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A SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO: PRESSUPOSTOS PARA A


ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR

Rodrigo Hoinatski1

RESUMO
A segurança pública é tema recorrente na história constitucional do Brasil a partir de
referências difusas, contudo, até a Constituição de 1988 não existia capítulo próprio
e nem previsão constitucional mais delineada como a proposta na atual constituição
brasileira. Diante disso, este estudo tem como objetivo analisar o tema da segurança
pública partindo de sua inserção no texto constitucional e abordando mais
detidamente a atuação da polícia militar nesta seara. Os resultados mostraram que
as forças policiais apresentam a incumbência constitucional de preservação da
ordem pública que por usa vez, garante à população o acesso aos seus direitos e
garantias fundamentais. Quando se aborda as atribuições do policial militar é
imprescindível para que se compreenda a relevância desta função para a ordem
social e, de maneira especial, para a segurança da coletividade. A segurança
pública se constitui em tema que tem sido debatido ao longo das décadas devido a
sua importância para a vida em sociedade e diante do crescimento dos índices de
violência nos últimos anos. No âmbito da Constituição Federal de 1988 a atuação da
polícia militar e a questão da tese da taxatividade dos órgãos de segurança pública
estão fulcrados em uma espécie de dualidade que requer maior atenção na sua
interpretação e a leitura da legislação que a antecede. Pode-se concluir que a
Constituição Federal de 1988 direcionou relevante atenção e importância para as
Polícias Militares que a partir disso receberam maiores atribuições no sentido de
assegurar à sociedade o gozo de uma democracia plena e com liberdade, sob a
proteção de uma polícia militar com capacidade de preservação da ordem pública
por meio da prevenção e repressão imediata nos casos de sua quebra, visando a
garantia da segurança pública da população.

Palavras-chave: Constituição Federal. Direitos Fundamentais. Segurança pública.


Polícia Militar.

A SEGURANÇA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO: PRESSUPOSTOS PARA A


ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR

INTRODUÇÃO

A Constituição de 1988 reservou um capítulo específico (art. 144) para tratar


do tema da segurança pública, onde provê a faz a caracterização da mesma como
dever do Estado e como direito e responsabilidade de todo cidadão com o intuito de

1
Aluno do curso de Aperfeiçoamento de Oficiais - CAO da Academia Policial Militar do Guatupê.
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preservar a ordem pública e a integridade dos indivíduos e do patrimônio. A


Constituição Federal de 1988 determina como órgãos incumbidos desta segurança
pública a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, as
polícias civis estaduais, as polícias militares e os corpos de bombeiros (BRASIL,
1988). A segurança pública é tema recorrente na história constitucional do Brasil a
partir de referências difusas, contudo, até a Constituição de 1988 não existia capítulo
próprio e nem previsão constitucional mais delineada como a proposta na atual
constituição brasileira (SILVA, 2003; SULOCKI, 2007; SANTIN, 2013; DURÃES
JÚNIOR, 2021).
Conforme descreve Weber (2012) a segurança pública brasileira se constitui
em tema fundamental que serve de base para a estruturação de alguns aspectos
políticos, institucionais e sociais centrais que abordam o posicionamento do Estado
como aparelho burocrático que é detentor da violência legítima que é delegada a
alguns órgãos específicos que constituem o sistema de segurança pública
assumindo a função de garantir que haja coerção com legitimidade.
Isto posto entende-se que pelo viés das garantias civis e sociais, o Estado
precisa assegurar o direito dos cidadãos observando o cumprimento dos direitos
humanos fundamentais que abrangem o direito à vida, igualdade, segurança,
liberdade e acesso à justiça (MONDAINI, 2006).
Diante disso, este estudo tem como objetivo analisar o tema da segurança
pública partindo de sua inserção no texto constitucional e abordando mais
detidamente a atuação da polícia militar nesta seara.

1 BUSCANDO UMA CONCEITUAÇÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Concordam Souza Neto (2008) e Durães Júnior (2021) que no âmbito da


segurança pública pode-se apontar uma estrutura institucional segmentado e
fortemente militarizado com atuação relevante das Forças Armadas de onde
sobreveio desde o século XIX uma organização das polícias de forma dualizada e
militarizadas, com a incumbência de manutenção da ordem pública de onde surgiu
também a criação de guardas civis que assumiram o policiamento ostensivo com o
intuito de prevenção da criminalidade.
Partilham Sousa (2018) e Silva (2018) que o conceito de segurança pública
tem se alterado e adaptado às transformações sociais e políticas, assumindo um
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caráter essencial na construção do Estado Democrático de Direito no que tange aos


direitos humanos e como condição para atingir a cidadania plena.
A Constituição Federal de 1988 determinou o direito à segurança como um
dos direitos individuais fundamentais no teor do caput do art. 5º e também enquanto
direito social como proposto pelo caput do art. 6º e inserido pelo art. 144 que
preconiza, ipsis literis: “A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio” (BRASIL, 1988). Neste contexto, atribui
ao Estado o dever pela segurança pública, elenca o mesmo como um serviço
público que precisa ser assegurado pelos organismos estatais. No âmbito da
segurança como responsabilidade de todos pressupõem-se a necessidade da
participação social nas políticas públicas associadas a este tema.
Um conceito de importância acerca dos preceitos constitucionais sobre
segurança pública é o de ordem pública, que se torna necessário para a
compreensão da função estatal na seara da segurança pública e na missão das
polícias, onde o principal elemento da ordem pública se constitui na segurança
pública, onde esta última deve ser cumprida em função da primeira (SOUZA NETO,
2008; DURÃES JÚNIOR, 2021).
Segundo descrevem Silva (2003); Sulocki (2007); Santin (2013) a partir do
exposto, existem duas grandes concepções de segurança pública, a primeira
fundamentada na ideia de combate e a outra entendida como prestação de serviço
público.
Conforme entendem Zaffaroni (2011) e Guerra e Machado Filho (2018) a
primeira ideia entende a missão institucional das polícias a partir de um
entendimento bélico que pressupõe ser sua incumbência combater os criminosos
entendidos nesta perspectiva como inimigos internos e onde a política de segurança
é desenvolvida a partir de uma estratégia de guerra. Trata-se de um modelo que se
origina no antigo regime militar e tem sido naturalizado ao longo do tempo como o
único que se apresenta para o Estado, mesmo que esteja em incompatibilidade com
a ordem constitucional nacional.
De acordo com o entendimento de Aragão (2005), a segunda ideia se baseia
no pressuposto de que a segurança se constitui em um serviço público que deve ser
oferecido pelo Estado, tendo o cidadão como destinatário desse serviço. A ideia
deste pensamento é substituir o inimigo a combater pelo cidadão a servir. Nesta
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vertente o combate militar se substitui pela prevenção, coerência com políticas


sociais, com a adoção de medidas administrativas visando reduzir os riscos e pelo
foco na investigação criminal, evocando a atuação da polícia civil e democrática.

2 CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES POLICIAIS E ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO


DAS POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA: O PAPEL DA POLICIA MILITAR

Concordam Campos e Nunes (2018); Vicente (2020); Moraes e Augusto


Júnior (2021) e Durães Júnior (2021) que está disposto na Constituição Federal de
1988 a referência a seis modalidades de atividade policial: polícia ostensiva, polícia
de investigação, polícia judiciária, polícia de fronteiras, polícia marítima e polícia
aeroportuária.
Hagen (2006) e Moraes e Augusto Júnior (2021) entendem que a polícia
ostensiva assume a incumbência de prevenção e repressão de maneira imediata da
prática de delitos, onde o policiamento é desempenhado por policiais uniformizados
ou que sejam identificados de imediato a partir de equipamento ou viatura. O
objetivo deste tipo de policiamento é demarcar a presença policial nas ruas e
desenvolvendo uma percepção de que a prática de delitos será reprimida de pronto
e por isso reprimida.
Para Vicente (2020) e Moraes e Augusto Júnior (2021) a atividade de polícia
ostensiva é cumprida geralmente pelas polícias militares estaduais no âmbito das
cidades, pelas Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal no âmbito
das rodovias e ferrovias federais. Assim, observa-se que o policiamento ostensivo
não é prerrogativa somente dos órgãos policiais militares, visto que a Polícia
Rodoviária Federal é um órgão civil mesmo que atue uniformizada.
Segundo descreve Hagen (2006) a polícia de investigação desempenha o
trabalho de investigação criminal, atuando na oitiva de testemunhas, requisitando
documentos, realizando perícias, fazendo a interceptação de comunicações
telefônicas e outras ações. Esta função é incumbida a polícias civis estaduais e à
Polícia Federal no que consiste em crimes comuns como predispõe o art. 144, §1º, I,
e §4º da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988). Cabe neste contexto trazer a
Distinção feita pela constituição entre as funções de polícia judiciária e de
investigação criminal trazida pelo §1º do art. 144; inciso I do §4º e inciso IV (BRASIL,
1988).
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É incumbência da polícia de fronteiras controlar a entrada e a saída de


indivíduos e mercadorias no território nacional, que é conferida à Polícia Federal,
atuando na prevenção e repressão do tráfico ilícito de entorpecentes, contrabando e
descaminho como preceituado pelo art. 144, §1º, II (BRASIL, 1988).
A atividade de polícia marítima é desempenhada pela Polícia Federal, na
atuação em fronteiras e portos onde controla a entrada e da saída de pessoas e
bens do País, mantendo também o foco na repressão ao tráfico de drogas e de
armas. É igualmente incumbência da polícia marítima a responsabilidade pela
coibição de crimes cometidos em detrimento da normalidade das navegações,
especialmente nos atos de pirataria conforme disposto no art. 144, §1º, III (BRASIL,
1988).
Descrevem Silva (2018) e Durães Júnior (2021) que no âmbito estadual
existem dois órgãos que desempenham funções policiais, a Polícia Civil e a Polícia
Militar. A Polícia Civil apresenta atribuições preconizadas pelo art. 144, § 4º, que lhe
conferem funções de polícia judiciária e de apuração de infrações penais, sendo
dirigidas por delegados de carreira e se subordinando aos governadores de estado.
Já a Polícia Militar conforme o disposto no § 5º, é incumbida o policiamento
ostensivo e a preservação da ordem pública (BRASIL, 1988).
No contexto atual, segundo Campos e Nunes (2018) e Moraes e Augusto
Júnior (2021) a polícia e as atividades de policiamento estão presentes no cotidiano
social, remetendo a diversidade de estruturas policiais existentes e a presença
visível de policiais uniformizados ou fardados em determinadas áreas geográficas.
No caso da Polícia Militar que está incumbida do policiamento ostensivo e da
preservação da ordem pública, tem sua organização pautada pelos princípios da
hierarquia e da disciplina, atuando em sistema de patentes semelhante ao utilizado
pelas Forças Armadas, bem como o regime jurídico ao qual está submetida, onde os
crimes militares são investigados pela própria corporação e julgados pela justiça
militar estadual tendo como base o Código Penal Militar e o Código de Processo
Penal Militar (DURÃES JÚNIOR, 2021).
O policial militar que trabalha na rua precisa ter em mente a sua função
preventiva e precisa ter iniciativa em associação com a disciplina e obediência a um
superior, distanciando sua atuação dos princípios bélicos associados à lógica de
guerra e de combate ao inimigo, e pautando-se pela ideia de proteção aos cidadãos
de forma democrática e equitativa. Corroboram Guerra e Machado Filho (2018) e
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Durães Júnior (2021) que a atividade de policiamento poderia ser entendida como
eminentemente civil devido a polícia prestar serviço público para o cidadão, onde o
foco deve ser a proteção do cidadão e não o combate ao inimigo.
Conforme o entendimento de Guerra e Machado Filho (2018) a Constituição
Federal de 1988 manteve rigorosamente a competência de policiamento ostensivo,
sem, contudo, fazer qualquer referência à maneira pela qual será adimplido. A
polícia militar, no contexto das legislações estaduais, manteve a mesmas atividades
que lhe foram conferidas pelo Decreto Lei nº 317 de 1967 (BRASIL, 1967). Um
exemplo é trazido pela Lei nº 16.575 de 2010 (PARANÁ, 2010), do Estado do
Paraná, que manteve expressamente as competências de prevenção e repressão da
polícia militar.
De acordo com Silva (2008, p. 410) um problema que decorre da
subordinação dos policiais militares ao Exército é o duplo comando, porque as
Polícias Militares respondem ao Estado-Maior do Exército, mas igualmente aos
governadores de Estado, o que gera uma ambiguidade passível de trazer
dificuldades, pois

Forças ambíguas, as Polícias Militares continuam com dificuldade de se


identificar plenamente com a função policial, ao mesmo tempo em que já
não se identificam com a função militar do Exército. Sendo as duas coisas
sem discernir claramente este fato, não conseguem ser nem uma coisa
nem outra.

Outra questão controvertida é trazida por Guerra e Machado Filho (2018)


acerca da natureza militar das polícias focar exatamente a estrutura disciplinar de
comando que é caracterizada no Regulamento Disciplinar do Exército em seu art. 8º,
como sendo “rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos,
normas e disposições traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de
todos e de cada um dos componentes do organismo militar” (BRASIL, 2002).
descrevendo o estrito cumprimento das ordens o art. 9º, §§ 2º e 3º predispõe que
“cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos ne-
cessários ao seu total entendimento e compreensão” além de “quando a ordem
contraria preceito regulamentar ou legal, o executante poderá solicitar a sua
confirmação por escrito, cumprindo à autoridade que a emitiu atender à solicitação”
(BRASIL, 2002). A transgressão dos referidos comandos tem como justificação a
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ação cometida obedecendo a ordem superior como propõe o art. 18, IV (BRASIL,
2002).
Os comandos acima citados foram repetidos nos regulamentos das polícias
militares de inúmeras unidades da federação, como já visto, no Paraná, Santa
Catarina, Rio de Janeiro, entre outros. Contudo, nos estados de São Paulo e Minas
Gerais, reconheceu-se como justificável a desobediência de ordem expressamente
ilegal (GUERRA; MACHADO FILHO, 2018).
Ainda descrevem Guerra; Machado Filho (2018) que não se justifica que a
disciplina que estrutura as Forças Armadas, seja aplicada a forças que tem como
incumbência a segurança pública, porque existem Princípios Básicos das Nações
Unidas para o Uso da Força e de Armas de Fogo por Policiais que determinam que
governos e agências de polícia devem assegurar que não sejam impostas sanções
criminal ou disciplinar a oficiais que se recusem ao cumprimento de ordem para
utilização de força e de armas de fogo, quando estiverem no cumprimento ao Código
de Conduta e aos próprios princípios básicos.
Esse pressuposto não implica, necessariamente, na incompatibilidade das
polícias militares com o regime constitucional, contudo, existe o princípio da
proporcionalidade como princípio intrínseco de uma ordem democrática de maneira
especial no que diz respeito a ações de segurança pública, que parece indicar que
haja um engessamento indesejável dessas instituições que deveriam apresentar
maior flexibilidade (GUERRA; MACHADO FILHO, 2018).
Para que haja uma maior funcionalização da atividade de segurança pública
é necessário que os órgãos que atuam nesta seara possam contar cum uma
margem de atuação que lhes possibilite a boa execução de suas atribuições. Assim
fica clara a ideia de que os órgãos de segurança pública precisam apresentar os
poderes imprescindíveis para o desempenho dessa tarefa. Concomitantemente, o
próprio Estado tem o poder de determinar outras ações que são indispensáveis para
que se atue na preservação da ordem pública e da incolumidade, pois o texto da
Constituição Federal de 1988 traz com clareza que a responsabilidade pela mesma
é de todos. Diante do exposto entende-se que não são os órgãos de segurança
pública que asseguram a proteção dos direitos fundamentais, e sim a lei, e é esta
que deve nortear a atuação dos órgãos incumbidos desta tarefa, e por isso, é para
cumprir a lei que as polícias devem atuar.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se finalizar este estudo pode-se observar que as forças policiais


apresentam a incumbência constitucional de preservação da ordem pública que por
usa vez, garante à população o acesso aos seus direitos e garantias fundamentais.
Quando se aborda as atribuições do policial militar é imprescindível para que se
compreenda a relevância desta função para a ordem social e, de maneira especial,
para a segurança da coletividade. A segurança pública se constitui em tema que
tem sido debatido ao longo das décadas devido a sua importância para a vida em
sociedade e diante do crescimento dos índices de violência nos últimos anos.
A análise da constituição mostra que a história da concepção do regime
constitucional da segurança pública foi pouco explorada do processo constituinte,
sendo que quando o texto final da Constituição Federal de 1988 foi aprovado, as
medidas relacionadas com a segurança pública surgiram como marco inovadores e
problemáticos diante da impossibilidade de se entender de maneira vaga as
palavras que se aplicam ao tema, quando se pretende a aplicação da norma acaba
por deixar mais difícil a tarefa do interpretar seu contexto e fazer a contextualização
de seu texto inteiramente com os dispositivos presentes nas legislações anteriores
atinentes.
Por isso, a atuação da polícia militar e a questão da tese da taxatividade dos
órgãos de segurança pública estão fulcrados em uma espécie de dualidade que
requer maior atenção na sua interpretação e a leitura da legislação que a antecede.
Isto se deve ao fato de que ao transpor para a constituição em comento os conceitos
preconizados na legislação infraconstitucional, seus redatores impuseram para a
aplicação futura dos dispositivos relacionados ao tema da segurança pública e
atuação policial militar a dependência da leitura desta legislação anterior. Fato que é
corroborado quando se faz a leitura da legislação estadual que predispõem que,
mesmo que as polícias militares fossem incumbidas somente das funções de
policiamento ostensivo, nestas legislações estaduais foi mantido para sua atuação
as funções preventivas e repressivas que lhe foram incumbidas pelo regime militar.
Diante disso pode-se concluir que a Constituição Federal de 1988 direcionou
relevante atenção e importância para as Polícias Militares que a partir disso
receberam maiores atribuições no sentido de assegurar à sociedade o gozo de uma
democracia plena e com liberdade, sob a proteção de uma polícia militar com
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capacidade de preservação da ordem pública por meio da prevenção e repressão


imediata nos casos de sua quebra, visando a garantia da segurança pública da
população.

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