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(A)Em que consiste a função preventiva da pena?

Pena é a sanção do Estado, valendo-se do devido processo legal, cuja finalidade é a


repressão ao crime perpetrado e a prevenção a novos delitos. O objetivo é reeducar o
delinquente, retirá-lo do convívio social enquanto for necessário, bem como reafirmar os
valores protegidos pelo direito penal e intimidar a sociedade.
A tese preventiva tem por base a função de inibir o máximo possível a realização de novos
atos ilícitos. A punição é encarada como meio de segurança e defesa da sociedade. Deste
modo, a pena seria aplicada para impor o medo.
(B) Quais são as classificações da função preventiva e em qual delas podemos
inserir a ressocialização?
Existe duas classificações que tem por base a função de inibir o máximo possível a
realização de novos atos ilícitos, são elas a preventiva geral que tem o caráter ameaçador
e coação psicológica, dessa forma mostra ao cidadão que se recusam a observa e obedecer
às ordens jurídicas da sociedade, motivando a não praticar o delito novamente, e a
preventiva especial que esta direcionada ao próprio indivíduo na busca de um
convencimento para que o mesmo não volte a prática do ilícito e é nessa fase que podemos
inserir a ressocialização, medindo-se a pena por meios de reeducação da ordem jurídica.
(C) Em sua atuação profissional, quais as alternativas de ressocialização você já teve
contato? Quais as vantagens e desvantagens que você pode observar?
Já indiquei internos para a educação, capacitação com aprimoramento, em qual quer área
profissional pretendida, no intuito de mostrar que aquele tempo não necessariamente tem
que ser perdido. Indiquei vários para o trabalho pois acredito que o mesmo edifica o ser
humano, evitando o tempo ocioso pois a mente ocupada oscila os pensamentos, além de
ser uma forma de aprender algo que possa sustenta-lo lá fora e não mais sucumbir ao
crime. Acredito que a disciplina é consequência da habitualidade das atividades que
podem ser atribuídas no período de cumprimento da pena pois é o eixo para o tratamento
da ressocialização. Há necessidade que sejam desenvolvidas ações de políticas de
penitenciária, algumas medidas que cooperem na recuperação do apenado. É importante,
que não se perca de vista o momento em que o indivíduo perde a liberdade pelo
cometimento de um crime, o mesmo continua a ter direitos estabelecidos mundialmente,
como da dignidade da pessoa humana, manutenção dos laços afetivos com entes queridos,
o que é de grande importância para a ressocialização e reconstrução da vida do apenado.
O Brasil convive com um abandono do sistema prisional, o que deveria ser um
instrumento de ressocialização, muitas vezes, funciona como escola do crime, devido à
forma como é tratado pelo estado e pela sociedade. Quanto ao papel do Estado, o mesmo
não está cumprindo o estabelecido, em diversos diplomas legais, como a Lei de
Execuções Penais, Constituição Federal, Código Penal, além das regras internacionais,
como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Americana de Direitos
e Deveres do Homem e a Resolução da ONU que prevê as Regras Mínimas para o
Tratamento do Preso.
Sei muito bem que não é fácil perdoa um homicida, latrocida ou até mesmo um
estuprador. O olhar da sociedade ainda reflete uma visão antiga, excludente e de caráter
punitivo. O íntimo sentimento da maioria da sociedade é a de que lugar de bandido é na
cadeia, (e eu concordo), mas cada um que cumpra sua pena conforme seu delito com
outros de mesma proporção, enquanto a Sociedade não conscientizar deste problema
enfrentado, e o Estado não efetuar fiscalização nos processos de execução penal, e
proporcionar a capacitação dos agentes que tratam com os apenados, com condições
dignas para o trabalho ressocializador deste, só aumentará os reincidentes e os crimes
cada vez se tornarão mais frequentes na nossa sociedade.
Na atual situação, o sistema prisional não tem conseguido ressocializar indivíduo algum.
A gigantesca quantidade de presos, em vista das poucas vagas, mostra um déficit que o
Estado prefere apenas amenizar com algumas condições temporárias, que não resolvem
o problema, como a Lei nº 12.403, de quatro de maio de 2011, que reformulou a prisão
em flagrante, convertendo-a obrigatoriamente em preventiva, onde, quando presentes os
requisitos são permitidos a prisão domiciliar. Tudo a fim de diminuir a superlotação dos
presídios.
Como não há prisão perpétua e prisão de morte deve-se aprimorar o sistema prisional,
com melhorias nos estabelecimentos prisionais, na estrutura que abrigará estas pessoas.
São responsáveis pelo cumprimento da pena, proporcionando meios para haver as
condições de sobrevivência mínima. Se não há este tratamento especial em relação esta
pessoa que pratica um crime, poderá ela reincidir, e a sociedade junto com o Estado que
arcará com as consequências destas pessoas que não são ressocializadas. Ninguém deve
viver em condições desumanas e humilhadoras. O preso deve ser tratado antes da análise
e condenação, como ser humano e primeiro lugar.
Nada se valora na execução da pena se não houver a ressocialização da pessoa humana,
a integração deste a sua família, ao ambiente de trabalho novamente. No processo de
execução penal, não pode abster-se que os indivíduos que cumprem penas não serão
presos eternamente, esta pessoa que cumpriu sua pena merece uma oportunidade, para
trabalhar novamente, sem o peso da discriminação, pois a dúvida quanto ao caráter do
mesmo, quanto aos resultados apresentados após o cumprimento de sua pena, sempre
haverá, porém excluir ou banalizar este individuo vai de afronta com a dignidade humana.

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