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CENTRO UNIVERSITÁRIO FADERGS


CURSO DE DIREITO

ADRIANA ALVES LOPES

OS PSICOPATAS HOMICIDAS NO SISTEMA PENAL

PORTO ALEGRE
2023
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CENTRO UNIVERSITÁRIO FADERGS


CURSO DE DIREITO

ADRIANA ALVES LOPES

OS PSICOPATAS HOMICIDAS NO SISTEMA PENAL

Artigo científico de pesquisa apresentado para


a avaliação da disciplina de Trabalho de Curso,
com posterior apresentação à Banca
Examinadora, requisitos para a obtenção do
diploma de Bacharel em Direito.

Orientador: Prof. Cristina Di Gesu

PORTO ALEGRE
2023
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Os Psicopatas Homicidas no Sistema Penal

The Homicidal Psychopaths in the Penal System

1.Sumário: Introdução; 1.1. – Culpabilidade, Semi-imputabilidade e


Inimputabilidade; 2. História da Psiquiatria, Psicologia Forense e
Jurídica no Brasil e a Psicopatia; 2.1– Conceito de Psicopatia; 2.2 –
Classificação de Psicopatia; 2.3. – Transtorno de Personalidade
Antissocial; 3. Criminologia; 4 – Psicopatia e suas penalidades; 5.-
Ressocialização, 6 – Dos Hospitais de Custódia, 7. Considerações
Finais; 8.-Referências.

Resumo
O presente estudo analisa o psicopata homicida com base em outras áreas, como psicologia e
psiquiatria. Também apresenta a pena aplicada a esse grupo de indivíduos, a forma de aplicação
e o enquadramento deste assunto no sistema penal brasileiro. O Texto abordará a
ressocialização e os tratamentos possíveis para os indivíduos portadores desse transtorno
psicótico. Nos capítulos foram desenvolvidos conceitos, características e elementos penais,
permitindo uma compreensão mais ampla do tema, uma reflexão mais aprofundada sobre o
tratamento dado aos psicopatas homicidas no sistema penal brasileiro. Além disso, é possível
compreender que a psicopatia não pode ser considerada uma doença mental. As medidas
aplicadas a esses indivíduos não são eficazes plenamente, uma vez que a ressocialização se
dificulta devido à repetição do ato ilícito cometido. Para a realização deste trabalho de
graduação, foram utilizados métodos empíricos, incluindo pesquisas doutrinárias instrumentais,
para coletar todos os dados necessários, com base em doutrinadores e leis brasileiras.

Palavras-chave: Psicopatia. Criminologia. Psicopata Homicida. Medida de Segurança.

Abstract
The present study analyzes the homicidal psychopath based on other areas, such as psychology
and psychiatry. It also presents the penalty applied to this group of individuals, the form of
application and the framing of this subject in the Brazilian penal system. The text will address
resocialization and possible treatments for individuals with this psychotic disorder. In the
chapters, concepts, characteristics and penal elements were developed, allowing a broader
understanding of the theme, a more in-depth reflection on the treatment given to homicidal
psychopaths in the Brazilian penal system. In addition, it is possible to understand that
psychopathy cannot be considered a mental illness. The measures applied to these individuals
are not fully effective, since resocialization is hampered due to the repetition of the illicit act
committed. To carry out this undergraduate work, empirical methods, including instrumental
doctrinal research, were used to collect all the necessary data, based on Brazilian indoctrinators
and laws.

Keywords: Psychopathy. Criminal law. Criminology. Homicidal Psychopath. Security


Measure.
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Introdução

O presente trabalho traz o tema em questão: “O psicopata homicida”, reafirma a


necessidade do Estado de dar atenção a esses indivíduos ch amados psicopatas ou
sociopatas, fazendo-se necessário analisar o contexto histórico desde a antiguidade até o
presente.
Existem várias categorias e níveis de psicopatia, alguns dos quais são conhecidos como
assassinos em série. É importante discutir aspectos como tratamento, culpabilidade, sentença,
sistema prisional e reintegração social.
Ao se pensar na melhor sanção penal para um psicopata, surge a dúvida entre a aplicação
de uma pena ou medida de segurança?
Para encontrar uma resposta satisfatória ou até mesmo adequada, é necessário
realizar uma análise prévia do cenário atual do Poder Judiciário em relação à punição do
psicopata homicida. No Brasil, não há uma legislação específica para esses indivíduos, o que
resulta num número significativo de crimes violentos. Infratores de normas sociais, agindo
cruelmente, com frieza, desumanidade e sem nenhum pudor ou ética, são isentos de medo
da punição do sistema penal e incapazes de se arrependerem de seus atos.
Contudo, nem todo psicopata pratica crimes ou viola leis, mas sente prazer em causar
problemas sérios a outras pessoas, sem cometer homicídios.
Estruturalmente a pesquisa dividir-se-á em seis capítulos. O primeiro capítulo abordará
a culpabilidade, semi-imputabilidade, inimputabilidade (incapacidade absoluta), pena ou
medida de segurança e a dosimetria da pena.
Em nosso segundo capítulo, abordemos a história da psiquiatria, da psicologia forense
e da jurídica no Brasil e da psicopatia. Também será apresentado neste capítulo conceito,
classificação, transtorno de personalidade do psicopata.
O terceiro capítulo abordará a Criminologia, com um particular interesse por esse
indivíduo que não tem empatia, valores éticos, morais, sociais, familiares, culturais e que tem
aptidão para cometer crimes.
O quarto capítulo trata da psicopatia e suas penalidades, a falta de estrutura do sistema
brasileiro que tornam a pena privativa de liberdade e a medida de segurança inviáveis para esses
casos.
No quinto capítulo, discute-se a ressocialização e por fim, no sexto capítulo, trata-se dos
Hospitais de Custódia, unidades para tratamento de inimputáveis que não recebem pena fixa.
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Desta forma a presente pesquisa basear-se-á no estudo interdisciplinar, uma vez que
apresentará materiais de conteúdo psiquiátrico, bem como material de Direito Penal. Trata-se
de uma pesquisa exploratória, bibliográfica e investigativa, com uma abordagem qualitativa,
com o intuito de descrever a complexidade do problema mediante percepções e análises
subjetivas.
Como procedimento, optou-se pela pesquisa de revisão bibliográfica: filmes de histórias
reais, documentários, séries, artigos. Por uma apreciação crítica e reflexiva, reexplicando um
tema já conhecido por outra perspectiva, valendo-se da análise por diversos caminhos do
conhecimento, sem a obrigação de atribuir uma resposta única e universal a respeito do objeto.
Para isso, foram utilizadas fontes primárias (artigos científicos analisados), secundárias (livros
e códigos), e terciárias (bibliografias de bibliografia).
Ressalta-se que o Poder Judiciário fica impedido de agir, por não existir lei específica
para casos de psicopatia comprovada, assassinos de alta periculosidade cuidados como
portadores de transtorno de personalidade, doença mental ou moral.
Assim sendo, esta pesquisa explicitará o real cenário do nosso Poder Judiciário e
buscará apresentar cenários da realidade judiciária na dosimetria da pena desses indivíduos.

1. Culpabilidade, Semi-imputabilidade, Inimputabilidade e Dosimetria da Pena.

A culpabilidade é a punição do autor individual por sua atuação ilícita ou displicente.


Não há culpabilidade sem um fato ilícito e típico, mesmo existindo a tipicidade e a ilicitude
sem culpa. (NORAT, 2018).
De acordo com Ribeiro (2011), a culpabilidade é o terceiro elemento do conceito de
crime, ou seja, é o conceito de crime como um conjunto de eventos típicos, ilícitos e culpáveis.
Sem culpa, não há crime, responsável ou condenado. Se for comprovado que cometeu o delito,
pode haver uma diminuição ou exclusão da pena do agente.

Desse modo:
O conceito de culpabilidade entre nós ganha três sentidos diferentes.
♦1º sentido: entendida como princípio, a culpabilidade é conceito que se opõe ao de
responsabilidade objetiva, impedindo que se atribua a alguém responsabilidade penal
sem dolo ou culpa.
♦2º sentido: entendida como fundamento da pena, refere-se à possibilidade, ou não,
de se impor a sanção penal. Cuida-se, assim, de um juízo de reprovação que recairá
sobre a conduta daquele que praticar um fato típico e ilícito, desde que seja imputável,
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tenha potencial consciência da ilicitude e dele se possa exigir conduta diversa da


realizada. Considera-se, em sua análise, o perfil subjetivo do autor e não o homem
médio (MASSON, 2019b, p. 366, apud, p.427 – Claudia 2023).
♦3º sentido: a culpabilidade como grau de medição da pena, impedindo que se fixe a
pena fora dos limites em lei estabelecidos. É nesse sentido que a palavra culpabilidade
aparece no art. 59 do Código Penal.
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime: (...). (PORTOCARRERO, 2023).

Segundo o nosso Estatuto Penal, a culpabilidade é formada pela combinação da


imputabilidade, da consciência potencial da ilicitude e da exigibilidade de outra conduta
diversa. O exame das excludentes de culpabilidade permite identificar quais são os elementos
que as constituem. (ESTEFAM, GONÇALVES, 2023).
No direito penal brasileiro ainda há dificuldades para se definir se um réu é imputável,
semi-imputável ou inimputável. (SEDEP.COM.BR.)
O art. 26 do CP, traz uma definição de pessoas consideradas inimputáveis ou semi-
imputáveis pelo qual não possui discernimento de saber que ato que estão cometendo é um
crime ou não, sendo isentas de cumprir pena.
O art. 27 traz a inimputabilidade de menores de 18 (dezoito) anos em que são sujeitas
as normas da legislação especial quem são penalmente inimputáveis.
No art. 28 que alude à da hipótese de embriaguez (completa proveniente do caso fortuito
ou da força maior) que vai afastar a culpabilidade do agente.
A sanção penal dos semi-imputáveis consta no art. 98 CP, no qual a redução de pena e
a condenação é de 1/3 ou substituição por medida de segurança.
A insanidade, falta de discernimento ou problema mental, não seria aqui o caso do
psicopata. Nessa perspectiva, interessante o posicionamento de Bitencourt.

Veja-se:

Além de mentalmente não possuir desenvolvimento mental completo, por doença ou


perturbação mental é necessário a consequência desse distúrbio: a incapacidade de
discernimento [...] reuni dos aspectos um biológico que é a doença em si e um aspecto
psicológico que seria capacidade de entender ou autodeterminar.
(BITENCOURT,2010).
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De acordo com Silva (2017), consta na doutrina diferentes expressões que pretendem a
hipótese de inimputabilidade por inaptidão psíquicas, tais como “confusão mental” ou
desequilíbrios psíquicos. O art. 26 do CP apresenta três tipos de incapacidades psíquicas:
doença mental, desenvolvimento mental incompleto, retardado e o meio de comprovar a
confusão cognitiva, ou seja, distúrbio cerebral em que é necessária perícia médica.
Conforme o art.149 do CPP e 26 CP, o agente se isenta de pena se, no momento da atuação,
não possuía capacidade intelectiva ou volitiva. O código penal, em seu art. 97, determina
que o juiz, em caso de inimputabilidade, deve impor medida de segurança, internação ou
tratamento ambulatorial.
No Código Penal, art. 96, prediz duas espécies de medidas de segurança: a internação
psiquiátrica (art. 96, I) e o tratamento ambulatorial (art. 96, II).
A partir dos anos 70, o caráter punitivo das medidas de segurança é uma das principais
conclusões efetuadas pela criminologia crítica e pela crítica do direito penal. O panorama da
incapacidade das instituições totais (prisões e manicômios) atingiu não menos que os objetivos
apresentados em sua programação oficial (ressocializar o imputável e diminuir a periculosidade
dos inimputáveis) e provocou um longo processo de desconstrução dos mitos que sustentam o
sistema punitivo.
Dentre os mitos, está a deficiência da perspectiva de penalidade (retribuição) das
medidas de segurança. (CARVALHO, 2020).

Nesse sentido veja-se:

Imposição da medida de segurança para inimputável


Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26).
Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz
submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Prazo § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a
cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três)
anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Perícia médica § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo
fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o
juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Desinternação ou liberação condicional § 3º - A desinternação, ou a liberação,
será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente,
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antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua


periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a
internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável Art. 98 -
Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado
de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela
internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos,
nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984. (PLANALTO.COM.BR.).

Assim sendo:

DISTINÇÕES ENTRE AS PENAS E AS MEDIDAS DE SEGURANÇA:


a) quanto ao fundamento: as penas têm caráter retributivo e preventivo, enquanto as
medidas de segurança têm apenas caráter preventivo especial — conferir
compulsoriamente tratamento ao seu destinatário. A pena, portanto, tem caráter
aflitivo e a medida de segurança, caráter curativo.
b) quanto ao pressuposto em que se baseiam: as penas refletem a culpabilidade do
agente, isto é, devem-se à demonstração de sua responsabilidade pelo ilícito penal. As
medidas de segurança fundam-se na periculosidade, assim entendida a probabilidade
de voltar a cometer delitos.
c) quanto à duração: as penas são aplicadas por tempo determinado. As medidas de
segurança são aplicadas por período indeterminado, terminando apenas quando
comprovada a cessação da periculosidade.
d) quanto aos destinatários: as penas destinam-se aos imputáveis e aos semi-
imputáveis não considerados perigosos. As medidas de segurança destinam-se aos
inimputáveis e aos semi-imputáveis cuja periculosidade tenha sido pericialmente
demonstrada e que, por isso, necessitam de tratamento. (ESTEFAM, GONCALVES,
2023)

A ideia de substituição é percebida no sistema vicariante, sendo uma necessidade


específica da pena ou medida de segurança, não sendo admissível a cumplicidade e a aplicação
das duas condutas penais. O método vicariante ou unitário, introduzido pela lei 7209/84,
permite a aplicação de uma das penalidades ou medidas aos semi-imputáveis, resultando no
sistema duplo binário que acumula a pena e a medida. A mudança exige uma medida exigida
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individualmente para inimputáveis e uma medida alternada para semi-imputáveis,


respectivamente. (NORAT, EVANGELISTA, 2018).
Como é possível observar na súmula 527 do STJ, a pena máxima, cominada em
forma abstrata, não deve ser maior que o tempo máximo permitido para a prisão
preventiva. O Juiz deve aplicar a mesma medida restritiva que seria extensível no caso em
questão. Segundo o STF, o prazo máximo para a medida de segurança é o estabelecido no
art.75 do CP, cuja pena máxima deve ser de 40 anos. (SILVA, 2017).
O Art.59, parágrafo único do CP, apresenta a divisão das circunstâncias em subjetivas
e objetivas. Dessa forma, a culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade e
motivos são subjetivos, intrínsecos e dizem respeito à infração do autor. As circunstâncias
objetivas são subjetivas e dizem respeito a aspectos do fato, sendo avaliados as circunstâncias,
consequências e comportamento da vítima. (CARVALHO, 2020)
Alguns princípios constitucionais são aplicados nas medidas de segurança, como o
princípio da humanidade das penas, a legalidade, a anterioridade da lei, a legalidade e o
princípio da jurisdicionalidade, que decorre do artigo 194 da Lei de Execuções Penais — LEP.
Juarez Cirino dos Santos sustenta que o princípio da legalidade na lei penal brasileira está numa
posição inferior, segundo o qual não há nenhuma norma que o vincule à medida de segurança,
como ocorre em crimes e penas.
Os inimputáveis e semi-imputáveis são considerados para fins de medida de segurança,
conforme o disposto nos artigos 41 e 42 da LEP. Todos os direitos são assegurados ao internado,
mesmo aqueles que não são garantidos por sentença ou lei. Em 1940 o CP, em seu art. 75, trazia
que a medida de segurança era regida pela lei vigente ao tempo da sentença e não pela lei ao
tempo do fato. Com a reforma da lei em 1984, houve a anulação da lei aplicável. Atualmente,
os inimputáveis e semi-imputáveis têm como vigência a norma ao tempo do fato. (ROSSETTO,
2014).
É crucial salientar que os psicopatas têm consciência do resultado de suas ações cruéis,
mas, ainda assim, não se importam com isso. (SILVA, 2008).
Há, no entanto, no Rio Grande do Sul, um certo receio dos peritos em sugerir penas
reduzidas em casos de psicopatia, bem como em encaminhar os indivíduos ao Instituto
Psiquiátrico, como se pode observar da seguinte forma: com base no entendimento sobre o
TPAS, os peritos psiquiatras forenses do IPFMC têm, historicamente, informado aos julgadores
quanto à contraindicação formal de que estes indivíduos sejam submetidos a medidas de
segurança em hospital de custódia e tratamento, bem como (pelos severos efeitos de longo
prazo) de que tenham suas penas abreviadas. Ou seja, se os especialistas não consideram o
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Instituto Psiquiátrico adequado, também não entendem que a pena deve ser reduzida, restando,
assim, o estabelecimento prisional. (SILVA, 2015).

2.História da Psiquiatria, Psicologia Forense e Jurídica no Brasil e a Psicopatia.

A Psicologia é chamada a contribuir com o Direito desde o início do século XX, nos
Estados Unidos. (SAGAH, 2018).
No Brasil, no século XIX, foram estabelecidas as principais teorias de concepção
científicas, havendo solidificação da psiquiatria forense como especialidade médica e ao longo
do século. O estudo das doenças mentais buscou criar e edificar bases filosóficas, lógicas,
discursiva e meios de consolidação institucional para consolidar um conhecimento científico
legitimado sobre a loucura. Ao longo de todo aquele século se teve uma expectativa de se ter
uma definição exata sobre as causas de adoecimento mental, desvios morais ou de se criar
formas de terapias, ou mesmo preventivo para garantir a “higidez” dos cidadãos da época.
(BARROS, CASTELLANA, 2020).
O psicólogo polonês Waclaw Radecki, no Laboratório de Psicologia da “Colônia de
Psicopatas de Engenho de Dentro”, no Rio de Janeiro, em torno de 1930 já desenvolvia
atividades na área de psicologia forense, antes mesmo da profissão ser regulamentada, no
Brasil. (LEAL, 2018).
Em 1941, foi feita a primeira publicação sobre os psicopatas, o livro The Mask of Sanity
(A Máscara da Sanidade) tendo como autor o psiquiatra americano Hervey Cleckley, (SILVA,
2008).
No Direito penal, a psicologia auxilia na avaliação mental e se há algum problema
psicológico do apenado. (OLIVEIRA, 2020)
A psicologia e o direito andam juntos nas áreas do direito e fazem muita diferença nas
decisões do Judiciário. Atualmente, o psicólogo jurídico pode atuar no direito penal, família,
civil, da criança e adolescente e no direito do trabalho. (BATISTA, 2018).
Além de ter como objeto o estudo psicológico daquele que comete delito aplicando a
Psicanálise, trata também de questões como a inimputabilidade, imputabilidade,
semi - imputabilidade, progressão de pena, execução penal e perícia. (OLIVEIRA, 2013).
A psicologia forense não só possui como propósito exclusivo compreender o psicopata,
mas sim, para através do conhecimento do comportamento humano no âmbito da lei, auxiliar o
Judiciário. (LEAL, 2018).
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Como apontam Gardenal e Coimbra (2019), em seu artigo, nos tempos antigos, o
psicopata era visto como uma pessoa com comportamento cruel ou com distúrbio mental. Nos
tempos primitivos, já havia pessoas com atitudes maldosas que iam sempre além do que se
deveria.
A psicologia forense, segundo Leal (2018), não aparece como um novo campo da
psicologia preocupada tão-somente abranger a psicopatia e traçar perfis psicológicos
destes criminosos. A psicologia forense surge da carência do direito em compreender seu
conhecimento referente as condutas, atitudes dos seres humanos e usar este aprendizado
para auxílio no âmbito jurídico, desde a compreensão de leis até aplicabilidade da sua
sanção.

2.1. Conceito de Psicopatia

A palavra psicopata tem o significado de doença da mente, vem do grego, psyche =


mente; e pathos = doença, sendo que nos termos médicos-psiquiátricos, a psicopatia não se
ajusta com a visão habitual das doenças mentais. Esses seres não são considerados loucos, não
são pessoas desorientadas, possuidoras de alucinações ou delírios, tão pouco sofrimento mental,
são indivíduos frios, sem o mínimo de empatia para com o outro. (SILVA, 2008).
O psicopata homicida vive basicamente numa existência dupla, agindo de forma
gentil, racional, tendo uma reputação ilibada diante da sociedade, mas, por trás de uma
máscara, há um serial killer escondido, mostrando sua verdadeira face somente para as
suas vítimas ao cometer seus atos ilícitos. Sem remorso, comete estupros, assassinatos ou
torturas. (GUIMARÃES, 2021).
“Mente doente”, é o significado da palavra psicopata, como qualquer outra pes soa
pode desenvolver condição temporária de doença mental, ciente de suas atitudes e atos,
agem de forma horrenda não podendo haver classificação como transtorno mental, no
entanto, uma contínua e imutável insensibilidade, agindo sempre conforme seus
interesses. (DAYNES, 2012).
O termo psicopata é composto por uma variedade de termos que o definem, o que
dificulta a sua compreensão, uma vez que é subjetivo, um objeto de estudo intrinsecamente
complexo, sem muitas conclusões, o que pode levar às pessoas a erros devido à variedade de
sinônimos e ao significado do termo. Outro ponto que causa confusão é a crença generalizada
de que é comum associar o psicopata ao serial killer, como se ambos fossem o mesmo agente
delituoso. O psicopata é um indivíduo que transgrediu a personalidade e demonstra ausência de
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sentimentos em relação ao próximo, enquanto os seriais killers são assassinos que cometem
homicídios durante um período. (SANTANA, CAMPELO, 2017)

2.2. Classificação de Psicopatas

Existem variações nos distúrbios mentais, com os maníacos na “ponta mais alta” e
pessoas consideradas normais na “ponta mais baixa”, segundo os psicólogos. No meio da
escala, há indivíduos que podem não violar a lei. (DAYNES, 2012).

Deste modo:
O PCL-R foi projectado para avaliar de maneira segura e objectiva o grau de
periculosidade e de readaptabilidade à vida comunitária de condenados, tendo os
países que instituíram este instrumento apresentado considerável índice de redução da
reincidência criminal. A psicopatia é agora usualmente avaliada através do PCL-R,
que constitui uma escala classificatória para uso clínico, contendo um total de 20 itens.
Cada um dos itens no PCL-R é pontuado dentro da escala (0, 1 ou 2) segundo dois
factores. O Factor 2 do PCL-R está associado a traços de personalidade como a raiva,
ansiedade, risco superior de suicídio, criminalidade e violência impulsiva. Por outro
lado, o factor 1 está associado à extroversão e a afectos positivos. Um psicopata irá
ter elevada pontuação em ambos os factores, enquanto que alguém com APD apenas
terá uma pontuação elevada no Factor 2. Em ambos os casos a história do indivíduo e
uma entrevista semi-estruturada são etapas fundamentais no diagnóstico clínico. O
teste só pode ser considerado válido quando administrado por um clínico experiente
e qualificado, sob condições muito controladas. Itens: PCL-R os itens seguintes
contemplam características afectivas, interpessoais e comportamentais. A cada item
é atribuída uma pontuação de 0 a 2. O somatório determina a extensão da psicopatia
de um indivíduo. (Psychopathy)

Em geral, psicopatas são divididos em leves, moderados e graves. O moderado tem


atitudes descontroladas com seus padecentes. Os leves, comentem crimes mínimos,
engarupem pessoas de boa-fé. Já o psicopata grave é aquele que comete assassinato com
requinte de crueldade, podendo ser em quantidade ou não. Podem ser Psicopatas, Amorais,
Astênicos, Explosivos, Fanáticos, Hipertônicos, Ostensivos e sexuais. (NORAT, 2018).

2.3. Transtorno de Personalidade Antissocial


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Segundo Silva (2008), referente aos transtornos mentais (DSM-IV-TR), o número


de casos de pessoas com transtorno de personalidade antissocial e psicopata é de 1%
mulheres e 3% homens.
De acordo com Simon (2019), se não fossemos civilizados, procederíamos como os
maus, ou seja, de modo antissocial.

Assim pode-se dizer que:

Todas as pessoas têm impulsos antissociais. A imensa maioria dos indivíduos, ao fazer
testes de personalidade que medem o grau de psicopatia, recebem uma nota acima de
zero. Pessoas saudáveis do ponto de vista psiquiátrico marcam pontos dentro de uma
certa faixa bem acima de zero, mas não chegam ao nível de uma personalidade
psicopática. Em outras palavras, as pessoas normais possuem alguns traços
antissociais. (SIMON, 2009).

O Psicopata em sociedade pode ser um profissional em ascensão com altos ganhos,


bem remunerado ou uma mãe de cinco filhos que vive de pensão alimentícia. A única
coisa que o psicopata tem em comum são inúmeros problemas emocionais e
comportamentos antissociais que podem causar grandes danos em famílias, organizações
e comunidades inteiras. (DAYNES, 2012)
A Lei n° 10.216/2001 estabeleceu diretrizes para o profissional de saúde e direito
em relação aos casos de pessoas com transtorno mental, direcionando -os para esses
profissionais. A lei dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Ana Beatriz Barbosa e Hilda Morana (2019) apresentaram um debate na comissão
de direitos humanos e minorias, em 2019, sobre as práticas violadas de direitos humanos
no comportamento de psicopatas e sociopatas. Ambas as pessoas relatam que 20% dos
presos nas penitenciárias e nas cadeias são psicopatas que apresentam transtornos de
personalidade e 80% não, chamados de infratores comuns.
Morana (2019) aponta que a diferença entre o transtorno de personalidade e a psicopatia
é que o criminoso que tem apenas transtorno, furta, rouba, não chega a matar ninguém, pode se
regenerar. Já o psicopata que mata ou manda matar, geralmente, tem poder sobre o outro, não
tem recuperação.

Deste modo:
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O conflito que aflige os psicopatas, não é o conflito da pessoa normal, entre a pressão
dos impulsos internos e a voz de advertência da consciência, mas sim um conflito
entre os seus próprios impulsos e o resto da sociedade. Incapazes de autorreflexão,
incapazes de sentir tristeza pelas oportunidades ou pelos relacionamentos perdidos,
presos em um círculo vicioso de profundas variações de humor, os psicopatas
apresentam uma escala de valores que se parece mais com a de uma criança do que
com a de um adulto. O que eles admiram são qualidades exteriores – beleza, riqueza,
poder, adoração pelos outros – e o que desvalorizam, e desprezam, são as habilidades
aprendidas com esforço, as conquistas, a aceitação da responsabilidade e a lealdade a
ideais. O psicopata é um estudo do triunfo do estilo sobre a substância. Como dizia
Jack Walker, “Todo mundo é corrupto... todo mundo tem um truque”. Assim, os
psicopatas não têm uma consciência para perturbá-los ou impedi-los de realizar suas
atividades doentias habituais, como mentir, enganar, roubar, forjar, tapear e prostituir
(entre outros crimes cometidos pelo psicopata do tipo passivo-explorador, ou
parasita), ou cometer roubos, assaltos à mão armada e assassinato (crimes do
psicopata agressivo). (SIMON, 2019).

A sociopatia e a psicopatia são dois transtornos em conflito com a sociedade, a conduta


antissocial e amoral demonstra a falta de sentimento em relação aos danos causados por esses
agentes a outrem, seja moral ou material. As pessoas que possuem essas patologias, tem
complicações para se relacionar, falta empatia e aparentemente egocêntricos, não aprendem
com suas experiências mesmo que seja de forma danosa para ele e para outas pessoas. Não
possuem consciência de que tem um distúrbio tratável, acreditando ser uma pessoa astuta e vivaz. O
transtorno de personalidade antissocial, na maioria das vezes, é consequência de um desvio de conduta
da criança.

Por exemplo, crianças que machucam as outras, matam animais, roubam, cometem às
vezes abusos sexuais, de conduta cruel, poderiam ser tratados na infância para evitar o
transtorno de personalidade quando adulto. Sendo envolvido em um tratamento com remédios
para acalmar, equilibrar o humor, diminuir raiva, depressão, mas a forma principal seria a
psicoterapia, que envolve regras exageradas. (POLAKIEWICZ, 2021).

3. Criminolagia

A criminologia consiste na ciência que estuda o crime como um fenômeno social e


o criminoso como agente do ato ilícito (NUCCI, 2015 apud Colleta, Eliane, 2018, p.99 ).
15

O Direito Criminal é, sem dúvida nenhuma, a área em que a atuação do psiquiatra


forense mais movimenta a sociedade, quer pelo caráter violento dos crimes que precisam de
um parecer psicológico, seja quando o homicida é liberado ou recebe uma sanção penal de
caráter preventivo, quando é considerado como inimputável.(BARROS, 2019).

Em síntese:
Pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na observação e
na experiência) e interdisciplinar (relacionando-se com diversos ramos do
conhecimento, como o direito penal, a biologia, a psiquiatria, a psicologia, a
sociologia etc.) que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do
comportamento delitivo e da vítima, e o controle social das condutas
criminosas.(GIMENES, 2022)

Sousa (2022), informa em seu artigo que o direito Penal tem a preocupação de
impor limites ao Poder de punir do Estado, por definições precisas das hipóteses de
incidência comportamental dos indivíduos que serão submetidos à punição. A
Criminologia enxerga um problema no crime, em que pese a sua base conflitual e ainda
bastante difícil de ser desvendada, pois, implica não somente a imposição e a forma de
aplicação da pena, mas a análise do ser humano como elemento responsável pela prática
do delito, tentando deslindar o enigma de ordem social, psicológica e tantas mais que
“justifique” o que o levou a praticar o mesmo.
Na Lei 10.792/2003, que reformou a LEP, se teve uma única exigência para a
concessão de benefícios legais, como avaliação, a boa conduta, ou o atestado de boa
conduta do preso. Conforme o art. 112, caput do CP, não se avalia mais mérito do
penitenciado, assim dificultando a identificação do psicopata, sendo ele um manipulador
pode se utilizar desse benefício para escapar das sanções que poderia ter.
(D’ASSUMPÇÃO, 2011).
De acordo com o art. 34 do Código Penal Brasileiro, é obrigatório que o condenado
seja avaliado por um especialista em criminologia no início do cumprimento da pena, a
fim de classificar e individualizar a execução. A Lei de Execução Penal, em seu artigo 8 º,
determina que o preso em regime fechado deve ser avaliado para que se obtenham os
elementos necessários para uma classificação adequada, e com vistas à individualização
da De acordo com o art. 34 do CP, é obrigatório que o condenado seja avaliado por um
especialista em criminologia no início do cumprimento da pena, a fim de classificar e
16

individualizar a execução. A Lei de Execução Penal, em seu art. 8º, determina que o preso
em regime fechado deve ser avaliado para que se obtenham os elementos necessári os para
uma classificação adequada, e com vistas à individualização da execução”.

Assim, pode-se dizer que:

Não há que se conceber a criminologia como uma ciência independente, eis que
está atrelada à Sociologia, e outras matrizes Jurídicas, além da Medicina Legal,
Antropologia Criminal, Psicologia Criminal (cuja base é a Psicologia Comum),
Política Criminal e tantas outras, no que se configura como eminentemente
multidisciplinar. A Criminologia se apresenta como uma ciência empírica,
indutiva. (SOUSA, 2022)

A Lei de Execução Penal, sem se preocupar com a controvérsia em relação ao


momento ideal para a realização do exame criminológico, decidiu determinar a sua
realização somente após a sentença penal condenatória, ou seja, somente após a declaração
da culpa ou, se for o caso, da periculosidade do agente.( PRASERES, 2018).

4. Psicopata e suas Penalidades

A pena e a medida de segurança são duas espécies de sanção penal, sendo que a pena é
resultado da ação antijurídica, típica e culpável culminando na privação de liberdade.

Segundo Rossetto:

A medida de segurança é sanção penal, mas guarda diferenças com a pena. A pena
tem fim retributivo e preventivo, prevenção geral e especial. O fim da medida de
segurança é exclusivamente preventivo, de prevenção especial negativa no sentido de
evitar que o indivíduo perigoso volte a cometer fato típico e ilícito e o de prevenção
especial positiva no sentido de tratamento curativo da doença mental. A pena é
proporcional à culpabilidade, a medida de segurança fundamenta- -se na
periculosidade; a pena é por prazo determinado, a medida de segurança é por prazo
indeterminado, dura enquanto o indivíduo se mostrar perigoso; a pena destina-se aos
imputáveis e aos semi-imputáveis (art. 26, parágrafo único, CP), a medida de
segurança aplica-se aos inimputáveis (art. 26, caput, CP) e aos semi- -imputáveis (art.
26, parágrafo único, CP) (ROSSETO, 2014).
17

De acordo com Souza (2020), ao debater as penas aplicadas a indivíduos com


transtornos mentais, como a privação de liberdade ou medidas de segurança, o objetivo é
reeducar e ressocializar o agente para que ele não volte a cometer crimes. Dessa forma, as penas,
sejam privativas de liberdade ou medida de segurança, não são apenas punitivas, mas também
uma forma de educação, para inserir o psicopata na sociedade.
O prazo de medida de segurança é indeterminado, conforme art. 97, §1°, CP, citado por
Silva, (2017). A internação, ou tratamento ambulatorial, tem tempo indeterminado, durando
pelo tempo que não for averiguada, por meio de perícia médica, a suspensão de periculosidade.
Deverá ser de 1(um) a 3(três) anos, o prazo mínimo. De duvidosa constitucionalidade afronta
ao art. 5.º, XLVII, “b”, da Constituição Federal, que impede as penas perpetuas.
Quando um indivíduo é incapaz de compreender o ato ilícito praticado por ser portador
de doença mental ou com desenvolvimento mental incompleto, ou retardado integralmente, não
tendo discernimento de suas atitudes, o direito penal considera como inimputável o criminoso.
Se comprovada a sua periculosidade, aplica-se medida de segurança no lugar da pena. Se o
indivíduo tem perturbação da saúde mental ou o desenvolvimento mental incompleto, ou
retardado, que possui consciência de suas ações ilícitas, a pena é diminuída, podendo ser
considerado criminoso, embora se mi-imputável. Em alguns casos específicos, pode ser
utilizada. (NUCCI, 2021)
A diferença entre a reclusão e a medida de segurança é que a reclusão permite que o
condenado volte à rua e ao convívio social, enquanto a medida de segurança é por tempo
indeterminado, uma vez que não há cura para a psicopatia e, portanto, não será possível a saída
do tratamento ambulatorial ou psiquiátrico. (PRASERES, 2018).
No ordenamento jurídico brasileiro, não há uma previsão legal específica para
determinar a punição a psicopata. O Brasil adotou o princípio do livre convencimento do juiz
ao elaborar a sentença, mas este não se limita a usar apenas a sua capacidade de convencimento,
mas também a contribuição de especialistas da área do conhecimento, uma vez que é necessário
um julgamento justo e científico.
No entanto, o Judiciário Brasileiro ainda não tem recursos financeiros suficientes para
se adequar aos métodos da Psicologia Forense e às experiências neurocientíficas, para
identificar o psicopata. É importante salientar que, sem recursos para contratar peritos
qualificados, capazes de aplicar a tabela PCL-R ou qualquer outro procedimento similar,
visando aferir a psicopatia no criminoso em questão, não há como o Judiciário agir e, sem uma
lei específica, não há como avançar. (CAMPOS, JUNIO, 2017).
18

5. Ressocialização

Como demonstrado pela dosimetria e culpabilidade, o psicopata é considerado pelo


Judiciário como imputável ou semi-imputável e as sanções aplicadas são ineficientes. Uma vez
que aqueles que apresentam alta periculosidade são reintegrados à sociedade, voltando a agir.
Sendo o estado um detentor de dignidade humana, o estado tem a obrigação de conceder esse
privilégio. (NORAT, 2018).
Não haveria cura para a psicopatia, sem dúvida. Programas genéricos para tratamentos
de psicopatas infratores não funcionam para eles. Pelo contrário, segundo os psicólogos, o efeito
do tratamento surge de forma diferente do esperado. Eles aprendem a manipular as pessoas, a
dizer os que querem ouvir, desenvolvem mais suas habilidades, ao invés de mudar sua forma
de agir, se utilizam do que aprenderam para se aperfeiçoar. (DAYNES, 2012)
De acordo com Mello (2020), o psicopata delituoso, por sua falta de caráter, é uma
pessoa que não tem senso de ética, de arrependimento e é completamente indiferente a certos
sentimentos. O crime é um meio de sentir prazer imediato. Não se pode falar em recolocar o
psicopata no meio social, uma vez que sua deficiência peca na incapacidade de ter sentimentos
imprescindíveis ao desenvolvimento, à reestruturação e ao aprendizado. Dessa forma, deve-se
salientar que a empatia é uma característica importante para ressocialização, pelo qual, para que
se tenha um tratamento psicológico eficaz, o psiquiatra deve ser o responsável.
Segundo Carvalho (2011), na realidade das penitenciárias brasileiras, já há dificuldades
para ressocialização da população carcerária, que não tem nenhum tipo de transtorno. A
situação se estende para a camada de detentos, com psicopatia, os quais são 20% da população
total dessa super massa. Sendo assim, a realidade do psicopata e o sistema jurídico são
esquecidos. A falta de legislação específica é um grande problema.

Neste sentido o caso Champinha:

Em 2003, quatro homens e Champinha, cometeram assassinatos, sendo que Felipe


Caffé e Liana Friedenbach, namorados, foram ao local acampar em Embu-Guaçu,
ambos foram assassinados um com tiro na nuca no mesmo dia e a outra Liana, ficou
quatro dias em cativeiro, período em que foi torturada e estuprada. (QUINTELA,
2022).
Champinha, tinha 16 anos quando ocorreu os crimes, denominado como psicopata
pelos jornais, seus cúmplices foram condenados a penas que variam entre 47 e 124
anos de prisão, como era menor de idade quando participou dos crimes, Champinha
19

se submeteu à disciplina prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e


não ao Código Penal. De acordo com o estatuto, ele poderia ter ficado internado na
entidade por até três anos ou no máximo até completar 21 anos (artigo 121, parágrafo
5º). Justamente ao completar 21, o Ministério Público requereu sua interdição civil
com base na Lei 10.216/2001, também conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica.
Sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001, a legislação
visa proteger os portadores de transtorno mental. A Justiça acolheu a solicitação.
Desde então, a custódia dele se tornou responsabilidade do estado de São Paulo. Sem
poder permanecer onde estava, foi transferido para uma Unidade Experimental de
Saúde (UES), destinada à recuperação de jovens infratores com distúrbios mentais,
onde permanece até hoje. O local foi construído pelo governo em 2006 justamente
para casos como o dele. (JORNAL GAZETA DO POVO).

No jornal globo.com divulgou uma notícia (2013) que Champinha foi diagnosticado
com transtorno de personalidade e cometeu atos infracionais para atingir os seus objetivos.
Como punição, ficou três anos na Fundação Casa. A Justiça determinou que ele necessitava de
um internamento em um hospital psiquiátrico.
Apesar de ser muito jovem, o perfil de Champinha era totalmente dominador, ocupando
posição de liderança. Todos o ouviam em função da característica dele de agressividade, com
comportamento psicopático. champinha era o líder de todos, um indivíduo que agia com total
intensidade, sem sentimento nenhum, sem culpa pelos atos de crueldade que cometeu.
É importante salientar que o psicopata não se torna psicopata de forma instantânea, ele
nasce com essa característica e permanece assim até os últimos dias de sua existência,
apresentando uma série de distúrbios comportamentais desde a infância, como mentiras
repetidas, roubos e furtos, comportamentos cruéis tanto com crianças quanto com animais, sem
qualquer tipo de arrependimento. (SILVA, 2008).
De acordo com Piazzeta (2018), Lombroso fazia uma distinção entre o criminoso moral
e o habitual, pelo qual os crimes seriam cometidos por atos de loucura, seja por alcoolismo ou
paixão, sem chance de reabilitação, devido às suas características físicas e hereditárias.
Conforme a Ministra Nancy Andrighi, no recurso especial n°. 1.306.687-MT, que
seguiu o entendimento do Superior Tribunal de Justiça para proferir a decisão sobre o
caso, ela se aprofundou em pesquisas médicas para compreender o comportamento
humano, tendo em vista que os psicopatas não respondem a tratamentos e são portadores
de uma alteração congênita, dessa forma, decidiu pela interdição de Champinha, que
assassinou três membros de sua família.
20

Desse modo:

Recurso Especial nº 1.306.687-MT, O MP recorreu contra essa decisão e o STJ deu


provimento ao recurso para decretar a interdição requerida. Seguindo o voto da
ministra Nancy Andrighi, relatora, os ministros consideraram que a sociopatia,
quando há prévia manifestação de violência por parte do sociopata, colocando em
risco a própria vida e a de outros, autoriza a curatela do indivíduo para que ele possa
ter efetivo acompanhamento psiquiátrico, de forma voluntária ou coercitiva
(JUSBRASIL, 2014)

Outro caso paragmático sobre o tema, refere-se ao “Vampiro de Niterói”.

Em 1991, um menino de apenas seis anos chamado Ivan foi encontrado morto em um
esgoto. Logo após o início da investigação, Marcelo Costa de Andrade não apenas
assumiu a autoria do assassinato, como também confessou ter matado outras treze
crianças em um período de oito meses. Ao ser preso, Marcelo disse estar
impressionado com a lentidão da polícia em encontrá-lo e deu detalhes dos crimes.
Além de matar, ele relatou que abusava sexualmente dos corpos e que chegou a
armazenar o sangue de sua segunda vítima para bebê-lo depois — o que o deixou
conhecido como Vampiro de Niterói. Marcelo foi considerado inimputável pela
justiça, isto é, incapaz de entender o caráter ilícito dos crimes que cometeu, devido a
problemas neurológicos. Por isso, o Vampiro de Niterói foi encaminhado para um
hospital psiquiátrico, onde está internado até hoje, aos 55 anos. (INTRINSECA, 2022)

Em 2017, foi solicitado a justiça a libertação de Marcelo Costa de Andrade, o Vampiro


de Niterói, considerado como inimputável pela justiça por não entender a gravidade dos crimes
praticados, por se tratar de possuidor de problemas neurológicos, foi-lhe negada a sua soltura,
pois os laudos apontaram sua incapacidade para se reintegrar à sociedade, permanecendo
internado em um hospital de Custódia. (TOMAZELA, 2023).
Após internação do Marcelo, o Vampiro de Niterói, pode conquistar sua liberdade, o
advogado que apresentou um requerimento junto à Vara de Execução Penal do Estado do Rio
de Janeiro. A defesa sustentou que, ao manter a medida de segurança, haveria violação a
Constituição Federal e a dignidade da pessoa humana em razão do transcurso do prazo. Não se
pode privar alguns indivíduos do convívio social e impedir que eles se reintegram à sociedade
na totalidade o pleito ainda não foi analisado pelo magistrado do caso.

Nessa seara, imprescindível também analisar o caso de “Chico Picadinho”.


21

Em 1966, Francisco Costa Rocha assassinou e esquartejou Margareth Suida, uma


bailarina austríaca de 38 anos. Depois de cometer o crime, ele adormeceu no sofá e,
na manhã seguinte, contou o ocorrido para o seu colega de quarto. O amigo ligou para
a polícia e, no dia 5 de agosto de 1966, Chico foi preso. Dez anos depois, ele voltou a
matar. Dessa vez, a vítima foi Ângela Silva, de 34 anos. Para se livrar da mulher, o
assassino esquartejou seu corpo usando uma faca, um canivete e um serrote. Pouco
tempo depois do crime, Chico foi preso novamente. Após o segundo assassinato, ele
foi diagnosticado como psicopata e condenado a 22 anos e 6 meses de reclusão. Hoje,
Chico Picadinho vive em um hospital psiquiátrico.

O conselho de sentença condenou Francisco, que teve sua pena de 22 anos e 6 meses
de reclusão. A sua defesa enfatizou que ele não teria cometido um crime por motivo torpe,
sendo portador de transtorno mental. Após ser examinado, foi classificado semi-imputável
por se tratar de personalidade psicopata. Contudo, o exame psiquiátrico realizado
aprofundado em 1994, revelou ter problemas mentais, sendo transferido para a Casa de
Custódia e Tratamento de Taubaté, para cuidados paliativos médicos. Foi solicitada a sua
interdição. (LEMOS, FACHEL e BOHMANN, 2017).
Francisco cumpre 30 anos de reclusão, segundo o art. 75 do CP, que na época do fato,
o prazo máximo de cumprimento de pena privativa não podia ultrapassar 30 anos. A prisão
perpétua não é permitida na constituição Brasileira.
A juíza da 1.ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté determinou, em 2019, que
Francisco fosse transferido para uma unidade indicada pela secretaria de saúde mental do
governo de São Paulo com acompanhamento psicológico diário.
Após o término do período de pena em novembro de 1998, Francisco permaneceu
preso, uma vez que não havia aplicação de medida de segurança nem alteração de
pena. Um advogado de renome compareceu à audiência de Francisco, elogiou a juíza, tendo
enviado a sua decisão ao secretário executivo da Corte Internacional de Direitos Humanos, em
Washington.
Considerando que Francisco é idoso, não poderia “ser jogado à própria sorte”. Estando
sob custódia, a pretexto de interdição civil, uma vez que o apenado voltou a matar, a psiquiatria
se isenta da obrigação de trazer o indivíduo para o convívio social, permanecendo em caráter
cautelar por um período, para fazer exames até que encontre um lugar adequado para o
indivíduo, que não pode ser mantido mais preso ferindo a constituição. A magistrada
determinou que Francisco seja transferido da Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba,
22

para uma unidade indicada pela Secretaria de Saúde Mental do governo de São Paulo, com
acompanhamento diário, uma cópia foi enviada de sua decisão para a Corregedoria Geral da
Justiça. (SOUZA, 2019).
É relevante mencionar a realidade dos presos que requerem uma administração de
internamento mais rigorosa e severa devido à periculosidade, com disfunções mentais
significativas. Exemplos: pessoas com transtornos psicopáticos que não conseguem controlar
seus impulsos destrutivos, por não assimilarem a repreensão. Não há tratamento eficaz para
transtornos de personalidade, os detentos requerem cuidados especiais, diferentes dos outros
detentos, devido ao risco progressivo que representam para a sociedade. (NORAT, 2018)

5.1. Dos Hospitais de Custódia

Destinado à execução de medidas de segurança, o hospital de custódia não faz parte da


rede de saúde. Sua administração é feita pela Secretaria de Administração penitenciária (Cesp).
Os HCTPs, por determinação judicial, propõem tratar indivíduos com transtorno mental que
cometeram atos ilícitos. A prática de estágio em um hospital permitiu a identificação de duas
funções principais dessa instituição: a de hospital, quando se pretende tratar dos pacientes ali
internados, e a de prisão, quando se pretende cumprir uma medida de segurança.
(MAGALHAES,2020).
A questão central é se as pessoas que estão sob medida de segurança, que atualmente
estão em hospitais de custódia e tratamento, também denominados manicômios judiciários,
devem ser transferidas para esses locais. Chamadas de instituições totais ou asilares, elas têm
internação por tempo indeterminado e restrições de comunicação e circulação. (LACERDA,
2023).
A resolução 487/2023 do CNJ determina o fechamento de todos os hospitais de custódia
até maio do ano 2024. Após a solicitação de seu fechamento, em torno de 5,8 mil encarcerado
podem receber esse benefício, estando entre eles, nomes como Chico Picadinho, Maníaco do
Parque e Adélio Bispo, os quais cometeram crimes de grande repercussão sendo considerados
inimputáveis pela Justiça.

Pedro Sérgio pontua:

Pedro Sérgio pontua que deveria haver a mentalidade do equilíbrio: se está ruim, que
se lute pela melhoria desses hospitais ou o fechamento daqueles que não tem solução,
23

mas afirma que o fechamento total não é uma saída inteligente. Pedro Sérgio cita dois
exemplos de hospitais de custódia que deram certo no Rio de Janeiro: Hospital Heitor
Carrilho e o Hospital Henrique Roxo – ambos do sistema prisional. O professor deixa
claro que a boa gestão se deu quando os hospitais eram dirigidos pelo médico Édson
Biondi.
“Quem descarta o trabalho dos Hospitais não percebe a dificuldade da família cuidar
de um doente mental perigoso em casa”, afirma. “Essa história de prisão domiciliar é
uma fantasia. Quem é perigoso e é doente mental será um fardo para toda a família.
Somando-se a isso tudo, o CNJ ainda determina que o tratamento dessas pessoas seja
feito pelo sistema normal de saúde. Aí vem a pergunta: será que os Caps estão
adequados para receber um paciente que vem de uma prática criminal e por vezes
muito violenta”? Questiona. (GONTIJO, 2023)

A partir de agosto 2023 a justiça começa parcialmente a interdição desses hospitais


sendo proibido novas internações. Consta na lei de 2001 que caso a junta médica considerar de
alto periculosidade esses pacientes e sem possibilidade de reintegração na sociedade, poderão
permanecer internados. Mas a questão é aonde?
Diversas entidades médicas, como a Associação Paranaense de Psiquiatria (APPsiq) e a
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), repudiam a Resolução n.o 487 do CNJ que institui
a Política Antimanicomial e determina o fechamento dos Hospitais de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico (HCTP) no Brasil.
Essa medida poderá ter consequências graves, pois colocará em liberdade prisioneiros
que cometeram crimes bárbaros e foram diagnosticados com transtornos mentais, sem as
mínimas condições de conviverem em sociedade.
A política antimanicomial está conforme a legislação penal, que prevê a existência dos
HCTPs. É difícil compreender como esta resolução foi criada sem que qualquer médico ou
psiquiatra tenha sido ouvido, ou consultado.
Se isso for implementado, haverá a liberação de presos com transtornos mentais que
cometeram crimes graves. Além de permitirem a liberdade para que eles possam escolher se
desejam tratar suas doenças mentais ou não, uma liberdade que representa um risco para toda a
sociedade brasileira. (Dutra, 2023).
Segundo o psiquiatra forense, que não é a favor do fim desses hospitais, essas casas não
são boas, mas a solução não é fechar, mas sim melhorar, ter fiscalizações, médicos e psicólogos,
uma vez que o sistema SUS não tem estrutura para atender esses internos. (PREITE, 2023).
Cavalheiro, 2021, comenta que, em entrevista ao Correio Brasiliense, Ana Beatriz
Barbosa (2012) disse que os criminosos psicopatas não podem ser recuperados nem com
24

tratamentos psicológicos, sendo que a solução mais adequada seria a prisão perpétua. Acredita
que alguém que age dessa forma possa ter uma recuperação ou arrependimento. Em países
como a Austrália, o Canadá e alguns estados americanos, há uma diferenciação legal entre os
criminosos psicopatas e os não psicopatas, sustenta. Ela defende alterações na legislação para
que o Brasil também possa adotar essa postura.

A lei 10.2016/2001 em seu art., 4°, traz como deve ser a internação psiquiátrica
compulsória:

Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os


recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficiente
s.§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do
paciente em seu meio
.§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer
assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços
médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.§ 3o É
vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições
com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados
no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único
do art. 2o. (PLANALTO.GOV.BR.).

Os tratamentos psicoterápicos ou medicamentosos apresentam uma resposta retraída


entre os psicopatas, da mesma forma que os tratamentos ambulatoriais ou psiquiátricos não
apresentam eficácia, além de serem considerados imputáveis. (PRASERES, 2018).
A Lei n.º 10.216/01, conhecida como Lei de Reforma Psiquiátrica, representou um
marco histórico importante no Brasil, uma vez que expressou a necessidade de respeito à pessoa
com transtornos mentais, em contraposição às leis anteriores, que utilizavam o método de
exclusão social para evitar qualquer ameaça à ordem e não se preocupavam em oferecer
tratamento adequado para a melhoria do estado mental do agente.
É crucial compreender que o estudo deve ser conduzido com base na Constituição Federal,
observando os direitos fundamentais, princípios e garantias inerentes ao Estado Democrático
de Direito. Dessa forma, o estudo do psicopata pela Ciência Jurídica deve ser realizado com um
foco especial, visando proteger a sociedade. (TOBIAS, QUEIROZ, 2021)
A proposta de Decreto Legislativo apresentada pelo senador Styvenson Valentim, do
Podemos do Rio Grande do Norte, susta, ou seja, suspende os efeitos da Resolução no 487, de
25

15 de fevereiro de 2023, do Conselho Nacional de Justiça, CNJ, que institui a Política


Antimanicomial do Poder Judiciário.
Segundo o documento do CNJ, o tratamento de pessoas com transtorno mental será
interrompido e, de acordo com o projeto apresentado por Styvenson, instituições como o
Conselho Federal de Medicina, CFM, e a Associação Brasileira de Psiquiatria, assim como a
Associação Médica Brasileira, a Federação Nacional dos Médicos e a Federação Médica
Brasileira não foram notificadas sobre a medida do CNJ.
Além disso, elas se manifestaram contra a Resolução, uma vez que trata de mudanças
nas políticas de saúde mental e também de segurança pública. Segundo Senador, o Sistema
Único de Saúde, SUS, não tem condições de atender a todas essas pessoas. O parlamentar disse
que o fechamento desses hospitais também pode causar danos sociais, como soltar condenados
perigosos sem o devido tratamento médico. (MINGOTE, 2023).
A Ação Direta de Inconstitucionalidade foi apresentada pelo Podemos no Supremo
Tribunal Federal, a pedido do senador, que está preocupado com a possível libertação de 3 mil
pessoas com problemas psíquicos, como o Marcelo Pereira Sena, de 46 anos, que está internado
no Hospital de Custódia de Natal, acusado de violentar sexualmente um menino de 10 anos em
Mossoró, em 1999, ao ser solto, em seguida, cometeu o mesmo crime com outro menino da
mesma idade em 2006, em Assú. (MOSSORÓ, 2023).
A cooperação entre o Poder Judiciário e o Ministério da Saúde visa cumprir a
determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH), que determinou ao Estado
brasileiro o desenvolvimento de programas de formação e capacitação para médicos,
psiquiatras, psicólogos e enfermeiros, conforme os princípios internacionais que regem o
tratamento de pacientes com transtorno mental. (CNJ,2023).

6. Considerações Finais

A criminalidade relacionada ao Transtorno de Personalidade Antissocial psicopática


ainda é um tema de intensa discussão entre os operadores do direito. A falta de disposições
legais que reconheçam as peculiaridades dos indivíduos com esse transtorno é um desafio para
a justiça.
O estudo atual trouxe contribuições para a compreensão do Transtorno de Personalidade
Antissocial, incluindo a classificação e o conceito sobre indivíduos com comportamentos
antissociais, as penalidades aplicáveis e a ressocialização dessas pessoas, elucidando suas
características pessoais e facilitando a identificação na sociedade.
26

A ausência de sentimentos de arrependimento ou empatia não deve ser usada como


justificativa para considerar os indivíduos com transtornos emocionais como inimputáveis, já
que os psicopatas possuem plena consciência de seus atos e das consequências dos atos
cometidos.
Em suma, foi tratado da ressocialização e da realidade atual dos hospitais de custódia,
com a criação da resolução 487/2023 do CNJ, que tem causado diversos debates, uma vez que
a possibilidade de soltura de psicopatas homicidas pode ser uma ameaça para a população.
Além disso, foi discutido a necessidade de um ambiente adequado e de um sistema de
saúde adequado para aqueles criminosos com Transtorno de Personalidade Antissocial, que não
têm condições de conviver em sociedade.
Conclusão, no âmbito do direito penal brasileiro, pessoas com transtornos mentais e
alguns portadores de distúrbios de personalidade que cometem crimes são considerados
inimputáveis ou semi-imputáveis. Em caso de inimputabilidade, não há condenação e a pessoa
é submetida a uma medida de segurança.
Sendo indispensável a atuação de profissionais da área de saúde mental em um dos
setores mais críticos da sociedade brasileira, o sistema penal. O Código Penal Brasileiro prevê
duas formas de medidas especiais: internação em hospital psiquiátrico e tratamento
ambulatorial, caso não haja hospital disponível, a medida pode ser cumprida em outro
estabelecimento próprio, que atenda à sua condição peculiar, distintamente dos presos
imputáveis, de modo a facilitar o tratamento e evitar prejuízos ao sistema carcerário.
De modo a evitar possíveis danos aos demais internos e ao próprio indivíduo, é
importante criar estabelecimentos prisionais especializados em comportamentos psicopáticos.
Em suma, indivíduos com transtornos mentais devem ser considerados semi-imputáveis por
questões de política criminal, para serem aplicadas medidas de segurança que objetivem tanto
a característica retributiva e ressocializadora da pena, quanto o tratamento médico.

7. Referências

A Psicologia Jurídica e sua aplicação no âmbito do Direito Penal | Entenda sua questão legal |
meuadvogado.com.br -(Márcia Régia B.de Oliveira, advogada, bacharel em Letras.)

Arquivos de um Serial Killer.


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335216236_titles%2F1%2F%2FPSICOPATA%2F0%2F0%2CNAPA%40%40% 7Ceb0695e5-
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