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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

ESCOLA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO


DE SARGENTOS - EFAS

CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS


CEFS III – 2022/2023 (2º Semestre)

DIREITO PROCESSUAL PENAL COMUM E MILITAR


Coordenador: André Luiz da Silva Brito – 1º Ten PM
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro discente, hoje iniciaremos a nossa disciplina de Processo Penal Comum e Militar.

Teremos uma longa, mas prazerosa, jornada no processo de aprendizagem desta disciplina tão
importante, sobretudo, para a atividade prática do futuro Sargento da Polícia Militar de Minas
Gerias.

De acordo com o nosso Programa de Componente Curricular e, também, com o Plano de


Tutoria, a nossa disciplina será dividida da seguinte forma:

- A carga/horária compreenderá um total de 30 horas/aula (h/a), que contemplará:


a) 22 horas/aula no modo EaD;
b) 08 horas/aula no modo presencial.

O nosso trabalho consistirá em um estudo dirigido por meio de questionário que será publicado
no próprio Ambiente Virtual, onde vocês terão a oportunidade de revisar a matéria enquanto
respondem as questões que serão apresentadas.
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

A nossa avaliação consistirá em 01 (uma) prova escrita, de múltipla escolha – a qual contemplará todo o
conteúdo ministrado. A prova será COM CONSULTA - valor de 7,0 pontos.

Durante o curso, o discente será avaliado sobre vários aspectos, dentre eles, o desenvolvimento
e/ou aprimoramento dos atributos militares. No caso da disciplina de Processo Penal Comum e
Militar, espera-se que o discente desenvolva:

ADAPTABILIDADE; AUTOAPERFEIÇOAMENTO, ABNEGAÇÃO, CRIATIVIDADE,,


METICULOSIDADE, ORGANIZAÇÃO, ZELO, AUTOCONFIANÇA; DEDICAÇÃO; DISCIPLINA E
EQUILÍBRIO EMOCIONAL, INICIATIVA E IMPARCIALIDADE.
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Durante o período do curso no modo EaD, a interação com o tutor ocorrerá por meio de fóruns
de conteúdo. Desta forma, as eventuais dúvidas e considerações relacionadas à matéria serão
discutidas de forma multidisciplinar, a fim de se alcançar os objetivos aqui propostos.

A disciplina será dividida em 6 (seis) módulos, pelos quais serão tratados diversos temas
relacionados com o processo penal, comum e militar, conforme disposto no Programa de
Componente Curricular.

No mais, desejamos um ótimo curso a todos e nos colocamos à disposição.

Fraternal abraço.

Coordenação
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
DOS OBJETIVOS DA DISCIPLINA

OBJETIVO GERAL

a) Compreender o Processo Penal como instrumento apto a se colocar entre o Estado-Juiz e o


Estado-Administração na busca da garantia de direitos em matéria criminal.

b) Estabelecer a necessária interdisciplinaridade entre os institutos jurídicos informadores do


Processo Penal e a prática policial militar no exercício da polícia ostensiva e de preservação da
ordem pública, comportando-se de acordo com o direito no exercício de suas atribuições.
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
DOS OBJETIVOS DA DISCIPLINA

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Entender o Direito Processual Penal como ramo do Direito Público, relacionando-o com o direito material e
identificando suas fontes e os princípios que o regem;
b) Identificar os órgãos e sujeitos aos quais incumbem atribuições e competências na prestação jurisdicional;
c) Compreender o Inquérito Policial (IP/IPM), sua finalidade, peculiaridades quando se tratar de crime militar e
saber relacionar a atividade operacional da PMMG aos atos subsequentes desempenhados pela Polícia
Judiciária;
d) Utilizar de forma técnica a linguagem jurídica afeta à Ação Penal quando da redação do Registro de Evento de
Defesa Social e da orientação aos envolvidos em ocorrências policiais, distinguindo o instituto no âmbito da
Justiça Militar e da Justiça Comum;
e) Conhecer as espécies de prisão, o instituto da liberdade provisória atrelando o conhecimento jurídico à
prática policial militar;
f) Conhecer o regramento afeto à produção de provas e das medidas assecuratórias da prova em matéria
criminal, com o fim de assegurar que a atuação policial militar encontre guarida no ordenamento jurídico, em
especial no que se refere à preservação do local de crime, da perseguição policial e da busca e apreensão.
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
SUMÁRIO
1. Unidade I - Do processo penal

2. Unidade II - Sujeitos e Órgãos da relação jurídica

3. Unidade III - Da prova e das medidas cautelares assecuratórias da prova

4. Unidade IV - Da prisão

5. Unidade V - Do inquérito policial (IP/IPM) – presencial

6. Unidade VI - Ação penal e acordo de não persecução penal - presencial


PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR - UNIDADE I - DO PROCESSO PENAL
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UNIDADE I - DO PROCESSO PENAL


PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR - UNIDADE I - DO PROCESSO PENAL
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Democracia / Estrutura De Estado / Lei

Quanto falamos em democracia, estrutura de Estado, bem como das disposições que regulam a
aplicação da lei, importante fazer abrir a nossa Carta Magna (Constituição Federal de 1988), e fazer uma
leitura detida, especialmente, nos dispositivos a seguir:

o Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º) - dentre tais fundamentos, temos a
dignidade da pessoa humana - qualidade própria e distintiva reconhecida em cada ser humano que
o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da sociedade, implicando
em direitos e deveres.

o Objetivos fundamentais (art. 3º, IV) - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

o Direitos fundamentais – tendo em vista a sua relevância quando falamos em garantia de direitos, o
art. 5º da CF/88 nos diz que somos todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Neste contexto, importante fazer uma leitura
detida de todos os incisos para fixação do conteúdo.
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O Poder de Punir do Estado e a observância do Devido Processo Legal

De acordo com Frederico Marques, na sua obra Elementos de Direito Processual Penal (1998, p. 3),
direito de punir é “o direito que tem o Estado de aplicar a pena cominada no preceito secundário da
norma penal incriminadora, contra quem praticou a ação ou omissão descrita no preceito primário
causando um dano ou lesão jurídica, de maneira reprovável”.

Em síntese, é o poder/dever do Estado de processar e julgar aquele que praticou um fato descrito
como uma infração penal (preceito primário), aplicando-lhe, por conta disso, uma pena (preceito
secundário).

Por conta disso, há alguns limitadores legais do poder estatal, a fim de impedir eventuais abusos,
dentre os quais podemos destacar alguns preceitos contidos no art. 5º da CF/88:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
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Sobre o conceito doutrinário de Processo Penal


Frederico Marques – conjunto de normas e princípios que regulam a
aplicação jurisdicional do Direito Penal objetivo, a sistematização
dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem como da
persecução penal”
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Sobre o conceito doutrinário de Processo Penal


Denílson Feitosa - o processo penal moderno foi concebido,
sobretudo, como maneira de proteger o indivíduo da onipotência
estatal, passando, assim, a ser instrumento que possibilita o estado-
jurisdição interpor-se entre o estado-administração e os
“administrados”. Em síntese: “é mais um instrumento de garantia da
liberdade do indivíduo do que um mero método para se obter a
decisão jurisdicional sobre a pretensão punitiva.
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Sobre o conceito doutrinário de Processo Penal


Aury Lopes Jr. - é um caminho necessário para chegar-se,
legitimamente, à pena. Daí por que somente se admite sua existência
quando, ao longo desse caminho, forem rigorosamente observadas as
regras e garantias constitucionalmente asseguradas.
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Fontes do Processo Penal

As fontes são o nascedouro do Direito Processual Penal. É por onde ele flui. Neste
caso, podemos ter:

a) Fonte Material ou de produção:


Refere-se ao ente que tem competência para elaborar as normas, ou seja, é aquela
que cria o Direito. Nesse caso, temos:

o União: art. 22, I CR/88 – via de regra, nossas leis são criadas pelo membros do
Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal).

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho...
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Fontes do Processo Penal

As fontes são o nascedouro do Direito Processual Penal. É por onde ele flui. Neste
caso, podemos ter:

a) Fonte Material ou de produção:


Refere-se ao ente que tem competência para elaborar as normas, ou seja, é aquela
que cria o Direito. Nesse caso, temos:

o Estado-membro (excepcionalmente e sobre temas específicos)


art. 22 CR/88, - Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.
[...]
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
[...]
IV - custas dos serviços forenses;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
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Fontes do Processo Penal

As fontes são o nascedouro do Direito Processual Penal. É por onde ele flui. Neste
caso, podemos ter:

a) Fonte Material ou de produção:


Refere-se ao ente que tem competência para elaborar as normas, ou seja, é aquela
que cria o Direito. Nesse caso, temos:

o Estado-membro (excepcionalmente e sobre temas específicos)


art. 22 CR/88, - Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.
[...]
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
[...]
IV - custas dos serviços forenses;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
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Fontes do Processo Penal

As fontes são o nascedouro do Direito Processual Penal. É por onde ele flui. Neste
caso, podemos ter:

b) Fonte Formal ou de Cognição


É aquela que revela o direito, onde ele se exterioriza. As fontes formais se
subdividem em:
o Fontes primárias/imediatas: são as leis, Constituição Federal, Emendas à
Constituição, Tratados e Convenções, bem como as regras de Direito
Internacional;
o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e
princípios gerais do direito.
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Fontes do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição


[...]
o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e
princípios gerais do direito.
- Art. 3º do e do CPP - A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o
suplemento dos princípios gerais de direito.

- Art. 3º do CPPM - Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:


a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do
processo penal militar*;
b) pela jurisprudência;
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
e) pela analogia.

*Obs.: o CPPM, ainda, admite a aplicação subsidiária de regras do Processo Penal Comum, sem prejuízo às particularidades do processo militar.
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Fontes do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição

[...]

o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e


princípios gerais do direito.
Costumes: cabedal de práticas sociais reiteradas que são observadas pela sociedade com uma consciência de
obrigatoriedade. Ou seja, rata-se do uso reiterado, da repetição constante e uniforme de determinado ato social.
Os costumes podem ser “secundum legem” (de acordo com a lei), “praeter legem” (suprem lacunas da lei).
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Fontes do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição

[...]

o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e


princípios gerais do direito.

Princípios Gerais do Direito: premissas éticas extraídas do ordenamento jurídico. O CPP e o CPPM, no seu
art. 3º, dispõe que os casos omissos podem ser supridos pelos princípios gerais do direito.
- Art. 3º do e do CPP - A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos
princípios gerais de direito.
- Art. 3º do CPPM - Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:
[...]
d) pelos princípios gerais de Direito;
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Fontes do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição

[...]

o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e


princípios gerais do direito.

Doutrina: Opinião dos estudiosos do Direito sobre temas jurídicos. Mesmo não possuindo força vinculativa, a
doutrina exerce forte influência tanto no processo legislativo, quanto na aplicação da lei.
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Fontes do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição

[...]

o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e


princípios gerais do direito.
Analogia: Consiste em aplicar a um determinado caso não previsto pela lei o que o legislador aplicou a um outro
caso, quando há igualdade de condições.

O CPPM traz uma particularidade, pois admite a aplicação de regras do Processo Penal Comum, quando não prevista no diploma
processual penal militar. (Ex.: Flagrante eficiente aplicado ao APF militar – art. 10 - Instrução Conjunta de Corregedorias PM/BM 02).
ICC PM/BM nº 02 - Art. 10. O flagrante eficiente, previsto na lei processual comum, por meio do qual as pessoas são inquiridas
separadamente em termos próprios e destacados entre si, compondo, ao final, um todo de natureza modular unido pelo auto de prisão
em flagrante delito, deve ser empregado para a lavratura do flagrante de crime militar, por força do disposto no art. 3º, alínea “a”, do
CPPM.
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Fontes do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição

[...]

o Fontes secundárias/mediatas: analogia, costumes, jurisprudência, doutrina e


princípios gerais do direito.

Jurisprudência: É o entendimento consubstanciado em decisões judiciais reiteradas sobre determinados temas


levados aos tribunais para pacificação.
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Princípios norteadores do Processo Penal

b) Fonte Formal ou de Cognição

o Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CR/88) - Plenitude de defesa - Direito de ser
ouvido, informado dos atos processuais, acesso à defesa técnica, manifestar
depois da acusação, julgado perante juízo competente, duplo grau de jurisdição,
imutabilidade da sentença transitada em julgado;

o Ampla Defesa(art. 5º, XXXVIII, LV, LXXIV, CR/88): - Defesa técnica e autodefesa
(interrogatório);

o Contraditório(art. 5º, LV, CR/88): - Ciência e participação efetiva no processo + a


paridade de armas “par conditio”– participação em simétrica paridade;
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Princípios norteadores do Processo Penal


o Oficialidade: - Significa que a persecução penal é exercida por órgão oficial, com isso, funções
como investigar, processar e punir o agente do crime, cabem ao Estado, através da Polícia
Judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário. (arts. 129 e 144, § 4º e 6º, CR/88);

o Oficiosidade: - em regra, ao tomar conhecimento da possível ocorrência de um delito, os órgãos


oficiais devem agir de ofício, não aguardando qualquer provocação. (há exceções, como por
exemplo, os crimes de ação penal privada - vide arts. 138 a 140 do Código Penal - a parte que dá
impulso à ação penal por meio da queixa-crime.)

o Publicidade: - art. 5º, LX e 93, IX CR/88) – a publicidade em sede de IP e IPM é moderada em


função do seu caráter sigiloso (art. 20 do CPP; e art. 16 do CPPM). Já no âmbito do processo-
criminal, a publicidade é mais ampla (art. 792, § 1º CPP), salvo nos casos em que há a decretação
do segredo de justiça;
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Princípios norteadores do Processo Penal

o Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, CR/88, art. 157
CPP):

Conforme Capez (1998), as provas ilícitas constituem-se uma violação ao direito material e ocorrem no
instante de sua colheita.

As provas ilegítimas, por sua vez, infringem normas de direito processual e a violação se dá no exato
momento em que são introduzidas ao processo.

Provas ilícitas por derivação aquelas provas adquiridas em conformidade com o ordenamento jurídico
e de forma lícita, porém a sua origem derivou de uma informação obtida de prova ilicitamente colhida;
com isso, a prova lícita acaba se tornando imprópria e inadequada para ser utilizada no processo.
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR - UNIDADE I - DO PROCESSO PENAL
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Princípios norteadores do Processo Penal

o Imparcialidade do Juiz (art. 95 CR/88; arts. 112, 252, 253, 254 CPP; art. 37 a 41
CPPM);

o Brevidade do Processo / Economia Processual (art. 5º, LXXVIII, CR/88);

o Juiz Natural (art. 5º, LIII e XXXVII, CR/88);

o Não autoincriminação (art. 5º, LXIII, CR/88; art. 296, § 2º e 308 CPPM; arts. 186 e
198 do CPP): - direito ao silêncio e não produzir prova contrária ao seu interesse.
PROCESSO PENAL COMUM E MILITAR
Unidade II – SUJEITOS E ÓRGAÕS DA RELAÇÃO JURÍDICA

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