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FACULDADE ÚNICA

TECNÓLOLO: GESTÃO PÚBLICA

Projeto Integrador: Políticas Públicas de Inclusão Social

GISLAINE DIAS DOS SANTOS


TUTOR (A)

PAULO ELEMAR KIPPER


ALUNO

Análise do Diagnóstico e Problema

CASCAVEL PARANÁ
2022
O sistema prisional brasileiro é um problema público que exige
As soluções, à medida que os sistemas falham e decaem, são validadas, tanto
estruturalmente quanto em termos de capacidade de gestão humana, estão
expostas a fases de violência que violam a dignidade humana (Costa e Santos,
2015).
O Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) é o órgão executivo
Acompanhar e controlar a implementação da Lei de Execução Penal e das diretrizes
da Política Nacional Penitenciária emanadas prioritariamente do Conselho Nacional
de Políticas. Penal e Prisional - CNPCP.
Apesar de tais mudanças, o padrão de desenvolvimento do ambiente prisional não
tem acompanhado as diversas mudanças vivenciadas pela sociedade. As
tendências sociais, políticas e da mídia em direção à punição extrema a todo custo
não despertaram efetivamente a análise do impacto do encarceramento em massa.
Em alguns casos, não há condições mínimas de sobrevivência. Há desrespeito,
violação de direitos e desprezo pela dignidade humana. De fato, o encarceramento
no Brasil não é relevante apenas para a análise dos números absolutos da
população carcerária. O panorama chama a atenção para as desigualdades
regionais, o funcionamento das forças de segurança pública e o próprio sistema de
justiça criminal. Embora visto como referência em relação à administração e garantia
da efetivação dos direitos dos presos, percebe-se que o referido complexo prisional
tornou-se o centro de destino do preso na região, cooperando com o famoso
encarceramento.

Problemas em relação à inclusão social


Dúvidas sobre inclusão social a superlotação carcerária prejudica as condições de
vida nas prisões, não apenas porque não há espaço suficiente para acomodar os
detentos, mas também pelos direitos preconizados na Lei de Execução Penal e em
grandes textos (por exemplo, saúde, educação, sociedade, amparo, dignidade etc.),
estes são postos de lado, prejudicando muito a ressocialização e a reintegração. Os
números das prisões dizem muito. A verdade é que a superlotação decorre da
falência estrutural das nossas unidades prisionais, e não necessariamente do uso
maciço das penas privativas de liberdade ou da utilização da prisão como suposta
política de contenção estatal. No Brasil, as dificuldades não se restringem tão
somente à oferta de vagas. Têm-se problemas relacionados à capacidade de
ocupação total por estabelecimento, a saber, cadeias públicas, casa do albergado,
colônia agrícola industrial ou similar, hospital de custódia/tratamento psiquiátrico,
bem como penitenciárias. Todo esse panorama vivenciado pelas unidades prisionais
do país reflete o grande obstáculo para o devido cumprimento da pena, conforme
apregoam os dispositivos da Lei de Execução Penal, as normas constitucionais, bem
como as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) para o tratamento dos
presos, a saber, as regras de Mandela, Bangkok e Tóquio.
Portanto, busca-se responder à seguinte pergunta: como vivem e quais as
condições a que estão submetidos os presos e presas. Além da já conhecida
condição de superlotação essencial à maioria das unidades prisionais do país, o
quadro se agrava diante do alastramento de um vírus de grande potencial lesivo e
de contaminação, segundo Zafforini:

“Zaffaroni (2012) afirma que o número de presos de um país não é


condicionado pelo crescimento da criminalidade. Cada país
tem o número de presos que decide ter selecionados entre as
populações que politicamente decide direcionar o aparato
punitivo”.

Há muito tempo, estudiosos se debruçam acerca da análise do tema, notadamente


quanto à origem da crise da superlotação no sistema carcerário, à relação com o
crescimento ou não da criminalidade e às medidas a serem adotadas pelo Sistema
de Justiça Criminal para frear os efeitos da referida crise. Portanto, a temática
prisional não deve ser vislumbrada tão somente como gestão de presos. Para além
disso, corresponde a uma porta de entrada e de saída de um Sistema de Justiça
Criminal com problemas endêmicos, os quais reproduzem a secular desigualdade
social e étnico-racial do Brasil.
No que tange à discussão em torno de medidas para melhoria efetiva do atual
quadro do sistema penitenciário brasileiro, imperioso frisar que o principal problema
do cárcere brasileiro é a superlotação dos presídios. Logo, conclui-se que é
necessário reduzir a população carcerária no Brasil.
Uma solução adotada em alguns países, como o Reino Unido, é reservar as prisões
somente para os criminosos considerados perigosos e que oferecem risco à
sociedade, como o homicida ou aquele que comete crime sexual, ampliando, assim,
a utilização de penas e medidas alternativas à prisão, com acompanhamento e
fiscalização dos condenados pelo Estado e sociedade.

Conclusão
Qualquer solução para o sistema prisional, seja no curto ou longo prazo, depende de
investimento e de recursos federais. A ação mais urgente é retomar o comando das
unidades prisionais. Se o Estado quiser frear a violência nas unidades prisionais e
evitar que a barbárie tome as ruas, como aconteceu no Rio Grande do Norte, terá de
retomar a ordem dentro das penitenciárias.
As instalações em péssimas condições, a superlotação, as situações de tortura e
maus-tratos são um combustível para a violência. A solução passa pela diminuição
de presos provisórios. A forma indiscriminada de aprisionar e de combater a
violência com violência. o modelo é parte do problema, se aprisiona muito e mal. O
aprisionamento maciço está relacionado com a guerra às drogas. O pobre, negro e
favelado que está na cadeia. O menino branco que mora em áreas privilegiadas vai
ser sempre considerado usuário. A maioria das pessoas presas por tráfico foi pega
em flagrante, estava sozinha, com pequena quantidade, desarmada e não havia
cometido nenhum ato violento. O sistema foca no (traficante) do varejo, que logo
será substituído por outro, e não vai atrás do grande responsável. Essas pessoas
são jogadas dentro do sistema de horrores, onde estão vulneráveis ao recrutamento
para o crime.
A violência poderia ser amenizada se a Lei de Execuções Penais fosse cumprida.
Quando o Estado está ausente, há um vácuo de poder. É evidente que esses grupos
se fortalecem, ocupam esses espaços e passam a recrutar filiados. A lei diz que o
preso com ensino incompleto tem de estudar (apenas 11% estuda) e que o preso
condenado é obrigado a trabalhar e aprender um ofício (25% dos presos brasileiros
realizam algum tipo de trabalho interno ou externo), pensando na possibilidade de se
reintegrar à sociedade. Unidades prisionais pequenas, estímulo do contato dos
detentos com suas famílias e com a comunidade, trabalho, capacitação profissional
e assistência jurídica eficiente. Essas são algumas das características de prisões
consideradas modelo que já funcionam pelo país. Elas estão sendo tratadas pelas
autoridades como possíveis soluções para os problemas do sistema prisional
brasileiro.

Referencial
A Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de execuções penais (LEP) - vigente
na atualidade, foi promulgada em sintonia com a Convenção Americana de Direitos
Humanos, o pacto de São José da Costa Rica, firmado em 22 de novembro de 1969,
que
indica a finalidade das penas de privação da liberdade voltada para reforma e
readaptação
social dos condenados, respeitando os princípios da dignidade da pessoa humana
(Mirabete, 2007).
A LEP tem por objetivo efetivar as disposições da sentença ou decisão criminal,
que impôs a pena privativa ou não da liberdade, medida de segurança, restrições de
liberdade cautelares, ou qualquer outra medida restritiva diversa da prisão. Marcão
(2010)
defende que a legislação brasileira adotou a teoria mista ou eclética, tendo como
alvo a
natureza retributiva da pena, a prevenção e a humanização do apenado.
A disposição dos estabelecimentos penais está em sintonia com o artigo 5º,
XLVIII da Constituição Federal (CF), que determina o cumprimento da pena em
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, idade e o sexo do
apenado.
Marcão (2010), explica que a separação dos reclusos por categoria atende às regras
internacionais, especialmente as disposições do primeiro congresso das Nações
Unidas
para prevenção do crime e o tratamento dos delinquentes, em 1995. Mirabete (2007)
ensina que a individualização é fundamental para que cada preso tenha o
tratamento
penitenciário adequado e específico.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Repasses do fundo penitenciário são utilizados
de forma ineficiente pelo sistema
prisional. Disponível em: <https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/repasses-do-
fundo-penitenciario-sao-utilizados-de-
-forma-ineficiente-pelo-sistema-prisional.htm>. Acesso em: 30 jun. 2020.
13 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Relatório de Auditoria (01804720181).
Disponível em: <https://tcu.jusbrasil.com.br/
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Brasil. Conselho Nacional de Justiça (2017). Informações sobre Estabelecimentos
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Cabral, S., & Lazzarini, S. G. (2010, mai./jun.). Impactos da participação privada no
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Marcão, R. (2010). Curso de execução penal. São Paulo: Saraiva.
Mirabete, J. F. (2007). Execução penal (11 ed.). São Paulo: Atlas.
Richardson, R. J. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas (3a ed.). São Paulo:
Atlas.
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Anexos

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