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LEI DE EXECUÇÃO PENAL – L. 7.

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1.Quais os objetivos da LEP?


Efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para
a harmônica integração social do condenado e do internado.
2. A quem se a aplica a LEP?
Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça
Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Na conformidade com CPP.
(SÚMULA 192 - STJ)  AINDA QUE CONDENADO NA JUSTIÇA MILITAR OU ELEITORAL A
RESPONSABILIDADE É DA JUSTIÇA ESTADUAL

Compete ao Juízo das Execuções Penais do estado a execução das penas impostas a
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos a administração estadual.

3. A quem o estado deverá recorrer nas atividades de execução de penas e da


medida de segurança?
A comunidade.
4.Como serão classificados os condenados?
Antecedentes, personalidade para orientar a individualização da pena.
5. Quem elabora o programa individualizador de pena privativa de liberdade e
adequa ao condenado ou ao preso provisório?
CTC – Comitê técnico de classificação
6.Qual a composição do comitê técnico de classificação? E por quem será
presidida? Em qual tipo de pena?
No mínimo:
2 Chefes de serviço
1 Psiquiatra
1 Psicólogo
1 Assistente social
Presidida pelo diretor do estabelecimento penal.
***Quando se tratar de pena privativa de liberdade.
7. Nos demais casos se referem às penas que não sejam privativas de liberdade,
como, por exemplo, as restritivas de direitos quem irá integrar a CTC?
Nos demais casos a comissão atuara junto ao juízo de execução e será integrada por
fiscais do serviço social.
8.No caso do Exame Criminológico é obrigatório?
A) Para aqueles que iniciaram em regime fechado, o exame criminológico é
obrigatório.
B) O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa,
bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual
contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil
genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica
adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional.
C) Para quem for iniciar em regime aberto, o exame criminológico é facultativo, pois a
legislação usa a expressão ‘’poderá’’.

9.E nos casos de condenados por crimes dolosos praticado com violência grave
contra a pessoa, crime contra a vida, crime contra liberdade sexual ou crime
sexual contra vulnerável, como se aplica o exame criminológico?
Nesse caso o exame é obrigatório, sendo extraído o DNA, e guardado em banco de
dados sigiloso.
10.Em que caso o banco de dados sigiloso de DNA (genético), pode ser
utilizado?
A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer, ao juiz competente, no
caso de IP instaurado.
11. Para o titular dos dados genéticos é disponibilizado esses dados?
É disponibilizado o acesso aos dados bem como a todos os documentos da cadeia de
custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa.
12.Para a progressão de regime é obrigatório a realização do exame
criminológico?
O exame criminológico não é mais necessário para progressão de regime, sendo
necessário apenas um atestado emitido pelo diretor do estabelecimento, no qual
ateste o bom comportamento do preso.

STJ – Súmula n. 439


– Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em
decisão motivada. (O JUIZ das execuções DEVE MOTIVAR, nesse caso pode ser
exigido/obrigatório)

Súmula Vinculante n. 26
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n.
8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não,
os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de
modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
13.Quais são as assistências que o preso, condenado e internado tem direito?
Assistência social, Assistência religiosa, Assistência ao egresso, Assistência material,
Assistência à saúde, Assistência jurídica, Assistência educacional.
14. Quais são as características da assistência social?

I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;


II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do
liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e
do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da
vítima.

15.Quais são as características da assistência religiosa?


• O preso tem direito à assistência religiosa, não sendo permitido ao Estado a
interferência na religião;
• Garantia de liberdades (liberdade de culto);
• Permissão (NÃO OBRIGATORIEDADE) de participação nos serviços organizados no
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa;
• Local apropriado para os cultos religiosos. O local deverá atender a todas as
religiões.
16. Quem é o EGRESSO?
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova
17. Quais são as assistências ao egresso?
I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento
adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única
vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de
emprego.
Obs.: o prazo só poderá ser prorrogado com a declaração do assistente social.
O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de
trabalho.
18.No que consiste a assistência material?
Fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas
suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e
objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
Ou seja, pode ter uma “vendinha”. Contudo, no estabelecimento prisional federal, não
é permitido, pois o preso recebe apenas o que o estado fornece.

Penitenciária

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório,
aparelho sanitário e lavatório.

Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:

a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e


condicionamento térmico adequado à existência humana;

b) área mínima de 6,00 m² (seis metros quadrados).

19.No que consiste a assistência a Saúde?


Compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência
médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da
direção do estabelecimento. (não é atribuição do juiz)
Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e
no pós-parto, extensivo ao recém-nascido

20.No que consiste a assistência jurídica?


Destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir
advogado.
As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e
gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais (UFs
prestar auxílio estrutural, pessoal e material).
**Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao
atendimento pelo Defensor Público. (INTRAMUROS)
**(Fora dos estabelecimentos penais) Destina-se também aos réus, sentenciados em
liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir
advogado → Núcleos Especializados da Defensoria Pública. (EXTRAMUROS)
21.No que consiste a assistência educacional?

 Compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do


internado.
 Apoio administrativo e financeiro da União.
 Oferecimento de cursos supletivos de educação de jovens e adultos.
 Programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de
ensino
 As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades
públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
especializados.
 Biblioteca em cada estabelecimento (livros instrutivos, recreativos e didáticos).
 Censo penitenciário (condições educacionais)

“A LEP dispõe que o censo penitenciário irá apurar as condições educacionais. A moderna
gestão pública trabalha com dados e informações, pois, assim poderá alterar a realidade.”

22.Na assistência educacional o condenado/internado tem alguma obrigação?


O ensino de 1º grau será obrigatório. O ensino médio, regular ou supletivo, com
formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos
presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.

EC n. 59/2009:

– Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria.

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