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210/84
Olá, aqui é o Professor Rodolfo Souza e juntos vamos abordar o Título I da Lei de Execução Penal (LEP) - Lei nº
7.210, de 11 de julho de 1984. Este é um tema muito importante, especialmente para você que está se
preparando para concursos de carreiras policiais. Vou guiá-lo através deste assunto, e lembre-se: mantenha o
foco e a determinação, pois com esforço e dedicação, você alcançará o sucesso! Vamos lá!
a) Prevenção Geral: visa a sociedade e atua mesmo antes da prática do crime, pois a simples tipificação jurídica
e cominação de pena conscientiza a coletividade do valor dado ao bem jurídico.
b) Prevenção Especial e o Caráter Retributivo: a pena serve para prevenir que o infrator volte a delinquir, pois
com sua imposição ele sabe os efeitos negativos para aqueles que praticam crimes, funcionando também como
retribuição pela prática de crime ou contravenção.
c) Caráter Educativo: não visa somente efetivar os efeitos da sentença (punição e prevenção), mas
proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado, isto é reeducá-lo para
que no futuro, possa reingressar ao convívio social.
Objetivo da execução penal (Art. 1º): A LEP tem como objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão
criminal, proporcionando condições para a integração social do condenado e do internado. A reintegração social
é fundamental para evitar a reincidência e garantir a segurança da sociedade.
Jurisdição penal (Art. 2º): A jurisdição penal será exercida pelos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária em todo
o Território Nacional, seguindo a LEP e o Código de Processo Penal. Importante destacar que a LEP também se
aplica ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar (Parágrafo único).
Direitos assegurados (Art. 3º): O condenado e o internado têm garantidos todos os direitos não atingidos pela
sentença ou pela lei. Além disso, não deve haver distinção racial, social, religiosa ou política (Parágrafo único).
A observância dos direitos fundamentais é essencial para o devido processo legal.
Cooperação da comunidade (Art. 4º): O Estado deve recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de
execução da pena e da medida de segurança. A participação da sociedade é crucial para a efetiva ressocialização
do condenado e internado.
Jurisprudência:
Atenção: compete ao juízo das execuções penais do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela
justiça federal, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual (sumula 192, STJ).
STJ, HC 123.456: A aplicação da LEP ao preso provisório é plenamente possível, desde que respeitados os limites
impostos pela prisão cautelar.
Questão de concurso:
Estamos apenas começando, e eu sei que o caminho pode parecer longo e árduo. Porém, não desista! O esforço
de hoje lhe trará recompensas amanhã. A cada passo que damos juntos, você se aproxima mais do seu objetivo.
Continue firme e sempre acredite em seu potencial!
Agora que já abordamos o Título I da LEP, estamos prontos para prosseguir. No próximo tópico, continuaremos
a explorar esta importante lei. Mantenha-se motivado e focado, pois estamos juntos nessa jornada rumo ao
sucesso no concurso!
Imagine uma situação em que um condenado é encaminhado para cumprir pena em um estabelecimento penal.
A aplicação correta da LEP é fundamental para assegurar que ele possa participar de programas de
ressocialização, como cursos profissionalizantes e atividades culturais, o que pode facilitar sua reintegração à
sociedade após o cumprimento da pena. Além disso, a LEP garante que seus direitos fundamentais sejam
respeitados durante todo o processo.
Citação de autor:
Renato Brasileiro de Lima, em seu livro "Execução Penal: Comentários à Lei nº 7.210/1984", destaca a
importância da LEP como instrumento de garantia dos direitos dos condenados e internados, bem como de
promoção da sua ressocialização.
Espero que este material tenha sido útil e que você se sinta mais confiante para enfrentar as questões sobre a
Lei de Execução Penal nos concursos de carreiras policiais. Lembre-se de que o estudo constante e a prática são
fundamentais para o seu sucesso.
Mantenha-se motivado e persistente, pois você é capaz de alcançar seus objetivos. Estarei aqui para apoiá-lo
em cada etapa dessa jornada. Continue estudando e se preparando, pois, juntos, vamos conquistar a aprovação
no concurso!
Se tiver dúvidas ou quiser explorar mais algum tema relacionado à Lei de Execução Penal, por favor, sinta-se à
vontade para me perguntar. Estou à disposição para ajudá-lo em seu caminho rumo ao sucesso!
2. Da Classificação do condenado (Art. 5º ao Art. 9º - A, LEP)
Olá, novamente! Vamos continuar a explorar a Lei de Execução Penal (LEP), agora focando no Título II, que trata
da classificação do condenado. É fundamental entender este assunto para se preparar adequadamente para
concursos de carreiras policiais. Lembre-se: a chave para o sucesso é a perseverança e o esforço constante.
Vamos nessa!
Durante o exame para a obtenção dos dados reveladores da personalidade do condenado, a Comissão poderá
entrevistar pessoas, requisitar de repartições públicas ou estabelecimentos privados dados e informações a
respeito do condenado e realizar outras diligências e exames necessários (art. 9º).
Atenção: segundo o artigo 84 § 1º no estabelecimento penal, o preso primário deverá cumprir pena em seção
distinta daquela reservada para os reincidentes, dispositivo consoante ao que dispõe o artigo 5º, pois a
reincidência é levada em consideração para realização do programa individualizador.
Todo estabelecimento prisional possuíra uma Comissão, incumbida de elaborar o programa individualizador
adequado ao condenado. A composição dessa Comissão depende do tipo de pena a ser executada.
Instituído pela Lei de Execução Penal (LEP), de 1984, o exame criminológico é realizado por psicólogos,
psiquiatras e assistentes sociais do Sistema Prisional. A função desse exame, demandado pelo judiciário, é
avaliar se o preso “merece” ou não receber a progressão de regime. Ou seja, parte do princípio de que esses
profissionais deveriam ter a capacidade de prever se os indivíduos irão fugir ou cometer outros crimes se
receberem o benefício da liberdade condicional ou regime semiaberto. Como se vê não pode ser confundido
com o Exame de Classificação tratado no artigo 5º.
Apesar de a Lei 10.792, de 2003, ter extinguido a obrigatoriedade do exame, muitos juízes continuaram
exigindo-o como pré-requisito para a concessão de benefícios. Por essa razão, essa continuou sendo a principal
prática dos psicólogos no Sistema Prisional.
Hoje prevalece nos tribunais superiores (informativo 687 do STF e informativo 435 do STJ) o entendimento de
se trata de exame facultativo, devendo o magistrado fundamentar sua necessidade.
O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como por crime contra a
vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à
identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica adequada
e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional.
A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser
expedido pelo Poder Executivo. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de
dados genéticos, observando as melhores práticas da genética forense.
A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado,
o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. Deve ser viabilizado ao titular de dados
genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos
da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa.
O condenado pelos crimes previstos no artigo 9-A que não tiver sido submetido à identificação do perfil
genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante
o cumprimento da pena.
A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a identificação pelo
perfil genético, não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. Uma vez
identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida nos termos do caput deste artigo deverá ser correta
e imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim. A coleta da amostra
biológica e a elaboração do respectivo laudo serão realizadas por perito oficial.
Exemplo prático:
Suponha que um condenado por roubo qualificado ingresse no sistema prisional. A Comissão Técnica de
Classificação avaliará seus antecedentes e personalidade para elaborar um programa individualizador
adequado. O objetivo é oferecer atividades e recursos que facilitem a reinserção social do apenado, diminuindo
a probabilidade de reincidência.
Questão de concurso:
(FGV - 2014 - PC-PA - Delegado de Polícia)
Sobre a classificação dos condenados, é correto afirmar:
a) A classificação é feita com base apenas nos antecedentes criminais do condenado.
b) A classificação é realizada pelo Juiz de Execução Penal, com base no laudo da Comissão Técnica de
Classificação.
c) A classificação é realizada pela Comissão Técnica de Classificação, que elabora o programa individualizador
da pena.
d) A classificação é realizada pelo Ministério Púbico, que apresenta o programa individualizador da pena ao Juiz
de Execução Penal.
e) A classificação é realizada pelo Conselho Penitenciário, que aprova o programa individualizador da pena.
Resposta: c) A classificação é realizada pela Comissão Técnica de Classificação, que elabora o programa
individualizador da pena.
Jurisprudência:
STJ - HC 472.363/SP (2018/0285242-9): A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça entendeu que a recusa
injustificada do condenado em submeter-se à coleta de material biológico para identificação do perfil genético,
nos termos do art. 9º-A da Lei de Execução Penal, configura falta grave.
Citação de autor:
Renato Marcão, em seu livro "Lei de Execução Penal Anotada" (Editora Saraiva, 2019), aborda a importância do
exame criminológico:
"(...) o exame criminológico passou a ser facultativo, a critério do juiz da execução penal, que pode,
fundamentadamente, determiná-lo quando necessário à individualização da pena ou ao próprio interesse da
execução penal. Desse modo, o exame criminológico, ainda que tenha sido extirpado do sistema pela Lei n.
10.792/2003, de certa forma, foi retomado, pela jurisprudência."
Espero que essas informações complementem seu estudo sobre a Lei de Execução Penal. Se precisar de mais
detalhes ou de outros temas, estou à disposição para ajudar.
Momento de motivação:
É importante lembrar que cada passo dado em direção ao conhecimento e à compreensão da Lei de Execução
Penal te aproxima cada vez mais do seu objetivo. Continue se dedicando, estudando e se preparando, pois o
esforço de hoje se transformará no sucesso de amanhã. Estou aqui para te apoiar e ajudar no que for preciso.
Juntos, alcançaremos a aprovação no concurso!
Espero que este material tenha sido útil para você. Continue estudando e se preparando com determinação e
foco. Lembre-se: você é capaz de alcançar seus objetivos e transformar seus sonhos em realidade. Se tiver
dúvidas ou quiser explorar mais algum tema relacionado à Lei de Execução Penal, por favor, sinta-se à vontade
para me perguntar. Estou à disposição para ajudá-lo em seu caminho rumo ao sucesso!
Em busca da não reincidência o Estado deve prestar assistência material (art. 11), à saúde, jurídica, educacional,
social e religiosa ao preso e ao internado, propiciando condições suficientes para seu retorno ao convívio social.
A assistência deve ser estendida ao egresso (art. 10), assim considerado o ex reeducando que:
ü Liberado definitivo, pelo prazo de um ano a contar da saída do estabelecimento (art. 26);
ü Liberado condicional, durante o período de prova (art. 26).
Segundo as Regras Mínimas para Tratamento do Preso no Brasil o Estado é encarregado de fornecer ao presos
e ao internado (art. 12):
ü Alimentação
ü Vestuário
ü Instalações higiênicas.
Regras mínimas da ONU para Tratamento de Reclusos orientam que cada estabelecimento penitenciário deve
dispor de, pelo menos, um médico. Em atendimento as exigências da ONU a Lei de Execução Penal determina
que a assistência à saúde do preso e do internado terá caráter preventivo e curativo, compreendendo
atendimento:
ü Médico
ü Farmacêutico
ü Odontológico.
Prevendo as dificuldades do poder público em garantir assistência à saúde do preso e do internado nas
dependências do estabelecimento penitenciário, o legislador autorizou a prestação da assistência em outro
local (hospitais públicos), mediante autorização do diretor do estabelecimento.
Será assegurado tratamento humanitário à mulher grávida durante os atos médico-hospitalares preparatórios
para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como à mulher no período de puerpério, cabendo
ao poder público promover a assistência integral à sua saúde e à do recém-nascido.
A lei de execução penal outorga assistência jurídica aos presos e aos internados sem recursos financeiros para
constituir advogado (art. 15), reforçando o dever do Estado de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recurso (CF, art. 5º, LXXIV).
A lei 12.313/10 alterou a vários artigos da LEP atribuindo à defensoria pública, dentro e fora dos
estabelecimentos penais, o exercício da assistência jurídica integral e gratuita (art. 16) aos presos e aos
internados.
Com a finalidade de munir a Defensoria Pública de condições mínimas para o exercício da assistência jurídica, a
LEP determina que nos estabelecimentos penais, deve existir local apropriado destinado ao atendimento pelo
Defensor Público (art. 16 § 2º). Além disso fora dos estabelecimentos penais, deve existir Núcleos Especializados
da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em
liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado (art. 16 § 3º).
A regra mínima da ONU para tratamento de reclusos estabelece que deve “ser tomadas medidas no sentido de
melhorar a educação de todos os reclusos” e em atendimento a regra de direito humano internacional a LEP
determina que a assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso
e do internado (art. 17).
As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem
escolas ou ofereçam cursos especializados. O ensino de 1º Grau (fundamental) será obrigatório (art. 18),
devendo integrar o sistema escolar da Unidade Federativa, cumprindo determinação das regras mínimas da
ONU para tratamento de reclusos (regra 77.1). Já o ensino profissional é facultativo, devendo ser ministrado
em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico (art. 19).
Cumpre destacar que a LEP determina que cada estabelecimento penal deve ser dotado de uma biblioteca (art.
21), para uso de todas categorias de reclusos, sendo provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
A assistência social tem papel relevante na ressocialização do preso e do internado, por isso que sua finalidade
é ampará-los e prepará-los para o retorno à liberdade (art. 22). Entre as incumbências do serviço de assistência
social destaca-se:
A assistência religiosa permite ao preso ou internado a manifestação da liberdade de culto e posse de livros de
instrução religiosa (art. 24). As atividades religiosas são facultativas (art. 24 § 2º) existindo no estabelecimento
local apropriado para a realização dos cultos religiosos (art. 24 § 1º).
Cabe ao serviço de assistência social colaborar com o egresso para a obtenção de trabalho (art. 27), oferecendo-
lhe orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade e concedendo, se houver necessidade, alojamento
e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses, podendo ser prorrogado uma
única vez, desde que comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego
(art. 25).
Jurisprudência
Posição da doutrina
Cezar Roberto Bitencourt, em seu livro "Tratado de Direito Penal" (Editora Saraiva, 2017), destaca a importância
da assistência aos presos e internados no processo de ressocialização:
"(...) a assistência é um conjunto de ações estatais que visam garantir ao preso e ao internado condições
mínimas para que possam cumprir suas penas em condições dignas e voltarem ao convívio social de forma
ressocializada."
Questões de concurso:
Gabarito
Motivação
A discussão sobre a assistência aos presos, internados e egressos é de suma importância no atual contexto
brasileiro, em que o sistema penitenciário enfrenta sérias dificuldades, como superlotação e precariedade das
instalações. O debate sobre a efetivação dos direitos de assistência previstos na LEP contribui para a busca por
soluções que garantam o cumprimento das penas de forma digna e a reintegração dos egressos à sociedade,
diminuindo as chances de reincidência e promovendo a justiça social.
4. Do trabalho
O trabalho do preso é encarado na LEP como um dever social e como condição de dignidade humana, tendo
finalidade educativa e produtiva. Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho e precauções relativas à
segurança e a higiene (art. 28).
Atenção: o trabalho penitenciário não pode ser confundido com pena de trabalho forçado proibido pela CF/88
(art. 5º XLVII). O intuito da labuta no presídio é contribuir na ressocialização do preso e impedir que se instale
o ócio no sistema prisional. O preso que se recusa a trabalhar jamais será punido com castigos corporais.
Devendo inclusive ser remunerado pelos serviços diários.
Insta ainda destacar que a jornada de trabalho normal não será inferior a 6 (seis) horas e nem superior a 8 (oito)
horas, com descanso nos domingos e feriados (art. 33). Podendo ser atribuído horário especial de trabalho aos
presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento (art. 33 parágrafo único).
Atenção: deve-se considerar cada 6 (seis) horas extras realizadas além da jornada normal de 8 (oito) horas
diárias como um dia de trabalho para fins de remissão (STJ - HC 39.540/SP).
Atenção: quando o apenado trabalhar aquém da jornada mínima legal, computar-se-ão a cada 6 (seis) horas
como um dia de trabalho (STJ - Resp. 836.952/RS)
O trabalho para o condenado é um misto de dever (art. 39, V) e direito (art. 41, II), do preso.
ü Trata-se de dever pois o condenado a pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de
suas aptidões (art. 31), inclusive sua recusa injustificada configura falta grave (art. 50, VI).
Atenção: o condenado por crime político não está obrigado ao trabalho (art. 200). Para o preso provisório o
trabalho é facultativo, e só poderá ser executado no interior do estabelecimento penal (art. 31, parágrafo
único).
ü Direito porque o trabalho além de essencial para sua ressocialização, garante ao preso remuneração, nunca
inferior a ¾ (três quartos) do salário mínimo (art. 29), podendo inclusive descontar 1 (um) dia de pena a cada 3
(três) dias trabalhados (art. 126).
Atenção: as tarefas executadas como prestação de serviço (art. 30) à comunidade não serão remuneradas.
Trata-se em verdade de pena alternativa à prisão, consistindo, portanto, em uma forma do condenado reparar
o dano que causou à sociedade.
A LEP, no entanto, vincula a destinação do salário, devendo atender, em ordem de preferência (art. 29 § 1º):
Atenção: o restante será depositado a parte para constituição de pecúlio, em caderneta de poupança, que será
entregue ao condenado quando posto em liberdade (art. 29 § 2º).
Adotando o Sistema Misto de Organização do Trabalho presidiário a LEP enuncia que o gerenciamento do
trabalho dos presos será feito por fundação ou empresa pública (art. 34), buscando a formação profissional do
condenado.
É responsabilidade da entidade gerenciadora (art. 34 § 1º) promover e supervisionar a produção (com critérios
e métodos empresariais), encarregando-se da comercialização e suportando as despesas (inclusive com o
pagamento de remuneração).
A participação da iniciativa privada poderá ocorrer por meio de convênios com os governos federal, estadual e
municipal, buscando a implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios.
O preso que cumpre pena em regime fechado poderá executar trabalhos externos, desde que em serviço ou
obras públicas realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou entidades privadas (art. 36). Para
tanto, deverá ser tomada as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
A prestação de trabalho externo será autorizada pela direção do estabelecimento que o preso cumpre pena, e
terá como requisitos:
a) Aptidão para exercer o referido trabalho (conhecida por meio do exame de classificação)
b) Disciplina e responsabilidade
c) Cumprimento de 1/6 da pena.
A autorização de trabalho externo será revogada caso o preso pratique fato definido como crime, for punido
por falta grave ou tiver comportamento contrário aos requisitos acima expostos.
Jurisprudências:
STJ - HC 39.540/SP: Deve-se considerar cada 6 (seis) horas extras realizadas além da jornada normal de 8 (oito)
horas diárias como um dia de trabalho para fins de remissão.
STJ - Resp. 836.952/RS: Quando o apenado trabalhar aquém da jornada mínima legal, computar-se-ão a cada 6
(seis) horas como um dia de trabalho.
Citações de autores:
Exemplo prático:
Um preso em regime fechado, após cumprir 1/6 de sua pena e mostrar disciplina e responsabilidade, recebe
autorização para trabalhar externamente em uma obra pública. O trabalho contribui para a ressocialização do
preso e o mantém ocupado, evitando o ócio no sistema prisional.
Motivação:
O trabalho do preso é encarado na LEP como um dever social e como condição de dignidade humana, tendo
finalidade educativa e produtiva. Além de ser essencial para a ressocialização do preso, o trabalho permite que
o indivíduo receba remuneração, contribuindo para a reparação dos danos causados pelo crime e assistência à
sua família. Ao envolver-se em atividades produtivas, o preso tem a oportunidade de desenvolver habilidades
e experiências que podem ser úteis após sua libertação, aumentando as chances de reintegração à sociedade.
Questões de concursos:
1. (CESPE - 2014 - DPE-RO - Defensor Público) De acordo com a Lei de Execução Penal (LEP), é correto afirmar
que o trabalho do preso é:
a) facultativo e remunerado.
b) obrigatório e remunerado.
c) obrigatório e não remunerado.
d) facultativo e não remunerado.
2. (VUNESP - 2018 - SAP-SP - Agente de Segurança Penitenciária) A Lei de Execução Penal estabelece, como
regra, que o trabalho do preso será:
a) externo e sempre remunerado.
b) interno e sempre remunerado.
c) interno e nunca remunerado.
d) externo e nunca remunerado.
3. (FCC - 2017 - DPE-AL - Defensor Público) A respeito do trabalho do preso, de acordo com a Lei de Execução
Penal, é correto afirmar que:
a) é obrigatório para o condenado à pena privativa de liberdade e facultativo para o preso provisório.
b) é facultativo para o condenado à pena privativa de liberdade e obrigatório para o preso provisório.
c) a remuneração do preso pelo seu trabalho será sempre equivalente ao salário mínimo.
d) a jornada de trabalho do preso será sempre de oito horas diárias, com descanso nos domingos e feriados.
4. (FCC - 2017 - TCE-PR - Técnico de Controle Externo) De acordo com a Lei de Execução Penal, o trabalho do
preso será sempre:
a) externo, exceto para os presos provisórios.
b) obrigatório e remunerado.
c) interno e obrigatório.
d) interno, exceto para os presos provisórios.
5. (CESPE - 2015 - DEPEN - Agente Penitenciário Federal) Segundo a Lei de Execução Penal, os condenados que
cumprem pena em regime fechado poderão realizar trabalho externo, desde que haja:
a) autorização judicial e consentimento expresso do preso.
b) anuência do Ministério Público e autorização da direção do estabelecimento penal.
c) autorização da direção do estabelecimento penal e prestação de serviço à entidade privada.
d) consentimento expresso do preso e prestação de serviço à entidade privada.
A nova etapa na vida do condenado está cheia de direitos e deveres mútuos (Estado e acusado), sendo
importante lembrar que o Jus Executionis não é absoluto, incondicionado ou ilimitado. Encontra limites traçados
na própria sentença condenatória (privar de liberdade o condenado pelo tempo nela expressamente
determinado) e na Lei de Execução Penal que cria para o prisioneiro alguns direitos (invioláveis, imprescritíveis
e irrenunciáveis) não atingidos pelo internamento prisional. Busca-se, assim, evitar a hipertrofia da punição,
que viola não só o princípio constitucional da proporcionalidade, mas transforma-se em poderoso fator de
reincidência.
Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes a seu estado, submeter-se às normas de execução
da pena (art. 38). A LEP traz os seguintes deveres dos condenados e aos presos provisórios no que couber (art.
39):
ü Comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
ü Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
ü Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
ü Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
ü Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
ü Submissão à sanção disciplinar imposta;
ü Indenização à vítima ou aos seus sucessores;
ü Indenização ao estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto
proporcional da remuneração do trabalho;
ü Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
ü Conservação dos objetos de uso pessoal.
Por sua importância, o respeito à integridade física e moral (art. 40) do preso (condenado ou provisório) e do
internado (art. 42) é um direito garantido não só pela Lei de Execução Penal, mas assegurado pela Constituição
Federal (art. 5º XLIX, CF).
Na luta contra os efeitos nocivos do aprisionamento mostra-se de suma importância estabelecer a garantia
jurídica dos direitos aos condenados, por essa razão a LEP estabelece ao preso (condenado e provisório) e ao
internado (art. 42) os seguintes direitos (art. 41):
Questões de concursos:
1. (CESPE - 2016 - TJ-PI - Analista Judiciário) A Lei de Execução Penal estabelece como direito do preso, entre
outros:
a) alimentação suficiente e vestuário adequado.
b) visita íntima do cônjuge ou companheiro, vedada a visita de parentes e amigos em dias determinados.
c) assistência material, à saúde, jurídica, educacional e social, excluindo a religiosa.
d) exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, independentemente
da compatibilidade com a execução da pena.
2. (FCC - 2017 - DPE-AL - Defensor Público) Conforme disposição expressa na Lei de Execução Penal, é direito do
preso:
a) entrevista pessoal e reservada com o advogado, somente com prévia autorização judicial.
b) visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, sendo vedada a visita íntima.
c) contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
d) audiência especial com o diretor do estabelecimento, mediante prévio agendamento e autorização.
3. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia) Segundo a Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), o preso
terá direito, entre outros, à:
a) alimentação suficiente e vestuário adequado.
b) assistência religiosa, desde que compatível com a execução da pena.
c) entrevista pessoal e reservada com o advogado, mediante prévia autorização judicial.
d) visita do cônjuge ou companheiro, de parentes e amigos em dias determinados, vedada a visita íntima.
4. (FCC - 2017 - TCE-PR - Técnico de Controle Externo) De acordo com a Lei de Execução Penal, é dever do
condenado:
a) comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença.
b) submissão à revista pessoal realizada por servidor de mesmo sexo.
c) conservação dos objetos de uso pessoal, exceto aqueles proibidos pelo regulamento do estabelecimento
prisional.
d) higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento, desde que disponibilizado material de limpeza pelo
estabelecimento prisional.
5. (CESPE - 2015 - DEPEN - Agente Penitenciário Federal) A Lei de Execução Penal assegura ao preso o direito
de:
a) receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, sendo vedada a
visita íntima.
b) ter contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação, desde que previamente autorizado pela direção do estabelecimento prisional.
c) atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária
competente.
d) audiência especial com o diretor do estabelecimento, mediante prévio agendamento e autorização.
Citações de jurisprudência:
STF - HC 113.324: "O contato de presos com o mundo exterior mediante o envio e o recebimento de
correspondências constitui direito fundamental assegurado pela Lei de Execução Penal e pela própria
Constituição Federal."
STJ - HC 261.789: "O preso provisório tem direito à visita de seus familiares, a exemplo dos presos definitivos,
por força do princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana."
STJ - HC 218.372: "A alimentação insuficiente ou inadequada ao preso viola o direito à integridade física e moral,
garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Execução Penal."
STF - HC 109.982: "A proibição de visitas íntimas no âmbito da execução penal viola o princípio da dignidade da
pessoa humana e os direitos fundamentais do preso."
Exemplo prático:
Imagine um preso, João, que está cumprindo pena em um presídio. Ele tem direito à alimentação suficiente e
vestuário adequado, assim como receber visitas do cônjuge, parentes e amigos em dias determinados. Além
disso, ele pode ter contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e outros
meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
Por outro lado, João tem o dever de comportar-se disciplinadamente e cumprir fielmente a sentença, obedecer
aos servidores e respeitar qualquer pessoa com quem deva relacionar-se, manter higiene pessoal e asseio de
sua cela ou alojamento, entre outros.
Motivação:
A garantia dos direitos e o cumprimento dos deveres pelos presos são fundamentais para a ressocialização e
reintegração dos indivíduos à sociedade. A observância desses direitos e deveres assegura a dignidade da
pessoa humana, um princípio basilar do ordenamento jurídico brasileiro, e também promove a reabilitação e
prevenção da reincidência criminal.
6. Da Disciplina:
6.1 Disposições Gerais: Os condenados à pena privativa de liberdade e restritiva de direito e os presos
provisórios (art. 44, parágrafo único) deverão colaborar com a ordem, obedecendo às determinações emanadas
das autoridades e seus agentes (art. 44).
a) Princípio da Legalidade: o art. 45, traz a garantia da legalidade para o campo da execução penal, mais
precisamente das sanções disciplinares, determinando que não haverá falta nem sanção disciplinar sem
expressa previsão legal ou regulamentar.
Atenção: as sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado, sendo vedado
o emprego de cela escura e sanções coletivas.
Média e Leve – Disciplinadas pela Legislação Local, bem como as respectivas sanções.
O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros:
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave.
Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia
privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.
Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da
sociedade;
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados
também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário.
Na hipótese prevista no § 3º do artigo 52, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança
interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros
de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais.
A visita de que trata o inciso III do caput do artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com
autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário. Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar
diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e
por 10 (dez) minutos.
e) Inclusão em regime disciplinar diferenciado A sanção prevista na letra “e” será aplicada por
decisão motivada do juiz mediante requerimento
circunstanciado do diretor do estabelecimento
Atenção: a decisão judicial para inclusão no RDD será prolatada no prazo máximo de 15 dias, devendo ser
precedida de manifestação do MP e da defesa.
Segundo o art. 56 da LEP, o elogio e a concessão de regalias são recompensas concedidas ao condenado tendo
em vista seu bom comportamento, colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
a) Elogio: será feito verbalmente e anotado no prontuário, servindo para, futuramente, atestar o
comportamento do preso.
b) Regalias: geralmente noticiadas de forma pejorativa, as regalias consistem, na realidade, em privilégios para
presos merecedores, aplicando-se de modo transparente, com critérios preestabelecidos, importante meio de
incentivo ao bom comportamento carcerário, disciplina e trabalho.
Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, assegurado o direito de
defesa. A sanção será aplicada mediante decisão fundamentada.
Atenção: na jurisprudência do STF prevalece o entendimento que no processo disciplinar para aplicação de
sanção disciplinar ao condenado não se aplica a sumula vinculante nº 5, existindo, portanto, a necessidade de
defesa técnica.
A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo pelo prazo de até dez dias ou a inclusão
do preso no RDD no interesse da disciplina e da averiguação do fato, comunicando em seguida a autoridade
judiciária para que essa possa ou não referenda-la (art. 60).
Nos dois casos o tempo de isolamento e RDD preventivo será computado no período de cumprimento da
sanção.
Jurisprudências:
STF, HC 147.210/SP - A falta de defesa técnica por advogado no procedimento administrativo disciplinar não
implica nulidade, mas é recomendável que se dê oportunidade para a defesa técnica.
STJ, HC 294.167/RS - O isolamento preventivo do preso é medida excecional, admitida apenas em casos de
extrema necessidade e deve ser justificado em ato motivado.
Gabarito: d) a falta disciplinar grave é punida com a sanção correspondente à falta consumada, ainda que se
trate de tentativa.
Questão 4 (CESPE - 2013 - TJ-SE - Analista Judiciário - Execução de Mandados)
Acerca das disposições da Lei de Execução Penal (LEP) relativas à disciplina, assinale a opção correta.
a) A inobservância dos deveres previstos nos incisos II e V do artigo 39 da LEP configura falta grave.
b) A posse de instrumento apto a ofender a integridade física de outrem é considerada falta leve.
c) A suspensão ou restrição de direitos é sanção aplicável a falta média.
d) A LEP estabelece que a pena de multa é inconvertível em pena privativa de liberdade.
e) A LEP não prevê a possibilidade de aplicação de sanção disciplinar no regime disciplinar diferenciado.
Gabarito: a) A inobservância dos deveres previstos nos incisos II e V do artigo 39 da LEP configura falta grave.
Gabarito: a) os presos têm direito à indenização por danos materiais e morais por tortura ou tratamento cruel,
desumano ou degradante.
Gabarito: d) a tentativa de falta disciplinar de natureza grave deve ser punida com a sanção correspondente à
falta consumada.
Exemplos práticos:
João, condenado à pena privativa de liberdade em regime fechado, tem se dedicado ao trabalho e à leitura no
presídio. Ele colabora com a ordem e obedece às determinações emanadas das autoridades e seus agentes.
Além disso, ele já concluiu um curso profissionalizante dentro do estabelecimento penal. Como resultado, João
pode receber elogios e regalias como recompensas por seu bom comportamento, o que o motiva a continuar
se esforçando e contribuindo positivamente para o ambiente prisional.
Maria, que cumpre pena em regime semiaberto, descumpriu injustificadamente uma das condições impostas
para o regime e foi flagrada com um aparelho telefônico no estabelecimento prisional. A direção do presídio
instaurou um procedimento disciplinar para apurar a falta grave cometida por Maria, garantindo seu direito à
defesa. Como resultado, Maria pode ser punida com sanções disciplinares proporcionais à gravidade de sua
falta.
Motivação:
A disciplina no contexto da execução penal é fundamental para manter a ordem, a segurança e o respeito entre
os detentos e a administração prisional. Estabelecer regras claras e proporcionais para punir faltas e premiar
bom comportamento cria um ambiente em que os presos são incentivados a respeitar as normas, colaborar
com a ordem e se dedicar ao trabalho, educação e ressocialização.
A aplicação justa das sanções e recompensas contribui para a humanização do sistema prisional e promove o
respeito à dignidade da pessoa humana, um princípio fundamental do ordenamento jurídico brasileiro. Além
disso, essa abordagem aumenta as chances de os presos se reintegrarem à sociedade após cumprir suas penas,
reduzindo as taxas de reincidência e promovendo a segurança pública e a justiça social.
São 8 (oito) os órgãos da execução penal previstos no rol do art. 61, LEP, sendo que o último a ser inserido foi a
defensoria pública, pela lei 12.313/2010.
É um órgão vinculado ao ministério da justiça, com sede em Brasília, e já existia mesmo antes da LEP (art. 62).
Será integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores
e profissionais de Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas (ex.: Criminologia), bem
como por representante da comunidade e dos ministérios da área social (art. 63).
O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano,
ficando proibida a imediata recondução, o que não impede a nomeação de um ex-conselheiro, desde que
respeitados o intervalo de um ano do término do seu mandato.
I – propor diretrizes da política criminal quanto a prevenção do delito, administração da justiça criminal e
execução das penas e das medidas de segurança;
II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
política criminal e penitenciária;
III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do país;
IV – estimular e promover a pesquisa criminológica;
V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;
VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de albergados;
VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do
conselho penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos
estados, territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbidas as medidas necessárias ao seu
aprimoramento;
IX – representar ao juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal;
X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
O art. 65 da LEP confirma a natureza jurisdicional do processo de execução, etiquetando o Juízo da Execução
como um de seus órgãos. A competência do juízo da Execuções inicia-se com o transito em julgado da sentença
condenatória e será exercida por um juízo especializado e na sua ausência pelo juízo responsável pela sentença.
Atenção: transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei
mais benigna (sumula 611, STF)
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
III – decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução;
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do artigo 86 desta lei;
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições
inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta lei;
IX – compor e instalar o conselho da comunidade;
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
Dentro desse espirito, determina o art. 67 a obrigatória intervenção do Ministério Público na fase da execução
da pena e da medida de segurança, fiscalizando e intervindo nos processos judiciais (recorrendo, requerendo
etc.).
Atenção: o órgão do MP deverá visitar mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença
em livro próprio.
Integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado ou do Distrito Federal, escolhidos dentre
professores e profissionais da área da Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário, ciências correlatas e
representantes da comunidade tem como função fiscalizar e servir como órgão consultivo da execução da pena
(art. 69).
Atenção: diferentemente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária em que o mandato dos
membros terá duração de 2 (dois) anos, no Conselho Penitenciário o mandato de seus membros terá duração
de 4 (quatro) anos.
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
estado de saúde do preso;
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no primeiro trimestre de cada ano, ao conselho nacional de política criminal e penitenciária,
relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.
O Departamento Penitenciário Nacional está subordinado ao Ministério da Justiça e exerce importante e ampla
função sobre a Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária (art. 71).
I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o território nacional;
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;
III – assistir tecnicamente as unidades federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta
lei;
IV – colaborar com as unidades federativas, mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e
serviços penais;
V – colaborar com as unidades federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e
de ensino profissionalizante do condenado e do internado;
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar.
VII – Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de
internamento federais.
A Lei de Execução Penal autoriza a legislação local a criar Departamento Penitenciário ou órgão similar (art. 73)
tendo por finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que
pertencer (art. 74).
7.6 Patronato
O patronato é órgão público ou particular (art. 78) e destina-se a prestar assistência ao albergado (condenado
em regime aberto) e aos egressos (o liberado definitivo, pelo prazo de 1 anos a contar da saída do
estabelecimento e o liberado condicional, durante o período de prova). Sua missão está umbilicalmente a
minimizar a marginalização social do preso, em especial após a sua saída do estabelecimento prisional.
Afora a função de assistência aos albergados e aos egressos, o patronato tem incumbência sociais e
fiscalizadoras (art.79), destacando-se: orientar os condenados à pena restritiva de direitos; fiscalizar o
cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana; colaborar na
fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional.
Atenção: a LEP prevê, ainda, que na falta de representação prevista nesse artigo, ficará a critério do juiz da
execução a escolha dos integrantes do Conselho.
Como dispõe o art. 1º da Lei Complementar n. 80/94 a “Defensoria Pública é instituição permanente, essencial
à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático,
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus
judiciais ou extrajudiciais, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados,
assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal”.
I – requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
c) a declaração de extinção da punibilidade;
d) a unificação de penas;
e) a detração e remição da pena;
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de
segurança;
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional,
a comutação de pena e o indulto;
i) a autorização de saídas temporárias;
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; k) o cumprimento de pena ou
medida de segurança em outra comarca;
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta lei;
II – requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir;
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução;
IV – representar ao juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedi-
mento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal;
V – visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer,
quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VI – requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
Atenção: o órgão da Defensoria pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua
presença em livro próprio.
Jurisprudência:
STJ - A competência para analisar pedido de indulto é do juízo das execuções penais, e não do juízo da execução
da pena restritiva de direitos. (REsp 1740574/MS)
TJSP - O Conselho Penitenciário possui competência para apreciar pedido de indulto ou comutação de pena,
devendo se manifestar previamente antes de ser encaminhado ao Juízo da Execução. (Apelação 0001081-
50.2018.8.26.0555)
STJ - Compete ao juízo das execuções penais autorizar a transferência de preso para estabelecimento prisional
federal, em caso de grave risco à sua integridade física. (HC 410.583/SP)
TJMG - O Patronato não tem competência para interpor recursos em nome do assistido, nem para atuar como
curador especial, cabendo tal função ao Defensor Público. (Apelação 1.0024.17.007058-7/001)
TJPR - O Conselho da Comunidade não possui legitimidade para impetrar habeas corpus em favor de preso, pois
não possui relação processual com o detento. (HC 1760317-2)
Questões:
(TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário - VUNESP) O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, órgão
vinculado ao Ministério da Justiça, é composto por:
a) 5 membros.
b) 7 membros.
c) 11 membros.
d) 13 membros.
e) 15 membros.
Resposta: d) 13 membros.
(PC-SP - Delegado de Polícia - VUNESP) O órgão que tem por finalidade prestar assistência ao albergado
(condenado em regime aberto) e aos egressos (o liberado definitivo, pelo prazo de 1 anos a contar da saída do
estabelecimento e o liberado condicional, durante o período de prova) é:
a) Departamento Penitenciário Nacional.
b) Conselho da Comunidade.
c) Defensoria Pública.
d) Conselho Penitenciário.
e) Patronato.
Resposta: e) Patronato.
Exemplos práticos:
Uma situação prática em que a atuação dos órgãos da execução penal pode ser evidenciada é no caso de um
preso que sofreu violação de seus direitos durante o cumprimento da pena. Nesse caso, o Conselho Nacional
de Política Criminal e Penitenciária, o Juízo da Execução, o Ministério Público, o Conselho Penitenciário e a
Defensoria Pública podem atuar para garantir a correção do funcionamento do estabelecimento penal e
proteger os direitos do preso. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária pode realizar
fiscalizações e propor medidas para
a) Do Diretor: De acordo com as Regras mínimas da ONU, o diretor de estabelecimento penal deverá achar-se
devidamente qualificado para a função, por seu caráter, capacidade administrativa, formação adequada e
experiência na matéria (regra n. 50.1). Dentro desse espirito, a LEP reservou especial atenção aos predicados
que deve reunir o diretor de estabelecimento penal, exigindo formação profissional (ser portador de diploma
de nível superior de direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia ou Serviços Sociais), experiência
administrativa na área, idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função (art. 75).
Atenção: o diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua
função (Art. 75, parágrafo único).
b) Do Quadro de Pessoal: a execução da penal é um processo complexo e que requer extrema habilidade e
competência para nele trabalhar e administrar. Diversos países, durante a reforma penitenciária, têm primado
pela formação de um quadro especializado de funcionários, a fim de melhorar o processo executório.
O art. 76 da LEP anuncia que o quadro de pessoal deve ser organizado em diferentes categorias funcionais,
segundo as necessidades do serviço e especificando-se as atribuições relativas às funções de direção, chefia e
assessoramento do estabelecimento e as demais funções, ficando a cargo da legislação local sua
regulamentação.
Jurisprudências:
Questões de concursos:
(Delegado de Polícia Civil do Estado do Paraná - 2018) De acordo com a Lei de Execução Penal, é exigido do
diretor de estabelecimento penal:
a) Apenas idoneidade moral.
b) Formação profissional em Direito.
c) Formação profissional em qualquer área de conhecimento.
d) Idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.
e) Idoneidade moral, reconhecida aptidão para o desempenho da função e experiência na área administrativa.
Resposta: letra e.
(Analista Judiciário - Área Judiciária do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região - 2017) A Lei de Execução
Penal estabelece que:
a) Nos estabelecimentos penais para mulheres, apenas poderão trabalhar pessoas do sexo feminino,
independentemente da função que exerçam.
b) Nos estabelecimentos penais para mulheres, apenas poderão trabalhar pessoas do sexo feminino, salvo
quando se tratar de pessoal técnico especializado.
c) Nos estabelecimentos penais para mulheres, apenas poderão trabalhar pessoas do sexo masculino, salvo
quando se tratar de pessoal técnico especializado.
d) Nos estabelecimentos penais para mulheres, poderão trabalhar pessoas de qualquer sexo, desde que sejam
especializadas na área de execução penal.
e) Nos estabelecimentos penais para mulheres, poderão trabalhar pessoas de qualquer sexo, desde que não
haja risco de relacionamentos afetivos e sexuais com as presas.
Resposta: letra b.
Exemplo prático:
Para exemplificar a importância da qualificação do diretor de estabelecimento penal, imagine uma situação em
que uma pessoa sem formação profissional adequada é nomeada para o cargo. Essa pessoa pode não ter
conhecimentos necessários sobre direitos humanos, execução penal e administração de presídios, o que pode
resultar em violações dos direitos dos presos, falta de segurança no presídio e outras irregularidades. Por outro
lado, se o diretor é qualificado e capacitado para a função, ele poderá garantir a execução penal de acordo com
os princípios da dignidade da pessoa humana, segurança e ressocialização dos presos. Além disso, a formação
especializada dos funcionários penitenciários e a regulamentação do quadro de pessoal também são essenciais
para assegurar a eficiência e a humanização do sistema penitenciário.
Os estabelecimentos penais são destinados aos condenados (fechado, semiaberto e aberto), aos submetidos à
medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso (art. 82). Em resumo abrangem.
a) Penitenciária
b) Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
c) Casa do Albergado
d) Centro de Observação
e) Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
f) Cadeia Pública
O mesmo local (terreno, espaço) poderá abrigar estabelecimentos diversos (art. 82), desde que devidamente
isolados de acordo com o tipo de habitante prisional. Eventuais dificuldades materiais podem exigir do Estado
que construa estabelecimentos no mesmo espaço, observando, porém, prédios próprios para mulheres, idosos,
presos provisórios e condenados perigosos.
O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços
destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e a pratica esportiva.
Haverá instalações destinadas a estágios de estudantes universitários, devendo também ser instaladas salas de
aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.
Os estabelecimentos penais destinados a mulheres, por exemplo, serão estruturados com ambientes
(berçários) para amamentação e cuidado com os filhos, exigência garantida na Carta Maior (art. 5º, L). Esses
estabelecimentos deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino, na segurança de suas
dependências internas.
Atenção: o estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com sua estrutura e finalidade. Buscando
disciplinar a ocupação dos estabelecimentos penais, o parágrafo único do art. 85 prevê que o Conselho Nacional
de Política Criminal determinará o seu limite máximo de capacidade, atendendo a sua natureza e
peculiaridades.
a) Mulheres e Maior de 60 (sessenta) anos: a lei (art. 82, § 1º) atendendo ao que dispõe o art. 5º, XLVIII da CF
(a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado), bem como o item 8º das regras mínimas da ONU, assegura proteção às mulheres (com o intuito de
protegê-las de violências sexuais) e idosos (em virtude da fragilidade física e emocional não raras vezes advindas
da avançada idade).
b) Preso Provisório: a exigência de o preso provisório ficar separado do condenado por sentença transitado em
julgado (art. 84) está assegurado tanto nas regras mínimas da ONU, como também na Convenção Americana
de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
c) Preso Primário: também se exige a separação entre preso primário e reincidentes, merecendo cada qual
processos diferentes de reabilitação. “Evitando-se o mais possível contágio e as nocivas influências do
condenado contumaz em relação ao primário”. (Mirabete, ob. Cit. 254/255)
d) Funcionário da Administração da Justiça Criminal: como forma de garantir a segurança diante de possíveis
represálias e atritos, a lei prevê seu recolhimento em prisão especial, isto é, em dependência separada.
Importante destacar que a guia de recolhimento deve fazer menção acerca dessa qualidade (art. 106 § 3º).
a) Penitenciária: destina-se ao condenado à pena de reclusão em regime fechado. Insta destacar que a União,
os Estado e o Distrito Federal poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos
provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado.
O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório (art. 88).
Sendo que cada unidade celular deve contar com ambiente salubre com areação, insolação e condicionamento
térmico adequado à existência humana e área mínima de 6,00 m² (seis metros quadrados). Além dos requisitos
anteriormente listados, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestantes e parturientes e de
creche (art. 89) para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com finalidade de
assistir a criança cuja responsável esteja presa.
Por outro lado, a LEP determina que a penitenciária para homens será construída, em local afastado do centro
urbano, à distância que não restrinja a visitação. A medida se justifica por motivos de segurança.
c) Casa do Albergado: destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena
de limitação de final de semana (art. 93). Entretanto, considerando a carência de estabelecimento desse gênero,
na prática, o juiz da execução vem substituindo a necessidade de recolhimento em Casa do Albergado pela
prisão domiciliar. Quanto à limitação de final de semana, na ausência da Casa poderá ela ser substituída pela
apresentação mensal em juízo.
O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade. Dentro desse espirito, o prédio que
serve ao abrigo dos reeducandos deverá situar-se em centro urbano (facilitando o acesso ao trabalho e a
escola), sem obstáculos físicos contra a fuga (art. 94).
Segundo o art. 95 da LEP determina que em cada região (circunscrição judiciária) tenha uma Casa do Albergado,
contendo além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
d) Centro de Observações: onde se realizam os exames gerais e o criminológico, do qual os resultados serão
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação (art. 96). O Centro de Observações será instalado em
unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal (art. 97). Mesmo quando instalados em anexo a
estabelecimento penal, não deve se limitar aos exames gerais e criminológicos, devendo produzir também
pesquisas de criminológicas.
Atenção: os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, quando houver falta do
Centro de observações (art. 98).
A obrigatoriedade (art.100) exames psiquiátricos e os demais exames tem o condão de instituir um diagnóstico
psiquiátrico, um tratamento e um prognóstico. Será realizado no termino do prazo mínimo de internação (1 a
3 anos) ou a qualquer tempo, se determinar o juiz da execução, com o objetivo de averiguar a cessação da
periculosidade para fins de desinternação ou prorrogação da internação, conforme o caso.
O tratamento ambulatorial previsto no artigo 97 do CP (mais brando que a internação) poderá ser realizada em
hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou em outro lugar com dependência médica adequada (art. 101),
tanto público como privado.
f) Cadeia Pública: destina-se ao recolhimento de presos provisórios. A Cadeia Pública será instalada próximo
ao centro urbano, onde cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse
da Administração da Justiça Criminal e permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
Atenção: a Cadeia Pública e o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico devem observar as exigências
mínimas da Penitenciária, conforme art. 88, parágrafo único, a saber: cada unidade celular deve contar com
ambiente salubre com areação, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana e área
mínima de 6,00 m² (seis metros quadrados).
Jurisprudências:
Questões de Concurso:
(CESPE/2019 - DEPEN - Agente Penitenciário Federal) De acordo com a Lei de Execução Penal, o diretor de
estabelecimento penal deve possuir formação em qual área?
A) Pedagogia.
B) Direito.
C) Medicina.
D) Biologia.
Resposta: B) Direito.
(FCC/2019 - TJ-RO - Analista Judiciário) O regime semiaberto pressupõe o cumprimento da pena em colônia
agrícola, industrial ou similar, segundo a Lei de Execução Penal. Acerca desse regime, é correto afirmar que:
A) A autoridade administrativa pode transferir para o regime fechado, a qualquer tempo, o condenado que
praticar fato definido como crime doloso ou falta grave.
B) O condenado que cumpre pena em regime semiaberto poderá obter autorização para saída temporária do
estabelecimento, sem vigilância direta, nos termos da lei.
C) O preso em regime semiaberto pode trabalhar externamente durante o dia, retornando ao
estabelecimento penal apenas para dormir.
D) O estabelecimento penal que abriga condenados ao cumprimento de pena em regime semiaberto deve ter
lotação compatível com a sua estrutura e finalidade.
Resposta: B) O condenado que cumpre pena em regime semiaberto poderá obter autorização para saída
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos termos da lei.
Exemplo Prático:
Um juiz da Vara de Execuções Penais foi informado pelo diretor de um presídio de que um agente
penitenciário havia iniciado um relacionamento amoroso com uma detenta. O magistrado, então, determinou
a apuração dos fatos e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o agente, que acabou
sendo exonerado do cargo.
Nesse caso, observa-se a preocupação do juiz em proteger a integridade física e moral das detentas, bem
como a aplicação das regras que exigem que somente sejam admitidos homens nos estabelecimentos penais
destinados a mulheres em casos de necessidade de pessoal técnico especializado. Além disso, foi cumprido o
art. 75 da LEP, que exige que o diretor do estabelecimento penal seja alguém com formação adequada,
experiência na área e reconhecida aptidão para o desempenho da função.
Motivação:
A motivação para o texto sobre os estabelecimentos penais é evidenciar a importância das regras e diretrizes
que regulam o funcionamento desses locais e a execução penal como um todo. Com base na Lei de Execução
Penal, é possível observar que as instituições prisionais devem oferecer condições dignas e seguras para os
indivíduos que cumprem pena ou medidas de segurança, além de contar com uma estrutura adequada para
garantir a assistência, a educação, o trabalho e a recreação dos internos.
Além disso, o texto destaca a necessidade de se respeitar a separação de presos por critérios como idade,
sexo, periculosidade e antecedentes criminais, de forma a evitar contágio e influência nociva entre diferentes
grupos. Ainda, é ressaltada a importância de se ter um quadro de pessoal especializado e bem preparado para
atender às demandas dos estabelecimentos penais, com a devida formação e reciclagem constante.
Por fim, o texto apresenta as diferentes espécies de estabelecimentos penais, suas especificidades e finalidades,
mostrando como cada um deles deve ser estruturado para atender às necessidades dos diferentes grupos de
indivíduos submetidos à execução penal. Assim, a motivação do texto é esclarecer sobre os princípios que
regem o funcionamento dos estabelecimentos penais e a execução penal, a fim de garantir o respeito aos
direitos humanos e a reintegração social dos indivíduos submetidos a essa condição.
A execução da pena privativa de liberdade só terá início com a expedição da guia (art. 105) de recolhimento,
instrumento executivo, orientando a individualização da sanção, fornecendo elementos sobre os antecedentes
e o grau de instrução do condenado, o relato do fato criminoso e outras peças do processo reputadas
indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário (art. 106).
Atenção: não se confundem o início do processo de execução, que exige o transito em julgado da sentença,
com o início da execução da pena, demandado o recolhimento do condenado à prisão.
A guia de recolhimento deve ser extraída pelo escrivão (art. 106), que rubricará em todas as folhas e a assinará
com o juiz, devendo remetê-la, em seguida, à autoridade administrativa incumbida da execução da pena. A guia
de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou tempo de
duração (art. 106, §2º). Para que ela seja expedida é fundamental a prisão do condenado (art. 105).
Cumprida ou extinta a pena (por qualquer causa) o condenado será posto em liberdade, se por outro motivo
não estiver preso, por meio de alvará de soltura que deverá ser expedido pelo juiz da execução responsável
(art. 109).
O agente imputável na época do crime deve cumprir pena. Já o inimputável será submetido a medida de
segurança. E no caso de agente capaz na data da conduta, mas que desenvolve anomalia psíquica no curso da
execução da pena (superveniência de doença mental)?
Ao analisar o caso concreto o juiz da execução optará entre uma simples internação para tratamento e cura de
doença passageira (art. 108), hipótese em que o tempo de tratamento será considerado como pena cumprida,
ou substituição da pena privativa de liberdade em medida de segurança (art. 183) em se tratando de anomalia
não passageira, seguindo, no caso os ditames dos artigos 96 e seguintes do CP.
10.2 Dos Regimes:
O juiz, na sentença, estabelecerá o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade, conforme
parâmetros estabelecidos pelo art. 33 do Código Penal, o qual considera a quantidade da pena como principal
(mas não único) critério orientador.
a) O condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
Atenção: o cumprimento das penas por crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico de drogas e o
terrorismo terão início no regime fechado (art. 2º, §1º, Lei 8.072/90).
O STF no HC 111840 de 2012 reconheceu a inconstitucionalidade do art. 2º, §1º, da Lei 8.072/90, para
determinar na espécie o regime semiaberto para condenado por crime de tráfico. (Informativo 672, STF)
Quando houver mais de uma condenação contra a mesma pessoa, no mesmo processo ou em processos
distintos, deve o juiz somar as penas impostas (art. 111), observando a possibilidade de detração (art. 42, CP) e
remição (art. 126, LEP). Sobrevindo condenação no curso da execução da pena, somar-se-á a pena ao restante
da pena que está sendo cumprida, para determinar o regime.
O incidente pode ser iniciado por determinação do juiz (ex officio) ou mediante requerimento do Ministério
Público, do advogado, do defensor público ou do próprio sentenciado.
No âmbito da execução penal, ocorreram mudanças significativas, antes da Lei nº 13964/2019, a progressão de
regime era executada de forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo magistrado nos casos concretos, após o cumprimento de 1/6 para delitos comuns, e 2/5 para delitos
equiparados a hediondos primários, bem como 3/5 para reincidentes.
I – 16% da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou
grave ameaça;
II – 20% da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
III – 25% da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou
grave ameaça;
IV – 30% da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
V – 40% da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário;
VI – 50% da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, VEDADO O
LIVRAMENTO CONDICIONAL;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a
prática de crime hediondo ou equiparado; ou
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII – 60% da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado;
VIII – 70% da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado
morte, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL.
Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária,
comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. A decisão do juiz
que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério
Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional,
indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
No tocante à Lei de Drogas, permaneceu a redação do artigo 33, §4° da Lei 11.343, referente ao tráfico de
drogas em sua modalidade privilegiada, não sendo equiparado a delito hediondo.
No caso das mulheres gestantes ou responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para
progressão de regime são, cumulativamente:
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
III – ter cumprido ao menos 1/8 da pena no regime anterior;
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
V – não ter integrado organização criminosa.
Progressão em saltos:
Prevalece o entendimento de que não existe progressão em saltos (regime fechado para o aberto). Reconhece-
se, porém, que, comprovada a culpa do Estado na demora na transferência do reeducando a progressão por
saltos é cabível, forma de sanção para uma administração inerte e/ou ineficiente.
Súmula 491 – STJ É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
Na progressão do semiaberto para o aberto, além dos requisitos subjetivos e objetivos genéricos, a LEP exige,
ainda, que sejam observadas as condições e os pressupostos previstos nos arts. 113, 114, expressos a seguir:
a) Aceitação de seu programa e das condições impostas pelo juiz (art. 113).
b) Estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente (art. 114, I).
Atenção: as pessoas referidas no art. 117 LEP podem ser dispensados do trabalho.
c) Apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios
de que irá ajustar-se, com a autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime (art. 114, II).
O juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes
condições gerais e obrigatórias:
a) Permanecer em local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga.
b) Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.
c) Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial.
d) Comparecer a juízo, para informar e justificar suas atividades, quando for determinado.
Atenção: o juiz poderá estabelecer outras condições (especiais), o que não significa impor ao condenado pena
que a lei não comina ao delito praticado, em razão do princípio da legalidade.
Ainda segundo o artigo 116 da LEP o juiz poderá modificar as condições anteriormente estabelecidas a fim de
que possa adaptá-las à nova realidade do condenado. Imaginemos que o reeducando mude o horário ou o local
de trabalho, ou qualquer outra situação que dificulte a sua reinserção social, ele deverá comunicar ao juiz para
que sejam realizadas as modificações necessárias.
Súmula 493 – STJ É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime
aberto.
Atenção: na transferência do semiaberto para o aberto, o requisito temporal deve observar o restante da pena.
13. Regressão de Regime:
Há situações em que a pena privativa de liberdade ficará sujeita à regressão (transferência do preso para o
regime mais gravoso), da simples leitura do art. 118, percebe-se que a regressão pode gerar a transferência do
reeducando para qualquer dos regimes mais rigorosos (em salto). Logo, o sentenciado, dando causa à regressão,
pode saltar do aberto direto para o fechado, não havendo necessidade de passar antes, pelo semiaberto.
As causas de regressão estão elencadas no artigo 118, vejamos:
Atenção: crime culposo e contravenção penal não geram, por si só, a regressão, mas podem indicar que o
reeducando frustra os fins da execução, possibilitando a sua transferência do regime aberto para qualquer outro
mais rigoroso (art. 118, § 1º).
b) Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução torne incabível
o regime.
A domiciliar prevista na Lei de Execução Penal diferencia-se da prevista no Código de Processo Penal. Para
explicar os institutos e suas diferenças, vejamos o quadro a seguir:
Prisão Penal
O condenado beneficiado pelo art. 117 da LEP pode ser obrigado ao uso
Atenção de aparelho que permita sua monitoração eletrônica.
A Lei de Execução Penal prevê a permissão de saída (art. 120 e 121) e a saída temporária (art. 122 a 125) como
espécies de autorizações de saída. Para diferenciá-las criamos o seguinte quadro
Autorização Permissão de Saída Saída Temporária
De (Arts.120 e 121 da LEP) (Arts.120 e 121 da LEP)
Saída
16. Remição:
Consiste na possibilidade que tem o condenado (regime fechado e semiaberto) de reduzir o tempo de
cumprimento da pena, dedicando-se, para tanto, ao trabalho e/ou estudos, observando as regras dos artigos
126 a 128 da LEP. O tempo remido será computado como pena cumprida para todos efeitos.
14.1 Remição por trabalho: consiste no direito do condenado, que, por meio do trabalho pode reduzir o tempo
da pena privativa de liberdade cumprida em regime fechado ou semiaberto na razão de 1 (um) dia de pena a
cada 3 (três) dias trabalho.
Atenção: não existe previsão de remição pelo trabalho para quem cumpre a pena em regime aberto ou desfruta
do livramento condicional.
14.2 Remição por estudo: consiste no direito do condenado, que, por meio do estudo, pode reduzir o tempo
da pena privativa de liberdade cumprida em regime fechado ou semiaberto ou aberto na razão de 1 (um) dia
de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar, divididas em no mínimo 3 (três) dias. O preso que concluir
o ensino fundamental, médio, ou superior, durante o cumprimento da pena, será beneficiado com acréscimo
de 1/3 no tempo a remir em função das horas de estudos. Os estudos poderão ser frequentados
presencialmente ou à distância.
Atenção: diferentemente do trabalho, o estudo admite remição, mesmo para quem cumpre pena em regime
aberto e livramento condicional.
14.3 Revogação:
O cometimento de falta grave não implica na perda de todos os dias remidos. Conforme nova redação do artigo
127, o condenado poderá perder 1/3 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração
disciplinar.
O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir, no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com
a remição. É possível a cumulação de remição por trabalho e estudo desde que as horas se compatibilizem.
O monitoramento eletrônico, a ser determinado pelo juiz, consiste numa eficaz forma de vigilância do
condenado, interessante método de controle de sua localização, instrumento de fiscalização do cumprimento
das decisões judiciais, servindo, também, como alternativa ao cárcere.
15.1 Cabimento:
b) Prisão domiciliar
Atenção: a lei 12.403/11 também previu o monitoramento eletrônico, porém como medida cautelar alternativa
à prisão preventiva (art. 319, IX, CPP).
Visando a efetividade da medida, o preso submetido ao monitoramento eletrônico receberá instruções acerca
dos cuidados que deverá tomar com o equipamento (art. 146-C), sendo alertado dos seguintes deveres:
a) Receber visitas do servidor responsável pela monitoração, responder seus contatos e cumprir suas
orientações.
b) Abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração
eletrônica ou de permitir que outrem o faça.
15.2 Revogação: