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Curso de Psicologia Jurídica

Instituto de Psicologia
Prof. Jorge Trindade

www.jorgetrindade.com.br
SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PSICOLOGIA JURÍDICA

www.sbpj.org
Psicologia Jurídica:

uma das especialidades da Psicologia que se relaciona


com o sistema Justiça.

 Várias nomenclaturas:
1. Argentina - Psicologia Forense
2. Europa – Psicologia e Lei
3. Brasil - Psicologia Jurídica / Forense.

 Adoção do termo Psicologia Jurídica:


Termo mais abrangente – refere-se ao Direito,
incluindo tanto os processos nos tribunais
quanto aqueles que são frutos da decisão
judicial ou de interesse do jurídico ou do Direito
(segurança púbica, penitenciário, Conselho
tutelar etc).
Psicologia Jurídica:
área de conexão – tangência – fronteira - encruzilhada

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Direito Psicologia

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1.Antropologia
2. Sociologia
3. Política
4. Economia
5. Filosofia
6. Medicina Legal
7. Genética, etc...
Prof. Dr. Jorge Trindade
Psicologia:

• Clínica – Psicoterapêutica
• Neuropsicologia
• Psicologia Social
• Psicologia Psicopatológica
• Família
• Do esporte
• Psicologia Hospitalar
• Psicologia Organizacional – Empresarial
• Psicologia Jurídica
• Psicologia Escolar
• Psicologia do Desenvolvimento, etc
Definições

 Popolo (1996):
Psicologia Jurídica se refere “ao estudo, a partir da perspectiva
psicológica, de comportamentos complexos atuais ou potenciais
para o jurídico, os efeitos de sua ocorrência, análise, compreensão
e eventual atuação sobre eles, em função do jurídico”.

 Sobre a complexidade dos comportamentos que interessam ao Jurídico


Popolo (1996) considera a multiplicidade de fatores que os determinam e
que devem ser levados em conta em uma perícia:
1. O contexto em que o fato aconteceu.
2. O contexto grupal e familiar (de origem e o atual).
3. A conduta (considerando o contexto cultural e determinantes individuais –
subjetivos).

 Estas considerações implicam em


1. reconhecer o limite da perícia – recorte da realidade;
2. verificar a validade dos instrumentos e referencial teórico utilizados;
3. reconhecer a importância da compreensão multidisciplinar do fenômeno
estudado para melhor abordá-lo em sua complexidade
Histórico da Psicologia Jurídica

Prof. Dr. Antonio Augusto Pinto Jr.

UNISAL / Lorena
O Primórdio da Psicologia aplicada ao
Direito
 A primeira articulação entre a Ciência Psicológica –
século XIX: avaliação da fidedignidade de
testemunhos (Influência da Psicologia
Experimental).
 Estudos sobre memória, sensação e percepção
no exame dos testemunhos – Laboratórios de
Psicologia Experimental.
 Cinco fatores para avaliação do testemunho (Mira Y
López):
1. Modo como a pessoa percebeu o evento.
2. Modo como a memória o conservou.
3. Modo como a pessoa é capaz de evocá-lo.
4. Modo como quer evocá-lo.
5. Modo de expressá-lo.
Final do séc. XIX e Séc. XX
 Perícia Psiquiátrica sobre a responsabilidade
penal de adultos – solicitação de avaliação
psicológica (utilização de testes psicológicos
– psicométricos).

 Neste período não apenas na área jurídica,


mas em outros campos, como a Clínica,
Psicologia Escolar e Industrial predominam
as práticas de avaliação e diagnóstico
psicológico.
Segunda Metade do Século XX
 Com o reconhecimento da profissão na década de 60
do século XX, novas atribuições e práticas foram se
incorporando à Psicologia, principalmente em interface
com outras Ciências e saberes.
 Décadas de 1970 e 1980 – primeiros registros de
trabalhos de psicólogos em instituições de Justiça no
Brasil (perícia terceirizada): saturação do mercado em
Psicologia Clínica.
 1985: 1o. Concurso público em São Paulo.
 Início da Década de 90 – luta dos psicólogos para
criação do cargo junto ao Poder Judiciário.
 2000: Título de Especialista em Psicologia Jurídica pelo
CFP: atividades relacionadas ao contexto das
organizações de Justiça, incluindo organizações que
integram os poderes Judiciário, Executivo e o Ministério
Público.
A Psicologia Jurídica na Atualidade
 Hoje a Psicologia Jurídica não se restringe à elaboração de
psicodiagnóstico ou identificação de psicopatologias.

 Presente em quase todos os Tribunais de Justiça dos Estados do país,


em vários espaços de atuação: Varas de Família, Infância e
Juventude, Execução Penal, etc.

 Necessidade de compreender todos os condicionantes sociais e


culturais constitutivos da subjetividade humana, rompendo com a
lógica estritamente individual (intrapsíquica) que caracterizava a
realização de perícias psicológicas.

 Psicologia Jurídica: um novo olhar aos problemas do Direito e da Lei:


“o psicólogo (...) vai interpretar para os operadores do Direito a
situação que está sendo observada, ou ainda recontar o fato, a partir
de um outro referencial”
 “Colaborar com os que chegam ao Sistema de Justiça para que
possam compreender seu lugar subjetivo, seu vínculo com a
sociedade, assim (...) sugere uma função comprometida com esses
sujeitos de direito” (Brito, 205, p. 15). – Não se converter em juízes
ocultos – determinar sentenças.
Complexidade da Psicologia Jurídica

 A partir do exposto, deve-se considerar “que o conhecimento


resultante da perícia não representa a compreensão do indivíduo
como um todo” (França, 2004, p. 75).
 Perícia = recorte parcial da realidade – não deve ser tomado
como a verdade sobre o sujeito – marca e rótulo.

 Além disso, a perícia não é a única possibilidade de atuação do


psicólogo jurídico. Dentre outras possibilidades, destacam-se:
1. Orientação e acompanhamento de casos.

2. Estudos que visem à prevenção

3. Estudos sobre os efeitos do Jurídico sobre a subjetividade do


indivíduo.
Objetos de estudo da Psicologia
Jurídica
 Colegio Oficial de Psicólogos de España: “uma área de
trabalho e investigação psicológica especializada cujo objeto
é o estudo do comportamento dos atores jurídicos no âmbito
do Direito, da Lei e da Justiça” (1998, 109).

 Questão: A psicologia jurídica estuda apenas o


comportamento humano no âmbito jurídico?

 Amplitude dos objetos de estudo da Psicologia – subjetividade


humana.
 Assim, a Psicologia Jurídica “deve ir além do estudo de uma
das manifestações da subjetividade, ou seja, o estudo do
comportamento. Devem ser seu objeto de estudo as
conseqüências das ações jurídicas sobre o indivíduo”
(França, 2004, p. 76).
 Foucault – as práticas jurídicas e judiciárias determinam a
subjetividade humana, determinando as relações humanas.
Confluência Psicologia Jurídica e
Direito
 Modelos de confluência:
1. Modelo de subordinação: atender somente
as demandas jurídicas – auxiliar do Direito
– responde às questões do Jurídico:
perícias.

2. Modelo de complementaridade: Psicologia


Jurídica como ciência autônoma que
produz conhecimento e que se relaciona
com o conhecimento produzido pelo
Direito - interdisciplinaridade
Principais Subdivisões da
Psicologia Jurídica
1. Psicologia Jurídica e as questões da Infância e Juventude –
abolição do termo “menor”.
2. Psicologia Jurídica e o Direito de Família: separação, disputa
de guarda, regulamentação de visita, destituição do poder familiar
etc. - Perito e Assistente técnico.
3. Psicologia Jurídica e Direito Civil: acidentes de trabalho, casos
de interdição etc.
4. Psicologia Penitenciária ou Carcerária: estudos sobre
reeducandos, agentes de segurança, egressos, penas alternativas
etc.
5. Psicologia Criminal: delinqüência, perícia, criminologia etc.
6. Psicologia do Testemunho – estudos dos testemunhos nos
processos criminais, falsas memórias etc.
7. Psicologia Policial/Militar: treinamento e formação em
Psicologia Policial, perícia em Instituição Policial ou militar.
8. Mediação: no Direito de Família e Direito Penal.
9. Vitimologia: VDCA, Violência contra a mulher (perícia e
atendimento).
10. Autópsia psicológica: avaliação psicológica retrospectiva com
informações de terceiros.
Psicologia Jurídica:
 Psicologia do Testemunho
 Psicologia Forense
 Psicologia Criminológica
 Avaliação Psicológica-pericial
 Psicologia Jurídica para área de Família
 Psicologia Jurídica para área da Criança e do
Adolescente
 Psicologia Penitenciária
 Psicologia Policial, etc...
Linhas Teóricas
 Psicanalítica
 Cognitiva
 Comportamental (Behaviorismo)
 Existencial-Humanística
 Compreensiva
 Psicologia do Ego
 Gestalt, etc...

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