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Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo

Capa

A Psicologia Criminal/Forense

Allanah Esteves nº2 12ºL, Catarina Martins nº10 12ºL


Professora Manuela Domingues- Psicologia B
2019/2020
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A Psicologia Criminal/Forense 2019/2020

Índice

Capa ................................................................................................................................................................... 1
Índice ................................................................................................................................................................. 2
Introdução ......................................................................................................................................................... 3
O que é a psicologia criminal/forense? ............................................................................................................. 4
Origem da Psicologia criminal/ forense ............................................................................................................ 4
Definição: objeto de estudo, métodos, área de investigação ........................................................................... 4
O trabalho do psicólogo criminal ...................................................................................................................... 5
Casos famosos que contaram com a importante ajuda da psicologia .............................................................. 6
A psicologia criminal/forense em Portugal ....................................................................................................... 7
Conclusão .......................................................................................................................................................... 8
Bibliografia/Webgrafia ...................................................................................................................................... 9

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A Psicologia Criminal/Forense 2019/2020

Introdução
A criminalidade é um tema presente no nosso quotidiano e que por vezes vem ao nosso encontro. De um
modo geral a criminalidade tem vindo a aumentar. É com o objetivo de nos proteger que foi desenvolvida
dentro da área da psicologia aplicada, uma vertente que procura compreender a mente do criminoso de
maneira a prever e evitar comportamentos criminosos e o próprio crime. A psicologia criminal, também
chamada de forense será o tema retratado ao longo deste trabalho.

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A Psicologia Criminal/Forense 2019/2020

O que é a psicologia criminal/forense?


A Psicologia Criminal/Forense é um ramo da psicologia que trata de analisar racionalmente e
empiricamente os comportamentos desviantes, pensamentos e intenções criminosas. Procura identificar as
causas que levam aos comportamentos desviantes e transgressões, os mecanismos que os desencadeiam e
os efeitos sociais associados a esses comportamentos.

Para tal podem ser usados estudos psicológicos da personalidade, da estrutura mental e de outras
características. Constituindo o interface entre a psicologia e o direito, dedica-se também em ajudar as
instituições de investigação a cumprir a sua missão de maneira mais eficaz, ou seja, contribuindo com a
aplicação dos conhecimentos psicológicos ao serviço das mesmas.

Origem da Psicologia criminal/ forense


Este ramo da psicologia nasceu da necessidade de legislação apropriada para os casos dos indivíduos
considerados doentes mentais e protagonistas de atos criminosos.

Uma grande parte da Psicologia Criminal, conhecida como “Criminal Profiling” começou em 1940, quando
os Estados Unidos da América criaram um departamento de Serviços Estratégicos, no qual foi encarregue
ao psiquiatra William L. Langer (1896-1977) a difícil tarefa de elaborar um perfil psicológico de Adolf Hitler.

No entanto, podemos afirmar que este estudo e construção de perfis psicológicos se afirmou
verdadeiramente com o psicólogo Lionel Haward, após a Segunda Guerra Mundial. Quando este começou a
colaborar com a Royal Air Force, elaborando uma lista de características que os criminosos de guerra
poderiam através da construção dos seus perfis, especialmente do regime nazi. Mais tarde, em 1950 o
psiquiatra James A. Brussel (1905-1982) recorreu ao mesmo método elaborando o perfil preciso de um
bombista que aterrorizou Nova Iorque.

O rápido desenvolvimento da Psicologia Criminal proporcionou-se após a Segunda Guerra Mundial


quando o FBI abriu na sua academia uma unidade de análise comportamental em Quântico, no estado de
Virginia. Posteriormente foi criado o Centro Nacional de Análise de Crimes Violentos. A ideia era
estabelecer um sistema que trataria de encontrar ligações entre os principais crimes sem solução.

Enquanto isso em Inglaterra, na década de 80, o Professor David Canter funda a psicologia investigativa,
com o objetivo de colaborar com a polícia, abordando os crimes de um ponto de vista mais rigoroso e
científico, construindo e investigando perfis de indivíduos.

Definição: objeto de estudo, métodos, área de investigação


A psicologia criminal tem atualmente como objeto de estudo, os crimes e os comportamentos que estes
envolvem. Não se focando apenas do crime propriamente dito, o seu campo de ação expande-se até a
exploração de variáveis potenciadoras de comportamento criminoso. Esta estuda também de que forma o
crime tem origem e como “nasce” o comportamento criminoso com auxílio de várias abordagens,
nomeadamente psicodinâmica, social, sistémica, cognitiva, entre outras.

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Esta analisa os desejos, pensamentos, intenções e reações dos criminosos, de forma a traçar perfis,
solucionar crimes e compreender comportamentos. Com este objetivo, são utilizados testes de
personalidade, estuda-se a estrutura mental e outras características patológicas, construindo um perfil e
seleciona-lo se for possível com o direito penal.

As perguntas centrais do objeto de estudo desta área da psicologia, prendem-se muito com “ O que fez
com que este crime acontecesse?” ou “ O que fez o individuo cometer o crime?”, porém abrange as
reações posteriores ao crime, na fuga, até mesmo no tribunal. Ou seja, a Psicologia Criminal, não se
interessa apenas em resolver o crime, vai mais além, tentando perceber a sua origem íntima. Estudando os
perfis de todos os intervenientes, criminosos e vítimas.

Ao contrário de algumas teorias que afirmam que ser criminoso é inato, há teorias que defendem
que este não é este que causa o crime, mas sim a combinação de todos os fatores que o envolvem, até
mesmo as características da vítima. Nesse sentido, a psicologia criminal complementa-se com
a vitimologia que estuda as características da vítima, pois existem investigadores que defendem que
existem características que tornam as pessoas mais propensas a determinados tipos de crimes.

O trabalho do psicólogo criminal


O trabalho do psicólogo criminal é multifacetado, visto que este intervêm em contextos e situações
muitíssimo diversificadas. Situações estas que requerem um número imenso de competências como, por
exemplo:
• Fazer o diagnóstico aos reclusos que apresentam perturbações comportamentais, tais como
agressividade e isolamento, e outras perturbações psicológicas;
• Providenciar apoio a outros técnicos na seleção e formação de elementos da polícia e guardas
prisionais;
• Dar apoio à polícia na construção de perfis psicológicos que ajudem não só na identificação e
captura de criminosos, como também na investigação dos crimes;
• Dar apoio a vítimas de violência doméstica, de abusos sexuais e de outras formas de coação e
violência;
• Acompanhar os reclusos em situação de liberdade condicional e, quando libertados, no processo de
inserção na vida ativa;
• Avaliar a forma como os reclusos são tratados no interior dos estabelecimentos prisionais;
• Participar, com outros agentes de saúde mental, no diagnostico de imputabilidade de um acusado;
• Testemunhar, se necessário, em tribunal, como especialista;
• Avaliar, com outros técnicos, as falsas memórias em depoimentos de testemunhas;
• Avaliar a situação de stress dos agentes da polícia e dos guardas prisionais.

Uma vertente mais direcionada com o trabalho direto com a força policial, permite ao psicólogo outro
tipo de envolvimento profissional. Em 1981, um dos pais da psicologia criminal do Reino Unido, o professor
Lionel Haward, descreveu quatro maneiras pelas quais o psicólogo pode atuar no seu envolvimento
profissional em processos criminais. Sendo as seguintes:

 Clinicamente: Nesta situação, o psicólogo está envolvido na avaliação do indivíduo, a fim de


fornecer um julgamento clínico. O psicólogo pode usar ferramentas de avaliação, entrevistas ou
ferramentas psicométricas para auxiliar na sua avaliação. Estas avaliações podem ajudar a
polícia ou outros órgãos a determinar como processar o indivíduo em questão.

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 Experimentalmente: Nesse caso, a tarefa do psicólogo é realizar uma pesquisa para informar
um caso. Esta pode envolver a execução de testes experimentais com o objetivo de ilustrar um
ponto ou fornecer mais informações aos tribunais. Se envolver uma memória falsa, podem
realizar-se experiências de credibilidade de testemunhas oculares e outros. Por exemplo, desta
forma, perguntas semelhantes a "qual a probabilidade de uma testemunha ver um objeto que
se encontra a 100 metros?" serão respondidas.
 Atuarialmente: Esta função envolve o uso de estatísticas para informar um caso. Por exemplo,
um psicólogo pode ser solicitado a fornecer a probabilidade de ocorrência de um evento. Por
exemplo, os tribunais podem perguntar qual a probabilidade de uma pessoa reincidir se uma
sentença for recusada.
 Aconselhamento: Aqui, um psicólogo pode aconselhar a polícia sobre como proceder na
investigação. Por exemplo, qual é a melhor maneira de entrevistar o indivíduo, qual a melhor
forma de interrogar uma testemunha vulnerável ou outra especialista, como um infrator agirá
após cometer o crime.

Casos famosos que contaram com a importante ajuda da psicologia


A compreensão da mente criminosa é uma das ferramentas mais importantes no processo de solução de
um crime, tal se torna evidente nestes 5 casos conhecidos da psicologia criminal:
 Ted Bundy

Considera-se que um psicólogo poderia passar uma vida a examinar a mente distorcida de Ted Bundy, um
dos mais notórios e carismáticos assassinos americanos. Felizmente, um grupo de psicólogos usou a sua
experiência para solucionar este famoso caso. Ao longo do tempo, os ataques brutais e assassinatos de Ted
Bundy tornaram-se menos cuidadosos e mais frequentes. O perfil psicológico construído, que beneficiou
bastante das informações dadas pela sua ex-namorada, eventualmente pôs fim à busca nacional pelo
Bundy e ligou-o a outros assassinatos por resolver.

 John Wayne Gacy

Embora as queixas e suspeitas dos vizinhos terem sido o que ultimamente terminou a chocante matança do
“palhaço assassino” John Wayne, a avaliação construída por psicólogos foi o garante de que o culpado
deste famoso caso não fosse libertado sob um argumento falso de insanidade. Por meio de uma série de
entrevistas, os psicólogos conseguiram determinar que os assassinatos de Gacy envolviam premeditação e
um plano detalhado para ocultar os corpos das vítimas. Sem a assistência de psicólogos Gacy poderia ter
nunca vindo a ser punido pelos seus crimes.

 Explosões no Radio City Music Hall

Uma série de contínuos atentados no famoso Radio City Music Hall em Nova York é um caso intrigante que
é frequentemente esquecido nos dias de hoje. Este caso, que envolveu mais de uma dúzia de explosões
entre 1940 e 1950, mostrou-se tão problemático para a polícia que foi uma das causas do desenvolvimento
do Federal Bureau of Investigation. O psicólogo James Brussel conseguiu determinar que, devido à
complexidade e conhecimento dos dispositivos explosivos, o homem-bomba era quase definitivamente um
engenheiro, provavelmente em Con Edison. Foi esse perfil que direcionou a polícia para George Metesky e
conduziu à captura do culpado. A notável precisão e eficácia do perfil construído pelo psicólogo, que levou
á captura do responsável pela explosões, aumentou a demanda por estes especialistas por todo o país.

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 Aileen Wuornos

O caso do assassino em série Aileen Wuornos, que pode ser conhecido como inspiração para o
desempenho de Charlize Theron em "Monster", poderia nunca ter sido resolvido sem o famoso uso da
psicologia criminal/forense. Os psicólogos conseguiram determinar uma motivação consistente pelos
assassinatos de Wuorno, o seu intenso medo de perder o relacionamento com a sua parceira Tyria Moore.
Este perfil mostrou-se incrivelmente preciso quando cada um dos assassinatos de Wuornos foi mais tarde
relacionado a períodos difíceis e separações de curto prazo entre os amantes.

 Andrei Chikatilo

O reinado de terror de Andrei Chikatilo confundiu a polícia russa por mais de duas décadas, até que se
tornou um dos casos famosos resolvido por psicólogos forense. Até ao momento, Chikatilo tem sido
associado aos assassinatos de 53 mulheres e crianças russas. Frustrado com a falta de pistas promissoras,
Viktor Burakov, o principal investigador do caso, decidiu empregar um novo método. Este recrutou a ajuda
do Dr. Alexander Bukhanovsky na construção de um perfil psicológico para o assassino. Contendo este
informação que se mostrou inestimável para reduzir a lista de suspeitos ao próprio Chikatilo, que confessou
os seus crimes em 1990.

A psicologia criminal/forense em Portugal


Nos dias de hoje a psicologia é cada vez mais necessária, sendo até mesmo imprescindível.
São diversos os contextos criminais onde os Psicólogos já possuem conhecimentos e técnicas de
abordagem à vítima e agressor, procurando minimizar riscos e impactos de afetação de prova e de
potencial de revitimação/reincidência.
Ao longo dos anos, profissionais desta área têm vindo a integrar equipas multidisciplinares, de forma a
responder a necessidades de avaliação que vão desde a agressão sexual, até ao acompanhamento de uma
vítima a tribunal (procurando minimizar o impacto traumático inerente à sua exposição a um processo
crime).
Várias décadas após o surgimento das primeiras escolas de Psicologia em Portugal, esta área científica
tem vindo a ganhar expressão e a ocupar o seu lugar na sociedade, ultrapassando as barreiras da
desconfiança, por via de estereótipos e até de associação com crendices populares.
A regulamentação da profissão com o surgimento da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP)
veio consolidar uma maior credibilidade e projeção do potencial dos conhecimentos promovidos por esta
área.
Muito trabalho tem sido feito e muito existe para fazer para sensibilizar a comunidade em geral e
os agentes decisórios para o potencial de articulação entre a Psicologia e as necessidades cada vez mais
prementes das pessoas, esta é essencial para a difusão de uma resposta institucional cada vez mais célere,
capaz e dirigida para o cidadão comum.

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Conclusão
Com este trabalho compreendemos a tamanha importância que a psicologia criminal/forense tem a nível
da justiça, estabelecendo uma relação entre a psicologia e a polícia ou o direito, e na sociedade, com a
aplicação dos conhecimentos psicológicos ao serviço da mesma. Contribuindo para uma redução
significativa na taxa de criminalidade, um aumento da taxa de sucesso na captura de criminosos e uma vida
social mais segura.

Nos dias de hoje esta é uma ciência imprescindível, no entanto consideramos que deveria ser
desenvolvido um maior trabalho na sensibilização da comunidade para com esta e com a psicologia em
geral.

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Bibliografia/Webgrafia
 https://pt.slideshare.net/pirolitas/psicologia-criminal-21611322
 https://pt.slideshare.net/ingahh/psicologia-criminal-5613508
 https://psicologia-b-12-luisa.webnode.pt/news/a-psicologia-criminal-ou-forense-/
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_criminal
 http://www.psicologiafree.com/curiosidades/psicologia-criminal/
 https://www.publico.pt/2014/09/29/sociedade/opiniao/psicologia-forense-onde-como-quando-e-
porque-1671147
 https://sites.google.com/site/lacospsychelogos/sss/psicologia-aplicada/psicologia-criminal-ou-
forense
 https://www.online-psychology-degrees.org/list-articles/five-famous-cases-cracked-by-forensic-
psychologists/
 Manual de Psicologia de 12º ano- Psi para Si

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