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CURSO DE DIREITO
Formosa- GO
2022
GILBERTO GONÇALVES PEREIRA
FORMOSA - GO
2022
RESUMO
DELIMITAÇÃO DO TEMA:
O Brasil como um estado portador de uma constituição cidadã, e signatário de diversos
tratados internacionais em proteção aos direitos e liberdades fundamentais do indivíduo, a
manutenção da paz, segurança internacional e promoção do desenvolvimento social, com
melhorias nas condições de vida dos indivíduos.
O artigo a seguir buscar as concepções dominantes junto as excludentes de ilicitude
presente em nosso ordenamento que justifica e legitima a intervenção policial. O artigo 51 da
Carta das Nações Unidas referência em doutrina, é tido como exemplo do direito natural. O
artigo fundamenta que a força defensiva sob o direito natural incluía, em situações extremas,
um direito de intervenção em Estados párias que se recusassem a cumprir o direito natural,
nesses mesmos parâmetros iremos tratar das excludentes de ilicitude presentes na ação policial.
O presente trabalho listará os remédios jurídicos previstos em nosso ordenamento
jurídico enquanto os define e os diferencia para que no final possamos responder à pergunta.
As excludentes de ilicitude previstas na nossa constituição como mecanismo de defesa
justificam a legítima defesa quando um indivíduo e em muitos casos o próprio policial, sofre
uma agressão efetiva contra seu direito tido como bens jurídicos penais, dos quais se destacam,
a saber; vida, liberdade, propriedade, integridade física, honra, patrimônio, dentre outros.
Nesse viés quando um policial intervém como representante do estado na garantia da
ordem pública, ação essa no intuito de constituir uma situação ou condição que conduza ao bem
comum, e acaba sendo de alguma forma agredido.
Desse modo adveio o seguinte PROBLEMA JURÍDICO; A prerrogativa especial no
uso de excludentes de ilicitude para agentes de segurança pública?
METODOLOGIA
Antes de tudo queremos frisar que os agentes públicos, agem em nome do órgão a qual
representa e também devem obediência a norma, em especial o artigo 37 da CF, onde estão
previstos os princípios norteadores da administração pública sendo ela direta ou indireta de
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá
aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Visto tais
princípios constitucionais explícitos aplicados na administração pública. Não podemos deixar
de comentar também dos princípios fundamentais aos quais esses profissionais se deparam
rotineiramente.
A luz do caput do artigo 5º da CF, temos um dos mais importantes textos que trata de
direitos ligados umbilicalmente a dignidade da pessoa humana, estando presente até nos
fundamentos da nossa república federativa que estabelece a proteção constitucional ao cidadão
do direito à vida. Decorrendo desse princípio fundamental muitos outros direitos, pois antes de
ser um agente público o servidor também é um cidadão e que pode gozar dá proteção dessas
garantias constitucionais que o estado há de prover pois como já diz o texto de lei: Somos todos
iguais perante a lei.
Deste modo, instituiu a legitimidade das Polícia, sendo Polícia Militar (PM);
administrativa; Polícia Civil (PC) Judiciária. Com essa ótica e buscando padrões
internacionais de policiamento Bordin (2009) atesta que:
As Polícias Militares no Brasil iniciaram um processo de mudança com
relação às ações de policiamento ostensivo, buscando uma adequação aos
modelos internacionais de policiamento comunitário, porém os índices de
letalidade nas ações policiais continuaram crescendo, contrariando a ideia
inicial desse tipo de policiamento que, em tese, deveria aproximar-se da
população e promover a redução dos índices de violência policial a níveis
toleráveis(BORDIN, 2009, p.1)
Sendo necessário um modelo que adequasse a nossa realidade.
O conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse combate contra
o crime, através de medidas aplicadas aos criminosos, é o Direito Penal. Nele se
definem os fatos puníveis e se cominam as respectivas sanções os dois grupos dos
seus componentes essenciais, tipos penais e sanções. É um Direito que se distingue
entre os outros pela gravidade das sanções que impõe e a severidade de sua estrutura,
bem definida e rigorosamente delimitada.
A violação dos bens tutelados pelo Estado enquanto protegidos por suas normas
penais, e uma perca muitas vezes irreparável para o Estado, afetando de sobremodo as
condições de vida em sociedade. Como exemplos, temo: o direito à vida, à honra, à integridade
física. Esses bens e muitos outros são tutelados pelas normas penais, e sua violação é o que se
denomina de ilícito penal ou infração penal. O ilícito penal refere-se à violação daquilo que o
homem possui de mais caro e importante, ou seja, a vida, a honra e a integridade física, tendo
um reflexo no que se entende ser o mais importante da vida social. (MASSON, 2020)
Para entendimento dessa obra, não podemos deixar de falar sobre a teoria geral do
crime. Não é o intuito discorrer desde a criação das primeiras teorias utilizadas para definir o
conceito delitivo, nem mostrar todas as concepções, dos principais doutrinadores do mundo,
quanto a conceituação do crime, mas frisar àquela concepção doutrinaria adotada pelo código
penal brasileiro, sendo um resumo simplesmente para melhor compreensão dos termos que
virão a seguir.
Assim conseguiremos compreender de um fato ser considerado crime e outro não.
Primeiramente o crime, também é conhecido como delito, portanto, crime e delito são iguais.
Já a contravenção, é a infração penal que a lei comina de forma isolada, uma pena de prisão
simples ou de multa, por vezes, ambas, de forma alternativa ou cumulativa em resumo essas
duas espécies originarias da infração penal, que quando um sujeito pratica uma ação é ou
omissão com dolo ou culpa quando a Lei assim prever tal possibilidade. O Estado tem o
poder/dever de proibir e impor uma sanção a quem a praticar.
Como exemplificava Zaffaroni e Pierangeli utilizando se de uma metáfora para
demostrar a importância da conduta do agente para a análise da infração penal;
A teoria do delito é um edifício, em que o alicerce é constituído pelo conceito de
conduta. Qualquer alteração nos alicerces implica uma mudança na estrutura. A partir
do instante em que os alicerces são lançados sabemos o peso que o peso que poderão
suportar e a distribuição da carga. (2001, p. 402).
Em seguida com mais uma metáfora, temos o doutrinador Damásio de Jesus, que
enfatiza a indivisibilidade do delito em elementos;
O delito é um todo, não podendo ser dividido em partes, como se fosse uma fruta
cindida em pedaços. O crime é um fato a que se agregam características. Pode-se
falar, então, em requisitos ou características do delito, não em elementos. (2015,
p.196)
Logo nos temos três aspectos que nos dar a conceituação do crime, sendo eles, formal,
material ou analítico. Porém, antes a concepção se dava apenas de forma material ou formal.
Não sendo elas suficientes para caracterizar o crime, bem como seus elementos, se fez
necessário a criação do conceito analítico que estuda o crime de uma forma a dividir seus
elementos sem modificá-lo. (GRECO, 2011).
Hoje em dia o conceito se dá apenas doutrinariamente, criando duas fortes correntes,
de uma forma analítica, a teoria tripartida e bipartida. Segundo alguns doutrinadores como
Cleber Masson assevera que o código penal de 1940, em sua redação original, tinha um
caráter de conceito tripartido, pois estava relacionado ao sistema clássico em que se fazia
necessária a presença da culpabilidade, sendo o elemento subjetivo onde se encontrava o dolo
ou a culpa. Mas com a mudança trazida pela lei 7.209/1984, o sistema fica ligado
obrigatoriamente ao finalismo, em que o dolo ou a culpa, elemento subjetivos passam a ser
integrados pelo fato típico, sendo desnecessário considerar a culpabilidade como um elemento
constitutivo do crime. (Masson, 2015).
Em contrapartida há doutrinadores como Rogério Greco que enxergam a culpabilidade
como um dos elementos caracterizadores do crime, visto que sem ela o ato não seria punido, e
sem a punibilidade o direito penal não alcançaria sua15 efetividade jurídica. Somando a isso
resta salientar que a culpabilidade não somente exclui a punição, mas todo o crime. Um dos
elementos que se encontra dentro da culpabilidade é o erro de proibição, que exclui a
culpabilidade pela falta de saber jurídico inevitável. O agente cometendo um fato típico e
ilícito, mas não culpável não vai responder por crime sendo este excluído. Essa é uma das
teses que defendem o conceito tripartido. (GRECO,2011).
CAPÍTULO II –EXCLUDENTES DE ILICITUDE
2.1 Contexto histórico das Excludentes de Ilicitude
Quando nos deparamos com um possível crime, antes de tudo devemos analisar
primeiro se tal ato constituir um fato típico, depois, analisaremos se é ilícito em resumo: será
ilícito se não houver uma causa que exclua a ilicitude. E essa Exclusão da ilicitude está
prevista no art. 23 do CP (Brasil, 1940).
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 23ª ed. São Paulo: Saraiva 2016.
JUNIOR, Aury Lopes. Direito Processual Penal. Ed.18ª. São Paulo: Saraiva, 2018
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
ZAFFARONI, Eugenio Rául. Manual de Direito Penal Brasileiro. 11ª Edição. Editora
Revista dos Tribunais: São Paulo, 2015.
MASSON, Cleber. Direito Penal. Vol.1 partes geral (arts.1º a 120).esquematizado 15ª ed. São
Paulo: Editora Método,2021.