lei
Federal n° 9.434/97, que trata da remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de
transplante e tratamento, a doação de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo depende de
autorização judicial, em regra,

a. sempre que o receptor for criança ou adolescente em risco de vida e seus pais ou representante
legal recusarem a doação por motivos de crença religiosa.
b. se o doador não for cônjuge ou parente consanguíneo até o quarto grau do receptor, inclusive.
c. se o doador se tratar de pessoa juridicamente incapaz, exceto no caso de doação de medula
óssea.
d. a doação não for direcionada à pessoa específica, podendo beneficiar qualquer receptor que
esteja inscrito na lista única de espera, excluído o caso de doação de sangue.
e. se o procedimento importar risco de grave comprometimento das aptidões vitais e/ou saúde
mental do doador.

2. (MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) De acordo com a Lei n. 9.434/97 (Remoção de Órgãos),


a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por
dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de

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1.

critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina, sendo
admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e
atestação da morte encefálica.

a. Certo
b. Errado

3. (VUNESP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO – PC-SP/2014) Conforme prevê a Lei Federal n.º


9.434/97, a disposição de tecidos, órgãos e partes do corpo humano

a. poderá ser gratuita ou mediante pagamento.


b. será realizada somente por hospitais privados.
c. independe da realização de testes de diagnóstico de infecção e infestação no doador.
d. será realizada somente por unidades públicas do Sistema Único de Saúde.
e. poderá ocorrer em vida ou post mortem.

4. (VUNESP – AUXILIAR DE NECRÓPSIA – PC-SP/2014) A Lei n.º 9.434/97 dispõe que é permitido à
pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo,
para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau,
inclusive, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à
medula óssea. Uma vez formalizada a referida doação, esta

a. não mais poderá ser revogada pelo doador ou seus representantes legais.
b. poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qualquer momento antes de sua
concretização.
c. somente poderá ser revogada por decisão judicial.
d. somente poderá ser revogada, pelo doador ou seus representantes legais, com prévia autorização
do Ministério Público.
e. poderá ser revogada a qualquer tempo, mas, antes, o doador ou seus representantes legais devem
aguardar que a equipe médica consiga um novo doador.

5. (CESPE – CONSULTOR LEGISLATIVO – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito dos crimes
relacionados à saúde pública e à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, julgue o item
subsecutivo. Embora seja vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo,
não haverá prática de crime se ela doar tecido para a realização de transplante de medula óssea,
desde que não haja risco à sua saúde ou à do feto.

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1.

a. Certo
b. Errado

6. (CESPE – CONSULTOR LEGISLATIVO – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito dos crimes
relacionados à saúde pública e à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, julgue o item
subsecutivo.

A retirada de órgão de pessoa viva considerada juridicamente incapaz caracterizará a prática de crime,
ainda que haja a devida autorização para tanto e que se trate de transplante de medula óssea.

a. Certo
b. Errado

7. (CESPE – CONSULTOR LEGISLATIVO – CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014) A respeito dos crimes
relacionados à saúde pública e à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, julgue o item
subsecutivo.

Considere a seguinte situação hipotética.

Um grupo de médicos qualificados em transplante de órgãos e tecidos resolveu instituir um centro


particular de transplante de órgãos e tecidos humanos e, conscientes da demora na autorização do órgão
de gestão nacional do Sistema Único de Saúde para realizar os procedimentos, deu início às atividades
cirúrgicas, tendo realizado, nesse centro, vários transplantes de órgãos antes de ser feito o pedido de
autorização. A despeito de não haver essa autorização, várias vidas foram salvas devido aos procedimentos
feitos no referido centro de transplantes.

Nessa situação, apesar de os transplantes terem sido bem-sucedidos, configurou-se crime previsto na lei
que regulamenta os procedimentos de transplante de órgãos e tecidos humanos no Brasil.

a. Certo
b. Errado

8. (VUNESP – MÉDICO LEGISTA – PC-SP /20014) Nos termos da Lei n.º 9.434/97, que trata da
disposição post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para fins de transplante, é
correto afirmar que

a. em nenhuma hipótese será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido


no ato da comprovação e atestação da morte encefálica.

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1.

b. a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa juridicamente incapaz
poderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus
responsáveis legais.
c. a retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra
finalidade terapêutica, não dependerá da autorização da família do falecido.
d. será permitida a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não
identificadas, desde que antecedida de laudo médico pericial e da autorização da autoridade
policial competente.
e. a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante
ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada
por, pelo menos, um dos médicos participantes das equipes de remoção e transplante.

9. (FCC – JUIZ SUBSTITUTO – TJ-CE/2014) A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do
corpo humano destinados a transplantes ou tratamento

a. em nenhuma hipótese será permitida se se tratar de pessoa incapaz.


b. independe de autorização, se o doador não tiver descendente, ascendente ou cônjuge
sobreviventes.
c. é sempre permitida do corpo de pessoas que não foram identificadas.
d. deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica constatada e registrada por dois
médicos, sendo necessariamente, um deles participante da equipe de remoção, e o outro da
equipe de transplante.
e. deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefá- lica, constatada e registrada por dois
médicos não participantes das equipes de remoção e transplante.

10. (VUNESP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO – PC-SP/2013) De acordo com o disposto na Lei n.º
9.434/97, a retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a
transplante ou tratamento.

a. não dependerá de autorização da família quando se tratar de pessoa maior de idade, desde que
em vida tenha revelado a um médico a intenção de fazer a doação
b. não poderá ser feita quando se tratar de pessoa juridicamente incapaz, mesmo que haja
autorização dos pais.
c. depende de declaração de vontade feita em vida pelo doador, registrada em sua Carteira de
Identidade.
d. é vedada quando se tratar de pessoas não identificadas.
e. deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada por, pelo menos, um
médico participante da equipe de remoção e transplante.

11. (FGV – FISCAL DE RENDAS – SEFAZ-RJ/2009) O art. 9º, § 7º, da Lei 9434/1997 determina:

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É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se tratar de
doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula óssea e o ato não oferecer risco à sua saúde
ou ao feto.

A norma em questão não prevê nenhuma sanção para o caso de seu descumprimento.
Diante disso, é correto afirmar que o negócio jurídico para doação de órgãos celebrado por gestante
em desconformidade com o art. 9º, § 7º, da Lei 9434/1997 será:

a. anulável.
b. nulo.
c. válido, porém ineficaz.
d. perfeitamente válido e eficaz.
e. nulo, mas passível de convalidação, desde que a nulidade seja suprida por decisão judicial.

12. (FUNIVERSA – PERITO CRIMINAL – SECTEC-GO/2010) Um dos aspectos mais desafiadores da


prática forense é a manutenção da cadeia de custódia durante todas as suas fases, com ênfase em
acondicionamento, transporte e entrega da amostra, pois essas fases se referem ao decurso de
tempo em que a evidência é manuseada, incluindo-se também aí cada pessoa que a manuseou.
Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.

a. É imperativo que a evidência seja tratada pelo máximo de pessoas necessárias para a conclusão da
análise forense.
b. Para cada uma das etapas da cadeia de custódia, não há necessidade de ser feito registro, pois não
há dúvida em relação ao tratamento e à manipulação dos vestígios, caso haja confronto com
declarações de pessoas envolvidas na investigação.
c. A adoção de numeração única para cada espécime ou elemento de prova a ser definida no
momento da entrada no centro de custódia e a manutenção daquela numeração inicial podem ser
um sistema funcional para a retirada da cadeia de custódia.
d. Cada vez que um caso criminal for iniciado, vários arquivos do mesmo caso deverão ser criados,
com a finalidade de conter a documentação desse arquivo pelo espaço de tempo requerido pela lei
prevalente.
e. A cadeia de custódia ideal é aquela que envolve dois indivíduos: uma pessoa que coleta e
transporta a evidência, e outra que a analisa.

13. (FUNIVERSA – AUXILIAR DE AUTÓPSIA – SECTEC-GO/2010) Com relação à cadeia de custódia,


assinale a alternativa correta.

a. A cadeia de custódia se inicia com os exames laboratoriais e termina com a apresentação destes
ao tribunal.

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b. Cadeia de custódia é a garantia de total proteção aos elementos encontrados e que terão um
caminho a percorrer, passando por manuseio de pessoas, análises, estudos, experimentações e
demonstração-apresentação até a elaboração do laudo pericial.
c. Cadeia de custódia pode ser conceituada como uma lista de todas as pessoas que estiveram de
posse de um item de evidência. A documentação dos procedimentos de custódia não garante a
responsabilização e a rastreabilidade da prova, daí sua pequena importância. Entretanto, os
procedimentos de custódia não devem se resumir a um documento.
d. Ao conceito de cadeia de custódia também podem ser acrescentadas a responsabilização e a
confiabilidade quando se define o termo como um registro escrito e defensável de todos os
indivíduos que mantiveram o controle sobre as evidências.
e. A finalidade da cadeia de custódia é armazenar os objetos e bens apreendidos, a fim de se evitar
que eles se estraguem pela ação do tempo.

14. (FUNIVERSA – PERITO CRIMINAL – SECTEC-GO/2010) Na definição técnica de cadeia de custódia,


percebem-se duas ações específicas essenciais: manter e documentar. A esse respeito, julgue os itens
que se seguem.

I Distinguem-se dois tipos de cadeia de custódia de vestígios criminais ou elementos de prova técnica-
científica — uma externa e outra interna.

II A cadeia de custódia externa refere-se a todas as etapas envolvidas na análise dos vestígios nos
laboratórios, até o momento em que os vestígios coletados ou apreendidos chegam ao centro de
custódia dos órgãos periciais.

III Na custódia externa, estão incluídas todas as etapas relacionadas à amostragem e ao processamento
das análises referentes àquelas amostras submetidas à seleção e ao tratamento do vestígio ou do
elemento de prova.

IV Essas ações são isoladas e não integradas, ou seja: para cada uma das etapas da cadeia de custódia,
que visam à manutenção da integridade e da idoneidade do vestígio, haverá de se proceder à
respectiva documentação, em que devem estar contidos os nomes ou iniciais dos indivíduos que
coletam e tramitam os vestígios, de cada pessoa ou entidade que os tenha custodiado
subsequentemente, a data em que os itens foram coletados ou transferidos, o nome do órgão e da
autoridade requisitante, o número da ocorrência, do inquérito ou do processo (se nesta fase existirem),
o nome da vítima ou do suspeito e uma breve descrição do item. Assinale a alternativa correta.

a. Nenhum item está certo.


b. Apenas um item está certo.
c. Apenas dois itens estão certos.

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d. Apenas três itens estão certos.


e. Todos os itens estão certos.

15. (AOCP – AGENTE DE NECRÓPSIA – ITEP-RB/2018) A Criminalística pode ser definida como:
a. uma disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-científico,
auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal, tendo por objeto
o estudo dos vestígios materiais extrínsecos à pessoa física, no que tiver de útil à elucidação e à
prova das infrações penais e, ainda, à identificação dos autores respectivos.
b. a parte da jurisprudência que tem por objeto o estabelecimento de regras que dirigem a conduta do
perito e na forma que lhe cumpre dar às suas declarações verbais ou escritas.
c. o conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao Direito, cooperando na
elaboração, na interpretação e na execução dos dispositivos legais, no campo de ação da ciência
aplicada.
d. o ramo das ciências que se ocupa em elucidar as questões da administração da justiça civil e
criminal que podem ser resolvidas somente à luz dos conhecimentos médicos.
e. a área do direito penal que se ocupa da doutrina criminal envolvida na elucidação material do fato,
sendo prescindível à elucidação de crimes que deixam vestígios e regida por leis jurídicas e ritos
processuais rígidos e imutáveis e cujos resultados e apontamentos são de origem empírica, ambígua
e inextricável.

16. (ESTRATÉGIA – 2019) Estão estre as ciências da Criminalística Forense, exceto:

a. Balística forense
b. Datiloscopia
c. Biomedicina
d. Tanatologia Forense
e. Cronotanagtonose

17. (ESTRATÉGIA – 2019) Sobre a Criminalística é correto dizer:

a. O tempo entre a ocorrência do crime e o momento do exame pericial é irrelevante para o resultado
obtido.
b. Algumas modificações no cenário do crime são permitidas, desde que autorizadas pela autoridade
policial.
c. É uma disciplina científica diretamente atrelada ao reconhecimento, à identificação, à
individualização e à avaliação da evidência física pela aplicação das ciências aplicadas às questões
legais.
d. Seu estudo parte de uma única ciência.
e. O profissional que mais se utiliza da Criminalística é o investigador de polícia.

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Aula 09
1.

18. (ESTRATÉGIA – 2019) São princípios que estão atrelados à preservação da cadeia de custódia,
exceto:
a. Devido Processo Legal
b. Presunção de inocência
c. Juiz natural
d. Ampla defesa
e. Contraditório

19. (ESTRATÉGIA – 2019) Julgue o item a seguir.

Há previsão expressa no Código de Processo Penal sobre a documentação da cadeia de custódia.

a. Certo
b. Errado

20. (ESTRATÉGIA – 2019) Dentre as etapas de rastreamento da cadeia de custódia é incorreto dizer:

a. o reconhecimento: consiste no ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a


produção da prova pericial.
b. a fixação: é a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo
de delito, e a sua posição na área de exames, ilustrada por fotografias, filmagens e/ou croqui.
c. a coleta: consiste no ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial respeitando
suas características e natureza.
d. o acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior
análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento.
e. o transporte: ato formal de transferência da posse do vestígio que deve ser documentado com, no
mínimo, as seguintes informações: número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento,
natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem recebeu.

21. (ESTRATÉGIA – 2019) Assinale a alternativa que não contém um procedimento realizado na fase
externa da cadeia de custódia:
a. Busca do vestígio
b. Coleta do vestígio

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