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FACULDADES INTEGRADAS IESGO

CURSO DE DIREITO

GILBERTO GONÇALVES PEREIRA

EXCLUDENTES DE ILICITUDE NA AÇÃO POLICIAL

Formosa- GO
2022
GILBERTO GONÇALVES PEREIRA

Pré-projeto de trabalho de Conclusão apresentado na


Disciplina de Monografia I, como requisito básico para a
apresentação do TCC do Curso Superior em Direito do
Instituto de Ensino Superior de Goiás Faculdades IESGO,
como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Direito.

Orientadora: Professora Carla Beatriz de Almeida

FORMOSA - GO
2022
RESUMO

E um fator marcante desta Constituição (BRASIL,1988) é a divisão entre o Governo Federal,


os Governos Estaduais e do Distrito Federal a responsabilidade pela Segurança Pública,
explicitando as missões de cada órgão descrito assim no seu artigo 144. Advém que esses
servidores denominados agentes de segurança pública, atende as mais variadas situações, e por
vezes, ficam em dúvida ou não sabem como proceder devido a tantas interrupções do judiciário
na atuação policial, visto que a atividade desempenhada é essencialmente rígida por normas,
ou seja, leis, decretos e portarias. Logo o presente trabalho vem analisar quais as excludentes
de ilicitude estão presentes na atuação desses profissionais bem como apresentar os mecanismos
de defesa constantes na nossa legislação ou ao menos o indispensável, para que, o agente de
segurança pública, possa atuar com mais segurança e conhecimento no desempenho de suas
atividades diárias.

Palavras-chave: atividade policial. Excludentes de ilicitude. Agente. Publico.


INTRODUÇÃO
O presente projeto tem como tema excludentes de ilicitude na atuação policial,
visando identificar e distinguir as excludentes de ilicitude no exercício da garantia da ordem
pública, bem como se existe mecanismos de defesa especiais na atuação policial, ainda
destaca-se que esses servidores denominados agentes de segurança pública, atende as mais
variadas situações, e por vezes, ficam em dúvida ou não sabem como proceder devido a tantas
interrupções do judiciário na atuação policial, visto que a atividade desempenhada é
essencialmente rígida por normas, ou seja, leis, decretos e portarias. No calor dos fatos esse
agente dispõe de pouco tempo para analisar o fato típico, sendo impelidos a agir por uma
obrigação imposta para garantir direito próprio ou de terceiros e assim preservando o estado
democrático de direito.
Porem devido a situações inesperadas e uso da força com os meios insuficientes e
disponíveis pelo estado na garantia de tais direitos, faz com que muitas das ações sejam
questionadas e em muitos casos os agentes são responsabilizados. Quando analisados o caso
em concreto é observado que só estavam exercendo dever imposto em lei.

TEMA: EXCLUDENTES DE ILICITUDE NA AÇÃO POLICIAL

DELIMITAÇÃO DO TEMA:
O Brasil como um estado portador de uma constituição cidadã, e signatário de diversos
tratados internacionais em proteção aos direitos e liberdades fundamentais do indivíduo, a
manutenção da paz, segurança internacional e promoção do desenvolvimento social, com
melhorias nas condições de vida dos indivíduos.
O artigo a seguir buscar as concepções dominantes junto as excludentes de ilicitude
presente em nosso ordenamento que justifica e legitima a intervenção policial. O artigo 51 da
Carta das Nações Unidas referência em doutrina, é tido como exemplo do direito natural. O
artigo fundamenta que a força defensiva sob o direito natural incluía, em situações extremas,
um direito de intervenção em Estados párias que se recusassem a cumprir o direito natural,
nesses mesmos parâmetros iremos tratar das excludentes de ilicitude presentes na ação policial.
O presente trabalho listará os remédios jurídicos previstos em nosso ordenamento
jurídico enquanto os define e os diferencia para que no final possamos responder à pergunta.
As excludentes de ilicitude previstas na nossa constituição como mecanismo de defesa
justificam a legítima defesa quando um indivíduo e em muitos casos o próprio policial, sofre
uma agressão efetiva contra seu direito tido como bens jurídicos penais, dos quais se destacam,
a saber; vida, liberdade, propriedade, integridade física, honra, patrimônio, dentre outros.
Nesse viés quando um policial intervém como representante do estado na garantia da
ordem pública, ação essa no intuito de constituir uma situação ou condição que conduza ao bem
comum, e acaba sendo de alguma forma agredido.
Desse modo adveio o seguinte PROBLEMA JURÍDICO; A prerrogativa especial no
uso de excludentes de ilicitude para agentes de segurança pública?

METODOLOGIA

A metodologia científica que será utilizada na pesquisa é a denominada de dedutiva,


tendo em vista que por meio dela poderá abordar um assunto que possibilite a extração
discursiva do conhecimento a partir de premissas gerais aplicáveis a hipóteses concretas,
possibilitando dessa forma, organizar o trabalho, através de um assunto geral delimitando a uma
temática específica, viabilizando condições de desenvolver, por meio de capítulos premissas de
maneira lógica a qual permita se chegar a uma conclusão. (MARCONI, LAKATOS, 2017)
Ademais o trabalho contará com revisão literária, baseando na nossa legislação
vigente, e utilização de livros, artigos científicos, e documentos formais reconhecidos na área
da segurança pública, abordando uma discussão técnico-teórico dos doutrinadores e juristas, e
Tribunais, no que concerne, quanto a legalidade da utilização das excludentes de ilicitude, por
parte do policial em defesa própria ou de terceiros face da Ordem Constitucional.

APARATO LEGISLATIVO/ MARCO TEÓRICO


1- CAPÍTULO I –

1.1 Princípios Norteadores

Antes de tudo queremos frisar que os agentes públicos, agem em nome do órgão a qual
representa e também devem obediência a norma, em especial o artigo 37 da CF, onde estão
previstos os princípios norteadores da administração pública sendo ela direta ou indireta de
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá
aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Visto tais
princípios constitucionais explícitos aplicados na administração pública. Não podemos deixar
de comentar também dos princípios fundamentais aos quais esses profissionais se deparam
rotineiramente.
A luz do caput do artigo 5º da CF, temos um dos mais importantes textos que trata de
direitos ligados umbilicalmente a dignidade da pessoa humana, estando presente até nos
fundamentos da nossa república federativa que estabelece a proteção constitucional ao cidadão
do direito à vida. Decorrendo desse princípio fundamental muitos outros direitos, pois antes de
ser um agente público o servidor também é um cidadão e que pode gozar dá proteção dessas
garantias constitucionais que o estado há de prover pois como já diz o texto de lei: Somos todos
iguais perante a lei.

1.2 Previsão legal na Lei Penal Brasileira


Com as recentes transformações que o Brasil passou nos últimos anos de sua história,
tais como a reabertura democrática e a promulgação da atual Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, trouxeram novas experiências para o texto constitucional como
a ampliação do caráter de cidadão, segundo Da Cunha (2009) o que está expresso no
preâmbulo é a afirmação para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício das Garantias e Direitos Fundamentais e Sociais, tais como a liberdade, a segurança,
o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
E um fator marcante desta Constituição (BRASIL,1988) é a divisão entre o Governo
Federal, os Governos Estaduais e do Distrito Federal a responsabilidade pela Segurança
Pública, explicitando as missões de cada órgão descrito assim no seu artigo 144.

Art.144.A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de


todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I- Polícia federal;
II- Polícia rodoviária federal;
III- Polícia ferroviária federal;
IV- Polícias civis;
V- Polícias militares e corpos de bombeiros militares.
E no tocante ao § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
civil (BRASIL,1988).

Deste modo, instituiu a legitimidade das Polícia, sendo Polícia Militar (PM);
administrativa; Polícia Civil (PC) Judiciária. Com essa ótica e buscando padrões
internacionais de policiamento Bordin (2009) atesta que:
As Polícias Militares no Brasil iniciaram um processo de mudança com
relação às ações de policiamento ostensivo, buscando uma adequação aos
modelos internacionais de policiamento comunitário, porém os índices de
letalidade nas ações policiais continuaram crescendo, contrariando a ideia
inicial desse tipo de policiamento que, em tese, deveria aproximar-se da
população e promover a redução dos índices de violência policial a níveis
toleráveis(BORDIN, 2009, p.1)
Sendo necessário um modelo que adequasse a nossa realidade.

1.3 Intervenção do Estado


Um dos principais modos de um estado intervir é pelo poder de polícia, através de seus
agentes. Podemos definir o Poder de polícia como a faculdade discricionária do Estado de
limitar a liberdade individual, ou coletiva, em prol do interesse público” (JUNIOR, 2000, p.
549). Em outras palavras é o conjunto de restrições e condicionantes a direitos individuais em
prol do interesse público prevalente.
Assim quando é plotado um cidadão fazendo mau uso dos seus bens é ou direito, o
estado a de intervir, e a norma que regulará essa atuação é o direito penal. A regulação da
ação humana, já presente desde a antiguidade que serviu como base na criação de normas que
garantisse a vida e convivência em sociedade.
Logo quando uma determinada ação ou omissão não prevista em lei vem cercear um
direito constitucional de outrem, aplicamos o Direito penal.
Temos o Direito Penal como um dos seus objetivos reprimir o crime e a contravenção
penal, através de um conjunto de princípios e leis que comina a imputação de uma sanção penal.

Conforme assegurado por Bruno ( 1967, p.12):

O conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse combate contra
o crime, através de medidas aplicadas aos criminosos, é o Direito Penal. Nele se
definem os fatos puníveis e se cominam as respectivas sanções os dois grupos dos
seus componentes essenciais, tipos penais e sanções. É um Direito que se distingue
entre os outros pela gravidade das sanções que impõe e a severidade de sua estrutura,
bem definida e rigorosamente delimitada.

A violação dos bens tutelados pelo Estado enquanto protegidos por suas normas
penais, e uma perca muitas vezes irreparável para o Estado, afetando de sobremodo as
condições de vida em sociedade. Como exemplos, temo: o direito à vida, à honra, à integridade
física. Esses bens e muitos outros são tutelados pelas normas penais, e sua violação é o que se
denomina de ilícito penal ou infração penal. O ilícito penal refere-se à violação daquilo que o
homem possui de mais caro e importante, ou seja, a vida, a honra e a integridade física, tendo
um reflexo no que se entende ser o mais importante da vida social. (MASSON, 2020)

Adiante esse poder de deter um agressor da sociedade não é uma exclusividade


das forças policiais, logo qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem que seja encontrado em flagrante delito art 301 CF, essa garantia com
previsão em norma, que indica que qualquer indivíduo brasileiro pode prender quem estiver
cometendo um crime, porém temos que observar que a voz de prisão emanada por cidadão
comum é válida somente em casos criminais, frisando que não é qualquer irregularidade mas
sim na condição de flagrante. Essa situação conhecida como flagrante delito pode ser
enquadrada em quatro características segundo o código de processo penal, que estão
intimamente ligadas do imediatismo da percepção do crime cometido, ou seja vai ser
considerado em flagrante delito aquele crime que foi observado enquanto está sendo praticado,
ou assim que acaba de ser cometido. Além disso, também se encontra em flagrante aqueles que
forem perseguidos logo após serem observados em circunstâncias que indiquem que tenha
cometido um crime, sendo o quarto caso de flagrante, quando o possível criminoso é encontrado
logo após o crime com instrumentos necessários para a realização do delito ou vindos deste
delito; como exemplo podemos exemplificar desde arma usada no crime ao objeto do furto ou
roubo.
Todavia deve se perguntar porque o não da obrigatoriedade da voz de prisão
dada pelo cidadão comum? E a resposta é clara perante o entendimento da norma,
obrigatoriedade de realizar uma prisão pode envolver riscos, e a integridade física e a segurança
do indivíduo são valores fundamentais e não podem ser colocados em risco pelo perigo dessa
ação. Logo o cidadão comum não tem obrigação de enfrentar o perigo podendo escolher a opção
de fazê-lo ou não, de qualquer forma ele pode recorrer as autoridades e fazer a denúncia´´ do
crime presenciado, fato que tem que atentar é que embora não seja uma obrigação realização
da prisão, testemunhar um crime e não noticiar ou negar sua existência em certos casos pode
caracterizar uma relação de cumplicidade frente ao delito praticado, exceto se a denúncia
constitui um risco de vida para a pessoa.
Veja que usei a palavra noticiar, pois a atribuição de oferecer denunciar, cabe ao
ministério público conforme determina o art 129, inciso I da CF. A denúncia refere à petição
inicial apresentada pelo Ministério Público ao Poder Judiciário para que seja iniciado um
processo criminal contra alguém. O termo é sinônimo de "acusação" e é com ela que o
Ministério Público formaliza a imputação contra o suposto autor do delito. Na denúncia, são
relatados os fatos e indicada a participação de determinada pessoa no crime, indicando o
enquadramento da prática nos termos da legislação penal. Esse procedimento é para que seja
instaurado o processo judicial contra o acusado, chamando o ato de peça, e se tal peça está de
acordo com formalidades e deverá conter elementos suficientes que indica que o crime
aconteceu fazendo supor que o acusado é o autor. Recebendo essa denúncia dar se dar início ao
processo judicial criminal, passando o acusado a ser parte ré de uma ação penal.
O termo noticiar referente a notícia crime popularmente chamado de “denúncia”
é a comunicação feita, geralmente, nas Delegacias de Polícia, onde são lavrados os boletins de
ocorrência (BOs), a partir dos quais a polícia inicia a investigação dos fatos. A expressão
popular “dar queixa na delegacia” refere-se, na verdade, à notícia-crime. Agora o mecanismo
utilizado pelo particular para essa comunicação é a queixa crime, nesses casos o interesse da
vítima sobressai, logo não há necessidade de participação do ministério público, tal como a
denúncia, a queixa é sempre dirigida ao juiz, e não a autoridade policial, mas, nesse caso, por
meio de advogado e não do ministério público.

1.4 Concepções sobre Teoria geral do crime

Para entendimento dessa obra, não podemos deixar de falar sobre a teoria geral do
crime. Não é o intuito discorrer desde a criação das primeiras teorias utilizadas para definir o
conceito delitivo, nem mostrar todas as concepções, dos principais doutrinadores do mundo,
quanto a conceituação do crime, mas frisar àquela concepção doutrinaria adotada pelo código
penal brasileiro, sendo um resumo simplesmente para melhor compreensão dos termos que
virão a seguir.
Assim conseguiremos compreender de um fato ser considerado crime e outro não.
Primeiramente o crime, também é conhecido como delito, portanto, crime e delito são iguais.
Já a contravenção, é a infração penal que a lei comina de forma isolada, uma pena de prisão
simples ou de multa, por vezes, ambas, de forma alternativa ou cumulativa em resumo essas
duas espécies originarias da infração penal, que quando um sujeito pratica uma ação é ou
omissão com dolo ou culpa quando a Lei assim prever tal possibilidade. O Estado tem o
poder/dever de proibir e impor uma sanção a quem a praticar.
Como exemplificava Zaffaroni e Pierangeli utilizando se de uma metáfora para
demostrar a importância da conduta do agente para a análise da infração penal;
A teoria do delito é um edifício, em que o alicerce é constituído pelo conceito de
conduta. Qualquer alteração nos alicerces implica uma mudança na estrutura. A partir
do instante em que os alicerces são lançados sabemos o peso que o peso que poderão
suportar e a distribuição da carga. (2001, p. 402).

Em seguida com mais uma metáfora, temos o doutrinador Damásio de Jesus, que
enfatiza a indivisibilidade do delito em elementos;
O delito é um todo, não podendo ser dividido em partes, como se fosse uma fruta
cindida em pedaços. O crime é um fato a que se agregam características. Pode-se
falar, então, em requisitos ou características do delito, não em elementos. (2015,
p.196)

Logo nos temos três aspectos que nos dar a conceituação do crime, sendo eles, formal,
material ou analítico. Porém, antes a concepção se dava apenas de forma material ou formal.
Não sendo elas suficientes para caracterizar o crime, bem como seus elementos, se fez
necessário a criação do conceito analítico que estuda o crime de uma forma a dividir seus
elementos sem modificá-lo. (GRECO, 2011).
Hoje em dia o conceito se dá apenas doutrinariamente, criando duas fortes correntes,
de uma forma analítica, a teoria tripartida e bipartida. Segundo alguns doutrinadores como
Cleber Masson assevera que o código penal de 1940, em sua redação original, tinha um
caráter de conceito tripartido, pois estava relacionado ao sistema clássico em que se fazia
necessária a presença da culpabilidade, sendo o elemento subjetivo onde se encontrava o dolo
ou a culpa. Mas com a mudança trazida pela lei 7.209/1984, o sistema fica ligado
obrigatoriamente ao finalismo, em que o dolo ou a culpa, elemento subjetivos passam a ser
integrados pelo fato típico, sendo desnecessário considerar a culpabilidade como um elemento
constitutivo do crime. (Masson, 2015).
Em contrapartida há doutrinadores como Rogério Greco que enxergam a culpabilidade
como um dos elementos caracterizadores do crime, visto que sem ela o ato não seria punido, e
sem a punibilidade o direito penal não alcançaria sua15 efetividade jurídica. Somando a isso
resta salientar que a culpabilidade não somente exclui a punição, mas todo o crime. Um dos
elementos que se encontra dentro da culpabilidade é o erro de proibição, que exclui a
culpabilidade pela falta de saber jurídico inevitável. O agente cometendo um fato típico e
ilícito, mas não culpável não vai responder por crime sendo este excluído. Essa é uma das
teses que defendem o conceito tripartido. (GRECO,2011).
CAPÍTULO II –EXCLUDENTES DE ILICITUDE
2.1 Contexto histórico das Excludentes de Ilicitude
Quando nos deparamos com um possível crime, antes de tudo devemos analisar
primeiro se tal ato constituir um fato típico, depois, analisaremos se é ilícito em resumo: será
ilícito se não houver uma causa que exclua a ilicitude. E essa Exclusão da ilicitude está
prevista no art. 23 do CP (Brasil, 1940).

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato


I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo

Verifica – se que configura a exclusão da ilicitude pela presença de certos elementos


ou situações que age como um mecanismo de proteção que afastam a ilegalidade de uma
ação. Sendo elas o estado de necessidade; em legítima defesa; estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.

2.2 Exercício Regular de um direito


O exercício regular de um direito pode ser compreendido por ações do cidadão
comum, autorizadas pela existência de direito definido em lei e condicionados a regularidade
do exercício desse direito. Tomamos por exemplo uma situação de flagrante facultativo
previsto no art 301 do CPP: ``qualquer um do povo poderá prender quem que seja encontrado
em flagrante delito``. A doutrina também reconhece o denominado `` direito de castigo`` para
fins de educação, como um exercício regular do direito.

2.3 Estrito Comprimento do Dever Legal


Os agentes públicos, no desempenho de suas atividades, não raras vezes, devem agir
interferindo na esfera privada dos cidadãos, exatamente para assegura o cumprimento da lei.
Essa intenção pode redundar em agressão a bens jurídicos como a liberdade, a integridade física,
patrimonial, etc.
Isso dentro dos limites aceitáveis e com razoabilidade, tal intervenção é justificada pelo
estrito cumprimento do dever legal. Pegamos como exemplo o uso de algemas, imobilizações,
penhora, prisões. O agente não pratica o crime de constrangimento ilegal, lesão corporal ou
roubo, pois a lei impõe o dever legal, de assim agir.
2.4 Estado de Necessidade
O Código penal (Brasil, 1940), em seu artigo 24, já nos diz oque e estado de necessidade
:

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de


perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar
o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena
poderá ser reduzida de um a dois terços.
A luz do artigo anterior considera, assim em estado de necessidade, que pratica um fato
típico sacrificando um bem jurídico, para salvar de um perigo atual, direito próprio ou de
terceiros, em síntese, há dois bens em perigo de lesão, logo o estado permite que seja sacrificado
um deles, pois, diante do caso concreto tem se a impossibilidade de salvar ambos. Ainda com
base no artigo, temos que respeitar certos requisitos para fazer jus desse direito onde são eles:
O perigo deve ser atual, que a situação do perigo não tenha sido causada voluntariamente, não
podia de outro modo evitar, salvar direito próprio ou alheio, Proporcionalidade entre bem
protegido e bem sacrificado, não pode alegar Estado de Necessidade quem tinha o dever legal
de enfrentar o perigo
Exemplificaremos cada uma desses requisitos na parte de aplicação pratica.

2.5 Legitima Defesa


2.6 Aplicação Pratica
3 Excesso punível
3.1 Abuso de Autoridade VS Tortura
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 0
1- CAPÍTULO I – MEIOS DE PROVAS OBTIDOS NAS PERSECUÇÃO PENAL ....... 0
1.1 Princípios Norteadores . ..................................................................................................... 0
1.2 Previsão legal na Lei Penal Brasileira ............................................................................. 0
1.3 Intervenção do Estado ....................................................................................................... 0
1.3 Concepções sobre Teoria geral do crime ..........................................................................0
2 CAPÍTULO II – EXCLUDENTES DE ILICITUDE.........................................................0
2.1 Contexto histórico das Excludentes de Ilicitude............................................................0
2.2 Exercício Regular de um direito ...................................................................................... 0
2.3. Estrito Comprimento do Dever Legal ............................................................................ 0
2.4. Estado de Necessidade ...................................................................................................... 0
2.5. Legitima Defesa ................................................................................................................. 0
2.4. Aplicação Pratica ............................................................................................................... 0

3 CAPÍTULO III- O EXCESSO PUNÍVEL .......................................................................... 0


3.1 Abuso de Autoridade ........................................................................................................ 0
3.2 Tortura ............................................................................................................................... 0
3.3 Abuso de Autoridade X Tortura ...................................................................................... 0
CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 0
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 0
REFERÊNCIAS

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Constituição (1988). Brasília: Planalto do


Governo. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> acesso
em: 01/10/2022.

BORDIN, Marcelo. POLÍCIA COMUNITÁRIA: entre a retórica do estado e a prática.


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