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GOIÂNIA-GO
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GOIÂNIA-GO
2021
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Data da Defesa: de de
BANCA EXAMINADORA
Orientador (a): Prof. (a): Marina Rúbia Mendonça Lôbo de Carvalho Nota
RESUMO
Esta monografia apresenta uma discussão teórica que parte das descobertas
realizadas emuma pesquisa de trabalho de conclusão de curso defendida na área de
Direito Penal que teve como objetivo investigar a privatização do sistema
penitenciário brasileiro como forma de promoção da dignidade da pessoa humana,
na perspectiva de alguns professores e doutrinadores a serem mencionados. Tendo
como base os problemas enfrentados nos presídios, a pesquisa que serve como
base para este trabalho possibilita uma articulação entre as atuais problemáticas no
âmbito prisional brasileiro, e as possibilidades de solução através da privatização.
Emergência de um olhar complexo que surge principalmente no contexto dos direitos
humanos, modalidade que tem se tornado cada vez mais uma preocupação para
sociedade atual.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ………………...………………………………………………............. 6
1. O SISTEMA PENITENCIÁRIO ATUAL ……………………................................ 7
1.1. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NAS PRISÕES ................................... 7
1.2. COMO ESTÃO AS TAXAS DE REINCIDÊNCIA ............................................ 9
2. A PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO ………....... 12
2.1. AS FORMAS DE PRIVATIZAÇÃO ................................................................. 12
2.2. POSICIONAMENTOS FAVORÁVEIS À PRIVATIZAÇÃO ............................. 13
2.3. POSICIONAMENTOS CONTRÁRIOS À PRIVATIZAÇÃO ............................ 15
2.3.1. Questão jurídica .......................................................................................... 16
2.3.2. Questão política ........................................................................................... 17
2.3.3. Questão ética .............................................................................................. 18
2.4. DAS CONSEQUÊNCIAS DA PRIVATIZAÇÃO DOS PRESÍDIOS ................. 20
2.4.1. Pontos Positivos .......................................................................................... 20
2.4.2. Pontos Negativos ........................................................................................ 21
3. A PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASIELEIRO E SEUS
BENEFÍCIOS …...……………………………........................................................ 23
3.1. A PRIVATIZAÇÃO DOS PRESÍDIOS EM CONFRONTO COM OS
23
DIREITOS HUMANOS …………………………………………………......................
3.2. MENOR GASTO COM O SETOR PRISIONAL BRASILEIRO ....................... 24
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3.3. EMPECILHOS À PRIVATIZAÇÃO .................................................................
3.4. PRISÕES BRASILEIRAS QUE ADOTARAM PARCERIA COM A INICIATIVA
27
PRIVADA ...........................................................................................
CONCLUSÃO ………………………………………………………………………… 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………………….. 32
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INTRODUÇÃO
A presente monografia propõe uma discussão teórica que tem como base
as pesquisas realizadas por Luíz Flávio Borges D’urso (2017, 2020) e Fernando Luiz
Boller (2017), a respeito dos benefícios de introduzir a iniciativa privada no sistema
presidiário brasileiro, em tempos de forte desrespeito aos direitos humanos. Trata-se
de um recorte bibliográfico que destaca a articulação teórica realizada por ambos
profissionais do direito, visando apresentar argumentos que demonstram que entregar
as prisões à iniciativa privada é mais eficiente e garante os direitos dos internos,
evidenciando também as taxas de reincidência dos encarcerados em crimes, as
formas de privatização e menores gastos com esse setor, a partir do resgate de
teóricos como os já mencionados, além de Ramon Aranha da Cruz (2011), Fábio
Bozza (2016) e Lukas de Almeida (2017), propondo uma discussão a respeito da
possibilidade de melhoria do setor.
Para a elaboração da pesquisa, utilizar-se-á o método qualitativo, pois será
realizada a coleta de informações para o entendimento adequado da matéria em
questão. Como metodologia, utiliza o método de pesquisa exploratória, o método
dedutivo e a pesquisa bibliográfica.
Assim, na seção sobre o sistema penitenciário atual, é possível
compreender a situação dos reclusos quanto sua dignidade e como estão as taxas de
reincidência.
Na seção sobre a privatização do sistema carcerário brasileiro, destaca-se
as formas de privatização, tendo como norte os posicionamentos favoráveis à
privatização, e posicionamentos contrários, demonstrando nas questões jurídicas,
políticas e éticas, além das consequências, apresentando tanto pontos positivos
quanto negativos acerca da temática.
Por fim, na última seção, é abordado os benefícios da privatização, além
de fazer uma relação com a promoção da dignidade da pessoa humana, demonstrar
que há menores gastos, apresentar alguns empecilhos e exemplificar casos de
sucesso até mesmo no Brasil.
Assim, esta monografia é um convite para um olhar teórico a partir de
alguns fatos a serem apresentados, e, revelar argumentos importantes em defesa da
privatização do sistema penitenciário brasileiro como forma de promoção da dignidade
da pessoa humana.
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[...] a reforma propriamente dita, tal como ela se formula nas teorias do direito
ou que se esquematiza nos projetos, é a retomada política ou filosófica dessa
estratégia, com seus objetivos primeiros: fazer da punição e da repressão das
ilegalidades uma função regular, extensiva à sociedade; não punir menos,
mas punir melhor; punir talvez com uma severidade atenuada, mas para punir
com mais universalidade e necessidade; inserir mais profundamente no corpo
social o poder de punir. (FOUCALT, 2011, p. 79)
Além da ressalva de Mirabete (2018, p. 61) em que ele diz que “Um
ambiente equilibrado pode gerar maior confiança entre administradores e detentos,
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que o indivíduo preso é um cidadão que faz parte do mesmo, isto se reflete
em toda sociedade, a qual passa a tratar o preso, mesmo depois de ter
cumprido apena, como não mais sendo este um cidadão. (RIBEIRO, 2009,
s/p)
Enfim, fica evidente que na visão do autor, o ser humano deve estar em um
patamar de dignidade e respeito, contudo, há certos pontos no sistema prisional que
devem ser solucionados, que seriam facilmente facilitados com a privatização.
Queiroz ainda sugere:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
[...]
XLVII - não haverá penas:
[...]
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral.
Outros dos efeitos negativos da prisão sob o ponto de vista psicológico é que
os reclusos tendem com muita facilidade adotar uma atitude infantil e
regressiva. Essa atitude é o resultado da monotonia e minuciosa
regulamentação a que está submetida a vida carcerária. (BITENCOURT,
2001, p. 198).
são afetados diretamente e, caso assim não façam, estariam pondo em risco a
renovação do contrato rentável. Estas empresas estarão sempre sendo fiscalizadas
pelo Estado, o que impede, em tese, a má-fé dos gestores quando adentram neste
tipo de negócio. O Estado que será o responsável por fixar o edital estabelecendo
os moldes que lhe interessam para a realização do contrato da privatização destes
estabelecimentos, ou seja, ele que irá ditar as regras, para que possa assim ter
maiores chances de selecionar empresas que possuam interesses e técnicas
favoráveis ao objeto em questão (BEDÊ, 2017).
Mesmo com a existência de diversos posicionamentos contrários a
privatização do sistema prisional Brasileiro, ainda há defensores para esta medida.
Um grande exemplo é Luiz Flávio Borges D’urso que demonstra com propriedade
seu apoio à privatização:
Registro que sou amplamente favorável à privatização, no modelo francês e
as duas experiências brasileiras, uma no Paraná há um ano e outra no Ceará,
há dois meses, há de se reconhecer que são um sucesso, não registram uma
rebelião ou fuga e todos que orbitam em torno dessas unidades, revelam que
a utopia de tratar o preso adequadamente pode se transformar em realidade
no Brasil. […] Das modalidades que o mundo conhece, a aplicada pela França
é a que tem obtido melhores resultados e testemunho que, em visita oficial
aos estabelecimentos franceses, o que vi foi animador. Trata-se de
verdadeira terceirização, na qual o administrador privado, juntamente com o
Estado fazem parceria administrativa, inovando o sistema prisional. Já o
modelo americano, o qual também visitei, tal seria inaplicável ao Brasil,
porquanto a entrega do homem preso ao particular é total, fato que afrontaria
a Constituição brasileira. […]. De minha parte, não me acomodo e continuo a
defender essa experiência no Brasil, até porque não admito que a situação
atual se perpetue, gerando mais criminalidade, sugando nossos preciosos
recursos, para piorar o homem preso que retornará, para nos dar o troco
(D´URSO, 2016, online).
Tal autor, assegura que empresas não irão batalhar contra a crminalidade.
Além de não deverem, tendo em vista que esta função é de competência da polícia,
não da administração penitenciároa. Não longe disso, a influência da atual situação
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acontece no Brasil, onde o índice de reincidência se mantem abaixo dos 10%. Outra
vantagem é que não há mais necessidade de o Estado investir grande quantidade de
dinheiro para a construção de presídios (BEDÊ, 2017).
Além disso, na penitenciaria privada, o trabalho produtivo do preso, gerará
recursos em benefício do próprio sistema, possibilitando que as verbas, hoje
destinadas para a construção de penitenciarias e manutenção dos presos, no falido
sistema penitenciário estatal, sejam destinadas para a área da política educacional
como uma das formas de prevenção da delinquência. Entretanto pode se analisar que
mesmo a privatização não recuperando os presos ela pode fornecer aqueles detentos
um lugar melhor (NASCIMENTO, 2019).
CONCLUSÃO
casos de prisões que adotaram parceria com a iniciativa no Brasil e que veem dando
certo.
Fica claro, portanto, que o sistema penitenciário brasileiro não é mero
cárcere privado, mas que, aliado à alguns devidos ajustes, servirá como forma de
promoção da dignidade da pessoa humana.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO JUNIOR, João Marcello de. Privatização das prisões. São Paulo: RT, 1995.
BECCARIA, Cesare, Dos delitos e das penas. Editora Martin Claret Ltda, 1ª Ed.São
Paulo 2000.
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. 6ª Ed. São Paulo: Editora Martin
Claret, 2011.
BRASIL. Lei n°7.210 de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1984.
D´URSO. Luiz Flávio Borges. Entregar as prisões à iniciativa privada é mais eficiente
e garante os direitos dos internos. 2016. Disponível em:
<http://super.abril.com.br/ciencia/a-privatizacao-dos-presidios/>. Acesso em: 25 fev.
2020.
D’URSO, Luíz Flávio Borges. Privatização Das Prisões Mais Uma Vez A Polêmica.
Disponível em: http://www.oabms.org.br/noticias/lernoticia.php?noti_id=137. Acesso
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D'URSO, Luiz Flávio Borges. Direito criminal na atualidade. São Paulo: Atlas, 1999.
HAIDAR, Raul. O debate sobre a privatização das cadeias e seus aspectos tributários.
2019. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2019-abr-29/justica-tributaria-
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JESUS, Damásio E. de. Direito Penal: parte geral. 28ª. ed. 3ª tir. São Paulo: Saraiva,
1993, p. 08.
LEAL, João José. Direito Penal Geral. 3ª ed. Florianópolis: OAB/SC. 2004, p. 57.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas,
p.89, 2008.
QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: Parte Geral.4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris.p.93,
2008.
VALENTE, Fernanda. Privatizar gestão dos presídios aumentará violação aos presos,
dizem entidades. Conjur, 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-mai-
10/entidades-criticam-privatizacao-gestao-presidios-sp. Acessado em: 5 maio 2021.
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ANEXO I
APÊNDICE ao TCC
Termo de autorização de publicação de produção acadêmica
O(A) estudante GUILHERME BEZERRA DE SOUZA do Curso de Direito, matrícula
2017.2.0001.0742-8, telefone: (62) 9 9921-0606, e-mail: guilhermeb.desouza@homtail.com, na
qualidade de titular dos direitos autorais, em consonância com a Lei nº 9.610/98 (Lei dos Direitos
do autor), autoriza a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) a disponibilizar o
Trabalho de Conclusão de Curso intitulado A PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA
PENITENCIÁRIO BRASILEIRO COMO FORMA DE PROMOÇÃO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA, gratuitamente, sem ressarcimento dos direitos autorais, por 5 (cinco) anos,
conforme permissões do documento, em meio eletrônico, na rede mundial de computadores, no
formato especificado (Texto (PDF); Imagem (GIF ou JPEG); Som (WAVE, MPEG, AIFF,
SND); Vídeo (MPEG, MWV, AVI, QT); outros, específicos da área; para fins de leitura e/ou
impressão pela internet, a título de divulgação da produção científica gerada nos cursos de
graduação da PUC Goiás.
Goiânia, 27 de maio de 2021.
Assinatura do professor-orientador:
Nome completo do professor-orientador: Marina Rúbia M Lôbo de Carvalho