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Cidade
Ano
Franca
2023
HENRIQUE DOS SANTOS SILVA
Franca
2023
HENRIQUE DOS SANTOS SILVA
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
This work analyzes the issue of preventive detention in Brazil, considering its
application in the legal system and its social repercussions. Based on a critical review
of the literature, the study highlights the challenges and contradictions associated with
preventive detention, emphasizing the discrepancy between the presumption of
innocence and the need to maintain public order. The research problem involves
questioning the peculiarities of preventive detention in the Brazilian legal system. The
general objective is to examine the assumptions, consequences and contradictions of
this type of prison, promoting reflections on possible reforms in the Brazilian penal
system. The methodology used included a qualitative approach, critical bibliographic
review and systematic analysis from different perspectives. The final considerations
highlight the urgency of reformulating the current prison model, taking into account
alternatives to deprivation of liberty, the humanization of the prison system and the
need to guarantee the individual rights of the accused. This study offers important
inferences for the development of a fairer, more equitable and efficient penal system
in Brazil.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6
2. PRISÃO E SUAS PECULIARIDADES SOCIAIS, HISTÓRICAS, FILOSÓFICAS
E JURÍDICAS.............................................................................................................. 8
3. PRISÃO PROCESSUAL, PRISÃO PREVENTIVA E O PAPEL DO INQUÉRITO
POLICIAL: REFLEXÕES CRÍTICAS E PERSPECTIVAS JURÍDICAS ............ ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.
4. REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO PENAL BRASILEIRO: DA
INVESTIGAÇÃO À PRISÃO PROCESSUAL ...ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 8
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 30
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1. INTRODUÇÃO
Na Grécia antiga, a prisão era usada principalmente para deter pessoas que
aguardavam julgamento ou que eram consideradas perigosas para a sociedade. Na
Roma antiga, a prisão também era usada para punir crimes menores, como roubo e
vandalismo. No entanto, a prisão ainda era considerada uma medida de última
instância, e a pena de morte era mais comum (Leal, 2001).
Ainda sobre as prisões na antiguidade:
Na Idade Média, continua Leal (2001), a prisão tornou-se uma forma mais
comum de punição. No entanto, as condições nas prisões eram geralmente horríveis,
e os prisioneiros eram frequentemente expostos a condições insalubres, violência e
negligência.
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Ainda:
Grécia Antiga Roma Antiga Idade Média Século XVIII Século XIX Século XX
As prisões são A prisão A prisão Cesare O modelo de Aumento no
usadas também é torna-se uma Beccaria prisão de número de
principalmente usada para forma mais argumenta reforma é prisões nos
para deter punir crimes comum de que a prisão adotado em Estados
pessoas que menores, punição. As deve ser vários Unidos,
aguardam como roubo e condições usada como países, devido ao
julgamento ou vandalismo. nas prisões uma forma de incluindo os aumento da
que são são reforma, em Estados criminalidade
consideradas geralmente vez de Unidos. e a mudanças
perigosas para horríveis. punição. nas leis que
a sociedade. tornaram mais
fácil condenar
as pessoas a
penas de
prisão.
Adaptado de Leal (2001).
Além disso, segundo Foucault (1987), prisões pode ajudar a compreender esse
fenômeno. Ele argumenta que as prisões são um instrumento de controle social que
visa disciplinar os corpos e as mentes dos prisioneiros. A disciplina é um conjunto de
técnicas que visam controlar o comportamento dos indivíduos. Ela é exercida através
de mecanismos de vigilância, punição e recompensa.
Nas prisões, os prisioneiros são submetidos a um regime de disciplina rigoroso.
Eles são vigiados constantemente, e qualquer desvio do comportamento esperado é
punido. A disciplina visa produzir indivíduos obedientes e produtivos, que se
conformarão às normas da sociedade (Focault, 1987).
A visão de Foucault (1987) sobre as prisões é controversa. Alguns críticos
argumentam que ela é excessivamente pessimista e que não leva em conta a
possibilidade de reforma prisional.
O sistema penitenciário brasileiro tem notórios problemas. Dentre eles pode-
se destacar certa seletividade e superlotação. A seletividade mostra-se fruto das
desigualdades socioeconômicas que permeiam o Brasil. A superlotação é oriunda
de um descompasso entre uma busca punitivista e ausência de meios materiais para
implementação desse Estado sancionador ativo.
Na esteira da discussão fomentada, importa destacar que a pena privativa de
liberdade muitas vezes agrava ainda mais a situação do indivíduo, que ao adentrar no
ambiente carcerário passa a ter experiências que podem instigá-lo a aumentar seu
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Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência
de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação
ou do processo, em virtude de prisão temporária ou preventiva (Brasil, 1941).
Essa teoria é algo que marca o direito penal e processual penal desde a
medievalidade. Prossegue o autor ao falar das teorias relativas:
Continua:
Todavia, resta claro que se trata de uma medida excepcional, a regra no direito
penal deve ser a liberdade, o que mais se compatibiliza com a presunção de não
culpabilidade. Diante disso, cabe o questionamento: ante um sistema penitenciário
colapsado, onde não há lugar nem para presos definitivos que necessitam cumprir
suas penas, cabe-se falar em prisão preventiva? Essa perspectiva crítica é
necessária para se analisar jurídica, social e filosoficamente o problema.
Em sintonia a isso, vale dizer:
Desse modo, a segregação cautelar só incha ainda mais esse sistema que
não se sustenta, não flui, não cumpre seu papel e que muitas vezes só traz mais
danos à sociedade. Indivíduos que não são ressocializados, voltam para o convívio
social pior do que saíram e assim a violência se insere numa perspectiva cíclica e
ininterrupta.
Prossseguem os autores supramencionados:
Ditas essas realidades, merece nota uma outra imprecisão: por mais que se
chamem as prisões que não são penas como processuais, elas podem ocorrer antes
do processo. Para tanto, mostra-se necessário aprofundar a compreensão sobre a
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Então, o juiz decide o caso com base nas provas e argumentos apresentados
pelas partes. Ele pode absolver o réu se não houver prova suficiente de culpa, ou
condená-lo se houver prova além da dúvida razoável de sua culpa. A sentença é
proferida em um prazo razoável após o encerramento das alegações finais,
geralmente dentro de alguns meses (Nucci, 2020).
Após a sentença, tanto a acusação quanto a defesa têm o direito de recorrer
a instâncias superiores, como tribunais de segunda instância e, em alguns casos, ao
Supremo Tribunal Federal. Isso permite que qualquer erro processual ou decisão
injusta seja revisado (Nucci, 2020).
Caso a sentença inclua uma pena privativa de liberdade, o réu é encarcerado
para cumprir a pena. Em casos de penas alternativas, como prisão domiciliar ou
trabalho comunitário, as medidas são executadas de acordo com o determinado pela
sentença (Nucci, 2020).
Feita essa retomada da investigação preliminar e de toda a marcha
processual, situa-se a prisão processual como inerente a ambas as fases. Enfatiza-
se, no entanto, que a prisão temporária, embora seja também chamada de
processual, só é cabível na fase pré-processual (Nucci, 2020).
No entanto, para além das peculiaridades jurídicas, deve-se avançar em
termos sociais e garantir cada vez mais que a prisão e o cerceamento da liberdade
sejam medidas excepcionais.
Em suma, há muito que se evoluir em termos de justiça penal no Brasil.
Entretanto, para transformar uma realidade é necessário conhecê-la bem e já que
uma visão global é soma de partes específicas, aprofundar visões locais é um passo
importante.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Estefam, André. Direito penal esquematizado: parte geral. São Paulo: Saraiva,
2021.
Focault, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Editora
Vozes, 1987.
Junior, Aury Lopes. Prisões cautelares. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2023.
Junior, Aury Lopes. Investigação preliminar no processo penal. 6ª ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2014.
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Rio de janeiro: Impetus,
2020.
Leal, César Barros. Prisão: Crepúsculo de uma era. Belo Horizonte: Editora Del Rey,
2001.
Messa, Ana Flávia. Prisão e liberdade. 3ª ed. São Paulo: Almedina, 2020.
Sumariva, Paulo. Criminologia: teoria e prática. 6ª ed. Niterói, RJ: Impetus, 2019.