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Lei de Execução Penal LEP 7.

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A execução penal (cumprimento da pena) tem por objetivo EFETIVAR as disposições de sentença ou decisão criminal e
proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado de volta a sociedade. Toda
a jurisdição penal dos juízes ou tribunais de justiça ordinária (justiça comum) será exercida no processo de execução
de acordo com essa lei e o CPP.

 A LEP é aplicada tanto ao preso provisório quanto ao condenado pela justiça Eleitoral ou Militar, quando
recolhido a estabelecimento (presídio) sujeito à jurisdição ordinária (comum).
 O ESTADO DEVERÁ RECORRER À COOPERAÇÃO DA COMUNIDADE NAS ATIVIDADES DE EXECUÇÃO DA PENA
E DA MEDIDA DE SEGURANÇA.

PRINCÍPIOS DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Princípio da legalidade
Princípio da igualdade ou isonomia
Princípio da individualização da execução penal
Princípio da jurisdicionalidade
Princípio do devido processo legal
Princípio reeducativo ou da ressocialização
Princípio da humanização das penas

1. Do condenado e do internado
A LEP prevê uma individualização dos presos. Os condenados são classificados segundo seus ANTECEDENTES e sua
PERSONALIDADE por uma Comissão Técnica de Classificação presidida pelo diretor e composta por:

 2 chefes de serviço
 1 psiquiatra
 1 psicólogo
 1 assistente social (quando o preso for condenado a PPL)

Nos demais casos (penas restritivas de direito ou medidas de segurança), a Comissão atuará junto ao juízo da
execução e será integrada por fiscais do serviço social.

 O coe com vistas condenado a PPL em regime fechado será submetido a exame criminológico para obtenção
de elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.

EXAME DE CLASSIFICAÇÃO EXAME CRIMINOLÓGICO


É amplo e genérico Exame específico
Orienta o modo de cumprimento da pena, norte da Busca construir prognóstico de periculosidade, partindo
ressocialização. do binômio ‘’delito-delinquente’’.
Envolve aspectos relacionados com a personalidade do Envolve a parte psicológica e psiquiátrica, atestando a
condenado seus antecedentes, sua vida familiar e social, maturidade e disciplina do reeducando, sua capacidade
sua capacidade laborativa. de suportar frustrações

A comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e
tenso sempre presentes peças ou informações do processo, poderá

 Entrevistar pessoas
 Requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado
 Realizar outras diligências e exames necessários

O artigo 9º dispôs que a identificação criminal, baseada no perfil genético, será obrigatória para os condenados por
crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, qualquer crime do artigo 1º da lei
8.072.
Eles serão obrigatoriamente submetidos à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA – por técnica
adequada e indolor.

OBSERVAÇÃO: O procedimento de identificação criminal previsto na LEP NÃO INCLUI os delitos de natureza culposa
ou os crimes nos quais a violência empregada resulte em lesão corporal leve.

- A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados SIGILOSO, conforme regulamento a ser
expedido pelo PE. Assim, a autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de
inquérito instaurado, o acesso a esse banco de dados.

Identificação civil Identificação criminal


É a pessoa que possui um dos documentos de Existem três espécies:
identificação civil previstos no art. 2º da lei 12.037/09 a) Identificação fotográfica
(carteira de identidade, trabalho, passaporte etc.). b) Identificação dactiloscópica (digitais)
c) Coleta de material biológico para a obtenção do
perfil genético.

2. Da assistência
A assistência ao preso e ao internado é DEVER DO ESTADO. Tem o duplo objetivo de PREVENIR o crime e orientar o
RETORNO à convivência em sociedade, estendendo essa assistência a saída do condenado. Essa assistência será:

 Material
 À saúde
 Jurídica ASSISTÊNCIA DO ESTADO PARA O
 Educacional PRESO QUE ESTÁ CUMPRINDO A
 Social PENA
 Religiosa

MATERIAL Fornecimento de alimentação, vestuário e instalações


higiênicas. (pode ter locais de venda de produtos e
objetos permitidos que não são fornecidos pela adm).
SAÚDE Tem caráter preventivo e curativo.
Atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
É assegurado a mulher e ao recém-nascido
atendimento.
JURÍDICA Serviços de assistência jurídica para os que não tem
condições de constituir advogado.
A unidades da federação devem dar auxílio estrutural,
pessoal e material à defensoria pública.
Vai ter lugar especial para os defensores nas cadeias.
Fora da cadeia também vai ter núcleos especializados.
EDUCACIONAL O 1º grau é obrigatório.
O ensino médio e técnico será mantido com o apoio da
UNIÃO. Pode ter convênio com entidades públicas ou
particulares.
(deve haver um senso para ver a escolaridade dos
presos, as condições de materiais e bibliotecas).
ASSISTÊNCIA SOCIAL Ampara os presos e os internados.
RELIGIOSA Lugar e livros para os cultos.
Ninguém é obrigado a participar

 DO TRABALHO
A finalidade dos trabalhos dos condenados é com a finalidade educativa e produtiva. Os trabalhos devem atender as
precauções de segurança e higiene. Não tem necessariamente que estar de acordo com o regime da CLT.
O trabalho do preso será remunerado de acordo com uma prévia tabela, não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo.

O condenado a PPL será OBRIGADO ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Para o preso provisório
não será obrigatório e só podem trabalhar dentro da cadeia.

Os doentes e os deficientes só poderão trabalhar de acordo com suas condições.

 A jornada de trabalho não pode ser inferior a 6 horas e não pode ser superior a 8 horas.
 Folgas nos domingos e feriados.
 O trabalho pode ser executado por empresas públicas com autonomia administrativa, para objetivar a
formação profissional do preso.
 O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço de obras públicas,
realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
 A liberação do preso será concedida mediante aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento
de no mínimo 1/6 da pena. (essa autorização pode ser revogada se o preso cometer algo ruim)

 DEVERES, DIREITOS E DISCIPLINA


Os condenados têm o dever além do seu estado a submissão às normas de execução da pena.

 Devem manter o comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença.


 Obedecer ao servidor e com qualquer um com quem ele se relacionar.
 Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados.
 Não se juntar com grupos que pretendem fugir, ou desobedecer às ordens.
 Submeter as sanções impostas.
 Executar as tarefas, trabalhos e ordens recebidas.
 Indenizar a vítima e seus sucessores.
 Indenização ao Estado referentes as despesas que têm com sua manutenção no presídio.
 Higiene pessoal e da cela.
 Conservação dos objetos pessoais.

Os condenados têm direito:

 Integridade física e moral perante as autoridades.


 Alimentação e vestuário.
 Trabalho e remuneração.
 Previdência social.
 Constituição de pecúlio.
 Tempo de trabalho e descanso.
 Assistência material.
 Visitas.
 Correspondências.
 Reunir com advogado.
 Contratar médicos por fora.

Disciplina

 Colaboração com a ordem, obediência.


 Não pode haver falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
 É PROIBIDO O USO DE CELA ESCURA.
 É PROIBIDO SANÇÕES COLETIVAS.

- FALTAS DISCIPLINARES

Podem ser leves, médias ou graves. As tentativas de faltas serão punidas como se a falta tivesse sido consumada.
CONDENADO A PPL CONDENADO À PENA RESTRITIVA
DE DIREITOS
FALTAS GRAVES  Incitar ou participar de  Descumprir a restrição
movimento para quebrar a imposta.
ordem ou a disciplina.  Retardar, injustificadamente,
 Fugir. o cumprimento da
 Ter instrumentos ou armas obrigação.
que possam machucar  Inobservar os deveres.
alguém.
 Provocar acidente de
trabalho.
 Descumprir no regime
aberto as condições
impostas.
 Ter aparelho telefônico.

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos,


as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.      
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as seguintes sanções: suspensão ou restrição de
direitos; isolamento; inclusão no RDD.

A prática de ato previsto como crime doloso constitui falta grave e vai ter uma sanção alheia (regime disciplinar):

- A duração máxima é de 360 dia e pode repetir se o preso cometer uma nova falta.
- Visitas semanais de 2 pessoas sem contar as crianças com duração de 2 horas.
- 2 Horas de banho de sol por dia.
(Esse regime também vale para os presos que tem alto risco de algum problema e recaiam suspeitas de algum ato
proibido).

 ORGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL


 Conselho nacional de política criminal e penitenciária: tem sede na capital da república, e é subordinado
ao Ministério da justiça. Tem 13 membros (professores, profissionais do direito da área, e representantes da
comunidade) com mandato de 2 anos renovado 1/3 em cada ano.

Eles propõem diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da justiça criminal e execução
das penas e das medidas de segurança. Contribuem na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento,
sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária. Promovem a avaliação periódica do sistema
criminal para sua adequação. Estimula e promove a pesquisa criminal. Estabelece regras sobre a arquitetura e
construção de cadeias e casas de albergado. Inspeciona e fiscaliza os estabelecimentos criminais.

 Juízo da execução: a execução penal competirá a um juiz indicado na lei local de organização judiciária e na
sua ausência ao da sentença.

Ele aplica aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo possa favorecer o condenado. Declara extinta a
punibilidade. Decide sobre a dosimetria da pena. Autoriza saídas temporárias. Determina a forma de cumprimento da
pena. Zela pelo correto cumprimento da pena. Inspeciona MENSALMENTE os estabelecimentos penais. Compõe e
instala o Conselho da Comunidade. Emite ANUALMENTE atestado de pena a cumprir.

 Ministério Público: Fiscaliza a execução da pena e da medida de segurança. Oficiando no processo


executivos e nos incidentes de execução.

Fiscaliza a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento.


Requerer: todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo. A instauração dos incidentes
de excesso ou desvio da execução. A aplicação da medida de segurança bem como a substituição da pena por medida
de segurança. A revogação da medida de segurança. A conversão de pena e do livramento condicional. A internação,
a desinternação e o reestabelecimento da situação anterior.

Interpõe recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária durante a execução.

 O conselho penitenciário. É o órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. (os membros são
nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos territórios, dentre professores e profissionais
da área do Direito penal, processual penal, penitenciário e ciências correlatas e representantes da
comunidade). O mandato tem duração de 4 anos.

Emitem pareceres sobre o indulto e comutação da pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
estado de saúde do preso. Inspecionam os estabelecimentos e serviços penais. Apresenta no 1º trimestre de cada ano
ao conselho nacional de política criminal e penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior.
Supervisionam os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

 Departamentos penitenciários.

Departamento Penitenciário Departamento penitenciário Local Direção e do pessoal dos


Nacional estabelecimentos penais
É subordinado ao MJ, é órgão A legislação local poderá criar * DIRETOR
executivo da Política Penitenciária departamento penitenciário ou Tem que ser formado em
Nacional e de apoio adm e órgão similar com as atribuições que direito/psicologia/ciências
financeiro do Conselho Nacional de estabelecer. sociais/pedagogia ou serviços
Política Criminal e penitenciária. - Tem a finalidade de supervisionar e sociais.
- Acompanha a fiel aplicação das coordenar os estabelecimentos Possuir experiência administrativa na
normas de execução penal em todo penais da Unidade da Federação a área.
território nacional. que pertencer. Ter idoneidade moral e aptidão
- Inspeciona e fiscaliza reconhecida para desempenhar.
periodicamente os estabelecimentos (ele se dedica em tempo integral,
e serviços penais. deve morar no estabelecimento ou
- Assiste tecnicamente as Unidades nas proximidades).
Federativas na implementação dos
princípios e regras estabelecidos na
LEP.
- Colabora com as Unidades
Federativas para a realização de
cursos de formação de pessoal e de
ensino para o condenado.
- Estabelece convênios com as
unidades federativas o cadastro
nacional das vagas existentes em
estabelecimentos locais destinadas
ao cumprimento de penas privativas
de liberdade.
- Acompanha a execução da pena de
mulheres com progressão especial.

 O PATRONATO: O patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos
egressos.

Albergados: os agentes que se encontram em regime aberto.


Egressos: são os definitivamente liberados, a contar de um ano da saída do sistema prisional e o liberado condicional.
Orientam os condenados à pena restritiva de direitos. Fiscaliza o cumprimento das penas de prestação de serviços à
comunidade e de limitação de fim de semana. Colabora na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão
e do livramento condicional.

 O conselho da comunidade. Cada comarca tem um conselho a comunidade composto por no mínimo:
 1 representante de associação comercial ou industrial
 1 advogado indicado pela seção da OAB
 1 defensor público indicado pelo D. público geral
 1 assistente social escolhido pela delegacia seccional do
conselho nacional de assistentes sociais.

Na falta de representação prevista neste artigo, ficará a critério do juiz da execução a escolha dos integrantes do
Conselho.

Eles visitam pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca. Entrevistam presos,
apresentam relatórios mensais ao juiz da execução e ao conselho penitenciário. Diligência a obtenção de recursos
materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado.

 A defensoria pública. Velará pela regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no
processo executivo e nos incidentes da execução, para defesa dos necessitados em todos os graus.

Cabe a defensoria pública requerer:

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;   


b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;                         
c) a declaração de extinção da punibilidade; 
d) a unificação de penas
e) a detração e remição da pena.
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de segurança; 
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a
comutação de pena e o indulto
i) a autorização de saídas temporárias
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;                     
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução
à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das
normas referentes à execução penal
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for
o caso, a apuração de responsabilidade
VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.          

   
3. ESTABELECIMENTOS PENAIS
Os estabelecimentos penais são destinados aos condenados, ao submetido a medida de segurança, ao preso
provisório e ao egresso.

 A mulher e o maior de 60 anos serão recolhidos separadamente em estabelecimento próprio adequado.


 Pode na mesma cadeia ter os estabelecimentos desde que sejam isolados.
 A cadeia deve ter áreas de serviço para assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.

Tem instalação destinada a estágio de estudantes universitários.


 Os presídios femininos têm que ter berçário, onde as condenadas possam cuidar das crianças e alimentar até
no mínimo os 6 meses de idade. (nesses presídios quem trabalha são exclusivamente agentes do sexo
feminino).
 Haverá salas de aulas para ensino técnico e profissionalizante.
 Haverá instalação para a defensoria pública.

Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares
desenvolvidas em estabelecimentos penais.

São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação.

O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.

PENITENCIÁRIA Condenados a pena de  O condenado será alojado em cela individual que conterá
reclusão em REGIME dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
FECHADO. São requisitos básicos: salubridade do ambiente e área mínima de 6
m².
Além desses requisitos, o presídio feminino terá uma seção para
gestantes e creche para abrigar crianças maiores de 6 meses e
menores de 7 anos.
 A União Federal, os Estados, o DF e os territórios poderão
construir cadeias destinadas exclusivamente aos presos
provisórios e condenados em regime fechado com regime
disciplinar diferenciado.
 A penitenciária de homens será construída em local
afastado do centro urbano e a uma distância que não
restrinja a visitação.
COLÔNIA Cumprimento de pena  O condenado poderá ser alojado em compartimento
AGRÍCOLA, em regime coletivo, observando os requisitos de salubridade do
INDUSTRIAL OU SEMIABERTO ambiente.
SIMILAR  São também requisitos básicos das dependências coletivas:
A seleção adequada dos presos e o limite de capacidade máxima
que atenda os objetivos de individualização da pena.
CASA DO Cumprimento de pena  O prédio deve ser situado em centro urbano, separado dos
ALBERGADO privativa de liberdade demais estabelecimentos e não ter obstáculos físicos
em REGIME ABERTO e contra a fuga.
da pena de  Em cada região deve ter pelo menos uma casa de
LIMITAÇÃO DE FIM DE albergado e deve ter espaço para acomodar os presos e
SEMANA. para cursos e palestras.
 Também terá instalações para serviços de fiscalização e
orientação dos condenados.
CENTRO DE  Realização de exames gerais e criminológicos e os
OBSERVAÇÃO resultados são encaminhados à Comissão Técnica de
Classificação.
 Podem ser realizadas pesquisas criminológicas.
 Será instalado em unidade autônoma ou em anexo a
cadeias.
HOSPITAL DE  Destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis:
CUSTÓDIA E Doentes mentais ou desenvolvimento mental incompleto ou
TRATAMENTO retardado e quem não tinha noção do delito por essa razão.
PSIQUIÁTRICO  Devem atender aos requisitos básicos dos demais
estabelecimentos.
 O exame psiquiátrico é obrigatório a todos os internados.
CADEIA PÚBLICA Recolhimento de  Cada comarca tem que ter pelo menos 1 cadeia pública.
PRESOS PROVISÓRIOS  A cadeia será instalada próximo ao centro urbano e ter as
exigências mínimas do art. 88 (requisitos básicos).
4. EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

 PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Transitada em julgado a sentença que aplica a PPL, se o réu estiver ou vier a ser preso, o juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução.

- A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão (ele vai rubricar todas as páginas e assinará com o juiz) será remetida
à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

 O nome do condenado
 Qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial.
 O inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória e a certidão do trânsito em julgado.
 Informação sobre os antecedentes e grau de instrução.
 A dará da terminação da pena.
 Outras peças do processo reputadas indispensáveis.

- O MP terá a ciência da guia de recolhimento.


- NINGUÉM SERÁ RECOLHIDO PARA CUMPRIMENTO DE PPL SEM A GUIA EXPEDIDA PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA.

REGIME:

O juiz na sentença vai estabelecer o regime que o condenado cumprirá da PPL. Quando houver condenação por mais
de um crime, no mesmo processo ou em distintos a determinação do regime será feita pelo resultado da soma ou da
unificação das penas.

 A pena privativa de liberdade será executada em forma PROGRESSIVA com a transferência para o
regime menos rigoroso a ser determinado pelo juiz, quando o preso tiver cumprido 1/6 da pena no
regime anterior e ter bom comportamento comprovado pelo diretor.
 A decisão será sempre precedida pelo MP e o defensor.
 É a mesma coisa para a concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas.
 O ingresso em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo juiz.

Só pode ingressar no regime aberto o condenado que estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo
imediatamente; apresentar pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido fundados
indícios de que irá se ajustar com autodisciplina e senso de responsabilidade no novo regime.

Permissão de saída Saída temporária


 Os condenados que cumprem a pena em  Os condenados que cumprem a pena em
regime fechado ou semiaberto e os presos regime semiaberto poderão obter autorização
provisórios poderão obter permissão para sair para saída temporária sem vigilância direta nos
do estabelecimento, mediante escolta, quando casos:
ocorrer os fatos: - Frequência a curso supletivo, profissionalizante, ensino
- Falecimento ou doença grave do cônjuge, médio e superior na comarca do juízo da execução.
companheiro, ascendente, descendente ou irmão. - participação em atividades que concorram para o
- Necessidade de tratamento médico. retorno do convívio social.
 A permissão será concedida pelo diretor.  A ausência de vigilância não impede a utilização
 A permanência do preso fora do de tornozeleira eletrônica quando o juiz da
estabelecimento terá duração necessária à sua execução determinar.
finalidade.  A autorização será concedida por ato motivado
do juiz, ouvidos o MP e a adm penitenciária.
 A autorização deve ter no máximo 7 dias
podendo ser renovada 4 vezes.
 Remissão: o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto pode remir parte da execução
pena por trabalho ou por estudo.

- 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar, divididas no mínimo em 3 dias.


- 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho.

 A remissão será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o MP e a defesa.


 Em caso de falta grave o juiz poderá revogar 1/3 do tempo remido.

LIVRAMENTO CONDICIONAL

O livramento condicional é a fase mais benéfica da execução da pena, tendo em vista quem nesse regime, o apenado
está de certo modo protegido dos efeitos nefastos provocados pelo confinamento. Consiste na liberdade antecipada
do apenado e depende do cumprimento de determinadas exigências previamente estabelecidas.

 Pode ser concedido pelo juiz da execução, ouvidos o MP e o conselho penitenciário.


 Deferido o pedido o juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
 Requisitos impostos a todos os liberados:

1º obter ocupação lícita.


2º comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação.
3º não mudar o território da comarca do juízo da execução sem prévia autorização.

MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
O juiz poderá definir a fiscalização eletrônica quando:
 Autorizar a saída temporária no regime semiaberto
 Determinar a prisão domiciliar.
O condenado será instruído dos cuidados que devem ser tomados como receber visitas do servidor responsável pela
monitoração, responder os seus contatos e cumprir suas orientações. De não danificar ou remover o aparelho.
A violação desses deveres pode acarretar:
I- A regressão do regime
II- A revogação da autorização de saída temporária
III- A revogação da prisão domiciliar.
IV- Advertência por escrito.

 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO


Transitada em julgado a sentença que aplicou a PRD o juiz de execução de ofício ou a requerimento do MP
promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou
solicitá-la a particulares.

 Em qualquer fase da execução, poderá o juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de
prestação de serviços à comunidade e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa
comunitário ou estatal.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE


COMUNIDADE DIREITOS
O juiz da execução deve: Caberá ao juiz determinar a Caberá ao juiz da execução
i. Designar a entidade ou intimação do condenado, dando comunicar à autoridade competente
programa comunitário ciência do local, dias e horários que a pena aplicada, determinada a
estatal devidamente deve cumprir a pena. intimação do condenado.
credenciado. A execução vai ter início a partir do
ii. Determinar a intimação primeiro comparecimento.
do condenado, Pode ser ministrados cursos e
cientificando-o da palestras ou atribuídas atividades
entidade, dias e horário. educativas.
iii. Alterar a forma de - Em caso de violência contra a
execução. mulher o juiz pode determinar o
O trabalho terá a duração de 8 horas comparecimento obrigatório do
semanais e será realizado aos agressor a programas de
sábados, domingos e feriados, ou recuperação e reeducação.
em dias úteis de modo a não Também terá relatório mensal.
prejudicar a jornada de trabalho
normal.
Vai ter relatório mensal da entidade.
A execução inicia no 1º
comparecimento

SUSPENSÃO CONDICIONAL

 O juiz poderá suspender, pelo período de 2 a 4 anos, a execução da pena PPL, não superior a 2 anos.
 O juiz ou tribunal na sentença que aplicar a PPL, com o tempo inferior a 2 anos deverá se pronunciar
motivadamente sobre a suspensão condicional se conceder ou não.
 Se intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 dias o réu não comparecer injustificadamente à
audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.

 PENA DE MULTA
Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo extrajudicial, o
MP requererá, em autos apartados, a citação do condenado para no prazo de 10 dias, pagar o valor da multa ou
nomear bens à penhora.

 Decorrido o prazo sem pagamento vai para a penhora.


 A nomeação de bens para a penhora seguirá a disposição do CPC.
 Se a penhora recair em bem imóvel os autos apartados serão remetidos ao juízo cível.
 Se o condenado ser acometido de doença mental a multa será SUSPENSA.

 DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA


Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a expedição de guia para a
execução.

Ninguém será internado em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou submetido a tratamento ambulatorial,
para cumprimento de medida de segurança sem a guia expedida pela autoridade judiciária.

 A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as
folhas e a subscreverá com o juiz, será remetida à autoridade adm incumbida da execução e conterá:
 Qualificação do agente e o número de registro geral
 O inteiro teor da denúncia e da sentença mais a certidão
transitada em julgado
 A dará em que terminará o prazo mínimo de internação ou do
tratamento.
 Outras peças reputadas indispensáveis.
 Da cessação da periculosidade:

Será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do
agente, observando o seguinte:

I. A autoridade adm, até 1 mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao juiz
minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida.
II. O relatório será instruído com o laudo psiquiátrico
III. Juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o MP e o
curador ou defensor, no prazo de 3 dias para cada um
IV. O juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver
V. O juiz poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de
segurança,
VI. Ouvidas as partes ou realizadas as diligências o juiz proferirá a decisão no prazo de 5 dias.

Transitada em julgado a sentença, o juiz expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.

5. DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO


Das conversões de pena

Pena privativa de liberdade não O condenado a esteja cumprindo em Pena Restritiva de direitos
superior a 2 anos regime aberto.
Tenha sido cumprida pelo menos ¼ da
pena
Os antecedentes e a personalidade
indiquem ser recomendável a
conversão

 A Pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses do art. 45 do CP.
 A pena de prestação de serviços a comunidade será convertida quando o condenado:
a)Não for encontrado por estar em lugar incerto.
b)Não comparecer ao lugar que devia prestar serviço.
c)Se recusar a prestar o serviço.
d)Praticar falta grave.
e)Sofrer condenação por outro crime.
 A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao
estabelecimento designado para o cumprimento da pena, se recusar a exercer a atividade.
 A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer injustificadamente,
o direito interditado ou as hipóteses das letras acima.

6. Do excesso ou desvio
Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em
normas legais ou regulamentares.

 Podem solicitar o incidente de excesso ou desvio:


I. O MP
II. O conselho penitenciário
III. O sentenciado
IV. Qualquer dos demais órgãos da execução penal.
ANISTIA INDULTO
Atinge todos os efeitos penais decorrentes da prática do É a forma de perdão da pena concedido pelo
crime, referindo-se, assim a fatos e não a pessoas. Pode presidente. É destinado aos sentenciados que cumprem
ser condida antes ou depois do trânsito em julgado. PPL e que se enquadrem nas hipóteses indulgentes
 Concedida a anistia o juiz de ofício a previstas no decreto presidencial
requerimento do interessado ou do MP por  . o indulto individual poderá ser provocado por
proposta da autoridade administrativa ou do petição do condenado, por iniciativa do MP, do
conselho penitenciário declarará extinta a conselho penitenciário ou da autoridade adm.
punibilidade.

7. DO PROCEDIMENTO JUDICIAL
 O procedimento correspondente a essa lei será JUDICIAL, desenvolvendo-se perante o JUIZO DA EXECUÇÃO.
 O procedimento vai iniciar de ofício, a requerimento do MP, do interessado, de quem o represente, de seu
cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do conselho penitenciário ou ainda da autoridade adm.
 A portaria ou petição será autuada ouvindo-se em 3 dias o condenado e o MP quando não figurem como
requerentes da medida.
 É desnecessária a produção de prova, o juiz decidirá de plano em igual prazo.
 Se precisar de provas o juiz decidirá depois.
 Das decisões do juiz cabe AGRAVOS SEM EFEITO SUSPENSIVO.

8. Disposições finais e transitórias


 O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
 O condenado por crime político não está sujeito a trabalho.
 Na falta de estabelecimento adequado as prisões serão em cadeias públicas.

A LEI ENTROU EM VIGOR COM A LEI DA REFORMA DA PARTE GERAL DO CP.

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