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A CRISE NO SIST EMA PENIT ENCIÁRIO BRASILEIRO E A AFRONTA A DIGNIDADE DA PESSOA HU…
Sergio Ricardo Fernandes de Aquino
SUMÁRIO
RESUMO
O presente Artigo Cientifico tem por objetivo discorrer sobre a atual situação do
Sistema Penitenciário Brasileiro, analisando o contexto histórico e sua fase de
evolução, bem como elencar as principais crises enfrentadas pelo País nos dias
atuais. No primeiro momento da pesquisa, buscar-se-á identificar a evolução das
penas e a função das mesmas. Enquanto na segunda parte do trabalho, procurar-
se-á abordar a falência do sistema e as causas que levam os presídios a se
tornarem verdadeiros depósitos humanos, acrescentando o trabalho como motivo de
incentivar o preso a resgatar a sua dignidade, uma vez que foi perdida quando da
sentença. A seguir, será abordado o princípio da Dignidade da Pessoa Humana o
qual está previsto da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, como
princípio fundamental ao homem e o respeito a sua integridade física e moral. Por
fim, na terceira e última parte da pesquisa, tratar-se-á de uma das funções da pena,
qual seja, a ressocialização do detento, como forma de reeduca-lo a fim de que este
volte a ser inserido na sociedade sem mais delinquir, e sim aprender a respeitar as
normas e os interesses da população como um todo. Para o desenvolvimento da
pesquisa, utiliza-se o método indutivo, como base lógica, e o cartesiano na fase de
tratamento dos dados colhidos. Após a pesquisa, chega-se ao entendimento de que
o Sistema Carcerário Brasileiro não cumpre a sua função, que é a ressocialização
do detento.
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do 9º período do curso de Direito da Universidade do Vale de Itajaí – Campus de Balneário
Camboriú, Santa Catarina. Endereço eletrônico: oiebru@hotmail.com.
2
Advogado Criminalista; Mestre em Ciência Jurídica pela UNIVALI.
115
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
Surge então o Talião, que foi uma grande conquista para o Direito Penal nos
tempos passados, sendo que este visava equilibrar a pena aplicada ao individuo e o
crime por ele praticado, evitando o excesso entre o crime e o castigo, com o intuito
de obter “justiça” para ambas as partes.7
Surge a vingança divina, onde as penas aplicadas aos indivíduos eram
voltadas à religião, no qual o homem atribuía os acontecimentos como castigo
imposto pelos Deuses, e tudo que acontecia na sociedade era em nome de Deus.8
Com o passar dos anos, a Igreja aos poucos foi perdendo a sua força graças
a uma maior organização social, iniciando então o pensamento político, momento
3
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011, p. 468.
4
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011, p. 477.
5
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, Guilherme Tavares. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 372.
6
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 67.
7
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, Guilherme Tavares. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 372.
8
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 66.
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
9
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ; Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 66.
10
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 71.
11
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 72.
12
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ; Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. São Paulo:
Saraiva, 2012. p. 73.
13
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011, p. 5.
14
MIRABETE Julio Fabbrini; FABRINNI, Renato N., Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a
120 do CP – 24. ed. rev. – São Paulo: Atlas, 2008.
118
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
15
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1 – 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011,
p. 106.
16
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1 – 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011,
p. 32.
17
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 461.
119
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
pena deve servir como reeducação do detento e prevenção de futuros delitos, tendo
seu caráter pedagógico e sendo aplicada de maneira harmoniosa.18
18
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 461.
19
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011, p. 482.
120
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
20
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011, p. 494.
21
RABELO, César Leandro de Almeida; VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo et al. A privatização do
sistema penitenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2960, 9ago. 2011 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/19719>. Acesso em: 15 out. 2012.
22
BENEVIDES, Paulo Ricardo, Advogado na área criminal e conciliador do Juizado Criminal, em Salvador/BA.
Disponível em: http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/59/superlotacao-x-penas-
alternativas-213023-1.asp. Acesso em: 28 out. 2012.
121
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
23
BENEVIDES, Paulo Ricardo, Advogado na área criminal e conciliador do Juizado Criminal, em Salvador/BA.
Disponível em: http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/59/superlotacao-x-penas-
alternativas-213023-1.asp. Acesso em: 28 out. 2012.
24
SILVA, Darlúcia Palafoz. O art. 5º, III, da CF/88 em confronto com o sistema carcerário brasileiro. Jus
Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3145, 10 fev.2012 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/21053>.
Acesso em: 15 out. 2012.
25
SILVA, Darlúcia Palafoz. O art. 5º, III, da CF/88 em confronto com o sistema carcerário brasileiro. Jus
Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3145, 10 fev. 2012 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/21053>.
Acesso em: 15 out. 2012.
26
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
27
DROPA, Romualdo Flávio. Direitos humanos no Brasil: a exclusão dos detentos. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 333, 5jun. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/5228>. Acesso em: 29 out.
2012.
28
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 100.
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
33
MARCÃO, Renato. Crise na execução penal (II): da assistência material e à saúde. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 204, 26jan. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/4771>. Acesso em: 02 set.
2012.
34
MARCÃO, Renato. Crise na execução penal (II): da assistência material e à saúde. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 204, 26jan. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/4771>. Acesso em: 02 set.
2012.
35
DROPA, Romualdo Flávio. Direitos humanos no Brasil: a exclusão dos detentos. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 333, 5jun. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/5228>. Acesso em: 29 out.
2012.
36
MARCÃO, Renato. Crise na execução penal (II): da assistência material e à saúde. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 204, 26jan. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/4771>. Acesso em: 02 set.
2012.
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
2.4 As Rebeliões
37
MARCÃO, Renato. Crise na execução penal (II): da assistência material e à saúde. Jus Navigandi,
Teresina, ano 9, n. 204, 26jan. 2004 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/4771>. Acesso em: 02 set.
2012.
38
RABELO, César Leandro de Almeida; VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo et al. A privatização do
sistema penitenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2960, 9ago. 2011 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/19719>. Acesso em: 02 nov. 2012.
39
RABELO, César Leandro de Almeida; VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo et al. A privatização do
sistema penitenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2960, 9ago. 2011. Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/19719>. Acesso em: 04 nov. 2012.
40
RABELO, César Leandro de Almeida; VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo et al. A privatização do
sistema penitenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2960, 9ago. 2011. Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/19719>. Acesso em: 04 nov. 2012.
41
RABELO, César Leandro de Almeida; VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo et al. A privatização do
sistema penitenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2960, 9ago. 2011 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/19719>. Acesso em: 04 nov. 2012.
125
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
42
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral., p. 475.
43
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral., p. 475.
44
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal: parte geral. – 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011,
p. 542.
45
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Uma questão penitenciária. Crimes hediondos e progressão de regime.
Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2304, 22 out.2009 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/13721>.
Acesso em: 10 out. 2012.
126
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
46
COSATE, Tatiana Moraes. Regime disciplinar diferenciado (RDD). Um mal necessário? Jus Navigandi,
Teresina, ano 14, n. 2112, 13abr. 2009 . Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/12606>. Acesso em: 11
out. 2012.
47
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, André Guilherme. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 399.
48
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – 13. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011, p. 505.
127
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
54
MIRABETE Julio Fabbrini; FABRINNI, Renato N., Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a
120 do CP – 24. ed. rev. – São Paulo: Atlas, 2008. p. 264.
55
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, André Guilherme. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 402.
56
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal: parte geral, 1– 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011,
p. 47.
57
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal: parte geral, 1. – 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011,
p.
58
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 100.
129
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
A prisão com certeza é uma forma de castigo, porém, castigar não significa,
do ponto de vista do Estado de Direito vigente, humilhar, degradar, rebaixar,
desmoralizar, diferenciar etc.59
Portanto, ao observar o descaso do Estado no tocante à dignidade do preso,
ou seja, aos seus direitos essenciais a vida, tais como saúde, paz social entre
muitos outros, torna difícil o processo de ressocialização, deixando mais nítido que a
prisão não conseguiu responder aos anseios pretendidos, tampouco conseguiu
combater a criminalidade no país.60
A prisão é o lugar do desespero e da precariedade, faltando dentro dela
muitas coisas, mas principalmente a piedade e a humanidade.61
No Brasil, o condenado não perde apenas a sua liberdade, perde também a
sua dignidade, uma vez que fica sob o poder de punir do Estado, nos quais são
deixados de lado os direitos que a Constituição garante a eles, sendo tratados de
maneira abusiva e desumana, não atingindo o objetivo maior da pena que é a
ressocialização, uma vez que tendo em vista a maneira com que são tratados nas
prisões, acabam não reaprendendo a viver em sociedade.62
Aprofundando ainda mais o assunto, MARINHO e FREITAS63, esclarecem:
Por outro lado, especificamente no que tange ao Direito Penal, a Lei maior
estabelece regras fundamentais, entre os direitos e garantias individuais, de
que “ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou
degradante” (art. 5º, III) e de que “não haverá penas: a) de morte, salvo em
caso de guerra declarada; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados;
59
MIRABETE, Júlio Fabbrini; FABRINNI, Renato N., Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a
120 do CP – 24. ed. rev. – São Paulo: Atlas, 2008. p. 250.
60
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, André Guilherme Tavares. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 44.
61
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, André Guilherme Tavares. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 44.
62
RABELO, César Leandro de Almeida; VIEGAS, Cláudia Mara de Almeida Rabelo et al. A privatização do
sistema penitenciário brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2960, 9ago. 2011 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/19719>. Acesso em: 02 out. 2012.
63
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, André Guilherme Tavares. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 42.
130
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
64
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 101.
65
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal: parte geral. – 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011, p.
47.
66
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 464.
67
ESTEFAM, André; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal esquematizado: parte geral. p. 464.
131
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
ao internado e ao egresso pode fazer com que estes passem contínuas vezes pela
penitenciária.68
Embora grande parte da sociedade, bem como a Criminologia Crítica,
acreditem que não há possibilidade de ressocializar o delinquente, esta questão
pode ser resolvida com o amparo do Estado e a busca por presídios onde os presos
possam trabalhar, conviver em harmonia, com assistência médica, em locais limpos
e organizados, com alimentação, vestuário e necessidades básicas visando o estrito
cumprimento do mau cometido e não o desrespeito em que estão submetidos nos
dias de hoje, motivo de revoltas, rebeldia e a violação do princípio da dignidade da
pessoa humana, um dos mais importante do nosso ordenamento jurídico.69
Esclarece BITENCOURT70 acerca da criminologia crítica:
Para a Criminologia Crítica, qualquer reforma que se possa fazer no campo
penitenciário não terá maiores vantagens, visto que, mantendo-se a mesma
estrutura do sistema capitalista, a prisão manterá sua função repressiva e
estigmatizadora. Em realidade, a Criminologia Crítica não propõe o
desaparecimento do aparato de controle, pretende apenas democratizá-lo,
fazendo desaparecer a estigmatização quase irreversível que sofre o
delinquente na sociedade capitalista.
68
MARINHO, Alexandre Araripe; FREITAS, André Guilherme Tavares. Manual de Direito Penal: parte geral. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 376.
69
MIRABETE Julio Fabbrini; FABRINNI, Renato N., Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a
120 do CP – 24. ed. rev. – São Paulo: Atlas, 2008, p. 12.
70
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal: parte geral. – 16. ed. – São Paulo: Saraiva, 2011,
p. 136.
71
PINHEIRO, Chinaider - Coordenador Projeto Empregabilidade do Grupo AfroReggae – GCAR. Rua: Da Lapa,
nº 180 / SL.1205 - Centro - Rio de Janeiro.
72
PINHEIRO, Chinaider - Coordenador Projeto Empregabilidade do Grupo AfroReggae – GCAR. Rua: Da Lapa,
nº 180 / SL.1205 - Centro - Rio de Janeiro.
132
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
REFERÊNCIAS
BITENCOURT, Cezar Roberto, Tratado de direito penal: parte geral. 16. ed. São
Paulo: Saraiva, 2011.
ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Saraiva , 2010.
134
FERNANDES, Bruna Rafaela; RIGHETTO, Luiz Eduardo Cleto. O sistema carcerário brasileiro. Revista
Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.3, p. 115-
135, 3º Trimestre de 2013. Disponível em: w ww.univali.br/ ricc - ISSN 2236-5044
GOMES, Luiz Flávio. Presídios da América Latina: "jornada para o inferno". Jus
Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3378, 30set. 2012 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/22715>.
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