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Centro Universitário Ibmec RJ


Curso de Direito

Crise do Sistema Carcerário no Brasil:


Como Ressocializar Quem Sequer Foi
Socializado?

BRUNA BITTENCOURT GUIMARÃES

Projeto apresentado ao curso de


Direito como requisito para
obtenção do título de bacharel.
Área de concentração: Direito
Penal e Direito Processual Penal
Professor Orientador: Carlos
Eduardo Rebelo

Rio de Janeiro, 2023.2


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SUMÁRIO

1. TEMA

2. JUSTIFICATIVA

3. REVISÃO DA LITERATURA

4. OBJETIVOS

5. PROBLEMA

6. HIPÓTESE

7. METODOLOGIA

7.1. Metodologia empregada

7.2. Fontes

8. SUMÁRIO PROVISÓRIO DO ARTIGO

9. CRONOGRAMA

10. REFERÊNCIAS

10.1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

10.2. REFERÊNCIA JURISPRUDENCIAL

10.3. REFERÊNCIA LEGISLATIVA


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1-TEMA

Crise do Sistema Carcerário no Brasil: Como Ressocializar Quem Sequer


Foi Socializado?

2- JUSTIFICATIVA

Em primeiro lugar, com base no 14º Ciclo de Levantamento de Informações


Penitenciárias lançado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais
(SENAPPEN)1 com dados referentes ao primeiro semestre de 2023, tem-se que
o número total de presos no Brasil é de 644.794 (seiscentos e quarenta e quatro
mil e setecentos e noventa quatro) em celas físicas e 190.080 (cento e noventa
mil e oitenta) em prisão domiciliar, estes dados são referentes ao mês de junho.
Insta esclarecer que os custodiados em celas físicas são aqueles que
independente das saídas em razão de trabalho ou estudo, retornam para o
cárcere diariamente para dormirem.

Com isso, o Brasil figura em terceiro lugar no ranking da maior população


carcerária do mundo2, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da China. O
que faz com que o país enfrente problemas, como a superlotação e a falta de
estrutura nos estabelecimentos penitenciários.

Desta feita, a escolha do tema foi motivada pela preocupação com a crise
carcerária no Brasil na atualidade junto ao questionamento de como integrar, por
meio da ressocialização, os indivíduos que nunca tiveram experiências sociais
adequadas, ou seja, nem sequer foram socializados. Trazendo um outro olhar
de que como será possível ressocializar estes custodiados que não foram sequer
inseridos previamente na sociedade, e sua problemática que contribui
diretamente ao ciclo da reincidência criminal.

1
https://www.gov.br/senappen/pt-br/assuntos/noticias/senappen-lanca-levantamento-de-informacoes-
penitenciarias-referentes-ao-primeiro-semestre-de-
2023#:~:text=O%20n%C3%BAmero%20total%20de%20custodiados,estudar%2C%20dormem%20no%2
0estabelecimento%20prisional
2
https://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario/cidadania-nos-presidios/
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3 – REVISÃO DA LITERATURA

O presente trabalho teve como base diversos livros de doutrinadores como,


por exemplo, Rogerio Greco e Cesar Roberto Bittencourt, e, principalmente, os
livros escritos pelo autor Samuel Lourenço Filho que retrata seu cotidiano no
cárcere, trazendo relatos acerca de sua vivência em diversas penitenciárias do
estado do Rio de Janeiro e seu processo de ressocialização após o cumprimento
de pena, com a consequente extinção de sua punibilidade perante o Estado.

Este autor relata ainda em seu livro “Além das Grades”3 que após sair do
cárcere a sensação é de acordar solto, mas não livre. Pois, continua com os
resquícios da pena e estigmatizado, mesmo depois da pena de prisão cumprida
não há liberdade.

4 - OBJETIVOS

O presente trabalho visa tratar acerca da crise existente no sistema


carcerário no Brasil, caracterizada pela superlotação, o que culmina diretamente
na problemática da reintegração de egressos à sociedade, questionando ainda
acerca da ressocialização de indivíduos que nem sequer foram socializados.
Ressaltando a importância de se ter um cárcere efetivo que reduza a reincidência
melhorando o sistema de justiça criminal e torne possível a ressocialização.

5- PROBLEMA

A crise do sistema carcerário no Brasil possui diversas adversidades que


comprometem não apenas a qualidade da pena cumprida, como também a
possibilidade de ressocialização efetiva e o rompimento do ciclo de reincidência.

Desta feita, é necessário tratar de que forma essas adversidades afetam o


processo de ressocialização dos egressos, com a identificação de lacunas e
propondo abordagens mais eficazes para a reintegração dos mesmos à

3
FILHO, Samuel Lourenço. Além das Grades. 1. Ed. Agosto de 2018. Grupo Multifoco.
5

sociedade após o cumprimento da pena. Abordando ainda que não se pode falar
em ressocialização dos custodiados tendo em vista que sua maioria nem sequer
foram socializados antes de ingressar no sistema prisional, o que se torna
inviável defender que a ressocialização existe e acontece no nosso país.

6- HIPÓTESE

Como já é sabido, o Estado vem dando pouca atenção ao sistema


carcerário nos últimos tempos o que culminou diretamente em sua crise, tendo
sérias consequências como, por exemplo, a reincidência criminal junto à
dificuldade de ressocialização para que os egressos não retornem ao cárcere.

Neste contexto serão verificadas as políticas do Estado para enfrentar a


crise do sistema carcerário no país e os programas de ressocialização que visam
reinserir o egresso de volta à sociedade. Todavia, o presente trabalho esclarece
a problemática de se ressocializar quem sequer foi socializado, abordando que
o indivíduo que não fora previamente inserido na sociedade antes de ingressar
no cárcere terá a ressocialização como uma grande utopia.

Com isso, temos que buscar soluções viáveis para resolver esta questão,
pois não podemos continuar construindo presídios em todo o território nacional,
como alternativa de resolver o crescimento populacional de presos.

7- METODOLOGIA

7.1 - Metodologia empregada

A metodologia empregada para elaboração deste trabalho é a de


compilação bibliográfica, e estudo de posicionamento jurisprudencial dos
Tribunais Superiores.
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7.2 – Fontes

FOCAULT, Michel. Vigiar e punir: Nascimento da prisão. Editora Vozes, janeiro


de 2014.

8- SUMÁRIO PROVISÓRIO DO ARTIGO

1. Introdução
2. Contexto Histórico
2.1. Surgimento das prisões
2.2. Situação atual do sistema carcerário brasileiro
3. A Superlotação do Sistema Carcerário no Brasil
3.1. Crescimento da população carcerária
3.2. População negra no cárcere
4. Dignidade da pessoa humana
4.1. Princípio da dignidade da pessoa humana
4.2. Importância da dignidade da pessoa humana no sistema carcerário
4.3. Condições precárias das prisões no Brasil
4.3.1. Saúde e higiene
4.3.2. Violência e questão de segurança
4.3.3 Unidade Prisional Plácido de Sá Carvalho
5. Medidas de enfrentamento para a crise carcerária
5.1. Políticas do Estado para enfrentar a superlotação do cárcere
5.2. Programas de reabilitação e educação
6. Ressocialização
6.1. Teorias da ressocialização
6.2. Socialização no Brasil
6.2.1 O que é um indivíduo socializado
6.2.2 Perfil dos detentos não socializados
6.3 Efeitos da falta de socialização prévia na reincidência criminal
7. Medidas despenalizadoras
8. Considerações finais
9. Referências
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9- CRONOGRAMA

ETAPAS AGO SET OUT NOV DEZ

Entrega Parcial do
Projeto x
Entrega do Projeto
Entrega da versão
parcial do TCC
Elaboração da
Conclusão e
Introdução
Entrega da versão final
do TCC

10- REFERÊNCIAS

10.1 Referências Bibliográficas

FILHO, Samuel Lourenço. Além das Grades. 1. Ed. Agosto de 2018. Grupo
Multifoco.

FILHO, Samuel Lourenço. Penitência: A prisão e os evangélicos. 1 Ed. Marroca


2023.

SOUZA, Taiguara Libano Soares. A Era do Grande Encarceramento. Junho de


2018. Editora Revan.

BITTENCOURT, Carlos Roberto. Falência da Pena de Prisão. 4 Ed. Saraiva,


2011.

GRECO, Rogério. Direitos Humanos, sistema prisional e alternativas à privação


de liberdade. Saraiva, 2011.

MARCÃO, Renato. Curso de Execução Penal. 11 Ed. Saraiva, 2013.


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10.2. Referência Jurisprudencial

AGRAVO REGIMENTAL. MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.


LEGITIMIDADE. IPPSC (RIO DE JANEIRO). RESOLUÇÃO CORTE IDH
22/11/2018. PRESO EM CONDIÇÕES DEGRADANTES. CÔMPUTO EM
DOBRO DO PERÍODO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE.
OBRIGAÇÃO DO ESTADO-PARTE. SENTENÇA DA CORTE. MEDIDA DE
URGÊNCIA.
EFICÁCIA TEMPORAL. EFETIVIDADE DOS DIREITOS HUMANOS.
PRINCÍPIO PRO PERSONAE. CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE.
INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO INDIVÍDUO, EM SEDE DE
APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS EM ÂMBITO INTERNACIONAL
(PRINCÍPIO DA FRATERNIDADE - DESDOBRAMENTO).
SÚMULA 182 STJ. AGRAVO DESPROVIDO.

10.3. Referência Legislativa

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
Acesso em: set. 2023.

Lei nº 7.210, de 11 de Julho de 1984. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
Acesso em: set. 2023.

Código do Direito Penal, de 07 de Dezembro de 1940. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
Acesso em: set. 2023.

Código de Processo Penal, de 03 de Outubro de 1941. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm
Acesso em: set. 2023.

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