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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA

CÍVEL DA COMARCA _________/UF

Autos nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

NOME COMPLETO DO PERITO, vem através da presente petição, em virtude


da r. decisão de folhas, requerer a juntada do laudo pericial, acerca da suposta
alegação da falsidade da Autora, com base no artigo 464 do NCPC e
seguintes.

Nesses termos,
Pede deferimento.
Local e data.

Assinatura do perito
___________________
NOME DO PERITO
Perito Judicial
Nº de Inscrição
LAUDO PERICIAL

1. ORIGEM DO PROCESSO
Autos nº: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Autor:
Réu:

2. RESUMO DOS FATOS

O presente laudo pericial tem o escopo de


demonstrar em Juízo o exame de confronto de impressões papilares da
impressão digital autora e da impressão digital questionada em um contrato de
empréstimo com o Banco X, cuja identidade da autora se pretende estabelecer
ou não.

O negócio nulo (nulidade absoluta) é negócio


jurídico praticado com ofensa a preceitos de ordem pública, é a falta de
elemento substancial ao ato jurídico (art. 166 e 167, do CC).

O negócio anulável (nulidade relativa) é o negócio


jurídico que ofende o interesse particular de pessoa que o legislador buscou
proteger o negócio anulável pode se tornar válido se suprida a deficiência (art.
171, do CC).

Desta forma, abaixo, será demonstrado de forma


clara e com parâmetros científicos se a impressão digital questionada
corresponde ou não à Autora.

3. ESTRUTURA DO LAUDO PERICIAL

O presente laudo pericial, respeita as regras do novo


CPC, precisamente no artigo 473, conforme abaixo:
Art. 473 O laudo pericial deverá conter:
I – a exposição do objeto da perícia;

II – a análise técnica ou científica realizada pelo


perito;

III – a indicação do método utilizado,


esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da
área do conhecimento da qual se originou;

IV – resposta conclusiva a todos os quesitos


apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão
do Ministério Público.

“O art. 473 inova ao indicar os requisitos que devem


ser observados na elaboração do laudo e as vedações a serem observadas
pelo perito na exposição de suas conclusões (caput e §§ 1 e 2º).”. (Bueno,
Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio
Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 317).

4. EXPOSIÇÃO E INTRODUÇÃO AO LAUDO/PARECER

Nada é mais apropriado do que as palavras de Paul


Leland Kirk (1902-1970), respeitado cientista forense americano do século
passado, para inaugurar esta breve explanação sobre a Papiloscopia à luz do
Direito.

A Papiloscopia consiste no processo de Identificação


Humana pelas papilas dérmicas e é bastante utilizada em virtude de sua
segurança na identificação do ser humano, sendo aplicada tanto em pessoas
vivas como já em óbito – nesse último caso, através da Necropapiloscopia –
ambos responsáveis por auxiliar na elucidação de casos de desconhecidos
demais reflexos da criminalidade.

Papiloscopia: processo de identificação humana


baseado no estudo dos desenhos das cristas papilares dos dedos, impressos
em um suporte qualquer. Baseia-se, sem dúvida alguma, nas características
dos 10 dedos (decadactilar).

Ora, mas quais são os principais elementos das


impressões digitais? Vamos lá:

I. Cristas papilares (linhas pretas)


II. Sulcos papilares (linhas brancas)
III. Deltas (utilizados para a classificação dos vários desenhos)
IV. Pontos característicos (ponto, ilhota, cortada etc)

A partir do delta ou deltas se define o que se


convencionou chamar de SISTEMAS PRINCIPAIS DE LINHAS.

Os estudos dos pesquisadores do século XIX,


contemporâneos de Alfonse Bertillon, trouxeram a cientificidade à identificação
de pessoas, permitindo destacar o método papiloscópico de identificação como
superior ao método antropométrico. Tal metodologia também foi a primeira a
ser posta em prática, estabelecida na França, em 1882. Após a relação entre
os trabalhos de Henry Faulds e Willian Herschel, foi estabelecida a
papiloscopia moderna no cenário mundial (IAI, 2015).

Nesse diapasão, importante mencionar que, nas


palavras de Genival Veloso de França, identidade é “o conjunto de caracteres
que individualiza uma pessoa ou uma coisa, fazendo-a distinta das demais"
(FRANÇA, 2001, pág. 32). Ressalta-se, outrossim, a importância das
impressões digitais, para fins de identificação humana no âmbito social, uma
vez que seus princípios permitem uma segurança jurídica singular, quando da
identificação humana, por intermédio dessa ciência.
Muito embora o conceito de cidadania exija uma
perspectiva sob o viés histórico e, em determinados casos, antropológico, é
cediço que seu conceito, inexoravelmente, esteve ligado ao conceito de acesso
à direitos básicos pelo cidadão, conforme aponta Jaime Pinsky, o sentido de
cidadania “varia no tempo e no espaço. ” (PINSKY, Jaime e PINSKY, Carla,
2003.) Hodiernamente, entende-se que cidadania é o conjunto de direitos e
deveres aos quais o indivíduo está sujeito em relação à sociedade.

A cidadania pode ser definida como a condição,


indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a
uma comunidade politicamente e socialmente articulada. Frise-se, por
oportuno, que o conceito de cidadania sempre esteve fortemente ligado à
noção de direitos, em especial os direitos políticos, os quais permitem ao
indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado, possibilitando
sua participação, de modo direto ou indireto, na formação do governo e na sua
administração.

Nesse sentido, perfaz-se de capital importância o


fato da Constituição Federal de 1988 ter alçado à cidadania ao status de direito
fundamental, ao passo em que é analisada sob o enfoque da garantia da
dignidade humana.

O ser humano possui uma maneira que os difere dos


outros seres, com a sua digital, e com isso, faz com que sua identificação
papiloscópica seja de total confiabilidade, mesmo os indivíduos sendo irmãos
gêmeos univitelinos, suas digitais são diferentes, eles podem ter o mesmo
DNA, mas suas digitais são únicas, em função das suas características
biológicas e psíquicas personalíssimas.

Segundo Samuel Alfonso Delgado Caballero (2012),


a margem de erro provém da confiabilidade dos peritos diante do conceito
científico, que estabelece que as impressões são únicas e que seja improvável
a existência de um outro ser humano com as mesmas impressões. As cristas
papilares possuem características de especificidade e de imperceptibilidade,
que permitem estabelecer a unicidade e a originalidade das impressões
papiloscópicas. (CABALLERO, 2012, p.67).

Com esse estudo das papilas dérmicas chamada de


papiloscopia, podemos utilizar tanto na esfera criminal, solucionando os casos
hediondos, e, trazendo a justiça para quem comete crimes, bem como
cuidando para que não haja injustiça com pessoas inocentes. Outrossim, na
utilização da identificação civil, é imprescindível para o cidadão, pois, tem a
necessidade de obter documentos, na consolidação dessa individualização se
dará o Registro Civil no cartório.

A Carteira de Identidade ou RG (Registro Geral) é


um documento de identificação civil emitido pelos órgãos de segurança dos
Estados da Federação e pelo Distrito Federal. O RG está previsto na Lei N°
7116/83, sendo regulamentado pelo Decreto nº 89.250/83. Na emissão de RG
é feita a identificação datiloscópica, ou seja, são coletadas as impressões
digitais de cada cidadão, constitui um banco de dados da pessoa que á
individualizarão e a diferenciarão de qualquer outra pessoa.

O Decreto 6.289/2007 estabeleceu o RG como um


dos documentos civis básicos, e alvo do Compromisso Nacional pela
Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à
Documentação Básica.

Com os adultos a necessidade de possuir seu


documento de identificação, faz com o que o portador do RG, possa prestar
concursos públicos, retirar passaporte, exercer sua cidadania, dentre outros,
com essa importante ferramenta da identificação humana, sendo a maneira
precisa de diferenciá-los por suas digitais, chamado de papiloscopia com o
estudo das papilas dérmicas.

A papiloscopia tem extrema importância e


necessidade diante da cidadania, a identidade criminal é uma maneira de
identificar, sendo o ato administrativo voltado a individualização dos autores de
delitos, evitando, desta forma, que um cidadão inocente permaneça detido ou
preso no lugar de outro, e formando uma base de dados disponível aos órgãos
de segurança dos Estados para auxiliar em medidas de investigação criminal.

A lei de investigação criminal 12.037/2009,


determina a realização da datiloscopia e da fotografação, que integrarão o
processo de Polícia Judiciária no qual se formalizar a investigação. Todavia, a
investigação irá obter uma forma precisa na elucidação dos casos. Ante o
exposto, no artigo 3º da lei epigrafada, nos incisos I ao VI, diz que “ Embora
apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal
quando:

O documento apresentar rasura ou tiver indício de


falsificação; o documento apresentado for insuficiente para identificar
cabalmente o indiciado; o indiciado portar documentos de identidade distintos,
com informações conflitantes entre si; a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente,
que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da Defesa, constar em registro policiais o uso de outros
nomes ou diferentes qualificações; o estado de conservação ou a distância
temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado
impossibilite a completa identificação de caracteres essenciais”.

A revelação e levantamento de fragmentos de


impressões digitais em locais de crime, com o objetivo de identificação do autor
ou autores do delito, é imprescindível a averiguação de profissionais da área,
na constatação, através de mecanismos utilizados para a resolução de casos.
O trabalho de impressão papiloscópica atua com duas frentes de trabalho: com
o material vindo das perícias externas e das delegacias e o trabalho de campo,
quando se coletam os vestígios nos locais de crime.

Os serviços de análise papiloscópica também são


empenhados em perícias de documentos, dando suporte ao setor de
documentoscopia, com a análise das digitais de documentos e contratos que
possam ter sido fraudados. No entanto, o trabalho com impressão digital é dar
a certeza de que alguém esteve, pelo menos, no local de crime.

Como já exposto a identificação civil e criminal, a


identificação necropapiloscópica é tão relevante quanto, sendo feita através da
coleta das digitais em pessoas falecidas, utilizada para fins de identificação
humana de cadáveres que dão entrada em Institutos de Medicina Legal, seja
ele de identidade atribuída, suposta ou ignorada, e, em diversos estágios e
condições de morte. Conforme a Papiloscopista Simone Maria Delgado, do
SINPP/MT, a identificação necropapiloscópica evita o sepultamento de um
corpo como indigente, obtendo uma resposta rápida para familiares e para a
sociedade, contribui para a investigação policial, dá segurança e confiabilidade
à declaração de óbito, evitando troca de cadáveres ou ação de criminoso e
falsários, repercute em direito de família, social, trabalhista, mas
principalmente, dá dignidade à pessoa humana.

A comprovação científica da necropapiloscopia, é o


método que consiste no reconhecimento das pessoas que chegaram a óbito,
através das papilas dérmicas, onde é coletada a digital da pessoa, e feita a
comparação com algum documento trazido por familiares, podendo ser a
carteira de identidade, carteira de trabalho ou algum outro que tenha o registro
da digital da pessoa, essas técnicas empregadas variam de acordo com o
estado que o corpo chega aos institutos, pois casos de vítimas em estado
avançado, algumas outras etapas podem ser prolongadas, como os reagentes
químicos que serão utilizados no processo.

Auxilia na busca de pessoas desaparecidas, por


meio dos arquivos datiloscópicos de vítimas não identificadas, com
profissionais que se deslocam as ruas das cidades, em abrigos ou até mesmos
hospitais, para conseguir que seus entes possam ter registro de seus
familiares, que por algum motivo desapareceram e não tem nenhum registro
oficial de documentação.
A papiloscopia é um método de identificação, e para
tanto, vislumbra-se falar, acerca dos seus objetivos e princípios fundamentais,
das necessidades e importância no reconhecimento das impressões digitais.

Pois, as cristas papilares possuem características de


especificidade e de imperceptibilidade, que permitem estabelecer a unicidade e
a originalidade das impressões papiloscópicas. Com esse estudo das papilas
dérmicas chamada de papiloscopia, podemos utilizar tanto na esfera criminal,
solucionando os casos hediondos, e, trazendo a justiça para quem comete
crimes, bem como cuidando para que não haja injustiça com pessoas
inocentes.

Por exemplo, a identificação civil dos cidadãos, é


realizada por meio de expedição de carteira de identidade, que é o documento
que assegura o efetivo exercício da cidadania, uma vez que é exigido para a
prática de diversos dos atos da vida civil.

Além disso, o trabalho de identificação civil é feito


por onde e quando necessário, como em presídios, hospitais, aldeias
indígenas, comunidades ribeirinhas, mutirões e até em domicílios, para os
casos de locomoção até os postos.

Podemos dividir a papiloscopia em: datiloscopia,


quiroscopia, podoscopia, poroscopia e cristascopia.

Datiloscopia é a identificação por meio de


impressões digitais dos dedos. Já a quiroscopia utiliza as palmas das mãos no
processo e a podoscopia, a planta dos pés.

A poroscopia, por sua vez, é o processo de


identificação utilizando-se dos poros. E, por fim, a cristascopia faz uso das
cristas papilares.
Podemos mencionar, também, a prosopografia, que
é o estudo dos traços fisionômicos de uma pessoa.

Além disso, temos a necropapiloscopia, que é uma


perícia específica em cadáveres com identidades desconhecidas. As técnicas
aplicadas a este método também envolvem a papiloscopia e variam de acordo
com o estado em que o corpo se encontra.

Então, a atividade do papiloscopista não se restringe


às impressões digitais, mas sim, a todo tipo de identificação.

5. ANÁLISE TÉCNICA E A CIÊNCIA PAPILOSCÓPICA

A papiloscopia é a ciência de que trata a


identificação humana através das papilas dérmicas. Segundo Araújo (2000), a
papiloscopia é comumente conceituada como sendo a ciência que trata da
identificação humana por meio das papilas dérmicas. A palavra papiloscopia é
de origem greco-latino que significa papilla = papila e skopêin = examinar.

Para a Secretaria Nacional de Segurança Pública


(SENASP), papilas são pequenas saliências de natureza neurovascular,
situadas na parte externa (superficial) da derme, estando seus ápices
reproduzidos pelos relevos observáveis na epiderme.

O objetivo da papiloscopia é a identificação humana


por meio das impressões digitais, palmares e plantares. Como qualquer outra
ciência, ela apresenta divisão:

DATILOSCOPIA é o processo de identificação por


meio das impressões digitais.

QUIROSCOPIA é o processo de identificação por


meio das impressões palmares, isto é, das palmas das mãos.
PODOSCOPIA é o processo de identificação por
meio das impressões plantares, isto é, das plantas dos pés. (MANUAL DE
IDENTIFICAÇÃO PAPILOSCÓPICA - INI, 1987).

Essas três divisões é que formam a papiloscopia, e


está se torna mais abrangente. A princípio, os estudiosos se dedicavam
somente a datiloscopia, e com o passar do tempo, as pesquisas evoluíam e
outras subdivisões passaram a ser utilizadas.

6. OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PAPILOSCOPIA

Assim como qualquer outra ciência, a papiloscopia


possui princípios fundamentais que afirma que ela é ciência. Os desenhos
papilares são individuais (variabilidade), perene e imutável, mesmo possuindo
a mesma classificação fundamental, tipo e subtipo.

Perenidade – os desenhos formados pelo sistema


de linha que compões as impressões digitais, especialmente aqueles
localizados na falanginha e falangeta (extremidades dos dedos), permanece os
mesmos desenhos desde o seu aparecimento, ao sexto mês de vida
intrauterina, até a decomposição do corpo, após a morte.

 Imutabilidade – os desenhos datiloscópicos das extremidades dos dedos


não se modificam, nem mesmo patologicamente, permanecendo sempre
sua disposição original.

 Variabilidade – os desenhos das extremidades dos dedos (falanginha e


falangeta) são sempre diferentes de indivíduo para indivíduo, de mão
para mão, dedo para dedo.

 Classificabilidade: - é a propriedade que tem as impressões digitais de


serem agrupadas em arquivos que possam ser facilmente consultados.
(TOCCHETO; FIGINI, 2012).
Estes são os postulados fundamentais da
papiloscopia e são aceitos de forma universal em todos os países do mundo
porque são verdadeiros princípio testados.

A impressão digital compõe de linhas negras que correspondem às cristas


papilares; linhas brancas que representam os sulcos intercapilares. Os poros
são pontos brancos observados sobre as linhas negras.

 CRISTAS PAPILARES correspondem às linhas impressas do


datilograma.

 SULCOS INTERPAPILARES OU INTERCRISTAIS correspondem aos


intervalos que separam as linhas impressas do datilograma.

 POROS são pequenos orifícios que se veem nas linhas impressas do


datilograma. (MANUAL DE PAPILOSCOPIA DO INI, 1987)

7. BASE LEGAL

No âmbito cível, a Papiloscopia possibilita identificar


as pessoas e atribuir a cada uma delas seus respectivos direitos e obrigações.
Não é demais lembrar que a particularização dos indivíduos, a um só tempo,
prestigia a dignidade da pessoa humana e permite efetivar toda a gama de
tutelas da cidadania.

A par disso, tem-se que a identificação civil é


comprovada pela carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira
profissional, passaporte, carteira de identificação funcional (vide Lei nº
6.206/75) ou outro documento público apto a promover a identificação,
consoante teor do artigo 2º, da Lei nº 12.037/09.

Dentre esses documentos, cabe realçar que a


carteira de identidade é expedida com base no processo papiloscópico, de
acordo com o disposto no artigo 8º, da Lei nº 7.116/83, regulamentada pelo
Decreto nº 10.977/22, que estabeleceu o Cadastro de Pessoa Física (CPF)
como único número de identificação. Contudo, ainda há documentos de
identificação emitidos com escora em métodos pouco confiáveis (e.g., carteira
de trabalho, modelo antigo), o que pode abalar a segurança da identificação.

Buscando aprimorar o sistema de identificação no


país, a Lei nº 9.454/97 instituiu o Registro de Identidade Civil, pelo qual cada
cidadão brasileiro, com base na técnica papiloscópica, será identificado por
número único em suas relações com os órgãos governamentais e com as
entidades privadas. A implementação do Registro de Identidade Civil, porém,
está suspensa por tempo indeterminado.

Posteriormente, a Lei nº 13.444/17 estabeleceu


outro mecanismo de identificação, intitulado de Identificação Civil Nacional, a
ser alicerçado na base de dados biométricos da Justiça Eleitoral, na base de
dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil e da Central
Nacional de Informações do Registro Civil, bem como na base de dados dos
institutos de identificação. Referido sistema criou o Documento Nacional de
Identidade, entretanto, também não há prazo para que seja implementado.

Cumpre distinguir que o Registro de Identidade Civil


– RIC é voltado para a identificação em sua essência, partindo de bases
estaduais, atreladas no mais das vezes aos institutos de identificação, ao
passo que a Identificação Civil Nacional – ICN consiste em sistema de
gerenciamento e consulta de dados, com base centralizada no Tribunal
Superior Eleitoral.

Outra novidade acerca do sistema de identificação


no Brasil está prevista no Provimento nº 66/18 do Conselho Nacional de Justiça
- CNJ, que se coaduna com a Lei nº 13.484/17 e permite que as serventias de
Registro Civil das Pessoas Naturais, mediante convênio com os órgãos
públicos, prestem serviços relacionados à identificação humana, mediante a
emissão de carteira de identidade, cadastro de pessoa física, passaporte,
dentre outros documentos.

A propósito, a Papiloscopia também escuda a Lei nº


6.015/73, que regra os registros públicos, a qual, em seu artigo 37, § 1º,
assevera que, se o usuário da serventia não puder assinar, haverá a coleta de
sua impressão digital. Depois, em seu artigo 70, item 10, estabelece que será
coletada a impressão digital do nubente que não souber assinar. Já em seu
artigo 81, define que, em determinadas hipóteses, sendo o morto
desconhecido, será feita a coleta de sua impressão digital. Mais adiante, em
seu artigo 221, § 1º, impõe que o contrato será registrado com a impressão
digital, se o interessado for analfabeto ou não puder assinar.

É mister destacar, ainda, que o Provimento CNJ nº


88/19, pensado para o combate à lavagem de dinheiro, estabelece em seu
artigo 9º, § 1º, III, "h", que os usuários de cartórios extrajudiciais, bem como
seus representantes e procuradores, serão identificados por biometria,
especialmente impressões digitais e fotografia.

A preocupação com a segurança da identificação é


igualmente observada em outros textos legais. A título de exemplo, o Estatuto
da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/90, em seu artigo 10, impõe aos
hospitais a identificação de todo recém-nascido pelo registro de sua impressão
plantar e digital, bem como da impressão digital da genitora. Já a Lei nº
13.445/17, que trata da migração, em seu artigo 19, exige a identificação
biométrica dos imigrantes.

Repise-se que o método papiloscópico proporciona


segurança extrema aos cidadãos e ao Estado, diferindo-se de métodos que se
assentam em bases precárias e facilitam o uso indevido da qualificação alheia.

Sob esse enfoque, cabe sublinhar que o uso da


identificação biométrica, arrimada na ciência e na tecnologia[6], tem se
difundido com ligeireza na sociedade.
Dentro dessa ordem de ideias, o Decreto nº
63.299/18, do Estado de São Paulo, instituiu o Sistema Estadual de Coleta e
Identificação Biométrica Eletrônica, destinado à identificação pessoal de
usuários de serviços públicos de órgãos e entidades da Administração Pública,
necessária à expedição de documentos e instrução de processos e de
procedimentos administrativos. A coleta das impressões digitais é realizada na
emissão da carteira de identidade e da carteira nacional de habilitação.

De passagem, embora não se ignore o teor do artigo


4º, III, "a", da Lei nº 13.709/18, que consubstancia a Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais, impende anotar que o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor tem manifestado enorme preocupação com a proteção dos dados
privados dos cidadãos[7], atento ao disposto no artigo 6º, III, da Lei nº
12.527/11, que regula o acesso à informação, até para que não ocorra no
Brasil o que se observou na Índia, no tocante ao comércio clandestino de
dados biométricos[8].

Ressalte-se, também, que a identificação biométrica


tem sido aplicada nas eleições, com o fim de impedir que um eleitor se faça
passar por outro. Nesse particular, a Resolução nº 23.335/11 do Tribunal
Superior Eleitoral dispõe sobre a identificação dos eleitores pelos dados
biométricos.

Não bastasse, a identificação biométrica tem sido


exigida em prédios públicos e privados, até mesmo como condição para
ingresso em suas dependências. Entretanto, é forçoso assinalar que o artigo
2º, § 2º, da Lei nº 5.553/68 preceitua tão somente que, quando for
indispensável a apresentação de documento de identificação para a entrada
em tais locais, será admitida a anotação dos dados pessoais, desde que o
documento seja devolvido ao identificado logo em seguida.

8. METODOLOGIA
Foi realizada a comparação entre duas digitais. A padrão e a questionada,
conforme figura abaixo.

PADRÃO QUESTIONADA

TIPO DE IMPRESSÃO DIGITAL ANALISADA: PRESILHA EXTERNA

Ademais foram analisados 12 pontos convergentes das digitais, conforme


abaixo de forma específica apontada:

1) CORTADA
1) CORTADA
2) FORQUILHA

3) ESPALME
4) AGULHA

5) LAGUMA
6) BICÚSPIDE

7) ILHOTA
8) PONTA DE LINHA

9) ENCARNE
10) DESVIO

11) BIFURCAÇÃO
12) PONTO

9. CONCLUSÃO

Diante das figuras demonstradas, e com a


confirmação dos 12 pontos de convergência das digitais, chega-se à
conclusão, de que realmente AMBAS AS DIGITAIS SÃO DA MESMA
PESSOA.

Cidade e data.

Assinatura do perito
___________________
NOME DO PERITO
Perito Judicial
Nº de Inscrição
OPCIONAL: Respostas aos quesitos no próprio laudo ou em documento
apartado

GLEIBE PRETTI

Doutor no Programa de pós-graduação em Direito da Universidade de


Marília (UNIMAR- CAPES-nota 4), área de concentração
Empreendimentos Econômicos, Desenvolvimento e Mudança Social,
com a tese: APLICAÇÃO DA ARBITRAGEM NAS RELAÇÕES
TRABALHISTAS, COMO UMA FORMA DE EFETIVIDADE DA JUSTIÇA
(Concluído em 09/06/2022, aprovado com nota máxima).
Mestre em Análise Geoambiental na Univeritas (UnG).
Pós-graduado em Direito Constitucional e Direito e Processo do
Trabalho na UNIFIA-UNISEPE (2015).
Bacharel em Direito na Universidade São Francisco (2002) e
Licenciatura em Sociologia na Faculdade Paulista São José (2016).
Exerce a função de Coordenador do programa do Mestrado em estudos
jurídicos, com ênfase em direito internacional da Must University.
Coordenador da graduação e da pós graduação do curso de Direito da
FAUSP- Faculdades Unidas de São Paulo.
Atualmente é Professor Universitário na Graduação nas seguintes
faculdades: Centro Universitário Estácio São Paulo, Faculdades Campos
Salles (FICS) e Faculdades Unidas de São Paulo (FAUSP). UNITAU
(Universidade de Taubaté), como professor da pós graduação em direito
do trabalho, assim como arbitragem, Avaliador do MEC (Ministério da
Educação). Professor da Jus Expert, em perícia grafotécnica,
documentoscopia, perícia, avaliador de bens móveis e investigador de
usucapião.
Membro e pesquisador do Grupo de pesquisa em Epistemologia da
prática arbitral nacional e internacional, da Universidade de Marília
(UNIMAR) com o endereço:
dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2781165061648836 em que o líder é o
Prof. Dr. Elias Marques de Medeiros Neto.
Avaliador de artigos da Revista da Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Paraná (UFPR).
Secretário de comunicação da comissão da OAB- Pinheiros.
Atua como Advogado, Árbitro na Câmara de Mediação e Arbitragem
Especializada de São Paulo S.S. Ltda. Cames/SP e na Secretaria
Nacional dos Direitos Autorais e Propriedade Intelectual (SNDAPI), da
Secretaria Especial de Cultura (Secult), desde 2015.
Especialista nas áreas de Direito e Processo do Trabalho, assim como
em Arbitragem. Focado em novidades da área como: LGPD nas
empresas, Empreendedorismo em face do desemprego, Direito do
Trabalho Pós Pandemia, Marketing Jurídico, Direito do Trabalho e
métodos de solução de conflito (Arbitragem), Meio ambiente do Trabalho
e Sustentabilidade, Mindset 4.0 nas relações trabalhistas, Compliance
Trabalhista, Direito do Trabalho numa sociedade líquida, dentre outros).
Autor de mais de 100 livros na área trabalhista, dentre outros com mais
de 300 artigos jurídicos (período de 2020 a 2022), em revistas e sites
jurídicos, realizados individualmente ou em conjunto.
Notas e Referências:

ALCÂNTARA, Hermes Rodrigues de. Perícia médica judicial, 2ed, Rio de


Janeiro, Guanabara Koogan, 2006.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 29º ed, Editora Malheiros,


2014. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, 292 p. 30 de abril de 2010.

CABALLERO, Samuel Alfonso Delgado. Papiloscopia: Certeza ou Dúvida?


Apologia à micropapiloscopia, Campinas, SP: Millenium Editora, 2012. ______.
Cidadania, Direitos e Deveres. Disponível em: . Acesso em: 20 de abril de
2019.

COSTA, Luís da Silveira. A perícia médico-legal, Campinas, SP: Millenium


Editora, 2011.
FRANÇA, Genival Veloso de. Fundamentos de medicina legal, 2º ed., Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 2012.

MADRIGAL, Alexis. O exercício da cidadania no desenvolvimento da


sociedade. Revista Jus Navigandi. Ano 21, n.4673, 17 abr 2016 Disponível
em:https://jus.com.br/artigos/48124. Acesso em: 25 fev. 2019.

PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. História da Cidadania. 1 ed, Editora


Contexto, 2003. Significado de Dignidade da Pessoa Humana. Significados.
Disponível em: . Acesso em 16 ago 2022

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/a-importancia-levantamento-
impressao-digital-local-crime.htm

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