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IV CONGRESSO INTERNACIONAL
DE DIREITOS HUMANOS
DE COIMBRA: UMA VISÃO
TRANSDISCIPLINAR
VII CONGRESSO INTERNACIONAL
DE DIREITOS HUMANOS
DE COIMBRA: UMA VISÃO
TRANSDISCIPLINAR

ORGANIZAÇÃO:

http://www.inppdh.com.br http://igc.fd.uc.pt/
VITAL MOREIRA
JÓNATAS MACHADO
CARLA DE MARCELINO GOMES
CATARINA GOMES
CÉSAR AUGUSTO RIBEIRO NUNES
LEOPOLDO ROCHA SOARES
(Organizadores)

ANAIS DE ARTIGOS COMPLETOS DO


VII CIDHCoimbra 2022
VOLUME 5

www.cidhcoimbra.com

1ª edição

Campinas / Jundiaí - SP - Brasil


Editora Brasílica / Edições Brasil
2023
© Editora Brasílica / Edições Brasil - 2023
Supervisão: César Augusto Ribeiro Nunes
Capa e editoração: João J. F. Aguiar
Revisão ortográfica: os autores, respectivamente ao capítulo
Revisão Geral: Comissão Organizadora do VII CIDHCoimbra 2022
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
N9221a Nunes, César Augusto R.
Anais de Artigos Completos do VII CIDHCoimbra 2022 -
Volume 5 / César Augusto R. Nunes et. al. (org.) [et al.] – Campinas /
Jundiaí: Brasílica / Edições Brasil, 2023.
383 p. Série Simpósios do VII CIDHCoimbra 2022
Inclui Bibliografia
ISBN: 978-65-5104-027-6
1. Direitos Humanos I. Título
CDD: 341

Publicado no Brasil / Edição eletrônica


contato@edbrasilica.com.br / contato@edicoesbrasil.com.br
INCONSTITUCIONALIDADE DOS ATOS DE
POLÍCIA INVESTIGATIVA E DE POLÍCIA
JUDICIÁRIA POR MILITARES EM CRIMES NÃO
MILITARES

Eujecio Coutrim Lima Filho


Delegado de Polícia. Pós-doutorando em Direito (Universidad Las Palmas,
Espanha). Doutor e Mestre em Direito (Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro).
Especialista em Direito do Estado (Universidade Federal do Estado da Bahia).
Professor

Resumo:
Inicialmente tem-se uma visão geral das atribuições constitucionais dos ór-
gãos de segurança pública expostos no art. 144 da Constituição da Repúbli-
ca Federativa do Brasil. Após exposição das funções do poder de polícia do
Estado, demonstra-se as funções de polícia judiciária e de polícia investigati-
va atribuídas de forma típica às policias civis e federal e, de forma atípica, à
Polícia Militar na investigação exclusiva de crimes militares. Assim, tem-se a
importância do debate acerca da autonomia que deveria ser dirigida à polícia
judiciária e da crise do Estado Democrático de Direito a partir da usurpação
de funções dos órgãos de persecução penal com base em interpretação exten-
siva de normas protetivas de garantias individuais. Aponta-se o imperativo de
obediência aos Direitos Fundamentais positivados em 1988 e da tutela cons-
titucional dos Direitos Humanos. As questões são enfrentadas com espeque
doutrinário e jurisprudencial, especialmente do Supremo Tribunal Federal,
sobre o tema. Por fim, cita-se o retrocesso no entendimento de que o Ter-
mo Circunstanciado de Ocorrência não versa investigação criminal, mas mero
registro de fato.

Palavras-chave: Democracia; Polícia; Investigação; Militar

As atribuições de cada força policial devem ser delimitadas por meio de


regras claras. Conforme o modelo estabelecido na Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 (CRFB), a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública foram dirigidas à Polícia Militar (art.144, §5º); o patrulhamento
ostensivo das rodovias federais coube à Polícia Rodoviária Federal (art.144,
§2º); às policias penais couberam a segurança dos estabelecimentos penais

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(art.144, §5º-A); à Polícia Civil e à Polícia Federal competiram a investigação
de fatos criminosos e as funções de polícia judiciária (art.144, §§1º e 4º).
Ao outorgar a direção da polícia judiciária ao Delegado de Polícia (po-
lícias civis e federal), o Constituinte de 1988 a afastou de quaisquer outros
agentes públicos ou particulares. Nesta direção, o art. 4º do Código de Pro-
cesso Penal assevera que “a polícia judiciária será exercida pelas autoridades
policiais no território de suas respectivas jurisdições e terá por fim a apura-
ção das infrações penais e da sua autoria”. Observa-se que, além da função
de polícia administrativa constitucionalmente prevista, a Polícia Militar possui
atribuição de Polícia Judiciária Militar no que diz respeito exclusivamente aos
crimes militares praticados por policiais militares (art. 8º do Código de Pro-
cesso Penal Militar).
Sobre a possibilidade de um órgão policial exercer atividade atípica, des-
de que amparado pela ordem constitucional, evitando usurpação de função,
faz-se importante a seguinte análise: de modo precípuo, a Polícia Civil exerce
função de polícia judiciária (e investigativa) na elucidação de fatos criminosos,
excetuadas as atribuições da Polícia Federal e da Polícia Militar, mas nada im-
pede, de forma secundária, por exemplo, a implantação de uma delegacia es-
pecializada na prevenção de determinado crime. Igualmente, a Polícia Federal
possui função principal de Polícia Judiciária. Contudo, tem-se a fiscalização
dos aeroportos e dos portos e a concessão de passaportes como exercício se-
cundário de função preventiva pela Polícia Federal (órgão que precipuamente
exerce atividade repressiva) (BONAVIDES, et. al., 2009). De outro lado, às
polícias militares e aos corpos de bombeiros militares (policiamento osten-
sivo e defesa civil, respectivamente) são atribuídos, de forma preponderante,
a função de polícia administrativa (preventiva). Entretanto, por meio do in-
quérito policial militar exercem, de forma atípica, função de polícia judiciária
quando se tratar unicamente de investigação de crime militar (NICOLITT,
2017). Este é o panorama legal.
No plano da teoria do garantismo, na orientação do Estado de Direi-
to, as policias deveriam se dedicar a três funções (investigativa, preventiva e
auxiliares da jurisdição), destinadas a corpos de polícia, separáveis entre eles
e organizados com independência funcional, hierárquica e administrativa em
relação aos diversos poderes aos quais auxiliam. Neste ponto, ressalta que a
polícia judiciária, a quem incumbe a investigação criminal e a execução dos
provimentos jurisdicionais, deveria receber a mesma garantia de independên-
cia dedicada ao Judiciário e somente deste depender (FERRAJOLI, 2002).
A questão do conflito de atribuições é um dos fatores citados por Cer-
queira (2010, p. 127) sobre o debate envolvendo a fusão das polícias estaduais
como solução para o problema da criminalidade. Neste ponto, o próprio au-
tor argumenta que, pelo grau de complexidade do tema, a fusão das duas po-
lícias não é a solução. “É bom saber-se o que se quer: reforma policial, para
que ela seja eficiente e eficaz, ou fusão policial?”. Complementa afirmando
que a resposta para a organização de duas polícias (duas funções policiais)

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reside na conjuntura de se vincularem a códigos diferentes - Direito Adminis-
trativo (função de polícia administrativa) e Processo Penal (função de polícia
judiciária). Vale dizer, à polícia judiciária, auxiliar da justiça, concerne o ponto
da repressão criminal (sanção penal). Menciona o exemplo de Portugal, “que
ao lado de várias polícias fardadas, mantém uma polícia judiciária vinculada
diretamente ao Ministério da Justiça e dirigida por um juiz de direito”.
Para além das policias (e respectivas funções policiais), a partir de diag-
nósticos sobre o funcionamento, estruturação e dados aptos a orientarem
transformações seguras e eficientes, Cerqueira (2010, p. 127) acata a ideia de
reformulação global (modernização e melhoria) de todo o sistema de justiça
criminal - da prevenção criminal à execução de eventual sentença penal con-
denatória transitada em julgada - desde que feito com respeito e profissiona-
lismo, “sem emocionalismos, corporativismo e preocupações eleitoreiras”.
A divisão institucional e orgânica das funções dos órgãos relacionados
ao sistema de justiça criminal revela o viés democrático da persecução penal.
A democracia é o funcionamento harmônico dos autênticos valores que lhe
são pertinentes. A polícia está situada nessa dinâmica de equilíbrio com as
demais instituições governamentais ao cumprir “suas competências e atribui-
ções em conformidade com as normas constitucionais e legais, em um am-
biente onde a competência funcional proíbe a sobreposição do exercício das
atribuições de uma instituição sobre a outra”. No plano ideal do modelo bra-
sileiro de persecução penal, constitucionalmente fixado, “quem investiga não
denuncia e não julga; quem denuncia, não investiga e não julga; e quem julga,
não investiga e não oferece a denúncia” (DEZAN; WERNER, 2021, p. 149 e
242).
A persecução penal, enquanto atividade estatal que busca a repressão
dos fatos criminosos, deve caminhar em estrita consonância com o devido
modelo legal tanto na fase pré-processual (investigação criminal) quanto na
fase judicial (ação penal e execução da sentença). Para Prado (2016, p. 328), a
distinção dessas atividades é uma exigência estrutural, sob o paradigma acu-
satório, a garantir o equilíbrio de poderes e faculdades processuais. Conse-
quentemente, este equilíbrio restaria rompido na hipótese de acumulação de
poderes ou forças processuais. Nesta direção, o autor alerta que “atualmente,
este fenômeno é mais visível na investigação penal”.
Em relação à primeira etapa da persecução penal, Tucci (2011) ressalta
que a fase investigativa, direcionada à apuração de crime e dirigida em regra
pela Polícia Judiciária, apesar de possuir natureza administrativa em sua forma
e substância, possui finalidade judiciária. Igualmente, Gomes e Scliar (2020)
destacam que a fase investigativa é exercício da segurança pública com evi-
dentes reflexos na jurisdição criminal. Assim, ao tratar das prioridades a serem
observadas na fase preliminar do processo penal, Giacomolli (2016, p. 175)
alerta a exigência constitucional, no âmbito criminal, de separação das fun-
ções e atribuições entre os agentes. “Os poderes políticos, ou não, devem ser
delimitados e contidos, para que os direitos sejam protegidos”.

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Portanto, pode-se afirmar que a função substancial da investigação cri-
minal não é subsidiar eventuais partes processuais (acusação e defesa), mas a
busca da verdade dos fatos importantes ao direito penal e processual penal,
vinculada aos direitos fundamentais, na missão de elucidar o crime de modo
imparcial conforme o Estado Constitucional de Direito (DEZAN; WER-
NER, 2021). Por isto, ainda que não exista processo, a investigação prelimi-
nar já terá exercido o seu múnus constitucional. Diante da possibilidade de
existência do inquérito policial sem a posterior fase processual, não se pode
limitá-lo à noção de mera fase anterior ao processo penal, há a autonomia da
investigação criminal em relação ao processo. Consequentemente, observa-se
a autonomia da Polícia Judiciária, além da função de mero auxiliar do Poder
Judiciário (GOMES; SCLIAR, 2020).
A divisão das funções dos órgãos persecutórios e a irradiação de valores
constitucionais a todo ordenamento foram comuns às nações no pós-segun-
da guerra mundial. O Brasil, com recrudescimento ditatorial que seguiu até a
redemocratização nos anos 1980, andou na contramão desse movimento in-
ternacional de tutela dos direitos. Com modernidade tardia, a Constituição de
1988 definiu as atribuições de cada força policial, de modo a controlar o po-
der punitivo do Estado (indispensável, mas não ilimitado), houve substancial
mudança na tutela positiva dos direitos humanos (BRENE, 2019).
Sabe-se que a investigação criminal é composta de atos e diligências que,
em sua essência, podem comedir direitos essenciais do cidadão (liberdade,
patrimônio, intimidade etc.). Por tal razão, essa limitação deve ocorrer nos
exatos limites legais e constitucionais. Normas constitucionais que restringem
direitos fundamentais não comportam interpretação extensivamente. Ao con-
trário do direito privado em que o particular pode tudo, desde que a lei não
proíba, o direito público vincula a atuação dos sujeitos (e órgãos públicos) na
estrita medida de seu mandamento exatamente para conter os arbítrios esta-
tais. E, neste item, o Constituinte de 1988 (art. 144) não conferiu funções de
polícia judiciária e de polícia investigativa à Polícia Militar, mas tão somente
funções de segurança pública preventivas e ostensivas.
Desse modo, com o exponencial crescimento de atos investigatórios
(com medidas restritivas de direitos fundamentais, inclusive por meios tecno-
lógicos), contra cidadãos civis, por instituições militares, urge a análise da pos-
sibilidade (constitucionalidade e convencionalidade) da investigação criminal
(e prática de atos de polícia judiciária) por militares.
A prática de atos de polícia judiciária e investigativa por militares preco-
niza o tema “Justiça de Transição”, pois as medidas que precisam ser adotadas
na busca pela democracia não devem se restringir ao período de transição, a
aplicação da justiça de transição não se limita às hipóteses de mudança de re-
gime. É possível que não se trate necessariamente de mudança de regime, mas
existam arbitrariedades e violações de direitos humanos no âmbito do próprio
governo vigente (SERSALE DI CERISANO, 2013).
Com tal característica, a Terceira Turma Recursal do Tribunal de Justiça

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de Santa Catarina (HC 5000318-06.2021.8.24.0910, 20/05/21) determinou o
trancamento de processo criminal por vício ocorrido na fase preliminar de
investigação. O citado julgado destacou a existência de função específica à
Polícia Militar que, ao investigar, ainda que com boas intenções, equivoca-se e
contamina os elementos probatórios. “Se a autoridade administrativa - Polícia
Militar - realiza atividade sem previsão legal, embora existente materialmente,
legalmente é inservível”. Na sequência, invocou julgado da Corte Interameri-
cana de Direitos Humanos que, literalmente, asseverou que a “(....) Corte con-
clui que tanto a investigação, quanto o processamento e julgamento perante
o sistema de justiça militar, representaram uma clara violação da obrigação
contida no artigo 2 Convenção americana, em conjunto com os artigos 8 e 25
da mesma”.
Desse modo, mencionando Barbosa, a citada turma do Tribunal de Jus-
tiça de Santa Catarina complementou, em consenso com a Corte Interame-
ricana, que a investigação criminal militar é restrita aos crimes militares pró-
prios, “tendo o país violado as próprias leis internas quando permitiram que
a investigação fosse militar, ao revés de uma investigação civil”. Portanto, “a
Corte estabeleceu, que a intervenção do foro militar na investigação desses fa-
tos violou os parâmetros de excepcionalidade e restrição que devem caracte-
rizar a competência desta jurisdição (a militar), tendo sido um dos fatores que
culminou na impunidade do caso” (SANTA CATARINA, 2021).
Como visto, apesar da possibilidade de atuação na prevenção de condu-
tas criminalmente tipificadas, os órgãos de polícia administrativa (fiscalizató-
ria) não possuem, como atividade típica, finalidade investigativa e, consequen-
temente, procedimentos destinados à apuração de crimes.
Na atualidade o sistema brasileiro comporta diversas espécies de investi-
gações e autoridades encarregadas de investigar. Cita-se os exemplos da possi-
bilidade de Comissão Parlamentar de Inquérito perante as casas do Congresso
Nacional (neste caso há respaldo constitucional - art. 58, § 3º, da CRFB), das
apurações pela Receita Federal, dentre outros. Entretanto, convém destacar
a observação feita por Dezan e Werner (2021) sobre a impropriedade de se
falar que a Receita Federal investiga crime, uma vez que somente fiscaliza ad-
ministrativamente no interesse da administração tributária e, deparando-se
com a notícia do crime, tem o dever legal de comunicar à polícia judiciária
para provocar a investigação criminal ou ao Ministério Público para o ofere-
cimento direto da denúncia, quando os elementos informados permitirem o
convencimento, ou, quando insuficientes esses elementos, para requisição de
instauração de inquérito policial pela polícia judiciária.
Igualmente, ainda a título de exemplo, as investigações pelas Comissões
Parlamentares de Inquérito, pelo Conselho de Controle de Atividades Finan-
ceiras (COAF), “nos casos afetos a movimentações financeiras irregulares e
remessas ao exterior” ou pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômi-
ca (CADE) “nas medidas administrativas de verificação de formação de car-
téis, não são investigações criminais, mas sim procedimentos administrativos

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destinados a coleta de informações destinadas a apurar irregularidades admi-
nistrativas e práticas abusivas” (WERNER, 2015, p. 50).
Independentemente da natureza das investigações constitucionalmente
autorizadas (como nos casos supracitados), não toca, ao presente estudo, dis-
cutir se a investigação criminal é (ou não) monopólio das polícias civis e fe-
deral (órgãos que possuem a investigação criminal com atividade fim, típica).
Fato é que se o constituinte quisesse dar à Polícia Militar a atribuição de inves-
tigar cidadão civil, teria feito expressamente. Portando, conforme julgado na
Ação Originária (STF) 1.856, a Ministra Cármen Lúcia enfatizou que regras
constitucionais de atribuições e competências não admitem a mínima discus-
são, não podendo ser interpretadas extensivamente. Nesta mesma linha, Dotti
(2002) enfatiza a seguinte indagação: “como admitir que um policial militar
(cabo, sargento, capitão ou detentor de outra hierarquia) possa “conhecer” e
“diligenciar” a respeito de infração de direito penal comum? Se à Polícia Civil
não é deferida atribuição de apurar as infrações penais de natureza militar, a
recíproca é também verdadeira”.
Convém repetir: no estado democrático, não se interpreta extensiva-
mente normas constitucionais restritivas de direitos fundamentais. Nessa vi-
são de polícia completamente seletiva e utilitarista (com a ideia de que para
alcançar determinado objetivo qualquer iniciativa é válida), em que atos de
investigação criminal são praticados por instituição constitucionalmente de
caráter ostensivo e preventivo, não há outro caminho senão o retrocesso de-
mocrático e a mitigação de direitos individuais fundamentais por caminhos
alheios ao fixado pelo legislador constituinte originário, tema por nós já ob-
servado no Vol. 1012 da Revista dos Tribunais (“Democracia brasileira no
que diz respeito ao exercício dos órgãos policiais”) (LIMA FILHO, 2020).
Do ponto de vista utilitarista, corroborado pelo caráter instrumental, o
processo penal estaria conectado a um imaginário de eficiência de tendên-
cia economicista com os fins justificando os meios a partir de uma relação
de custos e benefícios sociais. Por sua vez, os meios processuais (as formas)
só encontrariam fundamento e dever de obediência se não fossem entraves à
“eficiente” punição (CASARA, 2015).
O STF, no julgamento do Recurso Extraordinário 702.617, deixou claro
que a Polícia Militar não possui atribuição para apurar infrações penais co-
muns. Consta que dispositivo da Constituição do Estado do Amazonas que
atribui atos investigatórios à Polícia Militar, “invade a competência da Polícia
Civil, prevista no art. 115 da Constituição do Estado do Amazonas, e se dis-
socia da competência atribuída à Polícia Militar constante do art. 116 da Carta
Estadual, ambos redigidos de acordo com o art. 144, §§ 4º e 5º, da Constitui-
ção Federal”.
Na mesma linha, no julgamento da ADI 3.614 que julgou proceden-
te Ação Direta de Inconstitucionalidade em que Estado da Federação tentou
regulamentar investigação por militares, a Ministra Carmen Lúcia destacou
haver desvio de função na celebração de atos investigativos e de Polícia Ju-

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diciária por policial militar fora da autorização constitucional. E completou:
“tenho medo de que o desvio de função, algo inaceitável no sistema adminis-
trativo, esteja sendo legitimado”.
Na sequência, o Ministro Cezar Peluso expôs sua preocupação no fato
de a Polícia Militar, em relação ao cidadão civil, “fazer um juízo jurídico de
avaliação dos fatos que lhe são expostos”. O Ministro Menezes Direito, ex-
ternou que atos previstos no art. 144, §4º, da CRFB, sendo praticados por
instituição militar, violaria a Constituição, seria autorizar “um substituto para
fazer a função de polícia judiciária, mesmo que se transfira a responsabilidade
final para o delegado da Comarca (...) é uma abertura, ao meu ver, de exceção
gravíssima na própria disciplina constitucional”. Em continuidade, o Ministro
Marco Aurélio apregoou que: “tem-se, no artigo 144 da Constituição Federal,
balizas rígidas e existentes há bastante tempo sobre as atribuições das Polícias
Civis e Militares. No caso da Polícia Militar, está previsto que cabe a ela a
polícia ostensiva e a preservação da ordem (...)”. Por fim, de modo a não dei-
xar dúvidas sobre a manutenção do Estado de Direito e o detrimento causa-
do pela visão monocular e utilitarista da persecução penal tão observadas em
tempos pós ditatoriais, a Ministra Ellen Gracie destacou que “as duas policias,
civil e militar, têm atribuições, funções muito específicas e próprias, perfeita-
mente delimitadas e que não se podem confundir”.
Equitativamente, no Julgamento da ADI 3.441, o STF, já na ementa do
julgado, destacou: “o §5º do art. 144 da Carta da República atribui às polí-
cias militares a tarefa de realizar o policiamento ostensivo e a preservação da
ordem pública. O que não se confunde com as funções de polícia judiciá-
ria e apuração de infrações penais, essas, sim, de competência das polícias ci-
vis”. Neste julgado, o relator, Ministro Carlos Ayres Brito, após apontar que o
cargo de delegado de polícia se enquadra nas “chamadas carreiras jurídicas”,
avultou que, além da formação técnico-profissional, “essa exigência constitu-
cional tem a sua explicação no fato de que incumbe aos delegados de polícia
exercer funções de polícia judiciária, além de presidir as investigações para a
apuração de infrações penais, o que requer amplo domínio do ordenamento
jurídico do País”. Desta feita, manifestou pela inconstitucionalidade de lei que
conferia atribuição investigatória a policiais militares.
Identicamente, citando precedentes dos Tribunais Superiores, o Tri-
bunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, no julgamento do HC
70047333448/RS, fixou que em consonância com o art. 144 da CRFB (e seus
respectivos parágrafos), “a polícia militar não possui atribuição para investigar
infrações criminais, inserindo-se nessa ausência de funcionalidade, o cumpri-
mento de mandado de busca e apreensão, em atividade investigatória de infra-
ção criminal de competência da Justiça Comum”.
Por tais razões, no julgamento do Processo 1.0702.09.585753-9/001,
magistrado vinculado ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao
receber procedimento investigatório oriundo da Polícia Militar, determinou
remessa dos autos à Polícia Civil nos seguintes termos: “a investigação das

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infrações penais incumbe à Polícia Civil, por isto, havendo indícios de prática
delitiva, deverá o relatório da Polícia Militar ser encaminhado à primeira, para,
após apuração dos fatos, e em se verificando a existência de prova idônea, re-
querer a medida cautelar de busca e apreensão”.
No mesmo caso, em sede recursal, o tribunal de justiça mineiro reiterou
o entendimento de que a Polícia Militar deveria ter encaminhado os indícios
delitivos de que tinha posse à Polícia Civil, a quem caberia verificar a “existên-
cia de prova idônea” para requerer medida cautelar restritiva de direito funda-
mental do indivíduo (no caso concreto: medida de busca e apreensão domici-
liar). Assim, sopesando que a mitigação de direitos e garantias fundamentais
do cidadão, através de mandado judicial, exige a idoneidade das provas que
lhe dão causa, bem como considerando a distinção entre as atividades de polí-
cia ostensiva e preservação da ordem pública (art. 144, §5º, da CRFB - Polícia
Militar) e as atividades de polícia judiciária e investigação criminal (art. 144,
§4º, da CRFB e art. 4º do CPP - Polícia Civil), restou decidido que “caso hou-
vesse prova idônea a amparar a pretensão cautelar, deveria ela ficar a cargo
da Polícia Civil”. Na sequência, determinou-se o encaminhamento dos “rela-
tórios oriundos do serviço de inteligência” da Polícia Militar ao Delegado de
Polícia para prosseguimento das investigações que, em sendo o caso, “poderá
representar pela busca e apreensão domiciliar, junto à autoridade judicial”.
Ciente da existência do debate sobre o tema, ainda para aqueles que dis-
cordam dos fundamentos supracitados e consentem a atuação da Polícia Mi-
litar em atos meramente executórios de investigação preliminar, esta atuação
não pode ocorrer à revelia da Polícia Judiciária. Dessa maneira, no julgamen-
to da Apelação Criminal 0029037-10.2019.8.13.0183, o Tribunal de Justiça
do Estado de Minas Gerais admitiu esses atos executórios (cumprimento de
mandado judicial de medida cautelar) pela Polícia Militar, desde que o traba-
lho ocorra em conjunto com a Polícia Civil, em inquérito policial presidido
pela polícia judiciária. Nessa linha, no Recurso Extraordinário 404.593, o STF
aceitou cumprimento de mandado de busca e apreensão pela Polícia Militar,
desde que a instituição castrense não realize atos de investigação e instrução
“reservados a função de polícia judiciária”.
Perspectiva utilitarista, instrumental, representa recuo democrático -
tem-se a ilusória ideia de eficiência economicista com os fins justificando os
meios, ou seja, as formas só devem ser obedecidas se não atentarem contra
a midiática concepção “eficiente” punição (CASARA, 2015). Exemplo desse
utilitarismo, o STF (ADI 5.637), ciente da inconstitucionalidade de investiga-
ção de crime comum por militar (conforme exposto nas decisões referencia-
das), entendeu o Termo Circunstanciado de Ocorrência (investigação criminal
simplificada - crimes de menor potencial ofensivo e contravenções penais -
art. 69 da Lei 9.099 de 1995 c/c art. 2º, §1º, da Lei 12.830 de 2013) como
“mero registro de fato”, possível de ser lavrado pela Polícia Militar.
Trata-se de um retrocesso. O Termo Circunstanciado de Ocorrência
tem por finalidade investigar autoria e materialidade de crime de menor po-

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tencial ofensivo (e contravenções penais). Dizer que isto não é investigação
criminal, para legitimar quem não tem atribuição investigativa, leva à indaga-
ção do Lênio Streck (“O que é isto - decido conforme minha consciência?”)
que propõe a Teoria da Decisão em um contexto democrático de legitimação,
resguardando a atividade decisória. Essa teoria, complementando a teoria da
interpretação, representa uma blindagem às discricionariedades e ativismos.
“Há um direito fundamental a uma resposta correta, entendida como “ade-
quada à Constituição” (...) A tese por mim defendida somente tem sentido na
democracia e sob a égide de uma Constituição compromissória” (STRECK,
2013, p. 95).
Portanto, pode-se concluir afirmando que a separação constitucional
das funções dos órgãos policiais, além de abordar garantia fundamental ao
cidadão, serve à manutenção do Estado Democrático de Direito. Versa tu-
tela de garantias individuais relacionadas à dignidade da pessoa humana. A
positivação dos direitos fundamentais, em um primeiro momento, teve como
finalidade conter o arbítrio estatal (eficácia vertical), justamente para evitar os
descomedimentos anteriores a redemocratização de 1988. Ao consagrá-los,
o constituinte pretendeu evitar que os Poderes Públicos atuassem de forma
abusiva, irrazoável. De tal modo, é possível justificar que os direitos funda-
mentais compõem os fatores elementares da defesa do cidadão contra os
excessos do Estado. Constitui um tema de especial importância ao Direito
Constitucional e à vivência política e judicial de um país (RAMOS e LIMA,
2012). Na persecução penal, forma denota garantia e a garantia de ser investi-
gado apenas pelo delegado natural expressa basilar direito fundamental (AN-
SELMO et. al., 2017).

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