UNOPAR

A IMPORTANCIA DA RESSOCIALIZAÇÃO DO APENADO

Bacharel em Criminologia

São Carlos
2023
 SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
1.1 O PROBLEMA.......................................................................................................1
2 OBJETIVOS..............................................................................................................3
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO.......................................................................4
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS................................................4
3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................4
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................5
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO.............................................................9
REFERÊNCIAS.........................................................................................................11

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1 INTRODUÇÃO
A ressocialização do apenado é um tema crucial no contexto do sistema
carcerário brasileiro. Este processo desafia as instituições penitenciárias, as
autoridades governamentais e a sociedade como um todo. Nesta discussão,
examinaremos a importância da ressocialização do indivíduo apenado, destacando
alguns aspectos cruciais. Primeiramente, analisaremos o problema da evolução da
população carcerária no Brasil, identificando as tendências preocupantes que
exacerbam os desafios de reintegração. Em seguida, exploraremos a relevância da
educação dentro dos presídios, enfocando como a aprendizagem pode ser uma
ferramenta poderosa na transformação do comportamento dos detentos. Além disso,
examinaremos a necessidade de conscientização por parte das instituições
penitenciárias sobre a ação prisional como um catalisador para a ressocialização
bem-sucedida. Vamos também abordar a falta de políticas públicas eficazes e o
descaso em relação às normas existentes, que muitas vezes perpetuam o ciclo da
criminalidade. Por fim, discutiremos a carência de oportunidades sociais e culturais,
resultante da insuficiência dos meios constitucionais, que contribui para a geração
de condutas desviantes. Esta análise compreensiva visa lançar luz sobre os
obstáculos enfrentados na ressocialização dos apenados, destacando a
necessidade urgente de intervenções significativas e abordagens inovadoras para
criar um sistema penitenciário mais eficaz e justo no Brasil.

1.1 O PROBLEMA
Segundo dados do Infopen, sobre a superlotação carcerária, em 2014 havia
376.669 vagas disponíveis para abrigar a população egressa, em 1.424 unidades
prisionais, sendo 1,6 preso por vagas. Isso demonstra que, uma cela que deveria ter
10 pessoas, há em média 16.
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Font
e: levantamento nacional de informações penitenciarias (Infopen)/ministério da
justiça ; *projeção do Human Rights Whatch.

Esses índices mostram alem de números, mostram problemas que a

superlotação traz junto com ela, como por exemplo, as condições indignas de
sobrevivência que as penitenciarias brasileiras oferecem aos seus egressos, onde
homens e mulheres são jogados e deixados aos montes sem o menor respeito a sua
dignidade. Apesar da Lei de Execução Penal garantir, a assistência material e à
saúde do preso, a realidade encontrada é bem diferente.
Sendo assim, fica evidente o grande problema envolto a ressocializaçao dos
apenados: como aplicar políticas de ressocialização do preso, quando nem mesmo
às de direito básico do individuo é respeitada?
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO
Analisar a importância da ressocialização do apenado.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

Destacar a importância da educação dentro dos presídios.

Explicar como é importante o conhecimento pelas partes das instituições
penitenciarias, da necessidade de uma ação prisional para a ressocialização do
individuo apenado para a possibilidade de mudança ao reinseri-lo na sociedade.
Alertar a falta de políticas publica e o descaso das normas existentes.
Apontar como a falta de oportunidades sociais e culturais devido à
insuficiência dos meios constitucionais, gera condutas desviantes.
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3 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema “A importância da ressocialização dos Apenados” é crucial
devido ao crescente desafio global de reintegrar indivíduos que cumpriram penas.
Esta questão não apenas influência a vida dos apenados, mas também tem um
impacto significativo na segurança publica e na educação da reincidência criminal.
Explorar este tema é fundamental para entendermos como a ressocialização não
apenas oferece uma segunda chance aos indivíduos, mas também contribui para um
ambiente social mais estável e justo, promovendo a reabilitação e a reinserção
produtiva na comunidade.
Além disso, pesquisar esse tema permite o desenvolvimento de novas
intervenções e estratégias mais eficazes para a reintegração de indivíduos após o
cumprimento de pena, levando uma redução na taxa criminal. Esse conhecimento é
essencial para a formulação de políticas publicas mais eficazes, que possam
abordar as raízes do crime e promover uma justiça mais equitativa e compassiva.
Na esfera cientifica e acadêmica, essa pesquisa contribui para o avanço do
conhecimento nas áreas de psicologia, sociologia, criminologia e serviço social,
entre outras. Isso impulsiona o desenvolvimento de teorias mais complexas e
compreensivas sobre o comportamento humano, levando a uma melhor
compreensão.
Portanto, o estudo sobre a ressocialização das apenados não apenas
beneficia diretamente os envolvidos, mas também enriquece o conhecimento
cientifico e informa políticas publicas, promovendo uma sociedade mais justa e
segura.
5
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O trabalho é algo essencial para todo o ser humano, é por meio deste que as
pessoas se integram na sociedade, desenvolvem suas idéias e ganham seu
sustento. Essa afirmação condiz com a definição dada por Karl Marx (1818-1883)
quanto ao que seria o trabalho. A idéia que o autor quis passar é por meio do
trabalho que o individuo produz os meios para manter-se vivo. Dessa forma, a
oportunidade de emprego é de grande influência na construção do sujeito e das
pessoas que interagem com ele.
E assim como todo cidadão, os detentos têm o direito de emprego, que infelizmente
com a falta de oportunidades sociais e culturais alguns não tiveram antes de
estarem dentro de um sistema prisional. Segundo Robert Merton (1938; 1970), em
toda sociedade desenvolvem-se metas culturais que expressam os valores que
guiam a vida dos indivíduos em sociedade. Esse insucesso em atingir as metas
culturais devido à insuficiência dos meios institucionalizados pode produzir o que
Merton denomina de anomia, ou seja, ausência de lei ou de regra. O indivíduo não
respeita as regras de comportamento que indicam os meios de ação socialmente
aceitos. Surge então o desvio, ou seja, o comportamento desviante.
Isso nos faz pensar na importância de um objetivo político a fim de evitar o estado
de anomia em uma sociedade.
Mas infelizmente a situação atual dos presídios esta longe de uma mudança
significante, e alguns fatores que afetam o desempenho ressocializador dos
apenados para o convívio após ser reintegrados na sociedade. É importante
abordarmos como o conhecimento pelas partes das instituições penitenciarias, da
necessidade de uma ação prisional para a ressocialização do individuo apenado, é
de total importância para a possibilidade de mudança daquele individuo, fazendo
com que ela cumpra as regras e se relacione novamente com todos. Nesse
contexto, a educação se apresenta como uma poderosa ferramenta capaz de
transformar vidas e contribuir para a redução dos índices de reincidência,
oferecendo uma abordagem mais humanitária e efetiva para a crise do sistema
carcerário brasileiro (OLIVEIRA, 2021).
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No entanto, sabemos que o sistema penitenciário brasileiro não apresenta
uma estrutura necessária para que ocorra essa ressocialização do individuo na
sociedade, tendo seus direitos esquecidos pelo caos das prisões. Infelizmente a
pena de restrição de liberdade é sempre aplicada como única alternativa para
resolução de conflitos penais, tendo isso um aumento bastante significativo e
desproporcional da população carcerária. Essa superlotação gera um grande
problema no circulo prisional, as prisões tornando-se um ambiente propício ao
crescimento de epidemias e ao aumento de casos de doenças. Nas palavras de
Capez (2012, p. 64): Diversas prisões são conhecidas por terem celas insalubres e
superlotadas, o que é amplamente sabido e de conhecimento público. Nestes
estabelecimentos, contrariando a legislação vigente, muitos detentos adquirem
doenças graves e são vítimas de diversos tipos de violência.
A negligencia do Estado, que tem como direito punir durante a fase de
execução da pena, não respeita as garantias e direitos fundamentais do preso,
violando o principio da dignidade da pessoa humana. Esses são um dos motivos que
revolta o individuo, resultando em motivação para cometerem mais crimes, crimes
cada vez mais violentos e cruéis. O jurista Rogério Greco (2006, p. 554) assevera
sobre o dano acometido contra os prisioneiros:
O erro cometido pelo cidadão ao praticar um delito não permite
que o Estado cometa outro, muito mais grave, de tratá-lo como um
animal. Se uma das funções da pena é a ressocialização do
condenado, certamente num regime cruel e desumano isso não acontecerá.
As leis surgem e desaparecem com a mesma facilidade. Direitos são
outorgados, mas não são cumpridos. O Estado faz de conta que
cumpre a lei, mas o preso, que sofre as consequências pela má
administração, pela corrupção dos poderes públicos, pela ignorância da
sociedade, sente-se cada vez mais revoltado, e a única coisa que
pode pensar dentro daquele ambiente imundo, fétido, promiscuo,
enfim, desumano, é um fugir e voltar a delinquir, já que a sociedade
jamais o receberá com o fim de ajudá-lo.

Entretanto, o maior intuito do sistema penal é a de corrigir e disciplinar o

individuo que não respeita as leis penais. Porem mesmo tendo muitas teorias sobre
como seria a maneira correta de disciplinar sem infringir os direitos básicos do
cidadão, a pratica é bem diferente. Nosso sistema é marcado como injusto e sem
resultado por conta da historia do sistema carcerário brasileiro. Historia essa que,
desde o principio encontra dificuldades em ressocializar os detentos novamente na
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sociedade, fazendo com que todos tenham um prejulgamento quando este se
encontra fora das grades de uma penitenciaria.
Alem desse grande problema, também podemos listar outro fator dominante
no sistema penitenciário brasileiro. Segundo o site Folha de São Paulo no ano de
2019, do montante total destinado ao sistema carcerário nacional foi gasto apenas
12% até agosto daquele ano, sendo que a expectativa até aquele momento era de
criação de 22 mil novas vagas eram esperadas para aquele ano, sendo que foram
criadas apenas 6.300 deste total para reduzir um pouco as superlotações em
penitenciarias nacionais.
Ainda segundo o site, do montante a qual se esperava ser destinado ao
sistema carcerário nacional e que foi autorizado pelo Governo era de R$ 15,1
bilhões de 2001 a 2018, mas apenas 7,4 bilhões foram efetivamente pagos e
empregados no sistema carcerário ao longo destes anos, o que representa cerca de
quase 50% do valor total.
O órgão que deve ficar responsável por fiscalizar e fazer repasses para a
manutenção e criação de novos estabelecimentos prisionais, é o Departamento
Penitenciário Nacional que em ordem fica subordinado ao Ministério da Justiça, isto
segundo o texto do artigo 71 da Lei de Execução Penal:

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério

da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio
administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Porem o que não se observa é uma efetividade em suas atribuições segundo

os dados anteriormente destacados, e para a mudança deste cenário, é de suma
importância que esses órgãos tenham maior efetividade em suas políticas.
As faltas de estrutura também prejudicam os agentes penitenciários e
funcionários que lidam com os detentos diariamente, se as autoridades pensassem
mais no bem estar desses profissionais, com certeza diminuiria também a corrupção
entre os agentes penitenciários e os detentos.
 O psicólogo penitenciário Arlindo da Silva Lourenço, do Estado de São Paulo,
acompanhou diversos trabalhadores e agentes penitenciários vitimados em
rebeliões
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ao longo de sua carreira, Arlindo em sua obra de doutorado destaca as
condições de trabalho desumanas enfrentada pelos agentes bem como o fator
psicológico que os afeta: "O trabalho em locais insalubres como as prisões, e as
condições de trabalho bastante precarizadas do agente são estressantes,
desorganizadoras e afetam sua saúde física e psicológica.”
Como se apurou esse profissional da área da saúde, a falta de investimento
do Governo não implica só na saúde e condições humanas dos detentos, mas nas
pessoas a qual o governo confia seus poderes para fazer a segurança e
cumprimento da pena, o que é ainda mais gravoso e preocupante.
A falta de investimento dentro das instituições demonstra a precariedade das
penitenciárias brasileiras, tornando ambientes que seria destinada a readequação
social do indivíduo a meros conglomerados superlotados de pessoas.

5 METODOLOGIA
PARA A REALIZAÇÃO DESTE TRABALHO SERÁ REALIZADA UMA PESQUISA
QUALITATIVA E DESCRITIVA. LEVANTANDO INFORMAÇÕES A PARTIR DE
LIVROS, ARTIGOS E OUTROS MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS. O PERÍODO DOS
ARTIGOS PESQUISADOS SERÃO ARTIGOS E TRABALHOS PUBLICADOS NOS
ÚLTIMOS 20 ANOS, CONSIDERANDO A LONGA HISTORIA DO SISTEMA
PRISIONAL BRASILEIRO.
AS PALAVRAS-CHAVE UTILIZADAS NA BUSCA SERÃO:
“RESSOCIALIZAÇÃO”, “SISTEMA PRISIONAL”, “APENADOS”, “POLÍTICAS
PUBLICAS”, ETC...
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6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
Quadro 2 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do
Trabalho de Conclusão de Curso.
2023/1 2023/2
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
AG
SET OUT NOV DEZ
O
Escolha do tema. Definição do
problema de pesquisa X X
Definição dos objetivos,
justificativa. X X
Pesquisa bibliográfica e
elaboração da fundamentação X X
teórica.
Definição da metodologia.
X
Entrega da primeira versão do
projeto. X
Entrega da versão final do
projeto.
Revisão das referências para
X
elaboração do TCC.

Elaboração da Introdução X X

Revisão e reestruturação da
Introdução e elaboração do X X
Desenvolvimento
Revisão e reestruturação do
X
Desenvolvimento

Elaboração da Conclusão
Reestruturação e revisão de todo
o texto. Verificação das X
referências utilizadas.
Elaboração de todos os
X
elementos pré e pós-textuais.

Entrega do TCC-Artigo
Fonte: O Autor (2022).
 REFERÊNCIAS

ASSAF, Bruna 2016. O Conceito de Anomia sob a ótica de Merton. Disponível

em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-conceito-de-anomia-sob-a-otica-de-
merton/339908767 Acesso em: 18 set. 2023.

BRASIL, Lei nº 7.210 de 11 de Julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal.

SEÇÃO 1, Brasilia, DF. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm. Acesso em: 10 out. 2023.

CAPEZ, F. Curso de Direito Penal. Volume 1, parte geral. 16ª Edição. São
Paulo:Saraiva, 2012. Disponível em:
https://direitouninovest.files.wordpress.com/2016/03/fernando-capez-curso-de-
direito-penal-parte-geral.pdf Acesso em: 21 set. 2023.

GRECO, Rogério jurista 2006, p. 554, curso de - direito penal . Disponível em:
https://direitouniversitarioblog.files.wordpress.com/2017/02/greco-rogc3a9rio-curso-
de-direito-penal-vol-1.pdf Acesso em: 25 set. 2023.

João Carlos Teixeira 2019. País tem superlotação e falta de controle dos
presídios. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/01/24/pais-tem-superlotacao-e-
falta-de-controle-dos-presidios Acesso em: 5 set. 2023.

LOURENÇO, Arlindo da Silva 2010. O espaço de vida do Agente de Segurança

Penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários. (Tese apresentada
ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de
Doutor em Psicologia); Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-20072010-153506/publico/
lourenco_do.pdf . Acesso em: 17 out. 2023.

OLIVEIRA, Renato Almeida 2010. A concepção de trabalho na filosofia do jovem

Marx. Disponível
em:https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/Kinesis/6_RenatoAlmeid
adeOliveira.pdf Acesso em: 18 set. 2023.

OLIVEIRA, M. D. A Educação como Ferramenta de Ressocialização em um

Presídio de Pesqueira (PE). Trabalho de Conclusão de Curso, 2021. Disponível
em:https://repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/3834/1/tcc_art_mykaeldouglasalv
esdeoliveira.pdf Acesso em: 19 set. 2023 Acesso em: 19 set. 2023
SÃO PAULO, Folha 2019. Governo federal gastou só 12% dos recursos do
fundo penitenciário em 2019. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/10/governo-federal-gastou-so-12-dos-
recursos-do-fundo-penitenciario-em-2019.shtml Acesso em: 28 set. 2023.