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O artigo 1º da Lei de Execução Penal estipula: “A execução penal tem por finalidade
dar cumprimento às disposições das sentenças e decisões penais e criar condições
para a integração harmoniosa de criminosos e detidos”.
Levando em conta o apresentado neste artigo, nota-se que a finalidade da execução
penal, além da efetiva execução da pena, é a ressocialização do indivíduo, mas
infelizmente, para este último, não tem surtido o efeito desejado. Como resultado,
houve uma crise no sistema prisional.
Ressocializar é conceder ao preso a ajuda necessária para se reintegrar à
sociedade, buscar entender o que o levou a cometer esses crimes, dar-lhe a
oportunidade de mudar e ter um futuro melhor, não importa o que aconteceu no
passado.
Continuaremos trabalhando nas principais questões que dificultam a ressocialização
dos presos.
A saúde física e mental são vitais para todos e estão intimamente relacionadas com
a qualidade de vida. O artigo 12 da LEP afirma: “A assistência material aos presos e
detidos incluirá o fornecimento de alimentos, roupas e instalações sanitárias”. Nas
celas, porém, vemos um grupo de presos disputando espaço, obrigados a viver no
lixo, insetos e esgotos a céu aberto, sofrendo dos mais diferentes tipos de doenças.
A alimentação fornecida nas prisões também é inconsistente, em muitos lugares os
presos fazem sua própria alimentação, trazida por suas famílias, e em outros locais
é feita em cozinhas sem o mínimo de higiene. Vale destacar que enquanto a LEP
garante os direitos básicos dos presos, nenhuma autoridade se preocupa com a
situação em que se encontra o sistema prisional.
No que diz respeito à assistência à saúde , a maioria das prisões não possui
estrutura suficiente para atendimento à saúde dos presos. Existem campanhas de
vacinação obrigatória patrocinadas pelo Ministério da Saúde e outras iniciativas
voltadas às doenças infectocontagiosas, mas o atendimento a situações mais
graves é praticamente limitado às emergências, como no caso das vítimas de
espancamentos.
A superlotação carcerária está presente não apenas nos presídios públicos, mas em
todo o sistema. Em média, hoje no Brasil, em uma cela que comporta dez presos,
há dezessete. Esta superlotação está associada a diversos fatores como o número
de prisões feitas nos últimos anos, a demora da justiça no julgamento dos casos e o
Estado na implementação de medidas que auxiliam na reintegração dos prisioneiros
na sociedade. O aumento do número de prisões realizadas no país está ligado às
condições sociais desiguais observadas fora das prisões que, além de ajudar o
detento a retornar a criminalidade, trazem muitos daqueles que nunca se
comprometeram a se envolver na prática de crimes.