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O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇAO DOS DETENTOS

SENTENCIADOS A MEDIDA DE SEGURANÇA

Estefane Monteiro Lacerda

RESUMO

Neste artigo, vamos falar sobre medidas de segurança que são usadas como punição, de
acordo com o Código Penal. Tal como a segurança pessoal dos indivíduos portadores de
acometimentos mentais, bem como a coletividade que convive diariamente com tais pessoas.
É notável que ao longo dos tempos os indivíduos que sofrem de transtornos mentais se
deparam com estigma da sociedade acerca da marginalização dessas condições físicas, com
tudo muitos estudos e análises que vem sendo desenvolvidos com a ajuda da modernidade
para compreender o que acontece na mente de tais indivíduos e como lidar com eles. Tal fato
também é importante quando, pois, a sentença penal no tocante ao assunto, já que o médico
devidamente especializado é responsável por passar o diagnóstico minucioso e detalhado da
situação que o indivíduo é acometido, para que assim, a melhor solução possa ser encontrada.
Outrossim, atualmente, o sistema de sanção brasileira não anda em harmonia com as Leis de
Reforma Psiquiátrica, ocasionando um estilo de vida completamente desumano para os
detentos, não fazendo valer, assim, o papel de ressocialização. Assim, a temática tão
importante e pouco abordada será exemplificada neste estudo, que se baseia em livros e
artigos científicos com fundamentos sólidos.
Palavras chave: Medidas de segurança, Direito Penal, Inimputáveis, Ressocialização,
Pena.

ABSTRACT

In this article, we will talk about security measures that are used as punishment, according to
the Penal Code. Such as the personal safety of individuals with mental illnesses, as well as the
community that lives with such people on a daily basis. It is notable that over time,
individuals who suffer from mental disorders have faced stigma from society regarding the
marginalization of these physical conditions, with all the many studies and analyzes that have
been developed with the help of modernity to understand what happens in the mind of such
individuals and how to deal with them. This fact is also important when, therefore, the
criminal sentence regarding the matter, as the duly specialized doctor is responsible for
passing the thorough and detailed diagnosis of the situation that the individual is affected, so
that the best solution can be found. . Furthermore, currently, the Brazilian sanction system is
not in harmony with the Psychiatric Reform Laws, causing a completely inhumane lifestyle
for inmates, thus not fulfilling the role of resocialization. Thus, this important and little-
addressed topic will be exemplified in this study, which is based on books and scientific
articles with solid foundations.
Keywords: Security measures, Criminal Law, Unaccountable, Resocialization, Penalty.

INTRODUÇÃO

No nosso país, a medida de segurança com esse nome devidamente registrado,


surge por meio do Projeto de Reforma do Código Penal de Virgílio de Sá Pereira, em 1927. E
visto como uma reação criminal, uma espécie de remédio penal que está inteiramente ligado
ao agente inimputável e semi-imputável. Ainda existe um estigma da sociedade consoante ao
tema, muitos cidadãos não tem o conhecimento sobre qual a importância e finalidade de tal
sentença. Portanto nesse artigo em questão serão especificados os tópicos do que se é básico
entender sobre tal tema.
É um instrumento de proteção social e que visa a terapia individual, como
medidas de natureza preventiva e assistencial. Tão fundamento seria, na segurança futura da
comunidade, frente as possíveis violações do direito por parte do autor. Como antes dito, por
ter natureza preventiva as medidas de segurança de destrancam da pena. Prevenir e procurar
de várias formas, evitar uma possível futura situação indesejada, e quando temos algum
indivíduo de situação psicológica delicada, é necessário que este seja avaliado e se preciso
recluso, para que não venha a futuramente cometer novos atos de natureza ilícita.
No primeiro tópico, será exemplificado o funcionamento do mecanismo da
medida de segurança em relação a pena, e como isso é analisado, quais seriam as diferenças
cruciais entre ambas. Ainda serão abordados assuntos de suma importância no tocando ao
nosso tema, como a finalidade é se de fato a ressocialização ocorre da forma descrita na lei.
Como sabemos, a letra da lei nem sempre a oque de fato se dá na realidade, desta forma, será
analisada é descrito também, como os detentos vivem acerca de tal sentença.
Portanto, foi de suma importância a junção de métodos de pesquisa,
bibliográficos, descritivos e também é claro qualitativo. Para que haja um embasamento rico
em propriedade de escrita no que concerne ao processo de ressocialização dos apenados, e
para que a experiência que será descrita futuramente seja de fato, esclarecedora e didática.
2. MEDIDA DE SEGURANÇA

O Direito Penal visa proteger os direitos e valores jurídicos fundamentais para que
todos os cidadãos vivam em harmonia na sociedade. Os direitos são de forma indiscutível, a
maneira de assegurar a todos condições mínimas de vida e dignidade. No Brasil, esses direitos
estão previstos na nossa Constituição Federal, sendo separados em individuais, sociais e
políticos. De tal forma, o legislador penal no tange a suas possibilidades busca manter a
integridade física e moral, o bem estar coletivo entre outros.
Outrossim, seguindo essa linha de raciocínio podemos constatar que foram
criados os tipos penais, que são feitos para especificar os modelos de condutas humanas que
estão sujeitas a uma pena. Condutas ilícitas, que violam uma norma é que estão dispostas a
uma sentença penal. O autor em questão da ação ou da omissão estará sujeito a pena prevista
pelo crime praticado na medida de sua participação e intenção. Mas se ao decorrer da ação ou
omissão ele for diagnosticado com falta total ou permanente de suas faculdades mentais, este
indivíduo sofrerá uma medida de segurança.
Conforme dispõe o teor do disposto no Art. 27, caput, do Código Penal (BRASIL,
1940):
Art. 27- É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Portanto, a média de segurança e um instituto penal dessa forma imposto ao a
gente inimputável e semi-imputável que praticam o fato típico, ilícito (ambas as
características podem ser descritas por alguns autores como “injusto penal”.) e apresentem a
periculosidade. Como descrito anteriormente, e vista como uma maneira de instrumento de
proteção social que visa uma terapia individualizada e de caráter preventivo, a medida de
segurança visa o futuro, a possibilidade de o a gente voltar a praticar a conduta delituosa e o
quanto isso pode ser prejudicial à coletividade.
Ao imaginarmos a hipótese de um indivíduo que é acometido por algum
transtorno mental, já podemos visualizar uma situação em que este, ao voltar a viver em
sociedade, cometa os mesmos erros anteriormente julgados ou até mesmo situações piores. O
estigma e preconceito da sociedade acerca dos ex carcerários é preocupante, pois por mais que
a lei e o Estado façam a sua parcela de responsabilidade em punir e ressocializar, a
coletividade, entretanto não vai incluir o apeando novamente de maneira tão comum com
anteriormente. Cabe ao Estado então, estabelecer medidas cabíveis é necessária para
ressocializar tais indivíduos que são vistos com perigosos e prejudiciais a toda comunidade.

3. SEMI-IMPUTABILIDADE E INIMPUTABILIDADE
De acordo com o Código Penal Brasileiro, só existe duas situações em que a pena
pode vir a ser substituído pela medida de segurança: o semi-imputável e o inimputável. A
consequência, juridicamente falando na hipótese de inimputável, será a absolvição agregada à
imposição da medira-se de segurança. Já na semi-imputabilidade poderá haver a condenação
com redução de pena (de um a dois terços) ou a substituição desta por uma medida de
segurança. Desta forma, se compreende que ao momento da ação o a gente em razão da
enfermidade mental não tem capacidade de entendimento da situação, o que ocasiona a não
ser imputado pelo ato cometido.
Ao observarmos o Art.96, no Código Penal, vemos que as medidas de segurança
estão divididas em duas espécies: l- Internação em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico ou, a falta, em outro estabelecimento adequado; ll- Sujeição a tratamento
ambulatorial. No primeiro parágrafo, a espécie é chamada de medida de segurança retentiva.
(BRASIL, 1940) Na segunda hipótese, ela se chama medida de segurança restritiva, o sujeito
receberá um tratamento clínico periodicamente irá até o médico para realizar o tratamento.
Em ambas a situações o condenado será obrigado a ter tratamento.
Na situação de uma agravante mental, decorrente de uma condição biológica,
razão pela qual o cidadão fica completamente incapaz de compreender o caráter ilícito do ato
praticado, sendo inseto da pena por ser considerado inimputável, conforme Art.26 do Código
Penal (BRASIL, 1940):
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento”.
Já no tocando a semi-imputabilidade acontece uma perda parcial da capacidade do
cidadão de compreender o ato realizado, devido a alguma doença mental ou até mesmo um
desenvolvimento metal retardado, compreende então a redução da imputabilidade. Portanto
implica a atenuação de sua pena conforme parágrafo único Art. 16, do Código Penal
(BRASIL, 1940):
“Art. 26- Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois
terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.”
Então, para que a situação não saia de controle em relação ao tempo de cárcere,
sob quanto tempo e sob ordem da autoridade, e imperiosa a emissão de um guia do
internamento para uma autoridade do sistema judiciário que seja competente para a situação.
Outros documentos podem também ter existência, documentos esses que forneçam um
embasamento totalmente legal para a internação no apegado em um Hospital de Custódia e
Tratamento. (NUCCI,2019, pg 282)
Portanto é fato que as regras que se dá a punição de um agente ou de outro se dá
pelo crime que lê foi cometido e pela punição que sofreu, por exemplo, se a infração penal for
cumprida com a detenção, a medida de recuperação deve ser o tratamento ambulatorial, pois
este permite a assistência e a força que a família pode fornecer ao longo do processo.

4.PENA X MEDIDA DE SEGURANÇA


A medida de segurança e uma espécie de sanção penal que tem um caráter
preventivo, que são fundamentadas na periculosidade que o agente apresenta, são aplicadas
por um prazo indeterminado pelo juiz da sentença. Ela existe em função da periculosidade que
o agente apresenta, então medidas de segurança e pena são dois elementos do mesmo gênero:
sanção penal.
Segundo Rogério Greco (2011, pg 219), as penas tem uma finalidade diversa as
medidas de segurança, a mesmo pois tem uma finalidade além da pena, a cura através do
tratamento necessário a determinada ocasião daquele que praticou um fato típico e ilícito.
Portanto o que for declarado inimputável e isento de pena.
Diante do anseio de punir ou mesmo condenar alguém por uma conduta que se
mostre socialmente indesejável, apresenta na ideia o risco de não se prevenir para futuros
acontecimentos arriscados. Por causa desse pensamento, o estudo do tema culpabilidade vem
sofrendo alterações ao longo dos tempos, que são imperiosas para a desaprovação do ato que
é qualificado ao agente do delito devesse ser realizada de for individual, “Os indivíduos
devem ser punidos na medida de sua culpabilidade.” É um dos primeiros princípios que
aprendemos ao estudar um assunto básico como o concurso de agentes. Sendo assim é
importante que a individualidade do agente seja analisada a fim de encontrar o que melhor se
encaixe na sua conduta. Assim temos o princípio da culpabilidade como principal percursor
da existência de um crime, como preconiza Bitencourt (1996, pg 35):
Segundo o princípio da culpabilidade, em sua configuração mais
elementar, “não há crime sem culpabilidade”.[...] a culpabilidade – como
fundamento da pena – refere-se ao fato de ser possível ou não a aplicação de uma
pena ao autor de um fato típico e antijurídico, isto é, proibido pela lei penal. Para
isso exige-se a presença de uma série de requisitos – capacidade de culpabilidade,
consciência da ilicitude e exigibilidade da conduta – que constituem os elementos
positivos específicos do conceito dogmático de culpabilidade.
A primeira e principal maneira de descobri se o agente agiu culpavelmente está
em analisar a capacidade psíquica deste, a capacidade de culpabilidade que permita:
“Ter consciência e vontade dentro do que se denomina
autodeterminação, ou seja, se tem ele [o agente] a capacidade de entender, diante de
suas condições psíquicas, a antijuridicidade de sua conduta e de adequar essa
conduta à sua compreensão. A essa capacidade psíquica denomina- -se
imputabilidade. Esta é, portanto, a condição pessoal de maturidade e sanidade
mental”. (MIRABETE, 2000, p. 58)
A partir desses pensamentos, entendemos que, constatado a inimputabilidade do
agente na prática de um delito, o mesmo não vai receber uma pena e sim uma medida de
segurança, que consiste em internação em hospital de custódia e tratamento ou tratamento
ambulatorial psiquiátrico. Que consistem respectivamente em medida de segurança detentiva
é medida de segurança restritiva. Outrossim, consideramos que a pena é uma espécie de sanção
penal que significa uma espécie de resposta ao infrator do ato ilícito seja ele crime ou
contravenção penal, que culminam na privação de determinados bens jurídicos do agente.
A aplicação de uma pena segue um processo tripartite (de três partes), conforme o
Art.59, Art. 61, Art.62, Art.65 e Art,66 do Código Penal. No primeiro estágio acontece a
fixação da pena base, sendo analisada as ocorrências judiciais; na segunda etapa é analisada as
circunstâncias agravantes e atenuantes da pena que possivelmente será aplicada, por
derradeiro, serão analisadas as causas de diminuição ou de aumento da pena já definida, que
podem ser vistas na Parte Geral é Especial do Código Penal.

5. COMO SE DA O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO DETENTO


DIAGNOSTIADO COM TRANSTORNO MENTAL
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. (2015). Fonte: Relatório Brasil –
Inspeção aos manicômios - Brasília:
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2023/12/CFP_Livro_InspManicomios_web1.pdf
MIRABETE, J. F. (2000). Manual de Direito Penal. 16. São Paulo: Atlas.
BITENCOURT, C. R., & PRADO, L. R. (1996). Princípios fundamentais do
direito penal - v. 15. São Paulo: Revista de Informação Legislativa vista Brasileira de
Ciências Criminais.
GRECO, R. (2011). Código Penal: comentado. Niterói, RJ: Impetus.
APLICAÇÃO DAS SÚMULAS DO STF. (3 de dezembro de 1969). Fonte:
Supremo Tribunal Federal:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2595
Decreto-Lei N° 2.848. (7 de dezembro de 1940). Fonte: Codigo Penal:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
NUCCI, G. d. (2019). Processo Penal e Execução Penal - Esquemas & Sistemas.
Método; Ed. 5th.
Lei de Execução Penal. (11 de julho de 1984). Fonte: Planalto:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
APLICAÇÃO DAS SÚMULAS DO STF. (3 de dezembro de 1969). Fonte:
Supremo Tribunal Federal:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2595
FERREIRA, Isabela. Medida de Segurança, e a ressocialização de detentos
acometidos de transtorno mental. Conteúdo Jurídico, [S. l.], p. 10-20, 8 out. 2019. Disponível
em: https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/53546/medida-de-segurana-e-a-
ressocializao-de-detentos-acometidos-de-transtorno-mental. Acesso em: 7 nov. 2023.

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