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Resumo: O presente artigo, tem como objetivo analisar o sistema prisional brasileiro, afim
de encontrar os motivos que fazem a nossa população carcerária ser uma das maiores do
mundo, identificar possíveis soluções para que o número de internos diminua, buscando nas
prisões modelos e na história da pena fundamentos para que haja uma melhora no sistema
prisional. Esse trabalho aponta dados relevantes dos nossos detentos, previsões legais
pátrias elaboradas com a finalidade de reinserção do preso, e apontamentos das
penitenciárias mundiais tidas como modelos na reeducação do condenado. O atual estudo
foi elaborado a partir de pesquisas quantitativas, revisões bibliográficas, pesquisas
descritivas e explicativas.
Abstract: The article presented aims to analyze the Brazilian prison system in order to find
the reasons that make our prison population one of the largest in the world and identify
possible solutions for the number of inmates to decrease as well as for those who are
already serving time. the prison system this work points relevant data of our detainees legal
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predictions homelands designed for the purpose of reinsertion of the prisoner and notes of
the world penitentiaries taken as models in the rehabilitation of the condemned the current
study was prepared from quantitative research literature reviews descriptive and explanatory
research
Sumário: Introdução. 1. Conceito de direito penal e sua importância para a sociedade. 1.2.
Evolução histórica do direito penal. 1.3 Finalidade da pena na atualidade. 2. Cumprimento
das penas no Brasil. 2.1. O que prevê a legislação brasileira para o cumprimento de pena.
2.1.1. Da assistência material. 2.1.2. Da saúde. 2.1.3. Da assistência jurídica. 2.1.4. Da
educação. 2.1.5 Da assistência social. 2.1.6. Da liberdade de culto. 3.Características das
penitenciárias brasileiras. 3.1 Número de encarcerados no Brasil. 3.2. Retorno ao sistema
prisional. 4. Prisões modelos. 4.1 Finalidades do direito penal em países que adotam as
prisões modelos e resultados da implantação dessas prisões. Resultados e discussões.
Metodologia. Considerações finais. Referências.
INTRODUÇÃO
O direito penal é uma ferramenta voltada para o estudo de condutas humanas que
influenciam a sociedade, visando a paz social, inclusive atribuindo valor a bens jurídicos que
devem ser tutelados. Atribuir valor depende diretamente do conceito subjetivo daquela
sociedade, visto que o quantum percebido está ligado a como os cidadãos enxergam
determinada conduta. Tanto que, o direito penal além de atribuir valor, exerce a função de
aplicar penas de acordo com as necessidades de uma comunidade.
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Diante das intempéries das prisões, um fator que permanece em evidência é a importância
das penas humanas que são aplicadas nas Prisões Tipos. É a dignidade no cumprimento da
reprimenda que se apresenta como a principal responsável pela melhora nos sistemas
prisionais, diminuindo o número de infratores que voltam a delinquir, e ainda ocasionando
fechamento de penitenciárias em países que adotaram esse modelo.
Diante de um sistema penal saturado, a melhora do caos instaurado é uma das formas de
trazer credibilidade e confiabilidade para uma sociedade. Para tanto, as organizações
precisam se posicionar quanto aos valores que realmente são indispensáveis naquele
contexto, procurando ter ciência de que uma pena sem crueldade é necessária. Nesse
contexto, a proposta de trabalho científico visa apresentar conceitos, definições e
ferramentas necessárias para que haja uma reflexão a respeito das penitenciárias, baseando-
se em princípios do direito penal ligados diretamente com penas humanizadas.
O direito penal é uma área de estudo que descreve delitos, condutas, e bens jurídicos que
realmente importam para um grupo social, e tem por objetivo assegurar, proteger e evitar
que condutas consideradas ofensivas sejam cometidas. Outra função atribuída ao direito
penal é o de limitar o poder de punir do Estado, evitando que este comine penas excessivas
e desproporcionais.
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Segundo (Nucci, Curso de Direito Penal, 2017) o direito penal é um ramo do direito público,
que visa organizar a sociedade, descrevendo quais condutas humanas são capazes de afetar
um bem jurídico socialmente relevante, e também atua limitando o poder de punir do
Estado, buscando sempre alcançar a paz social.
Como bem nos assegura Bitencourt (2016), o direito penal é uma vertente que estuda as
normas existentes nos sistema legal pátrio, investigando a natureza de atos socialmente
reprováveis, e aplicando-lhes reprimendas imputadas por princípios e valores existentes no
cerne de uma comunidade. Exemplificando o ramo do direito ora estudado é pautado pela
sociedade a qual pertence.
Corroborando com os demais autores afirma (Capez, 2018, p. 60/61), que o direito penal
facilita uma área de estudo, que busca não somente apontar quais são os atos reprováveis,
mas também quais são as melhores maneiras para se evitar o cometimento de um delito,
punir com a devida proporcionalidade aqueles já ocorridos, e até mesmo é usado como
forma inibidora da prática de nova infração:
Direito Penal permite proteger os valores fundamentais para a subsistência do corpo social,
tais como a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade etc., denominados bens jurídicos. Essa
proteção é exercida não apenas pela intimidação coletiva, mais conhecido como prevenção
geral e exercida mediante a difusão do temor aos possíveis infratores dos risco da sanção
penal, mas sobretudo pela celebração de compromissos éticos entre o Estado e o indivíduo,
pelos quais se consiga o respeito às normas, menos por receio de punição e mais pela
convicção da sua necessidade e justiça” (Capez, 2018, p. 60/61).
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Dessa forma, o Direito Penal, é uma matéria que se mostra imprescindível para
a contenção de problemas sociais, já que este, se molda a sociedade de acordo com seu
tempo. A fluidez da matéria é o que induz o estudo contínuo da disciplina, buscando
alcançar as expectativas de paz social para a comunidade.
A origem do direito penal é facilmente encontrada nas sociedades antigas, sendo que para
estas as leis eram expressões da vontade divina. Não restam dúvidas de que durante a
construção do mundo como o conhecemos hoje, em todas as sociedades, houveram regras
que incutiam punições para quem praticava atos contrários aqueles estipulados como
essenciais para a ordem social. Era uma questão de sobrevivência da espécie, ter algum tipo
de castigo que visasse impedir comportamentos que colocassem em risco o grupo como
um todo (Greco, Curso de Direito Penal, Parte Geral, 2017, p. 47).
Nessa época, acreditava-se que as punições eram formas de castigos advindo dos Deuses,
como demonstração da insatisfação divina pelo ato que o agente cometera, sendo este
expulso do clã ou tribo em que vivia. O contexto histórico aponta que a crença daquela
sociedade era de que eles poderiam acalmar a fúria divina pela concretização da pena.
Segundo Nucci (2017, p. 53) “caso o ofensor não fosse punido, todo o grupo poderia sofrer
consequências sobrenaturais, que não passavam de fenômenos naturais tais como a chuva”.
Pode-se dizer que a primeira modalidade de pena foi a denominada vingança privada. Para
Greco (2017, p. 48) “fica claro que a apenação era meramente no intuito de devolver o mal
praticado, pagando o sangue com sangue e podendo ser exercida pelos parentes daquele
que sofreu o dano”. O autor cita a Bíblia, para demonstrar a existência das cidades refúgios
que eram destinadas a abrigar agentes que haviam cometido crimes contra a vida de
natureza culposa e tinha a finalidade a proteção do infrator, para que este não fosse morto
por vingança.
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poder central, que ainda impunham leis severas, sendo estas eram aplicadas pelos chefes
daquela sociedade como forma de controle social e de permanência deles no poder (NUCCI,
2017, p. 55).
No final do período primitivo, após as duas primeiras fases das penas terem sido aplicadas
indiscriminadamente no intuito de promover a ordem social, por meio de inúmeras
mutilações, houve um enfraquecimento nas pessoas da comunidade, daí o surgimento de
uma nova forma de solução de conflitos a compositio, que nada mais eram que acordos
feitos pelas partes envolvidas. Assim, reverteu-se em entrega de animais, armas e dinheiro,
muitas das penas de mutilação, ao invés de obter o ofendido o sofrimento do opressor,
diminuindo o intuito de vingança e passando a pena, a arriscar o conceito de reparação de
dano. A origem desse quadro é facilmente encontrada na chamada época histórica, que
ocorre na Grécia antiga, passando pelo direito romano, germânico e o direito penal
canônico.
Com base no que leciona Wolkmer (2006, p. 73), “sempre coube ao Estado o papel de
administrador da justiça e assim tem sido até nossos dias, constituindo a Grécia antiga, no
modelo ateniense, a grande exceção”. Àquela sociedade, mantinha o propósito de
democracia, sendo que apenas ao povo era reservado o poder de resolver conflitos.
O período romano é considerado por muitos doutrinadores como um dos marcos mais
importantes da história do direito penal, pois foi nesta sociedade que dez homens tiveram a
incumbência de preparar um conjunto de normas que foram escritas em doze pedaços de
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madeira, e que são conhecidas até hoje como a Lei das XII Tábuas. Esses ordenamentos
ficavam expostos no Fórum de Roma e foram divididas da seguinte forma: Tábuas I e II:
Organização e procedimento judicial; Tábua III – Normas contra inadimplentes; Tábua IV –
Pátrio poder; Tábua V – Sucessões e Tutela; Tábua VI – Propriedade; Tábua VII – Servidões,
Tábua VIII – Dos Delitos; Tábuas XI e XII – Complementares (GRECO, 2017, p. 51).
A pena de morte, que praticamente havia desaparecido, pois até a era de Adriano (117-138
d.C.), ressurge com grande força, no século II d.C., com o aparecimento dos chamados
crimes extraordinários, tais como furto qualificado, estelionato, extorsão, aborto, exposição
de infante. A esses crimes pode-se acrescentar os crimes essencialmente religiosos, como
blasfêmia, heresia, bruxaria etc. A prisão era conhecida na Antiguidade tão somente como
prisão-custódia, como depósito, uma espécie de antessala do suplício, onde os condenados
aguardavam para a execução da pena propriamente dita.
E conclui o autor,
Finalmente, nesse período os romanos não realizaram uma sistematização dos institutos de
Direito Penal. No entanto, a eles remonta a origem de inúmeros institutos penais que na
atualidade continuam a integrar a moderna dogmática jurídico-penal. Na verdade, os
romanos conheceram o nexo causal, dolo, culpa, caso fortuito, inimputabilidade,
menoridade, concurso de pessoas, penas e sua medição. Não isoladamente, sem se
preocupar com a criação, por exemplo, de uma Teoria de Direito Penal (Bitencourt, 2018, pg.
118).
O direito penal Germânico não era composto de lei escritas, mas era sim pautado nos
costumes. Em um primeiro momento, a ruptura da paz social poderia ser apenada com a
morte do agente. O contexto histórico mostra que os gregos conheceram a vingança de
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sangue, e somente com a evolução de conceitos morais do seu povo, foram aos poucos,
substituídas pela composição voluntária e posteriormente obrigatória. Segundo GRECO
(2017, p. 52) “a vingança de sangue (blutrache) era entendida mais como um dever do que
como um direito. Tempos depois, foi superada pela composição, que, no começo, era tida
como voluntária e, posteriormente, passou a ser legal”.
A história aponta o Cristianismo no direito penal, que se deu com O Direito Penal Canônico
– Ordenamento jurídico da Igreja Apostólica Romana. A jurisdição eclesiástica passou a ser
inquisitiva, e até mesmo críticas à Igreja passam a ser consideradas crimes. Os delitos eram
divididos entre os que causavam ofensas ao divino e os que ofendiam o Estado. Quando
ainda embrionário, a punição imposta pela igreja, tinha o caráter disciplinar, e cabiam nas
reprimendas os atos cometidos contra a instituição religiosa. A Santa Inquisição tratava de
investigar os crimes da época, e assegura Nucci (2014, p. 54), “que surgiram os excessos
cometidos pela denominada Santa Inquisição, que se valia, inclusive da tortura para extrair e
punir, exemplarmente, com medidas cruéis e públicas, os culpados”.
Cesar Bonessa, o Marquês de Beccaria (Milão, 1738-1794), elabora um sistema penal que
suprime as antigas penas descomunais com o intuito de vingar o passado e dá lugar a uma
visão de futuro tentando prevenir que o crime aconteça, um dos princípios encontrados em
sua obra Dos Delitos e das Penas é o de que reprimenda tem que ter um intuito além
punição, devendo ser ressocializadora e reabilitadora (BITENCOURT, 2018, p. 129).
Para que o castigo produza o efeito que dele se deve esperar, basta que o mal que causa
ultrapasse o bem que o culpado retirou do crime. Devem contar-se ainda como parte do
castigo os terrores que precedem a execução e a perda das vantagens que o crime devia
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produzir. Toda severidade que ultrapasse os limites se torna supérflua e, por conseguinte,
tirânica (Beccaria, 1764, p. 32).
O direito penal nos dias de hoje, mostra que a disciplinação por meio do cárcere não deve
ser entendida como forma exclusiva de punir, mas seguindo Beccaria deve o Estado prezar
por modelos que incentivem o detento a não mais incorrer em crimes. Por essa razão, tem
particular relevância assegurar os direitos básicos daqueles que tiveram restrita sua
liberdade, o que é positivado em nosso ordenamento penal vigente. Afirma Biterncourt
(2018, p. 97) que a “dignidade da pessoa humana é um bem superior aos demais, e essencial
a todos os direitos fundamentais do Homem, que atrai todos os demais valores
constitucionais para si”.
A pena que adotamos no Brasil, é a denominada mista, que tem fundamento no artigo 59
do Código Penal, e vislumbra a penalidade sob dois âmbitos, o de punir o agente e o de
prevenir a prática de novo crime. A punição vem de uma reprovação social da conduta, e
está ligada ao juízo de valor estabelecido pelo Estado que recai sobre o autor do fato. Já a
prevenção está ligada ao crime em si, sendo que as pessoas não praticam um ato ilícito
porque sabem que aquela conduta gera uma punição. A teoria mista usa desses dois pilares
para alcançar a meta de reeducar o infrator e causar intimidação na coletividade (CAPEZ,
2018 p. 627).
Como caminha a sociedade, também caminha o direito. Conforme explicado acima, pode-se
dizer que a evolução do direito penal, nos trouxe para a teoria mista. Neste contexto, para
Nucci (2014, p. 367) o artigo 59 do nosso Código Penal é o encontro da justa medida da
pena, significando apenas o grau de censura merecido pelo agente, em face do que fez.
Contudo, podemos observar um descontentamento da sociedade a respeito da
proporcionalidade da pena, um grau de insatisfação pelo encarcerados sobre as condições
da pena, e uma ineficácia Estatal na prevenção de atos criminosos.
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Nesse sentido, é possível dizer que o sistema carcerário Brasileiro não tem alcançado a
finalidade pela qual foi instituído, ou seja disciplinar, e prevenir. Logo, é indiscutível a
necessidade de uma reforma no sistema de execuções de penas como um todo, buscando
uma forma eficiente e justa para diminuir o cometimento de crimes, e acalmar os ânimos
dos justiceiros sociais. Dessa forma, podemos olhar para fora e analisar como prisões pelo
mundo vêm diminuindo o número populacional de seus presídios e os Estados ganhando
validação de sua população, pois obtiveram bons resultados garantindo condições humanas
no cumprimento da pena ou soluções alternativas para a reprimenda, mantendo o conceito
precípuo da função penal, que é garantir a paz social.
O código penal brasileiro, no artigo 32 e seus incisos, classificam as penas em três tipos as
privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa. As penas restritivas de liberdade
tem a finalidade afastar o agente infrator da sociedade, as restritivas de direito vêm de
alguma forma substituir a privativa de liberdade, limitando um ou mais direitos do
condenado, e a pena de multa afeta o patrimônio do delinquente (MASSON, 2014, p. 250).
Seguindo a legislação penal, os regimes impostos para a pena privativa de liberdade são o
fechado, o semiaberto ou aberto, que variam de acordo com o grau de reprovabilidade do
crime cometido. A execução da pena em regime fechado se dará em estabelecimento de
segurança máxima ou média. Já o regime semiaberto será cumprido em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar, e o regime aberto, segundo a lei, ocorrerá em casa de
albergado ou estabelecimento similar (CÓDIGO PENAL, art. 32, I- II- III, e art. 33 e ss).
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Para os que foram retirados do convívio social e lei de execuções penais, prevê que no art.
10 que a assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o
crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. O parágrafo único prevê que a
assistência estende-se ao egresso. E ainda especifica quais são as assistências que deverão
ser prestadas sendo elas a material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa.
Para bem fundamentar este artigo, percorreremos cada uma das assistências mencionadas
na Lei de Execuções Penais de maneira sucinta, devida a particular relevância do tema para o
estudo. Todas elas ganharam uma seção especial na legislação específica e a primeira a ser
descrita é a que está na Seção II da LEP, Da Assistência Material.
Ao preso será fornecido alimentação de qualidade, bem preparada, e com valor nutricional
suficiente para o bom desempenho da saúde e de suas forças. Também será fornecido
vestuários limpos e trocados sempre que necessários pela penitenciária, e pelo detento
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tendo em vista que é dever do preso a sua higiene pessoal, bem como o asseio da cela ou
alojamento em que permanece, sendo que a administração carcerária deverá fornecer as
condições e instrumentos necessários para que isso possa ser cumprido (AVENA, 2018, p.
52). Conforme citado acima, os bens materiais estão relacionados com produtos de uso,
estando incluso alimentação e higiene pessoal, o autor deixa claro que também deverá ser
disponibilizado um local para que os detidos possam comprar materiais não fornecidos pela
administração da penitenciária.
2.1.2 Da Saúde
Como bem nos assegura Marcão (2013, p. 67), não dispondo de sua liberdade de
locomoção, tem o cidadão preso o direito de receber todo atendimento médico de que
necessitar, cumprindo ao Estado se aparelhar adequadamente a fim de se de se ncumbir de
sua tarefa assistencial.
Na assistência jurídica, a lei confere destinação a aqueles sem recursos financeiros para
constituir advogados. Deve ser prestada pela Defensoria Pública dentro e fora dos presídios,
sendo essencial para o bom andamento do cumprimento da pena, para Marcão (2015, p. 54)
“a sua ausência no processo executório acarreta flagrante violação aos princípios da ampla
defesa, do contraditório e do devido processo legal, que também devem ser observados
nesta sede”.
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2.1.4 Da Educação
Determinou a lei, por fim, que cada estabelecimento prisional seja dotado de biblioteca,
provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos (art. 21 da LEP). Essa preocupação
decorre da constatação de que a atividade de leitura, além de ser instrumento de
enriquecimento cultural e fonte de estudo, é fator relevante para a recreação do preso ou
internado, auxiliando, via de consequência, na manutenção da disciplina prisional.
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No âmbito da assistência social, a LEP estabeleceu que esta tem a finalidade de amparar o
preso e o internado, preparando-os para o retorno a liberdade, e incumbiu a esse instituto
estabelecer o elo entre o ambiente prisional e a realidade fora do cárcere.
Como bem nos assegura Marcão (2015, p. 52) pode-se dizer que o apoio socializador tem a
finalidade de amparar o detido, como também prepara-los para o retorno à liberdade. Neste
contexto, explica o autor que o fim amparador busca uma cura paliativa interna do detento
com o intuito de reequilibrar as condições humanas, e que esse processo traga uma
perspectiva de recuperação do infrator, para que este retornando a sociedade não volte a
delinquir.
Quando a citação for direta, com mais de três autores que não estejam apresentados na
sentença, deve-se usar a expressão latina et al. “O texto citado até três linhas deverá estar
contido entre aspas duplas e a citação deverá ser apresentada entre parênteses.” (FULANO
et al., 2007, p. 71).
Para bem cumprir a assistência social em penitenciárias, por exemplo, determina o artigo 23
da LEP, o direito de conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames, relatar por escrito
ao diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido,
acompanhar o resultado das permissões de saída e das saídas temporárias, promover no
estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação, promover a orientação do assistido,
na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à
liberdade, providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e
do seguro por acidente no trabalho, orientar e amparar, quando necessário, a família do
preso, do internado e da vítima.
Assegura Marcão (2015, p. 53) “a assistência social visa proteger e orientar o preso e o
internado, ajustando-os ao convívio no estabelecimento penal que se encontram, e
preparando-os para o retorno a vida livre, mediante orientação e contato com os diversos
setores da complexa atividade humana”.
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O artigo 24 da LEP, garante não só a liberdade de culto, como a assistência religiosa que
será prestada aos presos e aos internados, permitindo a participação deles em serviços
organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. A
liberdade de culto é uma garantia fundamental, que está prevista no artigo 5° da
Constituição federal, VI e VII, devendo ser respeitada a liberdade de culto religioso, e
assegurada a prestação de assistência religiosa nas instituições de internação coletiva.
Rogério Greco, expressa sua opinião pessoal a respeito desse tema, no livro Sistema
Prisional – Colapso Atual e Soluções Alternativas, afirmando
Que quem conheceu direta e pessoalmente as mazelas do cárcere, como é o meu caso,
pode falar a respeito das diferenças existentes entre os presos que se converteram ao
cristianismo e aqueles outros que ainda não tiveram o encontro com Cristo…O ambiente, a
fisionomia, o comportamento, a higiene, enfim, tudo é diferente nas celas de presos
convertidos (GRECO, 2017, nota do autor).
Conforme explicado acima, parece óbvio que há em nossa legislação meios suficientes para
garantir um sistema prisional mais eficiente que o atual, que cumpra com sua finalidade
repressora porém com objetivo ressocializador, mas não é o que acontece na prática. Sob o
ponto de vista humanitário as leis brasileiras direcionam, pelo menos na teoria, o que é
proposto pelas sociedades definidas de primeiro mundo, pois atendem aos principais
institutos balizadores da Carta aos Direitos Humanos, afinal, trata-se de pessoas. Contudo,
obviamente não atingimos o resultado esperado, porque nesse caso, o que estaria
acontecendo na verdade é que talvez o que está escrito no papel, não esteja sendo
efetivado na realidade.
É preciso, porém, ir mais além, e entender que as prisões causam efeitos psicológicos muitas
vezes irreversíveis. Há vários tipos de transtornos que podem ser desenvolvidos no contexto
do cárcere, por exemplo reações explosivas, psicopáticas, delírios, atitudes paranoicas,
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alucinações. Bitencourt (2011, p. 202) “se a prisão produz tais perturbações, é paradoxal falar
em reabilitação do delinquente em um meio tão traumático como o cárcere”.
Outra característica problemática das penitenciárias brasileiras são os de cunho sexual. Essa
é uma questão que atinge tanto os heterossexuais quanto os homossexuais, pois não é
incomum relatos de estupros dentro das celas. Qualquer recluso que ingresse em uma
prisão de segurança máxima ou com superpopulação pode ser atacado, a qualquer
momento, por um grupo de internos frustrados, é como o autor descreve a situação
(BITENCOURT, 2014, p. 212).
Pode-se dizer que problemas como uso e vendas de drogas, falta de orçamento, pessoal
técnico despreparado, ociosidade, são condições naturais do prisioneiro no Brasil. Neste
contexto, fica claro que não há uma busca real por melhorias no sistema. O mais
preocupante, contudo, é constatar que são seres humanos vivenciando situações
degradantes. Não é exagero afirmar que diante desse contexto quando sentenciamos um
agente infrator, estamos não só punindo o ato cometido, mas sim enviando uma pessoa
que, diante do contexto carcerário, será exposta aos casos mais vis, e que de alguma forma
terá sua dignidade usurpada.
Não são incomuns, narrativas acerca dos presídios nacionais, e os “presos morcegos” são
uma delas, essa foi a denominação escolhida para identificar os detentos que por
superlotação da cela, não tem lugar para deitar a noite, e por isso dormem em pé, muitas
vezes com as mãos amarradas nas grades. Outra narrativa atesta que em uma delegacia de
Belo Horizonte, os presos deram início ao que se chama “ciranda da morte”, para forçar ao
Estado a melhorar suas condições dentro das prisões, os presos elegiam um companheiro
de cela por dia e o matavam. No ano de 1992, no Carandiru, se deu uma rebelião, pelo que
foi noticiado os policiais invadiram o pavilhão 9 e foram recebidos por detentos que
portavam armas de fogo, facas, seringas contaminadas com HIV, pedaços de pau e pedra,
que serviram para atingir os policiais (GRECO, 2015, p. 1500).
Com certeza, um país que permite que seus presos, por pior que tenha sido a infração penal
praticada, sejam tratados de forma desumana, cruel ou degradante, não pretende diminuir
seus índices de criminalidade, pois, como a maioria dos países não adota a pena de prisão
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perpétua, aqueles mesmos que, um dia, foram humilhados, voltarão para as ruas piores do
que quando chegaram ao sistema prisional e, certamente, agora, despejarão toda sua fúria
vingativa, todo o seu ódio em uma sociedade que fechou os olhos para aquilo que lhes
acontecia (GRECO, 2015, p. 153).
Sendo assim, o próprio sistema no qual inserimos o infrator, acaba por moldar o que já
existe de pior no ser humano, quando aguça, pole ou esculpe modelos muitos mais
perversos do que o próprio crime praticado pelo agente. Podemos perceber conforme
citado acima que esse quadro remete as piores penas existentes no mundo, com direito a
torturas físicas e/ou psicológicas, podendo inclusive chegar ao status de pena de morte.
As informações usadas neste artigo foram obtidas do relatório de pesquisas realizado pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública, e pelo Departamento Penitenciário Nacional, que
com base no SISDEPEN (Sistema de Informações do Departamento Nacional), e no INFOPEN
(Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias), que foram divulgados em
12/07/2019, sendo que os dados coletados, se referem até o mês de Junho de 2017.
Conforme explicado acima o Brasil teve um aumento em sua população carcerária que pode
ser interpretada como exponencial. O levantamento feito nas prisões entre os anos de 1990
a 2017, mostraram que a taxa de pessoas mantidas sob o acautelamento do Estado cresceu
cerca de 150% em todo o país (SILVA, 2017, p. 12).
Para Greco (2015, p. 228), existe uma mistura de fatores que causam o aumento da
população carcerária. O autor afirma que a cultura da prisão como forma de conforto social
tem contribuído eficazmente para a inflação dos presídios. Outro fator a ser trazido à baila é
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Com as celas superlotadas, em pouco consegue-se dividir detentos por idades, ficando
muitas vezes jovens cumprindo suas penas com veteranos. O que acaba ocorrendo devido a
ociosidade e a relação próxima, acaba influenciando uma conduta de aprendizado do crime,
os mais experientes ensinando e aliciando os aprendizes em crimes mais graves ou mais
complexos.
A próxima tabela demonstra que a faixa etária da população privada de liberdade, e o que
vemos é um resultado que demonstra ser 90% dos encarcerados, entre 18 a 45 anos de
idade.
Diante da análise dos números informados fica evidente, que as penitenciárias não estão
cumprindo sua função ressocializadora, pois a superlotação somente influi em mais
criminalidade, tornando a própria, motivo de desmoralização entre a sociedade e os
próprios detentos.
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O estudo no Sistema Penitenciário Federal, conforme ilustração abaixo, indica que 69% de
seus internos, informaram ser reincidentes. O anuário também conta com uma nota de
rodapé, a informação de que estudos não oficiais, apontam que a reincidência criminal no
Brasil equivale a 70% dos que estão custodiados em algumas das prisões existentes em
nosso país (Anuário do Sistema Penitenciário Federal 2016, 2017).
Outra pesquisa, dessa vez realizada pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – a
pedido do Conselho Nacional de Justiça, demonstrou que o percentual de reincidentes no
Brasil é de 24%, tendo sido analisados apenas o que se enquadram na reincidência legal,
exposta nos artigos 63 e 64 do Código Penal. Nas palavras de Capez (2018, pg. 809), essa é a
situação de quem pratica um fato criminoso após ter sido condenado por crime anterior,
sem sentença transitada em julgado.
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No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, como demonstra na ilustração abaixo, a
pesquisa revelou que o índice de retorno ao sistema prisional foi de 71,4%.
4 PRISÕES MODELOS
4.1 Finalidades do Direito Penal em Países que Adotaram as Prisões Modelos e Resultado da
Implantação dessas Prisões
Começaremos falando a respeito do direito penal francês, nos assegura Nucci (2014, p. 70)
que as infrações penais desse país dividem-se em crimes, delitos e contravenções, que
podem ser classificadas em mais graves, que vão de quinze anos de cumprimento podendo
chegar a ser perpétua. As menos graves que podem ser prisão, multa, trabalhos sociais,
privações ou restrições de direitos.
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O projeto Frances prevê que os internos passem 25 horas por semana em atividades
laborais ou participando de atividades educacionais ou ainda ligadas à saúde “Eles também
têm as chaves para suas próprias celas, um poderoso símbolo de liberdade – mesmo que os
guardas tenham as cópias” afirma o diretor do presídio em teste, Philippe Sperando. Para os
crimes com sentenças curtas é previsto o uso de tornozeleira eletrônica método que vem
sendo utilizado amplamente ao redor do mundo como alternativa a privação de liberdade
(Bryant, 2018).
Nucci (2014, p. 73), a Espanha define suas infrações penais entre delitos e contravenções. Os
delitos são os mais graves e prevê prisões a partir de três anos de condenação. Também são
previstas penas mais leves que são apenados com prisões de 1 a 3 anos, entre outras como
multas e restrições de direitos, tendo uma vasta imposição de possibilidades de
cumprimento em regime fechado.
Na Espanha existem algumas prisões que são classificadas como modelos, sendo um dos
mais conhecidos o denominado Centro Penitenciários de Topas, que segue os critérios
estabelecidos das chamadas “Prisões Tipos” com adequação arquitetônica, e projetos de
reeducação e reinserção social. Em Topas o detento tem dignidade para cumprir a pena,
sendo o contato com a família um dos pilares da reinserção (GRECO, 2017, p. 174).
Tudo no complexo foi pensado para o bem estar do detento, desde a alimentação que é
preparada por eles próprios, ao trabalho que pode ser manual, tecnológico, entre outros.
Outra forma de preservação da dignidade é citada fato de os próprios presos administrarem
os seus pavilhões, isso garante autonomia e responsabilidade para o detento. O autor deixa
claro que o Centro Penitenciário Espanhol é um dos mais perfeitos complexos carcerários é
levado a sério contando a estrutura com um edifício projetado para se parecer com grandes
clubes metropolitanos, possuindo piscinas e salas de musculação (GRECO, 2017, p. 175).
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A Alemanha, por exemplo, segue a dicotomia das infrações penais, sendo elas delitos e
contravenções. As penas privativas de liberdade tem duração não inferior a 1 mês e não
superiores a 15 anos. A lei penal leva em conta a faixa etária para aplicar a responsabilização
penal, tendo em vista que até os 18 anos se aplica a lei juvenil, acima dos 21 anos aplica-se
a lei penal, e na faixa intermediária pode se aplicar qualquer das leis, de acordo com a
gravidade do delito, porém a pena desses serão aplicadas em penitenciárias juvenis, onde a
faixa etária não ultrapassa os 25 anos (Buch, 2016).
É importante ressaltar que em visita a um desses instituto o juiz brasileiro João Marcos Buch,
constatou que naquelas penitenciárias estão acautelados cerca de 180 jovens de 18 a 25,
conforme explicado acima. O magistrado explicou que os quartos são individuais e podem
ser trancados pelos detentos cuja cópia da chave permanece com o chefe de segurança.
Aparelhos telefônicos são permitidos na cela, e se a administração quiser verificar as
ligações dependem de autorização judicial, mas acima disso, todos estudam e há ensino
técnico e qualificação para o trabalho. Existem no complexo quadras esportivas, estúdios de
arte e biblioteca.
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A prisão deve ser a última das alternativas e se isso acontecer nós estamos aqui para
lembrar sempre que a liberdade foi a única coisa que esses jovens perderam. A condição
humana sempre continuará. Temos que acreditar na capacidade da pessoa de se transformar
e buscar uma nova chance (Buch, 2016).
É possível afirmar que as medidas tomadas em prisões tipos, tem surtido resultado positivo
na redução da população carcerária e também na reeducação destes. Segundo a BBC
BRASIL, os holandeses olham para os indivíduos que cumprem pena, tratando o cerne do
problema, por exemplo, se o problema é relacionado a drogas, o tratamento é direcionado
para o vício, se o problema é agressividade, essa é cuidada por profissionais especializados,
se o problema está relacionado a dívidas, a instituição penitenciária oferece consultoria
financeira, o autor deixar claro que esse método utilizado se mostrou extremamente eficaz
já que resultou no fechamento de 19 prisões nos últimos anos, e o retorno dos apenados
para as cadeias atualmente é menor que 10% (BBC, Holanda enfrenta ‘crise penitenciária’:
sobram celas, faltam condenados, 2018)
Os noruegueses realmente levam a sério o bem estar daquele que está sob cuidado do
Estado, a prisão de Bastoy que tem status de paradisíaca sendo que os detentos ficam em
chalés espalhados pela ilha, com quartos individuais, cozinhas completas, televisão de tela
plana e todo o conforto de uma casa pequena. O lugar tem uma grande biblioteca, escola,
sala de música, sala de cinema, sala de ginástica, capela, loja, enfermaria, dentista, oficinas
para conserto de bicicletas. Pode-se dizer que as prisões Norueguesas são os modelos das
prisões tipos, e o seu resultado positivo é de 80% de reabilitação dos seus criminosos (BBC,
Por que a Noruega é o melhor país do mundo para ser preso, 2016).
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RESULTADOS E DISCUSÇÕES
Este estudo teve como propósito compreender direito penal e os desafios dos detentos em
penitenciárias brasileiras, bem como identificar e descrever as penas e as prisões ao redor
do mundo, para então poder discutir como as prisões modelos estão melhorando o sistema
prisional em que foram implantadas. A suposição feita a partir do problema carcerário
brasileiro, foi realizada uma pesquisa de como as ações adotadas nas prisões modelos
poderiam ajudar a minimizar o caos no sistema penitenciário brasileiro.
Isso porque afirma Bitencourt (2011, p. 161) que se tem debatido no campo da
interpretação das diretrizes legais, do dever-se, da teoria, e, no entanto, não se tem dado a
atenção devida ao tema que efetivamente a merece: o momento final e problemático, que é
o do cumprimento da pena institucional. O autor deixa claro a necessidade de se tirar do
papel o “ideologismo” de como deve ser para que a partir de ações comece realmente a ser.
METODOLOGIA
Segundo (Prodanov & Freitas, 2013, p. 42), pesquisa é uma forma de busca pelo
conhecimento. Pesquisar é aprender algo que não sabemos, realizar consultas de livros,
artigos, revistas. Podemos interpretar a pesquisa como forma de obtenção informações que
não tínhamos. A busca por respostas à questionamentos ou dúvidas é pautado por uma
ação que pode ou não ser válida, o intuito da pesquisa é fazer chegar ao melhor resultado
de um modo técnico.
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Devido ao uso de uma revisão de literatura com base em fichamento de livros, foi utilizado a
abordagem qualitativa para tratamento dos dados devido a interpretação que se fará acerca
das fontes bibliográficas exploradas. Nesse sentido, devido a base da pesquisa ser um
problema, tem-se o tipo de raciocínio hipotético-dedutivo para que a partir de uma
hipótese possa chegar a uma base de solução viável para o problema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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prisionais ainda utilizam recursos precários em suas instituições, mas a falta de apoio da
sociedade e falta de interesse do poder público para melhorar as condições das prisões das
prisões faz com que a pena seja pior do que o definido em lei.
Os países que de acordo com a pesquisa alcançaram uma melhora significativa em seu
sistema penitenciário, foram aqueles que deram aos seus detentos, condições máximas de
conforto, não medindo esforços para que ao invés de se sentirem a margem do sistema, se
sintam incluídos e respeitados independente do ato criminoso que cometeram.
Nesse sentido, a utilização de recursos sejam quais forem para a melhora nas condições de
cumprimento de pena do Brasil se faz necessária, também há necessidade de uma mudança
de paradigma nos conceitos do Estado, da sociedade e dos detentos, já que o cometimento
de delitos influi diretamente no contexto social em que vivemos.
Referências
Andrade, C. C., Júnior, A. O., Braga, A. d., Jakob, A. C., & Araújo, T. D. (2015). IPEA – O
DESAFIO DA REINTEGRAÇÃO SOCIAL DO PRESO: UMA PESQUISA EM ESTABELECIMENTOS
PRISIONAIS. Fonte: http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/4375/1/td_2095.pdf
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BBC, B. (17 de março de 2016). Por que a Noruega é o melhor país do mundo para ser preso.
Fonte: BBC Brasil:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160317_prisoes_noruega_tg
BBC, B. (19 de outubro de 2018). Holanda enfrenta ‘crise penitenciária’: sobram celas, faltam
condenados. Fonte: BBC Brasil: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-37966875
Bitencourt, C. R. (2011). Falência da Pena de Prisão: causas e alternativas. São Paulo : Saraiva.
Bitencourt, C. R. (2018). Tratado de Direito Penal: Parte Geral. São Paulo: Sarvaiva.
Bryant, E. (03 de maio de 2018). O PROJETO DA FRANÇA PARA HUMANIZAR PRISÕES. Fonte:
Minde for minds: https://www.dw.com/search/pt-br?languageCode=pt-
br&origin=gN&item=pris%C3%A3o&searchNavigationId=7111
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Buch, J. M. (20 de maio de 2016). Visitei um presídio na Alemanha e Volto ao Brasil com um
Mundo do Novidades. Fonte: Justificando – Mentes Inquietas Pensam Direito:
http://www.justificando.com/2016/05/20/visitei-um-presidio-na-alemanha-e-volto-ao-
brasil-com-um-mundo-de-novidades/
Capez, F. (2018). Curso de Direito Penal parte geral (Vol. I). São Paulo: Saraiva Educação.
Greco, R. (2015). Sistema Prisional: Colapso atual e soluções alternativas. Niteróe: Impetus.
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Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do Trabalho Científico: métodos e técnicas
da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Freevale.
Rui, G. (2019 de julho de 2017). Expresso. Fonte: Novas prisões portuguesas sem grades nem
celas: https://expresso.pt/sociedade/2019-07-07-Novas-prisoes-portuguesas-sem-grades-
nem-celas
2
Docente mestre do curso de Direito – IESB Instituto de Ensino Superior de Bauru – e-
mail: andrea.escarabelo@universidadebrasil.edu.br
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