Você está na página 1de 4

Políticas públicas carcerárias e execução penal: Consequências no

desenvolvimento social e na dignidade da pessoa humana.

Maria Alícia Moreira de Oliveira Queiroz


Estudante do Curso de Psicologia; e-mail: aliciamoreira.20@hotmail.com

Palavras-chave:

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa buscou discutir sobre a realidade da política pública carcerária
no país. Assim como, o sistema de execução penal e seus desdobramentos no que
tange às consequências desse processo na vida dos presidiários ou em julgamento.
Então, acredita-se que a atual demanda pode tornar-se inimigo da organização
pública e do desenvolvimento social do indivíduo, uma vez que existe a falta de
conhecimento da temática e carência de resoluções efetivas da mesma.

OBJETIVOS
Esse estudo tem por objetivo analisar as características da política pública
carcerária e execução penal, no sentido de conhecer a realidade e identificar de
quais formas essa conjuntura afeta o desenvolvimento social, quanto a sugestões
de alternativas resolutórias do problema.

METODOLOGIA
Essa pesquisa apresenta-se em forma de pesquisa bibliográfica e documental,
assim como optou-se na pesquisa pela análise de caráter qualitativo. Para tanto,
houve a análise de artigos científicos coletados no site Periódicos da Universidade
Federal da Bahia e a entrevista de Marcos Passini, coordenador da pastoral
carcerária do estado do Ceará. Nesse sentido, pode-se conceituar a política pública
carcerária e o sistema de execução penal, entendendo de que forma a atual
conjuntura pode ser um empecilho no desenvolvimento humano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948, p.4) "Todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos". Dessa forma, é
utilizado algumas ferramentas que possibilitam o cumprimento dessa sentença, tal
como as políticas públicas. A política pública é a solução através de programas do
Estado para problemas comuns de determinados grupos da sociedade, visando
garantir para a população seus direitos básicos.
Nesse caso, a política pública carcerária atua nos presídios abonando os presos
para que tenham acesso à saúde, educação e bem estar social. Mas, diante da
realidade prisional e a grande lotação, esses serviços estão cada vez mais
defasados. Assim, a crença de que a política pública deve em sua totalidade está
presente na sociedade e apenas ser estendida ao presídio quando necessário,
tornaria essa realidade diferente.
Pois, uma vez que há um trabalho assíduo na administração de um país contra
tráfico, drogas e outros crimes e também apoio a moradia, saúde e educação fará
com que os fatos de lotação e má gestão supracitados decrescerem, uma vez que
também diminuirá a quantidade de infratores, pois estes estarão ocupados
mantendo uma vida digna e ascendendo socialmente.
A execução penal tem o objetivo de efetivar sentença ou decisão
criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social
do condenado e internado.
(LEI Nº 7.21O DE EXECUÇÃO PENAL, 1984, art 1.)
Assim, o fato de que deve haver um assistência especializada aos presos, é
garantido por lei e deve ser seguida. A justiça deve dispor de assistência material,
jurídica, social, religiosa, saúde e educação prevendo a reinserção do preso na
sociedade. Mas o fato de ter em média um só juiz na vara das execuções penais,
que acompanha cerca 11 mil execuções, segundo Marcos Passini coordenador das
pastoral carcerária do Ceará, faz com que muitos presos passem mais tempo do
que se deve na prisão e aqueles que estão privados de liberdade esperando o
julgamento fica mais que o tempo necessário da espera intensificando a lotação e
impossibilitando qualquer forma de ajuda aos detentos, além de não preservar a
integridade física e dignidade enquanto seres humanos.
Gráfico 1- Evolução da população carcerária no Brasil entre os anos de 2005 e 2018 por presidiário
em milhares.

fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen)/Ministério da Justiça;

O aumento da população carcerária e a demais realidade, como o atraso nos


processos, a insalubridade das prisões, inviabiliza o correto processo de execução
penal e o amparo da política pública carcerária aos detentos, assim torna o
processo de desenvolvimento social e reinserção do indivíduo na sociedade mais
árduo e difícil, pois a realidade gera neles revolta, exacerbando os atos de violência
e estendendo o crime cometido fora, para a prisão. O resultado disso é um ciclo
sem fim de reincidência.

CONCLUSÕES
Por obra dos fatos aqui apresentados, concluímos que há diversos entraves no que
tange o desenvolvimento humano na situação do cárcere no Brasil, no processo da
execução penal e a política pública dentro e fora da prisão, infringido aos presos
uma realidade insalubre e desumana que afeta o seu desenvolvimento social, a
dignidade humana e não o impede de cometer outros crimes ao sair da prisão.

AGRADECIMENTOS
Ao IFRN por me apresentar o universo da pesquisa científica; A UNP, pela
oportunidade; A minha mãe por todo apoio, amor, incentivo e paciência.
REFERÊNCIAS

SOARES, fabiano. Título: Assédio moral nas relações de trabalho sob o aspecto da
dignidade da pessoa humana. 2013. 4 folhas– Mogi das Cruzes, Universidade Mogi
das Cruzes, 2013.

Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em:


<https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos>. Acesso
em: 09 abr. 2022.

Politize. Título:Perfil da população carcerária brasileira. Politize, 2017. Disponível


em: https://www.politize.com.br/populacao-carceraria-brasileira-perfil/ . Acesso em:
10. Abr. 2022.

G1. Título: Superlotação aumenta e número de presos provisórios volta a crescer no


Brasil. G1. 2019. Disponivel em:
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/04/26/superlotacao-aumenta-
e-numero-de-presos-provisorios-volta-a-crescer-no-brasil.ghtml. Acesso em: 9. Abr.
2022.

Você também pode gostar